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A<Utem pouco
a neipcito da fèiblia
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Milhões de pessoas pe rências à Sagrada Escri
lo mundo a fora acham tura, de uso frequente.
consolo na Bíblia. Acham Nos Estados Unidos, a
inspiração e guia para os revista Time, no seu nú
altos e baixos da sua vi mero de 8 de maio de
da diária em ler-lhe e 1950, publicou um inqué
reler-lhe as páginas. . . ao rito promovido entre 2.000
menos os trechos fa jovens entre 18 e 29 anos
voritos. de idade. Dos 79% que
Quem quer que tem es disseram “acreditar na
cutado programas de per Bíblia”, 77% confessaram
guntas de rádio sabe que nunca a terem lido. Sem
a Bíblia é o “best seller”, ou o dúvida, se tal inquérito fôsse fei
livro mais vendido, em todo tem to em todo o país, o resultado
po no mundo. Se fôsse conheci mui certamente seria o mesmo.
do o número de Bíblias publica Muitíssimas pessoas que “acredi
das desde a invenção da impren tam na Bíblia”, até mesmo as que
sa, seria uma cifra astronómica. falam sobre a Bíblia, raramente
, Mas, infelizmente, nem todos serão achadas lendo-a.
os exemplares da Bíblia em cir
culação são lidos. Isto é espe Não é aqui nosso intuito dis
cialmente verdadeiro dos que são cutir as várias razões que há para
distribuídos em terras pagãs, on essa vasta apatia para com a lei
de os nativos às vêzes os usam tura da Bíblia. Mas queremos as
como calço para roupas e sapa sinalar que, mesmo entre os que
tos, como papel de cigarros e ou lêem a Bíblia, muitíssimos sabem
tras coisas. pouquíssimo sobre ela. Como re
Em muitos lares cristãos a Bí sultado disto, as novas interpre
blia fica juntando pó nas estan tações da Bíblia têm lançado as
hes e não é lida com regularidade sementes da desunião entre os
— se sequer é lida. Professores cristãos e têm causado efeitos que
3m colégios e universidades quei- não são nem bons em si nem be
-cam-se da “ignorância da Bíblia” néficos para a sociedade. Êles têm
— ignorância que torna impos- levado a descrédito a Bíblia e
3Ível aos seus estudantes com mesmo o Cristianismo, especial
preenderem e apreciarem refe mente nas mentes das muitas
V ozes n. 41 — 1 1
pessoas que têm pouco interesse Felizmente, nem todos os leite
prático na religião e apenas um res da Bíblia, e. nem todos os qu
magro conhecimento de primeira professam moldar as suas vida
mão da Bíblia. pelos ensinamentos de Jesus Cris
to, tomam estes ao pé da letr;
Bíblia mal compreendida Do contrário o mundo pululari
Por certo, é por falta de re de monstros de um só ôlho e c
flexão sôbre a Bíblia que muitos um só braço; a população seri
leitores a compreendem mal, visto notàvelmente diminuída pelos qr
saberem Ião pouco sôbre ela. A morressem de mordida de cobi
Bíblia não pode proteger-se con ou de bebida de veneno morta
tra o mau uso dela por homens Na verdade, ainda haveria mej
mal orientados. E, mesmo se na mo discípulos de Cristo no mui
leitura das suas páginas muitas do? E, se todos os cristãos fossei
pessoas honestas e sinceras hau pacifistas absolutos, seria cois
rem altos ideais e a coragem pa simples para uma nação agres
ra viverem verdadeiramente vidas sora o invadir o nosso país, ei
nobres, outras haurem nessas mescravizar-nos todos e destruir a 1
mas páginas princípios e práti berdade na nossa terra.
cas estranhas, alarmantes e mes Terá Cristo usado alguma ve
mo subversivas, e, como resulta linguagem figurada? Terá d ir
do, exercem má influência. gido algumas das suas palavrí
Vez por outra lemos nos jor aos indivíduos como cidadãos pr
nais notícias de pessoas que ar vados e não à sociedade em g<
rancaram fora os olhos ou de ral? Teriam sido algumas da
ceparam uma das mãos em obe suas diretrizes meramente ei
diência àquilo que pensavam ser forma de conselho, e não de obr
o correto significado da palavra gação estrita — não pretendei
de Cristo: “Se teu ôlho direito do ser condições absolutament
te escandaliza, arranca-o e ati- indispensáveis para nos torna:
ra-o para longe de t i . . . ” (Mtmos seus discípulos, mas sim coi
5, 20-30). Lemos notícias de ou selhos para aquêles que quiserei
tras que bebem veneno ou se dei renunciar a tudo para o imitarei
xam picar por cobras venenosas tão de perto quanto possível?
para provarem a sua fé nas pa
lavras de Cristo: “Tomarão ser Sentido exato
pentes nas mãos; e, se beberem Se o conselho do Senhor par
algo mortífero, isso não lhes fa não resistir ao mau dissesse res
rá mal” (Mc 16, 18). Outras re peito aos governos tanto como ao
cusam usar armas em favor de indivíduos, qual seria então o sig
seu país contra agressores, e ba nificado das palavras de S. Paul(
seiam essa sua atitude nas pa quando disse que “os podêres qu<
lavras de- Cristo: “Não resistas existem são ordenados por Deu$
ao mau”, e “apresenta-lhe a ou e por Deus foram munidos da
tra face” (Mt 5, 39). espada para executarem a vin*
2
gança contra os malfeitores” ções e limitações à luz de ou
(Rom 13)? Como pode um go tras passagens da Bíblia igual
verno manter a ordem e prote mente importantes.
ger os seus cidadãos se não pode
repelir pela fôrça a ameaça de Em todo caso, alguém está len
invasão (1 Tim 2, 1-2) e pren do mal a Bíblia. Ou os pronun
der e punir justamente aqueles ciamentos de Cristo devem ser en
que ameaçam a paz? tendidos literalmente, e então es
A maioria dos leitores da Bí tão errados os que os tomam fi
blia sérios e bem-intencionados guradamente, ou devem ser to
não tomam ao pé da letra êsses mados figuradamente, e então os
pronunciamentos que citamos. Ou, literalistas é que estão errados.
se o fazem, reconhecem que ês Alguém precisa de uma me
ses pronunciamentos têm restri lhor compreensão da Bíblia.
I
Prontamente será avaliado que crituras. Êles precisam ter o do
êste assunto de variantes tex mínio das línguas bíblicas, sei
tuais nos manuscritos torna di capazes de decifrar manuscrito*
fícil a tarefa de chegar ao sig antigos e de entender e aplicai
nificado das cópias originais. E’ cuidadosamente princípios que go
trabalho de peritos bem adestra vernam a restauração do textc
dos restaurar o texto das Es correto da Bíblia.
I
vida, das palavras e ações de Conhecimento preliminar
Jesus Cristo, um resumo da As dificuldades que as pessoas
atividade dos Apóstolos, ou pe experimentam em ler as Escri
lo menos de vários dêles, na turas não são inteiramente devi
Igreja primitiva, juntamente com das à obscuridade da linguagem,
cartas de instrução e de direção nem às verdades inspiradas e su
moral, dirigidas por S. Paulo à blimes de que elas tratam. Essa
Igreja em lugares particulares; dificuldade também é causada pe
e, igualmente, cartas de Pedro, lo fato de as pessoas começarem
Tiago, João e Judas aos cristãos a lê-las sem o necessário prepa
em geral, etc. ro, sem o conhecimento prelimi
Todos os escritos do Artigo nar que elas pressupõem nos lei
tores. A Bíblia contém muitas
Testamento foram dados por alusões, insinuações e ilustrações
Deus por meio de escritores que que não podem ser correta e ple
se dirigiam aos que possuíam a namente compreendidas sem esse
fé judaica. Êles podiam presu preparo.
mir, e presumiram, que os seus
leitores estariam familiarizados A Bíblia é incompleta em si
com os ensinamentos religiosos mesma, e só pode ser compreen
dessa fé. Os escritos do Nôvô dida quando lida à luz da Fé cris
tã preservada e ensinada pela
Testamento também são dirigidos Igreja. Os que lêem a Bíblia sem
á crentes da Fé cristã, e, embora êsse ensino e prévia instrução to
sendo livros inspirados, presu pam com inelutável dificuldade, c
mem que a verdade revelada já há muitos erros em que podem
era conhecida e aceita. cair.
Em parte nenhuma esses escri Tome, como exemplo, a questãc
tos inspirados se apresentam co proposta ao Apóstolo Filipe nos
mo um completo manual, ou li Atos (cap. 8) por alguém qu«
vro de texto, da revelação cris achou necessário assegurar a sue
tã. Falam dela como de algo já salvação: "Que deverei fazer pa
comunicado, já crido. Aludem a ra ser salvo?” O Apóstolo respon
ela como a algo já conhecido e deu e disse em substancia: “Crí
simplesmente necessitando de ex no Senhor Jesus Cristo e sê ba
plicação. A finalidade dêles era tizado: e serás salvo”. Aqui está
sòmente confirmá-la, e induzir uma questão muito simples, ex
pressa de maneira a mais simples
os cristãos a praticarem-na de possível; a resposta parece igual
acordo com~ as exigências de mente chã e simples. Duas coi
Cristo. Tais escritos nunca pre sas são requeridas: crer no Se
tenderam ser a única e direta nhor Jesus Cristo e ser batizado
fonte da verdade cristã para aquê- Mas será isto tão simples assim*
les que nunca tinham ouvido fa Suponha que o inquiridor fosse
lar dela antes. atraído pela religião judaica é ti-
22
vcsse algum conhecimento elemen critura foi escrita por inspiração
tar do ensino dela concernente ao de Deus e deveria ser usada para
Messias prometido predito pelos ensinar, reprovar, corrigir, ins
profetas judeus; nesse caso a truir, aperfeiçoar o homem de
crença em Jesus Cristo como o Deus, e prepará-lo para tôda
Messias prometido teria para êle obra boa. Mas não reconhece a
alguma significação. Mas supo Bíblia como sendo uma apresen
nha que a questão fôsse formu tação sistemática da verdade di
lada por um pagão que não co vina, nem como suficiente para
nhecesse nada da religião judai ensinar a verdadeira fé a um
ca; então a resposta seria sem leitor que para isso não esteja
sentido e, certamente, não sim preparado por uma instrução
ples nem suficiente. preliminar.
Leitura insuficiente Deus não escreveu nada
A resposta do Apóstolo só se O princípio em que a Igreja
torna verdadeira, plena e ade insiste é um princípio muito
quada para todos os homens quan simples e razoável, que se har
do êles têm o ensino tradicional
do que é crer no Senhor Jesus moniza com os fatos históricos.
Cristo e ser batizado. Os que não A revelação original de Deus não
têm nenhuma compreensão da foi feita à humanidade por es
Doutrina Cristã acharão pràtica- crito nem por meio de um livro.
mente impossível obter um conhe Foi feita, no comêço, imediata
cimento adequado dela pela lei mente pelo próprio Deus, a certos
tura da Bíblia. Mas, quando êles indivíduos que a comunicaram
têm essa compreensão, não podem aos outros. Os homens conhece
achá-la somente na Escritura, po ram e creram a verdade, conhe
dem achá-la também exposta de ceram e creram a única religião
forma mais atrativa e impressiva. verdadeira, ao menos na sua subs
As Escrituras têm em mira aque tância, muito tempo antes que o
les que possuem a Fé cristã e primeiro livro fôsse escrito.
aquêles que, ao menos até certo Os primitivos crentes sob a dis-
ponto, já foram instruídos nas pensação cristã tiveram a Fé cris
doutrinas e preceitos do Evan tã ensinada a si oralmente por
gelho. aquêles que haviam sido oralmen
A Igreja Católica nunca fêz ob
jeção à leitura da Bíblia, nem a te instruídos pelo próprio Cris
desencorajou. Pelo contrário, sem to. A Fé assim pregada e trans
pre considerou a leitura da Bí mitida pelos Apóstolos aos seus
blia como desejável ou proveito sucessores era possuída por aquê
sa. Aprova e sempre aprovou o les que liam qualquer livro da
uso da Bíblia, e só faz e só tem Escritura; e, à luz dêsse conhe
feito objeção ap mau uso dela. A cimento, êles interpretavam e
Igreja Católica sustenta que a Es compreendiam a Escritura.
23
Regra universal oposto ao seu ensino. O ensino c
Algo desta sorte é, òbviamente, Igreja foi recebido do nosso Di\
necessário no caso de tôda lin no Salvador, e de Deus igualmei
guagem, escrita ou não escrita. te provém o ensino achado na E
A linguagem escrita não é inte blia. Não pode haver oposição e
ligível para os que ignoram os tre êles.
caracteres em que ela é escrita, Não quer isto dizer que os c
ou que nunca aprenderam a ler. tólicos só possam ler as Esci
E’ igualmente ininteligível para turas quando um sacerdote es
os que, embora conheçam o alfa à mão para fornecer a corre
beto e sejam capazes de ler, con interpretação delas, ou que ni
tudo não entendem o significado tenhamos o livre uso da nos:
das palavras escritas. A compre própria razão e entendimento j
ensão de uma palavra vem de lermos as Escrituras e lhes d
dentro da mente, e não de fora, senvolvermos e aplicarmos o se
e, se o sentido não estiver na tido. Isso não significa que
mente em algum grau, não há erros dos transcritores e trad
capacidade para entender o que tores não possam ser corrigidc
ela significa. ou que, ao corrigi-los, não pc
samos usar de todos os auxíli
A Igreja Católica segue, por que possam ser derivados da hi
tanto, uma regra universal que 6 tória, da crítica e da ciência. N;
essencial para a compreensão de significa que não possamos us
qualquer ensinamento por lingua as ciências físicas e a literatui
gem escrita ou não escrita. Do os fatos trazidos à luz pelos e
próprio Cristo recebeu a Igreja ploradores e estudiosos da hisi
a Doutrina Cristã. Pondo os mem ria natural, para ilustrarmos
bros da Igreja de posse dessa ajustarmos o sentido literal
doutrina de uma maneira com texto sagrado. Significa simpl<
preensível para as mentes da mente que não estamos em libe
queles a quem se está dirigindo, dade para interpretar as Esc:
ela fornece a luz e a direção ne turas num sentido que seja co
cessárias para os habilitar a ler trário ao ensino da Igreja cor
a Bíblia com proveito e sem per êste veio até nós desde o tem
verterem as palavras dela para de Cristo e dos seus Apóstoh
sua própria perdição. Assim, os católicos, preparad
A Igreja Católica concita seu por uma compreensão da Doutri]
povo a ler a Bíblia com espírito Cristã que recebem da Igreja, p
reverente, visto ela conter a pa dem estudar as próprias Esci
lavra de Deus revelada e o pró turas e trazer à sua Fé nova >
prio Deus nos falar através das da e vigor hauridos nas págim
suas páginas. Ela também nos inspiradas. E, com esta menta
concita a lermos as Escrituras dade, o eminente leigo católi
sob a sua guia e direção, e a não Orestes A. Brownson concitai
as entendermos de modo nenhum os católicos a irem às Escritun
24
e a estudá-las como o fizeram os ta, mais enérgica, e mais capaz
cristãos das passadas gerações. de resistir às seduções do êrro e
“Recebamos a sublime instru às tentações do vício. A nossa de
ção”, escreveu êle, “como foi di voção tornar-se-á mais ardente,
tada pelo Espírito Santo, numa mais sólida, mais duradoura, ema
linguagem mais bela e mais su nando de um fixo e inalterável
blime do que jamais se originou princípio de convicção, e não de
ou jamais poderia originar-se de um mero sentimento temporário
homens não-inspirados. A nossa ou de uma excitação emocional;
Fé aproveitará com isso; tornar- e a nossa moral conformar-se-á
se-á mais ampla, mais pura, mais a um padrão mais alto e tomar-
sublime e mais compreensiva; tor se-á capaz de maiores sacrifícios
nar-se-á mais forte, mais robus e de ações mais heroicas”.
s
e
31
^Ç?S2S?SHS25iSÍS2S2S2S2S2S25ES2S2S2S32S?5?W5?5c52S2S252S2S2S2
S i j a eótaó teqtaó
guando /e t a Íilb/ía
^ £|5?52S252SES2S2SZS2S2525?52S2SaES2S2S22
Como qualquer outro li vêzes sucede, então esi
vro que tenha vindo até êle realmente envenena:
nós dos tempos antigos, a do as fontes da verda<
Bíblia deve ser interpre divina. Por isto, é <
tada segundo as regras maior importância cons
fundamentais ditadas pelo guir a verdadeira mens
senso comum. Essas re gem de Deus e ter i
gras devem ser seguidas guma garantia razoáv
para se ler a Bíblia inte de se ter a correta coi
ligentemente tanto como preensão da mensagem c
para estudá-la cientifica- vina.
mente. Devemos, antes de tuc
O que todo leitor sincero da Bí estar certos de obter o corre
blia procura é a mensagem que significado das palavras indh
Deus deseja comunicar à huma duais. E* óbvio que, a menos q
nidade. Na verdade, é imperati entendamos o significado de ca<
vo que o leitor aprenda correta palavra separada, não podem
mente a mensagem revelada por esperar obter o sentido da se
Deus; do contrário estar-se-á ilu tença formada por essas palavr*
dindo a si mesmo em pensar que Ilustremos a regra por uma p
tem a mensagem divina. Isto oca lavra aparentemente simples: j
sionará agir êle sob a noção equi Ela é de mui frequente ocorre
vocada de estar apoiado pela au cia, especialmente nos escritos
toridade divina, quando não tem S. Paulo. Diz êle, por exempl
nada senão a sua própria auto "Concluímos que o homem é ju
ridade falível, que entendeu mal tificado pela fé sem as obras <
e lastimàvelmente frustrou a men lei” (Rom 3, 28). Que é que
sagem que Deus procurou comu quer aí dizer? A resposta é \
nicar. E não infreqiientemente talmente importante, porque de
sucede bradar êle e correr à im depende a santificação e salvaçi
prensa para proclamar o que pen do homem. “A fé”, dizem algun
sa ser a mensagem divina, quan "é a experiência emocional <
do isso é somente o seu falível aceitar Jesus como meu Salv;
modo de ver daquilo que a pa dor pessoal, e de gozar a cons
lavra inspirada significa. Se su quente segurança de que pelos m
cede estar enganado, como tantas ritos dêle eu sou redimido, salv
32
[estinado a uma eternidade de Isto, por certo, é absurdo. Toda
elicidade no céu”. “Fé”, segundo via esta posição tem sido tomada
utros, “é a minha convicção in- por alguns leitores de S. Paulo.
electual de que Jesus é verda- Voltando à passagem supraci
leiro Deus e verdadeiro homem, tada, de Rom 3, 28, — achamos
le que é meu Senhor, e de que menção de obras da lei. O sen
i sua palavra é definitiva e deve tido da passagem só pode ser
er incondicionalmente aceita. De- apreendido se estiver claro o que
ro ser sujeito a êle. Devo dedi- se entende por atos da lei. Serão
ar-me a êle sem reserva, e con- atos prescritos pela lei de Moi
iiderar meu mais sagrado dever sés? E, se o são, entender-se-ão
icertar com a vontade dêle, meu todos êles, ou só alguns? Quer
Senhor, e executá-la tão exata e isso dizer simplesmente a cir
>rontamente quanto o permitir a cuncisão e outras práticas ceri
ragilidade humana”. Há uma moniais prescritas pela Lei Mo
rasta diferença nestes dois con- saica? Aqui estão questões de
:eitos de fé. Qual é o de S. grande importância, até mesmo
Paulo? Não propomos discutir de importância eternamente de
iqui a matéria, mas simplesmen- cisiva. Elas exigem uma resposta
e. assinalar que matérias de vi- certa.
al importância, para cada um O nexo das palavras, na sen
jessoalmente, pendem da defini- tença, uma com a outra, deve ser
:ão que aceitarmos ou da com- determinado. Podemos acertar com
Dreensão que tivermos de fé. o que é o sujeito, com o qu€
é o predicado, com o que são os
Que é a «Fé»? modificadores de cada um, e as
Em Rom 14, 23, lemos: “Aque sim por diante. Isto, por certo,
le que duvida, se comer, está con- é feito pelos tradutores, mas às
:enado, porque não obra segun- vêzes há lugar para discordân
:o a fé; pois tudo o que não é cia quanto ao modo como êles
segundo a fé é pecado”. Deveria constroem as partes de uma sen
ser óbvio que é extremamente di tença. Também devemos deter
fícil para a média dos leitores minar se o verbo é indicativo ou
acar desta passagem o verdadei- imperativo. Em grego, as duas
o sentido, ou mesmo entender formas às vêzes são idênticas.
srretamente a palavra fé. Al- Aqui está um exemplo: João, 6,
suns leitores têm tirado estra
nhas conclusões da última par- 39 reza na Versão “King James”:
3 dêsse versículo. Têm concluí- Perscrutai as Escrituras. Porém
lo que todo ato do indivíduo sem todas as versões modernas dispo
% é pecaminoso, tais como, por níveis ao escritor no momento
scemplo, o afeto natural que uma traduzem: Vós perscrutais os Es
aãe tem a seu filho, ou os atos crituras (Versão-Modêlo Revista,
^iridosos de um homem natural- 1946); Vós estudais a fundo as
■ente dotado de bom coração. Escrituras (Goodspeed). Assim
33
também muitas outras versões tr in a ... para que, assim fazen
modernas. do, estivessem seguros da vida
Eis aqui o que um moderno eterna. Nosso Senhor não deu ta l
comentador não-católico tem a di ordem ou segurança.
zer sobre essas palavras: “Je Deve ser levado em considera
sus aqui não está exortando os ção o contexto. Por “contexto”
Judeus; está argumentando com entende-se a conexão da afirm a
êles, e censurando-os pela sua ção com aquilo que vem antes
obstinada rejeição d’Ê le... e com aquilo que a segue. As con
“Era um dizer rabínico que clusões mais ridículas podem s e r
“aquêle que adquiriu as pala deduzidas das Escrituras se a s
vras da Lei adquiriu a vida eter passagens forem extraídas sem
na”; e é a esta espécie de supers referência ao seu quadro. Ju d a s
tição que se referem as palavras “foi e enforcou-se” (Mt 27, 5 ) .
“Vós investigais as Escrituras, “Vai e faze assim também” (L c
porque nelas pensais ter a vida 10, 37). Òbviamente tal uso d a
eterna”. . . Em sentenças cate Escritura é estúpido; todavia, h a
góricas, dokein (pensar), em verá algo mais absurdo do que
João, indica uma opinião enga as citações cortadas do seu con
nada ou inexata; húmeis dokeite texto que são feitas para enca
significa “pensais erradamente”. recer alguma teoria ou condenar
algum ponto de vista?
Por que perscrutar as Escrituras? O exemplo precedente é absur
“Não é possível tratar ereunate do, porém casos semelhantes, não
(vós investigais) como um impe menos absurdos, podem ser acha
rativo, e fazer justiça a essas dos em publicações largamente
considerações. Por que haveriam difundidas. Lê-se: “S. João no
os judeus de ser mandados pers Apocalipse pinta a falsa Igreja
crutar as Escrituras por susten (Católica Romana) como uma
tarem uma opinião errada a res mulher perdida “vestida de púr
peito da sua própria santidade? pura e escarlate, e enfeitada com
A leitura delas pela maneira for ouro e pedras preciosas e corc
mal dos Rabis não traria consigo jóias, chamada Babilónia a gran
a posse da vida e te rn a ...” (Ar de”. . . governada por um ho
cebispo Bernard [Anglicano] no mem de mistério, o anticristo. . . *
Comentário Crítico Internacional). Quem quer que leia inteligente
Freqiientemente, entretanto, es mente o contexto dessa passageim
sas palavras são interpretadas no Apocalipse não pode deixar dtj
pelos advogados das Escrituras concordar com os mais destaca
como a única regra de fé e como dos comentadores não-católicos
o meio plenamente suficiente de em que essa descrição se aplici,
salvação, como prova conclusiva ao antigo Império Romano que:
de haver Cristo mandado todos perseguia os cristãos, e a todo?
os cristãos lerem as Escrituras os similares governos persegui
como a única fonte da sua dou dores. Os que estiverem interes
34
sados nisso podem consultar des está em oposição direta à pala
tacados comentadores não-católi- vra escrita de Deus quando não
cos do Apocalipse. só não insiste em que seus bis
pos sejam homens casados, como
Mais confusão também quando, pelo contrário,
Eis aqui outro exemplo de ar insiste em que êles sejam celiba
rancar uma passagem do seu tários. Um comentador não-cató
contexto e lc-la em sentido con lico que segue as regras da inter
trário à intenção do autor. Mar pretação diz-nos o que S. Paulo
cos 7, 9: “Rejeitais completamen realmente quis dizer: “A frase
te os mandamentos de Deus, para poderia implicar que um bispo
poderdes guardar a vossa própria deva ser um homem casado. . .
tradição”. Todo leitor razoável mas tal requisito dificilmente
pode prontamente inferir dos ver seria coerente com o ensino de
sículos adjacentes dêsse capítulo Nosso Senhor (Mt 19, 12) e de
que Jesus disse essas palavras a S. Paulo (1 Cor 7, 7-8); por isto,
respeito dos fariseus. Porém cer o escritor só está cogitando do
tos leitores levianos da Bíblia verdadeiro caráter de um bispo
procuram aplicar essa referência se êle é casado; como no versí
à Igreja Católica, por haver a culo 4 êle só trata da relação aos
Igreja Católica retido sempre, filhos dêle se êle tem filhos”.
através dos séculos, uma viva Não só os versículos imediata
consciência de tudo o que Cris mente adjacentes, mas também (
to ensinou, e porque a Igreja in contexto remoto devem ser toma
siste em chamar a essa viva cons- dos ém consideração para deter
1ciência “tradição divina”, embora minar a mensagem divina. Por
1ela não apareça na Bíblia. Como isso entendemos que o conteúdo
a tradição divina ensinada pela inteiro da mensagem da verdade
Igreja Católica é somente aquilo revelada, como apresentada nas
que o próprio Cristo ensinou, òb- páginas da Bíblia, deve ser le
viamente néscio é sugerir que vado em consideração para se
| Cristo haja condenado tal ensino. chegar a uma correta compreen
■ são da mensagem e ao seu
| Outro êrro significado.
l Agora tomemos outro exemplo. Deus é um bom mestre, e adap
Ao escrever a Timóteo estipulan tou a sua mensagem à fase de
do as qualificações dos bispos, S. desenvolvimento intelectual e de
Paulo diz que o bispo deve ser ir progresso moral do seu povo. E
repreensível, marido de uma só foi por isto que não preferiu, nos
mulher (1 Tim 3, 2). Alguns lei tempos do Antigo Testamento,
to re s da Bíblia, menosprezando fazer qualquer revelação clara e
o fato de S. Paulo, noutros lu explícita acêrca das condições dos
gares, aconselhar o celibato, ime espíritos saídos dêste mundo.
diatamente saltam para a con Realmente, há ali passagens que
clusão de que a Igreja Católica poderiam fàcilmente induzir o lei
35
tor bisonho à falsa conclusão de abusos e erros particulares cc
haverem alguns escritores do An tra os quais as palavras de i
tigo Testamento sustentado que sus foram dirigidas.
o destino do homem depois da
morte era uma completa cessação Há 19 séculos
do ser, uma redução ao nada, o Outra consideração coadjuva
aniquilamento da natureza total te é a interpretação dada às ]
do homem na morte. Mas, se es lavras do Senhor por aquêles ç
sas passagens forem lidas à luz mais de perto estiveram assoe
de outras mensagens do Antigo dos a êle, e que portanto es
Testamento, ver-se-á que havia na vam em excelente posição pa
mente dos Israelitas uma convic compreender o pleno significa
ção definida de que o espírito do delas. O fato de 1.900 anos í
homem sobrevivia à morte do cor separarem da estada de Cri
po. Com o progredir do tempo, na terra coloca-nos numa gn
essas noções sôbre a vida após a de desvantagem.
morte, a princípio muito vagas, Um só exemplo ilustrará ê
pouco a pouco se tornaram mais princípio. Jesus disse: “A n
explícitas. guém chameis vosso pai na ten
Finalmente, no Nôvo Testa pois um só é vòsso Pai, aqu
mento é claramente afirmado não que está nos céus” (Mt 23, !
somente que há sobrevivência do Estas palavras foram ditas
espírito do homem após a morte, referência às práticas dos fa
mas também que essa sobrevivên seus, que gostavam dos títulos
cia será feliz e infindável para tissonantes, cobiçavam-nos àvi<
os bons, e desgraçada e intérmi mente, e com louca vaidade
na para os deliberadamente maus. deleitavam em ser chamados c
Ademais, é tornado claro que, no êles. Se podemos julgar por
fim dos tempos, os corpos dos formação colhida nos escritos :
bons e dos maus ressuscitarão bínicos, Deus nosso Pai dos ci
igualmente para a vida e serão já não estava nas mentes dos
reunidos ao espírito ou à alma cribas contemporâneos de Jes
para fruírem a recompensa ou so mais do que como um Rabi g
frerem o castigo merecidos pela rificado. Dizia-se que Deus gi
alma enquanto permaneceu no tava três horas cada dia es1
corpo na terra. dando a Lei, que observava e>
Há outra espécie de contexto tamente as suas regras, que i
que não deve ser menosprezada zia votos, e que pela fiel obs<
se quisermos chegar à correta vância delas era recompensa
compreensão do ensino de Jesus. pelo grande Sinédrio celeste. F
Êste é chamado o contexto his receria, pois, que, quando êl
tórico, e quer dizer as condições procuravam e conseguiam o titi]
do tempo, a concepção mental da de Rabi (mestre) ou Pai, coni
queles a quem as palavras foram deravam-se como a fonte últir
originàriamente dirigidas, e os do seu ensino e da autorida
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legal. Deixavam de reconhecer a mesmo, senão um estado divina
sua - completa dependência d e mente autorizado que tinha as
Deus, que é só quem é a Infinita suas raízes no céu, na paterni
Sabedoria e a Infinita Ciência, e, dade de Deus e de Nosso Senhor
como tal, a única fonte original Jesus Cristo. Nesta qualidade, Pe
de tôda sabedoria e ciência hu dro era um humilde instrumento
manas. Os fariseus foram, des- nas mãos de Deus.
sarte, denunciados por Nosso Se
nhor por causa da sua arrogância Significado de «Pai»
e vaidade, e os Apóstolos e to Que essa é a coVreta compre
dos os seguidores de Jesus foram ensão das palavras de Nosso Se
advertidos de os não imitarem nhor parece claro pela prática de
nesses vícios. “A ninguém cha S. Paulo, que aceitou o título de
meis rabi, pois sois todos irmãos”. “pai”. Escreve êle aos Coríntios:
Naquele tempo a hierarquia “Embora tenhais dez mil instru
cristã ainda não fôra estabeleci tores em Cristo, não tendes mui
da; os Apóstolos ainda não ha tos pais: pois em Cristo Jesus
viam sido incumbidos de irem gerei-vos por meio do evangelho”
pelo mundo e ensinarem tôdas (1 Cor 4, 15). Noutro trecho
as nações. Os Apóstolos naquele Paulo chama a Timóteo seu fi
tempo ainda eram dados a ques lho (1 Tim 1, 2). Se Timóteo
tionar entre si quanto a quem era é filho de Paulo, então Paulo é
o maior, e a perguntar se lhes pai dêle em algum sentido. S.
seriam concedidos os primeiros Paulo gerou os Coríntios, é p:
assentos no reino do Mestre, dêles em algum sentido, porqua
i quando êle fôsse estabelecido. Os to precisamente o ato de gen
i Apóstolos precisavam dessa ad é que toma alguém pai. Pauli
vertência, porém ela não exclui não atribuiu essa paternidade aoi
a subseqiiente designação de um seus próprios esforços. Torna per
i dêles como o Apóstolo-chefe, que, feitamente clara a sua concepção
■ subordinado a Jesus, fôsse chefe do seu papel como pai. “Fale o
i e guia dos outros. homem de nós como de ministros
De fato, o Mestre predisse que de Cristo e dispensadores dos mis
■ Pedro deveria fortalecer a fé de térios de Deus” (1 Cor 4, 1).
- seus irmãos (Lc 22, 32), e de- “Eu plantei, Apoio regou, mas
- signou-o como o pastor para ve- foi Deus quem deu o crescimento”
- lar pelo rebanho do Mestre na (1 Cor 3, 6). Paulo considera-se
- terra, os seus cordeiros e as suas meramente um instrumento de
■ ovelhas (Jo 21, 15-16). Assim Deus; a vida espiritual e o seu
- Pedro veio a ser o representan incremento são obra do próprio
te terreno, o vigário do Bom Pas Deus. Se Paulo houvesse atribuí
tor Jesus Cristo, e portanto um do isso a si mesmo e aos seus
pai para o rebanho. Isto não que esforços exclusivos e àquilo que
ria dizer um “pai na terra” cuja êle mesmo havia pessoalmente
" paternidade se originasse dêle concedido aos Coríntios e a Timó
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teo, então estaria violando o es mano e animal. Deve, pois, aí
pírito da proibição do Senhor de sentido ser figurado.
se chamar a alguém na terra Quando a interpretação fi&
“Pai”. rada resultar em contra-senso
Outra indicação de que não é absurdo ou contradição, o sen
absoluta a proibição do Senhor do deve ser literal. Por exemp
de chamar a alguém "pai” na ter quando Nosso Senhor nos dii
ra é o fato de êle nos dizer: que devemos comer a sua cai
"Honra teu pai e tua mãe” (Mc e beber o seu sangue (Jo 6), de
10, 19). ter pretendido ser literalmei
compreendido, porquanto a fif
O que o Senhor teve em mira ra de linguagem “comer a a
quando fêz o reparo em questão ne de alguém” em uso bíbl
foi isto: "Não andeis atrás de quer dizer caluniar, devorar a
títulos vãos e altissonantes, nem putação de um homem por f
façais praça dêles ostensivamen sidade. Pedir Jesus tal coisa
te”. Mas a mentalidade semítica um absurdo. Entretanto, não
nunca estava satisfeita com uma ria absurdo beber vinho que
afirmação abstrata dessa espécie, presente o sangue de Cristo
e por isto tornou-a concreta o simbolize, e muitos pensam ç
isando os próprios títulos que os tal foi o sentido pretendido p
ariseus em vão procuravam e Mestre. Mas, se assim é, enl
kstadeavam com ostentação. outra dificuldade se nos depa
A linguagem na Bíblia deve Metáfora tal nunca é achada
ser entendida literalmente, exceto Bíblia; ela era desconhecida
onde a interpretação literal re auditório a que Jesus se esta
dunda num absurdo. Uma regra dirigindo. Por que haveria Nos
geral a seguir para determinar Senhor de usar linguagem fig
se a linguagem é figurada ou li rada para veicular verdade t
teral é esta: sempre que a inter tremendamente importante, quí
pretação literal resultar em óbvio do tal linguagem não seria ent*
contra-senso, incongruência ou dida, e seria mesmo extremam*
falsidade, o sentido figurado de te repulsiva para os seus ouvi
ve ser aceito. Por exemplo, quan tes judeus? Os judeus considei
do Jesus chamou rapôsa a Anti- vam um pecado até mesmo toc
pas, da família de Herodes, òbvia- o sangue, e o pensamento de t
mente o que êle quis dizer foi bê-lo teria sido abominável pa
que êsse governante tinha al êles. A conclusão forçosa pa
guns dos conhecidos característi- nós é a de que Nosso Senh
cos dêsse animal, e não que êle pretendeu que suas palavras fc
era um animal irracional dessa sem tomadas ao pé da letra.
espécie, pois é fato histórico bem Outro absurdo resulta da e
estabelecido que Antipas era um. plicação figurada da passagem <
ser humano. Um ser humano não João 6, concernente ao pão (
pode ser ao mesmo tempo ser hu vida. Nosso Senhor insistiu sôbí
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a necessidade de comer a s u a . m eu sangue”. Era prática de Nos
carne e de beber o seu s a n g u e , so Senhor, quando usava lingua
a despeito da revulsão do seu a u gem figurada que pudesse ser mal
ditório. E isso deve ter sido p o r entendida, abandonar a forma fi
haver êle querido ser entendido g u ra d a de linguagem e falar com
no chão e óbvio sentido das p a literalidade severamente chã. Is
lavras. Êle não teria perm itido to êle o fêz na sua conversa com
que um mal-entendido alien a sse Nicodemos (Jo 3, 1-12); com os
clêle o povo que êle viera in s tru ii” discípulos, em mais de uma oca
e salvar. Mas não retirou n e m siã o registada nos Evangelhos
explicou de outro modo n enhum a (M t 16, 6-16; Jo 11, 11-14; Jo
parte da sua afirmação. U m a 4, 32-34; Jo 8, 32-34). Em Jo 6,
simples palavra poderia ter d e s h á uma questão de vital impor
tituído as palavras de todo v e s tâ n c ia para a vida e bem-estar
tígio de rcpulsividadc. Isto só p o esp iritu al dos seus seguidores.
de significar que êle quis ser l i U s a r linguagem figurada que
teralmente entendido. pudesse dar ocasião a que os seus
Há outro absurdo se tom arm os seguidores o abandonassem, é
o sentido figurado das p alav ras processo inimaginável da parte
“comer minha carne e beber o do meigo Salvador.
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sabendo com certeza o que Nos 17), Jesus Cristo ainda fala a<
so Senhor nos tornou conhecido? mundo, e transmite a tôda a hu
A sua exigência seria desarrazoa manidade não somente a verdadi
da e incapaz de cumprimento se divina, mas também a sua autên
êle não houvesse fornecido meios tica e correta interpretação. /
de acertarmos de algum modo, no Igreja está sempre alerta parj
século vinte, clara, inequívoca e advertir contra teorias perigosa
plenamente com aquilo que êle en e falsas que estão em conflito cor
sinou aos Apóstolos e que êstes os ensinamentos morais e doutri
ensinaram a outros no século pri nários dados a conhecer à hu
meiro. Deve êle, pois, ter forne manidade pelo divino Filho d
cido os meios de chegarmos à sua Deus, Nosso Senhor Jesus Crist<
plena mensagem e à correta in A Igreja fala clara, definida
terpretação dela. Êle é bom ete concisamente. Não tergiversa ei
rnais, é sobejamente razoável, pa decisões vitais, não contemporiz
ra exigir o impossível. nem se compromete quando se trs
Neste ponto Protestantes e Ca ta da verdade de Deus revelach
tólicos separam-se e discordam fun Como o seu divino Fundador,
damentalmente. Mil e quinhentos Igreja fala “como quem tem av
anos depois do estabelecimento da toridade..” (Mt 7, 29).
Igreja Cristã, “a coluna e o funda Esta pretensão a uma autori
mento da verdade” (1 Tim 3, 15), dade divinamente conferida e fi
os Reformadores protestantes re nal em assuntos de verdade rc
jeitaram a autoridade da Igreja velada soa arrogante para mui
viva que chegara até êles atra ta gente. Se o é ou não é, ist
vés dos séculos. Substituíram-na depende dà evidência histórica o
pela autoridade da Bíblia, como Escriturária, depende das pala
cada leitor a interpreta por si vras, das intenções e promessa
mesmo. A mensagem essencial de de seu Divino Fundador. Milhõe
Cristo foi inscrita nas páginas de pessoas no correr dos século
de um livro inspirado, diziam êles, estiveram convictas, e convicta
e cada leitor que é sincero e ho estão hoje, de que a evidênci;
nesto na sua procura da verda é inteiramente satisfatória. Acei
de terá o auxílio infalível do Es tam a inflexível e infalível auto
pírito Santo para ler e compre ridade da Igreja, e, na sua fé
ender corretamente êsse livro. têm achado livramento da dúvida
Para os católicos, a Igreja é e da procura perpétua, e têm al
sempre foi “a coluna e o funda cançado uma certeza religiosa qui
mento da verdade”. Foi com a é a fonte de uma profunda pa:
Igreja que Jesus prometeu fi da alma.
car, e nela e por meio dela êle A Bíblia não pode explicar-
fala autoritária e inerràvelmente se por si mesma. Não pode pro
à humanidade. Por meio do orga testar contra a má interpreta
nismo vivo que, consoante S. Pau ção de mentes humanas falíveis,
lo, é o corpo de Cristo (Col 1, ou corrigi-la. E, como um livre
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sujeito a má interpretação, pode O Cristianismo será porventu
ser mal usado e tornado desen- ra uma religião a ser achada no
caminhador, fonte de dúvida, de livro de um autor cuja voz é
desunião e de confusão. Em tal para sempre silenciosa? Ou é
situação, quem é que pode estar uma religião de Autoridade, viva,
certo do conteúdo, do sentido e da alerta, sempre pronta a falar cla
importância da mensagem de ra e forçosamente para procla
Deus? Quem é que está certo e mar a verdade de Deus... para
quem é que está errado entre as interpretá-la e salvaguardá-la de
muitas pessoas inteligentes que ser adulterada, torcida e diluí
do mesmo texto tiram sentidos
diferentes c contraditórios? da. .. uma Autoridade que é iner-
A vinda de Cristo à terra como rável porque por meio dela Jesus
o Mestre dos homens teria sido Cristo se perpetua no mundo co
vã se êle não houvesse deixado mo o Mestre inerrável do seu
nenhum meio de os homens sabe amado povo?
rem o que òle disse e quis dizer. Na interpretação de quem crerá
Mas, no seu amo..- â humanida o leitor? A interpretação de quem
de, Cristo forneceu «s meios pelos seguirá? Com o seu destino eter
quais podemos sm .-•r e compre no em risco, é terrivelmente im
ender o seu ensiim. Deixou para portante para decidir — e de
nós uma I r reja conte divina cidir direito.
mente protegida Cnro e espe-
cificamente incumi.-Ida de falar Investigue! Procure honesta, in
com autoridade, quando outras teligente, piedosamente, e achará
vozes só falam com confusão. a verdade.
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Mas você compreende realmente a Bíbliaf
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