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MANUAL DE BOAS PRÁTICAS

DE PRODUÇÃO EM PISCICULTURA
Sumário

1. Apresentação 9
2. Implantação das pisciculturas 10
2.1 Implantação do projeto 11
2.2 Localização 11
2.3 Solo 11
2.4 Água 11
2.5 Drenagem 11
2.6 Taludes 11
2.7 Represas 12
3. Água de abastecimento da piscicultura 14
3.1 Proteção da água 15
3.2 Proteção das nascentes 15
4. Isolamento da área de produção dos peixes 16
4.1 Segurança química 17
4.2 Isolamento da área de produção 17
5. Identificação da infraestrutura 18
5.1 Identificações 19
6. Manutenção da piscicultura e da propriedade 20
6.1 Controle de pragas 21
6.2 Sanitários 21
6.3 Limpeza 21
7. Filtros e prevenção antifuga 22
7.1 Sistemas antifuga 23
7.2 Proteção das entradas de água 23
7.3 Peixes invasores 23
5
8. Manejo do solo e aplicação de calcário 24 15. Manejo alimentar 40
8.1 Correção do solo 25 15.1 Tipo de ração 41
8.2 Análise do pH 25 15.2 Evitar sobras 41
8.3 Aplicação de calcário 25 15.3 Quantidades 41
9. Desinfecção dos solos 26 15.4 Biometria mensal 41
9.1 Aplicação de desinfectantes 27 15.5 Arraçoamento 41
9.2 Cuidados após aplicação 27 15.6 Padronização do lote 41
9.3 Período de desinfecção 27 15.7 Rotina de alimentação 42
9.4 Controle do pH 27 15.8 Ração não consumida 42
9.5 Proteção dos funcionários 27 15.9 Evitar excessos 42
10. Manejo durante o processo de drenagem dos tanques 28 15.10 Registros da alimentação 42
10.1 Despesca e transferência 29 15.11 Limites de quantidade 42
10.2 Drenagem gradativa 29 16. Qualidade da água 44
10.3 Decantação de sólidos 29
16.1 Temperatura 45
10.4 Retenção da água 29
16.2 Transparência 45
10.5 Renovação da água 29
16.3 Oxigênio dissolvido 46
11. Fertilização 30
16.4 pH 47
11.1 Tipos de fertilizantes 31
16.5 Alcalinidade 47
11.2 Qualidade da água 31
16.6 Dureza 48
11.3 Alcalinidade da água 31
16.7 Amônia total 48
11.4 Aplicação de fertilizante 31
17. Macrófitas aquáticas 50
11.5 Armazenamento dos ferilizantes 31
18. Principais doenças dos peixes 52
12. Proteção dos tanques com redes anti-pássaros 32
18.1 Doenças causadas por parasitas - Protozoários 53
12.1 Tipos de redes 33
18.1.1 Icthyophthirius multifilis 53
12.2 Prejuízos pela falta de proteção 33
18.1.2 Trichodina spp. 53
12.3 Verificação 33
18.1.3 Piscinoodinium pillulare 54
12.4 Instalação 33
18.2 Doenças causadas por parasitas - Metazoários 54
12.5 Outros artifícios 33
18.2.1 Mixosporídeos – Mixobolus spp. E Henneguya spp. 54
13. Densidade de estocagem 34
18.3 Doenças causadas por parasitas - Filo Platyhelminthes 55
13.1 Biomassa econômica 35
18.3.1 Monogênea – Dactylogyrus spp.
13.2 Produção em fases 35 Anacanthorus spp. Linguadactyloides spp. Gyrodactylus spp. 55
14. Armazenamento e análise das rações 36 Cichlidogyrus spp. Neobenedenia spp. Dawestrema spp.
14.1 Local de armazenagem 37 18.3.2 Digenea - Diplostomun spp 55
14.2 Controle de pragas 37 18.4 Doenças causadas por parasitas - Filo Nemathelmintes 56
14.3 Controle e registro 37 18.4.1 Nematoda – Goesia spp. Rondonia rondoni;
14.4 Estratégia PEPS 37 Nilonema spp Estrongyloides spp. Capillaria sp. 56
Spiroocamallanus spp. Phylometra sp.
14.5 Estado das rações 37
18.5 Doenças causadas por parasitas - Filo Acanthocephala 56
14.6 organização 37
18.5.1 Acanthocephala 56
14.7 Finos 37
14.8 Flutuabilidade 37
18.6 Doenças causadas por crustáceas 57 24.4 Fechamento da rede 71
18.6.1 Lerneose - Lernae spp. 24.5 Espaço da rede 71
57
e Perulernae gamitanae (Copepoda) 24.6 Manuseio dos animais 71
18.6.2 Argulose – Argulus spp. e Dolops spp. (Branchiura) 57 24.7 Aplicação de sal nas caixas de transporte 71
18.7 Doenças causadas por fungos 58 25. Manejo de despesca 74
18.7.1 Saprolegnia 58 25.1 Jejum 75
18.8 Doenças causadas por bactérias 58 25.2 Período de carência para produtos químicos 75
18.8.1 Aeromonas hydrophyla e Pseudomonas fluorescens 58 26. Procedimentos de limpeza e assepsia dos equipamentos 76
18.8.2 Flavobacterium columnare - Colunariose 59 26.1 Mãos 77
18.8.3 Streptoccocus sp. 59 26.2 Equipamentos de proteção individual 77
19. Ocorrência de doenças 60 26.3 Equipamentos 77
19.1 Peixes moribundos 61 26.4 Máquinas 77
19.2 Peixes mortos 61 26.5 Rodolúvio e pé de lúvio 77
19.3 Coleta dos peixes 61 26.6 Outras instalações 77
19.4 Destino dos peixes coletados 61 27. Condição e segurança dos trabalhadores da piscicultura 77
19.5 Desinfecção de tanques 61 27.1 Treinamento 79
19.6 Isolamento 61 27.2 Equipamentos de proteção individual 79
19.7 Auxílio profissional 61 28. Controles e rastreabilidade na piscicultura 80
20. Tratamento das enfermidades 62 28.1 Importância dos registros 81
20.1 Produtos proibidos na piscicultura 63 28.2 Rastreabilidade 81
21. Sistema de compostagem 64 28.3 Implementação 81
21.1 O que é compostagem 65 28.4 Interpretação dos dados 81
21.2 Estrutura de compostagem 65 28.5 Principais controles usados na piscicultura 81
21.3 Como realizar a compostagem 65 29. Fichas de controle 82
21.4 Tempo de compostagem 65 Controle de recebimento de peixes 83
22. Estocagem dos alevinos 66 Controle de recebimento de ração 84
22.1 Procedência dos alevinos 67 Controle de recebimento de insumos 85
22.2 Checagem do recebimento 67 Controle diário de alimentação 86
22.3 Avaliação sanitária - análise externa 67 Controle de análise de água 87
22.4 Avaliação sanitária - análise interna 67 Controle de biometria e saúde 88
22.5 Aclimatação 67 Controle de transferência 89
22.6 Descarregamento de peixes a granel 67 Controle de saída 90
23. Manejo de biometria 68 Controle de tratamento 91
23.1 Avaliação dos animais 69 Créditos 92
23.2 Captura dos animais 69
23.3 Avaliação da amostragem 69
24. Manejo de transferência 70
24.1 Jejum 71
24.2 Restrições para a transferência 71
24.3 Aplicação de sal nos tanques 71
Apresentação

A Nutrizon Alimentos, empresa especializada em soluções para nutrição animal, busca constantemente
a satisfação de seus clientes através do desenvolvimento de soluções e produtos, incorporando novas
tecnologias para otimizar com qualidade os ganhos de seus parceiros. Preocupada com a manutenção do
meio ambiente, com a preservação do bioma amazônico, com os aspectos sociais e o futuro da piscicultura,
que pode ser afetado com o crescimento desordenado da atividade, criou este Manual de Boas Práticas de
Produção em Piscicultura.

O objetivo deste manual é apresentar um conjunto de práticas e procedimentos para gerenciar e


executar operações utilizadas na produção de peixes, com embasamento técnico, científico, de maneira
ambiental e socialmente adequadas, garantindo o desenvolvimento da atividade com sustentabilidade,
ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável.

A adoção de boas práticas de piscicultura depende da atitude, da responsabilidade e do compromisso do


piscicultor na execução das ações, respeitando meio ambiente, aspectos sociais e o próprio consumidor.
A adoção dessas práticas não deve ser vista como um entrave à produção, mas sim como um meio de
aumentar a produtividade e a lucratividade. Ainda, ajudam a padronizar as técnicas de produção, o uso
racional dos recursos produtivos, incentivam a adoção de melhores tecnologias, aumentam a consciência
ambiental e prepara a atividade para o mercado Global.

O processo de implementação de boas práticas de produção em piscicultura deve se iniciar com a


conscientização dos empresários, técnicos, produtores e trabalhadores sobre os objetivos e benefícios.
Os registros devem ser simples, objetivos e arquivados, permitindo fácil acesso e uso. Os produtores
acreditam que o custo para implementação seja o maior entrave, mas as vantagens econômicas obtidas,
principalmente a médio e longo prazo, justificam a adoção destas novas práticas, preparando-os para
enfrentar uma nova realidade da aquicultura brasileira e mundial.

A produção de pescados é crescente, contribuindo cada vez mais como importante atividade do
agronegócio no Brasil. Considerada uma atividade rentável, competitiva e com demanda nacional e
internacional por seus produtos, a nova realidade da atividade exige profissionalismo, competitividade e a
necessidade de implementação das boas práticas de produção.

Alguns dos objetivos deste manual é garantir o aumento da eficiência de produção e consequentemente,
diminuir custos e aumentar margens e receitas; facilitar os diagnósticos e controles dos surtos de
enfermidades, minimizando as perdas com mortalidade e disseminação de doenças; garantir a segurança
alimentar dos nossos produtos no mercado consumidor; atuar de forma responsável no uso dos recursos
naturais, preservando as florestas, os recursos hídricos e fazendo seu uso racional; proporcionar condições
de trabalho adequadas e justas, promovendo o desenvolvimento social e encarando a atividade de
maneira profissional, com pró-atividade e responsabilidade, garantindo longevidade para a atividade de
piscicultura.

9
Implantação das pisciculturas
2.

2.1 IMPLANTAÇÃO DO PROJETO

Implantação das Antes de iniciar a implantação do projeto, é importante a obtenção das licenças necessárias jun-
to aos órgãos ambientais competentes, como Secretaria de Meio Ambiente Estadual, Ministério
da Agricultura e Ibama, entre outros.

pisciculturas 2.2 LOCALIZAÇÃO

Evitar locais sujeitos a inundações, considerando sempre a cota máxima histórica dos níveis
dos rios, córregos e represas para definição da cota do projeto, evitando assim a possibilidade
de rompimento dos taludes, de inundações, e consequentemente o escape dos peixes para
natureza.

2.3 SOLO

São desejáveis solos com boa relação de argila, silte e areia, permitindo boa compactação e
diminuindo a erosão dos taludes, evitando perdas excessivas por infiltração e aumentando a
vida útil dos tanques escavados.

2.4 ÁGUA

Adequar o tamanho do projeto à disponibilidade de água da propriedade, observando além da


quantidade, a qualidade físico-química da água. Avaliar o risco de contaminação a montante
(acima da captação) e promover conscientização dos outros usuários da importância da
preservação dos mananciais de água, da mata ciliar e das áreas de preservação permanente,
permitindo manutenção e aumento da quantidade e qualidade da água ao longo dos anos.

2.5 DRENAGEM

Os projetos devem ser elaborados por profissionais habilitados, adequando o


Os sistemas de drenagens dos tanques escavados e das represas devem ser dimensionados de
projeto de piscicultura à capacidade produtiva do empreendimento.
acordo com a vazão máxima, considerando a entrada de água via abastecimento do projeto e
o aumento da água no período das chuvas fortes, possibilitando que toda água seja drenada e
garantindo a segurança dos taludes.

2.6 TALUDES

Taludes internos dos tanques escavados assim como taludes externos devem ser gramados para
diminuir a erosão. Também é recomendado o cascalhamento das estradas dos taludes, princi-
palmente quando há tráfego de veículos, para diminuir a erosão e o carreamento de sólidos para
dentro dos tanques, e também para facilitar o acesso e o manejo na propriedade.

10 11
Implantação das pisciculturas

2.7 REPRESAS E TANQUES

As represas e tanques devem ter bordas livres (distância do nível da água até o topo do talude)
de pelo menos 60 cm, e os tanques escavados devem ter borda livre ao redor de 30 a 40 cm.

Figura 1. Sistemas de drenagens por monges e tubos, em tanques de piscicultura.

Figura 2. Gramas plantadas nas partes internas e externas dos taludes.

Figura 3. Cascalhamento de estradas para facilitar acesso e operações de manejo.

12 13
Água de abastecimento da piscicultura
3.

3.1 PROTEÇÃO DAS FONTES DE ÁGUA

Água de Proteger contra água das chuvas (enxurradas) os mananciais, represas, canais de abastecimento
e a piscicultura através da construção de curvas de nível ou desviando águas por tubulações,

abastecimento
impedindo que enxurradas carregando sólidos ou contaminantes (pesticidas, matéria orgânica)
assoreiem as nascentes ou entrem nas áreas de produção.

3.2 PROTEÇÃO DAS NASCENTES

da piscicultura
Com base na Lei no. 12.651 de 25 de maio de 2012 (Código Florestal), as nascentes devem es-
tar protegidas num raio de 50 metros. Para matas ciliares, as larguras devem ser de 30 metros
para rios até 10 metros de largura; de 50 metros para rios de 50 a 100 metros de largura; de 100
metros para rios de 50 a 200 metros de largura; de 200 metros para rios de 200 a 600 metros de
largura; de 500 m para rios acima de 600 metros de largura. A largura das nascentes é alterada
conforme o número de módulos da propriedade rural.

Figura 4. Larguras mínimas para proteção das nascentes, matas ciliares e reservatórios.

Utilizar a quantidade de água permitida pelo órgão ambiental quando for des-
viada de córrego ou rio. Quando a água é proveniente de nascente, o produtor
deve compreender que água é um recurso natural escasso, de uso comum e
que outros usuários têm o direito de utilizar água limpa e de qualidade.

14 14
Isolamento da área de produção dos peixes
4.

4.1 SEGURANÇA QUÍMICA

Isolamento da Combustíveis, óleos e produtos químicos devem ser armazenados fora da área de produção,
evitando assim que em caso de derramamento possam atingir a água de abastecimento, os

área de produção
canais de drenagem ou as instalações de armazenamento da ração. Tanques de combustíveis
devem possuir estrutura de contenção com capacidade superior ao tanque para evitar que
combustível derramado em um acidente atinja a piscicultura ou meio ambiente.

dos peixes
4.2 ISOLAMENTO DA ÁREA DE PRODUÇÃO

Para evitar o acesso de veículos não autorizados nas áreas de produção, recomenda-se uma
estrutura de estacionamento para veículos de visitantes e funcionários em uma área isolada da
área de produção.

Figura 5. Isolamento da área de produção.

Figura 6. Tanque de combustível com área para contenção em caso de vazamentos.

Impedir que outros animais entrem na área de produção de peixes, como


bovinos e equinos, pois danificam os taludes e podem ser carregadores de
patógenos entre os tanques. É recomendado uso de cercas de arame ou cercas
vivas para isolamento da área de produção.

16 17
Identificação da infraestrutura
5.

5.1 IDENTIFICAÇÕES

Identificação da Sugere-se que toda a infraestrutura básica (local de armazenamento de rações, manutenção de
equipamentos, almoxarifados, banheiros, refeitórios) devam estar identificados.

infraestrutura
Figura 7. Identificação dos tanques de piscicultura e estruturas anexas.

A identificação dos tanques utilizando números ou letras é de extrema


importância para facilitar sua localização pelos trabalhadores da piscicultura,
garantindo rastreabilidade de todo processo produtivo (estocagem,
alimentação, biometrias, transferências, tratamentos e despescas).

18 19
Manutenção da piscicultura e da propriedade
6.

6.1 CONTROLE DE PRAGAS

Manutenção da A piscicultura deverá adotar programa integrado de controle de pragas, principalmente de


insetos e roedores, que são vetores de doenças e podem causar grandes prejuízos, consumindo

piscicultura e da
e estragando rações e equipamentos (redes, puçás, lonas).

6.2 SANITÁRIOS

A propriedade deverá possuir sanitários com destinação em fossas sépticas ou sistemas de tra-

propriedade
tamentos.

6.3 LIMPEZA

Coletar e remover o lixo regularmente, dando uma destinação adequada (aterros sanitários),
mantendo a propriedade e a piscicultura em bom estado de limpeza e organização.

Figura 8. Piscicultura roçada facilitando acesso e manejo. Imagem de peixe morto escondido entre a vegetação.

Gramas ao redor dos taludes devem estar roçadas, facilitando a identificação


de peixes mortos e sobras de ração, facilitando o acesso dos trabalhadores
no monitoramento dos tanques e manejos de transferências, despescas e
biometrias.

20 21
Filtros e prevenção antifuga
7.

7.1 SISTEMAS ANTIFUGA

Filtros e prevenção Todas as saídas dos tanques escavados e das represas devem possuir telas que impeçam o escape
de peixes para a natureza. As aberturas das telas devem ser dimensionadas de acordo com o

antifuga
tamanho dos peixes a serem estocados. Para tanques escavados, utilizam-se normalmente canos
perfurados ou ainda revestidos por filtros tipo sombrite (tela de sombreamento), e o diâmetro
do furo deve ser definido de acordo com o tamanho dos peixes estocados. Em monges, lagos e
represas, utilizam-se normalmente grades com abertura que impede a fuga dos peixes.

7.2 PROTEÇÃO DAS ENTRADAS DE ÁGUA

Recomenda-se que nas entradas de água sejam utilizados filtros fabricados com telas tipo as de
sombreamento, com 2 a 3 metros de comprimento, o que impede a entrada de peixes invasores,
como lambaris, traíras ou piranhas, que podem predar formas jovens e competir pela ração. Em
algumas regiões é preciso impedir também a entrada de poraquês (peixe elétrico) e raias, o que
pode causar sérios ferimentos nos trabalhadores. Filtros são obrigatórios nos tanques onde são
estocados larvas e pequenos alevinos.

7.3 PEIXES INVASORES

Durante a drenagem dos tanques não se deve permitir que peixes invasores como traíras,
piranhas, lambaris e tilápias sejam drenados junto com a água e soltos no meio ambiente. Caso
não tenha destino para estes peixes, recolher os animais e destinar para compostagem.

Figura 9. Filtro na entrada de água fabricado com tela tipo sombreamento, e filtro de saída de água fabricado com
tubo perfurado de modo a não permitir o escape.

A estrutura de drenagem dos tanques e represas deverá proporcionar a


renovação ou eliminação da água do fundo, pois é rica em matéria orgânica
e de pior qualidade (baixo nível de oxigênio, alta concentração de amônia e
outros gases tóxicos). Estruturas como monges e tubulações na parte mais
profunda do tanque, além de eliminar a água de pior qualidade, proporcionam
a secagem completa dos tanques para desinfecção. As águas da superfície são
as de melhor qualidade e devem ser preservadas.

22 23
Manejo do solo e aplicação de calcário
8.

8.1 CORREÇÃO DO SOLO

Manejo do solo Quando os solos são corrigidos adequadamente, há um favorecimento na decomposição da


matéria orgânica, uma melhora na qualidade da água tornando o pH mais neutro e aumentando

e aplicação de
sua alcalinidade e dureza.

8.2 ANÁLISE DO PH

Recomenda-se realização de análise de pH do solo do fundo dos viveiros, numa profundidade

calcário
entre 10 e 15 cm, para determinação da quantidade necessária de calcário para correção.

8.3 APLICAÇÃO DE CALCÁRIO

Quando não for possível realização da análise do solo, recomenda-se a aplicação de 100 a
300 gramas/m2 de calcário, a ser espalhado por todo o fundo e paredes do tanque vazio, ou
espalhados na superfície. É recomendada a aplicação do calcário no início da produção.

Tabela 1. Recomendação de aplicação de calcário, conforme análise de pH do solo.

pH Solo Calcário (g/ m2)

<5 300

5 a 5,5 250

5,5 a 5,9 200

6,0 a 6,4 150

6,5 a 7,0 100


A calagem dos tanques de piscicultura visa a melhoria da produtividade e dos
índices de sustentabilidade ambiental, e tem como objetivo neutralizar a camada
superficial de sedimentos do fundo dos viveiros e aumentar a alcalinidade e
dureza da água.

24 24
Desinfecção dos solos
9.

9.1 APLICAÇÃO DE DESINFECTANTE

Desinfecção dos O principal produto utilizado para desinfecção é a cal virgem, na quantidade de 100 gramas/m2
e distribuído uniformemente por toda a superfície do tanque, quando ainda estiver úmido para
dissolver melhor o produto e elevar o pH.

solos 9.2 CUIDADOS APÓS APLICAÇÃO

Um tanque desinfectado com cal virgem deve ser mantido sem entrada de água por pelo menos
2 dias para ação do produto. Aplicar quantidades maiores nas poças com água.

9.3 PERÍODO DE DESINFECÇÃO

Após secagem completa do tanque, recomenda-se manter seco por aproximadamente 10


dias, exposto ao sol para auxiliar no processo de desinfecção, redução da matéria orgânica e
interrupção do ciclo da maior parte dos patógenos.

9.4 CONTROLE DO PH

A cal virgem eleva o pH do solo e pode elevar o pH da água acima dos valores desejados.
Medir obrigatoriamente o pH da água do tanque antes de estocar os peixes. Caso o pH ainda
estiver acima de 8,5 promova a troca de água, baixando o pH para valores mais próximos do
recomendado (6,5 a 8,0).

9.5 PROTEÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

A cal virgem é um produto cáustico e os funcionários devem utilizar EPIs apropriados, como
luvas, botas e roupas de polietileno (borracha butílica ou PVC), máscara contra pó e óculos de
acrílico com proteção lateral.

Figura 10. Desinfecção do tanque de piscicultura com cal virgem.

Ao final do ciclo de produção, o solo pode abrigar patógenos e seus vetores,


assim como resíduos orgânicos, carcaças de peixes, moluscos, entre outros.
Antes de iniciar a desinfecção, todos estes resíduos devem ser retirados e
descartados na compostagem. Desinfecção dos solos dos tanques reduz efeitos
negativos da contaminação por patógenos, concentração de matéria orgânica e
dos metabólitos tóxicos produzidos pelos animais.

26 27
Manejo durante o processo de drenagem dos tanques
10.

10.1 DESPESCA E TRANSFERÊNCIA

Manejo durante Quando necessário realizar a operação de transferência ou despesca, abaixar o nível de água do
tanque com antecedência.

o processo de
10.2 DRENAGEM GRADATIVA

Drenar o tanque de modo gradativo, evitando a suspenção de materiais em repouso no fundo dos
tanques, reduzindo quantidade de nitrogênio, fósforo e sólidos totais que são lançados com os efluentes.

drenagem dos 10.3 DECANTAÇÃO DE SÓLIDOS

Após processo de despesca e transferência, esperar pelo menos dois dias para que os sólidos

tanques
decantem, para só depois fazer a drenagem do tanque, preferencialmente de modo gradual
evitando suspender o material repousado no fundo. Com esse procedimento se reduz em 20
vezes a quantidade de sólidos em suspensão e em 4 vezes a carga de nitrogênio e fósforo.

10.4 RETENÇÃO DA ÁGUA

Reter por pelo menos dois dias no próprio tanque os últimos 40 cm de água com finalidade de
decantar as partículas minerais e orgânicas, além de minimizar a emissão de fósforo, nitrogênio,
DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e sólidos totais que serão destinados como efluente.

10.5 RENOVAÇÃO DA ÁGUA

A decomposição do lodo do fundo do tanque (matéria orgânica) melhora a produtividade e os aspectos


sanitários para o próximo ciclo. Assim, manter solo úmido por 6 dias após a drenagem, para auxiliar no
processo de decomposição do lodo pelos microrganismos benéficos.

Esquema 1. Manejo durante processo de drenagem e secagem dos tanques.

O processo de drenagem dos viveiros não deve ser realizado juntamente com a
operação de despesca/transferência, pois o arrasto das redes e movimentação
dos funcionários dentro do tanque, aumentam significativamente a quantidade
de sólidos em suspensão (água turva), que prejudica o ambiente no qual é
descartado (assoreamento de canais, córregos e rios).

28 29
Fertilização
11.

11.1 TIPOS DE FERTILIZANTES

Fertilização Evitar o uso de estercos animais como fertilizantes, pois estes contêm altas cargas bacterianas e
sua decomposição demanda quantidades significativas de oxigênio, além da possibilidade de
estarem contaminados com resíduos de agrotóxicos ou produtos veterinários. Dar preferência por
fertilizantes minerais que contenham nitrogênio e fósforo.

11.2 QUALIDADE DA ÁGUA

A fertilização excessiva estimula o crescimento exagerado do fitoplâncton, afetando a qualidade


da água. A aplicação de fertilizantes deverá ser feita somente quando necessário, controlando-se a
transparência da água com disco de Secchi. A fertilização deverá ser interrompida em águas com
transparência inferior a 30 cm.

11.3 ALCALINIDADE DA ÁGUA

A alcalinidade da água deve ser superior a 40 mg/L para permitir o efeito tampão e uma ação mais efi-
ciente do fertilizante. Recomenda-se que a fertilização seja realizada entre 7 e 10 dias após a aplicação
do calcário, ou após a análise da alcalinidade da água.

11.4 APLICAÇÃO DE FERTILIZANTE

Aplicar fertilizantes minerais quando o tanque estiver cheio e após a correção do pH e da alcalinidade
da água. Pode-se utilizar a uréia como fonte de nitrogênio, dissolvida e aplicada no tanque. Pode-se
utilizar como fonte de fósforo o superfosfato, que deve ser dissolvido em água por 2 dias antes de sua
aplicação. É importante ressaltar que a ação dos fertilizantes ocorre de 3 a 5 dias após a fertilização e
depende da radiação solar.

11.5 ARMAZENAMENTO DOS FERTILIZANTES

Armazenar os fertilizantes e adubos em local seco e protegido. Armazenar o farelo de arroz em local
A fertilização pode ser obtida através da aplicação de adubos orgânicos e distinto do armazenamento de ração, pois é facilmente atacado por insetos (carunchos).
inorgânicos, com o objetivo de aumentar o fitoplâncton e produzir uma série Tabela 2. Recomendação de adubação inicial e de manutenção em viveiros de piscicultura.
de efeitos benéficos, como o aumento do zooplâncton (alimento natural),
diminuição da transparência (reduzindo assim o crescimento de plantas
aquáticas filamentosas) e impactando diretamente em variáveis importantes TIPO DO ADUBO INICIAL (gramas/m2) MANUTENÇÃO (gramas/m2)
como oxigênio dissolvido e a concentração de amônia. Farelo de arroz 10 5

Superfosfato Simples 15 10

Superfosfato Triplo 6 4

Uréia 5 2

30 31
Proteção dos tanques com redes anti-pássaros
12.

12.1 TIPOS DE REDES

Proteção dos Existem diversas aberturas de malhas de redes anti-pássaros, sendo que as mais utilizadas são
as redes com abertura de 30 e 50 mm. Recomenda-se que na alevinagem de espécies de maior
valor agregado, as redes utilizadas sejam as com malha de 30 mm, onde a proteção contra

tanques com redes


pequenas aves é mais efetiva.

12.2 PREJUÍZOS PELA FALTA DE PROTEÇÃO

anti-pássaros
Os prejuízos com tanques berçários sem proteção de redes podem ser superiores a 70%, prejuízo este
verificado na finalização do tanque com o desaparecimento dos peixes. Além da predação, os pássaros
estressam os peixes, tornando-os mais ariscos no momento da alimentação e prejudicando seu crescimento
e desempenho.

12.3 VERIFICAÇÃO

As redes devem ser verificadas diariamente para se certificar de que não há pássaros enroscados,
e quando houver, proceder sua retirada e soltura.

12.4 INSTALAÇÃO

As redes devem ser enterradas no solo impedindo que répteis e anfíbios acessem os tanques, o
que também pode causar prejuízos, seja na competição pelo alimento ou pela predação. Este
procedimento auxilia na prevenção contra a entrada de grandes animais predadores, como
jacarés e lontras.

12.5 OUTROS ARTIFÍCIOS

Legislação brasileira não permite o controle de animais predadores através de abate. Além das
redes anti-pássaros - que são as mais recomendadas - outros artifícios podem ser utilizados,
como linhas de monofilamento, canhões de gás, fogos de artifício, mas observando que todos
são menos eficientes.
Os tanques berçários onde são produzidos alevinos e juvenis de peixes devem
Figura 11. Telas anti-pássaros e canhões de gás utilizados principalmente em tanques berçários.
ser cobertos por redes, também conhecidas como “redes anti-pássaros”. O
prejuízo causado por aves como garças, socós, biguás, martim pescador, bem-
te-vi e morcegos piscívoros (que se alimentam de peixes) são significativos,
principalmente quando a espécie produzida tem um alto custo dos alevinos,
como é o caso do pirarucu e do pintado.

32 33
Densidade de estocagem
13.

13.1 BIOMASSA ECONÔMICA

Densidade de Definir densidades moderadas para buscar sempre a biomassa econômica, que é abaixo da
capacidade de suporte (máximo que o tanque pode suportar), de modo a minimizar os riscos e
maximizar os lucros.

estocagem 13.2 PRODUÇÃO EM FASES

A produção em fases otimiza o uso dos tanques, proporciona maior padronização no tamanho
dos peixes, promove maior sobrevivência quando utilizado na fase de berçário (cobertura anti-pás-
saros, maior frequência alimentar) e facilita a previsão da quantidade que será despescada, entre
outros benefícios.

Tabela 3. Densidades de estocagens praticadas no estado de Rondônia para as principais espécies nativas produzidas
em 02 fases.

FASE 1

Densidade Sobrevivência Peso inicial Peso final


(peixe/1.000 m2) (%) (gramas) (gramas)
TAMBAQUI 5.000 85 3 200

PINTADO 3.000 90 10 300

PIRARUCU 880 90 50 700

FASE 2

Densidade Sobrevivência Peso final Biomassa Total


(peixe/1.000 m2) (%) (gramas) (kg/ha)
TAMBAQUI 300 95 2.700 7.659

PINTADO 400 95 2.000 7.600

PIRARUCU 770 90 10.000 6.930

A densidade de estocagem de peixes em tanque escavado é normalmente


determinada pelo número de peixes por metro quadrado. Este número pode
variar de acordo com a espécie, estágio de desenvolvimento (berçário, recria,
engorda), tamanho dos peixes a serem despescados, quantidade e qualidade da
água, uso de aeradores e sistema de produção, entre outros fatores.

34 35
Armazenamento e análise das rações
14.

14.1 LOCAL DE ARMAZENAGEM

Armazenamento O local de armazenagem das rações deve ser exclusivo para este fim, não devendo ser estocados no
mesmo ambiente combustíveis, óleos, pesticidas, fertilizantes, medicamentos e produtos químicos,
evitando a contaminação dos alimentos.

e análise das rações


14.2 CONTROLE DE PRAGAS

Adotar programa integrado de controle de pragas, principalmente de insetos e roedores.

14.3 CONTROLE E REGISTRO

Ao receber a ração, é importante fazer um controle e registro de entrada de ração, avaliando data
de fabricação, validade e o aspecto geral do produto (cor, cheiro, isenta de bolores, carunchos e
contaminantes).

14.4 ESTRATÉGIA PEPS

Usar a estratégia PEPS - primeiro que entra, primeiro que sai. No recebimento de novos lotes de
ração, remanejar as rações de lotes mais antigos para serem utilizados antes do novo lote.

14.5 ESTADO DAS RAÇÕES

Não fornecer aos peixes rações mofadas, úmidas, com sinais de terem sido umedecidas, pois podem
ser prejudiciais aos peixes. Caso se encontre rações neste estado, descartar na compostagem.

14.6 ORGANIZAÇÃO

Separar as pilhas de acordo com tipo e tamanho das rações, e quando possível, identificá-las,
evitando assim erro na sua utilização (linha carnívoro/onívoro e diferentes tamanhos de peletes).

14.7 FINOS
Rações devem ser armazenadas em local seco, ventilado e protegido da luz,
umidade, insetos e outros animais. O armazenamento deve ser realizado sobre
O limite máximo estabelecido para a quantidade de finos é de 2,0% para todos os tipos e tamanho
paletes ou estrados, com altura de até 15 sacos, distante pelo menos 20 cm das
da ração.
paredes e entre as pilhas, garantindo a circulação de ar. Recomenda-se uma
distância de pelo menos 2 metros do topo da pilha de ração até o teto, evitando
14.8 FLUTUABILIDADE
assim o calor excessivo.
O teste de flutuabilidade deve ser realizado no momento do recebimento da ração. Para realização
deste teste, encher um balde com água limpa e contar 100 peletes coletados aleatoriamente da
embalagem, colocando-os na água. Cronometrar o tempo de 5 minutos e contar a ração que
afundou neste período. Por exemplo, se afundarem 3 peletes em 5 minutos, a flutuabilidade é de
97% e se afundar 14 peletes, a flutuabilidade é de 86%. Veja na tabela 4 o valor de flutuabilidade
para os diferentes tipos de ração e garantidas pela empresa Nutrizon Alimentos.

36 37
Armazenamento e análise das rações Armazenamento e análise das rações

Tabela 4. Flutuabilidade para diferentes tipos e tamanhos de peletes, garantida pela empresa Nutrizon Alimentos*. Figuras 13. Armazenamento inadequado de ração em carreta a céu aberto sob lona (calor excessivo, roedores, inse-
tos), assim como em galpão aberto juntamente com outros equipamentos (roedores, insetos, contaminação).

TIPO DE RAÇÃO PB % DIÂMETRO PELETE FLUTUABILIDADE


(mm) (%)
KARINO PEIXES ONÍVOROS 28% 12 a 14 mm 95%

KARINO PEIXES ONÍVOROS 28% 8 a 10 mm 95%

KARINO PEIXES ONÍVOROS 32% 8 a 10 mm 90%

KARINO PEIXES ONÍVOROS 32% 6 a 8 mm 90%

KARINO PEIXES ONÍVOROS 36% 3 a 4 mm 90%

KARINO PEIXES ONÍVOROS 40% 2 a 3 mm 85%

KARINO PEIXES ONÍVOROS 45% 1,9 a 2,2 mm 80%

KARINO PEIXES CARNÍVOROS 32% 8 a 10 mm 90%

KARINO PEIXES CARNÍVOROS 36% 10 a 12 mm 90%

KARINO PEIXES CARNÍVOROS 36% 8 a 10 mm 90%


Figuras 14. Armazenamento inadequado de ração diretamente no chão (umidade) e encostado no teto do barracão (calor
KARINO PEIXES CARNÍVOROS 38% 6 a 8 mm 85% excessivo).

KARINO PEIXES CARNÍVOROS 40% 2 a 3 mm 80%

*Valores válidos para até 5 minutos de teste; após isso, o resultado poderá sofrer variações.

Figuras 12. Armazenamento adequado das rações sobre paletes e distante a pelo menos 20 cm da parede, em local
limpo, seco e arejado.

38 39
Manejo alimentar
15.

15.1 TIPO DE RAÇÃO

Manejo alimentar O tipo de ração utilizado (carnívoro ou onívoro), assim como os diferentes tamanhos de peletes,
devem atender à exigência da espécie a ser produzida e sua etapa fisiológica (alevino, juvenil,
crescimento e terminação).

15.2 EVITAR SOBRAS

Rações extrusadas flutuantes permitem ao alimentador avaliar visualmente a alimentação dos


peixes, verificando o apetite dos animais e a quantidade consumida, o que evita o desperdício. Nunca
deverá haver sobra de ração no tanque após o arraçoamento. Caso o alimentador perceba que os
peixes não comerão toda a ração que está programada para ser fornecida, a quantidade jogada
deve ser reduzida naquela alimentação. Para que isso ocorra, é necessário um bom planejamento
do arraçoamento, treinamento, conscientização e incentivo do alimentador, considerado uma peça
chave no sucesso da criação de peixes.

15.3 QUANTIDADES

A quantidade de ração a ser fornecida deve atender à exigência de cada espécie, estando de acordo
com a quantidade de peixes e seus tamanhos. A qualidade da água pode interferir no consumo,
principalmente pela manhã quando os níveis de oxigênio dissolvido são mais baixos.

15.4 BIOMETRIA MENSAL

A quantidade de ração deve ser reajustada semanalmente para acompanhar o crescimento dos
peixes. Recomenda-se biometrias mensais para ajustar o peso médio dos animais e alinhar as taxas
de arraçoamento às tabelas referenciais.

15.5 ARRAÇOAMENTO

Em tanques escavados o arraçoamento deve ser realizado sempre a favor do vento, fazendo com
que as rações flutuem até o meio do tanque, evitando assim que encostem na margem do tanque.
Os produtores devem utilizar exclusivamente rações formuladas para peixes,
É importante evitar a alimentação nos cantos do tanque; as rações encostam nas margens com
nunca utilizando resíduos agrícolas ou similares, por mais abundantes que
facilidade e os cantos possuem menor circulação de água (água de pior qualidade).
estejam disponíveis na propriedade.

15.6 PADRONIZAÇÃO DO LOTE

Antes da alimentação, o alimentador deve monitorar o nível de oxigênio dissolvido e a temperatura


da água, registrando os dados em controle. Preferencialmente realizar as alimentações nos taludes
de maior comprimento do tanque e distribuindo uniformemente a ração, proporcionando alimento
a todos os peixes e mantendo uma padronização do lote.

40 41
Manejo alimentar

15.7 ROTINA DE ALIMENTAÇÃO

Os peixes se acostumam com o horário e o local que são alimentados, devendo seguir esta rotina
sempre que possível. Algumas espécies, como o pintado, têm preferência por horários de menor
luminosidade, principalmente nas fases iniciais, devendo-se atentar para a característica de cada
espécie. Sempre adequar a rotina em função do que é melhor para os peixes.

15.8 RAÇÃO NÃO CONSUMIDA

A ração não consumida pelos peixes em 15 ou 20 minutos tendem a encharcar, perdendo a


atratividade. Os nutrientes são lixiviados pela água e acabam sendo consumidas por espécies
invasoras (lambaris, carás, piabas).

15.9 EVITAR EXCESSOS

Não alimentar os peixes “ad libitum” ou à vontade, fornecendo 90% do total da ração que os peixes
comeriam por dia. A vantagem de se evitar o fornecimento de ração em excesso é reduzir sobras,
além da diminuição de tempo no processo de alimentação e melhora na conversão alimentar.

15.10 REGISTROS DA ALIMENTAÇÃO

Anotar diariamente o tipo e a quantidade de ração utilizada em cada tanque, possibilitando ao


produtor calcular com precisão a conversão alimentar e o custo de produção, visto que a ração é o
componente de maior impacto no custo de produção.

15.11 LIMITES DE QUANTIDADE

Para sistemas de produção com baixa ou nenhuma renovação de água, recomenda-se que a
quantidade máxima de ração fornecida não ultrapasse 50 Kg/ha/dia. Caso haja a possibilidade de
renovação de água, a quantidade máxima de ração será de 75 Kg/ha/dia.

Tabela 05. Tabela de arraçoamento recomendada para engorda de 1.000 tambaquis em sistema de tanque escavado,
para atingir peso final de 3,0 kg.

RAÇÃO NUTRIZON Quantidade Quantidade Peso Inicial Peso Final Consumo/Dia


(kg) (sacos) (g) (g) (% biomassa)
KARINO PEIXES 56% TRITURADA 5 0,2 0,5 5,0 12

KARINO PEIXES 45% 1.9 a 2.2 mm 10 0,4 5 10 10

KARINO PEIXES 40% 2 a 3 mm 50 2,0 10 100 10 a 5

KARINO PEIXES 36% 3 a 4 mm 75 3,0 100 200 5 a 3,5

KARINO PEIXES 32% 6 a 8 mm 250 10,0 200 400 3,5 a 2,2

KARINO PEIXES 32% 8 a 10 mm 500 20,0 400 800 2,2 a 1,8

KARINO PEIXES 28% 8 a 10 mm 1.500 60,0 800 1.500 1,8 a 1,3

KARINO PEIXES 28% 12a 14 mm 3.125 125,0 1.500 3.000 1,3 a 1,0

TOTAL 5.515 221 3.000

42 43
. Qualidade da água
16.

16.1 TEMPERATURA

Qualidade da água A temperatura é um dos fatores mais importantes nos fenômenos biológicos de um viveiro de
piscicultura. Todas as atividades dos peixes (respiração, digestão, excreção, alimentação) estão
intimamente ligadas a temperatura. Este é um parâmetro que deve ser monitorado diariamente
através de termômetro comum ou normalmente medido em conjunto com oxigênio, nos aparelhos
denominado oxímetros. A temperatura da água considerada ideal para peixes amazônicos está entre
26o e 30o Celsius.

16.2 TRANSPARÊNCIA

A transparência é a capacidade que tem a água de permitir a passagem da luz. Este parâmetro é medido
pelo disco de Secchi, que permite avaliar na piscicultura a concentração da população planctônica
(fitoplâncton e zooplâncton). Não é desejável uma transparência da água baixa, influenciada por
sólidos em suspensão (água barrenta). Recomenda-se o monitoramento semanal ou quinzenal da
transparência da água, em dias ensolarados no horário entre as 12h e 15h, afundando o disco de
Secchi e verificando até que profundidade pode ser visto parte branca e preta. Para pisciculturas que
não possuem oxímetro, o disco de Secchi é uma importante ferramenta indicadora da quantidade de
plâncton (maior produtor de oxigênio em ambientes aquáticos). Recomenda-se manter transparência
entre 30 e 50 cm de profundidade, indicando uma existência adequada de plâncton (água levemente
esverdeada). Uma transparência menor que 30 cm indica uma alta produção planctônica, devendo
cessar a fertilização, diminuir a alimentação e realizar renovação de água, pois quedas de oxigênio
dissolvido podem acontecer, principalmente nos períodos noturnos ou dias sucessivamente nublados.
Por outro lado, quando a transparência for maior que 50 cm, recomenda-se a fertilização e redução da
renovação de água, principalmente se os tanques estiverem com problemas relacionados a proliferação
de macrófitas/algas (emersas, folhas flutuantes, flutuantes, submersas livres e submersas enraizadas).

Figura 15. Medição de transparência utilizando disco de Secchi e problema com macrófita aquática em tanque com
alta transparência.

O desenvolvimento dos peixes depende diretamente da qualidade da água. Esta


qualidade varia de acordo com um dinâmico e complexo equilíbrio entre fatores
físicos (temperatura, transparência), químicos (pH, alcalinidade, dureza, amônia)
e biológicos (plâncton, peixes). Por isso, o sucesso da piscicultura depende da
manutenção da boa qualidade da água, dentro dos parâmetros exigidos para
cada espécie, devendo ser medido e controlado como rotina nas pisciculturas.

44 45
Qualidade da água Qualidade da água

16.3 OXIGÊNIO DISSOLVIDO 16.4 pH

O oxigênio dissolvido é considerado o parâmetro químico mais importante na piscicultura, O pH (potencial hidrogeniônico) é a medida utilizada para determinar o quanto o meio é ácido ou
podendo ser medido por aparelho denominado oxímetro. O oxigênio é transferido para a água básico. Os valores variam de 0 a 14, sendo 7 considerado pH neutro. A medição do pH é realizada por
principalmente pelo processo de fotossíntese, realizado pelo fitoplâncton. Artificialmente pode papel indicador de pH, aparelhos eletrônicos (pHmetros) e principalmente por kits colorimétricos
ser transferido para a água utilizando-se aeradores elétricos ou mecânicos, sopradores, venturis (mais utilizados). A faixa ótima para criação de peixes está entre 6,5 a 8,0, sendo que abaixo de
ou com a renovação de água. Recomenda-se medição diária antes do processo de alimentação, 6,5 e acima de 8,0 prejudicam o crescimento e a reprodução para a maioria dos peixes. No final
realizada a uma profundidade média de 30 cm. É importante que os oxímetros estejam calibrados, da tarde são observados os maiores valores, que podem potencializar a ação tóxica da amônia. O
principalmente quanto a salinidade e altitude, aumentando a precisão das análises, que devem monitoramento do pH deve ser realizado diariamente ou semanalmente, principalmente quando
ser sempre registradas. A concentração de oxigênio recomendada para maximizar o desempenho há problemas ocorridos nos tanques. Os solos quando adequadamente corrigidos e a água com
zootécnico e garantir o bem-estar dos animais é acima de 5 mg/L. Níveis de 3 a 4 mg/L são aceitáveis, alcalinidade superior a 40 mg/L, proporcionam um efeito “tampão”, evitando que ocorra uma
mas podem interferir na taxa de crescimento se a exposição for prolongada. Entre os valores de 3 grande variação de pH entre o início da manhã e o fim da tarde, minimizando o estresse dos animais.
mg/L a 1 mg/L, afeta o crescimento e gera estresse, e para valores abaixo de 1 mg/L, dependendo
Figura 17. Análise colorimétrica de pH e equipamento utilizado para calcariamento de tanques de piscicultura.
da espécie, pode ser fatal em poucos minutos. Durante o dia com presença do sol, há incremento
de oxigênio na água (fotossíntese pelo fitoplâncton), atingindo níveis mais altos de oxigênio
dissolvido no final da tarde. Entretanto, ao escurecer o processo se inverte e a concentração de
oxigênio dissolvido diminui, atingindo níveis críticos durante a madrugada. Peixes nadando com
a boca aberta na superfície ou concentrados próximo à entrada da água podem indicar baixos
níveis de oxigênio. Na espécie tambaqui, em água com baixa concentração de oxigênio ocorre uma
adaptação morfológica que é a extensão do lábio inferior (peixe “beiçudo”) para tentar captar mais
oxigênio na superfície, gerando estresse e gasto extra de energia, afetando negativamente seu
desempenho.

Figura 16. Monitoramento de oxigênio utilizando aparelho oxímetro e imagem de tambaqui com lábio inferior
estendido.

16.5 ALCALINIDADE

Alcalinidade indica a presença de íons dissolvidos na água, tais como os carbonatos e bicarbonatos. A
alcalinidade total é expressa em ppm ou mg/L de CaCO3, e está diretamente ligada à capacidade da
água de manter o equilíbrio ácido-básico, conhecido como “poder tampão”. Água com alcalinidade
inferior a 40 mg/L apresenta reduzido poder tampão, o que pode gerar variações indesejáveis de pH
entre o dia e a noite, devido à fotossíntese e respiração. Além disso, são consideradas águas pobres,
não auxiliando na formação do plâncton. Quando há necessidade de correção da alcalinidade da
água, recomenda-se aplicação do calcário agrícola diretamente na água (lanço, barco ou calcariadeira).
Após aplicação do calcário, aguardar aproximadamente 7 dias para realizar uma nova análise para se
avaliar a efetividade. A seguir, veja a equação para determinar a quantidade de calcário a ser utilizado
de modo a alcançar a alcalinidade desejada.

46 47
Qualidade da água Qualidade da água

Para cálculo da amônia tóxica (não ionizada), utilize a seguinte fórmula fórmula:
QUANTIDADE (ALC.esperada - ALC.medida) X VT X PRNT CALCÁRIO
CALCÁREO =
(gramas/m2 ) AT X 100 Amônia Tóxica = Amônia Total (mg/L) X Valor correspondente da tabela
ALC.esperada = alcalinidade esperada (ppm ou mg/L)
ALC.medida = alcalinidade medida (ppm ou mg/L)
Exemplo: Em visita a produtor encontrou seguintes análises:
VT = volume do tanque, calculado pela área multiplicado pela profundidade (m3) Caso 1: pH 7,2 com temperatura 28oC e amônia total 1,2 mg/L
AT = área do tanque, calculado pela multiplicação dos lados (m2) Amônia Tóxica = 1,2 X 0,011 = 0,0132 mg/L (NÃO HÁ MORTALIDADE)
PRNT = Se PRNT 95%, utilizar 1,05; se PRNT 80% utilizar 1,20; se PRNT 71 utilizar 1,29 Caso 2: pH 8,0 com temperatura 32oC e amônia total 2,0 mg/L
É recomendado que aplicações com quantidades superiores a 250 gramas/m2 de calcário a quantidade
Amônia Tóxica = 2,0 X 0,087 = 0,174 mg/L (SINAIS DE TOXIDEZ)
seja dividida em duas aplicações, com intervalos de 10 dias, para otimizar a eficiência do produto. Caso 3: pH 8,0 com temperatura 30oC e amônia total 2,7 mg/L
Amônia Tóxica = 2,7 X 0,075 = 0,202 mg/L (HÁ MORTALIDADE)
16.6 DUREZA
Pisciculturas com pouca ou nenhuma renovação de água, com altas taxas de alimentação ou acúmulo
Representa a concentração de íons na água, principalmente cálcio e magnésio. Em águas naturais, de matéria orgânica podem apresentar níveis tóxicos de amônia não ionizada no ambiente, o que
os valores de dureza total geralmente se equiparam a alcalinidade total, pois cálcio e magnésio causa danos às brânquias, aumenta a exigência de oxigênio, promove danos aos órgãos (rins e baço),
se encontram associado aos íons carbonatos e bicarbonatos. Cálcio e magnésio são importantes diminui a resistência à doenças e reduz o crescimento, podendo chegar a níveis que causam morte
nutrientes que auxiliam na formação das algas que compõe o fitoplâncton, e os valores recomendados massiva dos animais.
são acima de 20 mg/L.
Formas de se reduzir a amônia tóxica no ambiente:
16.7 AMÔNIA TOTAL • Promover a renovação de água do tanque, quando for possível;
• Reduzir o pH da água através do controle da população de plâncton. Fertilizações devem ser
Amônia total refere-se à soma da amônia não ionizada (NH3) com a forma ionizada, ou íon amônio interrompida, assim como a diminuição ou até interrupção do fornecimento da ração;
(NH4+). Os efeitos tóxicos da amônia não ionizada é um dos fatores limitantes na criação de peixes, e • Aeração com finalidade de manter níveis mais adequados de oxigênio dissolvido, assim como
depende principalmente da temperatura e do pH. A porcentagem de amônia não ionizada aumenta favorecer o processo de transformação da amônia e nitrito em nitrato (nitrificação);
com a elevação do pH e da temperatura. Isso significa que no final da tarde, quando a temperatura • Utilização do sal (cloreto de sódio) minimiza problemas de toxidez. Doses de 50 gramas/m2
da água dos viveiros está mais elevada e a fotossíntese mais intensa, ocorre um aumento significativo são recomendadas.
do pH, consequentemente aumentando a toxidade pela amônia. Valores de amônia não ionizada em
Além das recomendações citadas, a Nutrizon Alimentos conta com um exclusivo composto
concentrações acima de 0,15 mg/L já são suficientes para induzir toxidez, levando a uma diminuição
desenvolvido para esta finalidade: Melhorador de Água. O produto age retendo elementos tóxicos e
do crescimento e da resistência às doenças. Níveis de amônia não ionizada acima de 0,2 mg/L podem
reduzindo significativamente as concentrações da amônia tóxica da água. O Melhorador de Água é
ser letais para a maioria das espécies, mesmo que por curto período de exposição.
considerado uma ferramenta muito eficiente no controle da amônia, devendo ser incorporado à ração
Tabela 06. Tabela referencial para cálculo da amônia não ionizada, considerando a temperatura ou fornecido diretamente aos tanques, através da indicação do departamento técnico da Nutrizon.
e pH da água.

Temperatura (°C)
pH 24 26 28 30 32
7.2 0.008 0.009 0.011 0.012 0.015
7.6 0.020 0.023 0.027 0.031 0.036
8.0 0.049 0.057 0.065 0.075 0.087
8.4 0.117 0.132 0.149 0.169 0.194
8.8 0.248 0.276 0.306 0.339 0.377
9.2 0.454 0.489 0.526 0.563 0.603

48 49
Macrófitas aquáticas
17.

Algumas medidas auxiliam no controle das plantas indesejadas:

Macrófitas
• Construir tanques com pelo menos 1,5 m de profundidade nas partes mais rasas;
• Manter a transparência entre 30 e 50 cm, impedindo a penetração da luz solar no fundo dos
tanques;

aquáticas
• Manutenção dos filtros de entrada de água, mantendo-os sempre limpos, dificultando a
entrada de macrófitas e algas filamentosas;
• Quando identificar macrófitas nos tanques, realizar a remoção aos poucos com telas, redes e
puçás, pois seu desenvolvimento é muito rápido, dificultando a sua retirada;
• Redes confeccionadas com telas tipo mosquiteiro com 60 a 80 cm de altura e 10 m de
comprimento são utilizadas com eficiência na remoção manual das macrófitas;
• Quando macrófitas estão concentradas próximas a saída de água, pode-se utilizar o sistema
de drenagem para remoção. Para isso, montar o controle de nível de água dentro do tanque
e retirar a água da superfície juntamente com a alga.

Figura 18. Problemas causados pelo desenvolvimento de plantas aquáticas em tanques de piscicultura.

Figura 19. Desenho esquemático de diferentes macrófitas aquáticas.

As plantas aquáticas habitam diversos ambientes e são distribuídas em diversas


espécies. Quando presentes nos tanques, competem com o fitoplâncton por
nutrientes, dificultam a penetração de luz, manejos de alimentação, passagem de
rede e podem inviabilizar a produção em alguns casos. Herbicidas e algicidas devem
ser evitados, e seu uso só deve ser empregado sob supervisão de um profissional,
pois podem causar danos ao meio ambiente e aos peixes.

50 51
Principais doenças dos peixes
18.

18.1 DOENÇAS CAUSADAS POR PARASITAS - PROTOZOÁRIOS

Principais doenças 18.1.1 Icthyophthirius multifilis

Diagnóstico/Sintomas: conhecida como doença do ponto branco ou íctio, é facilmente visualizado

dos peixes
a olho nú, infectando brânquias, peles e nadadeiras. Os peixes nadando na superfície ou aglomerados
na entrada da água, emagrecimento, produção excessiva de muco e comportamento de raspar nas
bordas e fundo dos tanques são os principais sintomas.

Mortalidade: afetam alevinos, juvenis e adultos, de rápida proliferação, com alto índice de
mortalidade, podendo chegar a 100% do lote em poucos dias.

Prevenção: principalmente associado a baixas temperaturas, é muito comum na região sudeste e


sul do Brasil. Deve-se manter uma boa qualidade da água e adotar boas práticas de produção, pois
a doença é de difícil tratamento.

18.1.2 Trichodina spp.

Diagnóstico/Sintomas: é possível observar facilmente em microscópio e lupa, possuindo forma


circular, com uma coroa de dentículos no centro do corpo que fazem movimentos rotatórios.
Parasitam nadadeiras, superfície do corpo e brânquias. Os peixes nadam na superfície, excessiva
produção de muco e lesões na pele e brânquias, além da perda de apetite.

Mortalidade: afetam alevinos, juvenis e adultos, causando de média a alta mortalidade, predispondo
animais a infecções bacterianas.
Parasitos e patógenos se encontram no meio ambiente e os peixes vivem em
equilíbrios com os mesmos. Entretanto, os sistemas de produção de peixes são Prevenção: adotar a prática de monitoramento de parasitas, evitando que ocorram infestações.
instáveis, de modo que inúmeros fatores causadores de estresse nos peixes, Proporcionar boa qualidade da água, densidades adequadas e adoção das boas práticas de
podem romper esse equilíbrio, predispondo os animais a doenças parasitárias, produção.
bacterianas e virais. Estes fatores podem estar associados a baixa qualidade
da água, má nutrição, não adoção das boas práticas de manejo, entre outros.
Evitar o estresse causado por esses e outros fatores, é a ação mais importante na
prevenção de doenças em piscicultura. Segue abaixo as principais enfermidades
de impacto econômico encontradas nas pisciculturas, assim como sintomas
e modos de prevenção. Medicamentos e produtos químicos só deverão ser
utilizados mediante consulta de um profissional habilitado.

52 53
.
Principais doenças dos peixes Principais doenças dos peixes

18.1.3 Piscinoodinium pillulare 18.3 DOENÇAS CAUSADAS POR PARASITAS - Filo Platyhelminthes

Diagnóstico/Sintomas: pode ser observado em microscópio e lupa, de identificação difícil, 18.3.1 Monogênea – Dactylogyrus spp. Anacanthorus spp. Linguadactyloides spp. Gyrodacty-
lus spp. Cichlidogyrus spp. Neobenedenia spp. Dawestrema spp.
normalmente confundido com íctio. Encontrado nas brânquias, tegumento e nadadeiras podem
causar pontos hemorrágicos quando fixados, com aparência de partícula de areia. Os peixes nadam
Diagnóstico/Sintomas: pode ser observado em microscópio e lupa, principalmente nas brânquias.
em círculo na flor da água, há um excesso de produção de muco, perda de apetite e comportamento
Infestam brânquias e cavidades nasais, causando hiperplasia (inchaço) e necrose de brânquias, ex-
semelhante ao íctio de raspar nas bordas e fundo.
cesso produção de muco, letargia, dificuldade respiratória. Peixes tornam-se anoréxicos, nadam de
Mortalidade: afetam alevinos, juvenis e adultos, causando de média a alta mortalidade, forma desorientada chocando-se contra parede e sobem e descem em relação a superfície da água.
principalmente em alevinos e juvenis, predispondo animais a infecções bacterianas.
Mortalidade: afetam alevinos, juvenis e adultos, considerada uma das parasitoses mais importantes
Prevenção: ocorre quando há excesso de matéria orgânica, baixa qualidade da água e normalmente em piscicultura, causando alta mortalidade em poucos dias, pois reproduzem com grande rapidez.
nas épocas mais frias do ano.
Prevenção: Ocorre com manejo sanitário deficiente, deterioração do ambiente aquático como
baixo oxigênio, alta matéria orgânica, altas concentrações de amônia, nitrito e alterações de pH.
Adotar prática de monitoramento de parasitas para evitar que ocorra infestações. Proporcionar boa
qualidade da água, densidades adequadas e adoção das boas práticas de produção.

18.2 DOENÇAS CAUSADAS POR PARASITAS - METAZOÁRIOS

18.2.1 Mixosporídeos – Mixobolus spp. E Henneguya spp.

Diagnóstico/Sintomas: pode ser observado em microscópio, com lupa e a olho nú. Encontrado nas 18.3.2 Digenea - Diplostomun spp
brânquias como estruturas arredondadas brancas (cistos) e órgãos. Os peixes nadam em círculo, há
uma deformação da mandíbula, cabeça e dorso, escurecimento da pele e necrose das brânquias. Diagnóstico/Sintomas: parasito de olhos dos peixes facilmente identificado a olho nú, causando
catarata e comprometendo a visão dos peixes, podendo levar a cegueira. Perda da visão prejudica
Mortalidade: afetam alevinos, juvenis e adultos, causando de baixa a média mortalidade, crescimento, ganho de peso e sistema imunológico, sendo acometido por infecções secundárias.
ocasionando principalmente deformações nas cartilagens em alevinos e queda da resistência
imunológica, tornando-os susceptíveis a outras doenças. Mortalidade: afetam principalmente juvenis e adultos, não causando mortalidades significativas
mas prejudica o desempenho zootécnico dos animais.
Prevenção: Como não há tratamento a melhor prevenção é a desinfecção das estruturas,
como os tanques de concreto e tanques escavados com desinfetantes como cloro e cal virgem, Prevenção: difícil prevenção, visto que hospedeiros são caramujos e aves. Adotar práticas que iniba
respectivamente. acesso destes animais aos tanques e adoção das boas práticas de produção.

54 55
.
Principais doenças dos peixes Principais doenças dos peixes

18.4 DOENÇAS CAUSADAS POR PARASITAS - Filo Nemathelmintes 18.6 DOENÇAS CAUSADAS POR CRUSTÁCEAS

18.4.1 Nematoda – Goesia spp. Rondonia rondoni; Nilonema spp Estrongyloides spp. Capil- 18.6.1 Lerneose - Lernae spp. e Perulernae gamitanae (Copepoda)
laria sp. Spiroocamallanus spp. Phylometra sp.

Diagnóstico/Sintomas: de fácil identificação, a lernea é visível a olho nú e se localiza principalmente


Diagnóstico/Sintomas: Fácil identificação das larvas do nematóide nos músculos, fígado, superfí-
na superfície corporal, brânquias, boca, nadadeiras e até em órgãos internos. O parasito possui
cie das vísceras, cavidade visceral, assim como dos nematóides adultos no trato gastrointestinal, ha-
âncora, que penetra na musculatura do peixe tornando os animais apáticos, anoréxicos e
bitando principalmente lúmen do estômago e intestino. Causam obstrução intestinal, perfuração
marcadamente debilitados. Ocorrem hemorragias nos pontos de fixação do parasita e os peixes
do estômago, perda de apetite, anemia, natação errática em infestações severas.
tem comportamento de natação errática, se chocando contra as paredes, subindo até a superfície
Mortalidade: Afetam principalmente juvenis e adultos, causando baixa a média mortalidade. Im- e concentrando-se na entrada da água.
pacta zootecnicamente a produção e pode causar alta mortalidade.
Mortalidade: proporciona grande mortalidade, dependo do estágio e da espécie de peixe, afetando
Prevenção: Difícil prevenção, visto que hospedeiros são micro crustáceos e aves. Adotar práticas
alevinos, juvenis e adultos.
que iniba acesso das aves aos tanques e adoção das boas práticas de produção.
Prevenção: monitorar fornecedores de alevinos e peixes de terceiros para não introduzir o parasito
na piscicultura. Evitar o uso coletivo de equipamentos (redes, puçás) e adotar boas práticas de
produção. Adotar prática de monitoramento de parasitas para evitar que ocorra infestações.
Importante manter a boa qualidade da água e densidades adequadas.

18.5 DOENÇAS CAUSADAS POR PARASITAS - Filo Acanthocephala

18.5.1 Acanthocephala - mais de 150 espécies descritas na América do Sul

Diagnóstico/Sintomas: Fácil identificação do acantocéfalo adulto pois ocorre exclusivamente no


intestino dos peixes, onde se fixam através da probóscide. Larvas habitam mesentério, estômago, 18.6.2 Argulose – Argulus spp. e Dolops spp. (Branchiura)
fígado e cavidade abdominal. Altas infestações causam obstrução e perfuração do intestino, ano-
rexia, emagrecimento, lesões ulcerativas, hemorragias.
Diagnóstico/Sintomas: conhecido como carrapato dos peixes, é fácil a identificação da argulose,
Mortalidade: Afetam principalmente juvenis e adultos, causando baixa a média mortalidade. Pre- sendo visível a olho nú e sua localização mais frequente é no tegumento, podendo ser encontrado
juízos zootécnicos e econômicos são observados. na boca e na cavidade branquial. O Argulus possui ventosas e o Dolops possui ganchos, causando
Prevenção: Difícil prevenção, visto que hospedeiros são micro crustáceos, ostracodas lesões em várias partes do corpo e podendo atingir a musculatura; injetam enzimas tóxicas, há um
e copépodos. Adotar prática de monitoramento de parasitas para evitar que ocorra infestações e excesso de produção de muco nos peixes, causam irritação, perda do apetite, emagrecimento e
adoção das boas práticas de produção. lesões superficiais podem ser agravadas por infecções secundárias por fungos e bactérias.

Mortalidade: causa grande prejuízo na piscicultura, atingindo alevinos, juvenis e adultos. Quando
em alta infestação, causam mortalidades.

Prevenção: monitorar fornecedores de alevinos, peixes de terceiros e matrizes da natureza para


evitar a introdução na piscicultura. Evitar o uso coletivo de equipamentos (redes, puçás) e adotar
boas práticas de produção.

56 57
.
Principais doenças dos peixes Principais doenças dos peixes

18.7 DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS 18.8.2 Flavobacterium columnare - Colunariose

18.7.1 Saprolegnia
Diagnóstico/Sintomas: com maior incidência no verão, os sintomas são peixes nadando na
superfície, concentrados na entrada da água, perda de apetite, natação vagarosa, lesões nas
Diagnóstico/Sintomas: fungos agem como agentes secundários, principalmente no inverno e margens das nadadeiras dorsal e caudal, lesões ao redor da boca, áreas necróticas e amareladas
devido ao manejo inadequado dos animais. É facilmente observado com a despigmentação da nas brânquias.
pele, e as áreas necrosadas começam a ser recobertas por pequenos “tufos de algodão” que podem
atingir as brânquias e causar asfixia. Mortalidade: causa grande prejuízo na piscicultura, atingindo alevinos, juvenis e adultos.

Mortalidade: causa pequeno prejuízo na piscicultura, atingindo ovos, alevinos, juvenis e adultos. Prevenção: utilizar boas práticas de produção.

Prevenção: identificar as causas que predispõe à infecção fúngica, como má nutrição, má qualidade
da água (baixa alcalinidade), excesso de matéria orgânica, manuseio inadequado, manuseio em
baixas temperaturas, infecções parasitárias e bacterianas. Adotar boas práticas de manejo.

18.8.3 Streptoccocus sp.

Diagnóstico/Sintomas: natação errática em sentido espiralado, abdômen distendido, córnea opaca


e hemorrágica, acúmulo de fluído na cavidade abdominal, perda de apetite.
18.8 DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Mortalidade: causa grande prejuízo na piscicultura, atingindo principalmente peixes adultos
18.8.1 Aeromonas hydrophyla e Pseudomonas fluorescens (comum na produção tilápia em tanque rede).

Prevenção: utilizar boas práticas de produção além da possibilidade de vacinação.


Diagnóstico/Sintomas: peixes nadando na superfície, concentrados na entrada da água, perda
de apetite, natação vagarosa, perda de escamas, palidez das brânquias, erosão ou destruição das
nadadeiras, olhos saltados (exoftalmia), acúmulo de líquidos na cavidade abdominal, fluido amarelo
ou sanguinolento no intestino são os sinais mais comuns em infecções causadas por bactérias.

Mortalidade: causa grande prejuízo na piscicultura, atingindo alevinos, juvenis e adultos.

Prevenção: utilizar boas práticas de produção.

58 59
Ocorrência de doenças
19.

19.1 PEIXES MORIBUNDOS

Ocorrência de Peixes vivos com sinais de doença (moribundo) ou com comportamento estranho devem ser
removidos dos viveiros e analisados, de modo a facilitar a identificação e coleta dos patógenos.

doenças
19.2 PEIXES MORTOS

Peixes mortos devem ser retirados diariamente, pois disseminam parasitos e bactérias nos tanques,
como também podem contaminar outros tanques quando levados por pássaros ou outros animais.

19.3 COLETA DOS PEIXES

A coleta de peixes moribundos ou peixes mortos deve ser realizada em operações separadas
da alimentação, evitando a contaminação da ração. Recomenda-se realizar a coleta como uma
operação distinta e em equipamento próprio, evitando a contaminação dos equipamentos (carreta,
alimentadores, tratores).

19.4 DESTINO DE PEIXES COLETADOS

Todos os peixes coletados devem ser destinados a uma estrutura de compostagem. É recomendado
não enterrar para não haver contaminação do solo.

19.5 DESINFECÇÃO DE TANQUES

Equipamentos utilizados em tanques suspeitos ou com doenças, como redes, puçás, roupas, luvas,
caixas transporte, devem ser desinfetados.

19.6 ISOLAMENTO

Isolar unidades de cultivo com problemas de doença, evitando compartilhamento de equipamentos


com outros tanques e unidades.

Normalmente, quando há ocorrência de doenças há uma diminuição do apetite


19.7 AUXÍLIO PROFISSIONAL
dos peixes e alterações no comportamento. Avalie a influência da qualidade
da água e procure por peixes moribundos, de modo que, se necessário, realize
Contatar o mais rápido possível um profissional habilitado para a realização do diagnóstico e
medicação oral aproveitando enquanto os peixes ainda estão se alimentando; a
recomendação dos produtos a serem utilizados.
tendência é que os peixes diminuam ou até mesmo parem de se alimentar.

60 61
Tratamento das enfermidades
20.

20.1 PRODUTOS PROIBIDOS NA PISCICULTURA

Tratamento das Tratamentos podem ser realizados por banhos terapêuticos, por injeção do medicamento ou
normalmente por administração via oral, juntamente com a ração.

enfermidades
Nunca utilizar produtos proibidos como os listados abaixo:

• Verde de Malaquita;
• Furazolidona e Nitrofuranos;
• Fluorquinolonas e quinolonas;
• Clorafenicol;
• Clenbuterol;
• Dietilestilbestrol (DES)
• Dimetrazole, ipronidazole e metronidazole;
• Hormônios esteróides;
• Glicopeptídeos.

No Brasil existem poucos produtos aprovados para uso em Piscicultura. O uso


de medicamentos deve ser acompanhado obrigatoriamente de prescrição
veterinária, e após seu uso, respeitar o período de carência especificado para cada
produto.

62 63
Sistema de compostagem
21.

21.1 O QUE É COMPOSTAGEM

Sistema de Compostagem é um processo natural de fermentação que ocorre na presença de ar e umidade,


fazendo com que peixes mortos e restos orgânicos sejam decompostos pela ação de microrganismos,
obtendo-se um composto orgânico como produto final. Este sistema evita a proliferação de

compostagem
moscas, não há mal cheiro e não há chorume, desde que utilizadas proporções adequadas de peixe,
serragem/maravalha (material aerador) e água.

21.2 ESTRUTURA DE COMPOSTAGEM

A estrutura de compostagem pode ser construída em alvenaria e o tamanho deve ser adequado à
quantidade de resíduos da propriedade. Deve ser coberto para não haver entrada de água da chuva. A
porta frontal deve ser aberta, para colocação dos resíduos e fechada em camadas com uso de tábuas.

21.3 COMO REALIZAR A COMPOSTAGEM

Forrar uma camada de aproximadamente 20 cm no chão com material aerador. Sobre ele, colocar
os peixes mortos, mantendo uma distância de 15 cm das paredes, das portas e entre os peixes.
Cobrir os peixes mortos com fina camada de material aerador. Acrescentar água com regador em
quantidade correspondente à metade do peso dos peixes mortos (para 10 kg de peixe, utilizar 5
kg de água). Após colocar a água, cobrir com uma camada de mais 15 cm de material aerador.
Continuar colocando os peixes mortos na mesma sequência (carcaça, material aerador, água,
material aerador) até atingir 1,5 m de altura;

21.4 TEMPO DE COMPOSTAGEM

Deixar fermentar por um período entre 90 e 120 dias após o fechamento final. Os resíduos orgânicos
serão transformados em um composto orgânico que poderá ser utilizado como fertilizante.

Figura 20. Estrutura de compostagem e equipamento para transporte de animais mortos, utilizados em pisciculturas.

Peixes mortos, assim como restos orgânicos, devem ser retirados dos tanques
de criação obrigatoriamente todos os dias, e destinados preferencialmente para
sistemas de compostagem, não devendo ser enterrados ou deixados ao ar livre
(fonte de contaminação).

64 65
Estocagem dos alevinos
22.

22.1 PROCEDÊNCIA DOS ALEVINOS

Estocagem dos Alevinos devem ser adquiridos de empresas idôneas e que garantam a ausência de qualquer tipo
de enfermidade.

alevinos
22.2 CHECAGEM DO RECEBIMENTO

No momento do recebimento checar as informações na nota fiscal, como quantidade, valor e tamanho.
Também analisar externamente e internamente os animais e anotar todas as informações no controle de
recebimento de alevinos, que ainda incluem data, tanque destino, peixe contado ou estimado na recepção,
peso e tamanho, entre outras informações que possam ser importantes para rastreabilidade do lote.

22.3 AVALIAÇÃO SANITÁRIA – ANÁLISE EXTERNA

Avaliar o estado sanitário dos animais, analisando externamente a pele, nadadeiras, olhos, boca
e brânquias. Verificar se os peixes não apresentam manchas ou necroses na pele, erosão de
nadadeiras, olhos fundos, saltados ou com vermes, se não há vermes na boca e brânquias (necroses,
escurecimento ou palidez, presença de parasitas, hiperplasia) ou qualquer outra anormalidade.
Caso haja lupa ou microscópio na propriedade, realizar raspagem do muco da pele e das brânquias
e investigar se há presença de algum tipo de parasita.

22.4 AVALIAÇÃO SANITÁRIA – ANÁLISE INTERNA

Avaliar o estado sanitário dos animais, analisando internamente os órgãos, se não há presença de
vermes intestinais ou na cavidade abdominal, se o fígado apresenta coloração característica e sem
manchas, coloração clara da vesícula biliar e se não há acúmulo de líquido na cavidade abdominal.

22.5 ACLIMATAÇÃO

Antes de soltar os alevinos no tanque, realizar a mistura gradual da água do tanque nas caixas de
transporte ou nas embalagens plásticas para aclimatar os peixes ao novo ambiente, equalizando
parâmetros importantes de água, como temperatura, oxigênio e pH.

Alevinos devem ser estocados preferencialmente em tanques com sistema de 22.6 DESCARREGAMENTO DE PEIXES A GRANEL
proteção anti-pássaros. Os tanques devem ter filtros na entrada e saída de água e
a abertura/diâmetro dos filtros deve estar de acordo com o tamanho dos alevinos Quando a recepção ocorrer em caixas de transporte, descarregar com baldes ou utilizando calhas
para evitar o escape. ou lonas, evitando o choque brusco dos animais com a água, minimizando ferimentos.

Figura 21. Processo de aclimatação para proceder a soltura/peixamento dos alevinos.

66 67
Manejo de biometria
23.

23.1 AVALIAÇÃO DOS ANIMAIS

Manejo de Alguns peixes devem ser sacrificados para uma melhor análise do estado de saúde do lote,
permitindo uma avaliação externa e interna dos animais.

biometria
23.2 CAPTURA DOS ANIMAIS

Na captura dos animais para a realização da biometria pode ser utilizada rede de arrasto ou tarrafas,
sendo recomendado o uso de materiais confeccionados com linhas multifilamentos, machucando
menos os peixes. Jejum prévio de 12 a 24 horas é recomendável para minimizar o estresse e não
interferir no peso dos animais.

23.3 AVALIAÇÃO DA AMOSTRAGEM

Os peixes devem ser coletados aleatoriamente sem que haja seleção, para que a amostragem
contemple a média de peso do lote. Amostragens de 2% a 5% do lote aumentam a confiabilidade
dos dados, mas pesagens de 50 a 100 peixes são suficientes. Pesagens individuais dos peixes
auxiliam produtor para avaliar a homogeneidade do lote (tamanho médio, mínimo e máximo) e se
manejo alimentar está sendo realizado de forma adequada.

Figura 22. Manejo de biometria para acompanhamento do crescimento e avaliação do estado sanitário dos animais.

A biometria tem como finalidade avaliar o estado de saúde dos animais,


acompanhar o crescimento dos peixes, atualizar o peso médio para ajustar as
quantidades de ração a serem fornecidas, definir o momento das transferências
e planejar as despescas. É recomendado que periodicamente seja realizado o
processo de biometria para acompanhamento da produção.

68 69
Manejo de transferência
24.

24.1 JEJUM

Manejo de Realizar um jejum de pelo menos 24 horas antes de realizar a transferência. A operação deve ser
iniciada nas primeiras horas da manhã, proporcionando manejo nos horários de menor calor.

transferência
24.2 RESTRIÇÕES PARA A TRANSFERÊNCIA

Jamais deve ser realizada a operação de transferência em peixes que passaram por algum tipo de
estresse (restrição alimentar prolongada, doenças, má qualidade da água).

24.3 APLICAÇÃO DE SAL NOS TANQUES

Recomenda-se aplicar sal na água do tanque na quantidade de 20 gramas/m2 antes da realização


da transferência.

24.4 FECHAMENTO DA REDE

A rede deve ser fechada sempre próxima da entrada da água, proporcionando um melhor ambiente
aos animais. Caso haja aeração, posicionar os aeradores próximos a rede.

24.5 ESPAÇO DA REDE

Não concentrar (apertar) muitos peixes dentro da rede e trabalhar com bastante espaço,
minimizando o adensamento, o estresse e os ferimentos.

24.6 MANUSEIO DOS ANIMAIS

O manuseio deve ser delicado, transportando os peixes com água e sempre em sacolas macias
para se evitar a escamação e a perda de muco. Obedecer às densidades utilizadas nas caixas de
transporte de peixe vivo, evitando superlotação, que pode causar ferimentos e baixo nível de
oxigênio.
Antes da realização do processo de transferência, recomenda que se faça o
planejamento dessa operação, reunindo todos os equipamentos a serem 24.7 APLICAÇÃO DE SAL NAS CAIXAS DE TRANSPORTE
utilizados (desinfetados), definindo a função de cada trabalhador de modo a
tornar essa operação rápida, eficiente e causando menos estresse e ferimentos Recomenda-se a adição de sal branco nas caixas de transporte na quantidade de 3 a 5 kg de sal para
aos animais. cada 1.000 litros de água, o que minimiza o estresse e recompõe a produção de muco.

70 71
Manejo de transferência

Figura 23. Manejo de transferência, com imagens da rede fechada com bastante espaço, equipamentos para
pesagem, transporte de peixe vivo e processo de soltura.

72 73
Manejo de despesca
25.

25.1 JEJUM

Manejo de despesca Realizar jejum de pelo menos 24 horas antes da operação de despesca, evitando que peixes
alimentados sejam carregados.

25.2 PERÍODO DE CARÊNCIA PARA PRODUTOS QUÍMICOS

É importante verificar se foi respeitado o período de carência para produtos químicos, caso tenha
sido realizado algum tipo de tratamento no tanque ou peixes.

Figura 24. Operação de despesca e pesagem no momento do carregamento.

Antes da realização do processo de despesca, é recomendado que se faça o


planejamento dessa operação, reunindo todos os equipamentos (desinfetados)
a serem utilizados, definindo a função de cada trabalhador de modo a tornar essa
operação rápida, eficiente e causando menos estresse e ferimentos aos animais.

74 75
Procedimentos de limpeza e assepsia dos equipamentos
26.

26.1 MÃOS

Procedimentos de As pessoas que trabalham na piscicultura devem higienizar regularmente as mãos. Quando houver
manipulação de peixes doentes e contaminados, os agentes causadores da doença podem ser transmitidos
aos peixes sadios, por isso a importância da lavagem das mãos e a sanitização feita com álcool 70%.

limpeza e assepsia 26.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Para a realização da sanitização de equipamentos os colaboradores deverão ser treinados e munidos

dos equipamentos
com Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

26.3 EQUIPAMENTOS

Todos os equipamentos utilizados nos manejos dos peixes, como redes, puçás, cestos, macacões
impermeáveis, luvas, sacolas, caixas de transporte e calhas devem ser lavados e sanitizados após cada
uso. Recomenda-se uma estrutura própria para a lavagem de equipamentos e utilização de sanitizantes
como a amônia quaternária, na proporção de 1:200 (produto comercial com 30% de amônia quaternária).

26.4 MÁQUINAS

Para tratores, alimentadores, roçadeiras e outros equipamentos que não são utilizados nos manejos,
realizar a limpeza e sanitização semanalmente com amônia quaternária, na proporção 1:2000
(produto comercial com 30% de amônia quaternária).

26.5 RODOLÚVIO E PÉ DE LÚVIO

Quando há rodolúvio e pé de lúvio na propriedade, é recomendada a troca diária e o uso de amônia


quaternária 1:2000 (produto comercial com 30% de amônia quaternária).

26.6 OUTRAS INSTALAÇÕES

Nos depósitos de ração e outras instalações deve-se remover os resíduos orgânicos (restos de ração
e sujeiras) e pulverizar uma solução clorada (água + cloro) na dosagem de 1.600 ppm ou amônia
O termo higiene compreende os procedimentos de limpeza e sanitização, etapas
quaternária dosagem de 1:3000 (produto comercial com 30% de amônia quaternária)
estas distintas e complementares. Limpeza significa a remoção física da sujeira
(lavagem) e sanitização consiste na aplicação de produtos que reduzem ou Foto 25. Estrutura de lavagem e sanitização de equipamentos e pé de lúvio na entrada de uma unidade de produção de peixes.
exterminam microrganismos potencialmente patógenos das superfícies onde
são aplicados.

76 77
Condição e segurança dos trabalhadores da piscicultura
27.

27.1 TREINAMENTO

Condição e O empregador deverá realizar constantes treinamentos para que a função de cada colaborador
seja realizada adequadamente e esteja de acordo com as boas práticas de produção, realizando o
registro das datas e dos treinamentos realizados.

segurança dos 27.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

O empregador deverá fornecer aos colaboradores os Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

trabalhadores da
para realização de atividades que exigem tais equipamentos, visando garantir a proteção e a
manutenção da saúde dos colaboradores.

piscicultura

Todos os trabalhadores das pisciculturas deverão ser registrados de acordo com a


CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

78 79
Controles e rastreabilidade na piscicultura
28.

28.1 IMPORTÂNCIA DOS REGISTROS

Controles e Sem a adoção dos registros não é possível avaliar a eficiência das diferentes estratégias de manejo utilizadas
e nem a lucratividade alcançada. Estratégias como mudança de fornecedor de alevinos, alterações nas
densidades, quantidade e frequência de arraçoamento, manejo da qualidade da água, uso de aeração,

rastreabilidade na
entre muitas outras estratégias que são mudadas ou incorporadas no dia a dia das pisciculturas.

28.2 RASTREABILIDADE

piscicultura
Outra importância da adoção de registros é garantir a rastreabilidade dos peixes produzidos, que
é a capacidade de traçar um histórico através dessas informações. A rastreabilidade é obrigação
do produtor e uma tendência para o atendimento de todos os tipos de mercado, que necessitam
de informações do histórico de produção de um lote de peixes (origem dos alevinos, alimentos
fornecidos, tanques onde foram criados, tratamentos realizados) para garantir ao consumidor a
segurança alimentar do pescado produzido.

28.3 IMPLEMENTAÇÃO

A implementação dos controles não é difícil, sendo necessário o treinamento dos colaboradores
para seu preenchimento. Os controles devem ser mantidos na piscicultura para facilitar sua
análise, assim como, a possibilidade de futuras auditorias. Os controles devem ser armazenados na
piscicultura por pelo menos 1 ano após o peixe ter sido despescado, tempo em que o peixe deve
ser comercializado pelo mercado (congelado por exemplo).

28.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Tão importante quanto preencher os controles é a interpretação dos dados e análises dos
resultados obtidos. A Nutrizon Alimentos conta com uma equipe técnica qualificada para auxiliar
o produtor na implementação destes controles, na interpretação dos resultados e na adoção de
novas tecnologias e estratégias.

28.5 PRINCIPAIS CONTROLES USADOS NA PISCICULTURA


Registrar as atividades da piscicultura é fundamental para que o produtor possa
entender cada vez mais do seu negócio, gerando acúmulo de experiência ao
1. Controle de recebimento dos peixes
longo dos anos, possibilitando avaliar o resultado zootécnico e econômico da
atividade, além de garantir a rastreabilidade do processo. Os registros podem ser 2. Controle de recebimento de ração
realizados de diversas formas e encontram-se neste Manual vários modelos de 3. Controle de recebimento de insumos
controles sugeridos para o uso nas pisciculturas. 4. Controle diário de alimentação
5. Controle de análise da água
6. Controle de biometria e saúde
7. Controle de transferência
8. Controle de saída
9. Controle de tratamento

80 81
29. PISCICULTURA

CONTROLE DE RECEBIMENTO DE PEIXES

Fichas de controle
DATA: __/__/__ ESPÉCIE______________________________

ORIGEM
FORNECEDOR: ____________________________________________________________________________
NOTA FISCAL N°: __________________________________________________________________________
LOTE FORNECIDO N°: ___________________________________
CONTADO ESTIMADO
QUANTIDADE: ________________________________________
VALOR TOTAL (R$): _____________________________________
HORÁRIO DE CHEGADA: ________________________________
TÉRMINO DESCARREGAMENTO: __________________________

AVALIAÇÃO DOS PEIXES

MEDIDO ESTIMADO PADRÃO

COMPRIMENTO MÉDIO (cm):


PESO MÉDIO (gramas):
BIOMASSA (kg):
MORTALIDADE:

DESTINO
TANQUE DESTINO: _____________________________________
N° DO LOTE: __________________________________________

OBSERVAÇÕES GERAIS: _____________________________________________________________________


_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________

RESPONSÁVEL PELA ENTREGA: _______________________________________________________________


RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO: __________________________________________________________

82
PISCICULTURA PISCICULTURA

CONTROLE DE RECEBIMENTO DE RAÇÃO CONTROLE DE RECEBIMENTO DE INSUMOS

DATA: __/__/__ NOTA FISCAL: _____________________ VALOR TOTAL: R$: ______________ DATA: __/__/__
VALOR FRETE: R$ ______________
NOTA FISCAL: _____________________________________________________________________________
TIPO PELETE DATA DE QUANTIDADE VALOR (R$) INSUMO: ________________________________________________________________________________
RAÇÃO LOTE
(%PB) (mm) FABRICAÇÃO KG SACO KG SACO FORNECEDOR: ____________________________________________________________________________
KARINO PEIXES QUANTIDADE (KG): ____________________________ QUANTIDADE (SACOS): ______________________
KARINO PEIXES VALOR TOTAL (R$): ____________________________ VALOR POR KG (R$): ________________________

KARINO PEIXES
VALOR DO FRETE (R$): __________________________________
KARINO PEIXES
DATA DE FABRICAÇÃO: _________________________________
KARINO PEIXES DATA DE VALIDADE: ____________________________________
KARINO PEIXES
KARINO PEIXES OBSERVAÇÕES GERAIS: _____________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
LOCAL DE ESTOCAGEM: ____________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________
TRANSPORTADORA: _______________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________
PLACA DO CAMINHÃO: _____________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
FLUTUABILIDADE (%) FINOS
RAÇÃO LOTE UMIDADE
5 minutos (%)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO: __________________________________________________________
KARINO PEIXES SIM NÃO
KARINO PEIXES SIM NÃO
KARINO PEIXES SIM NÃO
KARINO PEIXES SIM NÃO
KARINO PEIXES SIM NÃO
KARINO PEIXES SIM NÃO
KARINO PEIXES SIM NÃO

OBSERVAÇÕES GERAIS: _____________________________________________________________________


_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________

RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO: __________________________________________________________


PISCICULTURA

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
OBSERVAÇÕES GERAIS: ______________________________________________________________________________________________________________________________________
CONTROLE DIÁRIO DE ALIMENTAÇÃO

DATA: __/__/__ ALIMENTADOR: _____________________________________________________

OBSERVAÇÕES
ATIVIDADE ALIMENTAR: 0-NENHUMA 1-POUCA 2-BOA 3-EXCELENTE
TEMPO: BOM NUBLADO CHUVOSO

TIPO DE RAÇÃO RAÇÃO


TANQUE ATIVIDADE MORTES OBSERVAÇÕES
RAÇÃO MANHÃ (KG) TARDE (KG)

DUREZA
(ppm)
ALCALINIDADE
(ppm)
NITRITO
(ppm)
(ppm)
RESPONSÁVEL PELAS ANÁLISES: ____________________________________

NH3
TRANSP.
(cm)
pH
CONTROLE DIÁRIO DOS TIPOS DE RAÇÕES UTILIZADOS NA PISCICULTURA

CONTROLE DA ANÁLISE DE ÁGUA


TANQUE TIPO QUANTIDADE (KG) QUANTIDADE (SACO)

TEMP.
°C
OXIGÊNIO
mg/L
TOTAL

HORA
OBSERVAÇÕES GERAIS: _____________________________________________________________________
PISCICULTURA

_________________________________________________________________________________________

DATA: __/__/__
_________________________________________________________________________________________

TANQUE
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
PISCICULTURA PISCICULTURA

CONTROLE DE BIOMETRIA E SAÚDE CONTROLE DE TRANSFERÊNCIA

DATA: ________________________________________________________ HORÁRIO INÍCIO: ___________________________________________ DATA: __/__/__


TANQUE: _____________________________________________________ HORÁRIO TÉRMINO: ________________________________________
DESPESCA: PARCIAL TOTAL FINALIZADO
LOTE: ________________________________________________________ PEIXE: ____________________________________________________
MÉTODO DE TRANSFERÊNCIA:
TEMP: ________________________________________________________ OXIGÊNIO: ________________________________________________
CAIXA DE TRANSPORTE TANQUE PARA TANQUE _________________
RESPONSÁVEL PELA BIOMETRIA: ______________________________________________________________________________________________
PEIXE: ____________________________________________________ HORA INÍCIO: ______________________________________________
TQ- TQ- TQ- TQ- TQ- TANQUE DE ORIGEM: _______________________________________ HORA TÉRMINO: ___________________________________________
Px KG Média Px KG Média Px KG Média Px KG Média Px KG Média TANQUE DE DESTINO: _______________________________________ LOTE: ____________________________________________________
TEMPERA DA ÁGUA: INÍCIO:____°C TÉRMINO____°C

VIAGEM 1
_______________________________________ KG OXIGÊNIO INÍCIO: _______________________
_______________________________________ PEIXES OXIGÊNIO FIM: _________________________
_______________________________________ MÉDIA (KG)

VIAGEM 1
_______________________________________ KG OXIGÊNIO INÍCIO: _______________________
_______________________________________ PEIXES OXIGÊNIO FIM: _________________________
_______________________________________ MÉDIA (KG)

AVALIAÇÃO DO ESTADO SANITÁRIO


VIAGEM 1
1. SUPERFÍCIE DO CORPO
01 - ( ) aspecto normal 02 - ( ) sinais de micoses 03 - pequenos pontos: ( ) brancos ( ) vermelhos ( ) negros ( ) escurecidos
_______________________________________ KG OXIGÊNIO INÍCIO: _______________________

04 - quantidade de muco: ( ) normal ( ) diminuído ( ) aumentado 05 - ( ) lesões mecânicas presentes 06 - ( ) zonas de necroses _______________________________________ PEIXES OXIGÊNIO FIM: _________________________
_______________________________________ MÉDIA (KG)
2. NADADEIRAS
01 - ( )normal 02 - ( )sinais de micoses 03 - ( ) inflamação 04 - ( ) necroses 05 - ( ) faltando pedaço 06 - ( ) descoloridas
07 - ( ) erudidas/desfinhadas 08 - ( ) presença de parasito VIAGEM 1
3. OLHOS _______________________________________ KG OXIGÊNIO INÍCIO: _______________________
01 - ( ) normal 02 -( ) opaco 03 - exoftalmia: ( ) unilateral ( ) bilateral 04 - ( ) com pontos brancos _______________________________________ PEIXES OXIGÊNIO FIM: _________________________
05 - ( ) com pontos vermelhos na córnea 06 - ( ) presença de parasito _______________________________________ MÉDIA (KG)

4. BOCA, BRÂNQUIAS E OPÉRCULO


01 - ( ) normal 02 - ( ) opérculo muito aberto 03 - coloração das brânquias: ( ) normal ( ) vermelho escuro ( ) rosada ( ) aspecto anêmico VIAGEM 1
04 - ( ) hemorrágica 05 - ( )hiperplasia/inchamento 06 - ( ) necroses 07 - ( ) presença de parasito boca 08 - ( ) presença de parasitos nas brânquias
_______________________________________ KG OXIGÊNIO INÍCIO: _______________________
05. ÓRGÃOS INTERNOS _______________________________________ PEIXES OXIGÊNIO FIM: _________________________
CORAÇÃO: 01 - coloração: ( ) normal ( ) vermelho escuro ( ) anêmico 02 - tamanho: ( ) aumentado ( ) normal 03 - ( ) manchas/pontos _______________________________________ MÉDIA (KG)
FÍGADO: 01 - coloração: ( ) normal ( ) escuro ( ) rosada ( ) anêmico 02 - tamanho: ( ) aumentado ( ) normal 03 - textura: ( ) firme ( ) friável
BILIS: 01 - coloração: ( ) clara ( ) esverdeada ( ) escura 02 - tamanho: ( ) normal ( ) aumentado
INTENSTINO: 01 - presença de alimento ( ) sim ( ) não 02 - coloração: ( ) normal ( ) avermelhada OBSERVAÇÕES GERAIS: _________________________________________________________________________________________
05 - ( ) líquido sanguinolento 06 - ( ) presença de parasitos: ( ) pouco ( ) muito
____________________________________________________________________________________________________________
ESTÔMAGO: 01 - presença de alimento ( ) sim ( ) não 02 - coloração: ( ) normal ( ) avermelhada
05 - ( ) líquido sanguinolento 06 - ( ) presença de parasitos: ( ) pouco ( ) muito
____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________
OBSERVAÇÕES GERAIS: _________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________ RESPONSÁVEL PELA TRANSFERÊNCIA: __________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________
PISCICULTURA PISCICULTURA

CONTROLE DE SAÍDA CONTROLE DE TRATAMENTO

DESPESCA: PARCIAL TOTAL FINALIZADO DATA: __/__/__


TANQUE: _________________________________________ INÍCIO DO TRATAMENTO: __/__/__
DATA: __/__/__ PEIXE: ____________________________________________________
LOTE: ____________________________________________ FIM DO TRATAMENTO: __/__/__
TANQUE: _________________________________________ INÍCIO DA PESCA: __________________________________________
NÚMERO DE PEIXE ATUAL: __________________________ NOME DO MEDICAMENTO: _________________________
LOTE: ____________________________________________ FIM DA PESCA: _____________________________________________
PESO MÉDIO ATUAL (KG): ___________________________ DOSAGEM RECOMENDADA: _________________________
FOI MEDICADO: SIM NÃO ÚLTIMO DIA DE TRATAMENTO: __/__/__ BIOMASSA ATUAL (KG): _____________________________ TIPO DE TRATAMENTO: ORAL BANHO
DESTINO: ________________________________________ PLACA: __________________________________________
CAMINHÃO: ______________________________________ MOTORISTA: ______________________________________
QUANTIDADE DE QTD DE RAÇÃO (KG) N° DE PEIXES OXIGÊNIO OXIGÊNIO
DATA T °C
MEDICAMENTO MANHÃ TARDE MORTOS MANHÃ TARDE

CAIXA: _________________________________ CAIXA: _________________________________


_______________________________________ KG _______________________________________ KG
_______________________________________ PEIXES _______________________________________ PEIXES
_______________________________________ MÉDIA (KG) _______________________________________ MÉDIA (KG)

CAIXA: _________________________________ CAIXA: _________________________________


_______________________________________ KG _______________________________________ KG
_______________________________________ PEIXES _______________________________________ PEIXES
_______________________________________ MÉDIA (KG) _______________________________________ MÉDIA (KG)

CAIXA: _________________________________ CAIXA: _________________________________


_______________________________________ KG _______________________________________ KG
_______________________________________ PEIXES _______________________________________ PEIXES
_______________________________________ MÉDIA (KG) _______________________________________ MÉDIA (KG)

TOTAL DA CARGA: _____________________________ KG


NÚMERO DE PEIXES: ____________________________ UN
PESO MÉDIO___________________________________ KG

OBSERVAÇÕES GERAIS: _________________________________________________________________________________________


____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________ TOTAL MEDICAMENTO UTILIZADO: _____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________ RESPONSÁVEL TÉCNICO: _____________________________________________________________________________________________________

RESPONSÁVEL PELA DESPESCA: _______________________________________________________________________________________________


OBSERVAÇÕES GERAIS: _________________________________________________________________________________________

RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO: ____________________________________________________________________________________________


____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________
Créditos

Créditos ELABORAÇÃO

Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento em Aquacultura


Nutrizon Alimentos Ltda.

Thiago Tetsuo Ushizima


Zootecnista/Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento

COLABORADORES:

ANTÔNIO LUAN ALMEIDA TAVARES


Biólogo

Átila Alves Pereira


Zootecnista

Diogo de Almeida Silva


Médico Veterinário

Paulo Henrique Cavalheiro Martvi


Zootecnista

REFERÊNCIAS

• BOYD, C.E. Water Quality in Ponds for Aquaculture. Alabama Agricultural Experiment
Station. Auburn University, 1990.

• BOYD, C.E. Aquaculture Pond Bottom Soil Quality Management. Auburn University, 2002.

• CAMPOS, J.L. Manual de boas práticas de produção na piscicultura do arranjo produtivo


local da região de Dourados, MS, 2007. 80 p.

• FARIA, R.H.et al. Manual de criação de peixes em viveiros. Brasília: Codevasf, 2013.

• PAIVA, M.J.T.R., TAKEMOTO, R.M., LIZAMA, M.L.A.P. Sanidade de Organismos Aquáticos,


2004.

• PAVANELLI, G.C., EIRAS, J.C., TAKEMOTO, R.M. Doenças de Peixes, 305p., 2002.

• SANDOVAL, J.P., TROMBETA, T.D., MATTOS, B.O., SALLUM, W.B. Manual de criação de
peixes em tanque rede. Brasília: Codevasf, 2010.

• U.S. Department of Health and Human Services Food and Drug Administration. Fish and
Fishery Products Hazards and Controls Guidance, 2011.

92
A NUTRIÇÃO FORTE DO BRASIL
www.nutrizon.com.br

NUTRIZON ALIMENTOS LTDA.


Linha 25, Lote 3, GB 16, Fundos - Caixa Postal 10
CEP 76940-000 - Rolim de Moura - RO
(69) 3442-9191

NUTRIZON FILIAL MANAUS


Rua Evaristo Faustino, 189 - Colônia Santo Antônio
CEP 69093-015 - Manaus - AM
(92) 3237-6473

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