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UNIDADE 3

DESENVOLVIMENTO NA IDADE PRÉ-ESCOLAR

Esta unidade faz a abordagem de alguns


dados relativos ao desenvolvimento na
idade pré-escolar (2/3 – 5/6 anos).
Desenvolvimento Físico
Entre os 2 e os 6 anos o corpo da criança
perde um pouco a estrutura infantil;

Há mudanças no
tamanho, forma e
proporção do corpo.
Desenvolvimento e mudanças
fisiológicas
Por volta dos 3 anos, as crianças tornam-se mais
compridas e mais esguias.
Começam a perder a face redonda.
Os músculos abdominais desenvolvem-se – a
barriga diminui
O tronco, os braços e as pernas ficam mais
compridos.
Peso e altura
Durante este período
a criança cresce cerca
de 7 centímetros e
aumenta 2 Kg por
ano.
Dentição

Por volta dos 3 anos, os 20 dentes


estarão no seu lugar. (Atenção
à chucha e ao uso do polegar)

A dentição definitiva só aparecerá


por volta dos 6 anos
Alimentação
As crianças em idade pré-
escolar comem menos, em
proporção ao seu tamanho, do
que os bebés.
À medida que o ritmo de
desenvolvimento diminui, elas
necessitam de menos calorias
por quilo de peso corporal.
Alimentação
• Preocupação dos pais
• As crianças nesta idade
auto-regulam as suas
necessidades e a ingestão de calorias.
O que comer?
As quantidades não são preocupantes.
Mas, e o QUE comer?
As exigências nutricionais das crianças pré-
escolares:
Proteínas – carne, peixe, ovos, leite
Vitamina A – cenouras, espinafres, gema do ovo
Vitamina C – citrinos, frutas em geral, tomate, hortaliças
Cálcio – leite, bróculos, salmão
Alimentação

Apenas 30% do total de calorias ingeridas


deve provir de gorduras e menos de 10%
de gorduras saturadas.
Açucares e refrigerantes, cereais doces
desaconselhados
Obesidade infantil
Existem mais crianças
obesas, principalmente
raparigas, do que há 25
anos atrás.
O Sono
Os padrões de sono mudam.

A criança pré-escolar tem o seu próprio ritmo.

Até cerca dos 5 anos ainda precisam de uma


sesta ou de um período de descanso diurno.
À noite
É às vezes problemático.
As crianças desenvolvem rotinas
Querem a luz acesa.
Dormir com um boneco ou cobertor preferido.

OBJECTOS TRANSICIONAIS – muito importantes,


ajudam a criança a passar da dependência
para a independência
Perturbações
do sono
20 a 30% das crianças
Esforços de adormecimento (1 a 2 horas)
Acordam durante a noite
Pesadelos
Terrores nocturnos (pânico, não está
acordada e volta a adormecer)
Enurese

A maior parte das crianças permanece


seca, dia e noite, entre os 3 anos e os 5
anos.

A enurese é comum durante a noite.

Que precauções se deve ter?


Higiene
É cada vez mais
independente ao nível
da sua higiene,
consegue comer e
beber sozinha
Motricidade

A motricidade grossa evolui


significativamente (flexibilidade e rigor nos
movimentos); a criança corre, salta e pula.
Pelos 2 anos já consegue saltar com os 2 pés;
Saltar num só pé: pelos 4 anos;
Alternar pés quando desce escadas: perto
dos 5 anos.
Preferência manual

Pelos três anos começa a demonstrar


preferência pela mão esquerda ou pela
direita.
A motricidade fina evolui bastante.
O aperfeiçoamento do traço evolui.
Lateralidade
9 em cada 10 pessoas
são dextras.

A lateralidade é o uso preferencial de


uma mão sobre a outra.
Relacionada com a dominância cerebral.
Desenvolvimento artístico

A criança nesta idade adora desenhar e


pintar.
O desenho infantil
O desenho infantil
A partir dos 2 anos, se dermos um lápis ou
uma caneta a uma criança, ela saberá
que serve para escrever no papel.
Inicialmente, a criança fará riscos e
garatujas, muitas vezes arriscando-se a
rasgar o papel, a amassá-lo ou a que ele
voe da mesa para fora.
As garatujas
Linhas verticais e em zigue-zague

A criança preocupa-se com a sua


colocação na folha.
3 anos

Estádio da forma: A criança desenha


círculos, quadrados, rectângulos,
triângulos e cruzes.
Estádio do design: combina as formas e
compõe um padrão
A criança passa a nomear o seu desenho.
Estádio pictórico – 4 a 5 anos
Aparecem os primeiros desenhos com
objectos reais ou pessoas.

REALISMO - Encorajamento do adulto


Desenho de uma criança de 3 anos
Desenho de uma criança de 4 anos
Desenho de uma criança de 5 anos
Evolução do desenho
Realismo intelectual: caracteriza-se pelo
facto de tudo ter que ter o máximo rigor
possível, em que a criança desenha do
objecto não aquilo que vê, mas aquilo
que sabe que existe.
Realismo visual: cresce o
empobrecimento, desenha o que vê.
Desenvolvimento cognitivo na
criança em idade pré-escolar
Piaget denominou o período pré-escolar como

ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO

Este estádio estende-se aproximadamente até


aos 7 anos.
Desenvolvimento cognitivo na
criança em idade pré-escolar

A principal diferença entre a criança do


período anterior (1ª infância) e a criança
em idade pré-escolar é a capacidade de
Pensamento Simbólico
Processos cognitivos
Função simbólica – capacidade de
representar algo mentalmente usando
símbolos. As coisas não precisam de
estar fisicamente presentes porque a
criança já tem a representação interna.

É o que permite a uma criança dizer “Quero um gelado!”


sem a presença de pistas sensoriais
Pensamento simbólico
Poder representar objectos ou acções através de
Jogo,Desenho
Linguagem, Imagem e Pensamento

Por exemplo, ao falar, brincar ou desenhar exerce a sua


função simbólica, representando uma coisa por outra.
Exemplos:
Ao desenhar uma roda, diz que fez um carro
Ao pôr um chapéu na cabeça, diz que é uma fada
Ralhar com a boneca
Aquisições mais importantes
Função simbólica
Compreensão da identidade
Compreensão da causa-efeito
Capacidade para classificar
Conceito de número
Identidade
Compreensão de quem é quem e o que é o
quê. Compreensão da invariabilidade das
coisas.

Exemplo da criança que chora quando o pai aparece sem


barba e com o cabelo cortado.
Noção de causa e efeito
A criança compreende as relações entre as
coisas, mesmo em contextos sociais.

“Ela está a chorar porque não quis vestir o pijama para ir


para a cama.”
Classificação
Conseguem classificar objectos de acordo
com a forma ou a cor;

Conseguem categorizar as pessoas (boas


amigas, não amigas)
Conceitos numéricos
Princípio 1 a 1 (um número para cada coisa)

Ordem estável (há uma ordem a seguir)

Ordem irrelevante (posso começar a contar pelo objecto que quiser que a
contagem será a mesma)

Cardinalidade (o último número a ser usado corresponde ao número total)

Abstracção (posso contar quaisquer tipo de coisas)


Estádio pré-operatório
Subdivide-se em dois sub-estádios:

1. Pré-conceptual – exercício da função


simbólica (2 - 4 anos)
2. Pensamento intuitivo (4 – 7 anos)
Sub-estádio pré-conceptual
Egocentrismo intelectual:
•Entendimento pessoal de que
mundo foi criado para si
•Incapacidade para compreender as
relações entre as coisas
Pensamento mágico
A criança é dotada de um
pensamento mágico e
imaginativo, que se expressa
nas brincadeiras do faz-de-
conta, na crença irrefutável
no Pai Natal, nos príncipes,
princesas, fadas e bruxas.
Animismo
atribuição de emoções e pensamentos a
objectos inanimados (ex.: criança bate na
mesa, porque se aleijou nela; ralha com a
boneca) – [dar vida às coisas]
Realismo
A realidade é construída pela criança, sem
objectividade; materialização de fantasias
(ex.: sonhou que o lobo está no corredor,
fica com medo de sair do quarto) – [dar
corpo ás coisas];
Finalismo

As coisas têm como finalidade a própria


criança, as coisas existem para ela.
Transdução
Estabelecer ligação entre duas coisas que
não têm relação (por exemplo achar que
os seus maus pensamentos ou
comportamentos puseram alguém
doente ou que foi responsável pelo
divórcio dos pais)
Egocentrismo

Incapacidade para ver as coisas de um ponto de


vista que não seja o seu próprio
Artificialismo
Explicação de fenómenos naturais como se
fossem produzidos pelos seres humanos
para servir a criança (ex.: a praia tem
areia para nós brincarmos);
Pensamento intuitivo

A pesar de ter noção de causa e efeito e se


verificar alguma capacidade de descentração
cognitiva, o pensamento ainda é irreversível e a
criança não distingue a diferença entre
transformações reais e aparentes.

Exemplo: 2 réguas ou 2 bolas de plasticina


Modificação do elemento
Igualdade inicial: experimental achatamento)     

Modificação do elemento Modificação do elemento


experimental (alargamento) experimental (partição)
                                            
Compreender os outros
A capacidade para entender as acções das outras
pessoas constitui uma avanço fundamental no
desenvolvimento cognitivo.

Como e quando é que as crianças começam a


compreender o que as outras sentem? Quando
é que começam a conhecer o seu próprio
estado mental?
Compreender os outros
As investigações indicam que entre os 2 e
os 5 anos o seu conhecimento acerca dos
estados mentais se desenvolve
dramaticamente.
Compreender os outros

Começam a perceber o que é o


pensamento, que este ocorre dentro da
nossa cabeça e que tanto pode lidar
com coisas reais como com coisas
imaginárias, que fazem coisas mesmo
que estejam com os olhos e os ouvidos
tapados e que pensar não é o mesmo
que ver, ouvir ou tocar.
No entanto, acreditam que,
quando a mente não tem nada
que fazer, ela não existe.
Parece não sabe que a mente está
sempre envolvida em
pensamentos, que o pensamento
é como uma fala para nós
próprios e que pensamos
enquanto estamos a fazer outras
coisas.
Realidade e fantasia
Algures entre os 18 meses e os 3 anos,
as crianças aprendem a distinguir entre os
acontecimentos reais e os imaginados. Sabem
fazer de conta/fingir e sabem quando alguém
está a fazer de conta.
Apesar disso, por vezes actuam como se as coisas
imaginadas, de facto, existissem (monstros,
bruxas, o papão).
Teoria da Mente
A Teoria da Mente refere-se à
nossa capacidade de fazer
suposições sobre o que os
outros pensam ou sentem;
ajuda-nos também a prever
os seus comportamentos

Nesta tarefa, uma boneca (Sally) coloca


o seu brinquedo numa caixa e sai da
sala. Enquanto isso, outra boneca (Anne)
tira o brinquedo da caixa em que Sally o
havia colocado e deposita-o em outra
caixa.
Pergunta-se à criança em qual das
caixas Sally provavelmente vai procurar
o brinquedo quando retornar à sala.
Desenvolvimento da
linguagem
Durante o período pré-escolar, as crianças
fazem todo o tipo de perguntas:
Quem pôs a água no mar?
Os cheiros vêm de dentro do nariz?

Há um particular interesse em
compreender tudo o que se passa no
mundo.
Desenvolvimento da
linguagem
Vocabulário
Até aos 6 anos a criança estende o seu vocabulário
até às 14 000 palavras, aprendendo em média 9
palavras novas por dia.
Consegue absorver a palavra e o respectivo
significado após ter ouvido a palavra a ser usada
duas vezes.
Desenvolvimento da
linguagem
Gramática e sintaxe
Usam os plurais
Usam os verbos, sabem conjugar o
pretérito
Sabem a diferença entre EU, TU e NÓS
Usam preposições
Alguns sinais de imaturidade
das crianças mais novas

Consegue responder à ordem:


“Arruma os teus brinquedos e depois vai ver TV.”
Mas se dissermos:
“Podes ver TV depois de arrumares os teus brinquedos”,
vai-se sentar a ver TV.

Com seis anos já fala fluentemente, e faz frases


compostas.
Aprendizagem de
regras gramaticais
Depois de aprenderem a regra,
generalizam-na mesmo nos casos em que
a regra não é aplicável.

Por exemplo: dizer “eu fazi” em vez de


“eu fiz”
Discurso social
Desenvolve-se de forma marcante nesta
idade. A criança tenta tornar o seu
discurso claro para o seu ouvinte e
presta atenção ao efeito do seu discurso
no outro. Tentam ajustar o que estão a
dizer ao que o seu ouvinte sabe.
Discurso interno
Falam de si para si, sem intenção de
comunicar com os outros. Repetem
palavras e frases incessantemente e
pensam em voz alta e falam quando
fazem coisas.
Desaparece por volta dos 9 anos.
ATRASO NO DESENVOLVIMENTO DA
FALA/LINGUAGEM: COMO IDENTIFICAR?

Cada criança tem um ritmo de tempo próprio e


diferente de todas as outras, o que para uma
pode ser adquirido na altura certa ou um pouco
mais cedo, para outra pode ser adquirido um
pouco mais tarde, sem que por isso seja
considerado um atraso.
Existem alguns sinais que poderão alertar para
eventuais atrasos no desenvolvimento da fala e/ou
linguagem

Quando a partir dos três anos ainda se verifique:


Fraco contacto visual
Fraca ou nenhuma reacção aos sons, à fala dos pais, à música ou
canto
Vocabulário reduzido
Frases curtas e muito imaturas
Dificuldade na elaboração de frases e na descrição de
acontecimentos recentes
Discurso difícil de entender
Alterações na articulação dos sons da fala com demasiadas trocas e
omissões
Dificuldade na compreensão de pedidos e perguntas.
COMO ACTUAR
Uma série de estratégias podem e devem ser
aplicadas, por forma a contribuir para o sucesso no
desenvolvimento da fala/linguagem da criança:
Falar muito com a criança com contacto visual;
Falar de forma clara e simples utilizando frases curtas;
Nomear o nome de objectos da casa, peças de
vestuário, partes do corpo, nomes de animais etc.
Pedir-lhe também para identificar e nomear esses
mesmos objectos;
Fazer jogos de palavras.
COMO ACTUAR
Não corrigir a criança todas as vezes que fala
mal; deve-se repetir o que a criança disse de
forma correcta,
Cantar com a criança,
Contar histórias de forma lúdica e divertida
Ajudar a criança a verbalizar pedidos,
evitando reforçar os gestos,
Reforçar os esforços com elogios.
É IMPORTANTE SABER

Os adultos que:
•Falam muito com as crianças,
•Lêem histórias
•Ensinam canções
•Aproveitam a variedade de situações do
quotidiano
Estão a estimular o
desenvolvimento da linguagem
É importante saber:

A entrada para o Jardim-de-infância, os


estímulos verbais que se estabelecem e
desenrolam de forma muito natural e
espontânea, quer com os adultos quer com as
outras crianças da sala, promove não só o
desenvolvimento das suas capacidades
comunicativas e linguísticas, como também, as
aquisições fundamentais para o seu
desenvolvimento global.
É importante saber:

Que aos seis anos de idade, com a entrada


para o 1º ano de escolaridade, um atraso no
desenvolvimento da linguagem pode dificultar
as aprendizagens da leitura e da escrita.
COMO ACTUAR QUANDO SE SUSPEITA DE
ATRASO

Os pais, ao suspeitarem de dificuldades na fala e ou


linguagem da sua criança, deverão pedir um
esclarecimento mais especifico nesta área:

- Pediatra e otorrinolaringologista
- Terapeuta da fala para a avaliação das capacidades
comunicativas e linguísticas da criança;
- Psicólogo para avaliação do desenvolvimento global da
criança.
CAUSAS
As causas do atraso no desenvolvimento da
linguagem não são claras.
Sabe-se que se a situação não for tratada,
há consequências graves ao nível
cognitivo, social e emocional.
A memória das crianças
A memória das crianças aumenta muito
durante o período pré-escolar.
A incapacidade para recordar
posteriormente acontecimentos passados
na infância pode dever-se à forma como
as crianças mais novas codificam os
eventos.
A memória
Memória episódica é apenas temporária; extingue-se ou é
transferida para a memória genérica.

A memória autobiográfica começa a partir dos 4 anos de


idade (relacionada com o desenvolvimento da
linguagem.

As crianças recordam mais facilmente actividades fora do


habitual.
Desenvolvimento psicossocial
O desenvolvimento psicossocial nesta faixa
etária tem sido muito estudado.
Considera-se que a criança, nesta fase,
lida com sentimentos, emoções e
conflitos ligados à
autonomia e independência.
Como é o auto-conceito da
criança?
O auto-conceito é a imagem que temos
de nós. É aquilo que acreditamos ser,
as nossas capacidades, defeitos e
traços que nos caracterizam.
Desenvolvimento do auto-
conceito
Os bebés vão aprendendo
gradualmente que são
seres separados e
individualizados das
outras pessoas.

O seu primeiro momento


de auto-reconhecimento
costuma ser quando se
olham no espelho.
Aos 3 anos têm noção de quem são e
reconhecem-se em fotos e vídeos.

Com 4 anos conseguem descrever-se a si


próprias, geralmente referindo-se àquilo
que sabem fazer (o que pensam de si
próprias é inseparável do que fazem).
A compreensão das emoções
A compreensão das emoções é muito
importante para o processo de
socialização, ajuda a controlar os
sentimentos e a ser sensível aos
sentimentos dos outros.
Desenvolvimento psicossocial
• A criança vai adquirindo uma compreensão
maior de si própria e do seu lugar nos
contextos sociais.

• O estado emocional confuso é muito comum, a


criança passa de um estado emocional para
outro rapidamente e tem dificuldade em
elaborar as suas emoções.
Emoções como a vergonha ou o orgulho
desenvolvem-se depois dos 2 ou 3 anos,
quando as crianças adquirem o auto-
conhecimento.

Há emoções que são derivadas


socialmente, dependem dos padrões de
comportamento dos pais.
Nesta idade as crianças têm
dificuldade em:
Fazer coexistir duas emoções
simultaneamente (por exemplo,
zangada e triste por ter sido
repreendida);
Ter dois sentimentos dirigidos a
alvos diferentes (zangada com o
irmão, triste com o pai);
Ter sentimentos diferentes para o
mesmo alvo (entusiasmo e medo
por ir para a escola).
Erikson: Iniciativa ou culpa
Necessidade de lidar com sentimentos
conflituosos é o aspecto central da crise
desta idade.

A criança pré-escolar quer fazer sempre


mais, mas está a aprender que há coisas
que são aceites e outras que não -
Conciliação
O Género
Pertencer ao sexo
feminino ou masculino
afecta a aparência das
pessoas, a forma como
mexem o corpo, como
trabalham, como se
vestem.

Influencia o que as
pessoas pensam delas
próprias e o que os
outros pensam delas.
Identidade de género
Vimos anteriormente que as crianças mais
pequenas já se reconhecem como
pertencendo a um género ou a outro.

No período pré-escolar, a identidade de


género tem um papel importante no
desenvolvimento do auto-conceito.
Diferenças
Catarina e João têm ambos 4
anos.
Enquanto bebés foram levados
a passear juntos ao parque,
aprenderam a andar de
triciclo juntos e frequentam
o mesmo Jardim de Infância.
De uma forma geral, os seus
percursos são similares, mas
existem muitas diferenças entre
eles.

Para além de possuírem órgãos


sexuais distintos, são diferentes
no tamanho, força, aparência,
capacidades físicas e cognitivas e
personalidade.
Quais as diferenças que se
devem ao facto de ele ser rapaz
e de ela ser rapariga?
Diversos estudos revelam que as
diferenças são poucas: no que diz
respeito ao comportamento, os
rapazes têm tendência para ser
agressivos; as raparigas são mais
obedientes, cooperantes e
procuram mais a aprovação dos
adultos.
Como se atinge a identidade de
género e se adquirem os papéis
sexuais?

Duas teorias:
1. Identificação com a figura parental do
mesmo sexo;
2. Aprendizagem social
Desenvolvimento da Identidade
de género

• É aprender que ser menino ou menina é


algo permanente e não modificável.
• Três etapas na compreensão do conceito
de gênero:
1- Identidade de género = nomear seu
próprio sexo (+-3 anos).
Conceito de género
2-Estabilidade de género = compreensão de que
se permanece com o mesmo género por toda a
vida (4 anos).

3- Constância de género = reconhecimento de


que o outro permanece com o mesmo género,
que veste roupas diferentes ou tem o cabelo
diferente (5-6 anos)
O Jogo e o Brincar no
Desenvolvimento da Criança
A generalidade das crianças passa a
maior parte do tempo a brincar.
Porque é importante brincar?
a) Promove o desenvolvimento cognitivo
em muitos aspectos:
Descoberta,
Capacidade verbal,
Habilidades manipulativas,
Resolução de problemas,
Capacidade de processar informação

(Rubin, Fein & Vandenberg, 1983);


Porque é importante brincar?
b) O empenho no jogo e o aumento dos
níveis de complexidade, alteram e
provocam mudanças na complexidade
das operações mentais (Levy, 1984);
Porque é importante brincar?
c) A criança aprende a estruturar a
linguagem através do jogo, isto é, brinca
com verbalizações e ao fazê-lo,
generaliza e adquire novas formas
linguísticas (Garvey, 1977);
Porque é importante brincar?
d) A cultura é passada através do jogo.
Esquemas lúdicos e formas de jogo
passam de geração em geração, adulto
para a criança, e de criança para criança
(Sutton- Smith,1979);
Porque é importante brincar?
e) Habilidades motoras são formadas e
desenvolvidas através de situações
pedagógicas que utilizam o jogo como
meio educativo (Neto & Piéron, 1993).
O JOGO E A BRINCADEIRA
Piaget distingue três grandes estruturas
que caracterizam a brincadeira infantil.
1.A brincadeira de exercício

Brincadeira sensório motora) é a primeira a


aparecer e caracteriza-se pelo desenvolvimento
pré-verbal.
A criança sente prazer pelo movimento.
O JOGO E A BRINCADEIRA

2.A brincadeira simbólica

A brincadeira simbólica surge junto com a


linguagem.
A criança começa a representar estruturas
ausentes.
O JOGO E A BRINCADEIRA

3.A brincadeira de regras

A brincadeira de regras (brincadeira cognitiva)


implica relações sociais e inter-individuais.
Esta aparece principalmente durante o período
de 7 a 11 anos.
A ENTRADA NO
JARDIM DE INFÂNCIA
EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR
Actualmente, mais do que nunca, as
crianças passam parte do seu dia no
Jardim de infância, na Creche ou na Pré-
escola.
 Mudanças culturais – papel da mulher
 CENTROS DE APRENDIZAGEM
O contexto de desenvolvimento da criança é inicialmente
a família, que constitui o ambiente imediato da
criança. A escola aparece posteriormente, oferecendo
outras formas de interacção.
Até há algum tempo, considerava-se o ambiente
doméstico o mais apropriado ao desenvolvimento
infantil. Contudo, com o ingresso da mulher no
mercado de trabalho, houve uma procura significativa
por instituições públicas ou privadas de atendimento à
criança pequena, alterando assim, o ritmo da vida
familiar.
Os contextos pré-escolares preparam a
criança para a escolaridade formal.
Desde os anos 70, tem havido tendência
em alguns países para que o ensino pré-
escolar inclua conteúdos académicos, o
que tem causado alguma preocupação
devido à pressão que é colocada nas
crianças.
EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR
O QUE CARACTERIZA UM BOM JARDIM DE
INFÂNCIA?
Depende da cultura
Iniciação escolar (pré-competências
académicas) ?
Ocupação?
OU Estimulação do desenvolvimento?
Estudos nos EUA
Nos Estados Unidos:

Um bom Jardim de Infância é aquele que


estimula o desenvolvimento das crianças em
todos os domínios – físico, social, emocional,
cognitivo -, através da interacção activa com
educadores de infância, outras crianças e
materiais cuidadosamente escolhidos.
Um bom Jardim de Infância oferece às
crianças um ambiente para explorar,
no qual possam escolher um leque de
actividades adaptado aos seus
interesses, capacidades e estilos de
aprendizagem.
“Talvez o contributo mais importante seja
fazer as crianças sentirem que a escola é
divertida, que a aprendizagem é
gratificante e que elas são
competentes.”
(Diane Papalia, Sally Olds, Ruth Feldman. in O Mundo da Criança)
Estilos Parentais – Diferentes Form
as de Educar
No sentido de melhor compreender os estilos de
educação adoptados pelos pais e suas
consequências, vários são os autores que têm
contribuído para uma classificação dos estilos
parentais de forma a poder avaliar o seu impacto
no desenvolvimento psicossocial da crianças e
prevenir que os mesmos sofram algumas
consequências nefastas, bem como promover
hábitos saudáveis para a relação pais-filhos.
Estilos Parentais
Diana Baumrind estudou os estilos parentais:
− Autoritário: os pais atribuem muito valor à
obediência e ao respeito pela autoridade;
− Permissivo: os pais impõem pouco controlo aos
filhos:
− Democráticos: os pais impõem regras mas
encorajam a negociação verbal com a criança

− Os estilos parentais afectam o comportamento da


criança
− Os pais autoritários promovam a baixa
independência e baixa auto-estima nas crianças.
Estilo Autoritário,
Há uma tentativa de controlar e modelar, de
forma rígida, as atitudes da criança.
Estes pais valorizam uma obediência absoluta,
recorrendo a medidas punitivas (verbais ou
físicas) para que esta se comporte de acordo
com a sua exigência.
São frequentes as críticas, as ameaças à criança
com retirada de afecto ou de regalias.
Estilo Permissivo
Os pais funcionam como recurso para os desejos
das crianças mas não como modelos.
Neste estilo existe a ausência de normas, não
encorajando qualquer obediência.
Há geralmente calor afectivo e comunicação
positiva, sem exigências de maturidade. Em
1983, este estilo foi dividido em dois (Maccoby &
Martin):
Estilo Indulgente
Os pais respondem aos pedidos das
crianças e são carinhosos, não sendo
exigentes quanto a normas ou deveres,
nem actuando como modelos de
comportamento;
Estilo Negligente
Os pais não se envolvem nas suas funções
parentais, havendo uma
desresponsabilização crescente ao longo
da vida da criança, mantendo apenas a
satisfação de necessidades básicas (físicas,
sociais, psicológicas e intelectuais);
Estilo Participativo ou Autoritativo

Há o estabelecimento de normas e limites, num


clima de calor afectivo.
A comunicação é positiva e optimista.
Estes pais adequam a sua atitude à
especificidade da criança, no tocante à sua idade
e motivações, fazendo exigências de maturidade
concordantes com as capacidades e interesses da
criança.
dimensões
EXIGÊNCIA
RESPONSIVIDADE + exigência + exigência
+ responsividade - responsividade
PAIS AUTORITATIVOS PAIS AUTORITÁRIOS

- exigência -exigência
+responsividade -responsividade
PAIS INDULGENTES PAIS NEGLIGENTES
A investigação tem demonstrado que pais
que adoptam um estilo parental
participativo têm filhos com maior
sucesso escolar e social.
De facto, se é importante que os filhos
tenham boas notas, o amor parental não
é condicionado por esse facto.
É importante que as crianças sintam que os pais
os amam incondicionalmente, mesmo quando
estabelecem limites (que naturalmente serão
questionados pelas crianças e jovens), quando
dizem ‘não’ ou quando os filhos cometem erros,
e que estas posturas sejam acompanhadas de
uma explicação ou reflexão conjunta sendo que,
em algumas situações, possam ser negociadas.
O percurso no sentido do sucesso nas
funções parentais é construído em cada
dia e, não obstante a investigação nos dar
várias noções que potenciam uma
educação mais eficaz, não há uma
linearidade que tão frequentemente pais e
educadores procuram.
De facto, o desenvolvimento social e afectivo de uma
criança é condicionado fortemente pela educação
parental, mas outras variáveis têm influência, como o
meio escolar, os amigos, as famílias alargadas, ou mesmo
a sociedade em que se encontra.
Deste modo, poderemos encontrar excepções em que
filhos de pais com um estilo participativo poderão ter
menores resultados ao nível escolar e social, ou o inverso
poderá ocorrer com filhos de pais com um estilo
negligente de educação.
De modo geral, os estudos apontam para que os
filhos de pais autoritários sejam obedientes, mas
com maiores níveis de ansiedade, mostrando-se
inseguros e infelizes, com baixa auto-estima e
um índice elevado de depressão. Sendo os filhos
de pais negligentes que apresentam maiores
fragilidades do ponto de vista psicológico,
emocional e social.
Estilo autoritativo estudado em
adolescentes (Lamborn e colaboradores,1991)

Ligado a aspectos positivos de


desenvolvimento (alto índice de
competência psicológica e baixo índice de
disfunção comportamental e psicológica)
Notas escolares
Competências sociais
Pais negligentes
Os resultados mais negativos aparecem relacionados com
os filhos de pais negligentes, que possuem o menor
desempenho em todos os domínios. Possuem baixo
rendimento escolar, sintomas depressivos e baixa auto-
estima (Darling, 1999; Radziszewska, Richardson, Dent &
Flay, 1996), podem ter um desenvolvimento atrasado,
problemas afectivos e comportamentais (Quintin, 2001) e
possuem maior índice de stress (Weber, Biscaia, Pavei &
Galvão, 2002).
Já no período pré-escolar, os estudos têm mostrado que
as crianças educadas por diferentes estilos de
comportamento dos pais diferiam no grau de
competência social:
Maior assertividade, maior maturidade, conduta
independente e empreendedora, responsabilidade social.

Todos esses aspectos investigados nas crianças foram


associados ao estilo parental autoritativo.
Estilo parental e Práticas
parentais
As práticas parentais correspondem a comportamentos
definidos por conteúdos específicos e por objectivos de
socialização.São estratégias com o objectivo de suprimir
comportamentos considerados inadequados ou de
incentivar a ocorrência de comportamentos adequados
(Alvarenga, 2001). Os pais podem utilizar-se da
combinação de várias destas estratégias, variando de
acordo com as situações (Reppold, Pacheco, Bardagi &
Hutz, 2002).
Já os estilos parentais constituem o conjunto de atitudes
dos pais que cria um clima emocional em que se
expressam os comportamentos dos pais, os quais incluem
as práticas parentais e outros aspectos da interacção
pais-filhos que possuem um objectivo definido, tais
como: tom de voz, linguagem corporal, mudança de
humor (Darling & Steinberg, 1993). Os estilos parentais
são manifestações dos pais em relação aos filhos que
caracterizam a natureza da interacção. (Reppold & cols.,
2002, p. 23).
Transmissão
Além de os estilos parentais influenciarem em diversos
aspectos no desenvolvimento dos filhos, podem
determinar o estilo parental que os filhos vão adoptar
futuramente, havendo uma transmissão intergeracional
de estilos parentais.
Uma pesquisa recente encontrou correlação positiva
entre o autoritarismo de avós e mães, ou seja, as filhas
educadas por mães autoritárias tenderam a adoptar este
mesmo estilo parental com seus próprios filhos (Oliveira
& cols., 2002).
Assim…
A linha de estudo sobre estilos parentais englobou também as
famílias negligentes.
Porém cabe aqui diferenciar o que é um estilo parental negligente
do que é a negligência abusiva, considerada como maus tratos.
A negligência considerada como maltrato ocorre quando os
responsáveis de cobrir as necessidades básicas (necessidades físicas,
sociais, psicológicas e intelectuais) não as levam a cabo (Roig &
Ochotorena, 1993).
Já o estilo parental negligente refere-se aos pais que não se
envolvem com seus papéis de pais e a longo prazo, os componentes
do papel parental tendem a diminuir cada vez mais, às vezes a
desaparecer, até restar uma mínima relação funcional entre pais e
filhos (Maccoby & Martin, 1983).
Maus Tratos
Qualquer forma de tratamento físico e (ou) emocional,
não acidental e inadequado, resultante de disfunções e
(ou) carências nas relações entre crianças ou jovens e
pessoas mais velhas, num contexto de uma relação de
responsabilidade, confiança e (ou) poder.
Podem manifestar-se por comportamentos activos
(físicos, emocionais ou sexuais) ou passivos (omissão ou
negligência nos cuidados e (ou) afectos).
Pela maneira como ocorrem , privam o menor dos seus
direitos e liberdades afectando, de forma concreta ou
potencial, a sua saúde, desenvolvimento (físico,
psicológico e social) e (ou) dignidade.
Magalhães(2004)
Tipologia dos maus tratos
1. Negligência
Constitui um comportamento regular de omissão, relativamente aos
cuidados a ter com um menor, não lhe sendo proporcionada a
satisfação das suas necessidades básicas (alimentação, higiene,
segurança, educação, saúde, afecto, estimulação e apoio).
Pode ser voluntária (com intenção de causar dano) ou involuntária.
Inclui: negligência intra-uterina, física, emocional e escolar, além
da mendicidade e do abandono.
Tipologia dos maus tratos (cont.)
2. Maus tratos físicos
Corresponde a qualquer acção, não acidental, por parte
dos pais ou pessoa com responsabilidade, poder ou
confiança, que provoque ou possa provocar dano físico
no menor.
(lesões físicas de natureza traumática, doença,
sufocação, intoxicação, síndrome de Munchausen).
Tipologia dos maus tratos (cont.)
3. Abuso sexual
Envolvimento do menor em práticas que visam a
gratificação e satisfação sexual do adulto ou
jovem mais velho, numa posição de poder ou de
autoridade sobre aquele.
Pode ser intra ou extra familiar e ocasional ou
repetido, ao longo da infância.
Tipologia dos maus tratos(cont.)
4. Abuso emocional
Ausência ou inadequação, persistente ou significativa,
activa ou passiva, do suporte afectivo e do
reconhecimento das necessidades emocionais do menor.

Exemplos: insultos verbais, humilhação, desvalorização,


hostilização, ameaças, indiferença, discriminação,
rejeição, abandono temporário, culpabilização, críticas,
envolvimento em situações de violência extrema e (ou)
repetida
O abuso emocional está presente em todo o tipo de maus
tratos.
Indicadores ou sinais de alarme
• 1. Negligência
Sinais:
- Sinais físicos de negligência prolongada: atraso ou baixo
crescimento, cabelo fino, abdómen proeminente, arrefecimento
persistente, mãos e pés avermelhados
- Falta de Higiene
- Alimentação e (ou)hábitos horários inadequados
- Vestuário desadequado em relação à época
- Vitaminopatias, cárie dentária, infecções leves, recorrentes ou
persistentes ou outra patologia que não teve tratamento médico
- Hematomas ou outras lesões inexplicadas e acidentes frequentes.
Indicadores ou sinais de alarme

• Sintomas
- Atraso nas aquisições sociais e em todas as áreas da maturidade
(linguagem, motricidade, socialização)
- Perturbações do sono, sonolência, apatia, tristeza, abatimento,
hiperactividade, agressividade;
- Problemas de aprendizagem e absentismo escolar;
- Pobre relacionamento com as outras crianças;
- Condutas para chamar a atenção dos adultos
- Comportamentos anti-sociais
- Falta persistente dos pais ou encarregados de educação no
acompanhamento das crianças na escola ou na procura de
cuidados de saúde (não cumprimento do calendário vacinação)
Indicadores ou sinais de alarme
2. Maus tratos físicos

Sinais
•Lesões com diversos tempos de evolução (ex: equimoses com
diferentes colorações);
•Lesões em locais pouco comuns aos traumatismos de tipo acidental
para a idade da criança ( ex: equimoses ou outros ferimentos na face,
especialmente à volta dos olhos, orelhas ou boca - lábios, língua,
dentes; hematomas e contusões nas zonas laterais da cara, orelhas e
pescoço, genitais e nádegas)
•Lesões com diferentes localizações
•Lesões com marca de objectos ( fivela do cinto)
•Queimaduras ou suas cicatrizes
•Marcas de mordeduras
•Alopécia traumática
•Sequelas de traumatismo antigo de que não é conhecida a história
(calos ósseos resultantes de fracturas)
•Intoxicações
Indicadores ou sinais de alarme
2. Maus tratos físicos
“Sintomas”
- Inadequação da explicação dada pelos pais ou
encarregados de educação sobre o mecanismo de
produção da lesão
- Recusa na explicação do processo da lesão
- Inadequação do intervalo de tempo entre a ocorrência
e a procura de cuidados médicos.
- História de lesões repetidas, mesmo que a explicação
para cada lesão parece adequada.
Indicadores ou sinais de alarme

3. Abuso sexual
Dificuldades na detecção e diagnóstico porque:
- Raramente resultam lesões físicas;
- A vergonha e o medo dificultam o pedido de ajuda
- Os menores muito jovens podem confundir a relação
com uma manifestação afectiva normal ou estarem
submetidos à pressão do segredo imposto pelo
abusador.
Indicadores ou sinais de alarme

• Sinais de abuso sexual


- Corrimento; ruborização ou inflamação dos órgãos
genitais externos femininos ou anal; lacerações ou
fissuras genitais ou anais;
- Lesões no pénis; hemorragia vaginal ou anal
- Equimoses na mucosa oral
- Infecções urinárias de repetição
- Doença sexualmente transmissível (gonorreia, sífilis,
SIDA)
- Presença de sangue (esperma)no corpo ou na roupa do
menor.
- Gravidez
Indicadores ou sinais de alarme
Sintomas:
• Dor na região vaginal ou anal
• Prurido vulvar
Nas crianças
-Perturbações funcionais: apetite (anorexia, bulimia); sono (terrores
nocturnos); regulação dos esfíncteres ( incontinência); dores
abdominais inexplicadas ou recorrentes
- Obediência exagerada aos adultos e preocupação em agradar
- Isolamento/comportamentos agressivos
- Condutas sexualizadas: masturbação compulsiva; uso de
linguagem inadequada para a idade; desenhos ou brincadeiras
sexuais explícitas
Indicadores ou sinais de alarme( cont)

4. Abuso Emocional
Sinais: deficiências não orgânicas de crescimento, com fraco
desenvolvimento da estatura; infecções; asma; doenças
cutâneas; alergias; auto – mutilação

Sintomas
 Perturbações funcionais: apetite: anorexia, bulimia; sono:
terrores nocturnos, posição fetal; controle dos esfíncteres
(enurese, encoprese), Fala (gaguez); tonturas; cefaleias, dores
abdominais
Indicadores ou sinais de alarme (cont)

 Perturbações cognitivas: atraso no desenvolvimento


da linguagem, baixa auto–estima, sentimentos de
inferioridade, alterações da concentração, atenção e
memória, dificuldades de aprendizagem
 Perturbações afectivas: choro incontrolado;
sentimentos de vergonha e culpa; medos; timidez;
dificuldade em lidar com conflitos
 Perturbações do comportamento: desinteresse total
pela sua pessoa (higiene, roupa, aspecto); dificuldade
em brincar, jogar; medo , timidez; agressividade;
acidentes muito frequentes; problemas escolares;
comportamentos desviante; depressão; mudanças
súbitas de comportamento e humor
Factores de Risco de Maus Tratos

• Factores de risco nos pais:


- Baixo nível sócio – económico e cultural
- Antecedentes de maus tratos na sua própria infância
- Idade inferior a vinte anos (mães adolescentes sem
apoio ou suporte familiar)
- Atraso mental de um ou de ambos os progenitores
- Personalidade imatura e impulsiva
- Desemprego
- Mudanças frequentes de parceiros e de residência
- Antecedentes de criminalidade
- Hábitos de alcoolismo / toxicodependência
Factores de Risco de maus tratos

• Factores de risco nas crianças:


-Idade inferior a 3 anos
- Filho de mãe muito jovem, solteira ou só
- Fruto de gravidez não desejada
- Crianças deficientes ou portadores de doença
crónica; com atraso mental; com alterações no
comportamento; com insucesso escolar
Factores de Risco de maus tratos

• Situações de Crise
-agravamento das dificuldades económicas
-emprego precário ou perda de emprego
-separação ou divórcio dos pais
-depressão da mãe ou pai
-morte de familiar
Leituras sugeridas
ALARCÃO, M.- (Des)Equilíbrios Familiares. Coimbra: Quarteto Editora. 2000
AMARO F. - Crianças maltratadas, negligenciadas ou praticando a mendicidade,
Cadernos do CEJ, nº2 Centro de estudos Judiciários, Lisboa, 1986.
CANHA, J. - Criança Maltratada. O papel de uma pessoa de referência na sua
recuperação. Estudo prospectivo de 5 anos. Coimbra: Quarteto Editora, 2000.
MACHADO, Carla. ; GONÇALVES, Rui –Violência e Vítimas de Crimes – Vol. 2 –
Crianças. 2ªed. Coimbra: Quarteto Editora, 2003
MAGALHÃES, Teresa – Maus Tratos em Crianças e Jovens - Guia prático para
profissionais. 3ª ed. Coimbra: Quarteto Editora, 2004.
SANI, Ana Isabel- As crianças e a violência. Coimbra: Quarteto Editora, 2004.

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