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DIREITO INTERNACIONAL

AULA 01-02

Livros recomendados obrigatórios 4: Resec, celso de mello, ...

Avançado: portela (foco em concurso)

DENOMINAÇÃO

Século XIX: nova terminologia DIREITO INTERNACIONAL substitui DIREITO DAS GENTES

São sinônimos, dá pra usar ambos.

Direito das Gentes: Jus Gentium do direito romano  neste contexto era direito interno que
regulava as relaçoes com os povos bárbaros

Bases: Tratados da Westfalia (1648)  estados como protagonistas da sociedade internacional


 Estado Soberano

Existia antigamente, mas as características e conceitos atuais são destes contextos.

1780: Jeremy Bentham – Uma introdução aos princípios da moral e da legislação  Direito internacional
moderno

Criou o conceito DIREITO INTERNACIONAL  Direito a ser utilizado entre estados/nações, e


somente estas.

Internacional: emprega-se para designar relaçãoes em que dois ou mais estados estejam
envolvidos

Não havia revolução na nova conceituação pois o conceito limitativo a NAÇÕES é característico
da época

Filosofias de surgimento das novas relações internacionais

Jus naturalismo  limites à vontade dos estados, que não poderia ser absoluta

Base no direito canônico

Base posterior na razão humana

Jus positivismo  passa a ter maior força de meados do século XVIII até seculo XX

Relevância: fenômeno que pudesse ser empiricamente constatado/provado

Somente normas pelos estados eram de fato realidade verificável

Mera teoria não tem influência se não pudesse ser confirmada


BENTHAM rompe com DIREITO DAS GENTES pois origina-se do ESTADO, este é o
sujeito, e não as GENTES

Meados do Século XX: voltam à tona considerações jusnaturalistas  superação de que


somente o estado é sujeito de direito internacional  ampliação

Atualmente não só o ESTADO cria o direito internacional  Organizações internacionais,


indivíduos, etc.

Melhor denominação atual: DIREITO DAS GENTES  abrangente

Ainda usado na Alemanha

Noção de liberdade soberana nos estados é relativizada  limitada pelo atual direito
internacional

Estados devem observância à regulamentos e organizações internacionais na elaboração das leis

CASO LOTUS  Caso julgado pela Corte Permanente de Justiça (1927)  antecessor da Corte
Internaional de Justiça (AIA, Países Baixos)

Crítica: Excessivo positivismo  não poderia ser exigido do estado aquilo que ele não
estivesse obrigado a cumprir

Não apenas o estado cria normas

Estados possuem limites a serem observados na elaboração de leis

Começa a ruptura do jus positivismo

Direito internacional  PÚBLICO

Direito internacional privado  serve para resolver conflitos entre interesses privados no
contexto de situação multiconectada dois ou mais direitos internos podem ser aplicados ao caso
concreto

Ex: Compra em site internacional  qual o direito do consumidor aplica?

Definição atual do DIP: Celso Mello

Conjunto de normas regulam as relações exteriores dos atores que compõem a atual sociedade
internacional.

Atores internacionais: pessoas capazes de influenciar as relações internacionais  ONGs,


empresas internacionais, etc.

Sujeitos de direito internacional: atores internacionais capazes de titularizar direitos e


obrigações internacionais.

ONGs  não são sujeitos pois não respondem perante qualquer Tribunal internacional
Indivíduo  sujeito de direito pois respondem perante alguns Tribunais Internacionais e
também os acionam

Sociedade internacional  estágio atual de desenvolvimento  podem haver comunidades


locais, mas não em nível global

Heterogênea  dificulda a verificação dos laços subjetivos

Somente alguns valores fundamentais são compartilhados/concordados

Membros participam e não pertencem.

Comunidade internacional  visão otimista que não pode ser utilizada hoje em dia

Laço expontâneo e subjetivo entre os componentes  características inerentes comuns


fazem surgir os laços (histórico, cultural, religioso etc)

Valores compartilhados entre larga escala

Membros pertencem  não há mera participação

CARÁTER JURÍDICO DO DIREITO INTERNACIONAL

Normas internacionais são tão jurídicas quanto as de direito interno

Há consequências jurídicas quando da violação do DI

É distinto ao Direito Interno

Ordem jurídica interna: órgão específico para a elaboração de normas

Hierarquia de tribunais com jurisdição compulsória para resolver conflitos

Governo com monopólio do uso legítimo da força física

Negadores do direito internacional  John Austin (Século XIX)  principal

Direito é formado por comandos + sanções

Reflexo da existência de um superior político  necessita de sujeição para impor

DI: MORAL POSITIVADA  Sem superior político não há quem aplique a sanção e não há
consequência política

Normas são jurídicas nas decorrem de opinião pública

Crítica: características essenciais do direito não exigem SUPERIOR POLÍTICO

Basta sociedade politicamente organizada + membros reconheçam obrigatoridade das


normas por eles (em conjunto) produzidas  anarquia
Discussões que envolvem DI são tratadas como jurídicas em tribunais internos ou internacionais
inevitavelmente eram consequências e sanções

Implementação de sanção é descentralizada

Os próprios estados que sofrem a violação impõem a sanção

Autorização do órgão julgador e legitimidade comum

DI como referência  estabilidade e previsibilidade às relações internacionais

AULA 03-04

FUNDAMENTO E VALIDADE DO DIREITO INTERNACIONAL

FORMAL: processos de criação das normas internacionais obrigatórias

Estudo das fontes do DI

MATERIAL: Investigar elementos ou valores que justificam a obrigatoriedade das normas internacionais
 conteúdo da norma

Características e qualidades que geram a observância e legitimidade

PRINCIPAIS DOUTRINAS DO FUNDAMENTO MATERIAL

Voluntarismo jurídico: fundamento de validade somente pode ser encontrado na vontade dos estados
 aceitação dos estados confere obrigatoriedade

O que não decorre da vontade não pode ser considerado obrigatório

Ex: Tratados  nem canadá nem EUA participam da corte interamericana de DH e não podem
ser julgados por ela.

Correntes/teorias voluntaristas: que significa essa vontade estatal (mais ou menos do mesmo
período – século XIX-XX)  nenhuma é satisfatória para explicar a obrigatoriedade do DI.

Teoria da autolimitação do estado (alemã)  vontade de cada estado individualmente


considerada gera a obrigação  exercício de soberania absoluta decide se obriga ou não  virada
século XIX-XX.

Crítica: vontade criada pode ser desfeita unilateralmente inaceitável no DI (os


próprios estados participantes retaliavam – quebra de confiança). Também não poderia aceitar
parcialmente os valores básicos da sociedade internacional atual e rejeitar os que fossem contrários à
sua vontade
Teoria da vontade comum ou coletiva (alemã)  vontade comum ou coletiva dos
estados, não a individual, que confere obrigatoriedade ao DI  somente a vontade comum também
poderia exigir ou relevar obrigação.

Crítica: costume internacional pode obrigar estados que não participaram no


processo de criação da norma e não teria processo de validade. Jus cogens (normas gerais de aplicação
obrigatória internacional) são de imposição geral, mesmo que não tenham participado do processo de
formação.

Teoria do consentimento das nações (inglesa)  vontade expressa pela maioria dos
estados poderia obrigar também a minoria que dela não participou  regra de vontade comum ou
coletiva

Crítica: de onde surge a obrigação contra a vontade?

Teoria da delegação do direito interno  vontade expressa no direito interno do estado


é fundamento de validade do DI  norma externa é valida se de acordo com a norma interna  poupa
aplicação

Crítica: cumprimento do DI deve ocorrer mesmo que contrário ao seu direito


interno.

Objetivismo jurídico: há norma ou princípio pressuposto explica a obrigatoriedade do DI.  acima da


vontade dos estados

Teoria do direito natural/jusnaturalista:

Diversas explicações ao longo dos séculos

Santo Agostinho: Direito Divino respeitado pelo Direito Terrestre

São Tomás de Aquino: Razão humana é a orientação

Atualmente: Princípios de justiça conferem obrigatoriedade (Celso de Mello)

Crítica: ausência de ente hierarquicamente superior  não há quem possa definir


culpulsoriamente conceitos de justiça nas relações internacionais

Insegurança jurídica

Teoria Normativista de Kelsen: fundamento de validade encontrado na norma


hierarquicamente superior

Conceito de pirâmide jurídica  norma base

Norma base hipotética  costume internacional  crítica: básico

Evolui o pensamento para o Pacta Sunt Servanda internacional

Crítica: quem escolheu esse princípio com norma fundamental?

No DI há hipóteses em que ele é rompido/relativizado


Não há como provar q ele é historicamente anterior às normas inferiores

Dá pra ser positivista e objetivista  não poderia ser voluntarista

Teoria do Princípio Pacta Sunt Servanda: valor fundamental da sociedade internacional

Crítica: pq essa norma? E pra quem não contraiu a obrigação, como justificar a
obrigatoriedade?

Teorias sociológicas da escola francesa: Obrigatoriedade por necessidade social

Vida em sociedade exige normas jurídicas obrigatórias

Necessidade biológica do relacionamento  complitude da existência

Crítica: ignora a soberania dos estados  não há como obrigá-los

Melhor posição: teoria mista  objetivismo + voluntarismo

Algumas vezes a obrigatoriedade do DI decorre da vontade dos estados

Há normas com valores essenciais  quem determina: sociedade internacional como um todo

Explicação objetivista  necessidade internacional

Soberania relativizada

A melhor explicação depende do caso concreto analisado

RELAÇÕES ENTRE DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO INTERNO

Conflito: qual norma aplica?

Doutrinas:

Dualismo: DI e direito interno são ordens jurídicas distintas

Não há sobreposição  no máximo se aproximam

Relações, fontes e natureza são distintas

Direito internacional (coordenação)  relações internacionais

Direito interno (subordinação/hierarquia)  relações dentro dos estados

Impossibilidade de conflito

Para uma ser aplicada no âmbito da outra tem q ser transformada

Dualismo radical: Conversão total da norma internacional na interna é que dá validade


Dualismo moderado: Ingressa como tratado mas vigência carece de procedimento
interno  qualquer obrigação nova e inexistente

Ex: tratados com encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional


precisam ser incorporados

Ato de execução específico  decreto legislativo (participação) + dec.


Presidencial (vigência interna)

STF: ADI 1480 + Carta Rogatória 8279

Monismo:

AULA 05-10

SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL

DEFINIÇÃO: pessoas ou entidades capazes de titularizar direitos e obrigações

Obrigação perante a ordem jurídica internacional

Pessoas físicas e jurídicascom direitos e deveres internacionais

PERSONALIDADE JURÍDICA INTERNACIONAL:

Todo sujeito de DI possui personalidade jurídica internacional e vice-versa

Qualidade que o DI atribui/reconhece a algumas pessoas

Permite que os sujeitos de DI possam exercer livremente as capacidades internacionais

Capacidades internacionais: direitos e obrigações

Atribuída pelo DI mediante qualificação  critérios constantes nas próprias normas do DI

Critérios: população permanente, território definido, governo e soberania/independência

Ex: Palestina como Estado  para o Brasil, SIM  2010

Critérios brasileiros. Não são todos os países que a reconhecem (EUA, parte da Europa)

OLP: movimento de libertação nacional  sujeito de direito internacional

Qualificação fixa também quais direitos e obrigações cada sujeito pode possuir

Ex: Direitos de estado diferentes dos de movimento de libertação nacional

Direitos e obrigações distintas  personalidade jurídica também será distinta


CLASSIFICAÇÕES QUANTO ÀS CATEGORIAS DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS

Originária x Derivada

Originária: Estados são os mais importantes/relevantes  sujeitos por excelência

Direitos e obrigações decorrem da natureza e estrutura da atual sociedade internacional

Maioria das funções legislativas (criação) e implementadoras (aplicação)


desempenhadas por eles

O Estado que sofre infração é quem implementa a punição/retaliação

Sociedade internacional como sociedade de estados  igualdade soberana  soberania


atribui os direitos e obrigações

Derivada: Demais sujeitos (Organizações internacionais, pessoas físicas, etc)

Direitos e obrigações internacionais somente são identificaçõs pela vontade dos estados

Capacidade internacional decorre da vontade estatal

Até o Século 19: estados somente reconheciam a si como sujeitos. Depois foi
reconhecendo outros sujeitos

Ex: Brasil, Paraguai e Uruguai  MERCOSUL

Plena x Limitada

Plena: Estados capacidades mais amplas/vastas

Limitada: Demais sujeitos  Estado concede capacidade internacional, mas nunca ampla

Estados > demais sujeitos

CATEGORIAS FUNDAMENTAIS DE CAPACIDADES INTERNACIONAIS DOS ESTADOS

Diversas. Todos os estados as tem. Elegem cinco principais (Guido Soares + Pierre Marie Dupuy):

Outros sujeitos tem um ou outro, mas não todos

Capacidade de produzir atos jurídicos internacionais

Participar ativamente no processo de produção do DI

Ex: Direito de Convenção  capacidade de celebrar tratados

Demais sujeitos: depende do caso  OI pode (definido pela soberania)  indivíduo não tem

Capacidade de ser imputado pela prática de fatos ilícitos internacionais e de reparar do ilícito
Responsabilização internacional

Demais sujeitos: podem, inclusive indivíduos (estes somente na esfera criminal)

Quem não é sujeito: responde no âmbito do direito interno

Capacidade de acesso aos procedimentos contenciosos internacionais

Direito de ação  formular reclamações internacionais

Ex: Estados podem recorrer à CIJ – Corte Internacional de Justiça

Demais sujeitos: depende de concessão do estado

Ex: Estados permites denúncias à Comissão Interamericana de DH, mas não à Corte
Interamericana

Quem não é sujeito: regra é não possuir. Exceções não conferem qualidade de SUJEITO

Exceção: algumas ONGs obtiveram dos Estados Direito de Acesso a certos órgãos
casos de violação de DH

Ex: Comissões Interamericana e Europeia

Exceção: Há tratados que permitem que particulares (empresas) possam formular


demandas em tribunais arbitrais internacionais contra os Estados  questões de investimento
no estrangeiro

Capacidade de ser membro e participar plenamente da vida das OIs + direito a voto

Estados são os membros  ONU: só podem estados soberanos

Demais sujeitos: podem ser  OMC (UE, Taiwan e Honk Kong são)

Capacidade de estabelecerem relações diplomáticas e consulares  Direito de Legação

Relações diplomáticas: relacionamento político  OIs, Movimento de Libertação Nacional

Relações consulares: assuntos administrativos (passaporte, óbito, nascimento, etc)

Demais sujeitos: depende do sujeito

Quem não é sujeito: não pode

Outras capacidades internacionais que os estados e outros sujeitos podem possuir

Capacidade de desfrutar de privilégios e imunidades perante tribunais internos e autoridades de


outros países

Capacidade de oferecer proteção diplomática/proteção funcional no ambito das OIs


Permite que o estado de nacionalidade de um indivíduo ou empresa assuma sua relação
internacional

Depende de requerimento do sujeito ofendido

Porque a princípio o indivíduo ou empresa não tem acesso a meios de resolução de


conflito internacional  ausência de capacidade

Direito do estado e não do particular  ato político  pode ou não aceitar

Indenização: pertencem ao estado  não necessariamente repassa ao sujeito

Há alguns países cuja lei interna obriga o repasse

Concessão do endosso: pleito passa a pertencer ao estado e não ao particular

Não é representação ou substituição do particular  exerce direito próprio

Particular não orienta o direito. Estado assume tudo

Costume internacional: só pode ser oferedido a nacional

Há projeto para estender a proteção ao apátrida ou ao refugiado pedir a proteção ao


estado de residência habitual  corte internacional de justiça  caso Barcelona Traction

PROTEÇÃO FUNCIONAL: proteção das OIs aos seus funcionários no desempenho das
atividades  possível

Caso Bernadotte/Reparation for Injuries  jurisdição consultiva

Pode ser oferecida mesmo contra o estado nacional da pessoa

EXEMPLOS DE SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL

Estados: AULA 13

Organizações internacionais supranacionais ou intergovernamentais

Definição de OI: Constituída por ato internacional: Ex: tratado celebrado entre 2 ou mais estados
ou entre estados e outros sujeitos

OI com constituição e órgãos próprios e poderes

Podem tomar decisões contrárias aos interesses dos estados

Estados desfrutam de personalidade jurídica internacional distinta dos membros

Personalidade derivada

Estados regulados pelo princípio da igualdade jurídica soberana  em tese


todos titularizam as mesmas capacidades  mas não necessariamente serão iguais na prática
Princípio da Especialidade: o que regula sua capacidade  cada OI possui a sua, especificamente

Capacidades internacionais de uma OI são aquelas que lhe são concedidas pelos
membros responsáveis por sua criação

Necessárias ao desempenho das funções vitais ao alcance de seus objetivos

Caso Bernadotte: CIJ afirma que a finalidade dos instrumentos constitutivos das OIs é a de criar
novos sujeitos de DI que desfrutem de autonomia em relação aos seus membros

Desempenhar funções para alcançar os objetivos comuns responsáveis pela criação

Conde Bernadotte: enviado da ONU para negociar a paz em Israel  morto em 1948

Comoção + exigencia das OIs de garantias aos seus enviados

Problema: Carta da ONU não faz menção ao fato de que ela possui personalidade
jurídica internacional  CIJ: sujeitos de DI não precisam ser iguais em natureza e extensão de
direitos, precisam ter capacidade internacional

ONU é sujeito pq os estados na Carta lhe concedem poderes para que


ela atue de forma autonoma  é inerente à constituição da OI

Ausência de indicação quanto à personalidade jurídica internacional é


suprida pelo fato de haver indicação de que a OI possui capacidade internacional própria

Carta da ONU não menciona se ela poderia formular reclamação internacional

OIs não possuem poderes INERENTES  só o que os estados que a criaram


autorizam

OIs possuem poderes IMPLÍCITOS  capacidades titularizadas pelas OIs podem


ser explícitas ou tácitas

Tácitas: consideradas necessárias ao desempenho das funções

Algumas capacidades internacionais que normalmente as OIs possuem

Direito de convenção para celebrar tratados msm com estados não membros

Privilégios e imunidades no interior dos países que atuam

Responsabilização por violações em DI  pra não responsabilizar o país

Proteção funcional  formular reclamação internacional  violação contra OI ou


funcionário

Direito da OI  pode ou não exercer.

Pode ser exercido mesmo contra o estado nacional do sujeito violado


Indivíduos (seres humanos)

Teorias que defendiam que indivíduos seriam no máximo destinatários do DI  desuso

Prática internacional: indivíduos cada vez mais considerados como sujeitos de DI

Obrigações:

Costume internacional: prevê crimes internacionais de maior gravidade que atraem


responsabilidade internacional individual  após tribunal de Nuremberg  Estatuto de Roma, 1996

Genocídio (art. 6º estatuto de roma): intenção de destruir um grupo + nacional etnico, racial ou
religioso + no todo ou em parte.

Quantidade não é relevante

Crime contra a humanidade (art. 7º, estatuto de roma): ataque generalizado (grupo
considerável) E sistemático + contra uma população + havendo conhecimento desse ataque

Desnecessária a intenção

Generalização + sistematização = requisitos cumulativos

Crime de guerra (art. 8º, Estatuto de roma): violações do DI humanitário  Direito de


Genebra/Direito de Haia

Quantidade não é relevante

São crimes de situação: a situação é que faz o que crime. Se ela não estiver presente, se torna
responsabilizado apenas no direito interno

Agressão (art. 8º, bis, estatuto de roma): há possibilidade de entrar, mas ainda não foi votado.

Proibição do uso da força nas relações internacionais

Teoria: todos os indivíduos podem ser julgados

Pratica: o julgamento depende da jurisdição do tribunal  pode ser o caso de nenhum tribunal
prevê e ele não ser julgado

Responsabilidade Civil: é subsidiária para o indivíduo. Para o estado é principal

Direito de ação:

Reclamações internacionais

Violação a normas e direitos humanos

Direito Limitado  estado denunciado deve reconhecer esse direito ao indivíduo

Se não reconhecer, deve se valer a tribunais internos  responsabilidade


primária dos estados em assegurar tais direitos
Comissão interamericana de direitos humanos

Corte europeia de direitos humanos

Situações particulares de sujeitos de DI

Entidades não preenchem requisitos para se enquadrarem como estados ou OI ou indivíduos

Estados, OI e indivíduos  personalidade jurídica internacional objetiva

Se caracterizando como tal, tem direito como os demais

Direito independe de reconhecimento de outras nações

Possuem Personalidade jurídica internacional qualificada

OI de pequena dimensão

OI que são criadas para blindar/proteger estados responsáveis

Excepcionalidade  válidas somente para quem as aceitam

1) Estados-membros de uma federação

Possibilidade prevista na CF do estado  casos restritos  menor relevância

Ex: Suíça, Alemanha e EUA

Brasil: só a república possui capacidade federativa internacional

Art. 52, V, CF: união, estados e municípios podem realizar operações externas de
natureza financeira

Requisito: autorização do senado

Operação financeira externa: empréstimo  não é tratado para fins de DI

Contrato de direito internacional privado

Exigência: tribunais internos

2) Movimentos de Libertação Nacional – MLB


Requisitos: Movimento representativo maioria do povo oprimido
Finalidade: tem que se adequar à autodeterminação dos povos
Não movimentos de independência de potência estrangeira que controla seu território
Minorias no interior de um Estado  possuem autonomia
Não possuem independência  não há dominação estrangeira que os oprima
Ex: Quebec x Canada
Situações: Colonização
Ocupação estrangeira recente
Secessão religiosa
Capacidades normalmente reconhecidas
Direito de convenção: fazer acordos
Direito de legação: estabelecer relações diplomáticas
Se aplicam as normas relativas aos conflitos armados internacionais: prisioneiros de
guerra
3) Comunidades beligerantes e comunidades insurgentes
Beligerantes: movimentos revolucionários de grande envergadura
Tropas próprias
Ocupam parte do território
Finalidade: criação de novo estado ou substituição de governo
Estado de guerra civil entre beligerantes e estado
Insurgentes: movimento revolucionário menor
Não há guerra civil
Menor impacto e dimensão
Reconhecimento em desuso
Princípio da não intervenção em assuntos internos de outros países
Não é proibido
Se o estado que luta contra os reconhece, outros países também podem
4) Endidades sui generis
Casos anômalos
Entidades tem sido reconhecidas historicamente
Santa Sé: Cúpula da Igreja  Papa e Cúria Romana
Podem celebrar tratados
Concordata: tipo de tratado para organizar a fé católica no interior do país
Direito de legação
Participa de diversas OI
É sujeito de DI mesmo durante a Questão Romana (1870-1929)
Fim da Unificação italiana: papa não reconhecia a perda territorial
Acordo de Latrão: Vaticano
Estado do Vaticano: discussão doutrinária se preenche requisitos
Não é estado:
Celso de Mello: território onde governo da Santa sé exerce soberania
temporária
Resek: faltam dois requisitos  finalidade teleológica de estado
(propagar fé não é objetivo de estado); elemento pessoal (não há nacionalidade vaticana
sem ser decorrente de algum desempenho)
É estado: Hildebrang Accioly e Shaw: vaticano preenche os estados
Vaticano + santa sé comandados pelo papa = união real
Dois sujeitos de DI com uma única personalidade jurídica

Taiwan (início da aula 11)


Juridicamente falando: território chinês
Disfruta amplo grau de autonomia desde 1945
Capacidade internacional
Membro da OMC no mesmo nível que a China

Entidade territorial não estatal

Não é membro da ONU  a China que é

Situação particular: sujeito de DI a partir do reconhecimento de cada país

Se o país não reconhece, não é

Comitê internacional da cruz vermelha (CICV)


Nasceu em 1863  surge como entidade de direito interno suíço
1864: convenção de genebra  reconhece ao CICV algumas capacidades internacionais
Direito de legação  capacidade de fazer tratados
Direito de convenção  capacidade de tratado para sediar reunião
Imunidades e privilégios
Entidade de caráter humanitário
Objetivo maior: Proteção e assistência de vítimas de conflitos armados
Não é organização internacional  criado pela suíça em âmbito interno
Movimento internacional da cruz vermelha e do crescente vermelho (para países
islâmicos)
Só o CICV é sujeito de DI
Sociedades nacionais da cruz vermelha e do crescente vermelho  não são
sujeitos de DI  personalidade jurídica somente no país de sua constituição
Federação internacional da cruz vermelha e do crescente vermelho  coordena
as atividades  não é sujeito de DI

Soberana ordem de malta


Posição majoritária  não é sujeito de DI
Sofre grande influência e controle da Santa Sé

AULA 11-13 – FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL


DEFINIÇÃO
Celso mello: Maneiras, formas pelas quais as normas internacionais são criadas
Resek: fontes são o arrolamento do DI
Fontes constituem os documentos e pronunciamentos dos quais surgem direitos e deveres para os
sujeitos de DI, constituindo os modos formais de constatação desse direito

FONTES FORMAIS/JURÍDICAS
Responsáveis por indicar critérios/procedimentos de elaboração da norma internacional  obrigatória
Art 38, do Estatuto da Corte Internacional de Justiça
Ponto de partida  não esgota as fontes
CIJ: principal tribunal internacional da atualidade
Art 92, da carta da ONU  reconhece como maior órgão judicial a CIJ 1945
Único tribunal que pode JULGAR QUALQUER QUESTÃO JURÍDICA levada a ela
Obrigada a fundamentar as decisões com base em normas internacionais
Não pode emitir julgamento político
Estatuto da CIJ  anexo à carta da ONU  criar e disciplinar o funcionamento do
tribunal
Art. 38: menciona elementos que a CIJ pode utilizar nas suas decisões
Caráter de fonte
1) Tratados e convenções internacionais
2) Costume internacional  modalidades geral, regional e local
3) Princípios gerais DE direito =/= princípios gerais DO direito ou DO direito internacional

Fontes subsidiárias: doutrina e jurisprudência


Não criam novas normas internacionais

Não há produção de novas normas internacionais

Novas fontes (surgidas com o desenvolvimento do direito internacional)

4) Atos unilaterais dos estados


5) Decisões ou resoluções das OIs
6) Posição CESPE  JUS COGENS/NORMAS IMPERATIVAS DO DI GERAL

Normas jus cogens > restante do direito internacional

Não podem ser derrubadas por outras normas do DI

Não é um DIREITO CONSTITUCIONAL INTERNACIONAL

Hierarquia superior  prevalece em caso de conflito com as demais

As outras cinco normas são de igual hierarquia

Jus cogens > outras normas (iguais)

É uma norma positiva

Revogação  outra norma jus cogens

Métodos para resolução de antinomias jurídicas  conflitos

Critério hierárquico

Jus cogens > outras fontes

Critério da especialidade

Norma de fonte específica > norma de fonte geral

Critério temporal/cronológico

Norma de fonte posterior/mais nova > norma de fonte anterior/mais antiga

Obs: ponderação não importa necessariamente em revogação  é possível

TRATADOS

Definição: Resek  traz do Georges Scelles Elementos constitutivos do Tratado

Acordo formal

Firmados entre sujeitos de DI

Objetivo: produzir efeitos jurídicos


Elementos constitutivos do Tratado

Acordo Formal  Manifestação expressa de vontade pelos sujeitos de DI

Não há aceite ou manifestação tácita

CESPE: formalidade demanda necessariamente a forma escrita

Publicidade  exigência desde o fim da primeira guerra  eliminar diplomacia secreta

Art. 102, carta da ONU

Art. 80, convenção de Viena sobre o direito dos tratados (1969)

Processo: Estados membros registram junto ao Secretário geral, que o publica

Consequência do não registro: não podem ser invocados perante ONU

Validade continua

Firmados entre sujeitos de DI

Quem não for sujeito de DI não pode participar

Podem somente influenciar na formação

Somente sujeito de DI com DIREITO DE CONVENÇÃO pode firmar tratado

Objetivo: produzir efeitos jurídicos

Necessariamente cria normas internacionais e gera direitos e obrigações

Direitos e obrigações vincula somente seus participantes

Ex: Convenções Quadro  lançam princípios básicos a serem especificados no futuro

Normas dela não criam direitos e obrigações no ato

Tratados x gentlemen’s agreement x memorando de entendimento

Tratados sempre tem animus contraendi  real intenção em contrair


obrigações internacionais

Nome não delimita esta intenção  há protocolo que é tratado ou não

Analisa processo de produção do tratado e forma final

Em inglês: escreve verbo SHALL

Estrutura: organiza em artigos

Gentlemen’s agreement: pactos pessoais entre estadistas

Funda-se na honra
Declamações de intenções futuras

Obrigações de cunho político e moral

Não é exigível juridicamente

“soft law”

Ex: Carta do Atlantico de 1941 – Churchill x Roosevelt

Memorando de entendimento: participantes são sujeitos de DI

Não intenta produzir norma jurídica

Violação não gera responsabilidade internacional

“soft law”

Ex: Declaração RIO +20  não precisou de aprovação do Congresso BR

Em inglês: escrevem verbo “MAY

Organização: parágrafos

Pacta Sunt Servanda: direitos e obrigações aos signatários

Sujeitos de DI que ingressam em seu domínio jurídico

Regra geral  Para terceiros: não geram direitos nem obrigações internacionais

“Pacta tertiis nec nocent net prosunt”

Exceções: Tratados que geram situações jurídicas objetivas

Ex: acordos de limites, criação de zonas desmilitarizadas, direitos


de passagem

Ampla aceitação de normas com o tempo pelos não signatários 


participação generalizada e representativa neste tratado

Ex: Convenção de Viena de 1961 sobre relações diplomáticas 


codificação do costume e produção de novo costume com inovação sobre o tema Adesão por 186
estados gera direitos e obrigações + aos não signatários reflete como costume por tabela

Hipótese em que o tratado além de norma gera costume

Criação, vigência e extinção dos Tratados

Convenção de Viena de 1969 sobre Direitos dos Tratados (CVDT/69)

Era costume de longa data  codificação pelos tratados


Codificou a parte mais importante e não tudo

Art. 2º, §1º, “a” ; art 6º,  âmbito de atuação do tratado

Art 2º: regula somente o tratados ENTRE ESTADOS  desconsidera os demais

CVDT 1986  Regula Estados x OIs  NÃO FOI RATIFICADA PELO BRASIL

Tratados entre estados e OIs são regulados pelo costume

Ratificação da CVDT/69  com reservas

Reservas com relação ao que não é costume internacional  inócua  exigível anyway

Art. 25: possibilidade de aplicação provisória dos tratados

Art 66: jurisdição compulsória da CIJ para controvérsias sobre a CVCT

Brasil quer soluções diplomáticas  prática geral evita tribunais internacionais

Recusa o julgamento de forma compulsória  apela pra diplomacia

Art. 2º, § 1º, “e”, “f” e “g”  terminologias

Estados negociadores  participa da negociação

Não é obrigado a assinar

Estados contratantes  manifestaram vontade definitiva

Tratado em vigor ou não

Já aceitou o contrato  ingressou no domínio jurídico

Demais participantes podem exigir dele os termos do contrato

Adesão, ratificação, aceitação, assinatura

Estados-partes  aquele que manifestou vontade definitiva

Para quem o acordo está em vigor

Pode ser exigido e pode exigir os direitos e obrigações

Todo estado-parte é contratante, nem todo contratante é estado-parte

Estados signatários  IMPRECISO  NÃO UTILIZAR PARA FINS DE DI

Art 7º, § 1º, “a”  quem pode ser considerado representante de um estado para a prática de
atos relativos à conclusão de um tratado

Regra geral: quem apresenta plenos poderes  carta ou instrumento

Exceção: art 7º, § 2º, “a”  chefe de estado, chefe de governo, ministro das RE
Os TRÊS GRANDES/THREE BIGS

Relevância das funções

Sempre considerado representantes para conclusão do tratado

Brasil: presidente ou ministro da RE

“b” e “c”: chefe da missão diplomática, representante do estado junto à


Conferência ou organização internacional

Não precisam de plenos poderes para adotar texto de tratado

Etapa preliminar  encerra negociações  não há adesão a obg

Gênese de um tratado

Procedimento breve

NEGOCIAÇÃO  ADOÇÃO  AUTENTICAÇÃO  (ASS AD REFERENDUM) + ASSINATURA DEFINITIVA

Ass. Ad referendum pros casos em que é necessária aprovação do congresso

Ou

Procedimento longo

(...) ASSINATURA  APROVAÇÃO PARLAMENTAR (DIREITO INTERNO)  RATIFICAÇÃO

1ª etapa: Negociação do texto

Não há forma  total liberdade

Duas principais formas:

Troca de notas diplomáticas  poucos estados ou texto simples

Ocorre à distância

Barata e célere  não precisa de nova estrutura

Conferência diplomática int  muitos estados ou textos complexos

Localidade da última conferência leva o nome

Negociação fracassada  ou voltam a negociar ou não tem tratado

Negociação sucesso  etapa de ADOÇÃO

2ª etapa: adoção  estados satisfeitos com texto negociado


Não há obrigação para quem vota a favor ou contra  podem ou não assinar

Encerra as negociações  sem mais discussões

Art. 9º, § 1, CVDT/69: Regras de votação para adoção  UNANIMIDADE

Todos que negociam devem votar A FAVOR da adoção

Art 9º, § 2º  exceção

Votação no âmbito de conferência diplomática internacional

Voto favorável de 2/3 dos presentes e votantes

Ex: 150 participantes  120 presentes na votação  80 favoráveis

3ª fase: autenticação

Pode ser simultânea ou não à adesão  quando não for, vem depois

Art 10: finalidade  ato que torna o texto definitivo  congela

Pode emendar no futuro

Versões autênticas  surgem no momento da autenticação

Únicas que podem ser utilizadas para interpretar ou aplicar o tratado

Poucas versões autenticas  reduzir os conflitos de tradução

Versões oficiais  tradução para consumo interno

Texto pode ser estudado e aplicado internamente

Não pode ser invocado para aplicação internacional

Consentimento definitivo

Art. 11  atos para o estado manifestar o consentimento

Seis principais exemplos  rol exemplificativo

Aceitação  sinônimo de ratificação (art. 14, § 2º)

Aprovação  sinônimo de ratificação (art. 14, § 2º)

Alguns países por questões de legislação interna não podem usar


“ratificação”  guardam o termo para outro procedimento interno

Adesão  ato praticado pelos estados retardatários (Art. 15)

Perderam prazo para manifestar vontade definitiva de outra forma


“Tratados abertos à adesão”  quanto mais estados aderirem, melhor

Não precisa de consentimento dos estados membros

Ex: imunidades diplomáticas, meio ambiente, direitos humanos, etc.

“Tratados fechados à adesão”  ingresso demanda consentimento de quem


participa

Troca dos elementos constitutivos de um tratado  art 13

Tratados celebrados à distância

Estados trocam suas versões do tratado AO MESMO TEMPO

Evitar um esperar a boa vontade do outro mandar seu texto

A  B

Os dois se obrigam ao mesmo tempo

Teoricamente não há mais divergências  já acordaram e negociaram

Utilização das notas diplomáticas

Assinatura

Dois tipos

TIPO 1: Art 12, CVDT 69  assinatura defitiva

Estado manifesta vontade definitiva

Entrada em vigor internacional do tratado  art 24

Desnecessário atos posteriores

Procedimento breve/curto/unifásico  única fase

Escolhe o procedimento na NEGOCIAÇÃO

Tratados mais simples, menor complexidade e relevância

TIPO 2: assinatura com efeito prenunciativo

Anuncia vontade de adquirir a obrigação

Procedimento longo/bifásico

Necessidade de atos posteriores  XXX e ratificação

Não gera obrigações

Entre assinatura e ratificação  art. 18:


Não há obrigação positiva de cumprir

Há obrigação negativa de não fazer  não pode piorar a


situação atual com relação aos termos do tratado  expectativa

Vale também para os outros tratados entre a assinatura


definitiva e a entrada em vigor

Ratificação  art 14.

OBS: tratados que criam encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional

Art 49, I, CF

Gera obrigações novas em DI

CF exige aprovação parlamentar para que o executivo assine


definitivamente ou ratifique  tem que acontecer antes disso  fase anterior

Requisito de validade interno

Exigência do direito interno brasileiro

Repartição do Treaty Making Power  poder de tratar

Congresso rejeita  ato inconstitucional  pode retirar o ato

Congresso aprova total ou parcial  última palavra do executivo

Congresso demora  novo presidente não é obrigado a assinar

Congresso pode formular ressalvas  diminuição das obrigações

Não pode formular emendas aumentar as obrigações  nova negoc

Há tratados que podem ser firmado como acordo executivo

Desnecessária aprovação do congresso

Cria novas normas mas não novas obrigações

Ex: acordos de interpretação, de complementação dos tratados


anteriores, acordos de modus vivendi

Não é memorando de entendimento  não gera responsabilidade


internacional  não gera normas para o brasil

Entrada em vigor internacional (Art. 24)


Regra: data e forma estipuladas no tratado  cláusulas finais

Ex: estatuto de roma de 1998  requisitos:

Participação mínima de 60 ratificações  11/04/02

Vacatio legis de 60 dias após 60ª ratificação  10/06/02

Vigor no 1º dia do mês seguinte após o término dos 60 dias.  01/07/02

Países que aderiram  prazo a partir da adesão (tardia)

Necessidade de adaptar o direito interno

Incorporação dos tratados ao direito interno brasileiro

Costume constitucional  Não há previsão na CF  exigência do STF

ADI 1480 e Carta Rogatória 8279

Contratos que exigem aprovação parlamentar  promulga decreto legislativo

Somente são recepcionados após a promulgação de decreto executivo

Inter procedimental complexo  DUALISTA MODERADO

Aprovação parlamentar  decreto legislativo

Manifestação da vontade definitiva no plano internacional  plano externo

Promulgação de decreto executivo  plano interno

Ex: Convenção da ONU 1961 para redução da apatrídia

Ratificação em 2008  vigor internacional

Decreto executivo em 2015  vigor interno

Finalidade da promulgação do decreto  publicidade interna do tratado

Tratado inconstitucional  STF caça decreto  inaplicabilidade interna

STF não pode caçar tratado  vigor externo

Acordo executivo  dispensa decreto legislativo para vigor interno

Basta publicação do acordo no DOU

Tratados incorporados x direito interno

Regra geral: jurisprudência do STF  RE 8004/77


Tratados = legislação ordinária federal

Princípio da supremacia da constituição

Conflitos: critérios de especialidade e temporal

Tratado anterior revoga lei posterior

Lei posterior não revoga tratado anterior  não pode revogar algo que
demanda ato do executivo  afasta aplicação

Exceção: tratado de DH e tratado tributário (CESPE) > demais

Tratado DH aprovado na EC/05  Emenda constitucional

Aprovação 2 + 2 + 3/5

Convenção da ONU/06 deficientes

Demais tratados DH + tributários  infraconstitucionais e supralegais

Aprovação em maioria simples

Controle de convencionalidade

FALTA AULA 17 (FIM DOS TRATADOS)

AULA 18 – TRATADOS (CONT)

DENÚNCIA DOS TRATADOS

Retirada unilateral de um tratado  art. 56, CVDT/69

Não há disposição no tratdo  denúncia não é possível

Ex: Carta da ONU

Exceção: art. 56, § 1º, “a” e “b” da CVDT/69

“A”: direito à denúncia estipulado de outra forma (Acordo ou tratado paralelo)

“B”: natureza do tratado dor daquelas em que o direito à denúncia é permitido

Tratado que exige conjuntura política específica para a participação dos estados

Ex: tratado de defesa militar e aliança militar  considerações políticas impedem que
continuem o cumprimento da obrigação

Tratado de não proliferação nuclear quando os vizinhos estão desenvolvendo


armas nucleares

Efeitos jurídicos da denúncia: após 12 meses, se não houver outra previsão (art. 56, §2º)
Competência para denunciar: presidente ou delegados  Executivo

Chancela parlamentar prévia qd houver compromissos gravosos  debate

CESPE: não é necessária aprovação  se o presidente não quer ele pode sozinho
denunciar

Legislativo poderia denunciar por meio de lei  sem competência para


atividade internacional

STF: denúncia da convenção 158, da OIT, que proíbe demissão sem justa causa

Ratificou  denunciou por pressão interna

Maioria dos votos: aprovação parlamentar é necessária  especialmente sendo


tratado de direitos humanos

VALIDADE DOS TRATADOS

Art. 42, CVDT/69: Todas as causas de invalidade dispostas nessa convenção

Estados não podem inovar causas em outros instrumentos

Causas: arts. 46 a 53, CVDT/69

Invalidade relativa: anulação (arts. 46-50)

Tratado bilateral: anulável  se sai um o tratado não se sustenta

Tratado multilateral: ato de ingresso é anulável  continua para os demais

Art. 50  corrupção do representante do estado para aceitar tratado

Características relevantes:

Depende de manifestação do estado afetado  invoca a anulação

Efeitos ex nunc  não retroagem

Invalidade absoluta: nulidade (arts. 51-53)

Ex: coação de estado mediante força militar

Características relevantes

Qualquer estado parte pode suscitar a nulidade

Efeitos ex tunc  retroagem até o momento em que a nulidade aconteceu

Exceção: Art. 69  atos praticados de boa fé continuam válidos

Ex: tratado multilateral com coação de A a B. Atos entre B, C e D valem


SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DOS TRATADOS

Art. 54 e ss, CVDT/69  regra geral

Extintos/suspensos com base em suas próprias previsões OU consentimento dos contratantes

Exceção: art. 60  violação de tratado e consequências

Exige violação substancial do tratado (§ 3º)  rejeição do estado como um todo (não aplica
nada) OU rejeita parcialmente questões absolutamente essenciais

Ex: expulsar a Venezuela do MERCOSUL

§ 1º  tratados bilaterais

§ 2º  tratados multilaterais

DEPOSITÁRIO

Arts. 76-77, CVDT/69

Quem pode ser: estado, organização internacional, representante de grande relevo da OI

Não é necessário que o estado seja participante do tratado

Funções (art. 77): Responsável por guardar as versões originais, recebe manifestações dos estados de
vontade definitiva, informa aos demais países sobre eventuais reservas de um estado, registrar tratado
junto à ONU (proibir diplomacia secreta)

AULA 19-20 – COSTUME DO DIREITO INTERNACIONAL E PRINCIPIOS GERAIS DE DIREITO

COSTUME

DEFINIÇÃO: prática obrigatória e reiterada + conhecimento generalizado

Normas não-escritas  quando escreve vira tratado

Fonte pode ser costume e tratado ao mesmo tempo  obriga partícipe ou não

Sentido jurídico: prática obrigatória + descumprimento  consequências jurídicas

Mesmas consequências jurídicas de violação de um tratado (mesma gravidade)

Costume é formado por NORMAS POSITIVAS  não precisa positivar por meio de tratado

Incorporar norma ao tratado  CODIFICAÇÃO e não incorporação

Ex: imunidade do chefe de estado


Não há tratado que assegure  costume regula

Prisão do chefe de estado  resp internacional  retaliações/contramedidas

Congelar bens, bloquear comércio, etc.

Costume X Hábitos/Cortesias Internacionais

Cortesia: prática reiterada e não obrigatória  expectativa de reciprocidade

Ex: Concessão de visto de entrada para estrangeiros

ELEMENTOS DO COSTUME

Elemento material/objetivo  usum ou dioturnitas

Prática reiterada de comportamentos

Repetição diante de mesma situação factual

Duração da prática: não há duração mínima exigida  Depende da prática

CIJ: duração necessária para transformar em prática uniforme + consistente+ geral

Uniformidade e consistência são as substancialmente uniformes

Permite pequenas variações de cada país/cultura

Generalidade: maioria de estados

Maioria qualificada  Maioria dos estados cujos interesses sejam particularmente


afetados pela prática em questão

Ex: países tentando impor costumes de mundialização da amazonia  não podem


contrapor o direito do brasil, considerando que não tem biomas desse porte

(FALTA AULA 20 – SUPRIR COM FINAL DA AULA 05, MÓDULO VERDE)

Elemento psicológico/subjetivo: opinio juris

Certeza dos estados de que a prática é obrigatória

Faz pq sabe que é obrigatória, simplesmente.

Certeza  legitimidade  natureza de fonte

Qualquer outro motivo que explique  não há opinio juris  não há costume
Convicção surge normalmente de erro jurídico  falsa compreensão da realidade

Certeza de obrigatoriedade vem com o tempo, não inicialmente

Faz pq eh bom  faz pq é necessário

Costume internacional geralmente obriga a todos, inclusive quem não o formou

A maioria absoluta impõe essa exigência

Exceção: negador/objetor persistente  estado que demonstra ter rejeitado EXPRESSA E


CONSISTENTEMENTE a prática

Rejeita desde os primeiros dias  antes de virar costume

Se aplica somente a costume internacional geral

Não há para costumes regionais e locais  obrigam somente os estados que os aceitam

PRINCIPIOS GERAIS DE DIREITO INTERNACIONAL

Fontes formais  mesma forma e hierarquia dos tratados e costumes

Violação  mesmas consequências jurídicas

Nenhum estado sozinho pode afastar esses valores

Inserção no art. 38, do estatuto da CIJ  depois em outros tratados

Finalidade: preencher lacunas do DI

Ausência de tratado ou costume, tribunal internacional não pode deixar de julgar por isso

Onde encontrar: valores em normas de direito interno

Princípios e valores comuns

Ex: in dubio pro reo, pacta sunt servanda, ônus da prova ao alegante, responsabilidade por
danos, direito adquirido

Princípios Gerais DE direito x Princípios gerais DO direito

DE: valores incorporados ao DI  considerados necessários Às relações internacionais

DO: valores do direito interno, somente.

DO DIREITO (interno) viram DE DIREITO (internacional)

Há princípios gerais que decorrem de tratados e costume internacional


Ex: igualdade soberana (carta da ONU e costume internacional), não intervenção, liberdade de
navegação pelos mares.

AULA 21-22 – OUTRAS FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL

Art. 38, estatuto da CIJ: tratados, costume, princípios gerais  Fontes formais

Meios auxiliares/subsidiários do direito internacional  fontes subsidiárias

Doutrina e jurisprudência  § 1, “d”

Nem doutrina nem jurisprudência são responsáveis pela criação de normas internacionais

Não inovam na produção de direitos e obrigações internacionais

Instrumentos de interpretação e aplicação do DI

Até sec XIX doutrina era mais relevante. Hj é a jurisprudência

JURISPRUDÊNCIA:

Decisões de tribunais internacionais ou internos, quando estes aplicam o DI

Precedentes dos tribunais não são vinculantes

Ex: art. 59, do Estatuto da CIJ  “decisões deste tribunal somente obrigam os estados litigantes
e a respeito do caso em questão”

Não há coisa julgada formal para quem não participou do litígio perante o tribunal em questão

Embora não haja formação de coisa julgada formal, pode-se falar que há coisa julgada material

Há esforço para manter consistência jurídica nos julgamentos

Diálogo entre as cortes, especialmente as de direitos humanos

Influência nas formas de interpretação e aplicação do DI

Em DI não ocorre STARE DECISIS, como acontece em países do sistema common law

Mas é o principal meio auxiliar para estudar o DI  pois há consistência nos julgamentos

Jurisprudência da CIJ é bastante persuasiva

DOUTRINA:

Estudos, trabalhos e obras em geral dos internacionalistas mais renomados


Perdeu a importância nas últimas décadas

Motivo: impossibilidade de alcançar consenso entre os doutrinadores

EQUIDADE

Art. 38, § 2º, do Estatuto da CIJ  “Ex aequo et bono”  se refere apenas à equidade contra legem e
praeter legem

Termo “equidade” não consta no estatuto

Equidade é aplicar princípios de justiça

Três tipos:

Equidade contra legem: aplicação de princípios de justiça para contrariar normas de DI

Afastamento de normas internacionais consideradas injustas para o caso concreto

Equidade praeter legem: aplicação de princípios de justiça para preencher lacunas do DI

Equidade infra legem: aplicação de princípios de justiça dentro dos limites do DI

Alcançar a melhor interpretação/aplicação das normas de DI

Não é abrangida pelo estatuto da CIJ

É Princípio Geral de Direito e pode ser aplicada sem consentimento das partes.

Pra aplicar a equidade é necessário o consentimento das partes

Desde a criação da CIJ nunca consentiram

Noção de justiça é muito subjetivo

Princípios de Justiça não é princípios gerais do direito

São conceitos éticos, morais, etc.

NOVAS FONTES FORMAIS DO DIREITO INTERNACIONAL

Surgiram após 1945

Todas podem criar normas de DI

SOBRE ATOS UNILATERIAS E DECISÕES DAS OIs

Nem todas são fontes formais, como é o caso dos tratados, costumes e princípios gerais de DI
Requisitos adicionais são exigidos

ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS

Manifestação de vontade de um único país pode ser suficiente para a produção de novas normas
internacionais

Tratados, costumes, princípios gerais  exigem dois ou mais.

Requisitos:

Público e notório: dar conhecimento à sociedade internacional

Convicção de que o ato representa sua vontade definitiva

Possibilidade de arrependimento não é fonte formal

Ex: reconhecimento, renúncia, silencio, promessa e protesto diplomático, etc.

Renúncia a dívida externa de países, reconhecimento de estados,

DECISÕES/RESOLUÇÕES DAS OIs

Decisão emitida por órgão no contexto de uma OI

Possibilidade deve estar autorizada pelos tratados que disciplinam o funcionamento da OI

Geralmente o tratado que regula é o instrumento constitutivo da OI

Só é obrigatória para os membros da OI

Exceção: art. 2º, § 6º, carta da ONU  conselho de segurança pode obrigar mesmo os países
não membros, em relação a questões de paz e segurança

Sistema de segurança coletivo

Ex: Resolução do conselho de segurança da onu sobre paz e segurança  obrigatório para todos

Resolução da assembleia geral sobre paz e segurança  recomendação para os estados


membros

JUS COGENS (CESPE)

Normas imperativas/peremptórias de Direito internacional geral

Princípios básicos de DI  não podem ser afastados pela vontade particular dos estados

Normas imperativas  obrigam a todos os estados, sem exceção


Só é afastada por outra norma imperativa

Diferente de normas dispositivas: partes podem dispor deles em forma contrária

Art. 53, da CVDT/69:

Jus cogens são normas aceitas e reconhecidas pela comunidade de estados como um todo

Não são passíveis de derrogação

Modificação somente por outra norma imperativa do mesmo caráter

Superioridade frente a outras normas de DI

Reconhecimento na prática

Aceitação por uma maioria expressiva de estados  quase totalidade

Resistência de um grupo política ou ideologicamente alinhados, jus cogens não surge

Permite apenas resistências isoladas

Ex: igualdade de gênero  oposição de países com tradições islâmicas não permite na jus cogens

Direito de ir e vir  possibilidade de imposição de toque de recolher impede que seja jus cogens

Ou seja: nem todas as normas de direitos humanos são jus cogens

Art. 53, da CVDT/69: não há exemplos

Melhor referência: jurisprudência dos tribunais, especialmente da CIJ

Não há positivado quais normas são jus cogens  se acha na jurisprudência e doutrina

Normas imperativas segundo a jurisprudência (início da aula 23):

Princípio da proibição do uso da força (princípio da não-agressão)

Exceção: resolução do conselho de segurança da ONU (cap 7); legítima defesa

Princípios relacionados aos direitos fundamentais dos homens

Proibição do genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra

Proibição da escravidão e tráfico de escravos

Proibição do apartheid e da discriminação racial

Proibição da tortura

Princípio da proibição da pirataria

Princípio da autodeterminação dos povos


AULA 23-24 – ESTADO ENQUANTO SUJEITO DE DI

REQUISITOS

Georg Jellinek: Teoria Geral do Estado  teoria dos três elemento (povo, território e governo)

Contexto: existia estados semi-soberanos  não plenamente independentes

Atualmente não é aplicável para direito internacional

Para o DI: art. 1º, da Convenção de Montevideu sobre direitos e deveres dos estados, 1933

Tratado de âmbito regional

Art. 1º reflete atual costume internacional

Reconhecido na déc 90 pela comissão Badiner

Criação pela comunidade europeia para avaliar países que surgiam

Ex: Iugoslávia,

Quatro elementos previstos no art. 1º

1) população permanente

2) território definido

3) governo efetivo

4) capacidade de estabelecer relações com outros estados

Único que gera polemicas até hoje  CESPE ENTENDE QUE É CORRETO

Problema: capacidade é consequência da existência de um estado e não propriamente


elemento constitutivo

Solução: subtende-se que o quarto elemento é: independência/soberania externa

Dimensões interna e externa efetivas

CESPE: Se cobrar secamente “povo, território e governo”, marcar CORRETO pois ela
subtende que governo abrange o quarto elemento.

POPULAÇÃO PERMANENTE

Elemento humano que habita um território em determinado momento

Pode ser nômade dentro do estado


Cruzar com frequência a fronteira  dificuldades de reconhecimento populacional

Ex: saara ocidental  1975 espanha sai da colônia lá

Problema: quando saíram a população era predominamentemente marroquina

Marrocos reivindica o território para si

Sahwari (população original)  ocupa 1/3 do território  frente de libertação

Sempre foram nômades pelas dificuldades do local

Quando a europa impôs as fronteiras da áfrica não levaram isso em


consideração e eles ficaram cruzando fronteiras

Para a ONU: Povo não-autonomo  saara ocidental não é um estado

População x povo

Povo: conjunto de pessoas que desejam viver em conjunto (critério subjetivo)

Conjunto de pessoas que compartilham de mesma herança cultural, etc (critério obj)

Povo não define estado: pessoas que o constituem se odeiam, se matam, tem diferentes
culturas, línguas, etnias, etc.

Princípio das nacionalidades  Pasquale Mancini, 1859  para cada nação, um estado

Interessava ao contexto do século XIX. Hoje em dia não faz sentido

Contextos de unificação da italia e Alemanha

Resek (Brasil) e Alain Pellet (França)  população não é relevante, e sim a dimensão pessoal do
estado

Dimensão pessoal formada pelos nacionais do país em questão

Problema: estado só tem nacionais existindo  não há como verificar previamente a


existência dos nacionais sem o estado, assim o estado não existiria

TERRITÓRIO DEFINIDO

Controle de território definido na essência do conceito de estado

Estado precisa controlar ao menos parte da massa terrestre do planeta, mesmo que ínfima

Microestados: são estados para fins de DI

Ex: Monaco, San Marino, Liechestein

ONU os aceita como membros , então é estado com certeza


Se não controla parte do território, não é estado

Ex: Principado de Sealand  plataforma no meio do canal da mancha abandonado após


a segunda guerra

Estrutura de ferro no mar

Tentativa de criar estado para não pagar impostos nos locais de origem

Ninguém mora efetivamente lá

1978: Tribunal Adm de Colonia, Alemanha recebeu caso em que nacional de


Sealand afirmava não dever impostos por ser nacional de sealand, mesmo morando a maior parte do
ano na Alemanha

Tribunal recusou pois não há controle territorial

Estado não pode ser criado no alto mar  res comunes

Controle territorial é a base na noção de soberania territorial

Onde estado exerce plenitude sua soberania

Jurisdição geral e exclusiva  legislar, julgar e usar força física

Competência exclusiva do estado para tomar medidas jurídicas no território

Proibição de governos estrangeiros exercerem autoridade na mesma área

Território definido x limites definidos

Não se exige certeza absoluta sobre por onde passam os limites entre dois estados (limite
definido)

Limite existe mas não precisa ser uma linha imaginária precisa

Requisitos do território definido:

Comunidade política, efetiva e estável estabelecida sobre território  população


organizada em torno de governo)

Comunidade política deve controlar um núcleo suficiente de território (consistente


bando of territory)

Ex: Israel  conflitos sobre limites com a palestina.

Os conflitos são parciais  há controle sobre uma parcela fixa e incontroversa

GOVERNO/SOBERANIA INTERNA

Regra: governo efetivo  na prática consegue estabelecer controle no território


Conceito Weberiano de Estado (para fins de DI): monopólio do uso legítimo da força física no
território do estado em questão

Governo do Estado deve ser a autoridade central

Controle efetivo no estabelecimento e manutenção de uma ordem jurídica


constitucional

Controle exercido sobre o território e a população do estado

Ordem constitucional estabelecida e mantida pelo governo assegura isto na prática

Ausência temporária de governo efetivo não afeta a existência do Estado para fins de DI

Único elemento em que isso ocorre

Ex: estados sob ocupação estrangeira; estados falidos/fracassados

DI assegura a existência dos estados enquanto realidade meramente jurídica

Impedir violação do principio da autodeterminação dos povos

Desaparecimento do estado decorre de causas naturais ou de vontade da população

Sendo assim, o estado nessas situações não poderiam sumir

Governo legítimo se mantem na tentativa de recuperar o estado

Estado jurídico: realidade preservada nesta situação  criada pelo DI

INDEPENDÊNCIA/SOBERANIA EXTERNA (INÍCIO DA AULA 25)

Capacidade de agir autonomamente na condução dos negócios internacionais do estado

Governo precisa ser distinto e independente dos de outros países  pacífico

Se não for assim não pode ser membro pleno da ONU  requisito para se reconhecer um
estado

Independência jurídica

Liberdade jurídica para desempenhar livremente todos os direitos e obrigações de estado

Livre de intervenção estrangeira

Sem óbices internos ou externos ao exercício da capacidade do estado

Óbice imposto por lei ou norma

É possível não haver óbice normativo mas haver político

Ex: Polonia x URSS


Ex: Porto Rico  falência por dívidas junto aos EUA

Para algumas atividades depende de autorização do congresso dos EUA

Território pertencente à common wealth americana

Ex: Guiana Francesa  território ultramarino francês

Não tem condução dos direitos internacionais

Ex: Groelandia  Dinamarca

AULA 25-26 - NACIONALIDADE

CONCEITO: vínculo político-jurídico

Conexão entre indivíduo e estado

Status de indivíduo pertencer a um estado

Satisfazer propósitos de direito internacional

Ex: Costume internacional: somente o estado de nacionalidade pode oferecer ao indivíduo


proteção diplomática

ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE

Regra: Compete ao estado definir em direito interno atribuir os critérios

Exceção: Em DI  poucas normas que atribuem nacionalidade aos indivíduos

Finalidade: evitar apatrídia

Ex: convenção de 1961 para redução dos casos de apatrídia

Ex: convenção interamericana de DH de 1969

Art. 20  normas e matérias de distribuição de nacionalidade

Não é problema pro brasil, que já adotava o jus soli como regra de nacionalidade

Conflito negativo de atribuições: Não se enquadra em nenhum dos quesitos  apátrida

Conflito positivo de atribuições: se enquadra em mais de um quesito  polipátrida

Requisito de validade da nacionalidade para fins internacionais  vínculo mínimo entre estado e país

Conexão genuína, vínculos efetivos

Apesar das atribuições serem delimitadas internamente


Outros estados podem impugná-los se não houver vínculo efetivo entre o estado e o
sujeito

Caso Nottebohm  CIJ, década de 50

Nottebohm: alemão residente na Guatemala

Contexto de II guerra  busca nacionalidade de Linchstein para evitar represália

Guatemala confisca bens e o prende

Após a guerra, ele busca indenização da guatemala e proteção diplomática de linchstein

CIJ recusa a proteção diplomática afirmando que houve má-fé na aquisição da


nacionalidade

NACIONALIDADE X CIDADANIA

Nacionalidade: interessa tanto ao DI quanto ao direito interno

Tema de direito constitucional  art. 12, CF  aquisição e perda da nacionalidade

Aquisição originária ou derivada

Cidadania: somente interessa ao DI

Denota conteúdo adicional de direitos em relação à nacionalidade

Permite ao titular exercer direitos políticos na sua plenitude  votar e ser votado

Ex: Porto Rico  ingresso nos EUA livre

Não elegem os representantes

AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA X DERIVADA

Originária: decorre do nascimento (art. 12, I, CF)  brasileiro nato

Nascimento na república federativa do brasil  jus soli

Exceção: ambos os pais a serviço oficial do país  interpretação restritiva

Um deles a serviço e o outro acompanhando  ambos a serviço

Pai ou mãe brasileiro a serviço em outro país  jus sanguinis

Filho de pai ou mãe sem estar a serviço do brasil, desde que:

Registrado na repartição brasileira competente  consulado ou missão ou no cartório,


quando retornado ao brasil
Até 12 anos pode ser registrado. Após, só por decisão judicial

Retornando ao brasil sem registro  após a maioridade opta pela nacionalidade

Ação de reconhecimento de nacionalidade brasileira, a qualquer tempo

Navio ou avião brasileiro em águas internacionais

Hipótese de nascimento com preenchimento de critérios para dupla nacionalidade

O reconhecimento mesmo que tardio implica em aquisição originária

Aquisição originária pois o critério que atribui o direito decorre do nascimento

Efeitos ex tunc: retroagem desde o nascimento

Derivada: ao longo da vida preenche os critérios  naturalização

Na forma da lei, preenchem requisitos  L. 6815/80 – estatuto do estrangeiro

Será mudada para a Lei de migrações (já deve tá em vigor)

L. 6815/80:

Art. 112: requisitos, por ex (rol cumulativo)  naturalização ordinária:

Exigencia de capacidade civil, segundo lei brasileira

Registro no brasil como permanente

Residencia há pelo menos 4 anos em território nacional

Saber ler e escrever em português

Exercício de profissão ou posse de bens para garantir o sustento, bom


procedimento, boa saúde, etc.

Obs: fraude  crime + cancelamento da naturalização  ato administrativo

STF: exige decisão judicial para a perda da naturalização

Art. 113: facilitar naturalização para grupo de pessoas

Ex: Estrangeiro com cônjuge e filho brasileiro  cai de 4 pra um ano de


residência

Art. 114: naturalização especial

Grupo de pessoas prestando serviços internacionais ao brasil

Hipóteses de naturalização (art 12, CF – início da aula 17)


Naturalização conforme estipulado em lei (art. 12, II, a)  ordinária

L. 6815/80  NOVA LEI

Parte final: requisitos aos originários de países de língua portuguesa

Naturalização exige 1 ano de residência no brasil + idoneidade moral

Ato discricionário do governo brasileiro

Naturalização extraordinária (art. 12, II, b)

Requisitos: 15 anos de residência ininterrupta

Ausência de condenação criminal no brasil ou estrangeiro

Requerimento do interessado

PF: exige a regularidade da permanencia  não há na constituição

Ato vinculado: Preenche requisitos  estrangeiro tem direito à naturalização

Depende de requerimento

Lei não pode diferenciar brasileiro nato e naturalizado (art. 12, §2, CF)

Lei infraconstitucional  a própria CF pode e o faz.

Ex: art. 5º, II  nato não pode ser extraditado, naturalizado pode

Ex:Art. 12, § 3º, e art. 89, III  Cargos privativos de brasileiro nato: diplomata, oficial das
forças armadas, ministro das forças armadas, presidente da república

Ex: art. 222  propriedade de empresa de difusão de imagens e sons  brasileiro nato
ou naturalizado após 10 anos da naturalização.

Ex: art. 12, § 4º perda da nacionalidade

Perda-punição (inciso I)  brasileiro naturalizado

Atividade que o torna nocivo à conveniência ou interesse nacional

Depende de sentença judicial

Ex: crime de genocídio

Perda-mudança (inciso II)  brasileiro nato e naturalizado

Brasileiro voluntariamente adquire nacionalidade derivada estrangeira

Não há necessidade específica que exija a aquisição

Provoca a perda da nacionalidade brasileira


Exceções: adquire/reconhece é nacionalidade originária  tudo ok pois
o sujeito já detinha a nacionalidade desde que nasceu e foi reconhecida ao longo da vida

Necessidade de residência ou exercício de direitos civis no


estrangeiro

Geralmente brasil só teria quando o sujeito comunica ao brasil que


intenta perder a nacionalidade  casos em que o outro país exige a perda pra conceder a nacionalidade

CF: dispensa a comunicação ou requisição  pode ex officio

STF: para fins de extradição, reconheceu portaria do Ministério


da Justiça que decretou a perda da nacionalidade

Restabelecer a nacionalidade: restabelecer residência e fazer a


requisição (arts. 35 e 36, L. 818/1949)  volta como brasileiro naturalizado

Revogado pela nova Lei de Migrações

Só prevê reaquisição em caso de perda-punição

Haverá facilitação para residência no futuro

NOVA LEI DE IMIGRAÇÕES

Art. 65  substitui art. 112  reduz requisitos

Art. 66  substitui art. 113  amplia hipóteses para facilitar a aquisição

Inovação: Para países membros e associados ao mercosul, não precisa de 4 anos


de residência no brasil para requerer a naturalização, basta um ano

Art. 67  substitui art. 114  naturalização especial  Não mudou nada.

Efeitos ex nunc: não retroagem  Só será nacional da data do reconhecimento em diante

(início da aula 27 – aquisição derivada de nacionalidade)

AULA 27-28 – CONSTITUIÇÃO JURIDICA DO ESTRANGEIRO

LEI 6815/80  PROTEGER FRONTEIRAS

Ingresso ou permanência de estrangeiro em território nacional é ato discricionário (art. 26)

Pode ser obstado  inconveniência do estrangeiro em território nacional

Ato de soberania

Arts. 106 e 107  atividades proibidas ao estrangeiro


Participar de atividades sindicais

Participar na vida política  protesto, etc.

CF/88: limites à lei do estrangeiro de 1980

Brasileiros e estrangeiros residentes gozam de direitos e garantias fundamentais

Ingresso e permanência de estrangeiros no brasil

Ato discricionário

Limites pela CF/88  impedimento não poderia persistir

Direitos e garantias fundamentais a todos, sem discriminação

Art. 26, § 2º  impedimento de membro da família poderia se estender a todo o grupo familiar

Absurdo e discutível se ela foi recepcionada pela CF/88

Vistos Para O Ingresso De Estrangeiro Em Território Nacional

Posse de um visto somente confere expectativa de direito (art. 26, L. 6815/80)

Permite vedar ingresso devido à inconveniência do estrangeiro  ato discricionário

Tipos de visto (art. 4º, L. 6815/80)

Trânsito

Turista

Temporário

Permanente

Oficial

Diplomático

Cortesia

Requisitos à concessão de visto (art. 7º):

Estrangeiro não pode ter sido previamente expulso do brasil

Não haver processo penal ou condenação por crime cuja extradição do brasil seja
possível  dois trabalhos: dar visto e extraditar

Boa saúde  questões de contaminação e saúde pública)


Art. 6º: posse de bens no brasil não garante a concessão do visto

Art. 26: requisitos novamente verificados no momento do ingresso

NOVA LEI DE MIGRAÇÕES  PROTEGER DIREITOS HUMANOS

Art. 3º: princípios que regem a relação do brasil com estrangeiro residente no brasil

Universalidade, indivisibilidade e interdependência para todos em normas de DH

Há algumas restrições políticas que se mantem

DI: já existe a proteção conferida pelo “padrão mínimo internacional”

Mesmo que estado não garanta direitos essenciais aos nacionais, esses direitos
deveriam ser garantidos pelo menos a estrangeiros em seu território

Após 1945: sistema internacional de proteção dos DH

Proteção de DH para nacionais e estrangeiros

Nova lei de migrações não inova, apenas reflete prática internacional

Ingresso e permanência do estrangeiro no brasil

Ato vinculado

Arts. 44 e 45  hipóteses para obstar ingresso (rol taxativo)

Art. 59  impedimento é individual e não pode ser estendido ao grupo familiar

Art. 4º, §2º, nova lei de migrações: permite preenchimento de cargo ou função pública por
estrangeiro, dependendo do edital do concurso

Não sabe se derroga a Lei 8112 ou se só se aplica ao regime CLT

Art. 15, L. 8112/90  diferencia brasileiros de estrangeiros

Cargo ou emprego pública regulado pela lei somente pode ser preenchido por
brasileiro

Nato ou naturalizado

Exceção: professor ou cientista ou pesquisador em instituições de ensino


superior ou estabelecimentos de pesquisa avançados

Art. 4º  direitos do estrangeiro em território nacional  Esclarece

Inciso VI  direito de reunião


Inciso VII  direitos sindicais

Estrangeiro no brasil não tem cidadania

Sem capacidade eleitoral ativa e passiva

Exceção  português equiparado

Tratado de amizade, cooperação e consulta entre brasil-portugal (2000)

Art. 12, § 1º  equiparação demanda reciprocidade  pode negar se não ouver

Equiparação não abrange direitos reservados ao nato (Cargos)

Português equiparado possui direitos semelhantes ao do br naturalizado 


continua português para fins de direito internacional

Arts. 18 e 20, do Tratado 2000  2 diferenças entre o BR naturalizado e PT equi

Pt equiparado pode se candidatar a cargo público (L 8112/90)

Requisitos da equiparação (art. 15, tratado 2000) – ordinária/cargo público

Capacidade civil, de acordo com a lei local

Residência habitual no país

Brasil requerimento ao ministério da justiça

Requisitos da equiparação (art. 17, tratado 2000) – fins políticos/extradição

Residência há pelo menos 3 anos

Requerimento

Português é cidadão brasileiro sem ser nacional

Equiparação suspende a cidadania portuguesa e vice versa  sem


direitos políticos

Vistos Para O Ingresso De Estrangeiro Em Território Nacional

Posse de um visto somente confere expectativa de direito (art. 6º, nova lei de migrações)

Art. 45  hipóteses em que o ingresso pode ser proibido  ato vinculado

Ex: visto concedido não coaduna com objetivos da viagem

Impedimento  repatriação do estrangeiro


Não é deportação  não cruzaram a barreira da migração

Requisitos à concessão de visto (art. 10):

Estrangeiro não pode ter sido previamente expulso do brasil

Não haver processo penal ou condenação por crime cuja extradição do brasil seja
possível  dois trabalhos: dar visto e extraditar

Boa saúde  questões de contaminação e saúde pública)

Obs: Posse de bens no brasil não garante a concessão do visto

Obs: requisitos devem existir no requerimento e no ingresso

Art. 12: cinco tipos de visto (início da aula 29)

Visita (antigo transito, turista e alguns casos de temporário)

Não permite desempenho de atividade remunerada por fonte brasileira

cachês, diárias, etc  não configura remuneração

Temporário  residir no brasil por período de tempo (labor, estudante, saúde, etc)

Visto permanente substituído por Concessão de Residência (art 25)

Oficial  representante do estado sem função diplomática

Quem acompanha o diplomata, chefe de estado, etc em assunto oficial

Vinculado ao estado estrangeiro (equipe oficial)

Segurança, assistente, etc.

Diplomático  representante do estado em função diplomática

Cortesia  não pertente ao estado estrangeiro mas acompanha o representante pra


atividades pessoais (babá, empregada, etc)

AULA 29-30 – DEPORTAÇÃO E EXPULSÃO

DEPORTAÇÃO

Arts. 48-51 da Nova Lei de Migrações

Conceito: modo/forma de retirada compulsória do estrangeiro

Ingresso irregular  clandestino

Desrespeito a normas de estadia no brasil  irregular


Nova lei: não poderá ser deportado para local que ofereça risco à integridade física

Regra: estado de origem ou de nacionalidade  obrigado a aceitar

Pode também ser encaminhado a terceiro país que o aceite

Custos: responsabilidade da companhia aérea transportadora

Estrangeiro  se não for responsabilidade da transportadora

Estrangeiro sem condições: alguns países aceitam custear

Ex: Brasil custeia uma vez

Último caso: tesouro nacional brasileiro

Estrangeiro só pode retornar ao Brasil se ressarcir o erário

Deportação não é medida punitiva/sanção  regularizar situação

Medida administrativa desempenhada pela PRF e Ministério da Justiça (Executivo)

Ato de soberania nacional  discricionário

Nova lei de migrações vai regularizar a situação de todos ingressos até Julho/2016

Após isto  concede prazo para regularização em território nacional

Não podia na lei antiga  deportação de plano

Sempre que possível, permitir a saída voluntária do país

Prazo: 8 dias. Cai para 3 dias se for ingresso clandestino (prazo máximo, pode ser menos)

Deportação não pode violar direitos humanos do estrangeiro

Passível de recurso ao judiciário

Habeas corpus  competência da JF primeira instancia

Preso no brasil: direito ao contato com a embaixada/repartição consular

Art. 36, 1º, da Convenção de Viena de 63 sobre relações consulares

Nulidade absoluta

Deportando pode permanecer preso para assegurar a deportação (art 51, nova lei)

Prisão cautelar

Não há menção de prazo

Quem determina a prisão: órgão do poder judiciário (JF, primeira instancia)


Solicitação da autoridade policial

CF: não pode a autoridade administrativa determinar a prisão civil

EXPULSÃO

Nova lei de migrações: arts. 52 e SS

52 e 53 são os mais importantes

Conceito: modo/forma de exclusão compulsória do estrangeiro do território

Não pode expulsar pra país que ofereça risco à vida ou integridade física

Não interessa pra onde ele vai, desde que não permaneça no brasil

Deportação e expulsão não podem afetar sujeito com nacionalidade do estado

Deportar ou expulsar nacional: desterro/banimento  proibição por Costume internacional

Expulsão não permite o retorno do estrangeiro ao território nacional

Diferença fundamental entre deportação e expulsão

Art. 338, CP: tentativa de retorno do expulso é crime

Causas que autorizam a expulsão envolvem circunstancias mais graves

Causas de expulsão:

Atividade que atente contra segurança nacional, ordem política ou social

Tranquilidade ou moralidade publica

Economia popular

Quaisquer atividades que o tornem nocivo à conveniência ou interesse nacional

CF: limita hipóteses de expulsão

Se o estrangeiro desempenha atividade autorizada pela CF, não é causa

Ex: Larry Rohter  jornalista criticando o Presidente  HC Preventivo no STF

Expulsão é ato administrativo  natureza administrativa

Não é sanção  não possui natureza punitiva

Não há direito do estrangeiro a ser retirado pelo estado, de modo que configure sanção

Praticou crime no brasil  responde pelo crime


Se fosse sanção seria bis in idem

Competência: presidente da republica  mediante decreto

Decreto 3447/00: delega ao MJ competência para expulsar estrangeiros

MJ expulsa por meio de Portaria Ministerial de Expulsão

Somente com a revogação do decreto ou portaria por novo decreto ou portaria autorizando o
retorno é que o estrangeiro poderá retornar ao brasil

Portaria pode revogar decreto e vice versa

Inquérito administrativo no âmbito do MJ

Requisito obrigatório à expulsão

Direito do estrangeiro ao contraditório e ampla defesa

Arbitrariedade: HC preventivo

MP que atuou no caso deve enviar cópia de sentença condenatória por crime doloso do
estrangeiro ao MJ

Expulsão é ato de soberania  discricionário

Discricionariedade mitigada  somente ocorre quando a lei prevê

Prisão

Possibilidade: cautelar

90 dias renovável por mais 90 dias

Dupla finalidade: efetividade do inquérito e do ato de expulsão

Quem determina: autoridade judiciária, após requisição policial

JF primeira instancia

Hipóteses de proibição à expulsão (também vale pra deportação)

Extradição inadmitida pela lei brasileira

Quando brasil não puder extraditar tb n pode expulsar

Extradição dissimulada

Ex: Ronald Biggs  irregular porem não poderia ser deportado por ofensa à integridade

Permaneceu no brasil

Estrangeiro casado com cônjuge brasileiro


Nova lei não exige prazo mínimo

CF: extensível à união estável

Não pode haver separação de fato ou de direito

Proteção à família brasileira

Estrangeiro possui filho brasileiro e filho depende afetiva/economicamente dele

Proteção à família brasileira

Nova lei: há ampliação no art. 53  ameaça de veto

Hipóteses taxativas de expulsão (art. 52, nova lei)

Expulsão será por prazo determinado na nova lei

Poderá voltar mesmo sem revogação do prazo

AULA 31-32 – EXTRADIÇÃO

Lei de Migrações 13445/17 – arts. 81-98

CONCEITO

Extradição: entrega de um estado a pedido de outro

Indivíduo deva responder a processo penal ou cumprir pena no estado requerente

Não há forma de exclusão do estrangeiro, há entrega

Deportação/extradição  exclusão do estrangeiro do território nacional

Art. 81: medida de cooperação jurídica internacional em matéria penal

Combater a impunidade no âmbito das relações internacionais

Se não há processo penal, não é possível extradição

Incabível para investigação, civil, tributário, administrativo, etc.

Sempre envolve ESTADOS

Não se confunde com ENTREGA a tribunais internacionais ou outros sujeitos de DI

Entrega: Art. 102, do Estatuto de Roma

Na entrega dos tribunais há obrigação pq o país se sujeita à jurisdição do tribunal

Pode envolver estrangeiros e brasileiros natos/naturalizados


Não há qualquer restrição para fins de DI

Restrições podem ser criadas na legislação interna dos Estados

Brasil: proíbe em qualquer circunstancias a extradição do Nato (CF – clausula pétrea)

CLASSIFICAÇÕES

Instrutória

Responde a processo penal no estado requerente

Executória

Entrega para o cumprimento da pena

Cabe no Brasil pois é assegurada a defesa mesmo sem o réu presente

Outros países só permite a instrução com réu presente

Ativa  Sob a ótica do estado que a requer

Passiva  para o país que recebe o pedido

FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

Toda extradição precisa de uma base/fundamento jurídico

Viabilizar a cooperação jurídica

Fundamentos na legislação interna do país PASSIVO

Brasil: Art 81 da nova lei de migrações

Extradição pode ter por base tratado ou promessa de reciprocidade

UK: somente tratado é base (legislação interna deles)

Quando há tratado: é no tratado que estão os requisitos

Lei interna atua de forma complementar

No brasil  CF: regra superior inclusive ao tratado

Não há tratado: requisitos no direito interno do estado passivo


SITUAÇÕES QUE ENVOLVEM EXTRADIÇÃO PASSIVA PARA O BRASIL

Fases (lei de migração)

Sistema judiciário de extradição  pois envolve uma fase judicial, que não é comum em outros
países

1)Administrativa: compete ao chefe do executivo a condução (art. 84, e SS)

Sem tratado: pedidos chegam por canais diplomáticos (mais lento)

Exame político é possível

Não é obrigado a aceitar processa de reciprocidade por outros países.

Cada processa de reciprocidade é analisada individualmente

Finalidade da promessa de reciprocidade: viabilizar politicamente a


extradição

Ainda tem que analisar o direito interno pra saber se é viável o


cumprimento futuro dessa promessa pelo pais requerente

Promessa aceita  MJ encaminha ao STF

Promessa recusada  Brasil envia msg ao estado requerente comunicando

Com tratados: conhecimento do Ministro da Justiça (mais célere)

Diversos tratados estipulam necessidade de nomeação de uma


autoridade central no âmbito interno para facilitar a cooperação  No brasil a regra é o MJ (CC)

Não cabe exame político de conveniência e oportunidade

No máximo faz exame preliminar de admissibilidade

Quando celebrou o tratado presume que já fez isso

MJ encaminha ao STF para segunda fase

2) Judicial – STF (art. 102, I, g, da CF – competência exclusiva)

Mudança de regimento interno  pode ser analisado por uma das turmas do STF

Processo de contenciosidade limitada  juízo de delibação

Exame de legalidade quanto à presença dos requisitos legais

Não pode julgar ou rejulgar o crime


Três defesas possíveis: erro de identidade

Instrução do pedido de extradição correta

Legalidade do pedido de extradição  verificação dos requisitos

3 grupos de pressupostos:

Art 5º, LI, da CF  condição pessoal do extraditando  não


extradita brasileiro nato e o naturalizado extradita por crime anterior à
naturalização ou a qualquer tempo por tráfico ilícito de entorpecentes
 enquanto não sair legislação especifica sobre a parte final –
entorpecentes – o STF não pode analisar na prática pois ele não entra no
mérito do crime.

Art. 82, NLM  ao fato que é atribuído ao extraditando  Ex:


princípio da dupla tipicidade/dupla incriminação: princípio da
bagatela/insignificância: crime imputado deve ser tipo penal em ambos
os países; crimes com pena de até 2 anos no brasil, não extradita; crime
está prescrito, não extradita.

Arts 82 e 82, NLM  processo em curso ou já julgado no estado


requerente  vícios processuais impedem extradição. Ex: tribunal de
exceção, negativa de contraditório/ampla defesa, etc.

Pressupostos presentes  defere pedido de extradição  devolve ao Executivo


para decidir se haverá ou não extradição

Pressupostos ausentes  indefere pedido  DECIDIDO

3) Administrativa

Obs: Poder executivo federal é o responsável pelas relações internacionais

Decide se irá extraditar ou não

STF não se comunica com países estrangeiros

Verificar se estado requerente aceita as condições para entrega (art. 96, NLM)

Obrigação de comutar pena de morte, corporal e prisão perpétua

Prisão máxima efetiva de trinta anos

Princípio da identidade/tipicidade  Não pode extraditar para cumprimento de


pena proibida no Brasil

Não submeter a pessoa a tortura ou outros tratamentos/penas cruéis e


degradantes  novidade da NLM

STF: Caso Battisti (extradição 1085)


Presidente da republica tem competência para condução de assuntos intern.

Art. 84, III, da CF

Última palavra em matéria de extradição é dele

Não é ato discricionário  Dever de respeito aos tratados de extradição


celebrados pelo brasil

Pode recusar ou aceitar com base nele

Se não houver tratado, o ato é totalmente discricionário

Se o estado requerente não concordar  controvérsia internacional

Recurso aos mecanismos internacionais, não ao STF

AULA 33-34 – SURGIMENTO E RECONHECIMENTO DE ESTADO

SURGIMENTO

Verificar a reunião dos elementos constitutivos de um país

População permanente

Território definido

Governo

Independência

RECONHECIMENTO

Definição: ato unilateral

Sujeito de DI, normalmente outro estado, constatam presentes os elementos no outro

Não há criação de novo país

Não produz efeitos jurídicos sobre a personalidade jurídica internacional do novo país

Novo país já possui todos os direitos e obrigações básicos de estado desde o surgimento

Ex: arabia saudita não reconhece israel e nem por isso não há personalidade.

Três significados importantes:

Quem reconheceu quer estabelecer relações comerciais com novo país

Enquanto não reconhece não há imunidades diplomáticas, relações, tratados, etc.


Relações diplomáticas entre países sem reconhecimento  reconhecimento tácito

Relações consulares  não há reconhecimento tabico

Quem reconheceu considera que o estado novo possui todos os elementos constitutivos de país

Reconhecimento dos requisitos atualmente ocorre forma descentralizada

Não há hierarquia que permita impor o reconhecimento entre países

Quanto mais países reconhecem, mais forte é a prova do novo estado

Ex: Palestina  vários países reconhecem, há várias chances de ser estado

Prova efetiva da existência: país ingressa como membro pleno da ONU

2/3 dos votos da assembleia geral

9 votos sem veto do conselho de segurana

Quem vota a favor: reconhecimento tácito

Quem reconheceu não pode mudar de ideia  ato irrevogável

Princípio do Estoppel/da proibição do comportamento contraditório

Ninguém é obrigado a reconhecer  reconhece pq há requisitos

Não pode tirar o reconhecimento sem que haja perda dos requisitos

Em caso de perda o reconhecimento se desnatura automaticamente

Garantir a segurança jurídica internacional

Natureza jurídica do ato de reconhecimento (quais os efeitos jurídicos?)

Duas teorias:

Teoria constitutiva

Prevalecia até o início do sex XX

Contexto: sec XIX  imperialismo europeu sobre a áfrica, ásia.

Reconhecimento era condição necessária ao surgimento do novo país

Reconhecimento é individual e não obriga a quem não reconheceu

Validade dos atos do Estado somente após o reconhecimento

Problema: várias datas de surgimento, de acordo com cada estado

Elemento constitutivo adicional


Existência assegurada quando ele garantisse o reconhecimento pelos demais

Posse de direitos e obrigações básicas demandariam reconhecimento

Ex: igualdade soberana e integridade territorial

Teoria declaratória

Prevalência atual

Art. 3º, da Convenção de Montevidel sobre direitos e deveres dos estados (1933)

Art. 13, da carta da OEA

Existência do estado independe de seu reconhecimento

Se ela ostenta todos os requisitos objetivamente, já é o estado com direitos e obrigações


básicos

Todos os países devem tratar como estados, sem exceção

Única maneira objetiva para reconhecer: ingresso como membro pleno da ONU

Quem não ingressou, depende de quem reconheceu ou não para assegurar

Quanto mais países reconhecem, mais força

Ex: palestina  não é membro pleno porem uma enorme quantidade de países
reconhece  cada vez mais difício para israel sustentar que não é estado

Novo estado pode opor seus direitos mesmo a países que não o reconhece

Reconhecimento possui efeitos ex tunc  retroage para tornar válidos os atos desde o
surgimento, independente de quando foi reconhecido

Teoria mista  caiu por não ter utilidade prática

Requisitos para o reconhecimento de novos estados

Somente estados que existem podem ser reconhecidos

Se reconhece estado que não existe  ato é nulo

Elementos constitutivos de um estado + requisitos adicionais

Não reconhecimento de um novo estado

Não significa necessariamente ausência dos elementos constitutivos

Outros requisitos adicionais para o reconhecimento

Requisitos adicionais:

Requisito político  ato de reconhecimento é totalmente discricionário


Ato de soberania  Não há necessidade de fundamentação

Requisitos jurídicos  atual costume internacional

Viabilidade do novo estado  evitar hipóteses de reconhecimento prematuro

Na dúvida, esperar para reconhecer

Ex: Dec 60, movimento separatista do Biafra na Nigéria com reconhecimento de


estado feito por países vizinhos. Nigéria conseguiu conter o movimento e esses países foram contra a
soberania nigeriana.

Criação do novo estado demandada necessariamente perda de território por


país já existente

Integridade territorial x autodeterminação dos povos

Regra: DI pondera para garantir autonomia às minorias e integridade


territorial ao país

Minorias não possuem direito à independência

Criação de novo estado por minorias é mais difícil que quando um povo está
envolvido

Minoria deve comprovar de forma inequívoca que posse todos os


elementos constitutivos do estado  independência frente ao antigo país

Duas possibilidades:

Antigo país já reconheceu a existência (Ex: Sudão x Sudão do sul)

Vitória militar na luta pela independência (Ex: Israel)

Não pode haver ajuda externa

Povo: DI atualmente consagra a todos os povos direito à independência

Ex: povo brasileiro, argentino, etc, tem direito à independência

Povo no interior de outro estado: princípio da integridade


territorial e autodeterminação dos povos  confere direito à independência frente à potencia
estrangeira que domina seu território

Requisitos:

Povo étnico/culturalmente distinto do resto

Maioria no território onde deseja criar novo estado

Dominação estrangeira: Colonização, ocupação


territorial recente, secessão remedial
Viabilidade ao reconhecimento é mitigada: mesmo havendo
dúvidas sobre existência do novo estado, seu reconhecimento por outros países não viola DI  o DI
quer a criação do estado

AULA 35 – RECONHECIMENTO DE ESTADO (CONT)

Novo estado não pode ter sido constituído mediante recurso a atividades que
caracterizem violação grave ao jus cogens (AULA 35)

Doutrina Stimson (1930): impedir reconhecimento do Manchukuu

Japão forçou um novo estado em território chinês, inseriu líder e passou


a fazer comércio com ele

Hoje: não somente o uso da força proíbe  violação ao jus cogens em geral

Por mais que cumpram os requisitos não pode reconhecer

Resoluções do conselho de segurança da ONU confirmam essa proibição

Baseia no cap 7 da carta da ONU

Ex: rodésia do sul (atual zimbabue)

1965: minoria branca declara independência e declara apartheid

Colônia inglesa

Desconsideram a maioria negra

Conselho de segurança da ONU: duas resoluções (216 e 217)  proíbe


que qualquer estado possa reconhecer a rodésia do sul como país independente

Finalidade do não reconhecimento: estrangular o novo estado

Funcionou  1979 minoria branca convoca eleições

1980: maioria negra chega ao poder  Zimbabue

Ex: república turca do Chipre do norte

1960: conflito entre gregos e turcos no Chipre

Intervenção turca  minoria turca no norte declara independência

CS ONU intervem: Res. 541  proíbe reconhecimento

Não participa da atual sociedade internacional

Existe até hoje


Único país que reconhece é a Turquia  ilegal

Ex: república Srpska

Resolução 787/92  proíbe reconhecimento

Existe até os dias de hj

Tentativa dos sérvios ao norte da bosnia de criar país independente

Fragmentação da iugoslavia

Violação grave ao jus cogens gera responsabilidade internacional agravada

Efeitos erga omnes

Novos estados devem ser comprometer a respeitar os direitos humanos, limites


existentes e diversos regimes internacionais + se organizar internamente com base na democracia e
império da lei

Ex: reconhecer o TNP

Reflete atual prática internacional  ainda não é costume internacional

Não há obrigatoriedade em se verificar

Requisito político

Surgiu inicialmente em documento comunitário europeu (1991)

“diretrizes para reconhecimento de novos estados na europa oriental e


URSS

AULA 36 – RECONHECIMENTO DE GOVERNO

CARACTERÍSTICAS

Iguais às do reconhecimento de estado

Unilateral, irrevogável, discricionário, retroativo

Incondicional: requisitos não são condições

Caso uma das características se perca não se revoga o ato

Não há ato formal para reconhecimento

Mantem ou rompe relações diplomáticas


HIPÓTESE DE OCORRENCIA

Ruptura na ordem política

Ex: revolução, golpe de estado

Instauração de novo sistema político

Sistema contrário ao regime constitucional em vigência até então

Mudança constitucional OU golpe do próprio governo para permanecer no poder

Reconhecimento internacional desnecessário

Ex: eleições presidenciais regulares

EX: BRASIL

RECONHECIMENTO DE ESTADO

1822 – independência: reconhecimento de estado

RECONHECIMENTO DE GOVERNO

1889: proclamação da república

1930: vargas e república velha

1964: golpe militar

Conclusão: cada estado tem 1 reconhecimento de estado, quando surge o país, e pode ter vários
reconhecimentos de governo

REQUISITOS JURÍDICOS

Encontrados no costume internacional

Efetividade: controle da máquina administrativa do estado

Controle da maior parte territorial

Atual DI não exige legitimidade popular do novo governo para reconhecimento

Imposição por força garante efetividade

Principal requisito
Ausência de efetividade: reconhecimento vira intervenção em assuntos internos

Legitimidade popular

Diferente de efetividade

É requisito político  como o reconhecimento é discricionário, estados democráticos


relutam em reconhecer governos sem apoio popular

Relevância jurídica somente para que o estado participe em certas OIs

Algumas OIs suspendem estados cujos membros acreditem que o governo é


ilegítimo

Requisitos obrigatórios ao reconhecimento de governo  duas doutrinas

Doutrina tobar (1907)  Carlos Tobar, MRE do equador

Preocupação com sucessão de golpes de estado na américa latina

Reconhecimento de novos governos após apoio popular

Expresso juízo de valor sobre legitimidade popular

Problema: países (eua) utilizaram como juízo de valor pra interferir nos
estados  se não reconhecessem, apoiavam movimentos opositores

Doutrina de Wilson (1910): Somente governos democráticos serial legítimos

Doutrina Larreta (Uruguai)/Betancourt: resgata a doutrina tobar

Doutrina Estrada (México, 1930): reação ao mau uso da doutrina tobar

Reconhecimento de governo seria intromissão indevida na soberania

Legitimidade do novo governo é questão interna

Manter relações diplomáticas se aceita, e romper, se recusa

Ausência de manifestações

Rompimento de relações deveria ocorrer quando novo governo fosse


insatisfatório

Atualmente, é a que mais se aproxima do atual costume internacional

Problemas das duas doutrinas:

Legitimidade não é requisito  tobar

Reconhecimento de governo não contraria DI  estrada


Cumprimento das obrigações internacionais do estado (início da aula 37)

Decorre do princípio da continuidade do estado

Governos mudam, estado fica

Obrigações internacionais pertencem do estado  governos devem respeitar

Governo não está disposto a cumprir obrigações internacionais do estado

Dificulta seu reconhecimento pelos demais países

Num primeiro momento

Efetividade > cumprimento das obrigações

Se o novo governo for efetivo, a passagem do tempo faz com que estados com direitos
violares se acomodam  acabam aceitando

Principio da efetividade: situações efetivas tendem a ser reconhecidas

Num segundo momento: acabam reconhecendo

Efetividade tem papel de convolar violações no DI  permite reconhecimento

Ex: revolução russa de 1917

Primeiro momento: não quiseram reconhecer pela negativa de cumprimento das


obrigações czaristas

Segundo momento: provou ser efetivo  estados reconheceram

Acordos para cumprir parcialmente

Leva algumas décadas

Aparecimento conforme DI

Regra: não pode surgir governo com violação grave de DI

Efetividade é irrelevante

Dever de reparação

Exceção: Violações do DI de menor gravidade  não impedem o reconhecimento

Governos devem provar efetividade

Violações graves:

Iraque/2003: intervenção das potencias para derrubar Bin Laden gov provisório
Em seguida realizaram eleições livres  pode reconhecer

Violação grave gera responsabilidade internacional agravada

Nem o consentimento do sujeito violado gera reparo

Não há convalidação

Reconhece governo com violação grave sem conhecimento pleno das circunstancias

Não precisa revogar, até pq não poderia

O ato de reconhecimento é nulo

AULA 37-38 – SUCESSÃO DE ESTADOS

DEFINIÇÃO:

Ramo do DI

Preocupação com consequências jurídicas da mudança de soberania sobre território

Substituição de um estado por outro

Substitui as responsabilidades das relações internacionais sobre território

PRINCÍPIOS (ANTAGONICOS)

Principio da continuidade/sucessão automática

Direitos e obrigações do estado sucedido são transferidos ao estado sucessor

Principio da tabula rasa/clean slate

Decorre do principio da autodeterminação dos povos

Compete a cada povo determinar se assume as obrigações do antigo estado e quais

Ausência de ingerência estrangeira

MODALIDADES DE SUCESSÃO NO ATUAL DI

Doutrina estrangeira  Livros brasileiros são mto conflituosos

Secessão: envolvem territórios dependentes  povo tem direito à independência

Estado sucedivo A  permanece existindo


Estado sucessor B  origina-se em parte do território de A

Apenas parte do território passou pela secessão de estados

Descolonização: colônia obtem dependência e forma novo estado

Emancipação:

Ex: sudão do sul, Montenegro, ex republicas soviéticas,

Dissolução/desmembramento

Estado sucedido A  desaparece

Estados sucessores B e C  surgem

Abrange todo o território

Ex: Tchecoslováquia  Republica Tcheca e Eslovaquia

Iugoslávia  vários estados

Dissolução da republica árabe unida  Egito e Síria

Unificação/Fusão

Estados sucedidos B e C  desaparecem por união

Estado sucessor A  surge

Abrange todo o território

Precisa haver condições de igualdade  não há predomínio de um em relação aos demais

Criação de novas instituições

Incorporação/anexação total/agregação

Prevalência de um estado sobre os demais

Estado B  sucessor  desaparee

Estado A  sucedido  incorpora B e continua a existir com predominância

Ex: reunificação alemã após a segunda guerra


Anexação parcial

“moving treaty boundaries”

Ambos os estados continuam a existir

Estado A (Sucessor) absorve parte do Estado B (sucedido)

Ex: alsacia e lorena entre Alemanha e frança, acre entre brasil e bolivia, crimeia entre ucrania e
russia

TRATADOS QUE TENTARAM CODIFICAR NORMAS DE SUCESSÃO

Convenção de Viena de 1978 sobre sucessão de estados em matéria de tratados

Brasil não é parte

Vigor em 1996  baixíssima aceitação

Mais ou menos 20/190 estados parte

Somente codificou parcialmente o costume internacional  pois não abrange todos

Costume ainda é a principal referencia

Convenção de Viena de 1983 sobre a sucessão de estados em matéria de bens, arquivos e dívidas

Ainda não está em vigor

Mínimo não foi atingido

Precisa de uns 15 e tem 8

Brasil não parte

Costume internacional rege as discussões

Pode ser utilizada no que reflete o costume internacional

Sucessão de estados em matéria de tratados

Há três regras que independem da modalidade da sucessão

Tratados territoriais/dispositivos/localizados: geral direitos e obg em relação a certo


território

Costume internacional + art. 11 e 12 da convenção 1978 + jurisprudencia


Criam obg de natureza real (in rem)  quem o território, cumpre a obg

Aplica-se sempre o principio da continuidade

Obrigações automaticamente transferidas para estado sucessor

“Run with the land”

Ex: tratados que estabelecem limites

Tratados que estabelecem direitos de passagem por território

Que estabelecem zonas desmilitarizadas

Que estabelecem direitos de navegação  canal de suez no Egito

Tratados cuja conjuntura política é elemento essencial para sua celebração

Sempre regidos pelo princípio da tabula rasa  obg jamais passa para sucessor

Novo estado deverá requerer a ingresso e adesão a obrigações

Ex: tratados que criam obg internacionais

Tratados de aliança ou defesa militar

Tratados de DH seriam regidos pelo principio da continuidade

Dúvidas  não está claro no atual costume internacional

Tese do prof Cançado Trindade

População do território não pode sofrer prejuízos com a sucessão

Manter usufruto dos DH já em vigor no território

Demais tratados: Efeitos da sucessão de estados dependem da modalidade de sucessão

Secessão:

Convenção de 1978: art. 34  principio da continuidade

Exceção: se a continuidade for contrária ao objeto do novo estado

Ex: secessão do RJ  não continua tratado sobre preservação amazonica

Costume: tabula rasa

Emancipação/descolonização:

Convenção de 1978: tabula rasa


Costume: tabula rasa

Dissolução/desmembramento:

Convenção de 1978: art. 34  continuidade

Não há estado sucedido para continuar

Costume: continuidade

Unificação/fusão:

Convenção de 1978: art 34  continuidade

Costume: continuidade

Pode ocorrer de certos tratados serem aplicados em parte do território

Pode expandir em comum acordo com demais estados

Incorporação/anexação total:

Convenção de 1978: art 31  continuidade

Costume: tabula rasa

Estende tratados do país que incorpora

Anexação parcial:

Convenção de 1978: art 15  tabula rasa

Costume: tabula rasa

Sucessão de estados em matéria de bens, arquivos e dívidas do estado

CV 1983 não está em vigor

Arts. 14-18: bens

Arts. 27-31: arquivos

Arts. 37-41: dívidas do estado

Regras gerais que independem da modalidade da sucessão

Bens imóveis no território do estado sucessor passam automaticamente para ele

Prédios e etc. independem de indenização

Bens moveis e arquivos: passam ao estado sucessor se desempenhavam atividades no território


Ex: ambulância, carro de policia, etc.

Dívidas locais  contraída para beneficiar parte do território

Assumidas por quem ficar com o território

Ex: dívidas para pontes, estradas, etc

Dívidas odiosas  contraídas para impedir a sucessão de estados

Fica com o estado sucedido

Bens em caso de unificação/incorporação  junção nos estados sucedidos

Bens em caso de secessão/dissolução  divisão dos bens no estrangeiro é diferenciada

Secessão: ficam no estado sucedido

Dissolução: divisão equitativa

Dívidas em caso de unificação/fusão  reunidas

Dividas em caso de secessão/dissolução  distribuição equitativa

De acordo com bens, direitos e interesses recebidos

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