Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
LABORATÓRIO DE PAVIMENTAÇÃO (2596) – TURMA 006
1
1. INTRODUÇÃO
2
2. REVISÃO TEÓRICA
O ensaio para a determinação do Índice de Suporte Califórnia – CBR (ou ISC, em português)
foi criado para avaliar o potencial de ruptura do subleito. O ensaio tem basicamente como função,
avaliar a resistência do material quando sujeito a de deslocamentos significativos, obtida através de
ensaio penetrométrico em laboratório.
Na época das pesquisas de campo californiana, foram utilizados os melhores materiais
granulares de bases de pavimento com bom desempenho para a época, e assim, a média de resistência
à penetração pelo ensaio CBR foi estabelecida como um valor padrão ou de referência, sendo
representado como 100%.
No ensaio CBR, todos os materiais analisados são apresentados por um valor em porcentagem,
representando o quão melhor ou pior é a resistência desse material em relação a resistência do material
padrão. Dessa forma, é possível obter tanto valores de CBR muito baixos, como valores acima de
100%, no caso da resistência do material ser melhor do que a do material padrão. Esse valor em
porcentagem representa a relação entre a pressão necessária para produzir uma penetração de um
pistão em um corpo-de-prova de solo ou de material granular e a pressão necessária para produzir a
mesma penetração no material padrão.
Os resultados do ensaio CBR foram relacionados empiricamente com o desempenho das
estruturas, dando origem a um método de dimensionamento que fixa valores mínimos para as
espessuras das diferentes camadas do pavimento de acordo com o índice de suporte de subleito, com
o objetivo de limitar as tensões e protege-lo da ruptura.
3
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
3.2 Metodologia
De acordo com a norma DNER-ME 049/94, o procedimento do ensaio CBR tem início com
os ensaios de compactação do solo e com a realização da curva de compactação do material.
A moldagem do corpo-de-prova é realizada usando solo passado na peneira ¾”, compactado
na massa específica e umidade de projeto, utilizando-se um molde cilíndrico de 150 mm de diâmetro
e 125 mm de altura com um disco espaçador, de mesmo diâmetro do molde e com 64 mm de altura,
no fundo do molde cilíndrico a fim de impedir que o solo compactado ocupe o molde inteiramente,
deixando assim, um espaço para a colocação da sobrecarga a ser utilizada na determinação da
expansão posteriormente.
4
A compactação do solo é feita normalmente com cinco amostras com teores de umidade
crescentes, e os corpos-de-prova são compactados em cinco camadas iguais, cuja a altura total de solo
após a compactação seja de aproximadamente 12,5 cm. Cada camada receberá 12 golpes, utilizando
o soquete grande (4,5 kg), com os golpes sendo realizado a uma altura de 45,7 cm. É importante
observar a necessidade de se realizar uma escarificação de cada camada compactada, para
potencializar a aderência entre as mesmas. Após a compactação, retira-se o disco espaçador de cada
corpo-de-prova e invertem-se os moldes e fixam-se a ele pratos perfurados.
Em seguida, no espaço deixado pelo disco espaçador, para cada corpo-de-prova será colocada
a haste de expansão com os pesos anelares equivalentes ao peso do pavimento, onde essa sobrecarga
não pode ser menor do que 4,536 kg. Na haste de expansão, adapta-se um extensômetro fixo ao tripé
porta-extensômetro, colocado na borda superior do cilindro, a fim de medir as expansões ocorridas
no corpo-de-prova.
É feito a leitura inicial do extensômetro, e em seguida, o corpo-de-prova é imerso em água
por 4 dias, medindo-se a expansão da amostra a cada 24 horas. A expansão é dada por um valor em
porcentagem, e representa a relação entre o aumento da altura do corpo-de-prova em relação a sua
altura inicial. Ao fim do período de imersão, o corpo-de-prova é retirado da água e deixado para
escoar a água durante 15 minutos.
Ao término do período de secagem, o corpo-de-prova é levado a prensa para o rompimento
por meio da aplicação de uma carga de aproximadamente 4,5 kg, controlada pelo deslocamento do
ponteiro do extensômetro do anel dinamométrico. Em seguida, zeram-se os extensômetros do anel
dinamométrico e o que mede a penetração do pistão no solo.
Através de uma manivela da prensa, o pistão é acionado a uma velocidade constante de 1,27
mm/mim (0,05 pol/min). As leituras dos extensômetros são determinadas por tempos específicos e
são anotadas de acordo com a Tabela 01. As leituras efetuadas no extensômetro do anel medem os
encurtamentos diametrais provenientes da atuação das cargas. Através das leituras realizadas, é
possível traçar a curva pressão x penetração.
5
Tabela 01 – Representação das leituras no extensômetro do anel
Tempo Penetração Leitura no extensômetro do anel
min pol mm mm
0,5 0,025 0,63 -
1,0 0,050 1,27 -
1,5 0,075 1,9 -
2,0 0,100 2,54 -
3,0 0,150 3,81 -
4,0 0,200 5,08 -
6,0 0,300 7,62 -
8,0 0,400 10,16 -
10,0 0,500 12,7 -
O CBR é calculado para as penetrações de 2,54 mm e 5,08 mm, através das seguintes
equações:
𝑃0,1"
𝐶𝐵𝑅0,1" = 𝑥 100 (1)
70
𝑃0,2"
𝐶𝐵𝑅0,2" = 𝑥 100 (2)
105
Onde:
𝑃0,1" - Pressão correspondente à penetração de 2,54mm (ou 0,1”) em kgf/cm²
𝑃0,2" - Pressão correspondente à penetração de 5,08mm (ou 0,2”) em kgf/cm²
6
4. RESULTADOS E ANÁLISES
Assim, em posse dos dados obtidos, foi possível construir a curva de compactação do solo
apresentado na Figura 01 a seguir:
7
4.2 Índice de Suporte Califórnia
Para o ensaio de índice de suporte Califórnia realizou-se medições de expansão dos corpos de
prova, diariamente durante 5 dias. Mediu-se então os deslocamentos do cilindro quando ensaiado no
aparelho sob energia normal.
Utilizando a curva de calibração do aparelho (Equação 3) e sabendo-se que o diâmetro da
seção da agulha é de 4,96 cm, foi possível calcular a pressão exercida sobre o corpo. Com os dados
da Tabela 3 da DNER-ME049/94 (Anexo A), foi possível encontrar a curva que aproxima as pressões
padrão (Anexo B), e seus valores (Anexo C). Assim, calculou-se o CBR em porcentagem para cada
leitura de penetração dos corpos de prova. Os resultados obtidos são apresentados no Quadro 02.
8
Quadro 02. Ensaio de índice de suporte Califórnia - CDR
9
10
Em posse dos dados obtidos e demonstrados anteriormente, foi possível elaborar a curva de
expansão (%) em função do número de dias e a curva de pressão em função da penetração para cada
cilindro ensaiado. Os resultados são demonstrados a seguir nas Figuras 02 e 03:
N° de dias x Expansão
1,00
0,80
CILINDRO 1
0,60
Expansão (%)
CILINDRO 2
CILINDRO 4
0,40
CILINDRO 5
CILINDRO 7
0,20
CILINDRO 6
CILINDRO 9
0,00 CILINDRO 10
-0,20
0 1 2 3 4
Número de Dias
Penetração x Pressão
60,0
50,0
CILINDRO 1
Pressão (Kgf/cm²)
40,0
CILINDRO 2
CILINDRO 4
30,0
CILINDRO 5
CILINDRO 7
20,0
CILINDRO 6
10,0 CILINDRO 9
CILINDRO 10
0,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
Penetração (001 mm)
11
Assim, foi possível montar a curva de expansão máxima em função do teor de umidade para
cada cilindro. O gráfico é apresentado na Figura 04:
0,8
Expansão Máxima (%)
0,6
0,4
0,2
-0,2
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Teor de Umidade (%)
Por meio da análise do gráfico de Expansão Máxima x Teor de umidade, é possível observar
que a expansão é maior quando menor é o teor de umidade, variando conforme esse valor aumenta.
Assim, nota-se que para esse ensaio deve-se utilizar tanto amostras de solo que possuem teor de
umidade menor do que a umidade ótima do solo, quanto amostras com esse valor maior.
Ainda, utilizando os dados do Quadro 02, analisou-se os valores de CBR (%) obtidos para
cada cilindro nas penetrações de 2,54 (0,001 mm) e 5,08 (0,001 mm). Entre os dois valores analisados,
adotou-se o maior deles para a confecção da curva de CBR em função do teor de umidade. O resultado
é demonstrado da Figura 05:
25
20
15
10
5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Teor de Umidade (%)
12
Observando a Figura 05, é possível observar que o valor de CBR tende a crescer até alcançar
seu valor máximo, quando o teor de umidade se encontra entre 9% e 12%, e começa a diminuir.
Analisando a curva de compactação, apresentada na Figura 01, observa-se que a umidade ótima é
aproximadamente 10,9%, portanto, conclui-se que o valor máximo de CBR é atingido quando o teor
de umidade se encontra próximo a umidade ótima do solo.
13
5. CONCLUSÕES E DISCUSSÕES
Analisando a Figura 05, é possível concluir que o valor do CBR correspondente ao teor de
umidade ótimo, encontrado por meio da curva de compactação, é aproximadamente 21%.
Para o contexto da pavimentação, é importante determinar as condições de resistência do solo
e sua expansão devido à exposição à água. Nota-se que baixos valores de teor de umidade provocam
alta expansão no solo, e ao mesmo tempo baixos valores de CBR. Ainda, observou-se que o valor
máximo de CBR, ou seja, o ponto em que o solo demonstrou maior resistência, ocorre quando o solo
apresenta teor de umidade próximo ao valor ótimo.
Dessa maneira, levando em conta que, para pavimentação é recomendável a utilização de um
material que não perca consideravelmente sua resistência quando em contato com a água, e ainda
considerando os valores de expansão e de CBR encontrados, conclui-se que a melhor condição de
preparo do solo é quando este se encontra com teor de umidade ótimo, ao passo que, quanto mais
distante o valor do teor de umidade estiver do valor ótimo, menor será a resistência deste solo.
A prática realizada não possui valores exatos pois existem erros que podem ser cometidos
durante sua execução. As leituras dos valores de deslocamentos que são feitas durante a penetração
da agulha em instantes específicos, podem não ter sido efetuadas com tamanha precisão necessária,
no que diz respeito ao instante em que deveriam ser marcadas, bem como condições ambientais como
umidade do ar no momento da prática ou erros de leitura, podem ter afetado a precisão do ensaio.
14
6. NORMAS
15
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNUCCI, Liedi Bariani, et al. Pavimentação Asfáltica – Formação Básica para Engenheiros, Rio
de Janeiro: PETROBRAS: ABEDA, 2010.
16
ANEXO A – TABELA 3 DA NORMA DNER-ME049/94
Penetração (cm) Pressão Padrão (kg/cm²)
0,254 70,31
0,508 105,46
0,762 131,58
1,000 161,71
1,25 182,80
Pressões Padrões
200
180
160
Pressão Padrão (Kg/cm²)
140
120
100
80
60
40
20
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
Penetração (cm)
y = -341,65x4 + 1020,9x3 - 1074,8x2 + 580,29x - 23,051
17
18