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RENATO ALMEIDA
• DO AUTOR
P~yrltologin .Biosilelrll.
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RIO DE JANEIRO
F. BRIOUJE1 & CO \P. , EDITORE
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GRAÇA ARANHA
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UF E~1
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•
INTRODUC
A SYMPHONIA DA TERRA
•
•
•
•
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• •
INTRODUCÇÃO
•
A SYMPHONIA DA TERRA
• •
MUNDO em torno
é todo elle uma al-
legoria. Ao meio
da luz, rebrilham e
fulguram as coisa ,
tocada de oiro.J
•
como num tncen-
dio cintillante e
m'aravillioso: 'A côr cria e transfigura, no
reflexos cambiantes e ubti .. , entr o ton
intensos e os tnôtivo suave . . , numa ur-
preendente har-nlonia. O e a,
• ficou o
c6r doirada,
\)iJhosa. Co
MusiCA BRASILEIRA
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HrsrORIA DA
HtsToRrA DA MusrcA BRASB.I!JRA
statua idéal, que renascer'
de plasmar a e
_,_ genio com e sa e,
ao sopro uu ' d
. t Jucida. Ouçam as vozes a
vtva e rans
. remos 0 rythmo de nossa rte,
terra e crta . ,
e immortal. As ertxertaas so pro-
pro f und a f .
duzem monstros. aibfDos a er de to-
dos los toques do concerto natural um mo-
tivo de arte e criaremos o nosso múndo s
noro. Qu à lição que tive de apren-
der não nos tolde a frescura aa voz, não
nos encàdeie em preconceitos, não nos
escureça os olhos! E preciso sentir o con-
tacto brutal com o universo para
a marca ·de sua força indomavel, que a
arte transfigura sem apoucar. Sejamos 9s
artistas --commovidos do nosso haoitat ma-
ravilhoso, onde cada espírito deve ser li- •
A MUSICA POPULAR
A MUSICA POPULAR
CANTO popular,
em sua rudeza e
ingenuidade, é um
motivo pernranente
•
de emoção, em que
o homem primitivo
traduz em face da
-.'
.
•
natureza o an eio
de seu espirito, alegre ou nostalgico,
de extase ou · de temor. Nos velhos pov......
• pod.e mos deparar nessa origent mysterio-
sa a fonte de monumento! eterno", q
HtSTORIA DA MUSICA BRASILEIRA
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36 Ht TORI D MUSIC BR ILEJRA •
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HJSTORI. D M IC BR SILEIRA
HISTORIA DA
D MUSICA BR IL!IR
passos, para lhe tirar o cunho obscuro. um jongo ou uma congada, affectando 0
Primiti,·amente, era uma dansa de patul€a, proprio rythmo, não exclue a origem com-
com uma musica. em compasso similhante . , .
mum, negra, CUJa pureza nos Ja a per-
,
ao da polka, mas ~de r)rlhrnos muito (~.u~en demos talvez, mas sentimos de modo claro
tes e extranha lubricidade, mais acoe·n tua- e evidente. Queremos dizer que, na nossa
da pelos maneios dos pares. Depois que musica popular, é facil distinguir as ori-
se civilizou por assim dizer, tornou-se gens r)rthmicas, embora não se conservem
uma dansa commum, quanto aos passes, exactas as essenciaes. Um mundo de in-
mas guardou a musica e m~esmo calor e •
fluencias e interferencías o cltma, o
sensualidade. A sua base é afri~ana, mas c a .~ e amen o a e sangue, o cultivo e as
na adaptação ficou menos rude no lan- condições de vida d~e logar a logar, tudo
gor das suas linhas curvas. É a dansa es- isso, que a arte popular reflecte, refl'an-
sencialmente brasileira. (t) gend~o no prismà âe suas intenções, fez
O ryilimo sicopado dos africanos, com que os cantares fossem variando dia
caracteristico e inconfundivel, ora mais por ~dia , contornando-se, modifican ~o-se,
diluido em outros rythmos, ou abranda- mas sem perder o caracter basico e defi-
do pela adaptação, apparece sob fórmas nitivo do rythmo. As extranhas analogias
multiplas e diversas, através de uma "in- ' e as curiosas similhanças dessas fórtna ,
en tradas pelos raros colleccionadore.:
finidade de variantes, caracteristica~ aliás
de ·· osso folk-lore musical, revelam os
de folk-lore. A differença que vae, por
dois grandés troncos de toda o rythmo
ex~mplo, entre um batuque, um samba,
tbrasileiro: o negro e o português. elles
outros enxertos se fizeram, como o espa-
. (1)O maxixe é tambem uma expressão gene· nhol e o itali.ano e, ao seu lado, 11111 ter-
nca das dansas populares brasileiras.
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HISTORIA DA MUSICA
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A MlJSIC:A BRASILEIRA
C:()MEÇCJ OCJ SECULO XIX
VINDA de D. João VI
para o Brasil foi
tuna predestinaçJo
na nossa historia.
Traf'splantada pa-
ra a colooia ame-
ricana a côrte bra-
gantina, nio s6
, abriu uma época de florescimento, bem
como apressou o movimento da indepea-
dencia. Desde a Carta Régia de 28 de
neiro de 1806, seis depois da
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72 Hrs 1ORlA nA MusrcA HRASH r«A
l1rs rORlA UA MustcA BRASIL!IRA 73
im)aginação tropical. Como seu tnestre, cuja protccç:ao a Jo~~ J \ru1ricio f i a pro-
talvez por causa de1le, soffreu a guerri- va 111 a i s caba I c in cer :1 , 'nu i to f '/ p Ia
cu Itu r a anusical do lira, i I. Logo que ou\ iu
lha de Marcos Portuaa1, quando musico
os negros do ( ..-<>nser\ atorio d
Cap.ella Real, que o 1111aestro portu-
dirigia, e a quem succedeu mais tar- ( 1) C.. omo e abt, 30 fam da \a da, Portupl
Deixou varias composições, inclusive 'urou José Maurldo, qut fraternalmftlte o
Te-Deum e Hymno da /ndependen· nurna bondo a recondllaçlo.
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JC&Ifl:lVQ, f:Jic· •JJ( fii'J't•~~QII (t ltJJ)ll() f'ur ..
tugttJ tlt· t*AJIIIJIOJ' ()IH'III, qu(· ftJJ''"Il' fo1tll·
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cuja t1J>c•rtur·tt ((,j ,~X('( n1nclu (UI f )til i , f'lll I( j Jt( 'MAN II',MC, NA Mt JSIC A
J832, tl)S{UII~ hyJtJIHJH, IUIJ Í(•fJ IH'I'Il (• liltA~II.J IHA
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,O ROMANTISMO NA MUSICA
BRASILEIRA
trophia do eu e
a um devaneio da
personalidade,
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quando veiu da Europa para o Brasil, por
volta de 1830, já encontrou no brasileiro
um romantico feito. Em regra, somo de
um individualistrJO e altado e fremente,
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HISTORJA DA _M .USICA BRASILEIRA HISTORI.a\ DA MUSICA
86
À cisava, pois, ir buscar alhures o que llie f.. gente. Tirando das selvas brasileira
poderia dar o paiz. No ambiente do ·Bra- guns motivos quentes, que
sil, teria encontrado todas as forças para seus trabalhos, tem por vezes, Ullta
sua criação, independente dos mOdelos pressão forte, de mocidade e audada.
extrangeiros. Nem ·oonçalves Dias, nem Prejudicou-o, porém a escola de
José de Alencar delles precizaram1 e fize- italiana, fazendo-o desprezar as vo da
ram obras definitivas. A expressão bra- terra, ott comprimil-as nos modelos da
sileira de então, que bastára á poesia e <<arte», sacrificando a intenção á fórana.
ao romance, não desmereceria a musica, ~ A preoccupação de um genero em
antes pelimittiria uma força nova, inedita, arte é um preconceito infecundo e pertur-
do maior fulgor. Temos que conquistar o bador onde,. não raro se prendem os màis
rythmo brasileiro, como conquistam·os a
terra, numa tragedia estupenda e conti- desejo incontido, ansia que procura ex-
"-. nuada. Carlos Gomes, ao revés desse es- pressão na propiia vida, acima de todas
forço, acceitou tranquillo as indicações as contingencias, na sua idealidade a~
extranhas, esquecendo-se de que o trai- luta. Os entraves de genero, como as h-
iam. No Guarany, pretendeu criar o ·in- mitações de fórma, são graves emba~~ÇO&,
• • á livre communicação entre os esptn
tan1smo na musica, á guisa do Alencar e
Gonçalves Dias, despertando a terra, na nesse vago m~sterioso, em que a arte __os
evocação do autóchtone 1 assim tornado, enlaça e os domina. Ahi tud~ é. emoçao,
~mbora em falso, ·a symbolo da nossa exaltando a existencia e permttttndo eu-
til-a em toda a plenitude de força, de
~ belleza, de inten idad . Car
Alencar, dizendo que affirmou a independenda in- •
tellectual do Brasil.
por e emplo
Ht.. T< Rl.\ D Ml IC & LEnt
dio da do'J branco na OIJera elJa e zLlla forza itzdolrzitLl. Ciel di Parahybll t
J. ~a. Esse fundo falso perdura na obra de alvador Rosa (1 7-l), d tn'ptr, ' 3 )
Carlos Gomes, onde a fórma é o en- factura italiana , qu Ih~ Y31 u ,;!ran
~a~e constante. Ás vezes, o espírito bra- succe o na ltalia t rnou-" t- P pu-
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stletro se rebella contra humilhação e ir- lar omo a.. tim d . . d
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100 HISTORIA DA MUSICA BRASILEIRA HISTORIA DA MUSICA BRASIL!IItA 101
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uninao-se a~o ryth~mo uJúversal, cott1o m:ou de schumann"ianoJ. _tal . a infh•eaâa ., e
f. attcstam a sua Série Brasileira, para O!,· " do grande m.usico de Zwickau. A serie
chestra; as Variações sobre Ul1l 1"'/zenz'a -
Schumltlnnlana, para piano, é de urna poe-
'Brasileiro e o 7~ango Brasileiro} tratad~·o~s~=-= sia interior-Jfrõfunda, em que o coração
corn emoção sincera e ar~dentc, con1o u111á é o maior ádivinno da vida. Ama as coi-
interJJretação pessoal da aJn1a i11genua do sas silenciosam'ente, mas com uma tor-
povo. Na Série Brasileira ( fJreludio; Dan- tura do infinit·o, que é ansia e nostalgia ...
sa /~ustica canção 7~riste; Á beirtt d~o~==~ Sua •musica, onde, por vezes, perpassa
regato e Sa11Zúa), sobretudo 11a u1tin1a. tambem um.·a certa ·influencia de Beetho-
•
parte, o n1otivo J10JJular surge con1 un1a ven, quer a simphonica, quer a de piano e
adn1iravel côr local, ref]cctindo essa dan- cam·e ra, é feita com grande frescura e
sa rneio barbara dos africanos, con1' seus sinceridade, «Une musique d'aveu , pode-
ruidos, bizarria-s e IJatuques. O 1"'a1zgo é riamos d.izer sem exagero . D roman.tismo
deJicioso de frescura e graça; as varia~ções não era un1 desespero, ante buscava, por
em torno do nosso pOJJUlarissinlo V e1n. cá sobre o fundo pertinaz de melancolia, as
biití ... , feitas nun1a hora de saudade, quan- nota~ rutilas e brilhante , a orchestraçõe
. , .
do o artista estava distante' Cla Patri,a, são subtis e esmeradas, os color•do vartos e
ungidas de intensa nostalgia, num estilo empol,gantes.
colorido e sensivel. A'pesar de ser toda ella de iniciação,
Era Alexandre Levy umJ romantico essa musica, compo. ta com me tria e
apaixonado, que olhava o mun~do: oom me- fit1meza technica, ficará em no s~ arte
lancolia e cuja juventude viera nim,b ada como um sonho maravilho o. Ma• uma
por um véo de tristeza, participando da- Xvez o artista teve a sort da illu io.
A
~ lho c fulgor, mas sem, forças para cri· , que nos cerca, n·a s energias de nosso es-
pírito, esse genio que nos permittirá criar
, . d - f.
curopco e aan a nao Jzcm;os urn·a civili-o a 'm1usica brasileira, como um môtivo ma-
zação brasileira, cujos indices se distin- .)( ravilhoso . de esthe.tica .uni~ersal. O neces-
gam com precisão. No entretanto, ha u1na sari.o é buscar a tnsptraçao em sua fon-
ansia inquieta de liberdade. As forças que te pura, beber a agua que cáe da pedra,
deverão reagir contra a oppressã·o das es- dirccta·m!ente; sentir a terra com~ a alma
livre de todos os preconceitos e não pro-
colas e do espirito estrangeir.o e criar 0
curar ver a paisagcrn1 brasileira enfeixa-
rythm~o brasileiro, parece que despertan1
da na natureza européa. Temos que . . cr
flUjantes e admiraveis. Acreditem·OS nel- hum1a110S antes ele tudo, querc1nos dizer,
las! • J)Ossuir o espectaculo das coisas oon1o nos
x Não exaltam1o.s arte regional, fique deslu~mllJra e não defornl'al-o por u1n pre-
bem claro nesta época de nacionalistnos conceito esteril. Sendo brasileiro , ficare-
ardentes, observamos,, apenas, que não miOs por 'força u111versaes, desde que eja:
temos uma expressão caracteristicamen- t3J111os ca))azes de criar por nó n1c Ino'" .. o
te brasileira, na mlus·ica, coan~o a a1lemã, as i·nl'itaçõcs passan11••• 'A no a ntu 1ca
a francesa, a espanhola, ou a russa, seu1 ainda está adorn11ccida, crá pr i o de -
/.. que isso as torne meJ1os universaes. A pertal-a c ouvir o seu canto d liberdade.
musica nacional é uma flôr de cultura,
que reflecte, em· geral, nos s}ftm~bolos, e • • •
sobretudo na factura, as "fórm:as alheias, •
e plodiu
nha insidiosa, 6 a custo ven-
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HISTfJRIA nA MUIICA
HISTORIA DA MUIICA
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DA MUSI~A BRASD.EIRA
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seu sarcasmo irreverente e di- ria longa a
de originalidade erosa vagantes ou
e burlesca ás vezes emocionante, atra- ra encontrar
emoção
aquelle jogo da «arte que zom:ba da .pro- nliuma outra
pria arie». f Darius Milhaud, é Arthur tem havido
· , cujo engenho fonn!davel se parte,
realiza n~ ·musica erosa, forte e a ·nmteria
simples; é Arnold Schoenberg, Karol Szy- nia. Desse tran
manowsk, Casella, B·artok, Malipiero; chega a preconizar
Respigbi, Falia, Roussel, Poulenc; Au- a arte dos ru~res, pela
rie, Séverac e tantos e tantos que, num mtultanea 'de ruídos segun
de exxaltação e de crença, · (lo artista, ha-de surgir
•
a arte~ como o pensamento•
•
rente para os homen
O necessario é sentir a vida moder- inquietação, cuja toa t1ara é
na na sua intensidade real. O mo- artistas.
tivo, pouco importa: Honegger, escre- Um <los g.rand
•endo 'P. ic 231, que é um poema sam- ~os moderno é a j
phonico para glorificar 111na das mais al· seu valor ab lu
tas •
do engenho coatempora· essencaa,
que é a locomotiva, é tio moderno siof
reaurgindo no oratorio e fazendo o
primu da
'
r.
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11]11
F i i qtt 11r. r 1l
par os o . i dmir v lnl nre '"te . . ub ...- ~I II
lor do m int i n
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HISTORIA D
H rORr o~ Mu JCA BRA JLFJRA
160
leis e fazendo .rmisica de uma suggestão que saciedade da vida que não foi
infinita, seguindo wr~ sJ·slema, é certo, ou o desencanto da imaginação, domina
mas pessoàl e independente. Com um for- a musica de Glauco ·velasquez, numa ele-
te tentpera nto artistico, accentuados gia constante, onde o tumulto dos senti-
pendores para a pintura e a escultura, tos se niove em ·to1·tura insana de de-
11111a sensibilidade requintada, Glauco Vé- sejos negados, de ansias · de
lasquez desen,~oJve a sua musica entre amor impossivel. Ha accentuad W.. :UI I
o symbolismo
. . e o impressionismo, em
metas-tmagens, que se cornp Ietam• em nos-
(1) Admiradores e amigos de Olauco fuada.
so es~irito,_ graças á sua intensa e.moçao. ram, apoz o seu falledmento, uma sociedade, pua
ReatctOnano e livre, servindo-se de ele- divulgar a obra, tendo organlsado la-
tnentos _proprios, com umt cromatismo rico teressantissimos. Tenaos in tido em obRr do
a pubUcaçio de QU obra que •
e novos, Glauco nos deixou sigaificativo na arte
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" '' , as dissonancias, o colorido vio-
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'd o o que nelle ha-de humano.
lento e ca · , a imagetica fecunda, artista é sempre um
a ironia .. e sardonica, um accento do, pelo milagre da ,a
elegiaoo que1apparece sempre sob tmU fór- transfigurada. A sua ica
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' accentua111 os caracteristicos da alma
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tt18r de brasileira, porque nel
·teira, que frem~e nessa musica de ca o a·rntbiente em; que e
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VI
A CULTURA .MUSICAL NO
BRASIL
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ou punh dom·inando o 1.
Alvaro Lobo ou
gam 111y!ktlos , r r pr ntar n IIUt
"""'rlr.os, nqua d nava a ficado c I br o Mysterio de /1
lflo, até que, no sec. 111, corneçaram Anchieta vu ca t lhano
a Introduzir nelles um pouco de 1 n· j oão da unha rt u para o
' d lnado qu autor • ntado comi o
proibi a ind ,
larej oad ao ons
.o (tosa, vibrant p
.q pio~. silvos
m d scripção qu d 11
de M -I lo: «O~y Urlo
ma s cro.
burl J
194 HrsTORIA DA MustcA BRASILEIRA HISTORIA DA MUSICA
personagens inuteis, como esses impera- que tangertt frautas, violas, cravo, e
dare romanos, dos qaes não de\'iam sa- ciam missas em canto de ,
ber muito os nossos indigenas... Outros que os paes estimam muito.» Isso na
autos tiveram wande exito e citam-se segunda metade do seculo XVI. Criavam
ainda o de Santa :_."rsula, de : nchieta o ,J entre nós a mtusica instltiiJJental e
das Onze Mil Virgens, o Dialogo Pas- para as cerimonias religiosas e é sabido
toril, o Dialogo de Ave Maria, do padre que os indios com extrettta facilidade
Ah·aro Lobo, o Martyrio de S. Sebastião,
aprendiam musica e eram excellentes exe-
o Rico Avarento e muitos outros.
cutores, cantando afinados e com r}ihmo
A musica no seculo XVI, com a Re-
seguro. Jean de Lery refere o entusiasOlQ
forma, estava em plena floração e os
que lhe qausou uma especie de sabbat
choraes se oppunham á monodia do canto-
de indigena, em( que os viu, em numero
chão. Por outro lado entrava nas festas
galantes, c.om as dansas, os . ·tati vos de seiscentos, a tocar, cantar e dansar
•
perfeita a.
e yslerlos_ então voga. Além disso,
Ao • .
~nha facilitar-lhe a divulp-
: . ...... .
a
çio, 0 a reproducção dos orl- desenvolvia nas el as,
O 81 asil nasceu 001111 a · extaticos, ha ia na
•
do que nos
influencia do padre jesuíta foi in- da musica popular -I;
.. o sa cu ra a "O
-- icã~ bre oi -tiliza
'»
ou outro arti t . qu - o t ~
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--e""" -o .. II""'P'Te o e o- -
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DA M'ullcA
e os be
brar um a violencia, tornando mai
Jaaauida a melodia, nto ~11ais i-
ao 110110 nto, ha ma-
prodigiosa, pela riqueza ry- o
e pela variedade de timbre.. Ao
rcv& da modinha, que no salão se desviou
I . 11
da sua natural simplicidad , o
batlaqaae e o dos africanos nunca
o contacto com o povo e, na
, nio os co am arti fiei os.
Por fim, quanto aos cantos espa-
' os fandangos e as tyrannas, não
· deixar gran(fes traços, mas,
aioda ahim, foi accentuada a sua ínflu·
significa iaso que sobre taes pricho f n
tos nlo se venha ainda a f as A
altaa COII&trucçôes de íca brasi· do lo XV ,
VOI a escolas
• te transfoa'lDem em valores no-
e differentea. do, por lo,
""• 1 . dO seu abundante foi/e-
, nlo le n . i ' f
I .• , . '
20() lirsTORIA DA MUSICA BRASILEIRA
HtSTORIA DA .MU!ICA
·mm(' ·i~ r)ara (J drfminírJ ,Ja ((,r{,á. f'(JI tt( J , ()(,; irmãr~ MartfJt t San1at,
t..~". íã lJ da ch ·f~ada d r, I ·i ar' I íc) J · J'('rt u~~~J c('' pt-tz~·rarr ·~r,r · arn. nte ,,.
j&r ·iro, an ·r, (~r z ·r írJ" ·111 ça~ para · , · ; r f)V()', :1m.ar, · . (I& l .u r -~
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OS appJaUSCJS l{Cf él<!S de fCJCJCJS OS tf,IJIJ(•· :tiiJHt Vi< t,,ri:t ,. 'lu J't''J,rta f)
ccdores c txpcctadorcs,,/ <'ia r :t C~afJt•IJ:t I~ cai ' tJtlttJ tr J
1 Í( Ífl iu fJt•(•f(Jr ''' " 11 ' 1 ' 1' t ud 'I 1 J
Podemos cçmtar desst! conscrvatorio, ' r:t ' 11 '. ~ t,,'• ' st I''·llu d ,' C ' th dr I' CJ u I
4ue pro Juziu c·,trc os S( us discípulos ccm- c),., 1.,.f(J <lt '2lJ (]c N ,v nthr, d I
certistas de mcrito, L~ tanto contribuiu 1t ítll~ff,rfJI(JIJ t ft1 ( :tJU JJa I ' r
para a diffu'>ih Jr, ,, JSÍ'J mw.ic"tl l'ntrc
nós, o inici J da nr,ssa cultura ncs~a arh·.
I
0
ac~a' pmtc hra c (J r ''('IJie, s dt• •
fll
aqui de vaw, artí ta d {:(JJJ 1ú r r d
lo
' 1- tiOIIIll
or certo, n i .
a revolta independente agi-
os nlo havia ereni- bene '
• •
. te para uma foJ•naçlo riCIO,
e dahi o frutos rela · te tida de •
da ép . cria peri cara- c o pela
l-a, não e e cessivo accen- ·nára aquella epoca
o an eio para despertar as vozes vida. A n independ
na , atravé de elementos extranho , pela liberdade, soffria
arcandro o primeiro contacto entre a& zes da g.loria. O to
f da terra e a cultura univer- nilo cada vez
1. encontro resultou a figura de feito do Ypira
· · , o que vale pela affi •
]oven
•
força incoattparavel
•
do espirito nativo J poputarida
ira florada. do povo, fo ••• t
I •
• •
os esp1r1
• • de
de
periodo da cultura
r de «
-
, a sua 1ntu· -
deve o · tçao era profun·
d a e a elle vê reali
fund
ras,t. "Soffrera na miOCidade a q
jun miaCio,
a criaçio, tendo F hon
, no prologo da ediçlo do
•
. de IIIU ICa, que COU a
CapeiI
. Pedro I decidQ e111 palavras ai- cos
e .da o gesto do monar-
cba. (1) O si esta à pre- cta • .....
(t) E ta lHtli~tori• está assim escrita: misando o seu ensino e
.,,.,. Havendo V. M. I. pela resoluçlo de 27 de No- ses da soàedade. E tanto se
\tmhro de 1 41 Se Dignado Annuir ' creaçio de sar e promover por todos 01 o
um ~l*I'Ntorio tü "MIISka na Capital do lmperio, ddo d'esta arte encantadora, que ,._
facto que altam~nte testemunha a Magnanima Soliàtade França e a Allemanba, ollde elle
com que o progaesso da Naçio que a gatorio, aaaexo ao
vüfenda confiou ao Seu Paternal Oover11o,
maria; procu d'este 1 111r
orgio da Sodedade de Musica do Rio de J ro, de-
àmrntos que as
p6r •* o throno de V. M. f. o tributo de
clamam, fralfquear nmiJea
de ua eterna e cordial gratidlo.
tende ' e por
musica, Senhor, d'entre as beiJas-artes, ~ ia-
grau de feUddade que de
das que mais directa e natural- zivel e proveitosa lfO
mt para a dvlllzaçlo dos povos.
lcMBa
o homem; ~
>•
de certo modo
+ ....
coaslderaçtJes de
ao seu coraçio, ada a
.__ da ~esca~ta e que solm::manelra ID- DIO de
,._ 110 bem estar moral da raçlo de V. 1.; I
...! por isto que os Ooveruoa das Nações mais na Côrte do
Hentes
a beaeftca inflaeaàa da maslca, se
0
e cultura d'eete tram
lastltutos e
01111
'
••f
...
, I
~ ' . :
•
DA
bilissima em favor da onra que ajudára acção por igual para o meio intellectual
a fundar, devemos citar Alberto Ne- torn'a'n do-se um centro fecundo de enst-·'
•
pomuceno, que por var1os ann·o s exer- ~almlento, desapaixonado e amplo, onde
ceu esse cargo, com1 o m·a ior desvelio e puldessemlos C·o,l her os melhores frutos.
os mais amorosos intuitos. Entre os seus Não se p·ó de li•mlitar a um~a escola de mu-
professores se contam' os nossos m1aestros sica, que •muito o restringe, mas deve ser
de maior nomeada, que procuram esfor- ampliado num orgão de cultura esthe-
çar-se para augtnentar o fulgor que cerca tica, para o que ~dispõe aliás .d·e poderosos
o estabelecim~e nto, .ás vezes prejudicado elemte nlos.
por acções indevidas. Comlo quer ~que seja, Alétn: 'd o 1 nstituto Nacional de Musi-
o Instituto é um elen1ento JJOderoso. JJara ca d,o Rio de Janeir.o, varios conservato-
a educação musical brasileira, embora a rios, quasi todos ·d e iniciativa particular,
sua funcçâo ·cultural be1111 pudesse ser têm se installado nos centros brasileiros,
~nais efficiente e decisiva. Cuida-se m1 u ito trabalhando todos com n1aior ou rnenor
de ensinar, formam-se nelle technicos de vitalidade para o desenvol\'imento da cul-
valor indiscutivel, mas deixa-se em segun- tura artistica 110 s ·rasil, não falando nas
d? plano.o cultivo esthetico, cuja influen- 'diversas sociedades musicaes que conta-
Cia devena ser sentida não só pelos alum~ mos e ~que com uma grande tenacidade
n?s, nlas por todos os que cultivam a ·mu- ' '
e dedicação, procuram incen n·ar t• 0 e tu
-
stca. Basta c't t ar o
f acto de 11ão~ haver ,. · .,.., · representando
do e ·O gosto jJela JuuSJCa, _
uma
_
cadeira
.
de 1 ·
11 t · ·
S ·orta da 'm us.ica e de muitas vezes sacrifícios e abnegaçoe~ os
e thetlca n1'Us· 1 . . . . . ntre os Con·
· Ica ' pa1 a a ~centuar sufftct-
entemente ess 1 onserva orlO
a acuna a que nos referi-
mos. O I nstit t 0 .
u deveria volver a sua 'Dramatico e Mu ical ile S. r~au 0
' un
•
, e•••1906, que é a éle
·tas escol musica do
áHifiado a prof illustres e o
cujo esforço se te111 affinnado
na ascensional que a exis
da desse estabelecimento de ensino e , como
cul No Conserva funccionam Oodofredo
dois : Curso
•
..tico e Curso em S. Paulo, a
Musical. O curso DratJJatico é dividido Chiafarelli de onde
quatro annos, e o Musical eJJI' doze cursos glorias do nosso ·
que ettl: Curso de Piano 8 Antonieta Rudge
lnnos. Curso de Canto, 6 annos. C de \ 'a . Pinto e o Sr. J
Violino, 9 annos. Curso de Viola, 4 annos. Depois de visto
Curso de Violoncello 7 annos. C cultivo sical no
Flauta, 6 annos. Cursa Oboé, 7 da R.
de Oarinetta, 6 annos. Curso de foi o in
Fágote, 6 annos. Curso de T 6 •• • •
patz, pel'IIH a
Curso de Pistoo, 6 annos. Curso ro de virtuosi1
de T 6 e Curso de li · estra
9 annos. tre os seus ·diploma-
~trant.se artistas de real merito.
llllda a citar o Conserva · da Ba- conserva
do e e do Sr. cied
reSes, de , de P.e. •
I
HISTORIA DA MUSICA
HJSTORlA DA 1u-IcA BRASILEIRA 221
2
fel~ e a edura ã : do t.o~so gosto não está mida\reJ, mas qualquer que elle seja não
•
t ran~-
,
r)thmo crtador '
ra ar . -
oderno brasileiro.
•
INDICES
r
TABOA DOS NOMES PROPIUOS CITADOs
•
HISTORIA DA MUSICA BRASILEIRA HJSTORIA DA MUSICA 8
226 RASIL!J~
o
) - 48, 175.
) - 71.
OUNKA (Midael) 148.
-36.
-21
) 166.
Culoa) 3&, rr. 13, 14, as,
89, 00, 92, 121.
:fc*) 83.
) 166.
DI! ARAUJO OoloJ 134.
<J-Io) 134.
(Jelo ) -
--55.
-- 37.
BRAS)lEIRA
2 H
- · ..l •
-.. ~\E "EZES Card - 103..
.\\:=: t•tT Car os - 112..
- 1. ~.\E- IT H~ri u.e - 33. 112.
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ê!:It"'- J. \ IGt:EZ L Antonio - - , 1, t1,
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238 HISTORJA DA MUSICA BRASILEIRA
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