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PUNHAL. A desconhecida tropa de elite da FAB.

ORIGENS. Por Anderson Barros


Em 1993 o Estado Maior do então Ministério da Aeronáutica aprovou a criação de uma nova
tropa voltada para a realização de Missões Especiais com responsabilidades ampliadas, maior
flexibilidade de emprego, e maior autonomia na realização de missões. Os primeiros
operadores da nova tropa foram selecionados de unidades de infantaria da FAB e de militares
do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS) passando a ser conhecida como GEI (Grupo
Especial de Infantaria)posteriormente foi renomeado como Pelotão Especial de Infantaria (PEI)
e mais tarde recebendo a designação de Pelotão de Operações Especiais (PELOPES-RJ)
sendo sediada no Batalhão de Infantaria BINFA no Rio de Janeiro (atual Batalhão de Infantaria
Especial do Rio de Janeiro - BINFAE-RJ) sediado no III COMAR. O Estágio Básico de
Admissão ao PELOPES foi sendo ministrado por oficiais de infantaria da Força Aérea
Brasileira, lotados no III Comando Aéreo Regional e que haviam se especializado em ações de
comandos, através do curso de ações de comandos da Companhia de Ações de Comandos
(atual 1º Batalhão de Ações de Comandos), na época subunidade do 1º Batalhão de Forças
Especiais do Exército Brasileiro, estes oficiais também haviam concluído oCOESP-PMERJ do
Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro,
assim como o curso de para-comandos do Esquadrão Aero terrestre de Salvamento (PARA-
SAR) da FAB. Sua designação atual PUNHAL veio após a operação Rio, onde os integrantes
do até então PELOPES-RJ participaram da tomada de favelas cariocas em conjunto com
militares de elite do EB e da Marinha. Onde recebeu o código de chamada “PUNHAL” poder
distinguir este grupo de outras unidades nesta operação, desde então passou a ser designada
por esta denominação que carrega até os dias de hoje. Logo a palavra foi incorporada ao grito
de guerra da tropa: INFILTRA! DESTRÓI! RETRAI! PUNHAL!
Acima: Os soldados do PUNHAL são treinados para operar em todos os
ambientes encontrados no Brasil. Aqui, os soldados estão no Estágio de Adaptação à Caatinga
(EAC) do exercito brasileiro que os prepara para operar em ambientes semi-árido. Para realizar
missões nesse terreno os militares do passam pelo Estágio de Adaptação à Caatinga (EAC)
ministrado pelo exercito brasileiro que os prepara para operar neste tipo de Terreno.
Em 2002 o Estágio Básico de Admissão ao Pelotão de Operações Especiais (PELOPES),
quando foi redesignado Estágio de Operações Especiais. Sendo posteriormente sua
denominação, alterada para “Curso de Operações Especiais”, tornando-se formação padrão
para os novos integrantes dos Pelotões de Operações Especiais do III COMAR, o que inclui
além do Pelotão PUNHAL, os extintos PELOPES do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica
Especial dos Afonsos PELOPES-AF e do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial do
Galeão PELOPES-GL. A partir de 2008 o passou a ser denominado “Curso de Operações
Especiais em Segurança e Defesa” (COESD), destinado a formar integrantes dos antigos
PELOPES da FAB, mas podendo ser freqüentado também por militares do Exército e da
Marinha brasileiros. Desde então o PUNHAL vem se tornando o Curso de Operações Especiais
padrão da FAB substituindo gradativamente o Para-Comandos (este ultimo sendo apenas
aplicado para os membros do EAS).
O Pelotão PUNHAL apesar de apenas um pouco mais de uma década de existência, já se
firmou ao lado do Esquadrão Aero terrestre de Salvamento (EAS-PARA-SAR), como unidade
de elite Aero terrestre da FAB, sendo a única unidade da FAB criada exclusivamente para
cumprir missões de comandos incumbido de realizar operações especiais em qualquer local do
Brasil ou exterior, a fim de garantir a segurança do pessoal, material bélico, aeronaves,
interesses e operacionalidade das bases aéreas da Força Aérea Brasileira.
Acima: O PUNHAL representa uma das tropas de elite do Brasil, representando a FAB nas
missões especiais designadas em qualquer luygar do território nacional ou no estrangeiro como
no Haiti vista nesta foto.

TREINAMENTO
O treinamento de formação do PUNHAL e considerado um dos mais rigorosos do Brasil. Para
ingressar no Pelotão PUNHAL o interessado deve inscrever-se no COESD Curso de
Operações Especiais em Segurança e Defesa - PUNHAL e conseguir concluir todas as etapas
do curso. O aluno do COESD apresenta as seguintes características e deve atender às
seguintes condições para a matrícula: Ser voluntário, fator fundamental em uma tropa em que
muitas vezes ultrapassa seus próprios limites físicos e psicológicos, ao contrario do PARA-SAR
o Pelotão PUNHAL admite militares do quadro temporário como soldados de segunda classe,
soldados de primeira classe e cabos não estabilizados e estar servindo em Unidade de
Infantaria.
Os objetivos visam preparar o combatente para realizar missões de caráter não convencional
confiadas aos extintos PELOPES da FAB, de acordo com o interesse do Comando da
Aeronáutica proporcionando aos alunos conhecimentos que os capacitem planejar e executar
missões como componentes de um Pelotão de Operações Especiais em proveito da segurança
e defesa, bem como na condução da formação e treinamento de suas equipes; demonstrar
atitudes compatíveis com a função de um Elemento de Operações Especiais; valorizar o papel
das atividades operacionais desempenhadas por uma Tropa Especial.

Acima: Alunos durante o curso do Punhal portando o Fuzil HK-33 calibre 5,56X45
mm. e Espingarda Boito pump calibre 12. O uso de espingardas calibre 12 são extremamente
úteis em combate em ambiente confinados CQB (Close Quarter Battle) pela sua devastadora
ação de sua munição, a curta distancia. No assalto desempenham tanto um papel anti-material
para as entradas, como anti pessoal, na segurança das equipes de vasculhamento e saído do
local.
Os futuros alunos passam por uma pré-seleção em que cada candidato passa por um duro
teste de aptidão física (natação, corrida, força, resistência, etc.) que visa avaliar seu
condicionamento físico. O treinamento dado aos candidatos aprovados para entrarem no
“Curso de Operações Especiais em Segurança e Defesa” (COESD) PUNHAL é dividido em
varias fases, cada uma recebendo tipos de instruções diferentes. A primeira fase do
treinamento dos futuros Punhais visa preparar os alunos para um condicionamento físico e
psicológico básico. A primeira semana é conhecida como semana zero ou semana do inferno
(Hell Week) onde os alunos recebem um intenso treinamento físico militar voltado para
operações especiais. Essa semana também visa a eliminação dos candidatos mais fracos. Os
alunos são levados ao limite físico e psicológico onde a maior parte dos candidatos pedem
para ir embora. Nessa fase as instruções são realizadas nas dependências do III COMAR e a
seguir numa área em torno da represa de Ribeirão das Lajes, localizada em Paracambi, Estado
do Rio de Janeiro. Nesta fase os alunos são submetidos a corridas plenamente equipados para
combate, além de superar trechos com obstáculos, natação utilitária em rios e oceano, nós e
amarrações, navegação terrestre, combate corpo a corpo, técnicas de camuflagem, tática de
combate terrestre e treinamento físico militar voltado para operações especiais.

Acima: O elemento do PUNHAL é preparado para todo o tipo de sutuação de combate,


incluindo operações anfíbias. Nesta foto o soldado está usando um moderno fuzil Sig 551 em
calibre 5,56X45 mm.
A segunda fase, os alunos do PUNHAL mantêm o treinamento físico militar e começam a
receber instruções de outras tropas como operações anfíbias, resgate e retomada onde os
operadores PUNHAL recebem instrução de Close Quarter Battle (CQB), onde aprendem a lutar
no interior de edificações, aeronaves, ônibus, embarcações e trens, com o objetivo de resgatar
reféns ou simplesmente eliminar o inimigo sendo ministrado pelo Comandos Anfíbios dos
Fuzileiros Navais, uso de agentes químicos e explosivos, patrulhas, segurança de comboios,
noções de inteligência, doutrina de combate em localidades que visam à realização de ações
com enfrentamento em meio urbano e uso dos sentidos na identificação de distâncias visuais e
ruídos dos disparos de armas de fogo. Esse treinamento é ministrado em conjuntos com o
BOPE-RJ. A fase final é integrada por operações helitransportadas, instruções de
Montanhismo com a travessia das Serras do Camorim e dos Órgãos posteriormente os
operadores PUNHAL realizam o estágio de escalador militar – executado no 12º Batalhão de
Montanha do Exército Brasileiro (quando são executadas patrulhas e navegação terrestre). O
operador PUNHAL também realiza instruções de exercício simuladoUTEPAS - UNIDADE DE
TREINAMENTO ESPECIAL DE AERONAVES SUBMERSAS. Treinamento desenvolvido pela
Marinha do Brasil com a finalidade de melhorar a sobrevivência de quedas de aeronaves de
asa rotativa na água (helicóptero) na base aeronaval de São Pedro d’Aldeia.
Acima: O grupo PUNHAL recebendo treinamento UTEPAS - UNIDADE DE TREINAMENTO
ESPECIAL DE AERONAVES SUBMERSAS visando aprimorar a capacidade de sobrevivência
dentro de aeronaves submersas.
Todos os integrantes do Pelotão PUNHAL, após concluírem o Curso de Operações Especiais
em Segurança e Defesa, são enviados ao Centro de Instrução Pára-Quedista General Penha
Brasil (CIPqdtGPB) na Brigada de Infantaria Pára-quedista para realização do curso de pára-
quedista militar com saltos semi-automáticos, e salto livre de paraquedas. Por fim os militares
estabilizados realizam outros três cursos também ministrados pelo exercito (mestre de salto,
mestre de salto livre e mestre de salto precursor), sendo a conclusão com êxito deste curso
muito importante para a formação dos comandos do Pelotão PUNHAL, já que o Pelotão
PUNHAL é uma unidade que cumpri missões aero terrestres.
O Pelotão PUNHAL sempre mantém suas equipes atualizadas e buscando cada vez mais
especializar seus homens para o emprego em distintos ambientes operacionais e atualizar os
conhecimentos sobre novas técnicas com as forças que empregam tais equipes especializadas
neste caso destacam-se os curso do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS).
Reconhecido como o melhor em todo o mundo em seu gênero. Curso de mergulhador de
combate (conduzido pela Marinha do Brasil) capacitando-os a executar, os diversos tipos de
Operações Especiais submarinas. Na caatinga, em particular são realizados adaptação à
Caatinga (EAC) do Exército Brasileiro, especializados em operações na região de clima semi-
árido. Curso de Operações Especiais ministrado pelo BOPE (Batalhão de Operações Policiais
Especiais) da polícia do Rio de Janeiro, o treinamento dado consiste na aprendizagem de
táticas de progressão em favelas, combate ao terrorismo, progressão em área urbana,
aperfeiçoamento de Tiro (tiro policial), curso de ações de comandos ministrado pelo Exército,
realizando também diversos outros cursos.
Acima: Os membros do Punhal treinam com suas submetralhadoras HK MP-5. Ideal para
combate CQB (Close Quarter Battle) devido ao seu tamanho facilitas as ações no interior de
edificações, aeronaves, ônibus, embarcações.

EM AÇÃO
Batismo do Punhal.

O Pelotão PUNHAL foi incumbido de apoiar tropas especiais do Exército e da Marinha, que
durante a chamada Operação Rio, tomou de assalto pontos de venda de drogas em favelas
cariocas. Devido ao sucesso e grande êxito dessas operações que se sucederam durante a
operação Rio, o pelotão PUNHAL, foi merecedor de um elogio feito pelo comandante
do Comando Militar do Leste, em ofício encaminhado ao comandante do III COMAR.
Missão no Haiti.
Reconhecendo o seu alto grau de profissionalismo e qualificação, em 2010, cinco dias após o
terremoto que assolou o Haiti, o Ministério da Defesa em conjunto com o Comando da
Aeronáutica decide enviar o pelotão PUNHAL para compor a MINUSTAH (Missão das Nações
Unidas para Estabilização do Haiti) com a missão de prover segurança ao Hospital de
Campanha e a unidade celular de intendência montados pela FAB para atender o povo haitiano
por ocasião daquela catástrofe. Tornando-se assim a primeira tropa da infantaria da
Aeronáutica a cumprir missão no exterior.
Outras operações.
A mais recente missão atribuída ao Pelotão PUNHAL foi a segurança de autoridades durante
os Jogos Mundiais Militares realizado no Rio de Janeiro em 2011. Outra missão atribuída ao
PUNHAL foi a segurança dos comboios da comitiva do Presidente Americano Barack
Obama durante sua visita ao Rio de Janeiro. Durante a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi realizada na cidade do Rio de Janeiro o Pelotão
PUNHAL atuou ao lado do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS - Para-Sar) na
segurança dascomitivas que passam pelos aeroportos do Rio de Janeiro e pela Base Aérea do
Galeão durante a Rio + 20. As missões atribuídas as Forças Especiais da FAB foram desde o
acompanhamento à distância até, em último caso, retomar uma aeronave sob controle hostil.
Para isso a FAB empregou o PUNHAL juntamente com o Para-Sar durante a Rio+20. Onde os
membros do PUNHAL puderam operar em conjunto com o Para SAR sendo a primeira missão
conjunta das duas tropas de operações especiais da FAB.

Acima: Os soldados PUNHAL se preparam para um salto de alta altitude HALO (High Altitude/
low opening) e HAHO (High Altitude // High opening).

ARMAMENTO
Os operadores PUNHAIS contam com equipamentos modernos, como botes de infiltração e
patrulha, kits de primeiros socorros, equipamentos para escalada, facões, moto-serras,
designadores laser, óculos de visão noturna (NGV Night Vision Goggles), sistema M3TR
(Fabricados pela Rohde & Schwarz) que permite a transmissão de dados e voz criptografados
e com salto de freqüências para garantir a segurança e o sigilo da missão. Seguindo a tradição
de algumas tropas modernas ao redor do mundo o Pelotão PUNHAL possui uma faca de
combate projetada de acordo com suas necessidades a “Urutu PUNHAL”. Uma arma
característica da tropa que segue, por exemplo, o conceito dos Gurkhas que possuem uma
faca própria com uma lâmina de formato curvo conhecida como Kukri.

Acima: Embora não seja uma arma ideal para tiros de precisão a longa distancia, devido ao
calibre 5,56X45 mm, o PUNHAL possui alguns de seus HK-33 equipado com miras opticas e
bipé para apoio em tiros de maior precisão.
O armamento padrão do operador PUNHAL é composto pelo fuzil HK-33 desenvolvido pela
empresa alemã Heckler & Koch possuindo coronha fixa de polímero ou coronha metálica
retrátil. Podendo ser equipado com baioneta e lançador de granadas lançador de granadas HK-
69A1 de 40 mm na parte de baixo da telha e mira óptica ACOG. O PUNHAL também utiliza o
fuzil suíço SIG SG-551(5,56 X 45 mm), e que pode ser equipado com um lança granadas GL-
5040 de 40 mm. Essa arma é uma versão com cano mais curto (14 polegadas) do celebre fuzil
SG-550, já descrito por este blog, permitindo seu manejo em áreas apertadas como dentro de
um helicópteros ou aeronave de transporte de pára-quedistas. Pistolas Taurus PT-92, Beretta
M-92, calibre 9 mm ou a velha pistola IMBEL M-973 9 mm que é baseada na modelo da
pistola Colt 1911. Submetralhadora Taurus MT-12 9 mm, metralhadoras Browning M-2HB em
calibre .50 (12,7mm ) e FN MAG, em 7.62mm , escopeta Gaugio 12 CBC/Boito e o fuzil Sniper
HK PSG-1. Futuramente a FAB deverá adotar o Fuzil IMBEL IA2 e o PUNHAL poderá contar
com um fuzil moderno de fabricação nacional.

Acima: Operador PUNHAL portando o moderno fuzil SIG 551. Porém, por uma questão de
padronizar o armamento, está previsto que o PUNHAL receba os novos fuzis Imbel IA-2 em
calibre 5,56X45 mm.
O Pelotão PUNHAL também pode contar com armas utilizadas exclusivamente pelas Forças
Especiais da FAB como a Carabina M-4A1, calibre 5,56X45 mm que pode receber um lançador
M-203 de 40 mm, Submetralhadora MP-5 calibre 9 mm. Submetralhadoras Mini-Uzi, calibre
9x19mm e o Míssil Portátil SAM Superfície-Ar 9K38 IGLA. Alem dessas armas os operadores
PUNHAL também contam com o uso da Besta (Crossbow) em missões que a eliminação do
inimigo devido a sua operação silenciosa para que a missão seja realizada com sucesso.

Fuzil HK-33 em calibre 5,56X45 mm.

Fuzil HK-33 com lançador de granadas HK-69A1 de 40 mm.


Fuzil SIG 551 em calibre 5,56X45 mm.

Fuzil Colt M-4A1 em calibre 5,56X45 mm.

Fuzil Colt M-4A1 com lançador de granadas M-203 de 40 mm.

Fuzil Imbel IA-2 em calibre 5,56X45 mm.

Fuzil HK PSG-1 em calibre 7,62X51 mm.

Pistola Taurus PT-92 em calibre 9 mm.


Pistola Imbel M-973 em calibre 9 mm.

Submetralhadora Taurus/ Beretta MT-12 em calibre 9 mm.

Submetralhadora HK MP-5 SD em calibre 9 mm.

Submetralhadora Mini UZI em calibre 9 mm.


Espingarda Boito pump calibre 12.

Metralhadora FN MAG em calibre 7,62X51 mm.


Metralhadora pesada Browning M-2HB em calibre .50 (12,7X99 mm).

Acima: Operadores Punhal invadem um avião com suas HK MP-5SD.

ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM IMAGENS E CENAS DO PUNHAL.

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