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Independência da América

Espanhola

O continente americano foi dividido entre Portugal e Espanha, no final do século XV, pelo
Tratado de Tordesilhas. Apesar dessa divisão, a colonização se deu em duas modalidades:

 As colônias de povoamento na América do Norte pertenceriam à Inglaterra e França


 As colônias de exploração na América Latina pertenceriam à Portugal e Espanha.

Tratado de Tordesilhas

Essa ideia de homogeneidade entre os países que compunham esses blocos é relativa. Pois,
existem várias diferenças entre a forma de colonização na América Espanhola e no Brasil (no
Brasil, a colonização começou com a atividade agrícola, usando a mão de obra escrava negra,
formando uma sociedade rural e muito controlada pela metrópole. Já na América Espanhola, a
colonização foi, inicialmente, baseada na mineração e no trabalho compulsório do índio,
criando uma sociedade mais urbanizada, onde a intervenção da metrópole era menor).

A utilização da mão de obra indígena está diretamente relacionada ao grande desenvolvimento


de duas civilizações que dominavam o continente antes da chegada dos espanhóis: Os
Astecas (que dominavam a parte Centro-Sul do México, até a Guatemala), e os Incas (que
formaram um império que se estendia do Equador ao norte do Chile).
Características das civilizações:
A cultura e o saber dos astecas tiveram
expressão nos mais diversificados
campos. Assim como os maias,
estabeleceram a criação de um
calendário que organizava a contagem
do tempo e também cunharam um
sistema de escrita.

O Império Asteca é considerado um


império informal ou hegemônico,
porque não exercia autoridade
suprema sobre as terras conquistadas;
esperava apenas que os tributos
fossem pagos. Tinham uma economia
avançada, com uso de moeda e uma
Território do Império Asteca (Centro-Sul México à Guatemala) extensa rede comercial. A terra era o
principal elemento de produção e
nunca podia ser vendida.

Fixados na região dos Andes, os incas constituem uma grande


civilização que dominou uma ampla faixa de terras pelo território
sul-americano.

Para interligar suas cidades, o Império Inca construiu uma série


de estradas calçadas em pedra, com o objetivo de facilitar a
comunicação e o deslocamento entre as pessoas. Vale ressaltar
que as cidades incas contavam com vários projetos
arquitetônicos complexos que incluíam a construção de palácios,
fortalezas, e templos com dimensões surpreendentes.

Além de uma agricultura muito desenvolvida, em que


dominavam a batata e o milho, domesticaram a lhama (animal
da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte,
além de retirar a lã, carne e leite deste animal. Além da lhama,
alpacas e vicunhas também eram criadas.

No século XVI, momento que marca a chegada dos espanhóis à


América, a civilização inca sofria com uma série de conflitos de
ordem interna. Aproveitando dessa instabilidade, os
colonizadores europeus empreenderam um violento processo de
dominação. No ano de 1571, os remanescentes desta civilização
foram subordinados após a morte de seu líder, Tupac Amarú I.

Império Inca (Equador ao Norte do Chile)


Buscando atingir seus interesses mercantilistas na América, os
colonizadores espanhóis buscaram empreender meios para extrair a
abundante disponibilidade de metais preciosos e a grande riqueza agrícola
do continente americano.

Dois eram os tipos de trabalho compulsório existente entre esses povos: A


Mita (que era o trabalho nas minas, e que era o que mais se aproximava
da escravidão, pois o índio trabalhava durante anos e depois era
libertado), e a Ecomienda (os índios eram obrigados ao trabalho na
terra durante o período de plantio e de colheita, ficando livres em suas
aldeias no tempo restante).
Calendário Asteca
Outra diferença da colonização espanhola, era a de criação das
Universidades, algo que, no Brasil, não existia. Mas na América Baseado num ano solar de 365 dias,
Espanhola a primeira Universidade (a de Lima, Peru) é dos meados o calendário asteca deriva,
do século XVI. Logo, foi a presença dessas instituições, a responsável provavelmente, do calendário
maia. A figura ao lado procura
pela divulgação de ideias liberais, que foram ocasionando vários
reconstitui-lo nas suas cores
movimentos de independência no século XVIII, sendo tanto de origem
originais. Os Astecas tinham
aristocrática (proprietários de terras nascidos na colônia), quanto
conhecimento precisos sobre a
movimentos populares.
duração do ano, a
determinação dos solstícios, as
fases e eclipses da Lua, a
revolução do planeta Vênus e
diversas constelações, como as
Plêiades e a Grande Ursa.

Estrutura social:

De um modo geral, as colônias espanholas estruturavam-se, socialmente, da seguinte forma:

Chapetones: eram os espanhóis que vinham para as


colônias, para governarem em nome da Espanha, sendo
eles juízes, militares, bispos, etc.

Criollos: formavam a elite nascida na colônia. Eram os


donos de terra e de minas. Possuíam direitos políticos,
mas apenas, no âmbito local, formando as Câmaras
Municipais – Cabildos.

Mestiços: (junto aos indígenas e os escravos) faziam


parte da classe mais baixa, formada em geral por
pessoas que são fruto da mistura entre esses povos e os
espanhóis pobres.
Estrutura social das colônias espanholas.
Durante o período colonial, essas elites locais frequentam as universidades existentes,
tanto na colônia quanto na Espanha. E, durante o século XVIII, estes foram muito
influenciados pelas ideias liberais, graças ao Iluminismo. E, mesmo as classes mais
baixas, terminavam recebendo as influências dessas ideias, o que justifica os vários
movimentos de caráter liberal, que buscaram promover a independência durante o
século XVIII, como foi o caso da revolução liderada pelo indígena TUPAC AMARU, no
Peru, em 1780. Rebelando-se contra as injustiças sofridas pelos índios, como o
aumento de impostos (o imposto por cabeça), Tupac Amaru, inspirado pelos ideais
iluministas, organizou um movimento de emancipação que contou, inicialmente, com o
apoio da elite criolla, também sobrecarregada pelos impostos cobrados pela Espanha.

Em pouco tempo, milhares de mestiços,


indígenas, escravos e colonos empobrecidos
decidiram não mais obedecer às exigências e
tributos da Coroa Espanhola. A popularização dos
ideais da rebelião Túpac Amaru passou, assim, a
representar uma ameaça real aos interesses do
colonizador.

Entretanto, como ele vai se colocar contra o


trabalho forçado dos índios, nas minas e nas
lavouras, os criollos terminam abandonando-o. O
movimento foi então duramente combatido e
esmagado em pouco tempo. Túpac Amaru II foi
preso, sumariamente julgado pelas autoridades
metropolitanas e, afinal, executado de maneira
cruel. Desses movimentos, o único que alcançou
seus objetivos no século XVIII, foi a Revolução
do Haiti.
O Haiti era a maior colônia da França e se dedicava à produção do açúcar, por isso
sua população era em grande parte de escravos negros. Quando a França estava no
auge da Revolução Francesa, essas ideias liberais vão chegar à ilha, servindo de
incentivo para os negros ex-escravos. Em 1793, quando o Rei Luis XVI é morto, a
França passa a ser ameaçada de invasão pelos europeus. Diante da ameaça de
invasão, a França vai determinar que os exércitos que estavam nas colônias
voltassem para defender a pátria ameaçada e, é nesse momento que os negros do
Haiti se aproveitam da situação e fazem uma revolução, que culminará com a
independência da colônia.
Em meio à luta pela independência, os negros vão matar praticamente toda a
população branca do país. Quando, em 1803, as tropas de Napoleão recuperaram a
ilha, essa realidade vai ser relatada pelos soldados franceses em toda Europa.

Porém, os escravos continuaram demonstrando força e resistência perante os


franceses. Em 1804, o ex-escravo Jean-Jacques Dessalines formou uma nova frente
de negros escravos e assumiu o governo da ilha. Apesar da longa batalha, as
consequências da independência do Haiti foram muito negativas. Os países que
mantinham relações comerciais com a ilha ficaram com medo de que esse ato de
rebelião se expandisse para as colônias americanas e acabaram fechando todos os
pactos comerciais selados. A independência será mantida, mas a custa de graves
crises econômicas e rivalidades políticas internas, além do isolamento internacional.

Outro fato importante do início do século XIX foi a expansão napoleônica. Na


Espanha, dois grupos se digladiavam pelo poder: os que apoiavam o rei Carlos IV
manipulado pela rainha Maria Luiza de Parma e os que, considerando o rei inábil,
preferiam sua renúncia e a posse do herdeiro, o príncipe Fernando.

Em meio a esse tumultuado cenário, em


novembro de 1807, a Espanha assina com
a França o Tratado de Fontainebleau,
pelo qual era permitida a passagem de
tropas francesas pelo território espanhol a
fim de invadir Portugal. Em troca, um terço
do território lusitano ficaria com a
Espanha.

No entanto, em fevereiro de 1808,


Napoleão virou-se contra o aliado, tomado
as fortificações espanholas.

Mas, ao contrário do que Napoleão


esperava, forma-se um governo de
resistência interna e, uma das primeiras
providências tomadas neste governo, foi
A Família de Carlos IV chamar os milhares de soldados que a
Francisco de Goya Espanha tinha nas colônias para socorrer o
país.
Esse é um dos quadros mais famosos do
pintor espanhol Francisco de Goya y Nesse momento o povo das colônias
Lucientes. Goya era republicano, embora percebe que havia excelentes condições
trabalhasse como pintor oficial do rei da para promover a independência. Porém, as
Espanha.
elites criollas, temerosas de um movimento
Nessa obra, ele faz uma crítica velada ao
vindo da massa, vão apoiar a repressão
pintar a rainha Maria Luíza no centro do
quadro, demonstrando que, feita pelos chapetones.
efetivamente, era ela quem mandava no
Mas é nessa hora que surge a Inglaterra
país. Em polos opostos, representando a
que, nessa época, estava sufocada pelo
divergência entre os dois, estão, o rei,
Carlos IV, à direita e o herdeiro, bloqueio continental. Ela vai dar todo apoio
Fernando. Goya se autorretrata, ao financeiro, militar e político às elites criollas
fundo, à esquerda, pintando um quadro. para que estas fizessem a independência
com a menor participação possível do povo.
Em troca, quando essas colônias ficassem
independentes, elas dariam à Inglaterra as
maiores vantagens comerciais e grandes privilégios políticos.

Por isso, as independências desses países são terão a força para mudar a situação econômica e
social do povo, já que, esta classe, não participou de forma direta e decisiva no movimento e,
não poderá reivindicar grandes benefícios.

Para os comerciantes espanhóis e a administração governamental desapareceu uma


importantíssima fonte de rendimento - o fluxo de ouro, bem como um importante mercado
para exportações espanholas. A Espanha terminou se consolidando como uma potência de
segundo plano entre os Estados europeus.

Os dois dos maiores líderes criollos da independência foram José de San Martin e Simon Bolívar.
Organizando exércitos pelas porções norte e sul da América, ambos destacaram-se na
proclamação de independência de vários países latino-americanos.

Exercícios
1 – (UFG) A Inglaterra apoiou os movimentos da independência das
colônias luso-espanholas devido ao (à).
a) Receio da expansão comercial das colônias.
b) Influência das idéias geradas pela Revolução Francesa.
c) influência das novas idéias políticas do século XVIII sobre a Espanha e
Portugal.
d) Necessidade de aumentar a produção industrial das colônias.
e) Necessidade de assegurar novos mercados para seus produtos.

2 – (UFU) No início do século XIX, a independência da América Espanhola


ocorreu num contexto político internacional marcado por fatos. Dentre os
fatos que favoreceram a independência da América Espanhola, podemos
mencionar.
a) A Revolução Industrial Espanhola.
b) A derrota dos americanos na guerra de independência dos Estados Unidos.
c) O Despotismo Esclarecido.
d) O triunfo do absolutismo de direito divino na Espanha.
e) As guerras napoleônicas.
3 – (FUVEST) No processo de emancipação política da América espanhola
destaca-se a participação:
a) Da população nativa que através do Exército que lutou contra os cabildos
criollos.
b) Dos indígenas que através dos cabildos organizaram o Estado Nacional.
c) Dos chapetones que para garantir seus interesses controlaram o Exército.
d) Dos caudilhos que defendiam princípios liberais e descentralizadores.
e) Dos Criollos que através dos cabildos defendiam os interesses locais.

4 – (PUC-SP) O movimento de emancipação política da maioria dos países


de colonização espanhola da América não significou a quebra das
estruturas sociais e econômicas. Daí se verificou que:
a) A dominação dos proprietários rurais foi garantida por novas incorporações
territoriais.
b) As diferenças entre as várias classes da população foram superadas pelo
desejo de união nacional.
c) O fortalecimento do poder político pessoal deu origem ao caudilhismo.
d) Os intelectuais apoiaram-se nas ideias libertárias para defender propostas
de igualdade social.
e) A atuação da Igreja foi importante para garantir as reivindicações populares.

5 – (OBJETIVO-SP) Sobre a independência da América Latina, assinale a


alternativa incorreta:
a) O rompimento do equilíbrio político europeu acelerou o processo de
descolonização da América Luso-espanhola.
b) Ao nível interno, a Crise do Sistema Colonial explica-se pelo próprio
crescimento econômico das colônias, pois esse desenvolvimento levava ao
choque entre os interesses dos colonos e de suas metrópoles.
c) A independência do Brasil foi estabelecida pelos próprios reis portugueses,
que aqui estiveram desde a época de Pombal até ao governo de Dom Pedro I.
d) Enquanto a independência da América Espanhola caracterizou-se pela
fragmentação territorial e guerras sangrentas, a independência do Brasil
marcou-se por seu caráter pacífico e pela manutenção da unidade territorial
brasileira.
e) O Uruguai não se emancipou diretamente de sua metrópole européia,,
tendo-se libertado do Brasil em 1828.

6 – (OSEC-SP) Os movimentos de independência do Brasil e das colônias


espanholas na América podem ser explicados em função:
a) Do desenvolvimento do capitalismo industrial e das restrições impostas pelo
Pacto Colonial.
b) Do desenvolvimento industrial metropolitano, que exigia mercados abertos e
diversificação da produção.
c) Da difusão das idéias liberais.
d) As alternativas a e c estão corretas.
e) As alternativas b e c estão corretas

7 – (OBJETIVO-SP) Não podemos considerar como fator de crise do


Antigo Sistema Colonial.
a) A Revolução Industrial.
b) O Iluminismo.
c) A independência dos Estados Unidos da América.
d) A Revolução Francesa.
e) A Primeira Guerra Mundial.

8 – (UFF) Ao final das guerras de independência na América Espanhola, o


clima de instabilidade política alastrou-se por toda parte, multiplicando-se
as lutas de facções e a sucessão de governos frágeis em quase todos os
territórios hispano-americanos.
Assinale a opção que explica melhor a instabilidade política vigente na América
Espanhola na primeira metade do século XIX.
a) Nesse período não foi possível a formação de blocos de poder hegemônicos
que viabilizassem estruturas estatais sólidas nos países resultantes do
esfacelamento do império hispano-americano. Isto favoreceu o poder
pulverizado e efêmero de vários caudilhos.
b) As economias hispano-americanas estavam totalmente destruídas,
rompendo-se, por conseguinte, o comércio com a Europa, outrora vigoroso, e a
possibilidade de alianças políticas no interior das classes dominantes.
c) A manutenção das heranças políticas coloniais, sobretudo a estrutura dos
Vice-Reinados, favoreceu o caudilhismo e retratou a formação dos Estados
Nacionais.
d) A opção pelo regime republicano, ao invés do monárquico, é a chave para
se compreender não só a instabilidade política das jovens nações hispano-
americanas, mas também a fragmentação territorial e a descentralização dos
regimes nelas instauradas.
e) A instabilidade política hispano-americana deveu-se, basicamente, à
multiplicação de regimes militares, a exemplo do pan-americanismo
bolivariano, herança do pós-independência que marcaria a tradição política do
continente.

9 – (FUVEST – 1997) Sobre o processo de independência política da


América Espanhola é possível afirmar que:
a) diferentemente do Brasil, a longa guerra, que teve importante participação
popular, fez emergir interesses sociais conflitantes.
b) a Espanha, sob domínio francês, ficou de mãos atadas, sem poder intervir
no combate aos rebeldes.
c) a participação maciça de escravos ao lado dos rebeldes contrastou com a
apatia das massas indígenas.
d) a Igreja Católica e os comerciantes abastados assumiram posições
idênticas, a favor da Coroa espanhola.
e) os acordos políticos, levados à frente pelas elites, garantiram aos menos
privilegiados as reformas sociais pelas quais tinham lutado.

10 – (PUC-RJ) Considere as seguintes afirmativas a respeito do


caudilhismo na América de colonização espanhola.
I.O caudilhismo tem no latifúndio sua base econômica e social.
II. As relações de poder caracterizam-se pelo uso sistemático da violência.
III. O poder político do caudilho instalou-se logo após a chegada dos
conquistadores.
IV. As relações de poder incluem as práticas das relações de compadrio.
Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas:
a) somente I, III e IV;
b) somente II, III e IV;
c) somente I e II;
d) somente I, II e IV;
e) todas as afirmativas estão corretas.

11 – (CES – 2000) O apoio da Inglaterra aos movimentos de emancipação,


ocorridos nas colônias luso-espanholas, deveu-se principalmente:
a) À simpatia inglesa pelos ideais defendidos pelos líderes dos movimentos de
autonomia;
b) À necessidade de aumentar a produção industrial das colônias;
c) Aos grandes investimentos ingleses nas colônias hispano-americanas;
d) À necessidade urgente de assegurar novos mercados para seus produtos e
compensar a perda dos mercados europeus;
e) O receio da expansão dos ideais da Revolução Francesa nas antigas
colônias.

12 – (EFOA – 1999) Em maio de 1997 as forças armadas do Peru


invadiram a residência do embaixador do Japão em Lima, pondo fim a
mais de 100 dias de ocupação da embaixada por terroristas do Movimento
Revolucionário Tupac Amaru. Este nome é uma homenagem a Tupac
Amaru, um dos precursores da luta pela independência da América
Espanhola.
Qual das opções abaixo NÃO apresenta um fator importante no
desencadeamento do processo de independência hispano-americano?
a) Apoio dado aos revoltosos pela Inglaterra e pelos Estados Unidos.
b) Ampla divulgação dos ideais de libertação socialista, exemplificados pela
Revolução Russa.
c) Proclamação da Doutrina Monroe contra as pretensões colonialistas da
Santa Aliança.
d) Revolta dos escravos em 1793 contra a elite branca, promovendo a
libertação do Haiti.
e) Ascensão de José Bonaparte ao trono da Espanha.

13 – (FDV – 2000) O interesse da Inglaterra pela independência da


América Latina prendia-se ao fato de que:
a) intervindo aqui na América, a Inglaterra pretendia tomar todos os portos e
transformá-los em territórios ingleses.
b) embora os mercados latino-americanos não tivessem valor comercial, os
ingleses queriam mostrar idéias de liberdade e de anti-absolutismo.
c) assim que esses países se tornassem independentes, a Inglaterra tinha a
intenção de instaurar uma monarquia constitucional em cada um deles.
d) rompendo os laços com as antigas metrópoles, a Inglaterra, com seu
potencial industrial, poderia conquistar os mercados americanos, apoiada pela
doutrina da liberdade econômica.
e) havia o interesse em divulgar o protestantismo em países católicos, que
tornados independentes poderiam escolher outra religião oficial.

14 – (FGV – 1998) “J. J. Dessalines liderou uma revolução escrava, de


caráter anticolonial, que culminou na independência de uma das mais
importantes colônias açucareiras. Esta região torna-se independente a
partir de 1804.” A região mencionada é:
a) Cuba;
b) Panamá;
c) Jamaica;
d) Haiti;
e) República Dominicana;

15 – (FGV – 1998) Entre os acontecimentos que tornaram possível a


independência política das colônias espanholas na América, na 1ª década
do séc. XIX, estão:
a) A substituição de Fernando VII por José Bonaparte e o apoio inglês à França
contra à tirania espanhola na América;
b) A invasão napoleônica na Espanha, o estabelecimento das Juntas
Autoconstituídas e a penetração econômica inglesa nas colônias;
c) O apoio francês aos ideais emancipacionistas das colônias e o apoio dos
criollos à França napoleônica;
d) O rompimento das Juntas Autoconstituídas e a penetração econômica
francesa nas colônias;
e) A invasão napoleônica na Espanha e o princípio das Juntas Governativas de
aceitarem á subordinação à França liberal;

16 – (FUVEST – 1996) Simon Bolívar escreveu na conhecida Carta da


Jamaica de 1815:
“Eu desejo, mais do que qualquer outro, ver formar-se na América Latina
a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas do que pela
liberdade e glória.”
Sobre esta afirmação podemos dizer que:
a) tal utopia da unidade, compartilhada por outros líderes da independência,
como San Martin e O’ Higgins, não vingou por ineficiência de Bolívar.
b) inspirou a união entre Bolívia, Colômbia e Equador que formaram, por mais
de uma década, uma única nação, fragmentada, em 1839, por problemas
políticos.
c) Bolívar foi o primeiro a pensar na possibilidade da unidade, ideia
posteriormente retomada por muitos políticos e intelectuais latino-americanos.
d) essa ideia, de grande repercussão entre as lideranças dos movimentos pela
independência, foi responsável pela estabilidade da unidade centro-americana.
e) Bolívar foi uma voz solitária, nestes quase 200 anos de independência
latino-americana, ausentando-se tal idéia dos debates políticos
contemporâneos.
17 – (PUC – MG – 1997) Os anos iniciais do século XIX marcaram uma
conjuntura na qual foram efetivados os processos de independência
política e a formação dos Estados Nacionais dos países latino-
americanos. Sobre esses processos, é correto afirmar que, EXCETO:
a) o ideário burguês liberal legitimou o discurso das lideranças
emancipacionistas.
b) a abolição da escravidão e do tributo indígena ampliou a participação efetiva
dos trabalhadores.
c) a liberdade foi a palavra de ordem, entendida de formas variadas pelos
agentes sociais.
d) a pressão do imperialismo inglês forçou a derrubada de privilégios e
restrições ao comércio.
e) os setores criollos assumiram a direção política e acabaram com os
monopólios régios.

18 – (PUC – MG – 1998) A influência do Liberalismo, ideologia da


Revolução Francesa, nos movimentos de emancipação da América Latina
no século XIX, é limitada por vários motivos. Dentre eles, destaca-se:
a) a ausência de uma classe operária organizada.
b) a oposição da elite colonial aos ideais liberais.
c) a marcante presença da cultura católica.
d) o predomínio do latifúndio monocultor.
e) o grave conflito interno entre as províncias.

19- (Unesp – 2013) Leia:


É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única
nação com um único vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que
tem uma só origem, uma só língua, mesmos costumes e uma só religião,
deveria, por conseguinte, ter um só governo que confederasse os diferentes
Estados que haverão de se formar; mas tal não é possível, porque climas
remotos, situações diversas, interesses opostos e caracteres dessemelhantes
dividem a América. (Simón Bolívar. Carta da Jamaica [06.09.1815].
In: SimónBolívar: política, 1983.)
O texto foi escrito durante as lutas de independência na América Hispânica.
Podemos dizer que:
a) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar não aceitou a diversidade
americana e, em sua ação política e militar, reagiu à iniciativa autonomista do
Brasil.
b) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar combateu as propostas de
independência e unidade da América e se empenhou na manutenção de sua
condição de colônia espanhola.
c) conforme afirma na carta, Bolívar defendeu a unidade americana e se
esforçou para que a América Hispânica se associasse ao Brasil na luta contra a
hegemonia norte-americana no continente.
d) conforme afirma na carta, Bolívar aceitou a diversidade geográfica e política
do continente, mas tentou submeter o Brasil à força militar hispano-americana.
e) conforme afirma na carta, Bolívar declarou diversas vezes seu sonho de
unidade americana, mas, em sua ação política e militar, reconheceu que as
diferenças internas eram insuperáveis.

20 - Uma das diferenças essenciais entre a Independência da América


Espanhola e a Independência Brasileira está no:
a) modelo político adotado, haja vista que na América Hispânica predominou o
modelo republicano, enquanto no Brasil adotou-se o modelo monárquico.
b) modelo de guerra adotado, já que no Brasil a guerrilha foi o modelo de
combate adotado no processo de independência.
c) modelo econômico, haja vista que o Brasil, ao contrário da América
Espanhola, sofreu um grave transtorno na produção agrícola, levando a política
colonial ao colapso.
d) carisma do líder, já que Bolívar tinha menos impacto na consciência da
população do que Dom Pedro I.
e) papel do exército, já que, no caso brasileiro, o exército precisou impedir que
Portugal retomasse o Brasil como sua colônia.

Gabarito
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 E E E C C D E C A
1 D D B D D B C B A E
2 A

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