Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Trabalho colaborativo – o que fazemos e o que não fazemos nas escolas? Revista
NOESIS, Julho Setembro 2006.
Faço parte dos muitos portugueses que neste momento se deliciam com uma série que
passa na televisão – Dr. House. Nesta interessante série, a intriga gira em volta do
trabalho de uma equipa de médicos num hospital americano, especialistas em
diagnóstico de situações clínicas particularmente complexas, embora cada um deles
proveniente de uma especialidade médica clássica (neurologia, oncologia, etc). A
equipa é dirigida por um médico particularmente notável na sua qualidade científica,
apesar de muito complexo como personalidade, agressivo e difícil, mas que acaba por,
com a sua equipa, que ele nem trata particularmente bem (isso é parte do “enredo” da
história), quase sempre resolver o problema, salvando – ou por vezes não – o doente
em risco.
A necessidade de escrever este texto trouxe-me à reflexão esta série, que aqui usarei
como metáfora, porque, naquela situação, o trabalho colaborativo é muito evidente e
dele depende a solução clínica.
Que tem tudo isto a ver com o assunto deste artigo? Na minha análise, e ressalvadas
as óbvias diferenças entre uma equipa de médicos de diagnosticologia, numa série de
ficção, e uma equipa de professores de uma ou várias turmas numa escola, em
situação real, várias semelhanças e diferenças podem ser analisadas com vantagem.
Deixo aos leitores o desafio de as discutirem entre si…colaborativamente.
Como meu contributo para desencadear essa discussão, deixo o meu próprio ponto de
vista, para que possa ser confrontado com outros:
A) O que torna este tipo de trabalho trabalho profissional colaborativo não é (embora
também exista e seja importante em dimensões variáveis):
- a boa relação de amizade e convívio entre os profissionais da equipa;
- a partilha narrativa das suas apreensões e desconfortos diários;
- a constatação em comum da dificuldade da situação e a correspondente
mágoa.
Boa discussão! E se puderem, vejam a série uma vez por outra… e troquem ideias
comigo através do e-mail maria.roldão@netcabo.pt