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C 23-1

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

Manual de Campanha

TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS


1ª Parte - FUZIL

1ª Edição
2003
C 23-1

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

Manual de Campanha

TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS


1ª Parte - FUZIL

1ª Edição
2003

CARGA
Preço: R$
EM.................
PORTARIA Nº 045-EME, DE 23 DE JUNHO DE 2003

Aprova o Manual de Campanha C 23-1 - Tiro das


Armas Portáteis - 1ª Parte - Fuzil, 1ª Edição, 2003.

O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso da atribuição que


lhe confere o artigo 113 das IG 10-42 - INSTRUÇÕES GERAIS PARA A
CORRESPONDÊNCIA, AS PUBLICAÇÕES E OS ATOS ADMINISTRATIVOS NO
ÂMBITO DO EXÉRCITO, aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército
nº 041, de 18 de fevereiro de 2002, resolve:
Art. 1º Aprovar o Manual de Campanha C 23-1 - TIRO DAS ARMAS
PORTÁTEIS - 1ª Parte - FUZIL, 1ª Edição, 2003, que com esta baixa.
Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua
publicação.
Art. 3º Revogar o Manual de Campanha C 23-1 - TIRO DAS ARMAS
PORTÁTEIS, 2ª Edição, 1975, aprovado pela Portaria Nº 084-EME, de 04 de
novembro de 1975.
NOTA

Solicita-se aos usuários deste manual a apresentação de


sugestões que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou que se destinem
à supressão de eventuais incorreções.
As observações apresentadas, mencionando a página, o
parágrafo e a linha do texto a que se referem, devem conter comentários
apropriados para seu entendimento ou sua justificação.
A correspondência deve ser enviada diretamente ao EME, de
acordo com o artigo 108 Parágrafo Único das IG 10-42 - INSTRUÇÕES
GERAIS PARA A CORRESPONDÊNCIA, AS PUBLICAÇÕES E OS ATOS
ADMINISTRATIVOS NO ÂMBITO DO EXÉRCITO, aprovadas pela Portaria do
Comandante do Exército nº 041, de 18 de fevereiro de 2002.
ÍNDICE DOS ASSUNTOS
Prf Pag

CAPÍTULO 1 - GENERALIDADES ................................. 1-1 e 1-2 1-1

CAPÍTULO 2 - A INSTRUÇÃO DE TIRO DE FUZIL


ARTIGO I - Responsabilidade da Instrução ............... 2-1 e 2-2 2-1
ARTIGO II - Terminologia ........................................... 2-3
ARTIGO III - Segurança na Instrução .......................... 2-5
ARTIGO IV - Organização da Sessão de Tiro .............. 2-7
ARTIGO V - Missões do Oficial de Tiro da Unidade e
Subunidade ............................................. 2-9
ARTIGO VI - Seleção dos Instrutores (Oficial de Tiro),
Auxiliares de Instrutor e Monitores de
Tiro ......................................................... 2-10
ARTIGO VII - Seleção e Preparação das Armas a se-
rem Utilizadas na Instrução .................... 2-10
ARTIGO VIII - A Progressividade da Instrução de Tiro ... 2-11
ARTIGO IX - Execução dos Exercícios de Tiro ............ 2-3 a 2-7 2-12

CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTOS DE TIRO DE FUZIL ..... 3-1 3-1


ARTIGO I - Posição Estável ...................................... 3-2 a 3-5 3-1
ARTIGO II - Pontaria .................................................. 3-6 e 3-7 3-8
ARTIGO III - Controle da Respiração ........................... 3-8 3-11
Prf Pag

ARTIGO IV - Acionamento do Gatilho ......................... 3-9 a 3-12 3-12


ARTIGO V - Ação Integrada de Atirar ......................... 3-14
ARTIGO VI - Análise do Tiro ........................................ 3-15

CAPÍTULO 4 - O PREPARO PSICOLÓGICO ................ 4-1 a 4-6 4-1

CAPÍTULO 5 - INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO


ARTIGO I - Finalidade e Organização ....................... 5-1 e 5-2 5-1
ARTIGO II - Oficinas da Instrução Preparatória para o
Tiro ......................................................... 5-3 a 5-6 5-2

CAPÍTULO 6 - TIRO DE COMBATE


ARTIGO I - Regulagem do Aparelho de Pontaria do
FAL ........................................................ 6-1 a 6-6 6-1
ARTIGO II - Técnicas para Sanar os Incidentes de
Tiro ......................................................... 6-7 a 6-9 6-9
ARTIGO III - Técnicas para Condução do Armamento . 6-10 a 6-13 6-11
ARTIGO IV - Técnicas de Tiro Rápido ......................... 6-14 a 6-16 6-14
ARTIGO V - Técnicas de Tiro em Alvos Móveis .......... 6-17 a 6-19 6-17
ARTIGO VI - Técnicas de Tiro Noturno ........................ 6-20 a 6-23 6-25
ARTIGO VII - Técnicas de Tiro nas Operações Defen-
sivas e Ofensivas .................................... 6-24 6-28
ARTIGO VIII - Ténicas de Tiro em Ambiente de Selva ... 6-25 6-29
ARTIGO IX - Técnicas de Tiro em Ambiente Urbano ... 6-26 a 6-29 6-30
ARTIGO X - Técnicas de Tiro de Fuzil com Luneta ..... 6-30 a 6-32 6-31
ARTIGO XI - Técnicas de Tiro com Equipamentos
Especiais ................................................ 6-33 a 6-36 6-33
ARTIGO XII - Posições de Tiro ..................................... 6-37 a 6-40 6-34

CAPÍTULO 7 - LANÇAMENTO DE GRANADA DE BOCAL 7-1 a 7-5 7-1


C 23-1

CAPÍTULO 1

GENERALIDADES

1-1. INTRODUÇÃO
a. O presente manual tem por finalidade orientar a instrução de tiro de fuzil
no âmbito das Unidades do Exército. Seu conteúdo fornece subsídios aos
instrutores, auxiliares de instrutores e monitores de tiro, na medida em que trata
dos fundamentos de tiro com o fuzil, da instrução preparatória para o tiro e de
técnicas de tiro com o fuzil.
b. Trata também o manual do preparo psicológico do atirador, fornecendo
alguns subsídios que permitam lidar da melhor maneira com situações de
estresse típicas da atividade, tanto na fase de aprendizado, adestramento ou
combate.
c. Os exercícios de tiro de fuzil serão tratados pelas Instruções Gerais para
o Tiro com as Armas do Exército (IGTAEx).
d. Os fundamentos que serão abordados são válidos para qualquer tipo de
fuzil, sendo sempre tomado por base, contudo, o fuzil de dotação do Exército: o
Fuzil 7,62 M 964 - FAL. Também será abordado a respeito do tiro com granada
de bocal, utilizando as possibilidades deste armamento.
e. O tiro de fuzil é atividade de fundamental importância dentro do Exército,
já que a eficiência operacional de uma tropa está necessariamente ligada à
capacidade combativa de cada soldado. Esta capacidade de combater só poderá
ser elevada se o militar souber fazer uso eficiente do seu armamento individual.
Portanto, atirar bem é uma necessidade. O aprendizado dos fundamentos e das
técnicas de tiro, na fase da instrução individual básica, deve ser conduzido de
forma que todos os soldados aprendam a disparar um tiro com precisão. Os
militares com desempenho deficiente devem ser recuperados. Os comandantes
em todos os escalões devem estar compromissados inteiramente com os
objetivos individuais de instrução.

1-1
1-1/1-2 C 23-1

f. A instrução de tiro, por suas características, é uma ferramenta importan-


tíssima para o desenvolvimento de atributos relacionados à personalidade militar
- os atributos da área afetiva. Durante as instruções, os militares terão a
oportunidade de desenvolver autoconfiança, decisão, combatividade, coragem,
disciplina, equilíbrio emocional, iniciativa, liderança, persistência, responsabilida-
de e zelo, além de outros atributos. É importante salientar que tais objetivos serão
uma conseqüência natural do desenvolvimento da instrução, e não devem ser um
fim por si só. A finalidade precípua da instrução de tiro deve ser a aprendizagem
do tiro, nas melhores condições possíveis para que isso ocorra. As dificuldades
impostas devem ser sempre planejadas para buscar o aperfeiçoamento, dentro da
previsão dos exercícios, sem perder de vista a finalidade principal da instrução.
g. Desta forma, o Manual de Campanha C 23-1 fornecerá a base de
conhecimentos necessária para que os instrutores e instruendos possam atingir
seus objetivos relacionados à instrução de tiro, além de permitir aos instruendos,
monitores e instrutores conhecimentos e técnicas básicas de tiro de instrução e
de combate.

1-2. OBJETIVOS DA INSTRUÇÃO DE TIRO


São objetivos da instrução de tiro:
a. desenvolver no militar a capacidade técnica e psicomotora para que
aplique corretamente os fundamentos e técnicas de tiro;
b. habilitar o militar a ser um atirador eficiente, ou seja, um atirador que
acerte seus alvos com rapidez e precisão, tanto nos tiros estáticos ou dinâmicos;
c. garantir a eficiência operacional da tropa através do aumento da eficiência
operacional de cada militar;
d. garantir o aprendizado dos fundamentos de tiro para que possam ser
aplicadas a qualquer tipo de armamento, se a situação o exigir;
e. desenvolver atributos da área afetiva, tais como autoconfiança, decisão,
combatividade, coragem, disciplina, equilíbrio emocional, iniciativa, liderança,
persistência, responsabilidade e zelo dentre outros;
f. selecionar os militares mais habilitados para o exercício de funções
específicas que exijam um adestramento mais apurado em tiro; e
g. permitir aos instrutores e instruendos que os objetivos da instrução ou
exercício sejam atingidos com metodologia.

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CAPÍTULO 2

A INSTRUÇÃO DE TIRO DE FUZIL

ARTIGO I
RESPONSABILIDADE DA INSTRUÇÃO

2-1. GENERALIDADES
a. Os comandantes de unidade (Cmt U) devem exercer, juntamente com os
S/3 e S/4, o apoio e fiscalização sobre as instruções de tiro.
b. O apoio às instruções consiste em:
(1) orientação de instrutores e monitores, na busca dos meios mais
adequados para a obtenção dos objetivos, dentro do que prescreve este manual;
(2) desenvolvimento do gosto pelo tiro, através da busca incessante do
auto-aperfeiçoamento, inclusive com a participação dos militares em competi-
ções desportivas.
c. A fiscalização exercida pelo comando da unidade deve ter como meta:
(1) a aplicação de métodos e processos de instrução preconizados por
este manual;
(2) a estrita observância das regras de execução nele previstas; e
(3) a busca dos melhores resultados, assim como da recuperação dos
militares com desempenho deficiente.

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d. Fontes de consulta relacionadas ao tiro.

1 . P IM - P r o g r a m a d e In s t r u ç ã o
- Segurança na instrução.
Militar.

- Módulos didáticos de tiro.


2. IG 20-03 / IGTAEx - Necessidade de munição.
Ins t r uç õ e s G e r a i s d e Ti r o c o m o - Classificação de resultados.
Armamento do Exército. - Diâmetro de escantilhão.
- Modelos de alvos.

- Dados sobre funcionamento.


3. Manual Técnico do Armamento. - P ro c e d i me nto s p a ra s a na r
incidentes de tiro.

4. T9-1903
A r m a z e n a m e n t o , C o n s e r v a ç ã o , - Assuntos de interesse àqueles que
Transporte e Destruição de Munição, manuseiam munição.
Explosivos e Artifícios.

5. T9-2100 - P r i nc i p a i s t i p o s d e a c i d e nt e s e
Acidentes e Incidentes de Tiro. incidentes bem como suas causas.

2-2. ATRIBUIÇÕES
a. Os Cmt, em todos os níveis, são responsáveis pela fiscalização da
instrução de tiro, inclusive no que se refere ao preenchimento e arquivamento da
documentação de instrução e administrativa, principalmente borrões de tiro,
boletins de existência de munição e registros de tiro das armas.
b. O Cmt da unidade deverá designar um oficial de tiro da unidade,
encarregado da preparação dos quadros - instrutores e monitores - antes das
instruções de tiro. Para essa função, deverá ser escalado o oficial mais capacitado
em tiro da unidade, dentre os instrutores de tiro, podendo este oficial acumular
essa função com a de oficial de tiro da subunidade.
c. O comandante de subunidade (Cmt SU) é o responsável direto pela
instrução de tiro de seus comandados, para a qual deve voltar a maior atenção,
dada a importância e natureza da atividade - emprego de munição real. Deve
orientar e fiscalizar instrutores e monitores, estando ciente de que o sucesso das
instruções depende da preparação técnica, da meticulosidade e da paciência

2-2
C 23-1 2-2

desses militares. Deve ter em mente ainda que a atividade de tiro deve se
desenvolver progressivamente, e que as dificuldades a serem colocadas durante
os exercícios devem se restringir estritamente às previstas neste manual e nas
fontes de consultas relacionadas ao tiro. Ademais, não deve admitir privações de
espécie alguma que vão de encontro ao que prevêem os manuais. Deve entender
que os instruendos precisam criar gosto pela atividade, e que os militares com
desempenho deficiente necessitam ser recuperados a fim de que todos sejam
bons atiradores. Finalmente, deve entender que saber atirar bem é uma obrigação
do militar e que a sua ação é fundamental para que os militares de sua subunidade
atinjam esse nível. NÃO DEVERÁ PERMITIR QUE MILITARES NÃO HABILITA-
DOS PORTEM ARMAS.
d. O Cmt SU deverá designar um oficial e um sargento de tiro da subunidade
para ministrar as instruções, basicamente a instrução de fundamentos de tiro, a
Instrução Preparatória para o Tiro (IPT) e os exercícios de tiro. Para tal função,
deverão ser escolhidos os militares mais capacitados em tiro da subunidade,
(preferencialmente, o sargento de tiro será do pelotão do oficial de tiro da
subunidade).
e. O Oficial de tiro da Unidade e o Oficial de tiro da SU devem conduzir as
instruções de tiro com objetividade, responsabilidade, paciência e segurança
baseando-se, para isso, neste manual e na fontes de consulta relacionadas.
Deverão escolher um sargento de tiro capacitado que auxilie nas instruções.

ARTIGO II
TERMINOLOGIA
a. Atirador - instruendo que realiza os exercícios de tiro.
b. Auxiliar de instrutor (Aux Instr) - oficial que auxilia o oficial de tiro na
condução dos exercícios de tiro.
c. Cavado do ombro - região côncava localizada entre o ombro e o peitoral.
d. Clicar - regular os aparelhos de pontaria.
e. Comandante da linha de tiro - oficial de tiro que emite todas as ordens que
devem ser observadas pelos atiradores.
f. Controlador de munição - graduado responsável pela distribuição de
munição aos municiadores.
g. Dedos da mão - polegar, indicador, médio, anular e mínimo.
h. Descanso do gatilho - pequeno deslocamento do gatilho que não interfere
na ação de desengatilhamento da arma. Folga longitudinal da tecla do gatilho.
i. Falange - segmento dos dedos. Distal (da extremidade), medial (do meio)
e proximal (mais próxima à palma da mão).

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j. Instrutor: o mesmo que oficial de tiro. É o responsável por conduzir as


instruções de tiro.
l. Lado da mão auxiliar - é o lado do corpo correspondente à mão auxiliar.
m. Lado da mão que atira - é o lado do corpo correspondente à mão que atira.
n. Maça de mira - mira; pequena saliência localizada na extremidade
anterior da arma.
o. Mão auxiliar - mão que não atira.
p. Mão que atira - mão que é usada para acionar o gatilho.
q. Monitor(Mon) - graduado que auxilia o oficial de tiro na condução dos
exercícios de tiro.
r. Municiador - soldado que auxilia na distribuição de munição.
s. Obréia - pedaço de papel, ou adesivo, utilizado para tampar os impactos
no alvo.
t. Oficial de tiro da Subunidade - oficial responsável pela execução das
instruções de tiro, âmbito Subunidade. É o comandante da linha de tiro da SU.
u. Oficial de tiro da Unidade - oficial responsável pela execução das
instruções de tiro, âmbito Unidade. É o comandante da linha de tiro.
v. Pulso do atirador - parte do corpo que une a mão ao antebraço.
x. Punho da arma - parte da arma que é segura pela mão que atira.
z. Sargento de tiro - sargento que auxilia o oficial de tiro nas instruções,
podendo desempenhar a função de monitor.
aa. Série de atiradores - conjunto de atiradores necessários para a
ocupação da linha de tiro.
ab. Série de falhas - repetição da série de tiro para os atiradores das armas
que apresentaram incidentes.
ac. Série de tiro - o mesmo que exercício de tiro(segundo IGTAEx).
ad. Sessão de tiro - são todos os exercícios de tiro realizados durante uma
jornada de instrução.
ae. Tiro em seco - consiste em disparar a arma, sem munição, usando ou
não cartuchos de manejo, aplicando todos os fundamentos do tiro.
af. Tiro visado - tiro no qual se utiliza as miras do armamento
ag. “V” da mão - é a área da palma da mão auxiliar onde o fuzil fica apoiado.
O polegar, em lado oposto aos demais dedos, forma uma curva semelhante à letra
“V”.

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ARTIGO III
SEGURANÇA NA INSTRUÇÃO
a. Haverá um oficial no comando da linha de tiro em todos os exercícios(oficial
de tiro) que terá seus comandos obedecidos pronta e irrestritamente, sendo
somente dele emanados, a não ser em caso de emergência, ocasião em que o
comando de “SUSPENDER FOGO” poderá ser dado por qualquer militar.
b. Antes da execução do tiro real e logo após o término da última série de
tiro, todas as armas e carregadores deverão ser inspecionados. Caso exista
cartucho ou outro material no cano, este deverá ser retirado de imediato.
c. As munições de festim e de manejo serão sempre inspecionadas , uma
vez que pode haver munição real entre elas.
d. A manutenção antes e depois do tiro também visa à segurança, além da
eficiência do armamento. Antes dos exercícios, todos deverão verificar o estado
geral do armamento e os itens de manutenção, identificando especialmente se
não há fissuras no percussor ou se este não está quebrado.
e. A área do estande de tiro será demarcada com bandeirolas vermelhas e
avisos de “PERIGO: TIRO REAL”, (além de luzes indicativas em caso de tiro
noturno). Os acessos devem ser sinalizados e obstruídos. A população deve ser
alertada, em caso de necessidade.
f. As armas serão sempre transportadas, no interior do polígono de tiro/
estande, abertas, travadas e sem o carregador. Jamais alguém poderá tocar no
armamento ou permanecer com a arma fechada se houver pessoal à frente.
g. Antes de cada exercício de tiro, deverão ser citadas as Normas de
Segurança, as quais deverão estar impressas em locais visíveis e distribuídas no
local da instrução; a saber:
(1) é proibido fumar;
(2) é obrigatório o uso do capacete balístico ou similar;
(3) durante todo o período de permanência no estande e quando não forem
empregadas as armas deverão estar travadas, abertas e sem o carregador.
(4) as armas que não estiverem na linha de tiro permanecerão em local
a elas destinado (indicar o local);
(5) para as ações de municiar o carregador, alimentar, carregar, destra-
var, iniciar o tiro, verificar os impactos e ir à frente, os militares deverão aguardar
a ordem do comandante da linha de tiro;
(6) em nenhuma hipótese a arma da linha de tiro terá seu cano voltado
em outra direção que não seja a dos alvos;
(7) as armas estarão sempre abertas e não poderão ser tocadas caso
haja alguém à frente da linha de tiro;
(8) todos deverão atender pronta e irrestritamente às ordens emanadas
pelo comandante da linha de tiro;
(9) ao ser carregada, a arma deverá estar apontando para a linha de alvos,
bem como o dedo indicador da mão que atira deve estar fora do gatilho;

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(10) qualquer pessoa que observar ocorrência de ato atentatório à


segurança deverá comandar “SUSPENDER FOGO”.
h. Nas situações de manuseio do armamento e no caso de incidentes e/ou
acidentes de tiro, deverão ser executadas ações previstas nos Manuais Técnicos
pertinentes a cada arma. É muito importante que a equipe de instrução conheça
exatamente os detalhes de funcionamento, as medidas preliminares e as
características do armamento utilizado.
i. É importante inspecionar a qualidade dos cartuchos e impedir que
munições danificadas ou com prazo de Exame de Estabilidade Química vencido
sejam utilizadas no tiro.
j. O tiro somente deve ser realizado com apoio médico (pessoal e meios)
adequado.
l. O controle visual da instrução, numa linha de tiro, conforme Fig 2-1, é um
procedimento indispensável. Para isto, devem ser observados os seguintes
aspectos:
(1) após o término da série de tiro, o atirador, em silêncio, senta-se dois
passos à retaguarda do seu posto de tiro;
(2) os militares da próxima série sentam-se a quatro passos da linha de
atiradores; e
(3) não admitir conversas paralelas.

Fig 2-1. Posicionamento dos atiradores e da próxima série de atiradores

m. Segurança no tiro noturno


(1) Para facilitar a identificação do alvo por parte do atirador é prudente
dividir a série em grupos de, no máximo, quatro atiradores (Fig 2-2), separados
pelo intervalo de um alvo.

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C 23-1 2-2

Fig 2-2.

(2) Ao comando de “Carregar”, os Aux Instr/Mon acendem lanternas com


filtro vermelho, acompanhando os tiros do seu setor. As lanternas devem estar
direcionadas ao comandante da linha de tiro.
(3) Ao término do exercício, eles inspecionam o setor que estiver sob sua
responsabilidade e, quando terminarem, sinalizam, piscando a lanterna para o
comandante da linha de tiro.
(4) Antes da verificação dos impactos, as armas serão inspecionadas
pelos monitores (armas ao solo, travadas, abertas, sem o carregador e com a
janela de ejeção voltada para cima). Ao término do módulo e depois da última série,
é necessário realizar a inspeção final.

ARTIGO IV
ORGANIZAÇÃO DA SESSÃO DE TIRO
a. A sessão de tiro deve ser organizada de forma a facilitar o aprendizado
dos instruendos, a segurança do pessoal envolvido e o controle das armas e
munições empregados. Na medida do possível, todo o conforto deve ser proporcio-
nado, principalmente nas primeiras instruções, a fim de que o aprendizado seja
facilitado e o gosto pela atividade seja desenvolvido.
b. O Cmt da linha de tiro deverá ocupar posição central, de forma a controlar
da melhor forma possível o andamento da instrução.
c. Os auxiliares de instrutor e monitores, em número de pelo menos um para
cada vinte atiradores, deverão ser distribuídos ao longo da linha de tiro.
d. O cabo armeiro deverá acompanhar todas as instruções, a fim de sanar
as panes não eliminadas no 1º escalão de Mnt.
e. Um graduado deverá manter o controle de toda a munição que deverá ser
distribuída aos atiradores pelos municiadores.
f. À medida que forem terminando os seus exercícios de tiro, os atiradores
deverão sentar, aproximadamente, a dois passos, à retaguarda da sua posição de
tiro (Fig 2-1), a fim de que os instrutores e monitores possam controlar e transitar
pela linha de tiro. Aux Instr/Mon farão uma inspeção sumária das armas,
verificando se estão abertas,descarregadas, travadas e sem carregador, e dando
o pronto ao comandante após a verificação de todas em seu setor. Para esta
inspeção da linha de tiro, é importante que os atiradores deixem seu armamento

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apontado para frente, com as janelas de ejeção voltadas para cima e os


carregadores com seus transportadores (ou afins) virados para a retaguarda.
g. Os atiradores, em caso de dúvida, deverão consultar, inicialmente, o Aux
Instr/Mon do seu setor de tiro. Os militares que estiverem aguardando para atirar,
só deverão opinar se autorizados pelo comandante da linha de tiro, auxiliares de
instrutor e monitores. Os exercícios de tiro deverão ser executados individualmen-
te e com disciplina.
h. Depois de completados os exercícios, instrutor, auxiliares de instrutor e
monitores irão à frente juntamente com os atiradores para a verificação dos alvos
e marcação dos borrões. Os borrões de tiro serão recolhidos e entregues ao oficial
de tiro que providenciará seu arquivamento.
i. Os militares que tiverem desempenho inferior ao estabelecido pela
IGTAEx, deverão reiniciar os exercícios, tendo em vista a melhoria da sua atuação
no tiro.
j. É obrigatória a presença de médico e de ambulância em qualquer
instrução com tiro real, sendo que este deverá conduzir material apropriado para
as possíveis lesões que ali possam ocorrer.

Fig 2-3. Exemplo de organização do estande e da instrução de tiro

l. Os materiais que devem ser conduzidos para o tiro são os seguintes:


sistema de som, mesas de campanha, bancos de campanha, cola branca,
tesoura, obréias adesivas ou de papel, alvos e molduras de reserva, capacete para
assistência, protetores de ouvido, óculos de proteção, grude, material de manu-
tenção de armamento, pranchetas, canetas, lápis, borracha, manuais relaciona-
dos com o tiro, fitas adesivas tipo crepe, martelo e prego.

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m. No planejamento da fase básica do período de instrução individual deve


ser previsto o tempo suficiente para as instruções de tiro. Como sugestão,
considerando a inexperiência dos futuros atiradores, o instrutor de tiro pode
intercalar, logo na primeira sessão, cartuchos de manejo com cartuchos M1. Este
tipo de exercício propicia ao instrutor a oportunidade de identificar erros, principal-
mente os de acionamento nos disparos com cartuchos de manejo, ao atirador
verificar se está fechando o olho, acionando o gatilho incorretamente, ou
executando algo errado e ao atirador da próxima série, a oportunidade de, mesmo
sentado atrás da linha dos Aux Instr/Mon, poder observar os erros de procedimen-
to e ouvir os comentários destes sobre as correções necessárias.
n. Quanto menor o número de atiradores por instrutor melhor será para o
rendimento da instrução.
o. Os Instr/Aux Instr/Mon não deverão jamais impor castigos ou limitações
não previstas nos exercícios de tiro.
p. Instalar um sistema de som compatível que facilite o controle e as ordens.

ARTIGO V
MISSÕES DO OFICIAL DE TIRO DA UNIDADE E SUBUNIDADE
a. O oficial de tiro da unidade tem as seguintes missões:
(1) assessorar o Cmt, S3 e S4 da unidade no planejamento das
instruções e exercícios de tiro;
(2) ministrar instruções de fundamentos de tiro e aplicar oficinas da IPT
para os quadros da unidade, em especial os oficiais e sargentos de tiro das
subunidades, de acordo com o planejamento do S3, a fim de padronizar os
conhecimentos e informações a serem repassadas aos instruendos. Essas
instruções deverão, obrigatoriamente, ser conduzidas antes da IPT dos recrutas,
podendo ser repetidas por ocasião dos exercícios de tiro ao longo do ano de
instrução;
(3) fiscalizar as instruções ministradas dentro de cada subunidade, para
verificar o estrito cumprimento dos preceitos contidos neste manual, além de
orientar os instrutores e monitores no que se fizer necessário.
(4) conduzir o tiro no âmbito da unidade, que não for executado no âmbito
da SU, em especial o TAT de oficiais e sargentos, competições de tiro e instruções
dos quadros da OM.
b. O oficial de tiro da subunidade tem por missões:
(1) ministrar a instrução de fundamentos de tiro e a IPT para os militares
da sua subunidade, em especial aos recrutas, fazendo a avaliação individual de
cada um e lançando a avaliação das oficinas da IPT em borrão específico, que
deverá ser arquivado apropriadamente;
(2) fazer os pedidos de material que forem necessários ao S4, por meio
do Cmt de SU e assessorado pelo sargento de tiro, a fim de conduzir a s instruções
e exercícios de tiro nas melhores condições possíveis;

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(3) verificar os militares da subunidade que farão cada exercício de tiro,


de acordo com a distribuição das IGTAEx;
(4) preencher os borrões de tiro, juntamente com os Aux Instr/Mon,
analisando os resultados;
(5) planejar e executar a recuperação dos militares que apresentarem
desempenho deficiente durante as sessões de tiro. Havendo disponibilidade de
pessoal e espaço no estande, os instruendos com deficiência deficientes poderão
fazer treinamento com FAC (vide croqui de linha de tiro) antes do tiro real;
(6) fiscalizar a preparação do estande de tiro e das oficinas da IPT;
(7) comandar a linha de tiro, sendo responsável pela disciplina e
segurança;
(8) fiscalizar os militares na linha de tiro, orientando-os na execução
correta dos fundamentos de tiro e na clicagem do armamento;
(9) verificar as condições de manutenção e segurança do armamento
antes, durante e depois dos exercícios de tiro;
(10) acompanhar o controle de consumo de munição, cobrando do
graduado responsável pela distribuição dos cartuchos a quantidade consumida,
sobras e falhas daquilo que foi utilizado na instrução;
(11) os Instr/Aux Instr/Mon deverão buscar sempre o alto rendimento da
instrução com a recuperação dos atiradores com baixo desempenho.

ARTIGO VI
SELEÇÃO DOS INSTRUTORES(OFICIAL DE TIRO), AUXILIARES DE
INSTRUTOR E MONITORES DE TIRO
a. A seleção dos instrutores, auxiliares de instrutor e monitores de tiro é de
capital importância para o rendimento na instrução.
b. São qualidades inerentes a esses militares todas aquelas que proporci-
onarão confiança, segurança e tranqüilidade ao instruendo para que este possa
aprender a atirar, deve ser paciente para repetir quantas vezes forem necessárias
o exercício até que o militar aprenda.
c. Deve ainda, se sentir motivado pela atividade de tiro, ser sério, dedicado
e preocupado com a segurança. Isso associado aos seus conhecimentos da
técnica e dos fundamentos de tiro, bem como e do conhecimento do armamento,
proporcionar-lhe-ão um alto rendimento e sucesso na instrução de tiro.

ARTIGO VII
SELEÇÃO E PREPARAÇÃO DAS ARMAS A SEREM UTILIZADAS NA
INSTRUÇÃO
a. As armas que deverão ser utilizadas na instrução devem ser, preferen-
cialmente as armas distribuídas aos militares de cada subunidade. O combatente
deve conhecer seu armamento e fazer sua regulagem, conforme a IGTAEx.

2-10
C 23-1 2-2

b. Devem ser sanados todos os problemas do armamento que possam


causar incidentes, acidentes ou baixo rendimento durante os exercícios de tiro.
O armamento deve estar em boas condições: cano sem ferrugem, assim como
as demais partes da arma, ausência de folgas, aparelhos de pontaria bem fixados
e todos os itens de manutenção em dia.
c. Em relação ao fuzil, é importante salientar as seguintes observações:
(1) o anel regulador do escape de gases deve proporcionar uma pequena
saída, a ser diminuída apenas em função da necessidade, caso haja insuficiência
de gases. O fechamento completo do orifício de escape de gases pode resultar
na soltura do cilindro de gases, o que indisponibiliza o fuzil para o tiro;
(2) a manutenção do cano do fuzil FAL, por ocasião do tiro, aumenta sua
vida útil. Um mau rendimento no tiro, com grupamentos excessivamente espalha-
dos, pode significar que o cano esteja descalibrado. Um fuzil FAL que sai de
fábrica passa por teste balístico, cujo resultado deve ser um grupamento de cinco
tiros inscritos em um quadrado de oito centímetros de lado a cinqüenta metros.
O oficial de tiro pode fazer teste semelhante que INDICARÁ se o cano está ou não
em boas condições. A condenação do armamento, porém, só poderá ser
comprovada por teste conduzido em órgão especializado. A respeito deste
assunto, a simples verificação feita apenas com calibrador de cano não indica
canos descalibrados em sua totalidade. O tiro de rajada também deve ser evitado
com o FAL, por ser um diminuidor da vida útil do cano;
(3) o percussor quebrado do FAL pode produzir um dos mais graves
acidentes, que é o disparo ocorrido antes do trancamento da arma, em virtude do
afloramento da ponta do percussor, o que ocasiona a percussão precoce durante
o movimento do fechamento do ferrolho. Para evitar este acidente, deve ser feita
a verificação do percussor sempre antes do tiro, buscando quebra ou ranhuras que
indiquem rachaduras;
(4) os aparelhos de pontaria devem estar bem fixados por ocasião do tiro.
Um desvio de um milímetro nos aparelhos de pontaria ocasiona um erro de nove
centímetros a cinqüenta metros, prejudicando sobremaneira o resultado. Na
inspeção antes do tiro deve ser feita a verificação do estado dos aparelhos de
pontaria, observando-se especificamente a alça de mira. Se estes apresentarem
folga, deverão ser manutenidos, reparados ou substituídos, a fim de não prejudicar
o tiro. O uso de uma liga elástica, que envolve a alça e a coronha da arma, atenua
esta folga originada de fábrica ou de uso constante.

ARTIGO VIII
A PROGRESSIVIDADE DA INSTRUÇÃO DE TIRO
a. As instruções de tiro devem seguir o fundamento da progressividade,
segundo o qual as dificuldades surgirão de forma progressiva e serão vencidas
pouco a pouco pelos militares instruendos.
b. A atividade do tiro requer a criação de procedimentos mentais comple-
xos, que devem ser aprendidos de forma favorável.Um conforto inicial e o que for
permitido pelo exercício devem ser proporcionados na fase de aprendizagem. Com

2-11
2-2/2-3 C 23-1

isso, o gosto pela atividade, que é importante na criação dos reflexos condiciona-
dos, fará parte das atitudes do atirador.
c. Não poderão ser permitidos castigos físicos.
d. O baixo rendimento deve ser analisado em busca da solução, inclusive
com a análise do armamento.
e. Os militares com fraco desempenho deverão iniciar uma recuperação da
eficácia de tiro na primeira oportunidade.
f. As instruções devem começar à curta distância até a distância de
utilização de combate, de competição e de tiro de caçador, considerando-se que
a dificuldade sempre será gradual.
g. Da mesma forma, as instruções serão inicialmente estáticas (tiro de linha
de tiro), passando depois aos tiros dinâmicos (em pistas de tiro) até chegar ao
tiro sob estresse.
h. A falta de progressividade da instrução pode causar desmotivação,
bloqueio psicológico e acidentes.

ARTIGO IX
EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE TIRO

2-3. GENERALIDADES
a. Todos os módulos de tiro estão previstos nas Instruções Gerais de Tiro
com o Armamento do Exército (IGTAEx) e devem ser cumpridos na íntegra.
b. Ao mesmo tempo em que é executado o tiro real, deve ser montado, à
parte, no próprio estande, (observando-se as Normas de Segurança), uma linha
de tiro de ar comprimido (Fig 2-4). Um Aux Instr/Mon conduzirá várias séries de
tiro de Car 4,5 mm com os atiradores com menções inferiores a “R”.

2-12
C 23-1 2-3

Fig 2-4.

c. Devem ser executados treinamentos de tiro em seco com os militares que


estiverem aguardando para realizar o tiro real e, depois, com o restante dos
atiradores.
d. Os atiradores com desempenho insuficiente devem receber instrução
preliminar, executando os exercícios dos itens “b” e “c” citados acima; executar
o tiro e; caso necessário, realizar recuperação do exercício, logo após o término
da última série.
e. No tiro de instrução básico, é necessário realizar as sessões iniciais
intercalando munição real com munição de manejo. Este procedimento auxilia a
identificação de erros de acionamento.
f. O borrão de tiro é um documento. O correto preenchimento e o seu
arquivamento são fundamentais para o controle da instrução. O borrão deve ser
confeccionado de acordo com os exercícios que serão executados na jornada. As
figuras abaixo servem de exemplo.

2-13
2-3 C 23-1

Fig 2-5. Ficha de avaliação da IPT

2-14
C 23-1 2-3

Fig 2-6. Exemplo de borrão de tiro

Extrato da IGTAEx 2001(TIB página 11-40) usado como referência para o


preenchimento do borrão da Fig 2-6.

2-15
2-3/2-4 C 23-1

Exercício Tiros por


P o si çã o Alvo Padrões mínimos
de tiro homem

101 Deitada Apoiada 4


E, MB, B, R ou I, de acordo com
102 Deitada 4 A6
tamanho do grupamento de tiro.
103 Ajoelhada apoiada 4

104 Pé visado 2
A2 1 impacto na silhueta.
105 Pé visado 2

106 Pé não visado 3 Treinamento para tiro noturno.

107 Pé não visado 3 A2 E, MB, B, R ou I, de acordo com


108 Pé não visado 3 número de impactos na silhueta.

Fig 2-7. Extrato da IGTAEx 2001

g. Constituição da equipe de instrução de tiro


(1) Instrutor de tiro
(2) Médico
(3) Auxiliares de instrutor/monitores: um para, no máximo, 20 atiradores,
(4) Controlador de munição
(5) Municiadores (no mínimo dois)
(6) Cabo armeiro
(7) Motorista da ambulância
(8) Equipe de segurança: constituição variada (depende do tamanho e
localização do estande)
h. Segurança de terceiros - Procedimentos a serem realizados antes de
iniciar o tiro.
(1) Para estandes fora da OM: verificar se civis ou outros militares
circulam pelas imediações do estande.
(2) Utilizar a Eqp Seg para bloquear os acessos ao estande de tiro
(3) Para estandes dentro da OM: certificar se os militares da OM estão
cientes da realização do tiro (avisos em formaturas, previsão em QTS, vias de
acesso interditadas, etc)

2-4. DESENVOLVIMENTO
a. Seqüência e Comandos de Tiro
(1) Manutenção do armamento: o instrutor deve determinar a desmontagem
de 1º escalão dos fuzis, a fim de inspecionar as peças móveis: numeração do
ferrolho e do impulsor do ferrolho, situação do percussor, mola do percursor etc.
O cabo armeiro deve assistir os militares nesta desmontagem/montagem. Armas
com peças trocadas ou danificadas não podem ser utilizadas no tiro.

2-16
C 23-1 2-4

(2) Verificar se os instruendos estão com proteção auditiva


(3) Inspeção inicial : Dispor a tropa em coluna por dois, com intervalo de
03 (três) passos, frente para o interior, na posição de descansar; emitir as
seguintes ordens: “PREPARAR PARA INSPEÇÃO!”, “PARA INSPEÇÃO,
POSIÇÃO!”(Fig 2-8), “APÓS A INSPEÇÃO, ABAIXEM A ARMA E PERMANE-
ÇAM NA POSIÇÃO DE DESCANSAR!”;

- “Preparar para a inspeção!” - os militares


colocam a arma, travada, sobre o ombro esquer-
do, com a janela de ejeção aberta e o carregador
na mão direita com o transportador voltado para
frente.
- “Para a inspeção, posição!” - os atirado-
res unem os calcanhares

Fig 2-8.

(4) Ambientação com os procedimentos no estande e com o tiro:


(a) apresentar a equipe de instrução e de apoio, explicando a função
de cada um de seus integrantes;
(b) persuadir os instruendos a executarem corretamente os funda-
mentos do tiro, para que estejam em condições de usar de forma adequada o
armamento, relembrando estes fundamentos;
(c) mostrar a disposição dos meios no estande;
(d) explicar como as atividades serão desenvolvidas;
(e) explicar o procedimento em caso de incidente de tiro (falhas): o
atirador, em silêncio, permanece na posição de tiro, levanta o braço da mão que
atira e aguarda a presença do Aux Instr/Mon, para que este possa assisti-lo na
solução da pane.
(f) demonstrar a seqüência das ações a serem desenvolvidas pelos
atiradores;
(g) ler as Normas de Segurança (letra h. do Artigo III, Capítulo 2);
(h) questionar alguns atiradores, para verificar se entenderam o que
foi explicado;
(i) perguntar se existe dúvida.
(5) Organizar as séries de atiradores.
(6) Dispor a tropa conforme a figura 2-3.
(7) Recomendar aos atiradores que, ao término de cada série de tiro,
permaneçam sentados a dois passos da retaguarda do posto de tiro, mantenham
a arma ao solo, travada, aberta, com a janela de ejeção para cima e o carregador
com o transportador voltado para a retaguarda.
(8) Após a 1ª série ocupar a linha de tiro, comandar: “ATIRADORES,
ARMAS AO SOLO, TRAVADAS, ABERTAS E SEM CARREGADOR; JANELA

2-17
2-4 C 23-1

DE EJEÇÃO PARA CIMA E CARREGADOR COM O TRANSPORTADOR


VOLTADO PARA A RETAGUARDA. SENTADOS!”.
(9) “IDENTIFIQUEM SEUS ALVOS!”. Os atiradores levantam o braço e
citam número do alvo (da esquerda para direita e em ordem crescente).
(10) “PREENCHAM OS BORRÕES DE TIRO!”. Explicar como preen-
cher.
(11) “A PARTIR DE AGORA, CINCO MINUTOS DE TREINAMENTO DE
TIRO EM SECO E DAS POSIÇÕES DE TIRO!”. Ressaltar as características de
cada posição enquanto estiver corrigindo os instruendos; usando um sistema de
som.
(12) “TREINAMENTO ENCERRADO! ARMAS AO SOLO, TRAVADAS,
ABERTAS E SEM CARREGADOR; JANELA DE EJEÇÃO PARA CIMA E
CARREGADOR COM O TRANSPORTADOR VOLTADO PARA A RETAGUAR-
DA. SENTADOS!”. Descrever o exercício a ser realizado.
(13) “MUNICIAR __ CARREGADOR(ES), CADA UM COM __CARTU-
CHOS!”.
(14) “TOMAR A POSIÇÃO _________!”.
(15) “ALIMENTAR!”. Verifique se alimentaram as armas.
(16) “CARREGAR!”. Verifique se carregaram.
(17) “TRAVAR!”.
(18) “ATIRADORES PRONTOS?”. Neste momento, os monitores levan-
tam o braço, sinalizando para o comandante da linha de tiro, abaixando-o somente
quando todos estiverem prontos.
(19) “DESTRAVAR AS ARMAS!”.
(20) “ATENÇÃO!”. Apitar ou comandar “FOGO A VONTADE!”.
(21) Apitar para terminar ou comandar “CESSAR FOGO!”.
(22) “FALHAS?”. Sanar os incidentes (se houver) para prosseguir com os
exercícios. Os Aux Instr/Mon devem acompanhar, individualmente, cada atirador,
auxiliando-o, conforme o caso, a fim de resolver o incidente com a arma.
(23) Quando não houver mais falhas comandar “EXERCÍCIO DE TIRO
TERMINADO! ATIRADORES, ARMAS AO SOLO, TRAVADAS, ABERTAS E
SEM CARREGADOR; JANELA DE EJEÇÃO PARA CIMA E CARREGADOR
COM O TRANSPORTADOR VOLTADO PARA A RETAGUARDA”. AUX INSTR/
MON, VERIFIQUEM A SEGURANÇA DA LINHA DE TIRO!”.
(24) Após o sinal positivo dos monitores: “LINHA DE TIRO EM SEGU-
RANÇA! ATIRADORES DE PÉ! À FRENTE VERIFICAR OS RESULTADOS!”;
(25) Depois de encerrado o último exercício de tiro, de cada série de
atiradores, o instrutor, auxiliado pelos Aux Instr/Mon, faz a inspeção final na
própria linha de tiro.
b. Verificação dos resultados
(1) Durante a verificação dos alvos, os atiradores anotam os impactos no
borrão de tiro, um monitor anota em uma folha o desempenho (E, MB, B, R ou I)
e recolhe os borrões dos militares aptos. Os resultados insuficientes têm que ser
recuperados.
(2) O(s) monitor(es) que permanece(m) na linha de tiro organiza(m) o
próximo rodízio.

2-18
C 23-1 2-4/2-5

(3) A série de espera recolhe estojos vazios e em seguida, retorna ao seu


lugar, de frente para o alvo sem tocar no armamento.
(4) A próxima série se prepara para ocupar a posição de espera.
(5) O cabo armeiro anota o número das armas com as respectivas
quantidades de tiros, além de registrar, se for o caso, as panes, incidentes ou
problemas apresentados.
(6) Os soldados auxiliares e os atiradores tampam os furos nos alvos.
(7) Após o término dos exercícios de tiro previstos, os atiradores com
resultado satisfatório seguem para a manutenção do armamento, coordenada
pelo cabo armeiro. Os militares deficientes realizarão exercícios de tiro em seco
ou tiro com FAC.

2-5. CONTROLE DA INSTRUÇÃO


É importante que o oficial Cmt da linha de tiro acompanhe, antes, durante
e após o exercício, o trabalho dos seus auxiliares, a fim de providenciar, mediante
Parte, as seguintes informações:
a. Situação do armamento: neste item relaciona-se a numeração do fuzil
com o número de disparos efetuados pela arma. É necessário especificar as
armas que apresentaram mau funcionamento, tiveram peças danificadas ou
causaram acidente de tiro.
b. Resultados individuais: na Parte, os borrões de tiro são anexados,
emitindo parecer, indicando os militares que não atingiram resultado satisfatório.
Estes militares não deverão portar armamento.
c. Consumo de munição: neste item são relacionadas as quantidades, por
lote, de cartuchos consumidos, de cartuchos danificados e de cartuchos devol-
vidos.

2-19
2-5/2-7 C 23-1

Fig 2-9.

(1) Durante a instrução, o graduado responsável pela munição deve usar


a ficha abaixo (Fig 2-9) como ferramenta de controle.
(a) Extra: é a munição distribuída além do previsto. Exemplo: Mun
para substituir Car danificado no carregamento.
(b) Sobra: é a munição distribuída e não utilizada. Exemplo: o atirador
não termina a série de tiro dentro do tempo determinado.
(c) Os municiadores, entregando munição extra para os Aux Instr/
Mon ou recebendo as sobras destes, informam imediatamente o fato ao graduado
controlador da munição.
(2) Os acidentes ocorridos durante a instrução deverão ser administrados
de acordo com o previsto no Programa de Instrução Militar(PIM).

2-6. CONCLUSÃO
Ao término do exercício de tiro, é feita uma análise, em que se procura
mostrar os pontos a serem melhorados, ressaltando-se os aspectos positivos.

2-7. PRESCRIÇÕES DIVERSAS


a. Medidas administrativas
(1) Previsão de consumo de munição - Conciliar a quantidade prevista
para o consumo, segundo a IGTAEx e a disponibilidade de cartuchos pelas
dotações da OM. Estas são regulamentadas por portarias específicas, sendo
conveniente consultá-las junto à 4ª seção e ao oficial de munição da OM.

2-20
C 23-1 2-7

(2) Pedido de munição - Normalmente é feito por meio da SU ao Fiscal


Administrativo da OM (4ª seção).
(3) Pedido de apoio médico - Normalmente é feito por meio da SU ao
Fiscal Administrativo da OM (4ª seção).
(4) Pedido de estande - Normalmente é feito por meio da SU ao Oficial
de Operações da OM (3ª seção).
b. Aquisição de Alvos e Obréias
(1) Os alvos e obréias podem ser adquiridos no EGGCF ou em gráficas
especializadas. Na impossibilidade de comprá-los, os alvos poderão ser confec-
cionados de maneira artesanal, usando-se cartolina ou outro papel e tinta preta.
Cria-se uma moldura de borracha ou madeira e pinta-se o interior com rolo ou
pincel.
(2) Tamanho do alvo: o alvo padrão é o alvo A2, representando a silhueta
de um homem em pé. Os tiros visados com fuzil objetivam acertar um homem a
200 metros. (Fig 2-10)

Fig 2-10

(3) Em estandes reduzidos, bem como para a confecção dos meios


auxiliares de instrução, é recomendável utilizar alvos com dimensões reduzidas
em escala, proporcionais à distância operacional (200 m), possibilitando ao
instruendo sempre a mesma fotografia.
Exemplo:
(a) Pela regra de três
A C
=
B D
(b) Estande de 50 m à 200/50 = ¼ à FATOR MULTIPLICADOR
(c) Multiplicam-se pelo fator multiplicador todas as dimensões do alvo:
36 cm x ¼ ; 56 cm x ¼ ; 20 cm x ¼ ; 16 cm x ¼ , pois ¼ é o valor
de 200 m dividido por 50

2-21
2-7 C 23-1

(d) Os alvos reduzidos podem ser impressos, com menor custo, em


impressoras de computador, em fotocopiadoras ou pintados com tinta preta(pintam-
se várias folhas para depois recortá-las nas medidas desejadas).
(4) As obréias ideais são as do tipo adesivas, pela facilidade de
manuseio, agilizando o trabalho de trincheira, tendo em vista que são limpas e de
custo relativamente baixo. Podem também ser confeccionadas de papel picotado
com cola à base de farinha de trigo.
(5) As molduras podem ser confeccionadas com diversos materiais
(papelão, madeira, isopor, pano, etc). São numeradas e devem permanecer firmes
e resistentes às condições adversas do tempo, como chuvas e ventos fortes.

Fig 2-11. Exemplo de moldura

Fig 2-12. Moldura utilizando isopor

2-22
C 23-1

CAPÍTULO 3

FUNDAMENTOS DE TIRO DE FUZIL

3-1. GENERALIDADES
a. O tiro preciso é um conjunto de ações muito simples e interligadas. Os
fundamentos do tiro são aspectos básicos que devem ser perfeitamente compre-
endidos neste processo, sendo são apresentados na seqüência natural das ações
para realização de um disparo com o fuzil. Se o atirador executá-los corretamente,
terá maior êxito na realização de tiros em alvos de instrução e no combate. Os
fundamentos de tiro são a posição estável, a pontaria, o controle da respiração e
o acionamento do gatilho. Todos os fundamentos devem ser executados de forma
integrada. O atirador deve utilizar a estrutura óssea do corpo como apoio,
procurando amenizar a fadiga precoce dos músculos envolvidos na posição, em
especial na deitada e ajoelhada.
b. Os fundamentos de tiro de fuzil serão detalhados nos artigos a seguir.

ARTIGO I
POSIÇÃO ESTÁVEL

3-2. DEFINIÇÃO
É o sistema formado pela empunhadura e a posição de tiro, objetivando a
menor oscilação do conjunto arma-atirador. Sempre que possível, o atirador
deverá procurar utilizar qualquer tipo de apoio (sacos de areia, árvores, troncos,
pneus, colunas etc.) para a realização do tiro, pois, além de permitir uma posição
mais estável, poderá servir também de abrigo. Vale ressaltar que, em algumas
situações, o atirador não contará com apoios. Para manter uma boa estabilidade,
qualquer que seja a posição de tiro, é necessário uma força muscular que sustente
o peso da arma e tenha como resultante a firmeza da arma e da posição de tiro.

3-1
3-3/3-4 C 23-1

3-3. CONCEITOS
a. Arco de movimento - São movimentos constantes do corpo do atirador
que influenciam o grupamento de tiro e são notados durante a pontaria.
b. Estabilidade da posição - Situação ocorrida quando ao assumir a
posição de tiro, o atirador possui um arco de movimento reduzido.
c. Firmeza - É qualquer ação exercida sobre a arma ou musculatura que
resulte em estabilidade.
d. Contração - É a força muscular exercida sobre a arma ou musculatura
que resulte em instabilidade e fadiga precoce da musculatura, respectivamente.
e. Zona natural de pontaria - Ao assumir naturalmente a posição de tiro,
o fuzil do atirador aponta para uma determinada direção. A direção apontada e a
oscilação do corpo determinam a zona natural de pontaria. Caso esta zona não
coincida com o alvo, o atirador deve corrigir a posição de tiro para que isto
aconteça. Se o atirador forçar a posição de tiro na direção do alvo, diminuirá a
estabilidade da posição bem como a probabilidade de acerto. Quanto mais
freqüente for a prática do atirador, melhor será a capacidade de fazer com que a
zona natural de pontaria seja a região do alvo ao assumir a posição de tiro
naturalmente.

3-4. EMPUNHADURA
É o ajuste das partes do corpo à arma, proporcionando firmeza ao conjunto,
facilitando a realização da pontaria e o correto acionamento do gatilho.
a. Pontos de contato do corpo do atirador com a arma
(1) a mão que atira segura o punho da arma e pressiona o gatilho;
(2) a mão auxiliar segurando as placas do guarda-mão, no “V” da mão;
(3) o cavado do ombro prende a chapa da soleira;
(4) a cabeça do atirador pende sobre o delgado da coronha.
b. O atirador deve buscar
(1) não comprimir excessivamente a arma com a mão auxiliar, pois
somente a força muscular é suficiente para dar firmeza à posição estável;
(2) manter o fuzil firme no cavado do ombro;
(3) a cabeça pende ereta sobre o delgado da coronha;
(4) a mão que atira empunha a arma com firmeza.

3-2
C 23-1 3-4

Fig 3-1. Empunhadura

Fig 3-2. “V” da mão

3-3
3-5 C 23-1

3-5. POSIÇÕES DE TIRO


a. Generalidades - A posição de tiro deverá propiciar ao atirador estabili-
dade e conforto (este último quando possível), possibilitando assim uma correta
empunhadura e pontaria. Ela reduzirá o arco de movimento do atirador, permitindo
a ele melhores condições para realizar um acionamento correto. A diminuição do
arco de movimento é conseqüência, portanto, da posição de tiro e, principalmente,
do treinamento constante. As posições de tiro aqui apresentadas são básicas e
partem sempre da posição inicial. A escolha da melhor posição de tiro, ou uma
variação desta, será feita em função da situação do terreno, do inimigo ou dos
meios disponíveis para apoio e abrigo.
b. Posição Inicial - É a posição utilizada para o início dos exercícios de
tiro no estande (Fig 3-3). Os detalhes da posição ajoelhada são:
(1) o atirador fica de frente para o alvo, com os pés afastados entre si a
uma distância correspondente à largura dos ombros (opção para o pé do lado da
mão auxiliar, um pouco à frente);
(2) a mão auxiliar segura a placa do guarda-mão;
(3) a mão que atira segura o punho do fuzil, na altura da cintura, com o
cano voltado para frente.

Fig 3-3. Posição inicial

c. Posição deitada - Esta posição de tiro naturalmente possibilita maior


estabilidade ao atirador por possuir maior superfície de apoio, bem como ter seu
centro de gravidade próximo ao solo (Fig 3-4). Os fundamentos da posição de tiro
deitada são:

3-4
C 23-1 3-5

(1) deitar de frente, com o corpo em ângulo de aproximadamente 30o em


relação à direção de tiro, para o lado da mão auxiliar;
(2) a perna do lado da mão que atira ligeiramente flexionada, aliviando o
movimento do diafragma na respiração e proporcionando, ao lado da mão auxiliar,
um maior contato com o solo;
(3) a perna do lado da mão auxiliar naturalmente estendida no prolonga-
mento da coluna vertebral;
(4) o cotovelo do lado da mão auxiliar apoiado o mais baixo possível da
arma e antebraço tocando o carregador;
(5) a chapa da soleira no cavado do ombro;
(6) cotovelo do lado da mão que atira apoiado naturalmente ao lado do
corpo;
(7) a mão que atira empunha o fuzil, trazendo-o de encontro ao ombro do
lado que atira, dando-lhe firmeza;
(8) a cabeça deve estar na vertical, com o seio da face apoiado sobre a
coronha e com a musculatura do pescoço descontraída.

Fig 3-4. Posição de tiro deitada

d. Posição ajoelhada - É uma posição de boa estabilidade, baseada na


correta distribuição do peso do conjunto arma atirador (Fig 3-5 e 3-6). Os
fundamentos da posição ajoelhada são:
(1) girar aproximadamente 45º em relação à direção de tiro, para o lado
da mão que atira;
(2) Dar um passo à frente com a perna do lado da mão auxiliar,
ajoelhando-se sobre a perna do lado da mão que atira;
(3) o calcanhar encaixa no vão entre as nádegas;
(4) a perna do lado da mão auxiliar permanece na vertical ou com o pé um
pouco à frente, mantendo-o paralelo à outra perna;
(5) o peso do corpo distribuído igualmente pelos três pontos de apoio do
conjunto (joelho, pé do lado da mão que atira e pé do lado da mão auxiliar),
formando uma boa base (triângulo eqüilátero);

3-5
3-5 C 23-1

(6) o cotovelo do lado da mão auxiliar apoiado no joelho, ultrapassando-


o ligeiramente e antebraço tocando o carregador;
(7) a chapa da soleira colocada no cavado do ombro;
(8) a mão que atira empunha o fuzil trazendo-o, firmemente, de encontro
ao cavado do ombro, resultando em firmeza;
(9) cabeça na vertical, apoiando a bochecha sobre a coronha e
descontraindo a musculatura do pescoço;
(10) a posição de tiro ajoelhada comporta ainda três tipos de colocação
do pé do lado que atira ,podendo ser utilizadas de acordo com a individualidade
do atirador.

Fig 3-5. Posição de tiro ajoelhada

Fig 3-6. Colocação do pé do lado da mão que atira na posição ajoelhada

f. Posição de pé - Oferece menos apoio e estabilidade ao atirador. Esta


posição facilita o engajamento de alvos em movimento e em várias direções.
Apesar de ser menos estável (por depender da sustentação muscular), a posição
permite tiros precisos com boa cadência (Fig 3-7). Os fundamentos da posição
de tiro de pé são:
(1) dar um passo à frente com a perna do lado da mão auxiliar e flexioná-
la ligeiramente;
(2) a perna do lado da mão que atira permanece estendida;
(3) o tronco inclina-se para a frente, no prolongamento da perna estendida;

3-6
C 23-1 3-5

(4) a mão que atira empunha o fuzil, puxando-o, firmemente, de encontro


ao cavado do ombro;
(5) a cabeça deve estar na vertical, apoiando o seio da face sobre a
coronha e relaxando a musculatura do pescoço;
(6) a chapa da soleira fica pouco acima do cavado do ombro em relação
à posição deitada e ajoelhada.

Fig 3-7. Posição de tiro de pé

3-7
3-6/3-7 C 23-1

ARTIGO II
PONTARIA

3-6. GENERALIDADES
a. A pontaria é o fundamento de tiro que faz com que o atirador direcione
sua arma para o alvo.
b. Apontar para o alvo significa alinhar os aparelhos de pontaria do fuzil
corretamente com o alvo.
c. O ser humano possui um de seus olhos com melhor capacidade de
apontar que o outro, denominado olho diretor. Este, sempre que possível, deve ser
utilizado para realizar a pontaria, desde que seja do mesmo lado que o atirador
prefira atirar em função da sua habilidade motora. Caso este lado não seja
correspondente ao olho diretor, o atirador deve escolher sua posição de tiro de
acordo com o lado que possui mais coordenação para disparar, não utilizando o
olho diretor para a pontaria.
d. A pontaria sempre será realizada no centro do alvo, por ser o local onde
há maior probabilidade de acerto devido à massa exposta e por ser região vital do
corpo humano.

3-7. ELEMENTOS DA PONTARIA


a. Linha de mira (LM) - Linha imaginária que une o olho à maça de mira,
passando pela alça. Ela é responsável pelo alinhamento do armamento com a
direção de tiro. Qualquer erro provoca um desvio angular do ponto de impacto (alvo)
em relação ao ponto visado. (Fig 3-8)

MAÇA DE LINHA DE ALÇA DE


MIRA MIRA MIRA

Fig 3-8. Linha de mira

3-8
C 23-1 3-7

b. Linha de visada (LV) - Linha imaginária que se constitui no prolonga-


mento da linha de mira até o alvo.

ALVO MAÇA DE ALÇA DE


MIRA MIRA

LINHA DE
VISADA

Fig 3-9. Linha de visada

c. Fotografia - Imagem obtida quando se realiza a pontaria. Para tanto, é


necessário, no tiro de fuzil, focalizar o topo da maça de mira, através do centro do
visor da alça e colocá-lo no centro do alvo. As abas de proteção da maça de mira
não são utilizadas na pontaria. Como o cérebro trabalha com imagens, a fotografia
correta deve ser permanentemente buscada pelo atirador até o momento do
disparo. (Fig 3-10)

Fig 3-10. Fotografia correta

3-9
3-7 C 23-1

d. Distância para a alça - Distância compreendida entre o olho do atirador


e a alça de mira, de aproximadamente 4 dedos. Esta distância permitirá atingir
rapidamente a imagem da fotografia correta.

OLHO ALÇA DE MIRA

4 DEDOS

Fig 3-11. Distância para alça

e. Foco na maça - O olho humano não consegue focalizar, ao mesmo


tempo, objetos em planos diferentes. Portanto, durante a pontaria, só se pode
focalizar, nitidamente, um dos três planos da fotografia: a alça, a maça ou o alvo.
Para uma perfeita fotografia, deve-se focalizar com clareza (nitidamente) a maça
de mira. Nesta situação ela se encontrará naturalmente centrada em relação à
alça, obtendo-se a linha de mira. A partir daí, basta direcionar o topo do pino da
maça de mira para o centro do alvo, que permanecerá embaçado até o momento
do disparo. Focando a alça ou o alvo, a maça ficará embaçada permitindo que um
mínimo desvio seja imperceptível, mas provoque uma grande dispersão. O atirador
tem que acreditar que o mais importante é focar a maça de mira. (Fig 3-12 e 3-13)

Fig 3-12. Erros de linha de mira

3-10
C 23-1 3-7/3-8

Fig 3-13. Erros de linha de visada

ARTIGO III
CONTROLE DA RESPIRAÇÃO

3-8. FUNDAMENTOS DO CONTROLE DE RESPIRAÇÃO


a. Durante o ciclo respiratório, entre uma expiração e a próxima inspiração,
existe uma pausa respiratória natural, momento em que o diafragma está
totalmente relaxado.
b. Nos tiros de precisão, o atirador deverá prender a respiração nesta pausa
respiratória natural (que se inicia ao final da expiração), prolongando-a enquanto
realiza o acionamento. É importante, para a realização de um bom disparo, que
o prolongamento da pausa respiratória não ultrapasse, em média, 10 segundos.
Caso contrário, prejudicará a oxigenação do organismo, provocando tremores
musculares e vista embaçada. Além de prejudicar o aspecto físico, aumenta a
ansiedade e a tensão no atirador que, por fim, acabará executando um mau
acionamento do gatilho. Neste caso, quando o tempo for suficiente, o atirador
deverá ser orientado para que, não conseguindo realizar o disparo neste intervalo,
desfaça a pontaria, volte a respirar e reinicie todo o processo. Com o treinamento,
deverá aprender a realizar o disparo antes de começar a sentir-se incomodado
com a pausa respiratória. Caso o atirador tenha que realizar tiros subseqüentes,
ele deve prolongar a pausa entre eles ou, necessitando de ar, respirar rapidamente
e continuar os disparos. (Fig 3-14)

3-11
3-8/3-9 C 23-1

Fig 3-14. Controle da respiração

ARTIGO IV
ACIONAMENTO DO GATILHO

3-9. FUNDAMENTOS DO ACIONAMENTO DO GATILHO


a. Durante o acionamento, o atirador deve ter em mente: manter a posição
estável, focalizar a maça, procurar colocá-la no centro do alvo, prender a
respiração e aumentar, suave e progressivamente, a pressão na tecla do gatilho
até após ocorrer o disparo.
b. O dedo indicador toca a parte central da tecla do gatilho com a região
entre a parte média da falange distal e a sua interseção com a falange média.
c. A pressão deve ser exercida de forma suave e progressiva, sem
movimentos bruscos, para a retaguarda e na mesma direção do cano da arma,
sem vetores laterais. É importante não alterar a firmeza da empunhadura durante
a compressão do gatilho, ou seja, o movimento do indicador deve ser totalmente
independente da empunhadura, mantendo-se, em conseqüência, a posição
estável e sem desfazer a pontaria. (Fig 3-15)

3-12
C 23-1 3-9/3-11

Fig 3-15. Sentido da força do acionamento

3-10. ERROS NO ACIONAMENTO DO GATILHO


a. Ao executar a pontaria é desejável que o atirador permaneça com a arma
sobre o ponto visado, mantendo a linha de visada. No entanto, sempre há uma
pequena oscilação, mais sentida quanto maior a distância do alvo, maior a
instabilidade da posição e menor o treinamento. Esta situação, aliada à ansiedade
de acertar, faz com que o atirador cometa erros no acionamento, obtendo maus
resultados.
(1) Gatilhada - o atirador “comanda” o disparo, acionando bruscamente
o gatilho quando julga visualizar a fotografia ideal. Com isso, ao invés de atingir o
alvo no ponto desejado, pode deixar de acertá-lo.
(2) Antecipação - outra conseqüência de comandar o tiro é a antecipação
de reações ao disparo. O atirador pode ser levado a aumentar a pressão da
empunhadura e a forçar o punho para baixo como para compensar o recuo da
arma.
(3) Esquiva - Pode ainda ocorrer a esquiva, na qual o atirador projeta o
ombro para trás procurando fugir do recuo. Muitas vezes, o atirador chega a fechar
os olhos antes do disparo, perdendo a fotografia.

3-11. ACOMPANHAMENTO
a. É a fase que se inicia após fuzil ser disparado. É um fundamento que
exige bom domínio dos demais para ser aplicado corretamente.
b. O acompanhamento consiste nas seguintes ações:
(1) procurar manter a linha de mira, com o foco na maça;
(2) continuar a acionar a tecla do gatilho até o final de seu curso da mesma
forma que vinha sendo feita antes do disparo;
(3) manter o apoio da cabeça na coronha;

3-13
3-11/3-12 C 23-1

(4) manter o mesmo nível de tensão muscular da posição e firmeza na


empunhadura;
(5) evitar qualquer reação ao recuo ou ao estampido do tiro;
(6) liberar a tecla do gatilho somente após a linha de visada ter sido
restabelecida.
c. O acompanhamento é essencial para a boa execução do tiro, permitindo
ainda maior facilidade no engajamento de alvos subseqüentes. Se realizado
corretamente auxilia na concentração na pontaria nos momentos finais do
disparo.

3-12. INDICAÇÃO DO TIRO (“CANTADA")


a. Indicar o tiro é a capacidade do atirador saber onde o projétil atingiu o alvo
imediatamente após ter sido disparado. Normalmente alvos humanos são fugazes
e movem-se após terem sido atingidos. O atirador deve ser capaz de dizer
precisamente o local provável de impacto do tiro para auxiliar na confirmação do
acerto do alvo.
b. O tiro é indicado pelo atirador pela relação entre o local onde o fuzil estava
apontado no momento do disparo e o ponto de pontaria no alvo (a princípio, o centro
de maça), por meio do processo do relógio, observando a direção e distância.
c. A imagem da indicação do tiro é a fotografia que o atirador observa
imediatamente após o desengatilhamento e antes do início do recuo do fuzil. Caso
a pontaria esteja correta, no centro do alvo, a cantada será a fotografia correta.
d. A partir do momento em que o atirador consegue realizar a cantada
corretamente, significa também que está aplicando corretamente os fundamentos
de tiro. Quanto mais experiente, mais precisas serão as cantadas do atirador.
e. Inicialmente é uma técnica difícil de ser executada. O acompanhamento
correto do tiro facilita a cantada.
f. Para o atirador cantar o tiro, o fuzil, logicamente, deverá estar clicado para
acertar o ponto visado na distância em que o atirador estiver disparando. Somente
estando hábil em cantar o tiro, o atirador poderá realizar a clicagem do armamento
e determinar corretamente a alça de combate do fuzil.
g. A cantada correta indica que o atirador está realizando e dominando os
fundamentos de tiro corretamente

ARTIGO V
AÇÃO INTEGRADA DE ATIRAR
a. A partir do momento em que o atirador tiver aprendido os fundamentos
de tiro, ele deve saber integrá-los. A ação integrada de atirar é uma seqüência
lógica de medidas que o atirador realiza para melhor harmonizar os fundamentos.

3-14
C 23-1 3-12

b. É dividida em três fases:


(1) Fase da preparação - Nesta fase o atirador procura assumir a melhor
posição de tiro para realizar o disparo, procurando as melhores condições que o
terreno oferece. O atirador procura também o melhor apoio disponível para a sua
posição. Verifica se a zona natural de pontaria está no alvo e se a posição de tiro
está naturalmente equilibrada. O atirador realiza, se necessário, correções na
alça de mira de acordo com a distância em que irá disparar.
(2) Fase do disparo - Nesta fase serão coordenadas as ações para o tiro
propriamente dito.
(a) Respirar. O atirador inspira e expira, iniciando posteriormente o
prolongamento da pausa respiratória. Verifica se o apoio da face no fuzil está
correto, obtendo a distância de 4 dedos entre o olho e a alça de mira. Inicia também
processo de pontaria, procurando identificar o alvo e observar a linha de mira.
(b) Relaxar. A partir do início da última expiração, o atirador procura
manter a musculatura envolvida firme, estabilizando a posição de tiro, mantendo
o controle do fuzil e a firmeza na empunhadura.
(c) Apontar. Ao se iniciar o prolongamento da pausa respiratória, o
atirador deve refinar a pontaria no alvo, focalizando a maça de mira e procurando
manter a oscilação do fuzil no centro da zona do alvo, mesmo que este esteja em
movimento.
(d) Acionar. A pressão exercida na tecla do gatilho é iniciada no final
da expiração. Mantendo a pausa respiratória e a pontaria no centro de maça do
alvo o atirador aciona progressivamente o gatilho até o momento do disparo.
(3) Fase após o tiro - Após a disparo o atirador realiza o acompanhamento
do tiro e a indicação do local de impacto. O atirador deve analisar o tiro
imediatamente após o disparo. Se o tiro atingiu o alvo, significa que a ação
integrada de atirar foi realizada corretamente. Caso o alvo não tenha sido atingido
o atirador deve analisar as possíveis causas e dar mais ênfase na correção destes
erros em tiros futuros.

ARTIGO VI
ANÁLISE DO TIRO

LOC AL D OS IMPAC TOS C AUSA PROVÁVEL

ANTEC IPAÇ ÃO

3-15
3-12 C 23-1

LOCAL DOS IMPACTOS CAUSA PROVÁVEL

ESQUIVA

ERRO NA OBTENÇÃO DA ZONA


NATURAL DE PONTARIA

ERRO NA TOMADA DA LINHA DE


MIRA

GATILHADA

3-16
C 23-1 3-12

LOCAL DOS IMPACTOS CAUSA PROVÁVEL

RESPIRANDO DURANTE O DISPARO

ERRO NA TOMADA DA LINHA DE MIRA

FOCO FORA DA MAÇA DE MIRA

COTOVELO DO LADO DA MÃO


AUXILIAR NÃO ESTAVA ABAIXO DA
ARMA

FUNDAMENTOS DE TIRO, EM GERAL,


APLICADOS INCORRETAMENTE

POSSIBILIDADE DE FUZIL COM CANO


SEM PRECISÃO (INSTRUTOR DEVE
TESTAR O ARMAMENTO REALIZANDO
SÉRIE DE TIRO PARA VERIFICAR O
GRUPAMENTO)

REGULAGEM DOS APARELHOS DE


PONTARIA INCORRETA

3-17
C 23-1

CAPÍTULO 4

O PREPARO PSICOLÓGICO

4-1. INTRODUÇÃO
Um disparo é um conjunto de procedimentos que requer do executante uma
grande habilidade motora fina. Como em toda atividade que envolve este tipo de
habilidade, é difícil executá-la em momentos em que o nível de ansiedade estiver
alto; por isso, é importante explorar a parte psicológica do tiro.

4-2. FOCO DE ATENÇÃO


a. O foco de atenção do atirador deve estar totalmente voltado para o
alinhamento de miras porque esta é a única forma de alinhar o cano para o alvo
(é importante não confundir com o foco visual, que deve estar o tempo todo na
maça). Se o FOCO DE ATENÇÃO não estiver em alinhamento de miras, a sua
mente poderá ser tomada pelo pensamento de “agora é o momento para apertar
o gatilho”, nesta hora será tarde e aparecerão provavelmente os erros comuns de
acionamento de gatilho (gatilhada ou antecipação).
b. O atirador durante os tiros deve estar com o FOCO DE ATENÇÃO no
alinhamento de miras e o restante das ações será executado automaticamente.
Este é o objetivo final de todo o atirador, pois a automação dos movimentos e as
ações fluem naturalmente. Portanto, no momento final do tiro o FOCO DE
ATENÇÃO deve estar no alinhamento de miras. Dê esse comando “miras!” e tudo
mais flui naturalmente.

4-3. CONDICIONAMENTO
a. É importante o instruendo repetir várias vezes o tiro em seco na oficina
de acionamento do gatilho, para se criar uma automação do movimento de puxada
correta de gatilho. Com essa automação, o atirador deixará livre seu consciente

4-1
4-3/4-5 C 23-1

para focar sua atenção no alinhamento de miras. À medida que o atirador for
automatizando os fundamentos de tiro, conseguirá concentrar mais e mais sua
atenção no alinhamento de miras ou, até mesmo, na resolução da situação tática
em que ele se encontrar. Conseqüentemente, após esta automação, os níveis de
ansiedade diminuem muito.
b. No tiro em combate ou tiro rápido, a automação dos movimentos
envolvidos na execução do tiro se torna imprescindível, porque, com o nível de
ansiedade alta, só os movimentos condicionados serão perfeito e rapidamente
executados.
c. Na administração do reforço positivo e negativo, pelo instrutor, é
importante saber que quando o atirador é elogiado, ocorre um aumento de sua
motivação, ao mesmo tempo em que fortalece a aprendizagem da sua habilidade,
isto é, vai haver um progresso na sua organização. Pode-se imaginar que se o
atirador fosse punido ocorreria o contrário, isto é, um progresso ao contrário, o que
não ocorre. Na punição, o que sucede é a supressão temporal do comportamento
errado, mas que poderá retornar se não houver um controle permanente do
comportamento infrator até que ele seja levado à extinção.

4-4. ANSIEDADE
Se os níveis de ansiedade aumentarem, e não forem controlados, alguns
dos sintomas podem aparecer:
a. Diminuição da visão periférica.
b. Diminuição da capacidade de ouvir as coisas ao redor.
c. Diminuição da habilidade motora fina
d. Descarga de adrenalina - provocando um conseqüente aumento da
sudorese e freqüência cardíaca.
e. Taquipsiquia - efeito da demora, o atirador pensa que ele está se
deslocando lentamente.
f. Analgesia - ocorre quando a taxa de adrenalina está alta, o inimigo pode
levar um tiro e ele ainda permanece avançando para atacar. Por isso, que devemos
sempre executar dois disparos.

4-5. IMAGENS E COMANDOS POSITIVOS


a. Para criar uma IMAGEM POSITIVA é necessário que o atirador se
enxergue acertando um, dois, três,... tiros no alvo. Nosso cérebro trabalha com
imagens; se a mente do atirador visualizar uma imagem de um tiro passando ao
lado do alvo, certamente, seu cérebro fará o possível para que o tiro vá naquele local
onde se imaginou, ou seja, ao lado do alvo. Então, visualize uma imagem positiva
de acertar o alvo. Destrua a imagem negativa com um “míssil, foguete, fogo, água,

4-2
C 23-1 4-5/4-6

etc.” Tire-a da sua mente, em suma, limpe a mente.


b. Dê COMANDOS POSITIVOS para sua mente. “Vou acertar o alvo” e o tiro
certamente irá acertar o alvo.
c. Com comando negativo, como “não posso acertar o alvo”, vai a seguinte
mensagem ou imagem para o cérebro, “erre o alvo”, e o cérebro fará tudo para que
isso aconteça.

4-6. PROGRESSIVIDADE DAS INSTRUÇÕES


a. Existem vários fatores que fazem com que a ansiedade aumente, que
vêm, desde a inexperiência no trato com o armamento; passando pela responsa-
bilidade de não cometer nenhuma negligência, imperícia ou imprudência com o
fuzil; como também, pelo recuo, estampido e efeito letal da arma; e, chega ao
estágio final da competência profissional em acertar o alvo, quando necessário.
b. Para os inexperientes pode-se afirmar que o medo é inerente ao ser
humano; portanto, encare o tiro, o acertar o alvo, como um obstáculo a ser vencido
como qualquer outro da vida.
c. O natural deve ser buscado por cada atirador, pois cada militar é um
individuo e essa INDIVIDUALIDADE deve ser aceita tanto pelo próprio atirador
como pelos instrutores. As regras gerais para os fundamento e técnicas já foram
expostas, adapte-as à sua INDIVIDUALIDADE para que se alcance o máximo de
rendimento.
d. Atiradores: “o autodomínio, o equilíbrio emocional e a autoconfiança
aumentará a cada acerto e a cada etapa de instrução vencida. Acredite na técnica
ensinada e, antes de tudo, em você mesmo”.

4-3
C 23-1

CAPÍTULO 5

INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO (IPT)

ARTIGO I
FINALIDADE E ORGANIZAÇÃO

5-1. FINALIDADE
a. A IPT tem a finalidade de fazer com que os instruendos preparem-se para
o tiro real. Para isso, devem aplicar a técnica(Fundamentos de Tiro) e realizar
exatamente o que foi ensinado e demonstrado durante as instruções teóricas e
práticas.
b. As oficinas serão desenvolvidas atendendo os fundamentos de tiro
associado ao cuidado com o manejo do armamento.

5-2. ORGANIZAÇÃO
a. Toda a INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO deve ser, preferen-
cialmente, realizada no estande e, obrigatoriamente, antecedida por sessão
teórica sobre FUNDAMENTOS DE TIRO. Tudo isso visa aumentar o rendimento
das próximas instruções. A IPT é subdividida em 4 oficinas, sendo que uma delas
deverá ter, como responsável, um instrutor/Aux Instr/Mon que será encarregado
de conduzir o exercício. Inicia-se com a instrução de Fundamentos de Tiro,
preferencialmente, ministrada em uma única vez para todo o efetivo do dia, sendo
esta conduzida pelo oficial de tiro. Com isso, nivela-se a instrução para todos os
instruendos. Após essa instrução, o grupamento será dividido de forma que haja
um rodízio entre as oficinas no período da manhã e no da tarde.
b. Àqueles que apresentem deficiências deve ser dada atenção especial
para que sejam recuperados no mesmo dia da instrução ou antes da realização

5-1
5-2/5-3 C 23-1

do TIP. Para uso de um grupo grande, devem estar disponíveis conjuntos de


material auxiliar na proporção de 50% ou mais do efetivo do grupamento. Além do
instrutor responsável pela sessão, devem ser designados monitores, dentro da
possibilidade da Unidade, para cada oficina da IPT.
c. O Oficial de Tiro poderá, além de coordenar e fiscalizar as oficinas, ser
um instrutor de uma delas. Neste caso, deverá ser o responsável pelas oficinas
mais importantes(Posições de Tiro e Acionamento do Gatilho).
Quadro de Atividades das Instruções de Tiro
IPT TIP TIB
Horário Instrução/Oficina Horário Instrução/Oficina Horário Instrução/Oficina
1º Fundamentos de 1º Procedimentos 1º Procedimentos
Tempo tiro Tempo no estande Tempo no estande

Rodízio entre as
2º ao 4º oficinas: 2º ao 4º Execução do tiro 2º ao 4º Execução do
Tempo Posições de tiro Tempo com FAC Tempo tiro com o fuzil
e pontaria
Almoço Almoço Almoço
Rodízio entre as
oficinas: Conduta
5º ao 8º 5º ao 8º Execução do tiro 5º ao 8º Execução do
com o Armt e
Tempo Tempo com FAC Tempo tiro com o fuzil
acionamento do
gatilho

ARTIGO II
OFICINAS DA INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO

5-3. OFICINA NR 01: PONTARIA


Esta oficina é executada em duas fases.
1ª Fase: Tomada da Linha de Mira e da Linha de Visada.
Nesta fase os militares executam, em sistema de rodízio, dois
trabalhos: um com a barra de pontaria e o outro com a arma.
2ª Fase: Constância da Pontaria.
Nesta fase os militares executam, em sistema de rodízio, primeira-
mente o trabalho e, depois, atuam auxiliando na execução do trabalho.
a. Tomada da Linha de Mira e da Linha de Visada
(1) Objetivos
(a) Ensinar ao instruendo o correto alinhamento entre a alça e a maça
de mira, bem como a sua importância durante um tiro real.

5-2
C 23-1 5-3

(b) Realizar o correto alinhamento das miras em direção ao centro do


alvo, focando a maça de mira (“fotografia” correta). Ver figura (fundamento de
pontaria)
(2) Procedimentos
(a) Relembrar os conceitos de LM e LV, salientando a maior
importância da LM e a conseqüente necessidade de focar a maça de mira.
(b) Explicar os trabalhos a serem desenvolvidos na oficina.
(c) Dividir a escola em dois grupamentos para o rodízio dos trabalhos.
Metade executará o trabalho com a arma, enquanto a outra metade realizará o
trabalho com a barra de pontaria.
(3) Execução
(a) Trabalho com barra - Realização da visada na direção de um alvo
reduzido: (Fig 5-1)
1) O instruendo posiciona o rosto na parte posterior da barra de
pontaria, a uma distância de 4 dedos da alça de mira e com uma das mãos
firmando a barra, desloca com a outra o cursor, buscando o alinhamento correto
das miras no centro do alvo até obter uma “FOTOGRAFIA CORRETA”: Fig 5-1

Fig 5-1. Trabalho com barra

2) O instrutor verifica o trabalho e desfaz a “fotografia” (executa


duas vezes ou mais);
(b) Trabalho com a arma (Fig 5-2)
1) O atirador movimenta a arma até a obtenção da “fotografia”
correta.
2) O instrutor verifica o trabalho e desfaz a fotografia. Executa o
movimento duas ou mais vezes.
OBSERVAÇÕES: - A distância do olho à alça é de 4 dedos, como no tiro
real.
- Montar a oficina no estande e colocar o alvo à 10 m ou
em um local apropriado.
- Instrutores ou Monitores orientam o exercício e verifi-
cam o trabalho.

5-3
5-3 C 23-1

Fig 5-2. Trabalho com arma

(4) Aprovação - O Instruendo deverá fazer a fotografia correta no mínimo


duas vezes.
(5) Observações
(a) Ao realizar a visada e a verificação,é necessário ter o cuidado de
colocar o olho na mesma posição em relação à alça, a fim de que possa obter a
mesma “fotografia”.
(b) Os instruendos deverão executar os dois trabalhos em sistema de
rodízio.
(6) Conclusão - Análise do desempenho e da importância do exercício.
(7) Material Necessário
(a) Um par por instruendo:
- barras de pontaria com cursor; (Fig 5-3)
- suporte para arma com respectivo alvo; (Fig 5-4)
- bancadas e cadeiras.
(b) Um para cada Instrutor/Monitor:
- cartões de pontaria; (Fig 5-5)
- cartazes (nome da oficina e objetivo da sessão).
OBSERVAÇÃO: A utilização do cartão de pontaria é um instrumento de
análise do instrutor em relação à correta realização da fotografia pelo instruendo.
(8) Pessoal empregado - Preferencialmente na oficina deve haver um
instrutor e um monitor, no mínimo.

5-4
C 23-1 5-3

Fig 5-3. Barra de Pontaria com cursor.

Fig 5-4. Suporte para arma.

Fig 5-5. Cartões de Pontaria

5-5
5-3 C 23-1

b. Verificação da Constância da Pontaria


(1) Objetivo
(a) Aplicação dos princípios ensinados sobre linha de mira e linha de
visada.
(b) Realização de visadas sucessivas com a mesma pontaria.
(2) Procedimentos
(a) Relembrar os conceitos de LM e LV, salientando a maior
importância da LM e a conseqüente necessidade de focar a maça de mira.
(b) Explicar os trabalhos a serem desenvolvidos na oficina.
(c) Dividir a escola em dois grupamentos, uma executará o exercício,
enquanto o outro auxiliará na consecução do trabalho com a prancheta e o alvo
móvel.
(3) Execução
(a) É realizado o trabalho em duplas, com o atirador na posição
deitada e o seu auxiliar sentado sobre o cunhete. (Fig 5-6)

Fig 5-6. Constância da pontaria

(b) Na posição deitada, junto ao suporte, cotovelos no solo, o atirador


apóia o rosto em uma das mãos e não mexe mais a cabeça(IMPORTANTE).
(c) O auxiliar fixa o verso da ficha da IPT na prancheta com elástico.
(d) O auxiliar, tendo por base uma das extremidades da folha,
movimenta o alvo de acordo com os sinais do atirador. O atirador e o seu auxiliar
comunicam-se somente por gestos.
(e) O atirador sinaliza com a mão livre, a palma da mão indica a
direção procurando obter uma linha de visada correta.
(f) Após obter uma visada correta sobre o centro do alvo, o atirador fará
um sinal de positivo.
(g) Neste momento, o auxiliar marca a folha com um lápis, fazendo
um ponto através do orifício, no centro do alvo móvel, este procedimento é repetido
três vezes.
(4) Aprovação - O atirador será considerado aprovado quando o triângulo
obtido for inscritível em um círculo de 1 (um) cm de diâmetro.

5-6
C 23-1 5-3/5-4

(5) Observações
(a) A cabeça, a arma e o suporte devem permanecer imóveis.
(b) A sinalização deve ser feita somente por gestos.
(c) Na montagem da oficina, o alvo deve ser colocado a 10 metros de
distância da posição do atirador.
(6) Conclusão - Etapa a qual se refere uma crítica do desempenho e da
importância do exercício efetivado.
(7) Material empregado
(a) Um conjunto de material para cada dupla de trabalho, a saber:
Fig 5-7

Fig 5-7. Conjunto de Material

- Cunhetes para apoio da prancheta


- Suporte para arma
- Alvo móvel
- Lápis ou caneta
- Prancheta
- Elástico para prender o borrão de tiro na prancheta
(b) Para o instrutor e monitor são necessários:
- 4 (quatro) escantilhões de 1 (um) cm de diâmetro;
- cartaz contendo o nome da oficina e os objetivos da instrução.
(8) Pessoal empregado - Um monitor para cada grupo de 30 instruendos.

5-4. OFICINA NR 02: POSIÇÕES DE TIRO


a. Objetivos
(1) Demonstração e prática da empunhadura e das posições de tiro
deitada, ajoelhada e de pé.
(2) Execução correta da empunhadura e das posições de tiro com fuzil.
b. Procedimentos
(1) Relembrar os conceitos de LM e LV, salientando a maior importância
que deve ser dada à LM e a conseqüente necessidade de focar a maça de mira.
(2) Explicar os trabalhos a serem desenvolvidos na oficina.

5-7
5-4 C 23-1

c. Execução
(1) O monitor demonstra a posição de tiro.
(2) O instrutor faz as observações necessárias utilizando o monitor e/ou
o desenho da figura.
(3) Após cada demonstração, os instrutores são divididos em dois
grupos. Enquanto uma parte executa a posição ensinada, a outra permanece
observando.
(4) A empunhadura e a posição inicial são explicadas, sendo, executa-
das e verificadas simultaneamente com as posições de tiro.
(5) Os instruendos partirão da posição inicial para a execução de cada
exercício.
(6) O instrutor e monitor corrigem os instruendos.
(7) O instrutor deve seguir a seguinte seqüência para a demonstração das
posições de tiro:
(a) deitada;
(b) ajoelhada; e
(c) de pé.
d. Aprovação - O instruendo será aprovado mediante a execução correta
das três posições de tiro.
e. Observações
(1) A melhor posição de tiro é aquela em que o atirador sente-se estável
e confortável, permitindo uma correta empunhadura e uma boa pontaria, contribu-
indo assim para um bom acionamento.
(2) As posições de tiro aqui apresentadas são básicas e partem sempre
da posição inicial. Muitas vezes deverão ser adaptadas de acordo com a situação
do terreno, do inimigo ou dos meios disponíveis para apoio e abrigo. Da mesma
forma, pequenos ajustes podem ser feitos, de acordo com a individualidade
biológica de cada atirador. No entanto, em qualquer caso, os princípios básicos
não devem ser negligenciados.
f. Conclusão - Crítica da oficina, abordando o desempenho dos atiradores.
g. Material empregado
(1) Cartazes (nome da oficina e objetivos da instrução)
(2) Mural contendo o desenho das posições de tiro.
OBSERVAÇÃO: O mural das posições de tiro pode ser confeccionado
colocando-se as figuras das posições em uma transparência. Faz-se a projeção
dessa figura sobre um lisolene fixado em uma parede e, com uma caneta
apropriada, contorna-se o desenho projetado.
h. Pessoal empregado - Preferencialmente na oficina deve haver um
instrutor e um monitor, no mínimo.

5-8
C 23-1 5-5

5-5. OFICINA NR 03: CONDUTA COM O ARMAMENTO


Esta oficina é executada em duas fases:
- 1ª Fase: Manejo do Armamento(Mnj Armt).
- 2ª Fase: Manutenção do Armamento(Mnt Armt).
OBSERVAÇÃO: O instrutor deverá dividir o grupamento e o tempo de
instrução de modo que todos os instruendos passem pelas duas fases uniforme-
mente.
a. Manejo do Armamento
(1) Objetivos
(a) Recordar as operações essenciais de manejo do fuzil, propiciando
ao atirador bom rendimento na instrução e alto grau de segurança.
(b) Realizar com segurança as operações de manejo com o fuzil.
(c) Recordar aspectos importantes para a manutenção antes e após
o tiro.
(2) Procedimentos
(a) Colocar os instruendos em um dispositivo adequado para a
instrução, sentados, na posição inicial de manejo. Exemplo: em forma de “U”,
semi-circular.
(b) O instrutor deverá demonstrar as operações, fazendo os comen-
tários necessários.
(c) Os instruendos, após os comentários, deverão executar as
operações.
(d) Cada operação deverá ser repetida diversas vezes, visando
desenvolver a habilidade dos instruendos.
(e) Todas as operações de manejo são executadas pela mão que
atira, com a arma empunhada pela mão auxiliar.
(f) Como medida de segurança, o instrutor deverá alertar para os
seguintes procedimentos:
- não apontar a arma para os lados;
- não colocar o dedo indicador no gatilho durante as operações.
(g) Na execução das operações de manejo da arma será permitido,
exclusivamente, o uso de munição de manejo.
(3) Execução
(a) Posição inicial de manejo: (Fig 5-8)
1) atirador sentado com as pernas cruzadas;
2) armas apontadas para cima;
3) punho voltado para frente;
4) carregador ao solo com o transportador voltado para frente.

5-9
5-5 C 23-1

Fig 5-8. Posição de manejo

(b) Manejo do fuzil - Para o início do exercício, as armas estarão


travadas, abertas e sem o carregador, condição inicial para o ingresso no estande
de tiro. É importante seguir as seguintes operações:
- registrar alças variadas;
- registrar alça 200;
- municiar um carregador com dois cartuchos de manejo;
- alimentar a arma;
- carregar, agindo no retém do ferrolho;
- destravar;
- preparar para o tiro de repetição;
- disparar;
- simular incidentes de tiro: mostrar aos instruendos que devem
levantar o braço e aguardar a presença do instrutor ou do monitor, quando então,
segundo a orientação e supervisão deste, irão sanar o incidente. Os instruendos
vão executar as operações previstas para sanar incidentes de tiro;
- colocar a arma em segurança;
- retirar o carregador;
- executar dois golpes de segurança;
- abrir a arma, prendendo o ferrolho à retaguarda;
- inspecionar a câmara;
- alimentar a arma;
- carregar, agindo na alavanca de manejo;
- destravar a arma;
- disparar;

5-10
C 23-1 5-5

- abrir a arma, simulando o último disparo;


- retirar o carregador;
- inspecionar a câmara: mostrar aos instruendos que esta deve
ser a situação da arma após o término de cada série de tiro;
- colocar o RTS em “A”(regime de tiro automático);
- conduzir o ferrolho e conjunto impulsor do ferrolho a frente,
mantendo a tecla do gatilho pressionada, por meio da alavanca de manejo;
- colocar o RTS em “S”(em segurança);
- colocar o carregador;
- travar: mostrar aos instruendos que esta deve ser a situação da
arma, após a inspeção final, para saída do estande de tiro;
- retornar às condições iniciais da arma dentro do estande.
(c) Troca de Carregador - A troca de carregador será uma necessida-
de em combate.
1) Retirar o carregador agindo no retém. (Fig 5-9)
2) Substituir o carregador vazio por um cheio, guardando o
carregador vazio. (Fig 5-10)
3) Encaixar o carregador cheio, utilizando o dedo indicador como
guia. (Fig 5-11)
4) Puxar o carregador para a retaguarda até que seja preso pelo
seu retém. (Fig 5-12)

Fig 5-9. Retirada do carregador Fig 5-10. Troca de carregador

Fig 5-11. Colocar o carregador Fig 5-12. Encaixe do carregador

5-11
5-5 C 23-1

(d) Posição para Inspeção: (Fig 5-13)

Fig 5-13. Posição para inspeção

1) o atirador, com a mão esquerda, coloca a arma aberta no ombro


esquerdo, segurando-a pelo punho, sem o carregador, mantendo o cano voltado
para a retaguarda e a arma paralela ao solo;
2) o carregador deve ser mantido sobre a palma da mão direita
com a mesa do transportador voltada para frente, mantendo o antebraço paralelo
ao solo;
3) o atirador deve permanecer com as costas voltadas para o alvo;
4) após a inspeção, ele deve abaixar os braços, mantendo a arma
aberta e o carregador na mão direita e permanecer na posição de “DESCANSAR”.
(Fig 5-14)

Fig 5-14. Posição de descansar

5-12
C 23-1 5-5

(4) Aprovação - O instruendo será aprovado mediante a execução correta


das operações.
(5) Observações - O instrutor, antes de iniciar a sua instrução, deverá
verificar as munições que serão utilizadas na oficina, para ter certeza de que todas
são de manejo.
(6) Conclusão - Crítica da oficina, abordar o desempenho dos atiradores.
(7) Material empregado
- 02 (dois) cartuchos de manejo por instruendo, pelo menos.
- 01 (um) carpete ou capichama.
- 02 (dois) carregadores para cada instruendo.
- Cartazes (nome da oficina e objetivos da instrução)
(8) Pessoal empregado - Um instrutor e um monitor, pelo menos, devem
constituir, preferencialmente, a oficina.
b. Manutenção do Armamento
(1) Objetivos
(a) Orientar e normalizar a manutenção a ser executada em decor-
rência do tiro.
(b) Contribuir para a formação da mentalidade de manutenção
preventiva, sem a qual não pode haver armamento eficiente.
(2) Condição de execução
(a) Nesta oficina, os instruendos são orientados a realizar manuten-
ção no armamento, com os devidos cuidados a serem tomados antes e depois do
tiro.
(b) Deve-se explicar e citar exemplos sobre a necessidade de ser
incutido no atirador a mentalidade de manutenção preventiva.
(c) O material necessário para a manutenção deve ser colocado à
disposição dos instruendos.
(d) Deve-se mostrar aos instruendos a necessidade de todos possu-
írem o “kit” de manutenção individual.
(4) Execução
(a) Apresentação do material necessário para manutenção do fuzil de
um grupamento de atiradores:
- 01 (um) carpete, capichama ou cobertor para cada instruendo;
- 10 (dez) recipientes contendo óleo neutro para limpeza de
armamento;
- 10 (dez) recipientes contendo querosene;
- 10 (dez) varetas de limpeza;
- 10 (dez) escovas de náilon para cano;
- 10 (dez) escovas de latão para cano;
- 15 (quinze) cordéis de limpeza;
- 10 (dez) pincéis pequenos (1 (um) cm);
- 10 (dez) escovas de dente;
- retalhos de pano.
(b) Explicação dos procedimentos a serem executados na manuten-
ção, conforme a ilustração abaixo:
1) Antes do tiro: (Fig 5-15)

5-13
5-5 C 23-1

Fig 5-15. Manutenção

a) desmontar a arma em primeiro escalão, dispondo as peças


na seqüência;
b) secar completamente o cano com o cordel de limpeza e um
pano seco;
c) retirar o excesso de óleo nas demais peças;
d) aplicar uma fina camada de óleo para limpeza de armamento
nas partes móveis;
e) montar a arma;
f) verificar se o anel regulador do escape de gases e o registro
de tiro e segurança estão na posição correta: O anel regulador do escape de gases
deve estar fechado ou quase fechado e o registro de tiro e segurança deve ser fixo
pela placa suporte dos eixos, bem como o eixo do gatilho;
g) secar completamente o exterior da arma.
2) Depois do tiro, deve-se seguir os seguintes procedimentos:
a) desmontar a arma em primeiro escalão, dispondo as peças
na seqüência;
b) escovar diversas vezes o cano com óleo passando-o pela
câmara;
c) secar completamente o cano com o cordel de limpeza e um
pano seco;
d) limpar com óleo, utilizando pano e escovas, as partes
internas e externas do ferrolho e da armação;
e) secar todas as partes do armamento;
f) aplicar o óleo no interior do cano e nas demais partes da
arma;
g) montar a arma;
h) retirar o excesso de óleo na parte externa.
(c) Mostrar o material necessário para a confecção do “kit” de
manutenção individual, a saber:

5-14
C 23-1 5-5/5-6

1) recipiente ou tubo, pequeno, com óleo;


2) pedaço de pano seco;
3) cordel de limpeza (corda de nylon, de aproximadamente 70 cm
com pedaço de pano preso em uma de suas extremidades);
4) escova de limpeza (pode-se improvisar utilizando escova de
dente usada);
5) chave de fenda pequena.
(4) Aprovação - O instruendo será aprovado mediante a execução correta
das operações.
(5) Observações - O instrutor deverá verificar se todos os instruendos
estão com o seu kit de manutenção do armamento.
(6) Conclusão - A necessidade da manutenção do armamento, em
decorrência do tiro, deve ser reiterada lembrando da máxima:
“NA PAZ, A VIDA DO ARMAMENTO. NA GUERRA, A DO COMBATENTE”.
(7) Material Necessário
(a) 01 (uma) banqueta para colocação do material.
(b) “Kit” de manutenção (recipiente e tubo pequeno com óleo, pano
seco, cordel de limpeza, escova de limpeza de cano, escova de dente usada e
chave de fenda pequena).
(c) Material para manutenção do armamento de um grupamento de
atiradores (lata de óleo, capichama ou poncho, varetas, escovas de limpeza de
cano e recipientes para colocar as peças de molho).
(d) Material para escurecer o ferrolho (vela, pedra de cânfora,
lamparina, fósforo e isqueiro).
(e) 01 (um) fuzil.
(f) Cartaz contendo os objetivos da sessão.
(g) Cavalete com o nome da oficina.
(h) 01 (um) prancheta para assinar as fichas de avaliação da IPT.
(8) Pessoal Empregado
- 02 (dois) Aux Instr/Mon.

5-6. OFICINA NR 04: ACIONAMENTO DO GATILHO


a. Objetivo - Realizar corretamente o acionamento do gatilho.
b. Procedimentos
(1) Relembrar o conceito do fundamento acionamento do gatilho.
(2) Dividir o grupamento em duas partes, para o rodízio dos trabalhos.
Metade executará o acionamento do gatilho e a outra metade auxiliará colocando
o estojo de 9 mm equilibrado no quebra-chamas do fuzil.
(3) Linha de alvos proporcional a distância utilizada no estande, para a
obtenção da visada correta, preferencialmente, uma distância semelhante ao do
TIP, 10 m.
(4) Pode-se ensinar o acionamento do gatilho, pressionando a tecla do
gatilho com o dedo indicador do instrutor sobre o dedo do instruendo. Repete-se
este procedimento por algumas vezes e em seguida o instruendo pressiona o
gatilho sobre o dedo do instrutor.

5-15
5-6 C 23-1

c. Execução
(1) O atirador deverá fazer a pontaria no alvo; (Fig 5-16)

Fig 5-16. Pontaria

(2) O auxiliar coloca um estojo vazio de munição 9 mm sobre o quebra-


chamas do fuzil. (Fig 5-17)

Fig 5-17. Acionamento do gatilho

(3) O atirador, mantendo as miras alinhadas, deverá pressionar a tecla do


gatilho com força suave e progressiva e, também, paralela ao cano da arma, até
que ocorra o acionamento, sem deixar o estojo cair;
(4) Deve-se repetir o exercício nas posições deitada, ajoelhada e de pé,
nesta ordem, visando, com isso, a progressividade da aprendizagem.

5-16
C 23-1 5-6

d. Aprovação - Cada instruendo terá três chances para desengatilhar o


armamento na posição deitada, ajoelhada e de pé, com o estojo sobre o cano.
Para ser considerado APTO, deverá manter, pelo menos uma vez, o estojo
equilibrado após o disparo em cada posição.
e. Observações - Aspectos a serem observados e corrigidos:
(1) posições de tiro;
(2) posicionamento da falange distal do dedo indicador sobre a tecla do
gatilho;
(3) força progressiva e paralela ao cano da arma vencendo o descanso;
(4) movimento do dedo indicador deve ser independente dos outros
dedos;
(5) permanecer comprimindo o gatilho após o disparo por + 2 segundos;
(6) verificar se o atirador fecha o olho no momento do disparo.
f. Conclusão - Críticas da oficina, abordar o desempenho dos atiradores.
g. Material Empregado
(1) Cartazes (nome da oficina e objetivos da instrução)
(2) Estojos de 9 mm.
(3) Alvos apropriados para as três posições.Fig 2-4 - b. 2-3 Art IX Cap 2
h. Pessoal Empregado
- 02 instrutores/monitores.

5-17
C 23-1

CAPÍTULO 6

TIRO DE COMBATE

ARTIGO I
REGULAGEM DO APARELHO DE PONTARIA DO FAL

6-1. DEFINIÇÃO
É uma regulagem que permite ao militar ajustar seu armamento de forma
a fazer coincidir o ponto visado com o ponto de impacto do projétil.

Fig 6-1. Linha de visada e ponto de impacto do projétil.

6-2. ENTENDENDO A REGULAGEM


O ajuste do grupamento pode ser dividido em duas partes: regulagem em
direção (x) e regulagem em elevação (y).

6-1
6-2 C 23-1

Fig 6-2. Grupamento de tiro fora do alvo

a. A regulagem em direção

Fig 6-3. Regulagem em direção

Fig 6-4. Alça de mira deslocada para esquerda

6-2
C 23-1 6-2/6-3

Fig 6-5. Alça de mira deslocada para direita

b. A regulagem em elevação - A regulagem em elevação pode ser feita


pela maça ou pela alça de mira.

Fig 6-6. Alça de mira deslocada para cima

Fig 6-7. Maça de mira deslocada para cima

6-3. ATUAÇÃO NOS APARELHOS DE PONTARIA


a. Tanto a maça como o sistema de regulagem de direção da alça de mira
funcionam como parafuso. (Fig 6-8)

6-3
6-3 C 23-1

Fig 6-8. Parafuso da alça de mira e maça de mira


b. O sistema de regulagem de elevação da alça de mira funciona sobre uma
base corrediça. (Fig 6-9)

Fig 6-9. Atuação na alça de mira


c. Girando-se a maça de mira, com o auxílio da chave de clicar, no sentido
horário, a maça desce. Já quando se gira a maça de mira no sentido anti-horário,
ela sobe. (Fig 6-10)

Fig 6-10. Maça de mira e sua chave de regular (clicar)

6-4
C 23-1 6-3

d. O movimento lateral da alça de mira é limitado por dois parafusos. Quando


esses parafusos estão apertados a alça de mira fica sem movimento lateral. (Fig
6-11)

Fig 6-11. Parafusos para regular (clicar) a alça de mira


Para deslocar a alça de mira para direita, deve-se afrouxar primeiro o
parafuso da direita (sentido anti-horário), e logo em seguida, apertar o parafuso da
esquerda. (Fig 6-12)

Fig 6-12. Deslocamento lateral da alça de mira

e. Memento de regulagem do FAL.

Correções em Elevação

Subindo o cursor da alça, o D e s c e nd o o c ur s o r d a


tiro sobe. alça, o tiro desce.

Descendo a maça (sentido S ubi ndo a maça (senti do


horário), o tiro sobe. anti-horário), o tiro desce.

6-5
6-3/6-5 C 23-1

Correções em Direção

D eslocando a alça para a Deslocando a alça para a


esquerda o ti ro vai para a d i r e i t a o t i r o va i p a r a a
esquerda (solta o parafuso direita (solta o parafuso da
d a e s q ue r d a e a p e r t a o direita e aperta o parafuso
parafuso da direita). da esquerda).

6-4. RELAÇÃO DE REGULAGEM


Quando se dá um clique, ocorre uma variação angular entre a linha de visada
e a trajetória do projétil. Esta variação angular provoca uma variação linear no alvo,
que será maior quanto maior for a distância até o ponto de impacto. Para o FAL
a relação de regulagem mantém a seguinte proporção:

1 (um) clique à distância de ..... m Desloca o tiro no alvo em ..... cm


25 m 0,25 cm
50 m 0,5 cm
100 m 1,0 cm
200 m 2,0 cm
300 m 3,0 cm
400 m 4,0 cm
500 m 5,0 cm
600 m 6,0 cm

6-5. CENTRO DO GRUPAMENTO DE TIRO


O centro do grupamento de três tiros é formado pela bissetriz dos ângulos
internos. Devendo então ser o ponto considerado para fins de regulagem do FAL.

Fig 6-13. Centro do grupamento de tiro

6-6
C 23-1 6-6

6-6. OBTENÇÃO DA ALÇA DE COMBATE


a. A alça de combate é o ajuste que cada a militar faz no aparelho de pontaria
do seu fuzil (estando com a alça de mira em 200) de modo que o projétil encontre
a linha visada exatamente no ponto de pontaria a uma distância de 200 metros.
Porque, após ter sido obtida a alça de combate, para que o militar possa atingir
um alvo à distância de 300 metros, bastará para isso que ele desloque a sua alça
para 300. Desse modo, para abater um alvo que está a 400 metros, a alça
empregada será a de 400; e assim serão para 500 e 600 metros. Avaliação de
distância, ver C 21-74 - Instrução Individual para o Combate - Capítulo 2 - Artigo V.
b. O método prático para a obtenção da alça de combate consiste em
realizar os exercícios de tiro à distância de 25 metros. Isso se deve ao fato de que
o valor da ordenada da trajetória para a distância de 25 metros coincide com o valor
da ordenada da trajetória da distância de 200 metros. (Fig 6-14)

Fig 6-14. Trajetória do projétil até 200 metros

c. O alvo a ser utilizado será o alvo A6, ver IG 80-01 - IGTAEX - Pág 39-40
- Fig 9. O oficial de tiro e seus auxiliares farão uso de um corretor que lhes permitirá
obter as coordenadas para fazer as correções necessárias.
d. Serão realizadas até quatro séries de três disparos na posição deitada
apoiada. Para se iniciar o exercício; o aparelho de pontaria estará com a seguinte
regulagem inicial: alça de mira a 200 e a maça de mira com 15 cliques em elevação
(basta apertar toda a maça de mira e soltar 15 cliques). A alça de combate será
obtida quando o centro dos grupamentos coincidir com as coordenadas zero do
corretor. O oficial de tiro e seus auxiliares farão correções em altura e elevação
a cada série de tiro.
e. Estará apto aquele militar que obtiver um grupamento de 3 (três) impactos
dentro de um escantilhão de 5 (cinco) centímetros de diâmetro, estando o centro
deste grupamento de tiro, no centro do alvo.
f. É importante ressaltar que a alça de combate tem de ser obtida com a alça
de mira do fuzil em 200. Caso não haja recurso de regulagem na maça de mira,
será necessária a substituição da maça de mira por outra de numeração maior ou
menor, para que se possa obter a alça de combate sem deslocar a alça de mira
do 200. Detalhes sobre os tamanhos das maças de mira ver, T 23-200 - Fuzil 7,62
M 964 - Pág 3-20 e 3-21.

6-7
6-6 C 23-1

g. O corretor para a obtenção da alça de combate será constituído em


acetato ou similar, com um quadriculado de 5 mm de lado (o correspondente a 2
(dois) cliques, à distância de 25 metros). Para as correções o corretor será
colocado com a sua silhueta sobre a silhueta do alvo. Por leitura direta, o oficial
de tiro e seus auxiliares terão as correções em direção e elevação a serem
introduzidas no aparelho de pontaria, até que o centro do grupamento coincida
com o centro do alvo.
h. Tabela para o exercício de obtenção da alça de combate

Série Distância Alça/Maça Posição Nº Tiros Alvo Apto


1ª 200/15 cliques
3 impactos no
2ª escantilhão
25 m De acordo com DA 3 A6
3ª d e 5 cm d e
as correções diâmetro

i. Corretor para obtenção da alça de combate para 25 metros

6-8
C 23-1 6-7/6-9

ARTIGO II
TÉCNICAS PARA SANAR OS INCIDENTES DE TIRO

6-7. GENERALIDADES
As técnicas para sanar os incidentes de tiro são compostas pelas ações
imediatas, que os militares desenvolverão, através de uma prática repetida, para
solucionar incidentes simples, que poderiam impedir o combatente de engajar e
abater alvos.

6-8. FUNDAMENTOS
As ações imediatas para sanar um incidente de tiro são as seguintes:
1º) travar a arma;
2º) retirar o carregador;
3º) executar 2 (dois) golpes de segurança, para extrair, se possível, e
ejetar um cartucho ou estojo que esteja na arma;
4º) examinar, cuidadosamente, a caixa da culatra, a câmara e a alma,
para ver se existe qualquer anormalidade;
5º) deixar o conjunto ferrolho-impulsor do ferrolho ir para sua posição mais
avançada;
6º) recolocar o carregador;
7º) acionar a alavanca de manejo para carregar a arma (introduzir um
carregador na câmara); e
8º) destravar e recomeçar o tiro.
Caso a arma não reinicie o seu funcionamento normal, repetir as 4 (quatro)
primeiras operações e, dentro dos exatos limites de cada escalão de manutenção
(1º, 2º, 3º, 4º ou 5º escalões), pesquisar as causas do que está ocorrendo.
Obs: a operação de travar arma foi colocada como sendo a primeira ação
imediata, a ser realizada pelo atirador, por se tratar de uma medida de segurança
imprescindível. Cabe ressaltar que a prática traz o aumento do discernimento ao
instrutor e atirador, agilizando o processo para sanar os incidentes.

6-9. RELAÇÃO DE INCIDENTES DE TIRO


Os incidentes de tiro mais comuns são apresentados a seguir. Porém, as
medidas de correção só devem ser realizadas após a execução das primeiras 4
(quatro) operações das ações imediatas.

6-9
6-9 C 23-1

RELAÇÃO DE INCIDENTES DE TIRO COM O FAL

ALTERAÇÃO CAUSA PROVÁVEL CORREÇÃO

1 ) F a lta d e re c uo o u i ns ufi -
ci ênci a de gases (o ferrolho
não recuou, ou o fez de modo 1) Reduzi r o escape de gases, por
i ncompleto, e não extrai u, ou meio do anel regulador do escape de
F a l h a n a a p r e - não ejetou, ou não levou outro g a se s.
sentação c a r t uc ho à c â m a r a d e c a r - 2) Aumentar o escape de gases.
regamento). 3 ) E xa mi na r, li mp a r o u sub sti tui r o
2) E xcesso de gases (o fer- carregador, após participar ao supe-
rolho recua violentamente). rior imediato.
3) C arregador sujo ou defei -
tuoso.
1) Câmara suja. 1) Limpar a câmara.
F a l h a n o c a r r e - 2) Arma suja. 2) Limpar a arma.
gamento 3) Cartucho defeituoso. 3) Retirar o cartucho defeituoso.
4) Ruptura do estojo. 4) Participar ao superior imediato.
1) Cartucho defeituoso. 1) Extrai r e ejetar o cartucho defei -
F a lha na p e rc us - 2) Defeito no trancamento da tuoso.
sã o arma, por sujeira. 2) Limpar a arma.
3) Percursor defeituoso. 3) Participar ao superior imediato.
1) Insuficiência de gases. 1) Reduzir o escape de gases.
2) Câmara suja. 2) Limpar a câmara.
Falha na extração
3) Estojo sujo. 3) Limpar a munição
4) Extrator defeituoso. 4) Participar ao superior imediato.
1) Insuficiência de gases. 1) Reduzir o escape de gases.
Falha na ejeção 2) Caixa da culatra suja. 2) Limpar a câmara.
3) Ejetor defeituoso. 3) Participar ao superior imediato.
1) Reduzir o escape de gases.
1) Insuficiência de gases. 2) Limpar a arma.
Falha no retém do
2) Retém do ferrolho sujo. 3 ) E xa mi na r, li mp a r o u sub sti tui r o
ferrolho
3) Carregador defeituoso. carregador, após participar ao supe-
rior imediato.
Outros i nci dentes
de ti ro semelhan-
tes aos citados no Ver capítulo 4 do T9-210 Ver capítulo 4 do T9-210
item 14 do Cap. 4
do T9-210

6-10
C 23-1 6-10/6-12

ARTIGO III
TÉCNICAS PARA CONDUÇÃO DO ARMAMENTO

6-10. GENERALIDADES
a. A condução refere-se ao transporte do armamento pelo atirador em
situação de combate, em simulação deste e, também, em postos de sentinela.
b. Fatores como a probabilidade de contato com o inimigo, o terreno, a
vegetação, os obstáculos, a adaptação do atirador e seu adestramento irão
determinar a forma mais adequada de conduzir o armamento a cada situação.

6-11. SEGURANÇA
a. Para a segurança do atirador e de seus companheiros, o dedo indicador
da mão que atira vai ao gatilho apenas no momento do tiro, permanecendo o
restante do tempo ao lado do guarda-mato.
b. A arma permanece travada quando em deslocamento e o destravamento
da arma se dará na tomada da posição para o tiro, na eminência para atirar, agindo
com o polegar da mão que atira; para esta execução é necessário intenso
treinamento.

6-12. POSIÇÕES DE CONDUÇÃO


a. Guarda Alta - A arma cruzada à frente do corpo e levemente afastada
do atirador. A ponta do cano, voltada para o alto. A mão que atira posiciona-se no
punho da arma. A mão auxiliar na placa do guarda-mão, na altura aproximada do
ombro do atirador. (Fig 6-15)

Fig 6-15. Posição de guarda alta

6-11
6-12/6-13 C 23-1

b. Guarda Baixa - A arma cruzada à frente e junto ao corpo do atirador com


a ponta do cano voltada para o solo. A mão que atira vai no punho da arma. O
cotovelo do lado da mão que atira fica entre a chapa da soleira e o tronco do
atirador. A mão auxiliar na placa do guarda-mão. (Fig 6-16)

Fig 6-16. Posição de guarda baixa

c. De pronto - A arma distendida ao longo e à frente do corpo do atirador,


com a ponta do cano voltado para baixo. A mão que atira vai no punho da arma.
A chapa da soleira é mantida junto ao ombro, em condições de realizar a
empunhadura correta no cavado do ombro. A mão auxiliar, nas placas do guarda-
mão. (Fig 6-17)

Fig 6-17. Posição de pronto

6-13. UTILIZAÇÃO DA BANDOLEIRA


A utilização de forma convencional (ver C 22-5) dificulta a tomada das
posições de tiro e interfere diretamente na execução do tiro. Deve ser incentivada
a condução do armamento sem bandoleira, entretanto, esta pode ser usada com
ressalvas.

6-12
C 23-1 6-13

a. Na posição de guarda, alta não convém a utilização da bandoleira.


b. Caso seja utilizada na posição de guarda baixa, a bandoleira deverá ser
alongada o suficiente para que passe apenas pelo pescoço do atirador, para que
não haja prejuízo à eficiência do tiro. O armamento poderá ficar a tiracolo, desde
que o comprimento da bandoleira não dificulte a tomada da posição de tiro.

Fig 6-18. Preparação da bandoleira para posição de guarda baixa

c. Caso seja utilizada na posição de pronto a bandoleira, desde que em


forma de alça e presa somente no zarelho posterior, proporciona uma forma menos
cansativa de condução do armamento e uma rápida tomada da posição de tiro.

Fig 6-19. Preparação da bandoleira para posição de pronto.

6-13
6-14/6-15 C 23-1

ARTIGO IV
TÉCNICAS DE TIRO RÁPIDO

6-14. GENERALIDADES
Tiro rápido é a técnica utilizada para acertar em alvos próximos ao atirador
- em torno de 25 m - que surgem repentinamente, sendo necessária uma pronta
ação - primeiro tiro realizado em menos de um segundo. É muito empregado nos
fogos de assalto, fogos defensivos aproximados, fogos no interior da posição,
patrulhamentos e pelas sentinelas. A habilidade para agir com rapidez e com
precisão em um curto objetivo é considerada importante para as várias situações
que um soldado pode encontrar.

6-15. FUNDAMENTOS
Como o tempo para a execução do tiro é pequeno, então, todos os
fundamentos do tiro serão realizados com maior rapidez e com duplicidade, pois,
a cada vez que for empregado o tiro rápido, serão executados dois disparos.
A diferença fundamental entre o tiro rápido e os demais é que neste não se
faz a visada utilizando o aparelho de pontaria.
a. Posição estável
(1) Normalmente o tiro é executado na posição de pé, podendo também
ser executado nas demais posições de tiro, dependendo da situação. Para
treinamento será adotada a posição de pé.
(2) A tomada da posição é uma combinação de velocidade e precisão. A
velocidade é obtida colocando a chapa da soleira rapidamente no cavado do ombro
e atirando assim que ocorre a identificação do alvo. Em uma situação onde são
requeridos tiros adicionais, a chapa da soleira permanecerá no cavado do ombro
e continuará apontada na direção do objetivo, e serão executados mais dois
disparos.
(3) A precisão na tomada de posição é obtida realizando sempre a
mesma empunhadura, ou seja, pôr a arma no mesmo lugar todas as vezes. A parte
lateral da mandíbula estabelece contato firme com a coronha, a mão que atira
exerce pressão para a retaguarda, as placas do guarda-mão são empunhadas
firmemente pela mão auxiliar e a chapa da soleira está no cavado do ombro. A
empunhadura é bem firme ao corpo para que aumente a estabilidade do conjunto
atirador-armamento e absorva melhor o recuo da arma.
(4) O objetivo final da posição de tiro rápido é fazer com que a arma se
integre à parte superior do corpo. Arma e atirador devem compor um único
sistema. (Fig 6-20)

6-14
C 23-1 6-15

Fig 6-20. Posição de tiro rápido

b. Pontaria - É realizada com os dois olhos abertos, com o foco visual no


alvo, por sobre o aparelho de pontaria. Tem por finalidade evitar que a visão sobre
a área do alvo seja limitada pelo aparelho de pontaria, ou seja, utilizar a visão
periférica na região do alvo, permitindo ao atirador caminhar enquanto segura o
fuzil na posição de tiro podendo, desta forma, realizar tiros em outros alvos que
surjam inopinadamente. (Fig 6-21)

Fig 6-21. Pontaria no tiro rápido

6-15
6-15/6-16 C 23-1

c. Controle da respiração - Diferente do tiro normal, o corte na respiração


acontece em qualquer momento do ciclo respiratório. (Fig 6-22)

Fig 6-22. Respiração no tiro rápido

d. Acionamento do gatilho - Como é um tiro que depende do tempo de


execução, o acionamento é semelhante ao tiro normal, diferindo na intensidade
da pressão exercida na tecla do gatilho, ou seja, o tiro deve ser executado mais
rápido que o normal. Para a execução dos dois tiros, os dois acionamentos são
realizados da mesma forma. Exemplo: dois tiros em 1,5 segundos.
e. Duplo tiro
(1) O atirador deve estar sempre pronto para executar o tiro. A cada vez
que um alvo aparece são executados dois tiros e, se houver necessidade de mais
tiros neste alvo, de dois em dois tiros.
(2) O atirador deve contar seus tiros para não ser surpreendido com o
carregador vazio.
(3) O sistema do duplo tiro é executado para aumentar a probabilidade
de acerto.
(4) Quando o atirador percebe que existe um pequeno tempo em que pode
executar o tiro com mais tranqüilidade (mais do que dois segundos), ele deve
realizar a pontaria como no tiro normal.

6-16. TREINAMENTO
a. Os treinamentos iniciais devem ser em seco com alvos em diversas
direções.
b. As armas devem estar travadas e são destravadas na tomada da posição.
Após o tiro são travadas novamente. O dedo indicador da mão que atira permanece
ao lado do guarda-mato, indo ao gatilho apenas no momento do disparo.

6-16
C 23-1 6-16/6-18

c. Diversos tipos de treinamentos devem ser executados como: duplo tiro


no silvo de apito ou no acender de luzes; tiros com o atirador em movimento (ao
realizar o disparo o atirador deve estar parado); os atiradores baixam a cabeça por
alguns instantes e, quando levantam, o alvo já está em outra direção. Este
treinamento deve ser exaustivo para atingir a rapidez e a precisão na tomada de
posição.
d. Os treinamentos devem ser realizados com FAC e com tiro real em
distâncias de 10 m a 25 m, no alvo A2 ou em pistas de tiro.

ARTIGO V
TÉCNICAS DE TIRO EM ALVOS MÓVEIS

6-17. GENERALIDADES
Para se abater alvos móveis a distâncias superiores ou iguais a 100 metros,
é necessário que o militar faça uma precessão no ponto de pontaria. Para tanto,
existem duas técnicas: o tiro de emboscada e o tiro de acompanhamento. É
importante que o atirador domine as técnicas de tiro em alvos móveis, pois, em
uma situação real, quase sempre os alvos possuirão movimentos.

6-18. FUNDAMENTOS
a. Precessão - É um ponto de pontaria à frente (precedente) do movimento
do alvo, ou seja, é o quanto o atirador terá de posicionar o seu ponto de pontaria
à frente do movimento do alvo. Assim, a precessão nada mais é do que a maneira
do atirador compensar o movimento do alvo.
b. Fatores que determinam a precessão
- Velocidade de deslocamento do alvo;
- Direção de deslocamento do alvo; e
- Distância do alvo.
OBSERVAÇÃO: este manual não tratará da influência das condições
atmosféricas, por pouco influenciarem no tiro de combate.
(1) Velocidade de deslocamento do alvo

Alvo Velocidade
Patrulha Lenta 0,3 m/s
Patrulha Rápida 0,6 m/s
Homem Lento 1,2 m/s
Homem Rápido 1,8 m/s

6-17
6-18 C 23-1

Obs: quanto maior a velocidade do alvo maior será a precessão empregada.


(2) Direção de deslocamento do alvo
(a) Movimento do alvo perpendicular à linha de visada do atirador.
Quando o alvo se deslocar perpendicularmente à linha de visada
do atirador será utilizada a precessão completa. (Fig 6-23)

Fig 6-23. Alvo se deslocando perpendicularmente à linha de visada do atirador

(b) Movimento do alvo oblíquo à linha de visada do atirador.


Quando o alvo se deslocar obliquamente à linha de visada do
atirador será utilizada a meia precessão. (Fig 6-24)

Fig 6-24. Alvo se deslocando obliquamente à linha de visada do atirador

6-18
C 23-1 6-18

(c) Movimento do alvo paralelo à linha de visada do atirador.


Quando o alvo se deslocar paralelamente à linha de visada não
será utilizada nenhuma precessão, ou seja, a precessão será nula. (Fig 6-25)
OBSERVAÇÃO: se não há deslocamento lateral do alvo em relação à linha
de visada do atirador, a técnica de tiro empregada será a mesma utilizada para
abater alvos estáticos.

Fig 6-25. Alvo se deslocando paralelamente à linha de visada do atirador

(3) Distância do alvo

Distância do Alvo Tempo para o Impacto


100 metros 0,13 segundos
200 metros 0,27 segundos
300 metros 0,43 segundos
400 metros 0,60 segundos
500 metros 0,79 segundos
600 metros 0,99 segundos

OBSERVAÇÃO: quanto maior a distância do atirador para o alvo, maior será


a precessão empregada para abater o alvo.

6-19
6-18 C 23-1

c. Cálculo da precessão
(1) Para se calcular a precessão usa-se a seguinte fórmula:
P=VxT
Onde: P = a precessão a ser realizada
V = a velocidade do alvo
T = o tempo gasto para o projétil atingir o alvo (Atenção: o
tempo será empregado de acordo com a distância do alvo).
(2) Exemplo: O soldado CICLANO encontra-se no campo de batalha
armado com o seu FAL, quando observa um mensageiro inimigo andando
lentamente em direção perpendicular a sua linha de visada. O Sd CICLANO avalia
que esse homem dista 300 metros de sua posição. Qual será a precessão a ser
empregada pelo referido militar a fim de que ele possa abater este alvo?
V = Homem lento = 1,2 m/s
T = Distância do alvo = 300 m > tempo gasto para o projétil atin-
gir o alvo = 0,43 s
P=VxT
P = 1,2 x 0,43 > P = 0,516 m >P ~ ~ 50 cm
Logo, o Sd CICLANO terá que fazer o seu ponto de pontaria 50
centímetros à frente do centro do alvo. Atenção: frente significa a posição futura
do alvo em relação ao seu deslocamento.

A distância do centro do alvo ao A distância do centro do alvo ao ponto


ponto de pontaria é de 50 cm. O de pontaria é de 50 cm. O ponto de
ponto de pontaria será à direita se o pontaria será à esquerda se o alvo se
alvo se deslocar para a direita. deslocar para a esquerda.
Fig 6-26. Ponto de precessão em relação ao alvo

(3) Para se calcular a precessão de um alvo que se desloca obliquamente


em relação à linha de visada do atirador, basta dividir por 2 (dois) o valor encontrado
no cálculo da precessão, ou seja, fazer a meia precessão.
d. Memento de cálculo da precessão para alvos móveis humanos
Para que se possa utilizar este memento é importante definir que uma
silhueta humana vista de perfil tem em média, aproximadamente, 30 cm de
largura. Desse modo, para tiro em alvos humanos móveis, fica padronizado que
1 (um) corpo é o tamanho da largura de uma silhueta humana vista de perfil.

6-20
C 23-1 6-18/6-19

ALVOS

Patrulha Patrulha Homem Homem


Distância
Lenta Rápida Lento Rápido

Precessão Precessão
100 m ½ Corpo 1 Corpo
nula nula
200 m ½ Corpo ½ Corpo 1 Corpo 1 e ½ Corpo

300 m ½ Corpo 1 Corpo 1 e ½ Corpo 2 e ½ Corpo

400 m ½ Corpo 1 Corpo 2 e ½ Corpo 3 e ½ Corpo

500 m 1 Corpo 1 e ½ Corpo 3 Corpos 4 e ½ Corpo

600 m 1 Corpo 2 Corpos 4 Corpos 6 Corpos

6-19. TREINAMENTO
É importante ressaltar que, para se realizar tiro em alvos móveis, o militar
deve estar bem adestrado nas técnicas de avaliação de distância, bem como na
determinação da precessão necessária para o tiro, pois estes procedimentos são
os primeiros a serem tomados na realização do tiro em alvos móveis.
a. Tiro de Emboscada (Fig 6-27 e 6-28)
1º - Avaliar a distância do alvo;
2º - Avaliar a velocidade do alvo;
3º - Calcular a precessão a ser empregada (utilizar o memento);
4º - Escolher um ponto nítido do terreno, que esteja à frente do movimento
do alvo (posição futura do alvo), para ser utilizado como ponto de pontaria;
5º - Fazer a pontaria no ponto nítido escolhido no terreno; e
6º - Realizar o disparo da arma quando a distância do alvo ATÉ o ponto
nítido do terreno for IGUAL à precessão calculada.

6-21
6-19 C 23-1

Posição futura
do alvo

Ponto nítido
no terreno Alvo em
deslocamento

Fig 6-27. Tiro de emboscada

Fig 6-28. Tiro de emboscada (momento do disparo)

b. Tiro de acompanhamento (Fig 6-29 a 6-32)


1º - Avaliar a distância do alvo;
2º - Avaliar a velocidade do alvo;
3º - Calcular a precessão a ser empregada (utilizar o memento);
4º - Começar a acompanhar o movimento do alvo, apontando o cano do
fuzil para o alvo, estando a arma com a coronha voltada para baixo (isto é feito sem
usar o aparelho de pontaria, e sim olhando por sobre o quebra-chamas da arma);

6-22
C 23-1 6-19

5º - Sem perder (por nenhum momento) o acompanhamento do alvo,


iniciar a colocação da coronha da arma no cavado do ombro até que (progressi-
vamente) se possa fazer o acompanhamento do alvo através do aparelho de
pontaria, obtendo, simultaneamente, a empunhadura correta;
6º - Conduzir o ponto de pontaria para frente do movimento do alvo; e
7º - Realizar o disparo da arma quando a distância do ponto de pontaria
ATÉ o alvo for IGUAL à precessão calculada.
OBSERVAÇÃO: as figuras a seguir representam um tiro de acompanha-
mento em alvo, móvel, empregando meio corpo de precessão.

Fig 6-29. Acompanhamento do alvo feito pelo cano da arma (quebra-chamas)

6-23
6-19 C 23-1

Fig 6-30. Início da colocação da coronha no cavado do ombro (início da


visualização da maça de mira)

Fig 6-31. Acompanhamento realizado através do aparelho de pontaria (disparo


feito com meio corpo de precessão)

6-24
C 23-1 6-19/6-21

Fig 6-32. Tiro de acompanhamento (seqüência completa até o momento do


disparo)

ARTIGO VI
TÉCNICAS DE TIRO NOTURNO

6-20. GENERALIDADES
Todos os militares devem ser capazes de atirar e acertar alvos a curtas
distâncias em ambientes com restrição de luz. Para isto, é necessária a acuidade
visual em escuridão parcial e total, e aplicação correta dos fundamentos nestes
ambientes.

6-21. FUNDAMENTOS
Existem duas dificuldades na execução do tiro noturno: a identificação do
alvo e a pontaria do armamento.
a. Identificação do alvo - A correta identificação do alvo depende do uso
eficiente dos olhos durante a noite ou em condições de pouca visibilidade; isto
requer a aplicação dos princípios da visão noturna: adaptação à escuridão, visão
fora de centro e esquadrinhamento. (ver artigo III, Capítulo IV, C 21-74).
b. Pontaria - É realizada com os dois olhos abertos, com o foco visual no
alvo, por sobre o aparelho de pontaria. (ver artigo IV, tiro rápido). Tem por finalidade

6-25
6-21/6-22 C 23-1

evitar que a visão sobre a área do alvo seja limitada pelo aparelho de pontaria e
permite ao atirador aplicar corretamente o que preconiza a identificação do alvo.
c. Posição - A precisão na tomada de posição é obtida realizando sempre
a mesma empunhadura, ou seja, pôr a arma no mesmo lugar todas as vezes (ver
artigo IV, tiro rápido).

6-22. ORIENTAÇÃO AOS INSTRUTORES


a. Para a definição do número de séries de atiradores, considerar:
(1) número de postos disponíveis;
(2) número de atiradores;
(3) número de Aux Instr / Mon: mínimo de 01 (um) Aux Instr / Mon para,
no máximo, 12 atiradores, na série de tiro.
b. O tiro será realizado a 25 metros no alvo A2, que tem as dimensões
aproximadas de um homem.
c. Os alvos estarão agrupados de quatro em quatro, para que o atirador
possa identificar melhor o seu alvo. Entre cada conjunto de alvos haverá um
espaço vago.
d. Um Aux Instr / Mon deverá liberar as séries de atiradores, já grupadas de
quatro em quatro homens, e outro Aux Instr / Mon deverá orientar a ocupação dos
postos de tiro.
e. O tiro de ensaio, antes do anoitecer, será realizado com todos os
atiradores antes de iniciar o tiro noturno.
f. A munição deve ser entregue na mão do atirador. Como o último tiro de
cada série não necessita de regulagem, deve ser munição M1. O Cmt L Tir deve
ordenar primeiro a distribuição e municiamento do cartucho M1. Deve haver
municiadores com munição M1 e municiadores com munição traçante.
g. Os atiradores da primeira série conduzirão para a linha de tiro, a 25
metros, o armamento, o borrão de tiro e obréias. Na linha de tiro, os fuzis deverão
ser colocados no solo e os carregadores empilhados.
h. A próxima série de atiradores permanecerá dez passos à retaguarda da
linha de tiro.
i. Realizar um treinamento de tiro em seco, sem os carregadores, em todas
as posições, antes da execução da seção de tiro.
j. Após terminada a série de tiro os atiradores deixam o armamento no solo
e sentam dois passos à retaguarda.
l. As armas que apresentarem incidente durante a jornada diurna não podem
ir para a linha de tiro.

6-26
C 23-1 6-22

m. Ao final da série, os atiradores irão à frente verificar e obreiar todos os


impactos.
n. Ao final do exercício de tiro será feito o rodízio. Os atiradores que
executaram seus tiros serão deslocados por um Aux Instr / Mon para a área de
reunião após o tiro. A próxima série de atiradores ocupará a linha de tiro
conduzindo o seu armamento e todo o seu material. As demais séries permane-
cerão nos seus locais.
o. Coordenação entre a equipe de instrução.
(1) Cada Aux Instr / Mon ficará responsável por um a três conjuntos de
quatro alvos.
(2) Assim que o exercício de tiro iniciar, o Aux Instr / Mon deve ligar sua
lanterna (com filtro vermelho), direciona-la ao Cmt L Tir e permanecer com ela
nesta situação até o final do exercício, quando o Aux Instr / Mon fará a inspeção
das armas.
(3) O Aux Instr / Mon verifica as falhas e conduz as séries de falhas dentro
do seu setor independente de ordem do instrutor do tiro, e, quando estiver em
segurança, sinalizará para o Cmt L Tir piscando a lanterna. O Cmt L Tir responderá,
também, piscando a lanterna.
(4) Após a resposta do instrutor o Aux Instr / Mon apaga sua lanterna.
p. As luzes do estande permanecerão apagadas durante toda a sessão, só
sendo acesas as luzes dos alvos (luzes vermelhas) quando eles forem avaliados
e obreiados. A luz branca somente será utilizada ao término do tiro ou em casos
de emergência. Quando da execução dos tiros, nas proximidades do estande, e
particularmente nos alvos, não haverá iluminação alguma.

Fig 6-33. Exemplo de linha de tiro noturna

6-27
6-23/6-24 C 23-1

6-23. TREINAMENTO
a. Para executar o tiro noturno é necessário treinamento em diversas
condições de luz; para tanto, compreenderá exercícios com pouca iluminação
(área batida por tiro iluminativo, penumbra de lâmpadas vermelhas, ambiente com
lua cheia) e escuridão total.
b. Antes dos exercícios, devem ser observadas as prescrições relativas à
adaptação da vista para a visão noturna.
c. O atirador deve dominar as técnicas de tiro rápido pois servem como
treinamento para o tiro noturno.

ARTIGO VII
TÉCNICAS DE TIRO NAS OPERAÇÕS DEFENSIVAS E OFENSIVAS

6-24. TÉCNICAS DE TIRO


As técnicas de tiro a serem adotadas pelo combatente variam de acordo
com a missão, situação e o terreno.
a. Operações Ofensivas.
(1) Progressão por lanços - O militar realiza seus disparos, prioritariamente,
enquanto estiver executando a base de fogos, o tiro normalmente será visado
nesta situação. A posição de tiro a ser adotada dependerá da altura do abrigo que
encontrar em sua progressão. Estas posições devem expor o mínimo da silhueta
do atirador e, em princípio, podem ser:
(a) POSIÇÃO DEITADA;
(b) POSIÇÃO DEITADA APOIADA;
(c) POSIÇÃO AJOELHADA; e
(d) POSIÇÃO AJOELHADA APOIADA.
(2) Conduta no assalto - De acordo com o que prescreve o manual
C 7-5 EXERCÍCIOS PARA A INFANTARIA, quando houver superioridade de fogos,
o militar executará o tiro na POSIÇÃO DE PÉ, executando pequenas paradas no
momento da realização do disparo. Pode empregar qualquer técnica de tiro (tiro
visado, rápido, noturno, etc.) já abordadas. A situação e que vai impor a melhor
técnica.
b. Operações Defensivas.
(1) Progressão por lanços - Obedece aos mesmos princípios da progres-
são por lanços nas operações ofensivas.
(2) Tiro dentro de abrigo. (Fig 6-34)
(a) O apoio do cotovelo no tiro dentro de abrigo é o mesmo que o
utilizado na POSIÇÃO DEITADA. A única diferença será a posição do corpo que
irá se acomodar às dimensões em que se encontrar o abrigo.
(b) O tiro será visado inicialmente, podendo evoluir para qualquer
outra técnica. A situação é que irá determinar.

6-28
C 23-1 6-24/6-25

Fig 6-34. Posição de tiro dentro de abrigo.

ARTIGO VIII
TÉCNICAS DE TIRO EM AMBIENTE DE SELVA

6-25. GENERALIDADES
Devido ao ambiente de selva ser peculiar, alguns aspectos são importantes:
a. Tiro rápido - (ver capítulo III) É a forma mais apropriada para a execução
de tiro no interior deste ambiente.
b. Consumo de munição - É a maior preocupação do atirador devido à
dificuldade de ressuprimento; então o adestramento deve ser maior para que cada
tiro disparado atinja o seu objetivo.
c. Tiro a curtas distâncias - O tiro será limitado ao campo visual, que varia
em torno de 25 m, limitado pelos obstáculos naturais deste ambiente.
d. Túnel de tiro - O atirador deve procurar aberturas naturais dentre a
vegetação que possibilitem aumentar a visada, para bater alvos mais distantes.
Este tipo de tiro é muito utilizado em emboscadas, ou em operações defensivas.
e. Local da tomada da posição - O atirador deve tomar a posição de tiro
em local previamente reconhecido, para não se surpreender com galhos, raízes
ou, armadilhas, que iriam denunciar a posição ou dificultar a execução do tiro.

6-29
6-25/6-27 C 23-1

f. Tiro rápido visado - Caso tenha disponibilidade de tempo e abrigo, o


atirador deve realizar a visada para executar o tiro, sendo uma combinação de tiro
rápido e a rápida visada.
g. O tiro, quando realizado em posições que acompanham varadouros,
trilhas, igarapés, rios, clareiras ou localidades, possibilita atingir alvos a distân-
cias maiores, chegando até ao alcance de utilização do armamento. Quando
nestas condições, aplicam-se os fundamentos de tiro em situações normais.

ARTIGO IX
TÉCNICAS DE TIRO EM AMBIENTE URBANO

6-26. GENERALIDADES
a. O tiro em ambiente urbano vem sendo muito utilizado no combate atual.
É utilizado para desalojar o inimigo de dentro de um local, onde esse inimigo
construiu suas posições defensivas.
b. Esses locais urbanos têm um campo de tiro reduzido, mas contém várias
posições onde um atirador pode ocupar para deter ou retardar o seu inimigo.

6-27. CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS


a. As posições de tiro devem ser cuidadosamente escolhidas, dependendo
dos locais das seteiras. São preferidos locais imprevisíveis pelo inimigo e as
armas que devem atirar das janelas ou de grandes aberturas deverão ser
localizadas bem recuadas no interior do edifício.
b. O terreno à frente das armas deve ser molhado para evitar que a poeira
causada pelo sopro da boca da arma revele a posição. As bocas das armas não
devem ficar fora do abrigo. Os atiradores mudam freqüentemente de posição para
iludir o inimigo.
c. As seteiras podem ser elevadas para permitir ao atirador atirar de uma
plataforma, ou baixas para o tiro da posição deitada.
d. O emprego de armamento, no interior de uma localidade, para desalojar
um inimigo em uma localidade deverá ser de pequeno calibre.
e. A camuflagem dos espaldões é favorecida pelos edifícios. Os espaldões
podem ser construídos dentro dos edifícios e suas seteiras situadas de modo a
permitirem o tiro através de janelas e portas existentes.
f. A observação e os campos de tiro são limitados, exceto ao longo das ruas
e becos.
g. O movimento de viaturas é reduzido e canalizado. As viaturas ficam
sujeitas aos tiros a pequena distância de várias armas.

6-30
C 23-1 6-28/6-30

6-28. FASES DO ATAQUE


a. 1ª Fase - Tem por fim isolar a localidade, apoderando-se dos acidentes
do terreno que dominam os campos de tiro da localidade. Os atiradores se
apossam de posições fora da região edificada de onde possa apoiar o ataque a
localidade e a conquista passo a passo do objetivo.
b. 2ª Fase - Consiste no avanço dos elementos de assalto, com suas armas
em posição de alerta, para a região edificada e a conquista de alguns edifícios na
orla anterior da localidade. Isto diminui ou impede a observação dos atiradores
inimigos e os tiros diretos sobre o atacante que se aproxima. O atacante utiliza
as cobertas e abrigos proporcionados por esses edifícios atingidos, descentraliza
o controle e desloca as armas para frente.
c. 3ª Fase - É o avanço sistemático casa a casa, o atirador deverá ocupar
posições reais de tiro e deixar em condições as posições de muda, com o intuito
de iludir o inimigo. Nesta fase deve ser dedicada atenção particular ao controle das
unidades. A limpeza dos edifícios, a distribuição dos meios de comunicação
adequados e os suprimentos de munição.

6-29. APLICAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DE TIRO EM AMBIENTE URBANO


a. Posição de Tiro
(1) Posição na qual tenha maior firmeza com o armamento.
(2) Posição de alerta.
(3) Posição de isometria.
b. Pontaria
(1) Os dois olhos bem abertos, focar a maça de mira, deixando o alvo ficar
embaçado.
(2) A empunhadura deve ser firme, e o braço do lado da mão que atira não
deve estar projetado, evitando levar tiros nesse braço.
c. Respiração - A interrupção da respiração deverá ser feita em qualquer
momento do ciclo respiratório.
d. Acionamento do gatilho - O dedo deverá ficar arcado do lado de fora
do quebra-mato, esperando o momento do acionamento, que nesse caso deverá
ser o mais rápido possível.

ARTIGO X
TÉCNICAS DE TIRO DE FUZIL COM LUNETA

6-30. GENERALIDADES
a. A luneta de tiro do fuzil tem por objetivo auxiliar o atirador a visualizar e
identificar seu alvo com mais facilidade. O uso da luneta causa uma falsa

6-31
6-30/6-31 C 23-1

impressão de melhoria na precisão do tiro. Esta está ligada apenas à correta


execução dos fundamentos de tiro, à qualidade do armamento e da munição, e
não ao fato da luneta permitir visualização mais apurada em relação aos aparelhos
de pontaria convencionais.
b. A luneta de tiro deve ser usada por militares que possuam melhor
qualificação e desempenho no tiro com fuzil. Deve-se ainda treinar a técnica
correta para aproveitar ao máximo suas vantagens.

6-31. FUNDAMENTOS
Os fundamentos de tiro de fuzil com luneta são os mesmos descritos no
Cap 2, com exceção à distância ocular da posição de tiro e da pontaria.
a. Pontaria - o alinhamento dos aparelhos de pontaria obtido através da
alça e massa de mira não ocorre na luneta. Um perfeito alinhamento acontece
quando o centro dos retículos da luneta coincidem com o centro do alvo. Ela não
pode ter sombras no contorno da ocular e suas bordas devem estar nítidas. O foco
de mira deve estar no alvo. (Fig 6-35 e 6-36)

Fig 6-35. Fotografia correta

Fig 6-36. Erro de sombreamento das bordas

b. Distância ocular na posição de tiro - A distância do olho do atirador


para a ocular da luneta deve ser de aproximadamente 7 cm para permitir a
fotografia correta, respeitando a acuidade visual de cada atirador. (Fig 6-37)

6-32
C 23-1 6-31/6-33

Fig 6-37. Erros na distância ocular

c. Engajamento dos alvos - ao melhorar a capacidade de enxergar o alvo


a luneta de tiro também restringe o campo visual do atirador. O treinamento do tiro
com luneta permite que se realize a pontaria e disparo com os dois olhos abertos.
Dessa forma o atirador poderá ter controle sobre o que ocorre em seu setor de tiro,
e não somente o que está sendo observado no retículo de sua luneta.

6-32. REGULAGENS
a. Cada luneta possui sistemas de regulagens e características diferentes.
O oficial instrutor de tiro é responsável pela consulta aos manuais técnicos, IP,
ou mesmo os manuais dos fabricantes das lunetas utilizados pelo exército. Cabe
ainda ao instrutor a condução e a verificação da regulagem da luneta pelo atirador
responsável pela utilização deste material
b. Para a Luneta de Pontaria para Fuzil M “OIP” 3,6x, ver a IP 10/DAN para
informações a respeito de características, manutenção e regulagens.

ARTIGO XI
TÉCNICAS DE TIRO COM EQUIPAMENTOS ESPECIAIS

6-33. TIRO COM MÁSCARA CONTRA GASES


a. A grande dificuldade que ocorre neste tipo de tiro é na execução da
pontaria correta, quer realizando-a através da alça de mira, quer manter a distância
correta do olho para a alça. Se o atirador consegue realizar a pontaria corretamen-
te, o tiro se caracteriza como normal, podendo aplicar os fundamentos de tiro.
b. Quando o atirador não consegue realizar a pontaria através da alça de
mira, ele adota os fundamentos do tiro rápido (ver artigo IV).
c. Outra dificuldade é a de manter o apoio da cabeça na realização do tiro;
para isto é necessário treinamento.
d. Com a execução do tiro pode ocorrer uma quebra da vedação da máscara
por ação da coronha no instante do recuo da arma, permitindo a entrada de ar.

6-33
6-33/6-37 C 23-1

e. O tiro rápido serve como treinamento para o tiro com máscara contra
gases.

6- 34. TIRO COM EQUIPAMENTO DE VISÃO NOTURNA


a. A nitidez, o alcance e o tamanho influenciam na realização do tiro com
este tipo de equipamento.
b. O tiro com equipamento do tipo luneta e adaptada ao armamento, é
realizado aplicando-se as técnicas de tiro com luneta (ver artigo XI).
c. O tiro com equipamento de outro tipo é realizado aplicando-se a técnica
de tiro rápido (ver artigo IV) no que se refere a posição estável e a pontaria.
d. O tiro rápido serve como treinamento para o tiro com equipamento de
visão noturna.

6-35. TIRO COM EQUIPAMENTO INFRAVERMELHO OU LASER


a. A pontaria é feita colocando o visor iluminado ou os raios na região do alvo.
A cabeça é elevada em relação à coronha para executar a correta pontaria.
b. O tiro é facilitado com este tipo de equipamento, pois possibilita maior
acerto, rapidez e futuras correções.
c. O tiro rápido serve como treinamento para o tiro com equipamento
infravermelho ou laser.

6-36. TIRO COM LANTERNAS


a. A lanterna adaptada à arma facilita a identificação do alvo, mas, denuncia
a posição do atirador.
b. O tiro rápido serve como treinamento para o tiro com lanternas.

ARTIGO XI
POSIÇÕES DE TIRO

6-37. GENERALIDADES
Durante o combate, o militar deverá escolher a posição de tiro a ser tomada
de acordo com a Missão, Inimigo, Terreno e os Meios. Mas, para tanto, o
combatente tem de conhecer as peculiaridades e as variações de cada posição
de tiro, suas vantagens e desvantagens, empregando-as corretamente nas mais
diversas situações. Deste modo, além de conhecer as posições fundamentais de
tiro, o militar tem de conhecer também as posições alternativas.

6-34
C 23-1 6-38

6-38. POSIÇÕES ALTERNATIVAS DE TIRO DE COMBATE


As posições alternativas de tiro são utilizadas para minimizar as dificulda-
des encontradas no combate. Por exemplo, quando o terreno estiver contaminado
por agentes QBN (químicos, biológicos e nucleares), o militar tem de evitar o
contato do seu corpo com o solo, ao mesmo tempo em que procura a melhor
posição de tiro para disparar a arma. Esse problema é solucionado com o emprego
das posições alternativas.
a. Posição deitada apoiada (Fig 6-38)
(1) Permanecem os mesmos fundamentos empregados na posição sem
apoio;
(2) O apoio (sacos de areia, troncos de árvores, pedras, etc) fica abaixo
do antebraço e da mão auxiliar;
(3) O fuzil fica apoiado na mão auxiliar; e
(4) A arma não toca o suporte, permitindo o controle do atirador para
possíveis mudanças de direção.

Fig 6-38. Posição deitada apoiada

OBSERVAÇÃO: esta posição proporciona melhor estabilidade para o tiro.


b. Posição deitada com bipé (Fig 6-39 e 6-40)
(1) Permanecem os mesmos fundamentos empregados na posição
apoiada;
(2) A mão auxiliar, ao invés de apoiar a placa do guarda-mão, apóia a
chapa da soleira;
(3) A interseção do dedo polegar com o indicador da mão auxiliar, apóia
a parte inferior da chapa da soleira; e
(4) Os dedos da mão auxiliar com exceção do polegar envolvem a parte
superior do braço do lado que atira.

6-35
6-38 C 23-1

Fig 6-39. Posição deitada com bipé

Fig 6-40. Posição deitada com bipé (detalhe)

c. Posição sentada - A posição sentada admite duas variações, a serem


utilizadas de acordo com o biotipo de cada atirador, a posição sentada de pernas
abertas e a posição sentada de pernas cruzadas. Ambas as posições são
empregadas na impossibilidade de se tomar a posição ajoelhada (Ex. em um

6-36
C 23-1 6-38

terreno com declive elevado).


(1) Posição sentada de pernas abertas. (Fig 6-41 e 6-42)
(a) De frente para o alvo, o atirador faz oitavo ao lado da mão que atira
e afasta os pés na largura dos ombros, senta-se atenuando a queda com a mão
que atira;
(b) Apontar os pés para o centro, estando o peso das pernas apoiado
nos calcanhares;
(c) Apoiar os cotovelos na parte interna das pernas, pouco à frente
dos joelhos, dando firmeza à posição;
(d) A mão que atira exerce pressão na arma na direção do ombro; e
(e) Os grupos musculares que não estiverem estabilizando a posi-
ção, devem permanecer relaxados.
OBSERVAÇÃO: esta posição é menos indicada por ser a mais instável.

Fig 6-41. Posição sentada de pernas abertas

6-37
6-38 C 23-1

Fig 6-42. Posição sentada de pernas abertas (visão frontal)

(2) Posição sentada de pernas cruzadas. (Fig 6-43 e 6-44)


(a) Após sentar-se (como na posição de pernas abertas), o atirador
cruza as pernas;
(b) Apoiar os cotovelos na parte interna das pernas, pouco à frente
dos joelhos, dando firmeza à posição; e
(c) As pernas podem estar com flexão parcial ou total. Esta última,
é mais estável.

Fig 6-43. Posição sentada de pernas cruzadas

6-38
C 23-1 6-38

Fig 6-44. Posição sentada de pernas cruzadas (visão frontal)

d. Posição de cócoras (Fig 6-45 e 6-46)


(1) De frente para o alvo, o atirador faz oitavo ao lado da mão que atira e
afasta os pés na largura dos ombros, agacha-se tomando a posição de cócoras.
(2) Manter os pés chapados no solo, colocando o peso do corpo no centro
dos pés;
(3) Apoiar os cotovelos na parte interna das pernas, pouco à frente dos
joelhos, dando firmeza à posição; e
(4) A mão que atira exerce pressão na arma, na direção do ombro.
OBSERVAÇÃO: sua utilização é empregada quando o terreno não permite
a tomada da posição ajoelhada, nem da posição sentada. (Ex: terreno contami-
nado por agentes QBN)

6-39
6-38 C 23-1

Fig 6-45. Posição de cócoras

Fig 6-46. Posição de cócoras (visão frontal)

6-40
C 23-1 6-39

6-39. POSIÇÕES ABRIGADAS


Durante o combate o militar irá atirar de uma posição que lhe dê maior
segurança, um abrigo. Para tanto é necessário que o combatente saiba como
tomar uma posição abrigada, de forma a obter um maior desempenho no tiro.
a. Posição de pé abrigada (Fig 6-47 a 6-49)
(1) Permanecem os mesmos fundamentos empregados da posição de pé
desabrigada;
(2) O abrigo (paredes, troncos de árvores, viaturas, etc) fica do lado da
mão auxiliar;
(3) O fuzil fica apoiado na mão auxiliar;
(4) Parte do antebraço, polegar e parte das costas da mão auxiliar, ficam
encostados no abrigo, utilizando-o como apoio; e
(5) A arma não toca o abrigo, permitindo o controle do atirador para
possíveis mudanças de direção.

Fig 6-47 e Fig 6-48. Posição de pé abrigada (visão lateral)

6-41
6-39 C 23-1

Fig 6-49. Posição de pé abrigada (visão frontal)

b. Posição ajoelhada abrigada (Fig 6-50 a 6-52)


(1) Permanecem os mesmos fundamentos empregados da posição
ajoelhada desabrigada;
(2) O abrigo (paredes, troncos de árvores, viaturas, etc) fica do lado da
mão auxiliar;
(3) O fuzil fica apoiado na mão auxiliar;
(4) Parte do antebraço, polegar e parte das costas da mão auxiliar, ficam
encostados no abrigo, utilizando-o como apoio; e
(5) A arma não toca o abrigo, permitindo o controle do atirador para
possíveis mudanças de direção.
OBSERVAÇÃO: caso o abrigo esteja do mesmo lado da mão que atira, o
combatente terá de inverter a sua posição de tiro, ou seja, acionar o gatilho com
a mão auxiliar.

6-42
C 23-1 6-39

Fig 6-50. Posição ajoelhada abrigada (visão frontal)

Fig 6-51. Posição ajoelhada abrigada (visão lateral)

6-43
6-39/6-40 C 23-1

Fig 6-52. Posição ajoelhada abrigada (visão lateral)

6-40. VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS POSIÇÕES


Para determinar quais as vantagens e desvantagens de uma determinada
posição de tiro, o militar tem de levar em conta os seguintes aspectos:
- alcance eficaz do tiro proporcionado pela posição;
- campo de tiro oferecido pela posição;
- mobilidade que a posição proporciona;
- silhueta exposta ao inimigo; e
- tempo gasto para se tomar a posição.

POSIÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS


- Campo de tiro reduzido;
- Maior alcance eficaz; e - Pouca mobilidade; e
DEITADA
- Menor silhueta exposta. - M a i o r te m p o g a s to p a r a a
tomada da posição.
- Campo de tiro amplo;
- Maior mobilidade; e - Menor alcance eficaz; e
D E PÉ
- Rá p i d a to ma d a d e p o s i - - Maior silhueta exposta.
çã o .
Posição intermediária, entre as posições de pé e ajoelhada.
AJOELHADA A s s i m, a s s ua s va nta g e ns e d e s va nta g e ns ta mb é m s ã o
intermediárias em relação àquelas duas posições.

6-44
C 23-1 6-40

POSIÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS


- Campo de tiro reduzido;
- P r o p o r c i o na ó ti m a e s ta -
- Pouca mobilidade; e
DEITADA b i l i d a d e , a um e nt a nd o o
- M a i o r t e m p o g a s t o na t o -
APOIADA alcance eficaz; e
m a d a d a p o s i ç ã o , i nc lus i ve
- Menor silhueta exposta.
em relação à posição deitada.
- P r o p o r c i o na e xc e l e nt e
estabi li dade, aumentando o
alcance eficaz; Campo de tiro mais reduzido
DEITADA
- Menor silhueta exposta; e q ue a p o s i ç ã o d e i ta d a a p o -
COM BIPÉ
- Possui um pouco mais de iada.
mo b i li d a d e q ue a p o s i ç ã o
deitada.
E s ta é uma p o s i ç ã o q ue te m va nta g e ns e d e s va nta g e ns
semelhantes às da posição ajoelhada. Empregada em locais
SENTADA
onde o terreno tenha forte inclinação, e não permita a tomada
da posição ajoelhada.
Posição empregada em situações onde o terreno se encontra
contaminado por agentes QBN. Desta forma, é necessário
CÓCORAS que o militar evite o contato com o solo e, ao mesmo tempo,
exponha menos a sua silhueta. As vantagens e desvantagens
dessa posição se assemelham às da posição ajoelhada.
- Proporciona boa proteção
contra fogos do inimigo; Campo de tiro restrito, devido

- Maior alcance eficaz que a ao abrigo;
ABRIGADA
p o si çã o d e p é ; e
- Boa mobilidade.
- Excelente proteção contra
fogos do inimigo;
- Maior alcance eficaz que a Campo de tiro restrito, devido
AJOELHADA
posição de pé abrigada; e ao abrigo;
ABRIGADA
- Ut i li za d a c o m m a i o r f r e -
qüênci a quando o abri go é
de meio corpo.

6-45
C 23-1

CAPÍTULO 7

LANÇAMENTO DE GRANADA DE BOCAL

7-1. BOCAL PARA LANÇAMENTO DE GRANADA E QUEBRA-CHAMAS


a. Generalidades - O fuzil 7,62 M964 está equipado com uma peça que
desempenha as funções de: bocal para lançamento de granadas; quebra-chamas;
receptor do reforçador para o tiro de festim; e suporte da baioneta. Esta peça
permite lançar com muita precisão, as granadas anti-carro e anti-pessoal. Ela é
constituída de um cilindro fixado na boca da arma, no qual é colocada a granada.
A mola de retenção da granada a mantém no seu bocal. Possui orifícios oblíquos
diametralmente opostos, que tem por função servir de quebra-chamas. O bocal é
um dispositivo especial, onde são adaptadas as granadas de bocal na parte
anterior do cano do fuzil.
b.Tipos de cargas de lançamento.
(1) Gr M2 e M3 - É utilizado um tipo apropriado sem projétil, sendo o estojo
fechado em forma de rosácea (estrelado) com vedação de cera. Não pode ser
utilizada a munição M1 para lançamento.
(2) Gr M23 A1 e M24 A1 - só será utilizada a munição M1 para fazer seu
lançamento.
OBSERVAÇÃO: Não deve ser usada a munição de festim, para nenhuma
das granadas.

7-1
7-1/7-2 C 23-1

Fig 7-1. Colocação do estojo na câmara.

c. Partes componentes da granada

Fig 7-2. Granada de bocal

7-2. MANEJO
a. Colocar inicialmente o obturador do cilindro de gases em GR.
b. Travar a arma.
c. Abrir a arma.
d. Inspeciona a câmara.
e. Colocar o registro de tiro e segurança em “R”.
f. Introduzir com a mão que atira o cartucho de lançamento na câmara.
g. Carregar a arma, agindo no retém do ferrolho.

7-2
C 23-1 7-2/7-3

h. Colocar a granada no bocal e assegurar-se de que ela foi bem introduzida.


i. Remover a cinta com o pino de segurança da granada.
j. Destravar a arma.

7-3. POSIÇÕES DE TIRO


a. Para o tiro direto - Nas posições de pé, ajoelhada e deitada, a
empunhadura é sempre a mesma. (Fig 7-3)
(1) Colocar a coronha sob a axila do lado da mão que atira. Nunca se deve
apoiá-la no ombro.
(2) Apontar para o alvo tomando como linha de mira o entalhe convexo da
alça de mira e a parte côncava da ogiva da granada, na graduação correspondente
à distância do alvo.

Fig 7-3. Pontaria

b. Posição de Pé. (Fig 7-4)

Fig 7-4. Posição de pé

7-3
7-3 C 23-1

(1) Dar um passo à frente com a perna do lado da mão que não atira e
flexiona-la ligeiramente.
(2) A perna de trás estendida
(3) Tronco projetado para frente, no prolongamento da perna estendida.
(4) Mão auxiliar segura o quarda-mão com o braço estendido.
(5) Mão que atira empunha muito firmemente o punho. (se o atirador não
executar este procedimento poderá luxar ou até mesmo quebrar o polegar da mão
que atira)
(6) Chapa da soleira passando por baixo da axila do braço da mão que
atira.
(7) Cabeça na vertical, olhando para a pontaria.
c. Posição ajoelhada. (Fig 7-5)

Fig 7-5. Posição ajoelhada

(1) Posicionar os ombros, na posição de pé, perpendicular a direção dos


alvos.
(2) Dar um passo à frente com a perna do lado da mão que não atira,
ajoelhando-se sobre a perna do lado da mão que não atira.
(3) Sentar no calcanhar encaixando-o no vão entre as nádegas, mantendo
a ponta ou peito do pé no chão.
(4) Perna do lado da mão auxiliar exatamente na vertical com o pé
levemente rotacionado para o lado da mão que atira.
(5) Peso do corpo levemente deslocado para frente, formando uma
posição de boa base.
(6) Cotovelo do braço da mão auxiliar apoiado no joelho, ultrapassando-
o ligeiramente.
(7) Chapa da soleira passando por baixo da axila do braço da mão que
atira.
(8) Mão que atira empunha firmemente o punho (se o atirador não
executar este procedimento poderá luxar ou até mesmo quebrar o polegar da mão
que atira).

7-4
C 23-1 7-3/7-4

d. Posição deitada. (Fig 7-6)

Fig 7-6. Posição deitada

(1) Deitar de frente para o alvo


(2) Pernas estendidas.
(3) Chapa da soleira passando por baixo da axila do braço da mão que
atira.
(4) Cotovelo do lado da mão que atira apoiado naturalmente ao lado do
corpo.
(5) Mão que atira empunha muito firmemente o punho. (se o atirador não
executar este procedimento poderá luxar ou até mesmo quebrar o polegar da mão
que atira).
(6) Parte inferior da chapa da soleira ligeiramente enterrada (fazer uma
pequena cavidade no solo).

7-4. TIRO INDIRETO


a. O alcance variará de acordo com a inclinação. O alcance máximo será
próximo ao ângulo de 42º.

TABELA DE ALCANCE MÁXIMO A 42º.

Granada de Bocal Alcance Máximo


Antipessoal M2 400 metros
Anticarro M3 260 metros
Antipessoal M23 200 metros
Anticarro M24 200 metros

7-5
7-4 C 23-1

b. Método prático para determinação do alcance (Fig 7-7):


(1) com o auxílio da bandoleira ou barbante deixando-a cair na vertical; e
(2) fazer marcas na bandoleira conforme os alcances pré-determinados.

Fig 7-7. Tamanho da bandoleira

c. Para a realização do tiro.


(1) Atirador toma a posição de joelho (Fig 7-8).
(a) Colocar o joelho aproximadamente 45o em relação à direção de
tiro, girando para o lado da mão que atira.
(b) Pé do lado da mão auxiliar apóia a chapa da soleira, na direção
de tiro.
(c) Braço da mão auxiliar estendido.
(d) Mão auxiliar empunhando as placas do guarda-mão.
(e) Mão que atira segura o punho, com quatro dedos por baixo do
punho e o polegar acionará a tecla do gatilho.
(2) Posição da arma (Fig 7-8).
(a) Punho voltado para o atirador.
(b) Aparelho de pontaria voltado para a frente.
(c) Chapa da soleira apoiada no solo e ancorada pelo pé da mão
auxiliar, e ligeiramente enterrada ( fazer uma pequena cavidade no solo).
(d) A inclinação é dada pelo tamanho da bandoleira, para as
distâncias previamente determinadas e marcadas na bandoleira.
d. Cuidados especiais - Deve ser evitada a colocação da coronha sobre
uma superfície muito dura, tal como concreto, pedra, etc., sobretudo para o tiro
indireto e aquele realizado na posição deitada, em que o atirador é levado a firmar
o bico da coronha, a fim de não receber o choque provocado pelo recuo da arma.

7-6
C 23-1 7-4/7-5

Fig 7-8. Posição de tiro indireto

7-5. TIPOS DE GRANADA


a. Antipessoal (RJC) M2 - Munição que só pode utilizar o cartucho de
lançamento.
b. Anticarro (RJC) M3 - Munição que só pode utilizar o cartucho de
lançamento.
c. Antipessoal (RJC) M23 A1 - Munição que utiliza a munição M1 7,62, para
sua propulsão.
d. Anticarro (RJC) M24 A1 - Munição que utiliza a munição M1 7,62, para
sua propulsão.
e. Iluminativa (RJC) M51 - Munição que utiliza a munição M1 7,62, para
sua propulsão.
f. Sinalizadora (RJC) M 68 - Munição que utiliza a munição M1 7,62, para
sua propulsão.
OBSERVAÇÃO: O Exército possui em sua cadeia de suprimento dois tipos
de granadas, se for utilizada a munição M1 7,62 mm nas granadas M2 e M3 poderá
acontecer um acidente.

7-7
ÍNDICE ALFABÉTICO
Prf Pag
A
A progressividade da instrução de tiro ......................................... 2-11
Ação integrada de atirar .............................................................. 3-14
Acompanhamento ....................................................................... 3-11 3-13
Análise do tiro ............................................................................. 3-15
Ansiedade ................................................................................... 4-4 4-2
Aplicação dos fundamentos de tiro em ambiente urbano ............. 6-29 6-31
Atribuições - (A Instrução de Tiro de Fuzil) .................................. 2-2 2-2
Atuação nos aparelhos de pontaria ............................................. 6-3 6-3
B
Bocal para lançamento de granada e quebra-chamas ................. 7-1 7-1
C
Centro do grupamento de tiro ...................................................... 6-5 6-6
Conceitos - Posição Estável ....................................................... 3-3 3-2
Conclusão - Execução dos Exercícios de Tiro ............................ 2-6 2-20
Condicionamento ........................................................................ 4-3 4-1
Considerações especiais ............................................................ 6-27 6-30
Controle da instrução .................................................................. 2-5 2-19
D
Definição
- (Fundamentos de Tiro de Fuzil) ............................................ 3-2 3-1
- Regulagem do Aparelho de Pontaria do FAL ........................ 6-1 6-1
Desenvolvimento - Execução dos Exercícios de Tiro ................... 2-4 2-16
E
Elementos da pontaria ................................................................ 3-7 3-8
Prf Pag
Empunhadura - Posição Estável .................................................. 3-4 3-2
Entendendo a regulagem ............................................................. 6-2 6-1
Erros no acionamento do gatilho ................................................. 3-10 3-13
F
Fases do ataque ......................................................................... 6-28 6-31
Finalidade - Instrução Preparatória para o Tiro ............................. 5-1 5-1
Foco de atenção ......................................................................... 4-2 4-1
Fundamentos
- do acionamento do gatilho ................................................... 3-9 3-12
- do controle de respiração ..................................................... 3-8 3-11
- Técnicas de Tiro de Fuzil com Luneta .................................. 6-31 6-32
- Técnicas de Tiro em Alvos Móveis ....................................... 6-18 6-17
- Técnicas de Tiro Noturno ..................................................... 6-21 6-25
- Técnicas de Tiro Rápido ....................................................... 6-15 6-14
- Técnicas para Sanar os Incidentes de Tiro ........................... 6-8 6-9
G
Generalidades
- Execução dos Exercícios de Tiro ......................................... 2-3 2-12
- (Fundamentos de Tiro de Fuzil) ............................................ 3-1 3-1
- Pontaria ............................................................................... 3-6 3-8
- Posições de Tiro .................................................................. 6-37 6-34
- Responsabilidade da Instrução ............................................. 2-1 2-1
- Técnicas de Tiro de Fuzil com Luneta .................................. 6-30 6-31
- Técnicas de Tiro em Alvos Móveis ....................................... 6-17 6-17
- Técnicas de Tiro em Ambiente de Selva ............................... 6-25 6-29
- Técnicas de Tiro em Ambiente urbano ................................. 6-26 6-30
- Técnicas de Tiro Noturno ..................................................... 6-20 6-25
- Técnicas de Tiro Rápido ....................................................... 6-14 6-14
- Técnicas para Condução do Armamento .............................. 6-10 6-11
- Técnicas para Sanar os Incidentes de Tiro ........................... 6-7 6-9
I
Imagens e comandos positivos ................................................... 4-5 4-2
Indicação do tiro (“Cantada”) ....................................................... 3-12 3-14
Introdução
- Generalidades ...................................................................... 1-1 1-1
- (O Preparo Psicológico) ....................................................... 4-1 4-1
M
Manejo - Lançamento de Granada de Bocal ................................ 7-2 7-2
Missões do oficial de tiro da unidade e subunidade ..................... 2-9
Prf Pag

O
Objetivos da instrução de tiro ...................................................... 1-2 1-2
Obtenção da alça de combate ..................................................... 6-6 6-7
Oficina
- Nr 01: pontaria ..................................................................... 5-3 5-2
- Nr 02: posições de tiro ......................................................... 5-4 5-7
- Nr 03: conduta com o armamento ........................................ 5-5 5-9
- Nr 04: acionamento do gatilho .............................................. 5-6 5-15
Organização
- da sessão de tiro ................................................................. 2-7
- Instrução Preparatória para o Tiro ......................................... 5-2 5-1
Orientação aos instruções .......................................................... 6-22 6-26
P
Posições abrigadas ..................................................................... 6-39 6-41
Posições alternativas de tiro de combate .................................... 6-38 6-35
Posições de condução ................................................................ 6-12 6-11
Posições de tiro
- (Fundamentos de Tiro de Fuzil) ............................................ 3-5 3-4
- Lançamento de Granada de Bocal ....................................... 7-3 7-3
Prescrições diversas ................................................................... 2-7 2-20
Progressividade das instruções ................................................... 4-6 4-3
R
Regulagens - Técnicas de Tiro de Fuzil com Luneta .................... 6-32 6-33
Relação de incidentes de tiro ...................................................... 6-9 6-9
Relação de regulagem ................................................................. 6-4 6-6
S
Segurança
- na instrução ......................................................................... 2-5
- Técnicas para Condição do Armamento ............................... 6-11 6-11
Seleção dos instrutores (oficial de tiro), auxiliares de instrutor e
monitores de tiro ......................................................................... 2-10
Seleção e preparação das armas a serem utilizadas na instrução 2-10
T
Técnicas de tiro .......................................................................... 6-24 6-28
Terminologia ................................................................................ 2-3
Tipos de granada ......................................................................... 7-5 7-7
Tiro com equipamento de visão noturna ....................................... 6-34 6-34
Tiro com equipamento infravermelho ou laser .............................. 6-35 6-34
Tiro com lanternas ...................................................................... 6-36 6-34
Prf Pag
Tiro com máscara contra gases .................................................. 6-33 6-33
Tiro indireto - Lançamento de Granada de Bocal ......................... 7-4 7-5
Treinamento
- Técnicas de Tiro em Alvos Móveis ....................................... 6-19 6-21
- Técnicas de Tiro Noturno ..................................................... 6-23 6-28
- Técnicas de Tiro Rápido ....................................................... 6-16 6-16
U
Utilização da bandoleira .............................................................. 6-13 6-12
V
Vantagens e desvantagens das posições .................................... 6-40 6-44
DISTRIBUIÇÃO

1. ÓRGÃOS
Ministério da Defesa ............................................................................. 02
Gabinete do Comandante do Exército ................................................... 01
Estado-Maior do Exército ...................................................................... 08
DEE, DFA, DEPA, ................................................................................ 01
SGEx .................................................................................................... 01

2. GRANDES COMANDOS E GRANDES UNIDADES


COTer ................................................................................................... 02
Comando Militar de Área ....................................................................... 01
Região Militar ........................................................................................ 01
Região Militar/Divisão de Exército ......................................................... 01
Divisão de Exército ............................................................................... 01
Brigada ................................................................................................. 01
Grupamento de Engenharia ................................................................... 01
Artilharia Divisionária ............................................................................. 01

3. UNIDADES
Infantaria ............................................................................................... 01
Cavalaria ............................................................................................... 01
Artilharia ............................................................................................... 01
Batalhão de Manuntenção de Armamento ............................................. 01
Batalhão de Manuntenção de Suprimento da Av Ex .............................. 01
Base de AvEx ....................................................................................... 01
Base Logística ...................................................................................... 01
Engenharia ............................................................................................ 01
Comunicações ...................................................................................... 01
Batalhão Logístico ................................................................................ 01
Batalhão de Suprimento ........................................................................ 01
Depósito de Subsistência ..................................................................... 01
Depósito de Suprimento ........................................................................ 01
Forças Especiais .................................................................................. 01
DOMPSA .............................................................................................. 01
Parque Mnt ........................................................................................... 01
Esq Av Ex ............................................................................................. 01

4. SUBUNIDADES (autônomas ou semi-autônomas)


Infantaria/Fronteira ................................................................................ 01
Cavalaria ............................................................................................... 01
Artilharia ............................................................................................... 01
Engenharia ............................................................................................ 01
Comunicações ...................................................................................... 01
Material Bélico ...................................................................................... 01
Defesa QBN .......................................................................................... 01
Precursora Pára-quedista ...................................................................... 01
Polícia do Exército ................................................................................ 01
Guarda .................................................................................................. 01
Bia/Esqd/Cia Cmdo (GU e G Cmdo) ..................................................... 01
Cia Intlg/GE .......................................................................................... 01
Cia Transp ............................................................................................ 01
Cia Prec ................................................................................................ 01
CTA ...................................................................................................... 01

5. ESTABELECIMENTOS DE ENSINO
ECEME ................................................................................................ 01
EsAO .................................................................................................... 01
AMAN ................................................................................................... 01
EsSA .................................................................................................... 01
CPOR ................................................................................................... 01
NPOR ................................................................................................... 01
IME ....................................................................................................... 01
EsCom, EsACosAAe, EsIE, EsMB, EsIMEx, EsAEx, EsPCEx, EsAS,
EsSauEx, EsIMil, EsEqEx, CIGS, CI Av Ex, CEP, CIGE, CI Pqdt GPB,
CI Bld, CAAEx ...................................................................................... 01

6. OUTRAS ORGANIZAÇÕES
Arquivo Histórico do Exército ................................................................ . 01
ADIEx/Paraguai .................................................................................... 01
Bibliex ................................................................................................... 01
C Doc Ex .............................................................................................. 01
Este Manual foi elaborado com base em anteprojeto apresentado
pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).

C 101-5

1ª Edição / 2003

Tiragem: 530 exemplares

Junho de 2003

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