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Ensino Médio - Unidade São Judas Tadeu

Professor (a): Larissa


Aluno (a):
Série: 2ª Data: ____/ ____/ 2016.

LISTA DE LITERATURA

Orientações:
- A lista deverá ser respondida na própria folha impressa ou em folha de papel almaço.
- Caso seja respondida em folha de papel almaço deverá conter cabeçalho completo (Data, nome, disciplina,
nome do professor e série).
- As listas que não forem realizadas conforme orientações serão desconsideradas.

cabelos no nariz.
Ousou o escrevente namorar-lhe a filha, apesar da distância hierárquica que os 1) Leia os poemas de
Cecília Meireles e Mário Quintana e responda às questões:

Texto I - Retrato, de Cecília Meireles:

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,


assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,


tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,


tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Texto II - O morto, de Mário Quintana:

O MORTO

Eu estava dormindo e me acordaram


E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco...
E quando eu começava a compreendê-lo
Um pouco,
Já eram horas de dormir de novo!

Texto III - Seiscentos e Sessenta e Seis, de Mário Quintana:

Seiscentos e Sessenta e Seis

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A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente…
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

a) Os três poemas possuem um elemento em comum, do qual o eu-lírico de cada poema aborda-o de
maneira diferente dos outros, qual é o elemento? Explique.
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2) Explique as relações de cada poema com seus respectivos títulos.


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3) No texto I, o eu-lírico aparenta ser jovem ou velho? Justifique sua resposta com elementos do texto.
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4) No texto II, o “dormir” metafórico do qual o eu-lírico está referindo no primeiro e último verso do poema
trata-se da mesma coisa? Justifique sua resposta.
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5) Que reflexão é possível a partir do poema (texto III) de Mário Quintana?


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6) Leia o trecho do conto O colocador de pronomes, de Monteiro Lobato, e responda às perguntas:

O colocador de pronomes

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Aldrovando Cantagalo veio ao mundo em virtude dum erro de gramática. Durante sessenta anos de
vida terrena pererecou como um peru em cima da gramática. E morreu, afinal, vítima dum novo erro de
gramática. Martir da gramática, fique este documento da sua vida como pedra angular para uma futura e
bem merecida canonização.
Havia em Itaoca um pobre moço que definhava de tédio no fundo de um cartório. Escrevente. Vinte e
três anos. Magro. Ar um tanto palerma. Ledor de versos lacrimogêneos e pai duns acrósticos dados à luz
no “Itaoquense”, com bastante sucesso.
Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido. Objeto amado: a filha
mais moça do coronel Triburtino, o qual tinha duas, essa Laurinha, do escrevente, então nos dezessete, e
a do Carmo, encalhe da família, vesga, madurota, histérica, manca da perna esquerda e um tanto aluada.
Triburtino não era homem de brincadeira. Esguelara um vereador oposicionista em plena sessão da
câmara e desd’aí se transformou no tutu da terra. Toda gente lhe tinha um vago medo; mas o amor, que é
mais forte que a morte, não receia sobrecenhos enfarruscados nem tufos de separava. Namoro à moda
velha, já se vê, pois que nesse tempo não existia a gostosura dos cinemas. Encontros na igreja, à missa,
troca de olhares, diálogos de flores - o que havia de inocente e puro. Depois, roupa nova, ponta de lenço
de seda a entremostrar-se no bolsinho de cima e medição de passos na rua d’Ela, nos dia de folga.
Depois, a serenata fatal à esquina, com o Acorda, donzela...Sapecado a medo num velho pinho de
empréstimo. Depois, bilhetinho perfumado.
Aqui se estrepou…
Escrevera nesse bilhetinho, entretanto, apenas quatro palavras, afora pontos exclamativos e
reticências:
Anjo adorado!
Amo-lhe!
Para abrir o jogo bastava esse movimento de peão.
Ora, aconteceu que o pai do anjo apanhou o bilhetinho celestial e, depois de três dias de sobrecenho
carregado, mandou chamá-lo à sua presença, com disfarce de pretexto - para umas certidõesinhas,
explicou.
Apesar disso o moço veio um tanto ressabiado, com a pulga atrás da orelha.
Não lhe erravam os pressentimentos. Mas o pilhou portas aquém, o coronel trancou o escritório, fechou
a carranca e disse:
- A família Triburtino de Mendonça é a mais honrada desta terra, e eu, seu chefe natural, não permitirei
nunca - nunca, ouviu? - que contra ela se cometa o menor deslize.
Parou. Abriu uma gaveta. Tirou de dentro o bilhetinho cor de rosa, desdobrou-o
- É sua esta peça de flagrante delito?
O escrevente, a tremer, balbuciou medrosa confirmação.
- Muito bem! Continuou o coronel em tom mais sereno. Ama, então, minha filha e tem a audácia de o
declarar... Pois agora…
O escrevente, por instinto, ergueu o braço para defender a cabeça e relanceou os olhos para a rua,
sondando uma retirada estratégica.
- ... é casar! Concluiu de improviso o vingativo pai. O escrevente ressuscitou. Abriu os olhos e a boca,
num pasmo. Depois, tornando a si, comoveu-se e com lágrimas nos olhos disse, gaguejante:

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- Beijo-lhe as mãos, coronel! Nunca imaginei tanta generosidade em peito humano! Agora vejo com que
injustiça o julgam aí fora!...
Velhacamente o velho cortou-lhe o fio das expansões.
- Nada de frases, moço, vamos ao que serve: declaro-o solenemente noivo de minha filha!
E voltando-se para dentro, gritou:
- Do Carmo! Venha abraçar o teu noivo!
O escrevente piscou seis vezes e, enchendo-se de coragem, corrigiu o erro.
- Laurinha, quer o coronel dizer...
O velho fechou de novo a carranca.
- Sei onde trago o nariz, moço. Vassuncê mandou este bilhete à Laurinha dizendo que ama-”lhe”. Se
amasse a ela deveria dezer amo-”te”. Dizendo “amo-lhe” declara que ama a uma terceira pessoa, a qual
não pode ser senão a Maria do Carmo. Salvo se declara amor à minha mulher...
- Oh, coronel...
- ...ou a preta Luzia, cozinheira. Escolha!
O escrevente, vencido, derrubou a cabeça com uma lágrima a escorrer rumo à asa do nariz. Silenciaram
ambos, em pausa de tragédia. Por fim o coronel, batendo-lhe no ombro paternalmente, repetiu a boa lição
da gramática matrimonial.
- Os pronomes, como sabe, são três: da primeira pessoa - quem fala, e neste caso vassuncê; da Segunda
pessoa - a quem fala, e neste caso Laurinha; da terceira pessoa - de quem se fala, e neste caso do Carmo,
minha mulher ou a preta. Escolha!
Não havia fuga possível.
O escrevente ergueu os olhos e viu do Carmo que entrava, muito lampeira da vida, torcendo acanhada a
ponta do avental. Viu também sobre a secretária uma garrucha com espoleta nova ao alcance do
maquiavélico pai, submeteu-se e abraçou a urucaca, enquanto o velho, estendendo as mãos, dizia
teatralmente:
- Deus vos abençoe, meus filhos!
[...]

a) O que motivou a complicação narrada nesse trecho do texto de Monteiro Lobato?


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7) Qual foi a consequência da ação do escrevente?
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8) Que argumento o coronel utilizou para alcançar seu objetivo?


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9) Os acontecimentos narrados são simultâneos ou anteriores aos momento da narração? Justifique sua
resposta com uma passagem do texto.
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10) Em sua opinião, o coronel Triburtino agiu de forma impulsiva ou planejada? Justifique sua resposta.
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Boa semana!!!
Fique atento (a) ao prazo de devolução das listas!!!

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