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1. INTRODUÇÃO
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insetos nos seus mais variados aspectos e de todas as suas relações com as plantas, com o
homem e com os animais domésticos.
3. DIVISÕES DA ENTOMOLOGIA
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Das características que contribuem para o sucesso biológico dos insetos podem ser
mencionadas: pequeno tamanho, capacidade de voar, sistemas especializados de
reprodução, adaptabilidade, exoesqueleto e metamorfoses.
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Os padrões de vôo podem ser regulares, como nas migrações, permitindo aos insetos
escapar do inverno para climas mais favoráveis.
4.4. Adaptabilidade
A adaptabilidade a condições de vida tão extremas é outra vantagem que nenhuma
outra forma animal conseguiu. O seu regime alimentar é um exemplo da sua infinita
adaptabilidade, pois se nutrem de substâncias as mais variadas e extravagantes que se possa
imaginar.
4.5. Exoesqueleto
O exoesqueleto, funcionando como uma armadura protetora contra impactos,
compressão e esmagamento, tem proporcionado aos insetos uma segura proteção e grande
resistência contra a penetração de microrganismos patogênicos, gases deletéricos e água,
através do seu corpo e, ainda, evitando a desidratação.
4.6. Metamorfoses
As metamorfoses representam uma forma de garantir a sobrevivência, pois, durante
as múltiplas transformações para se tornarem adultos, são capazes de explorar diversas
fontes de alimentos, as quais variam do estágio de larva ao de adulto.
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A natureza que nos cerca, na qual vivemos e da qual somos partes integrante, é
formada por dois grandes agrupamentos de seres: os inanimados (brutos ou inorgânicos),
destituídos de vida, representados pelas rochas e minerais, formando o Reino Mineral e os
animados (vivos ou orgânicos), dotados de vida, compreendendo as plantas (Reino Vegetal
ou Flora) e os animais (Reino Animal ou Fauna).
O globo terrestre é recoberto por enorme massa de água (oceanos, mares, rios e
lagos), ocupando cerca de 70% da superfície. Os 30% restantes são representados pelas
terras (continentes e ilhas). Nessa área relativamente pequena de terras, vivem e se
distribuem 4/5 ou 80% dos animais e 75% dos vegetais. Os demais seres vivos habitam as
águas doces e salgadas, formando o grande e maravilhoso biociclo aquático.
O Reino Animal constitui-se no maior dos reinos da natureza, totalizando 3/4 ou
75% dos seres vivos, sendo muito difícil a estimativa correta do número de espécies. Sabe-
se que compreende aproximadamente 1.150.000 espécies de animais conhecidos, com cerca
se 1.115.000 invertebrados e 35.000 vertebrados, que representam, respectivamente, 96% e
4% dos animais. Para facilitar o estudo dessa enorme quantidade de animais, encontrados
em praticamente todas as altitudes, latitudes e longitudes, esse reino foi dividido em vários
grupos, de acordo com as características dos animais, denominados Filos.
Dentre os Filos, três são de importância agrícola:
5.1. Filo Nemata: inclui, entre outros vermes, os nematóides, que atacam
principalmente as raízes das plantas. Os nematóides são, em geral, alongados e com as
extremidades afiladas; geralmente invisíveis a olho nu.
5.2. Filo Mollusca: compreende as lesmas e caracóis (terrestres) e os caramujos
(aquáticos). Os dois últimos possuem uma concha calcária sobre o corpo, enquanto as
lesmas não possuem essa estrutura. Alimentam-se de folhas, principalmente de hortaliças.
5.3. Filo Arthropoda: corresponde a aproximadamente 80% do Reino Animal. Seus
representantes apresentam a seguinte combinação de caracteres morfológico-anatômicos:
- Pernas articuladas: origem do Filo ou Ramo (grego arthron = articulação e podes =
pernas).
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O Filo Arthropoda está dividido em várias Classes, das quais merecem destaque,
face à importância agrícola:
- Classe Diplopoda: corpo cilíndrico com vários segmentos, cada um com dois pares
de pernas. São conhecidos vulgarmente por piolhos-de-cobra e podem destruir plantas
recém-germinadas; algumas espécies são predadoras.
- Classe Symphyla: atingem no máximo 6 mm de comprimento. Apresentam coloração
esbranquiçada, possuindo de 10 a 12 pares de pernas. São terrestres e vivem em locais
úmidos. Danificam sementes e brotos novos de inúmeras culturas.
- Classe Arachnida: destacam-se os ácaros, que causam danos em várias culturas, bem
como várias espécies de aranhas que, sendo predadoras, destroem muitas pragas agrícolas.
- Classe Insecta: estima-se que são conhecidas mais de 1.000.000 de espécies de
insetos. Somente na Ordem Coleoptera (besouros), são conhecidas mais de 300.000
espécies, podendo-se inferir que de cada quatro espécies de animais conhecidas, uma é
espécie de besouro. Os insetos apresentam seis pernas (hexápodes); antenas presentes em
número de duas (díceros); asas presentes (alados) ou ausentes (ápteros); corpo dividido em
três regiões, mais ou menos distintas: cabeça, tórax e abdome.
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7. A CLASSE INSECTA
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asas dos insetos é única no Reino Animal, pois constituem-se em órgãos de origem própria,
não por transformação das pernas, como aconteceu com os sáurios voadores, aves e
morcegos.
O abdome possui, tipicamente, de sete a onze segmentos verdadeiros, mas o décimo
primeiro é geralmente muito reduzido e representado por apêndices e, assim, o número
máximo raramente parece ser maior do que dez. Esses segmentos terminam ou não por
apêndices sensoriais, locomotores e genitais, apresentando segmentação característica, da
qual originou o nome desses animais.
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MORFOLOGIA EXTERNA
1. MORFOLOGIA EXTERNA
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A. Inclusões epidérmicas
a) Glândulas dérmicas: todas as células epidérmicas são glandulares, no sentido de
que elas participam na formação da cutícula, mas há ainda certas células maiores que se
desenvolvem de células epidérmicas e parecem ser especializadas em produzir a camada de
cimento, também chamada tetocutícula. Consiste, tipicamente, de uma estrutura vacuolada
e um duto, chamado de duto da glândula dérmica.
b) Oenócitos: os oenócitos são conhecidos apenas nos insetos. Originam-se de células
epidérmicas após uma divisão e, comumente, de células arranjadas ao redor dos
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espiráculos. São produtores de uma proteína conjugada (lipoproteína) que forma a camada
de cuticulina, a mais interna das camadas da epicutícula.
c) Tricógenos (sensilos tricóides): são inclusões epidérmicas responsáveis pelo senso
tátil, e são numerosos ao longo do corpo do inseto. Fundamentalmente, um tricógeno
consta de uma seta, que é o processo cuticular externo, da célula tricógena, responsável
pela regeneração da seta e da célula tormógena, que forma a base para o encaixe da seta,
além de um neurônio (Figura 3).
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B. Cores
Muitos insetos são brilhantes, ou mesmo coloridos, o que muitas vezes os tornam
com um brilho metálico. As cores têm sua origem, ou em pigmentos incorporados ou
devido a diversos fatores externos, entre os quais a temperatura, e em outros casos, diversos
fenômenos fisiológicos. Até o presente momento todos os pigmentos que foram isolados
são produtos metabólicos de substâncias ingeridas com o alimento. Os pigmentos podem
ser separados em diferentes grupos químicos bem definidos.
Os principais pigmentos são:
- Carotenóides: são descritos como pigmentos produtores de cores em muitos insetos e são
sempre derivados do alimento, sendo direta ou indiretamente de origem vegetal. O principal
componente do caroteno encontrado nas plantas é o β-caroteno que possui coloração
laranja-amarelada e já foi isolado em estado livre ou em complexo protéico em um grande
número de insetos. O α-caroteno, por sua vez, tem sido relatado como o responsável pelas
manchas avermelhadas da fêmea de louva-Deus e pela coloração dos élitros de alguns
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coccinelídeos, em associação com seu isômero, embora tais suposições não tenham sido
confirmadas por métodos cromatográficos modernos.
- Xantoquinonas: constitui-se no segundo grupo de pigmentos encontrados nos insetos.
Sua presença já é conhecida há longo tempo entre os coccídeos, mas poucos estudos
existem a respeito.
- Antoxantinas: são encontrados em certos lepidópteros e algumas tentativas foram feitas
para usar este pigmento como um caráter taxonômico.
- Insetoverdinas: são pigmentos de uma ocorrência particular do β-caroteno. Antigamente
supunha-se que tal pigmento fosse a clorofila.
- Melaninas: são pigmentos responsáveis pela coloração mais escura do tegumento e dos
olhos dos insetos, podendo variar de amarelo a preto.
A cabeça, sendo uma região especializada, apresenta uma série de estruturas, mais
ou menos complexas. Em primeiro lugar, observa-se que na cabeça estão localizados os
apêndices fixos (olhos compostos e ocelos) e móveis (antenas e peças bucais). Além desses
apêndices existem, ainda, sulcos e suturas, que por sua posição e forma, têm grande valor
taxonômico.
A. Sulcos e suturas
O termo sutura indica entalhes que marcam a linha de união de duas regiões que
anteriormente eram distintas, enquanto que entalhes com origem puramente funcional,
devem ser chamados de sulcos.
Os principais sulcos e suturas são (Figura 4):
- Sulco epicranial: situa-se na parte frontal da cabeça e apresenta-se na forma de um
“Y” invertido, com o tronco colocado medianamente na parte superior da cabeça e os
ramos divergindo para baixo sobre a face. A parte distal (tronco) é chamada sulco coronal
e os ramos são os sulcos frontais.
- Sulco pós-frontal: situa-se geralmente sobre os ocelos, mas nem sempre é
encontrado.
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B. Áreas intersuturais
São delimitadas pelos sulcos e suturas, sendo as seguintes (Figura 4):
- Frontal: é a região mediana frontal da cabeça, situada acima do sulco epistomal.
- Clipeal: é a área disposta imediatamente abaixo da fronte, podendo estar
subdividida em alguns insetos, em pós-clípeo (superior) e anteclípeo (inferior).
- Parietais: encontram-se na parte superior da cabeça, e incluem um olho composto,
uma antena e um ocelo dorsal, e são separadas pelo sulco coronal.
- Vértice, vértex, ou epicrânio: é a porção mais elevada da cabeça. Quando se
apresenta prolongada recebe a denominação de fastígio.
- Genais: são em número de duas e situam-se abaixo e atrás dos olhos, estendendo-
se até o sulco subgenal.
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- Subgenais: são duas áreas estreitas localizadas entre as genas e a articulação das
peças bucais. A porção de cada área subgenal sobre a mandíbula é chamada pleurostoma, e
a porção posterior hipostoma.
- Occipital: é a região compreendida entre o sulco occipital e a sutura pós-occipital,
formando uma espécie de colarinho, tendo a forma de uma ferradura ou de um arco.
- Pós-occipital: é a área entre a sutura pós-occipital e o cérvix (“pescoço”).
Apresenta um côndilo occipital de cada lado, que se articula com o esclerito cervical
anterior.
- Cérvix ou cérvice: é o pescoço dos insetos, constituindo-se em uma região
membranosa que se segue a região pós-occipital e fornece liberdade de movimentos à
cabeça.
- Forame magno: também é conhecido como forame occipital; é atravessado pelos
aparelhos circulatório, digestivo e sistema nervoso. É a abertura que permite a comunicação
entre a cavidade interna da cabeça com o restante do corpo do inseto.
Sutura
epicranial
Suturas frontais
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A maior parte dos insetos adultos possui dois olhos compostos (Figura 5),
geralmente volumosos e situados na parte dorso-lateral da cabeça. Esses apêndices podem
ter formato oval, arredondado, reniforme, convexo, etc., e são constituídos de algumas até
milhares de estruturas circulares ou hexagonais, as lentes de unidades visuais, que são
denominadas facetas ou omatídeos, que correspondem a um minúsculo olho (unidade
visual) (Figura 6).
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Além dos olhos compostos, os insetos, especialmente suas larvas, apresentam olhos
simples, os ocelos (Figura 7), semelhantes à constituição de um único omatídeo, porém
com a córnea circular e convexa, não facetada. Ocorrem comumente em número de três,
mas tal número pode variar de acordo com a espécie. Sua presença, ausência e número são
utilizados como caracteres taxonômicos na classificação dos insetos.
D. Apêndices móveis
D.1. Antenas
Embriologicamente originárias do segundo segmento da cabeça (segmento antenal),
as antenas articulam-se geralmente na área frontal da cabeça dos insetos, podendo, em
alguns casos, localizar-se também nas partes laterais, dorsal ou inferior da cabeça, bem
como ocultar-se em cavidades especiais, dando a exata impressão de que tais insetos são
desprovidos de antenas. Todos os insetos adultos possuem um par de antenas, daí serem
denominados díceros.
As antenas são apêndices eminentemente sensoriais, desempenhando diversas
funções, sendo a tátil a principal, devido aos pêlos táteis que normalmente recobrem quase
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- Tipos de antenas
De acordo com o aspecto dos antenômeros do flagelo, podem ser reconhecidos os
seguintes tipos de antenas (Figura 9):
a) Filiforme: é o tipo considerado primitivo. Todos os artículos são semelhantes em
tamanho, ligeiramente alongados, formando uma seqüência que se assemelha a um fio. É a
antena encontrada nas esperanças, baratas, etc.
b) Moniliforme: apresenta os artículos arredondados, semelhantes às contas de um
colar. É o tipo encontrado na vespa de Uganda e nos coleópteros da família Tenebrionidae.
c) Clavada: o flagelo termina em uma dilatação semelhante a uma clava ou massa
apical, não muito pronunciada, que pode ser constituída de apenas um artículo ou vários. É
a antena típica das borboletas.
d) Capitada: é uma antena semelhante à clavada, com a diferença de ser a massa
apical bastante dilatada. É a antena típica da broca-do-café.
e) Imbricada: possui os artículos em forma de taças, estando a base de uma
encaixada no ápice da outra. É encontrada em besouros do gênero Calosoma (Carabidae).
f) Fusiforme: os artículos pré-apicais apresentam uma dilatação. São comuns em
lepidópteros de hábitos crepusculares, pertencentes à família Hesperiidae.
g) Serreada: os artículos apresentam dilatações em forma de espinhos ou dentes,
em um ou ambos os lados, sendo semelhantes aos dentes de uma serra. É a antena
encontrada na família Buprestidae, da ordem Coleoptera. No caso destas dilatações se
apresentarem dos dois lados, a antena é denominada bissereada.
h) Denteada: os artículos também apresentam dilatações, com a diferença que estas
não são pontiagudas e sim arredondadas. Esta antena é encontrada na família Elateridae
(Coleoptera). Como no caso anterior, quando estas dilatações se processam em ambos os
lados, a antena é denominada bidenteada.
i) Estiliforme: apresenta na extremidade do flagelo um pequeno estilete, recurvado
ou reto. É a antena típica de muitos dípteros da subordem Brachycera e de mariposas da
família Sphingidae.
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Muitas vezes é possível o reconhecimento do sexo dos insetos através das antenas,
visto que elas se apresentam diferentes nos machos e nas fêmeas. Para tanto, os seguintes
aspectos devem ser considerados:
a) Tamanho: as antenas dos machos, geralmente, são mais desenvolvidas.
b) Tipo: há casos em que os machos e as fêmeas possuem antenas de tipos
diferentes. Por exemplo, os machos de pernilongos têm antenas plumosas e as fêmeas
filiformes.
c) Inserção: pode variar em função do sexo. Nos machos do gênero Brentus
(Coleoptera: Brentidae) as antenas estão inseridas na extremidade do prolongamento
cefálico, enquanto que nas fêmeas localizam-se no meio desse prolongamento.
d) Número de artículos: pode variar, de acordo com o sexo. Por exemplo: nos
himenópteros aculeados os machos têm 13 antenômeros e as fêmeas 12.
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- Cardo: é a parte basal da maxila que se articula com a cabeça. Tem formato
geralmente quadrangular ou triangular.
- Estipe: é uma peça mais ou menos quadrangular e que suporta duas peças
laminares, uma mais externa, a gálea, e outra mais interna, a lacínia. Essas duas estruturas
auxiliam a mastigação iniciada pelas mandíbulas. Ainda no estipe encontra-se o palpo
maxilar, órgão sensorial que se articula através de um esclerito denominado palpífero. O
palpo maxilar é geralmente formado por um a cinco segmentos e é provido de pêlos
sensíveis.
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d) Lábio inferior ou lábio: é uma peça ímpar constituída pela fusão de duas
maxilas nos artrópodes primitivos, havendo, portanto uma homologia entre as peças
constituintes do lábio e aquelas das maxilas. Apresenta função tátil e de retenção de
alimentos. É dividido pelo sulco labial em duas partes, o pós-mento ou pós-lábio, que é a
parte basal, e o pré-mento ou pré-lábio, que é a parte distal. O pós-mento compreende
duas partes alargadas e achatadas, o submento, que é a porção basal, articulando-se com a
cabeça, e o mento, que une o submento ao pré-mento. O pré-mento também apresenta-se
como base de diversas estruturas. Nele encontram-se os palpos labiais, em número de dois,
que possuem função sensorial e articulam-se por meio de um esclerito chamado palpígero.
Estão ainda inseridos no pré-mento quatro lobos, sendo que os dois menores e mais
internos são as glossas, e os dois mais externos são as paraglossas. Quando essas quatro
peças acham-se fundidas em uma só, formam um apêndice bilobado chamado de lígula
(Figura 12).
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concentração de quitina. Essas placas de quitina, constituintes do corpo dos insetos, são
chamadas escleritos (grego skleros = duro).
Um segmento ou metâmero torácico típico, por exemplo o mesotórax (Figura 20) é
constituído por dois semi-arcos, um superior e outro inferior. O semi-arco superior ou
dorsal, denomina-se tergo ou noto e os seus escleritos, tergitos. O semi-arco inferior ou
ventral é o esterno, o qual é formado pelos esternitos. Esses semi-arcos são ligados
lateralmente por áreas que, no tórax, são esclerotizadas e denominadas pleuras, as quais
são constituídas por escleritos, os pleuritos.
a) Tergo ou noto: é constituído por quatro tergitos: prescuto, escuto, escutelo e pós-
escutelo.
b) Pleuras: cada pleura é constituída por dois pleuritos: o epímero, que está em contato
com o tergo, e o episterno que está relacionado com o esterno.
c) Esterno: seus esternitos podem apresentar as seguintes subdivisões: eusterno e
espinasterno. O eusterno é um conjunto de escleritos formados pelo presterno, que é o
esclerito anterior, basisterno, esternelo e o pós-esternelo, menos comum. O espinasterno
constitui-se em um pequeno esclerito intersegmentar.
Dependendo do segmento torácico no qual determinado esclerito se localiza,
empregam-se os prefixos, pro, meso ou meta em sua nomenclatura, tendo assim, por
exemplo, pronoto, propleura, proepímero, mesoesterno, metaesterno, etc. Essa
nomenclatura é empregada nos estudos de morfologia externa e taxonomia.
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- Apêndices torácicos
Os apêndices torácicos propriamente ditos compreendem as pernas e as asas, que
são móveis e possuem função locomotora. No tórax encontram-se também, diversos
apêndices tegumentares ou cuticulares, fixos, presentes em muitos insetos, dando aos
mesmos, um aspecto todo particular, grotesco ou extravagante.
A. Pernas
São apêndices torácicos destinados à locomoção terrestre ou aquática, presentes nos
adultos e na maioria das formas jovens. Além da função locomotora, as pernas são também
utilizadas para escavar o solo, coletar alimentos, capturar presas, etc. Os insetos adultos
apresentam seis pernas, articuladas na região pleuroesternal, entre o epímero e o episterno,
à razão de um par para cada segmento; assim, tem-se as pernas protorácicas ou anteriores,
as mesotorácicas ou medianas e as metatorácicas ou posteriores.
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Figura 22. Estruturas do tarso e pós-tarso (Adaptado de Romoser & Stoffolano, 1998).
- Tipos de pernas
Conforme a função a ser exercida, as pernas podem apresentar modificações em
suas partes, que as tornam mais adaptadas para o desempenho daquela função. Essas
modificações ocorrem de acordo com o meio em que vive o inseto, e conforme o seu
comportamento, podendo citar os seguintes tipos de pernas (Figura 23):
a) Ambulatórias, corredoras ou marchadeiras: são pernas comuns, sem
modificações e, como o próprio nome indica, servem para andar ou correr. Quase todos os
insetos possuem pelo menos um par de pernas ambulatórias, e a maioria deles possui os três
pares, sendo que, neste caso, as protorácicas apresentam-se um pouco menor que as outras,
e as metatorácicas como as mais desenvolvidas. É o tipo próprio das baratas, moscas,
muitos besouros, borboletas, mariposas, formigas, etc.
b) Saltadoras ou saltatórias: o fêmur é bem desenvolvido e a tíbia relativamente
longa. São pernas próprias para saltar, funcionando como uma mola que impulsiona o
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B. Asas
São apêndices torácicos destinados à locomoção aérea e cuja função está
diretamente ligada à reprodução e disseminação dos insetos, ou seja, com a sua
sobrevivência.
De acordo com o número de asas, os insetos podem ser classificados em:
a) Tetrápteros: constituem-se na maioria das espécies, as quais possuem, na fase
adulta, dois pares de asas, sendo o primeiro articulado com o mesotórax e o segundo com o
metatórax.
b) Dípteros: apresentam apenas um par de asas funcionais, o qual pode estar no
mesotórax, por exemplo nos Diptera, ou no metatórax, como nos machos de Strepsiptera.
c) Ápteros: são assim denominados os insetos desprovidos de asas, como Phthiraptera
(Anoplura e Mallophaga), Thysanura e Siphonaptera.
d) Aptésicos: são os insetos que, apesar de possuírem asas desenvolvidas, não as
utilizam para o vôo. Ocorre em algumas espécies de Phasmida.
As asas podem ser divididas em diversas áreas ou regiões, conforme a Figura 24:
a) Articular: como o próprio nome diz, é a região da base da asa, que se articula com o
tórax.
b) Ala ou remígio: é a porção distal da asa, onde se encontra a maioria das nervuras.
c) Cubital: compreende a região mediana e distal da asa.
d) Anal ou vanal: localiza-se no bordo interno da asa, entre a área cubital e a jugal.
e) Jugal: é uma região pequena, oriunda de uma expansão da margem interna da asa,
próximo à sua base.
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- Nervuras longitudinais
Dispostas no sentido do comprimento das asas; são as seguintes (Figura 24):
a) Costal (C): nervura geralmente marginal sem ramificações.
b) Sub-costal (Sc): geralmente bifurca-se em dois ramos: Sc1 e Sc2.
c) Radial (R): bifurca-se em um ramo indiviso R1, e num segundo ramo (setor radial-
Rs) que se divide, sendo que cada bifurcação se divide novamente, originando quatro
ramos terminais: R2, R3, R4 e R5.
d) Mediana (M): inicialmente se ramifica na mediana anterior (MA), que se
subdivide em MA1 e MA2, e na mediana posterior (MP), da qual se originam os ramos
distais MP3, MP4, MP5 e MP6.
e) Cubital (Cu): bifurca-se em Cu1 e Cu2. A Cu1 se bifurca dando origem a Cu1a e Cu1b.
f) Anais (A): não se bifurcam, e seu número varia de um a doze (1A, 2A,...).
g) Jugais (J): situam-se no lobo jugal e, geralmente, duas nervuras são distintas: 1J e
2J.
- Nervuras transversais
Unem as nervuras longitudinais. As principais são (Figura 24):
a) Umeral (h): liga a costal à sub-costal (C-Sc).
b) Radial (r): liga R1 e o primeiro ramo do setor radial (R1-Rs1).
c) Setorial (s): entre o terceiro e quarto ramos da radial (R3-R4).
d) Rádio-mediana (r-m): une o ramo posterior do setor radial à mediana anterior (Rs2-
MA).
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- Células
As células são ditas abertas quando se estendem até a margem da asa, e fechadas
quando circundadas por nervuras. Em Lepidoptera há uma célula central, fechada ou não,
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denominada célula discal. Em Odonata há uma célula chamada triângulo, devido ao seu
formato característico.
- Estruturas de acoplamento
São estruturas especiais que unem as asas, capacitando os insetos a uma maior
eficiência de vôo. Essas estruturas são as seguintes (Figura 27):
a) Jugo: é uma projeção do lobo jugal da asa anterior, que repousa sob a margem costal
da asa posterior, permanecendo esta presa entre o jugo e a margem anal da asa anterior. É
encontrada na família Hepialidae (Lepidoptera).
b) Frênulo: é uma cerda inserida no ângulo umeral da asa posterior, que se prende à
asa anterior através de um tufo de cerdas ou escamas modificadas, chamado de retináculo.
Nos machos o frênulo é constituído por uma única cerda, e nas fêmeas por duas ou três.
Ex.: Famílias Noctuidae e Sphingidae (Lepidoptera).
Nas espécies de Lepidoptera que não apresentam o frênulo, o acoplamento das asas é
dito amplexiforme, no qual a região do ângulo umeral da asa posterior é
consideravelmente expandida, ficando sob pressão da região anal da asa anterior.
c) Hâmulos: são diminutos ganchos localizados na parte mediana da margem costal da
asa posterior, que se prendem na margem anal da asa anterior. Ex.: Apidae (Hymenoptera).
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- Tipos de asas
De acordo com a constituição e esclerotização das asas, elas podem ser classificadas
nos seguintes tipos (Figura 28):
a) Membranosas: são asas finas, geralmente transparentes, que apresentam as nervuras
bem nítidas. Constituem, geralmente, o segundo par de asas de quase todos os insetos. Elas
podem ainda serem nuas como em Cicadidae (Homoptera), Diptera, Odonata,
Hymenoptera, etc., ou escamosas como em Lepidoptera, e também coloridas ou hialinas.
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d) Tégminas: são as asas anteriores dos insetos das ordens Blattodea, Mantodea,
Orthoptera e Phasmatodea. São de aspecto pergaminhoso ou coriáceo, e normalmente
estreitas e alongadas.
e) Franjadas: são asas alongadas, com nervuras reduzidas e providas de pêlos em toda
a extensão de seus bordos. É o tipo característico da ordem Thysanoptera.
f) Balancins ou halteres: são asas metatorácicas atrofiadas, encontradas em Diptera, e
que possuem função de equilíbrio.
g) Pseudo-halteres: são estruturas semelhantes aos balancins, porém modificadas a
partir do primeiro par de asas. Encontram-se nos machos da ordem Strepsiptera, e acredita-
se que são originárias de élitros que perderam a função protetora sobre as asas posteriores.
h) Lobadas: são modificações do tipo membranoso com escamas, sendo encontradas
em algumas famílias de Lepidoptera, como nos Pterophoridae. A margem externa das asas
acompanha as nervuras, formando lobos, assemelhando-se assim, a uma asa partida ou
dividida.
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A. Segmentos abdominais
Os segmentos abdominais são agrupados em:
a) Segmentos pré-genitais ou viscerais: compreendem os urômeros I-VII nas fêmeas e
I-VIII nos machos, os quais são muito semelhantes entre si (Figura 29). O primeiro
urômero está, em geral, amplamente unido ao metatórax, porém, em alguns Hymenoptera,
o primeiro urômero (propódeo ou epinoto) está intimamente ligado as metatórax; o
segundo e terceiro urômeros formam uma constrição (pedúnculo), e os demais formam o
gáster. Os espiráculos estão, normalmente, localizados nas pleuras abdominais, porém sua
posição é muito variável.
b) Segmentos genitais: correspondem ao nono segmento nos machos e oitavo e nono
nas fêmeas e estão associados com as estruturas genitais (Figura 29). Das placas pleurais
(primeiros valvíferos) do oitavo urômero origina-se o primeiro par de valvas, que toma
parte na formação do ovipositor da fêmea, sendo que o segundo e o terceiro pares de dessas
valvas, originam-se dos escleritos pleurais (segundos valvíferos) do nono segmento;
portanto, o ovipositor é formado por 6 lâminas, dispostas 3 a 3. Geralmente, as aberturas
genitais femininas e masculinas ocorrem na parte posterior do nono esternito abdominal.
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B. Apêndices abdominais
Os insetos apresentam em seu desenvolvimento embrionário certos apêndices
abdominais que, em sua maior parte, desaparecem com o nascimento da larva (ou ninfa),
mas que em muitos casos permanecem após a eclosão para se transformarem em estruturas
funcionais.
Nos adultos de Apterygota existem estilos abdominais, que tomam parte na
locomoção destes insetos, servindo também de apoio ao abdome; além desses apêndices
podem ocorrer as denominadas vesículas protráteis. Na extremidade posterior destes
insetos há três filamentos caudais; os dois laterais são os cercos e o central é o filamento
mediano.
As larvas de algumas espécies de Coleoptera, apresentam no dorso do nono urômero
uma projeção cuticular denominada urogonfo. Ainda, como apêndices abdominais das
formas imaturas, devem ser mencionadas as brânquias das larvas e ninfas dos insetos
aquáticos.
Os adultos de Pterygota podem apresentar os cercos, que são apêndices abdominais
pares, multissegmentados ou não, inseridos nas partes látero-dorsais do décimo primeiro
urômero. Sua principal função é sensorial, podendo auxiliar na cópula, e até exercer função
preensora, como no caso das tesourinhas. Podem ocorrer também os estilos, em número de
dois, articulados ventralmente nas partes laterais ou posteriores do décimo primeiro
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C. Tipos de abdome
De acordo com as formas de conexão do abdome com o tórax, pode-se classificá-los
como:
a) Séssil ou aderente: quando o abdome liga-se ao tórax em toda sua largura (Figura
31). Ex.: baratas, gafanhotos, besouros, etc.
b) Livre: quando aparece, na união do abdome com o tórax, uma constrição mais ou
menos pronunciada (Figura 31). Ex.: moscas, abelhas, borboletas, etc.
c) Pedunculado: quando a ligação é feita através de uma constrição pronunciada, que
forma um pedúnculo ou pecíolo (Figura 31). Ex.: formigas e vespas.
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