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UNIVERSIDADE DE VASSOURAS

Pró-Reitoria de Integração, Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e Relações Externas.

CURSO DE PSICOLOGIA

Unidade Curricular: Psicanálise - optativa

José Roberto Pinto – mat. 201911160

Professora: FERNANDA SAMICO

Trabalho: Estudo Dirigido

Vassouras, 2019
1) Toda a relação do sujeito com o mundo é mediado pela realidade
psíquica. Comente a frase com o debatido em sala.

R: Pode-se dizer que a realidade psíquica é subjetiva; as palavras e ações com


sentidos próprios que nos revela e nos insere no mundo. O inconsciente é a
verdadeira realidade psíquica. Em algum momento, Freud vai se referir à realidade
psíquica como inconsciente; no que, este, nos é desconhecido, assim como o
mundo externo. ( Freud, 1900/1996, p. 637). Mesmo inicialmente, não havendo uma
conceituação à realidade psíquica, Freud vai buscar nas noções de fantasia e
desejo, o como caracterizar a realidade psíquica. Tal caracterização nos permite
pensar a realidade psíquica como uma construção que abriga o desejo, e o toma
como causa das representações possíveis à sua realização; no que, a concretização
é mediada pela fantasia. Assim, Safatle (2009,p.31) nos afirma que o desejo seria
condição de percepção do mundo [...] “ revelando sua função intencional
determinante na interação do sujeito com o meio”.

Cite brevemente os pontos de divergência entre traço estrutural e sintoma.

R: Antes de responder a questão, primeiro vamos entender traço estrutural e


sintoma, para depois considerarmos as divergências. A Psicanálise afirma a
existência de três estruturas clinicas: a neurose, a psicose, e a perversão. O
tratamento psicanalítico depende do diagnóstico por parte do analista. Este deverá,
após algumas sessões preliminares, determinar a estrutura do sujeito e como se
dará a sua análise a partir disso. Ater-se a tais estruturas é, portanto, um a
ferramenta e um recurso importantes para o clínico. Todo o sucesso ou fracasso do
tratamento depende, em grande parcela, do diagnóstico. Com base nisso, pode-se
dizer que o sintoma é um significante a ser decifrado através da escuta do que o
sujeito revela na fala para além do que ele diz. Para Freud, o sintoma aparece como
expressão de um conflito psíquico; mensagem do inconsciente e satisfação
pulsional. Já Lacan, lendo Freud, apresenta o sintoma como mensagem; gozo e
invenção. Assim, quando nos referimos a traços estruturais, há uma dimensão de
submissão ao significante, e mesmo, a lei do desejo do indivíduo, também existe
uma determinação incontrolável que se efetua apesar do sujeito e depende do
funcionamento da estrutura. Já quando falamos em sintoma, divergindo de traço
estrutural, observamos um processo em que uma manifestação do inconsciente
pode ser originada por distintos fatores heterogêneos, passível de receber diferentes
interpretações, e uma mesma realidade pode ser gerada por uma multiplicidade de
causas. Temos a condensação metafórica e uma substituição do significante.

2) A expressão freudiana “fase pré-edipiana” corresponde a que


entendimento?

Pode-se dizer que a fase pré-edipiana é a que identifica o período anterior a


instauração do complexo de Édipo, podendo ocorrer aproximadamente antes dos 3
anos de vida da criança, e característico do desenvolvimento psicossexual em que
há evidente predomínio, tanto no menino quanto na menina, o apego à mãe como
objeto sexual. Do ponto de vista terminológico, convém distinguir nitidamente os
termos "pré-edipiano" e "pré-genital". O termo pré-edipiano refere-se à situação
interpessoal (ausência do triângulo edipiano), e o termo pré-genital diz respeito ao
desenvolvimento da sexualidade (oral, anal e fálica). É claro que o desenvolvimento
do Édipo desemboca, em princípio, na instauração futura da organização genital na
puberdade. Mas não podemos fazer coincidir a fase da genitalidade e a plena fase
da escolha de objeto definida no Édipo.

3) Afirmamos que frente à castração, o sujeito escolhe certas modalidades


de enfrentamento do desamparo. Quais são, e a que estruturas clinicam
se relacionam?

A psicanálise afirma a existência de três estruturas clinicas: a neurose; psicose, e


perversão. A neurose atua no sujeito através de um conflito em que há um
recalque. A psicose, com um mecanismo de forclusão, em que há uma
reconstrução de uma realidade delirante ou alucinatória. Já a perversão, é mantida
através de denegação ou desmentido, faz com que o sujeito, ao mesmo tempo,
aceite e negue a realidade, com uma fixação na sexualidade infantil.
4) Qual a diferença estrutural entre complexo de Édipo e complexo de
Castração?

Pode-se dizer que no complexo de Édipo há um misancene do drama edipiano. Já


no complexo de Castração, há uma ligação direta com o falo. O Édipo é um
processo que começa com a fase fálica e termina com a castração e a consequente
introdução da criança no período de latência. A castração é uma operação que anula
a universalidade imaginária do falo e determina o reconhecimento da diferença
sexual: os seres femininos, nomeadamente a mãe, não têm falo. A castração implica
a des-falicização do mundo ( dos seres, do que existe). Acabou o mundo de
fantasias em que tudo é possível, em que tudo goza ( em que a satisfação total é
possível).

5) Qual é o período em que a escolha objetal é o cuidador?

A fase puberal.

6) O que tal período tem a ver sobre as teorias sexuais infantis?

Tal fase coincide com a capacidade cognitiva da criança de elaborar teorias sexuais
acerca de sua existência, da diferença anatômica dos sexos e de onde vem os
bebês.

7) “Afirma-se que o efeito do reconhecimento da diferença anatômica


entre os sexos é o facilitador para o Édipo em meninos e meninas”. A
assertiva está correta? Justifique.

Não. A sexualidade infantil é dominada pelo primado do falo. As crianças acreditam


que todos os seres, independentemente do gênero, são providos de um falo. É esta
crença na universalidade do falo que define a fase fálica ou edipiana. Assim, o Édipo
é um processo que começa com a fase fálica e termina com a castração que é uma
operação que anula a universalidade imaginária do falo e determina o
reconhecimento da diferença sexual. Tal diferença se dá pela constatação de que a
castração corresponde à assunção da falta, do negativo. Esta assunção é
constitutiva e constituinte do sujeito; o que faz da castração uma operação estrutural
e estruturante, porque introduz o sujeito à realidade da diferença.

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