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A Restauração da Casa de Deus e da Cidade de Deus - Witness Lee

CONTEÚDO

1. Os Cinco "Despertar" em Esdras


2. A Unidade, o Sacerdócio, o reinado e o Altar
3. Lançando o Único Fundamento de Cristo
4. Ageu - "Considere Seus Caminhos"
5. Cristo como Tudo para a edificação de Deus
6. A Primeira e a Segunda Vinda de Cristo
7. O Enriquecimento, o Fortalecimento, a Purificação e a Proteção da
Restauração de Deus
8. A Cidade como a Ampliação da Casa de Deus

CAPÍTULO UM OS CINCO "DESPERTAR" EM ESDRAS

Leitura Bíblica: Esdras 1 O TIPO DO CATIVEIRO Para entender a


restauração da casa de Deus e da cidade de Deus, temos que olhar para trás,
para a história do povo de Israel. Todos nós sabemos que o Antigo Testamento
é um livro de tipos, mas o tipo maior e todo-inclusivo é a história do povo de
Israel. No cristianismo hoje, muitos mestres cristãos aplicam as coisas que
aconteceram no início da história do povo de Israel às suas experiências cristãs.
Creio que todos nós sabemos disso. Sabemos como aplicar a Páscoa à nossa
experiência de redenção, e sabemos como aplicar a travessia do Mar Vermelho
à nossa experiência de batismo. Sabemos também como aplicar o desfrute do
maná diário e até mesmo a água da rocha fendida às nossas experiências, pois
isso é tomar Cristo como nossa provisão diária e como nossa água viva. Nós até
mesmo sabemos como aplicar a construção do templo construído pelo Rei
Salomão à nossa experiência. Mas pouquíssimos cristãos sabem como aplicar a
última parte da história do povo de Israel. O que significa o cativeiro para nós?
Como podemos aplicar o cativeiro às nos-sas experiências? E o que significa a
restauração, o retorno do cativeiro? Como podemos aplicar a restauração deles
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às nossas experiências? A maioria dos cristãos sabe como aplicar o começo,
mas simplesmente negligenciam a aplicação do fim. Em que estágio estamos de
acordo com a situação espiritual dos cristãos de hoje? Não há nenhuma dúvida
que estamos no estágio do cativeiro. O cativeiro significa que o povo de Deus
foi espalhado; significa que não há mais nenhu-ma unidade. O povo e Deus foi
tirado da base adequada da unidade para uma base errada. Primeiro eles
estavam em Jerusalém, reunidos e centralizados, mas depois se espalha-ram e
foram levados para muitos lugares. Isso é o cativeiro. Vamos aplicar isso à
situação de hoje. Os cristãos hoje estão reunidos ou estão espalhados? De certo
modo, eles estão mais espalhados do que o povo de Israel estava. Eles estão
muito divididos e muito espalhados. Isso significa que o cristianismo está em
cativeiro. Precisamos, de fato, retornar e sermos restaurados. Precisamos não
somente de reavivamento, mas também de restauração. O SIGNIFICADO DA
RESTAURAÇÃO O que significa quando dizemos que precisamos ser
restaurados? Queremos dizer que nossa saúde precisa ser restaurada ou que
nossa obra precisa ser restaurada? Não, ser restaurado significa ser trazido de
volta a Jerusalém. Signi-fica voltar de Babilônia para Jerusalém. Esse é o
significado correto de restauração. Do lado negativo, ser restaurado signi-fica
ser tirado de Babilônia, e do lado positivo, significa ser trazido para Jerusalém.
Você foi restaurado para fora de Babilônia e trazido de volta para Jerusalém?
Talvez alguns possam perguntar, "O que é a Babilônia de hoje e o que é a
Jerusalém de hoje? Como aplicamos Babilônia e Jerusalém à nossa
experiência?" Sabemos que Jerusalém era o centro na terra de Canaã para o
povo de Israel ser reunido. Jerusalém era a base da unidade. As Escrituras nos
dizem que alguns do povo de Israel foram levados cativos para a Síria e alguns
para o Egito, mas a maioria deles foi levado cativo para a Babilônia. A
Babilônia era o lugar principal do seu cativeiro. Assim, em tipologia, o
significado de Jerusalém é a base da unidade. Essa é a base para o ajuntamento
do povo de Deus. E o significado de Babilônia é divisão, dispersão e cativeiro.
Ser restaurado para fora de Babilônia é ser restaurado para fora da divisão e ser
restaurado para Jerusalém significa ser restaurado de volta à base original da
unidade. O LUGAR QUE DEUS ESCOLHEU Quando o povo de Deus foi
levado para a boa terra, de acordo com Deuteronômio 12, 14, 15 e 16, o Senhor
disse-lhes muitas vezes que quando entrassem na terra de Canaã, não teriam o
direito de escolher um centro de adoração. Deus disse-lhes repetidas vezes que
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Ele escolheria o lugar, o lugar singular, o único lugar onde Ele colocaria o Seu
nome e edifi-caria Sua habitação. Finalmente, aquele lugar era Jerusalém.
Jerusalém se tornou o centro para o povo de Deus adorá-Lo, e esse centro único
preservaria a unidade do povo de Deus. Sem esse centro, após entrarem na boa
terra, o povo teria sido dividido. Por exemplo, a tribo de Dã vivia no norte, a
uma dis-tância relativamente grande de Jerusalém. Suponha que dis-sessem que
viviam muito longe e que ir para Jerusalém não lhes era conveniente. Afinal de
contas, Deus não estava limitado pela geografia. Se Deus podia estar em
Jerusalém, por que Ele não podia também estar em Dã? Se a tribo de Dã falasse
dessa maneira, imediatamente o povo de Deus estaria dividido. Então outra
tribo diria que se Dã podia estabelecer um segundo centro, eles poderiam
estabelecer um terceiro. Assim um terceiro centro seria estabelecido. Outros
seguiriam então e estabeleceria um quarto, um quinto e um sexto até que
houvesse uma divisão infindável! Deus é sábio. Ele previu esse problema,
então repetiu Seu mandamento muitas e muitas vezes. O povo de Israel não
tinha o direito de escolher seu próprio lugar de adoração. Esse direito estava
nas mãos de Deus. Ele era o único que tinha a escolha. Israel não tinha escolha;
eles tinham que tomar a escolha de Deus, a escolha divina. A escolha de Deus
deveria ser a nossa escolha. Ela se tornou o centro do ajuntamento do Seu povo
e essa é a única base da unidade. A UNIDADE DA DIVISÃO Depois de um
tempo, o povo de Israel foi levado cativo e se espalharam em pelo menos três
divisões. Depois de setenta anos, alguns do povo de Israel em Babilônia foram
reavivados e se levantaram. Mas aquilo era o suficiente? Não! Eles tive-ram um
reavivamento, mas ainda não tinham a unidade genuína, porque a unidade na
Babilônia ainda é a unidade da divisão. Embora estivessem unidos lá, de certa
forma estavam unidos numa divisão. Eles de fato se levantaram e amavam uns
aos outros, mas amavam uns aos outros numa divisão. Isso pode ser um
reavivamento, mas nunca poderá ser uma restauração. Por que o povo de Israel
tinha que voltar para Jerusalém? Eles não poderiam adorar a Deus na
Babilônia? Sim, poderiam adorar a Deus na Babilônia e poderiam adorar Deus
na Síria e Egito. Poderiam adorar a Deus nesses lugares, mas Sua casa não
estava lá. Se fossem adorar a Deus em Sua casa, eles teriam que voltar para
Jerusalém. Deus não é estreito; Ele pode ser adorado em qualquer lugar. Mas
adorar a Deus dessa maneira nunca poderá satisfazê-Lo. Eles poderiam adorar a
Deus, mas sempre teriam o sentimento de estarem em cativeiro. Poderiam
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adorar a Deus, mas com um sentimento de que não estavam satisfeitos. Isso é
porque não estavam adorando o Senhor em Sua casa. Como podemos aplicar
isso a nós hoje? A menos que voltemos para a base da unidade, nunca
poderemos estar satisfeitos, independente de quão espirituais sejamos. É
verdade que Deus não é estreito. Onde quer que estejamos, Ele está conosco.
Mas esse tipo de adoração nunca poderá satisfazer a Deus, nem a nós. Isso é
porque estamos carentes do desejo de Deus. O desejo de Deus é ter uma casa,
uma habitação, nesta terra. DESPERTAR, LEVANTAR E SUBIR Em Esdras 1
há muitos "despertar." Aqui neste capítulo há pelo menos cinco "despertar".
Primeiro, Deus despertou o espírito deles (Ed 1:1, 5). Nosso espírito precisa ser
desper-tado. Não devemos ser emocionais, mentais ou determinados, mas
devemos ser despertados em nosso espírito. Esse é o primeiro "despertar."
Então devemos nos levantar (Ed 1:5). Depois que formos despertados no
espírito, devemos nos levantar. Esse é o segundo "despertar." Assim, depois de
nos levantar, devemos subir (Ed 1:3, 5). Todo aquele que está sendo restaurado
está subindo, não descendo. Quando esta-mos sendo restaurados, nós
simplesmente temos o sentimento de que estamos subindo! Voltar para a casa
significa subir. TRAZER E EDIFICAR Então há outro despertar. Não suba por
você mesmo, simplesmente. Você deve trazer algo de ouro e algo de prata (Ed
1:11). Essas são as experiências de Cristo. Todos os utensílios no templo são as
experiências dos vários aspectos de Cristo. O povo de Deus se espalhou e todas
as experiências espirituais foram levadas embora. Isso foi uma vergonha para
eles e para Deus. Nabucodonosor colocou todos os utensílios no templo dos
seus ídolos. Que vergonha para Deus! Até mesmo hoje, alguns queridos
cristãos têm verdadeiras expe-riências de Cristo, mas elas estão na Babilônia.
Eles têm as experiências de Cristo no lugar de cativeiro, e no lugar de ídolos.
As experiências são corretas, mas o lugar está errado. Os utensílios são
corretos, mas eles são os utensílios do templo de Deus no templo de ídolos.
Então devemos trazê-los. Esdras não é um livro longo. Mas ele separou um
tempo para nos dizer a quantidade de utensílios. Havia 5400 uten-sílios.
Quando somos restaurados, devemos trazer algumas das experiências de Cristo.
Há os utensílios de ouro e os utensílios de prata. Em tipologia a prata se refere
à redenção de Cristo, e ouro se refere à natureza divina. Nossas expe-riências
enquanto subimos devem ser as experiências de Cristo e Sua redenção e de
Deus e Sua natureza divina. Temos que subir para trazer algo de Cristo e de
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Deus. Não devemos subir de mãos vazias. Pelo menos devemos ter um
recipiente de ouro e um recipiente de prata. É muito interessante que essa parte
da Palavra nos dê somente os nomes de dois tipos de utensílios: as bacias e as
taças (Ed 1:9-10). As palavras bacias e taças devem ser mudadas para travessas
e tigelas nestes versículos. As travessas são os pratos grandes, e as tigelas são
para comer e beber. Ambos são para servir comida. Que experiências você tem
de Cristo? Essas experi-ências devem ser as travessas e as tigelas para suprir e
servir comida aos outros. Quando estamos subindo para a vida da igreja,
estamos subindo com alguma coisa em nossas mãos? Temos que subir para a
vida da igreja com travessas e com tigelas para servir os outros com comida
para que sejam nutridos e supridos. Creio que muitos amados irmãos que estão
na restauração do Senhor hoje podem testificar de como subiram para a vida da
igreja com algo em suas mãos como travessas e tigelas para suprir outros. E
podem testificar que quando vieram para a vida da igreja, simplesmente foram
nutridos. Eles têm algo em suas mãos para nutrir os outros, e os outros têm algo
em suas mãos para nutri-los; assim nutrem-se uns aos outros. Essa é a vida da
igreja. Você tem algumas travessas, e eu tenho algumas travessas. Você tem
algumas tigelas, e eu tenho algumas tigelas. Você me serve, e eu o sirvo. Todos
nós devemos servir uns aos outros. Finalmente, devemos ser edificados (Ed 1:2,
3, 5). Então devemos ser despertados, nos levantar, subir, trazer e edificar.
Devemos ser despertados no espírito, nos levantar com o corpo, subir para
Jerusalém, e exibir as experiências de Cristo para que possamos edificar a
igreja. NO ESPÍRITO Mesmo o Antigo Testamento nos diz para sermos des-
pertados em nosso espírito humano. A igreja não é uma socie-dade humana,
mas uma economia divina. Esse não é um movimento humano, mas um
movimento divino, um mover divino. Portanto, Deus precisa de nosso espírito.
Deus desperta nosso espírito. Não considere e analise demais com sua mente, e
não seja tão emocional ou tão determinado. Todos nós devemos ser despertados
em nosso espírito. Entender na mente é uma coisa, mas ser despertado no
espírito é outra. Temo que alguns de nós estejamos claros em nossas mentes
sobre a restauração do Senhor, mas muito pobres em nosso espírito. Possa Deus
ser misericordioso a nós e falar ao nosso espírito. Deus deve tocar nosso
espírito. Ele deve nos libertar de nossa mente e nos voltar ao espírito. Então não
nos preocuparemos tanto com nossa mente, emo-ções ou vontades. Nós
subiremos com o Senhor em Sua restauração porque temos sido despertados no
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espírito. UM NOVO COMEÇO Esdras 1 começa com, "No primeiro ano de
Ciro." Por que não foi no segundo ou no terceiro ano? Por que foi no primeiro
ano? Porque a restauração é um novo começo. Se hoje somos despertados no
espírito para a restauração do Senhor, esse será o primeiro ano para nós. Será
um novo começo. O primeiro ano do Rei Ciro foi o começo de um novo
reinado. Espero que entre aqueles que lerem esta mensagem, muitos digam,
"Aleluia, este ano é o primeiro ano de minha vida da igreja! Agora sei que devo
subir para Jerusalém!" Alguns podem perguntar, "Se eles subirem para Jeru-
salém, o que será do restante que não subir?" Não considere tanto-apenas suba!
Por que você tem que considerar tanto os outros? Se Deus despertou seu
espírito, você deve subir, independente do que os outros façam. A história nos
diz que apenas um pequeno número do cativeiro voltou para Jeru-salém; a
maioria permaneceu no cativeiro. Sabemos que além do templo em Jerusalém,
nunca houve outro templo construído pelo povo Judeu em toda a terra. Em vez
disso, construíram muitas sinagogas. Eles não ousaram construir um templo,
porque conhecem muito bem o mandamento de Deus em Deuteronômio 12, 14,
15 e 16. Se somente nos levantarmos, contudo não subirmos para a vida da
igreja, poderemos servir a Deus, mas O serviremos somente numa sinagoga.
Nunca poderemos servir a Deus no templo, simplesmente porque apenas nos
levantamos. Preci-samos não somente nos levantar, mas também subir. Não
devemos servir a Deus num nível tão baixo; devemos subir. Alguns podem
dizer que podem pregar o evangelho onde estão. Sim, podem pregar o
evangelho num nível baixo. E alguns podem dizer que têm a presença de Deus.
De certo modo concordo com eles, mas têm a presença de Deus num nível
baixo. Todos nós precisamos subir! Subir para Jeru-salém! Subir para a base da
unidade! Subir para a única base da igreja! Estou muito contente, pois nestes
últimos anos temos visto muitos amados irmãos sendo despertados, se
levantando e subindo para trazer e edificar. Agora hoje, em muitos lugares, eles
estão edificando. Aleluia! Aleluia! Despertados! Levantados! Subindo!
Trazendo! E agora edificando! Edifica-mos com o que trazemos. Esse é um
resumo da restauração do Senhor.

CAPÍTULO DOIS A UNIDADE, O SACERDÓCIO, O REINADO E O


ALTAR

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Leitura Bíblica: Esdras 3:1-2 A UNIDADE O capítulo 1 de Esdras nos diz que
Deus despertou o espírito de alguns dos cativos em Babilônia. Depois que seu
espírito foi despertado, eles se levantaram e subiram para Jerusalém, levando
consigo os utensílios de ouro e prata. A intenção deles ao voltar era edificar a
casa de Deus. Esdras 3:1 nos diz então que "ajuntou-se o povo como um só
homem, em Jerusalém." O sétimo mês havia chegado e embora o povo de Israel
estivesse nas cidades, nenhuma unidade ainda tinha sido realizada. Entretanto
"ajuntou-se o povo como um só homem, em Jerusalém." Isso era a verdadeira
unidade, a ver-dadeira harmonia; não nas cidades, mas em Jerusalém. Jeru-
salém era a única base, o único centro para a unidade. Como aplicar estas
coisas a nós hoje? Se somos o rema-nescente do cativeiro que voltou para
Jerusalém, precisamos da verdadeira unidade e harmonia. Todos nós devemos
ser um. Devemos nos reunir como um só homem. Todos nós devemos ser como
um só homem, não neste ou naquele lugar, mas em Jerusalém. Não é segundo a
minha opinião ou a sua maneira, meu conceito ou o seu ensinamento. É de
acordo com Jerusalém. Jerusalém é o centro. Podemos abandonar todas as
nossas opiniões por Jerusalém? Podemos nos esquecer de todos os nossos
conceitos por Jerusalém? Todos nós devemos voltar, mas não voltar sob a
influência de Babilônia. Devemos nos esquecer das coisas de Babilônia. Não
volte com os ensina-mentos de Babilônia. Vamos todos à Jerusalém. Assim,
nada será segundo você e eu, mas segundo Jerusalém, pois Jerusa-lém é o único
centro e a única base para a unidade. Nos últimos anos, tenho assistido e
observado. Descobri que alguns santos começaram a se reunir em diferentes
luga-res, mas por fim as reuniões falharam por causa de diferentes opiniões e
conceitos. O problema é que alguns voltaram, mas não trouxeram de volta os
utensílios. Antes, trouxeram consigo as coisas de Babilônia. Voltaram com
muitos conceitos babilônicos. Voltaram, mas não tinham unidade nem unani-
midade. Nunca se reuniram como um só homem. Devo louvar ao Senhor pelas
igrejas locais. Nas igrejas locais, pela misericórdia do Senhor, somos como um
só homem. Não temos nenhuma opinião diferente, abandonamos todos os
conceitos babilônicos e nos reunimos como um só. Desde que o Senhor nos deu
o orar-ler, temos sido realmente levados para a unidade. Louvado seja o
Senhor! Precisamos da unidade. Sem unidade e unanimidade, a edificação da
casa do Senhor será impossível. Se quisermos praticar a vida da igreja, temos
que nos esquecer de todos os ensinamentos dissidentes e opiniões que
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recebemos no passado. Temos que abandonar todas essas coisas. São opiniões
diferentes, conceitos e conhecimento bíblico que causam muitos problemas.
Isso é terrível! É por isso que, por causa da degradação da igreja, o último livro
da Bíblia foi escrito de uma maneira diferente. Nos Evangelhos e nas Epístolas,
a ordem das Pessoas da Deidade é: Pai, Filho e Espírito. Mas no último livro, a
ordem da Deidade é mudada para: Pai, Espírito e Filho. Agora o Espírito é mais
impor-tante, e foi mudado do terceiro lugar para o segundo. Além disso, o
único Espírito se tornou os sete Espíritos, o Espírito sete vezes intensificado. O
Senhor Jesus disse muitas coisas nos quatro Evan-gelhos e os apóstolos
escreveram muitos livros, mas nenhum desses nos fala tão fortemente que
devemos ouvir o falar do Espírito quanto o livro de Apocalipse. Este último
livro nos diz no final de cada uma das sete cartas, "Quem tem ouvidos, ouça o
que o Espírito diz." O cristianismo tem muitos estudos bíblicos, escola bíblica e
institutos bíblicos, mas quase todos eles são letras mortas. Em vez de salas de
estudo bíblico, precisamos de salas para chorar pela pobreza e morte espiritual.
Temos que ouvir o Espírito-não apenas ler o que está escrito. Devemos ouvir o
falar atual, instantâneo do Espírito vivo. "Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas." Ler as escrituras não é suficiente. A era foi mudada para
o Espírito. Por que os cristãos foram divididos? Simplesmente por causa de
ensinamentos diferentes e doutrinas. Quanto mais ensinamentos houver, mais
divisões haverá. Todos os vários ensinamentos e opiniões têm causado muitos
danos à restau-ração da igreja. Temo que alguns de nós ainda estejamos sob a
influência das doutrinas Babilônicas. Que o Senhor tenha misericórdia de nós
para que abandonemos todos esses ensinamentos, independente de estarem
certos ou errados. Voltemos para Jerusalém com o Espírito. Nossa mentalidade
tem causado muito dano à restauração do Senhor. Precisamos simplesmente
voltar-nos ao Espírito. Nos últimos quinze ou vinte anos, o Senhor nos mostrou
claramente que Cristo é o Espírito que dá vida (1Co 15:45). Segunda Coríntios
3:17 também diz, "Ora, o Senhor é o Espírito." Fundamentando-nos nas
Escrituras, falamos para as pessoas que elas têm que perceber que Cristo não é
somente o Redentor, mas também o Espírito que dá vida. Mas alguns têm
condenado isso, dizendo que é heresia dizer que Cristo é o Espírito. Eles dizem
que é errado e contra o ensina-mento da Trindade. Mas a Bíblia nos diz
claramente que "o Senhor é o Espírito"! Não nos importamos com os ensina-
mentos mortos do homem; somente nos importamos com o desfrute do Cristo
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vivo como o Espírito! Suponhamos que o livro de Apocalipse não dissesse nada
sobre os sete Espíritos de Deus, e ainda alguém nos dissesse que hoje o Espírito
de Deus é os setes Espíritos. Você acreditaria nisto? Temo que todos os cristãos
digam que esse homem é um herege. O Espírito de Deus é o Espírito singular.
Como pode alguém dizer que Ele é os sete Espíritos! Mas louvado seja o
Senhor! Temos este último livro de Apocalipse, e ele nos diz que o Espírito de
Deus não é somente o único Espírito, mas sete Espíritos. Isso é heresia? Se isso
for uma heresia, é uma heresia divina! É uma heresia divina que saiu da boca
do Senhor Jesus Cristo! Oh, ensinamentos mortos realmente causam muitos
danos tanto a vida cristã quanto à vida da igreja. O Espírito de Deus é único.
Como você pode dizer que é sete? Mas o Senhor Jesus disse que o Espírito é os
sete Espíritos. Então o que diremos nós? Temos que dizer, "Amém! Louvado
seja o Senhor! Aleluia!" Temo que dentro de vocês ainda existam alguns "mas."
Vocês podem dizer que "isso é muito bom, mas, mas... "Esse insignificante
"mas" é de Satanás. Todos nós temos que aprender a rejeitar os "mas." Não
devemos ter "mas"; devemos ter somente unidade. Sem "mas", mas todos
"Améns!" Todos os "mas" devem ser abandonados. Não devemos ter qualquer
opinião para que passamos nos reunir como um só homem. Nunca diga, "mas";
simplesmente seja um com os santos. Vamos todos nos reunir como um só
homem por Jerusalém. Não devemos nos importar com nada além da
restauração do Senhor. Devemos nos importar somente com a edificação do
templo do Senhor. Vamos todos voltar à Jerusalém para nos ajuntar como um só
homem! O SACERDÓCIO E O REINADO Há algo mais em Esdras 3:2. Os
nomes de duas pessoas são mencionados: Josué e Zorobabel. Dos livros de
Ageu e Zacarias, sabemos que Josué era o sumo sacerdote naquela época. De
acordo com Ageu, Zorobabel era o governador de Judá, e se traçarmos sua
genealogia, veremos que ele era descendente de Davi. Assim ele estava na linha
do reinado. Portanto, há essas duas pessoas: Josué, representando o sacerdócio
e Zorobabel, representando o reinado. Nos livros de Esdras, Neemias, Ageu e
Zacarias, estas duas questões sempre estão representadas. Isso porque esses
livros estão conectados com a restauração da edificação da casa e da cidade de
Deus. A edificação da casa de Deus sempre requer o sacer-dócio e o reinado.
Para a edificação do tabernáculo, Moisés representou o reinado e a autoridade,
e Arão representou o sacerdócio. Para a edificação do templo, Salomão
representou o reinado, e o sumo sacerdote representou o sacerdócio. E para a
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restauração da edificação, o sacerdócio e o reinado ainda são necessários. Na
edificação original, havia primeiro o reinado e então o sacerdócio. Mas na
restauração, há primeiro o sacerdócio e então o reinado. O reinado é a
autoridade divina, e o sacerdócio é simplesmente contatar Deus, ser saturado
com Deus e ser ocupado e possuído por Deus. A restauração da edificação das
igrejas locais, não é somente uma questão de deixar as denominações para
voltar à base local, mas também uma questão do sacerdócio e do reinado.
Louvado seja o Senhor que muitos voltaram! Mas nos últimos anos, tenho
notado que em muitos lugares, embora as pessoas tenham voltado, elas ainda
estão carentes do sacer-dócio e do reinado. Elas não têm Josué nem Zorobabel.
Elas deixaram as denominações e voltaram com a intenção de res-taurar a vida
da igreja, mas falharam por não terem o sacer-dócio e o reinado. Pensaram que
quando voltassem poderiam usar certas maneiras para praticar a vida da igreja,
mas não funcionou. A vida da igreja não é uma questão de ter uma certa
maneira; é uma questão do sacerdócio e do reinado. Estamos no sacerdócio e
debaixo do reinado? Precisa-mos do sacerdócio para ter um verdadeiro contato
com Deus para que todo nosso ser seja saturado com Deus. Não é uma questão
de ter uma certa maneira para conduzir nossas reuniões-isso nunca funcionará.
É uma questão do sacer-dócio. Estamos no sacerdócio? Conhecemos algo do
sacerdócio por experiência? Estamos ajudando outros a experienciar o
sacerdócio? Não é uma questão disso ou aquilo; é uma questão do sacerdócio.
Todos nós devemos contatar o Senhor, ser enchidos e saturados com Ele e estar
ocupados o dia todo com Ele. Devemos ter o sacerdócio dessa maneira. Todos
os ama-dos santos na restauração do Senhor devem ser ajudados a experienciar
o sacerdócio adequado. Todos nós temos que contatar o Senhor. Gritar de
alegria nas reuniões é bom, mas e quanto o seu contato com o Senhor em sua
vida privada? Quanto você contata o Senhor, e quanto está sendo saturado com
Ele em sua vida diária? Isso é o sacerdócio. Na restau-ração do Senhor temos
que ter o sacerdócio; temos que ter Josué. Também precisamos do reinado, a
autoridade divina. As pessoas sempre perguntam se temos alguém governando
a igreja. Sempre respondo que é muito difícil dizer. Se você disser que temos,
eu digo que não. Se você disser que não temos, eu digo que temos. Quem
governa as reuniões da igreja em Los Angeles? Se você disser que ninguém
governa, eu não concordarei. Mas se você disser que alguém governa, também
não concordarei. Tudo é uma questão de aprender a submeter-se à autoridade
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divina. Há uma espécie de reinado divino entre nós e estamos todos debaixo
desse reinado. Não precisa-mos de uma eleição para estabelecer um líder.
Precisamos estar debaixo da autoridade divina. Em alguns lugares os santos me
disseram que é real-mente difícil decidir quem serão os líderes. Às vezes eu
falo às pessoas dessa maneira: quem quer ser líder não está quali-ficado para
ser um líder. É uma vergonha alguém ter a ambi-ção de ser líder entre os santos
na restauração do Senhor. Um líder é simplesmente um líder. Se você é um
líder, todos saberão que você é um líder. Você é o que é. Se conhecermos a
autoridade divina e percebermos o reinado entre nós, todos saberemos nosso
lugar. Saberemos quem somos, o que somos, e onde estamos. Saberemos
porque estamos debaixo da reale-za e da autoridade que são a liderança do
Senhor Jesus. O ALTAR Na restauração do Senhor, há a necessidade do sacer-
dócio e do reinado; então haverá algo restaurado. Esdras 3 nos diz que a
primeira coisa restaurada foi o altar. Para a resta-uração da casa, precisamos da
restauração do altar. Sem o altar, a casa nunca poderá ser restaurada. O altar é o
lugar para oferecer todas as coisas ao Senhor. Essa é a restauração da
verdadeira consagração. De acordo com Esdras 3, eles não ofereceram nada
exceto a oferta queimada sobre o altar. Eles não ofereceram a oferta pelo
pecado, a oferta pela transgressão, a oferta pacífica ou qualquer outra oferta.
Eles somente ofereceram a oferta queimada. Todos nós sabemos que a oferta
queimada é para a satisfação de Deus. A oferta pelo pecado é para os pecados, a
oferta pela transgressão é para nossas transgressões, a oferta pacifica é para
nossa paz, a oferta de manjares é para nossa satisfação, mas a oferta queimada é
para a satisfação de Deus. Restaurar a casa é para a satisfação de Deus. A casa
não é para sermos perdoados; para termos paz com Deus ou para nosso
desfrute, antes é completamente para a satisfação de Deus. Portanto, não
devemos oferecer nada além da oferta queimada. Em outras palavras, temos
que pôr tudo que temos, tudo que somos e tudo que podemos fazer no altar para
a satisfação de Deus. Esse é o começo da vida da igreja. Antes de podermos ter
a vida da igreja, devemos pôr tudo no altar. Os jovens devem oferecer seus
diplomas de faculdade e suas bolsas de estudos e todos nós devemos oferecer
tudo o que temos e somos no altar para a satisfação de Deus. Caso contrário,
será impossível restaurar a casa de Deus. Em alguns lugares observei que certos
irmãos gostam de ter responsabilidade na vida da igreja, mas ainda estão no
mundo. Não puseram no altar tudo aquilo tem e são. Precisamos de uma
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consagração para oferecer tudo no altar para a edificação das igrejas locais.
Muitas igrejas têm um verdadeiro encargo de buscar pessoas para serem
acrescentadas ao local. Mas no final, elas têm apenas um pequeno número.
Digo-lhes francamente que se oferecerem tudo-aquilo que têm, o que podem
fazer e o que são-sobre o altar, o Senhor trará os buscadores. O problema é que
voltamos de Babilônia para Jerusalém, contudo em Jerusalém preservamos
ainda muitas coisas para nosso próprio interesse. Não oferecemos tudo no altar
para Seu interesse e satisfação. É por isso que precisamos de consagração. Em
Esdras 3 eles ofereciam a oferta queimada diária-mente de manhã e à tarde.
Ofereciam-na continuamente. Todo o tempo havia algo queimando no altar.
Somente esse tipo de consagração pode produzir a edificação das igrejas. Se
realmente quisermos nos comprometer com o Senhor, temos que oferecer tudo
no altar. Caso contrário, o melhor a se fazer é voltarmos para Babilônia. Não
deveríamos voltar para Jerusalém e ainda manter nossa vida da mesma maneira
que era em Babilônia. A vida em Jerusalém deve ser absolutamente para o
interesse do Senhor. A vida na restau-ração do Senhor deve ser absolutamente
para a restauração da edificação das igrejas. Algumas igrejas tiveram pouco
aumento. Se quiserem comprometer-se com o Senhor, devem orar desesperada-
mente, "Senhor, nos dê um aumento; caso contrário, morre-remos!" Devemos
nos tornar frios ou quentes. Se formos frios, congelaremos, mas se formos
quentes, que sejamos tão quentes a ponto de dizerem que estamos loucos.
Deixe as pessoas dizerem que somos exagerados. Todos nós devemos ser
loucos, queimando para pela igreja local. Se estivermos queimando assim,
veremos o aumento da igreja. Não nos preocuparemos com o que as pessoas
dirão sobre nós; devemos ser absolutamente para a restauração do Senhor. A
primeira coisa a ser restaurada para a vida da igreja é o altar. Todos nós
precisamos restaurar o altar ao orar, "Senhor, neste dia colocamos no altar tudo
o que temos, tudo o que somos e tudo o que podemos fazer. Fazemos isso por
Sua casa, Sua igreja". Isso é o que precisamos. Precisamos da unidade, do
sacerdócio, do reinado e do altar. Então o fundamento do templo será preparado
para a restauração da edificação das igrejas.

CAPÍTULO TRÊS LANÇANDO O ÚNICO FUNDAMENTO – CRISTO

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Até aqui abordamos quatro pontos principais: a unida-de, o sacerdócio, o
reinado e o altar. O quinto ponto é o estabe-lecimento do fundamento. Todos os
quatro pontos anteriores são para este. A unidade, o sacerdócio, o reinado e o
altar são todos para estabelecer o fundamento. Assim, precisamos aplicar todas
estas coisas de maneira prática. Não precisamos de muito ensinamento, mas
precisamos de alguma aplicação prática. Durante os últimos anos que tenho
observado e assistido, notei que em alguns lugares, embora parecesse que as
pessoas tinham voltado para Jeru-salém, nenhum fundamento havia sido
lançado. Ano após ano nenhum fundamento foi lançado. Um grupo de pessoas
tinha voltado para reivindicar a base adequada da vida da igreja, mas não havia
nenhum fundamento. Após termos retornado à Jerusalém e sustentar a base
adequada, a necessidade urgente é lançar o fundamento. Não somos para a
base; somos para o fundamento. Embora devêssemos vir para a única base da
unidade, não somos para a base, mas para o fundamento. Creio que todos nós
sabemos o que é o fundamento. O fundamento é Jesus Cristo. "Porque ninguém
pode lançar outro fundamento além do que foi lançado, o qual é Jesus Cristo"
(1Co 3:11). Esse é o único fundamento na única base. Alguns dizem que
enfatizamos a base demasiadamente e simplesmente esquecemo-nos do
fundamento. Não admi-timos isso. Tomamos a base para o fundamento.
Tomamos a base para Cristo. Mas percebi que alguns que voltaram têm lançado
um fundamento o qual não é Cristo. Em alguns lugares reivindicam ter tomado
a base, contudo não lançaram Cristo como seu fundamento. Antes, falam em
línguas ou qualquer outra coisa diferente do próprio Cristo como seu
fundamento. Independente de quão bom isso seja, desde que não seja o próprio
Cristo, não é um fundamento adequado. Esse fundamento se torna um fator de
divisão. Podemos dizer que voltamos para sustentar a única base, contudo
lançamos um fundamento de divisão. Você vê como isso é sutil? Portanto,
devemos ser extremamente cuidadosos. Gosto do livro de Esdras porque não há
muito ensina-mento nele. No princípio eles não tinham os profetas. Tudo que
tinham era a unidade, o sacerdócio, o reinado e o altar. Em alguns lugares hoje,
eles não têm a unidade, o sacerdócio, o reinado e não têm o altar. Eles têm
somente muitos profetas. Parece que não há nada além de bocas no Corpo. Até
mesmo o dedo do pé se torna uma boca. Há muito falar e muitas doutrinas, mas
nenhuma unidade, nenhum sacerdócio e nenhum reinado. Eles simplesmente
não se preocupam em levar as pessoas à presença de Deus e ajudá-las a contatar
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o Senhor e serem enchidas pelo Senhor. Querem apenas os ensinamentos
bíblicos. Tem muitos profetas, mas nenhum sacerdote. Não querem o altar de
Deus, nem a autoridade divina, o reinado. Simplesmente tem muito falar com
muitas opiniões. PESSOAS TOLAS Louvado seja o Senhor que no começo da
restauração não havia nenhum profeta. O povo simplesmente se ajuntava como
um só homem. Alguns podem dizer que eram ignorantes e tolos, mas vamos ser
todos tolos! Vamos nos ajuntar como um só homem tolamente. Não precisamos
ser tão inteligentes e sábios. Devemos simplesmente nos ajuntar com o povo do
Senhor para ser um só homem. Devemos aprender a ser muito tolos, sem
qualquer opinião. Você pode aprender a abrir sua boca apenas para louvar e
nunca para falar? Isso é o que queremos dizer ao ser tolo. Muitos não sabem
levar as pessoas na presença do Senhor, não sabem submeter-se debaixo do
encabeçamento de Cristo, nem sabem ser uns com os outros. Simplesmente não
sabem como deixar suas opiniões e ser tolamente um com os outros. Não
sabem pôr tudo no altar. Absolutamente não há consagração. Se essa for a
situação, realmente é terrível. Prefiro estar em um lugar com pessoas tolas onde
todos estão cheios com Cristo, todos estão debaixo do encabeçamento de
Cristo, e todos põem tudo no altar. Se os outros dizem que somos tolos,
dizemos: "Louvado seja o Senhor, somos espiri-tualmente muito tolos!" No
inicio de Esdras, não havia nenhum profeta e mestre. O cristianismo de hoje
sempre pensa que para edificar uma igreja precisamos de um grande mestre.
Esteja certo de que um grande mestre trará grandes problemas, um pequeno
mestre causará somente pequenos problemas, e nenhum mestre não causará
nenhum problema. Se houver dois grandes mestres, certamente haverá duas
grandes divisões. Não há necessidade de discutir sobre esse assunto; isso foi
provado através da história. Todos os problemas e todas as divisões vieram dos
mestres. Onde quer que haja um mestre, é certo que haverá problema e divisão.
O mero ensinamento nunca edifica-ele somente divide e derrama lágrimas.
Realmente gosto desse livro de Esdras. Desde o inicio não há nenhum mestre e
nenhum profeta. Há apenas a unidade. Todo o povo se ajuntou em Jerusalém
como um só homem (Ed 3:1). Se não aprendermos a ser tolos, nunca
poderemos ser um com os outros. Todas as pessoas inteli-gentes nunca
conseguem ser um. Sempre temi pessoas inteli-gentes. Não seja tão inteligente;
então você poderá ser um com os outros. Às vezes alguém poderá dizer que
certa pessoa é um bom irmão. Mas sempre quero saber de que maneira ele é
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bom! Se ele é tolamente bom, isso é maravilhoso. Mas se ele for
inteligentemente bom, fugirei para longe dele. Não posso dizer a vocês o
quanto sofri no passado por causa de pessoas inteligentes. Na igreja, o Senhor
não precisa de nenhuma pessoa inteligente. A primeira pessoa inteligente foi
Judas que traiu o Senhor Jesus. Ele era realmente inteligente. Quando lemos o
Novo Testamento, vemos que todos os discí-pulos e os crentes primitivos foram
edificados juntos porque eram tolamente um. Como podemos ser um? Temos
que deixar nossas opi-niões e tornar-nos tolos. Todas as pessoas no inicio do
Novo Testamento reuniam-se como uma só pessoa. Tinham o sacerdócio,
tinham o reinado e colocavam tudo sobre o altar para ser queimado. Você não
pensa que eles eram tolos? Se estivesse lá, poderia perguntar-lhes, "O que
vocês estão fa-zendo? Precisamos de todas essas coisas para a "obra do
Senhor." Eles eram realmente tolos. O que quero dizer é isso: se olharmos para
a situação na época de Esdras, o que eles estavam fazendo era tolice. Quando
todos os adversários viram estas pessoas tolas colo-carem tudo sobre o altar e
queimarem, eles ficaram contentes. Mas depois quando viram o fundamento ser
lançado, não ficaram tão contentes. No inicio parecia tolice-não havia
ensinamentos e não chamavam a congregação para ajuntar-se para lhes dar
instruções. Não, todos eles se ajuntavam como um só homem. E tinham o
sacerdócio, o reinado e o altar. Irmãos e irmãs, todos nós precisamos ser muito
tolos. Não seja tão instruído nem tão inteligente. Aprenda a ser muito simples e
tolo para que coloque tudo no altar. A MANEIRA PARA LANÇAR O
FUNDAMENTO A unidade, o sacerdócio, o reinado e o altar são a preparação
para lançar o fundamento. De acordo com a tipolo-gia, esse fundamento é nada
mais do que Cristo. Eles lança-ram Cristo como seu fundamento. Não quiseram
nada além de Cristo, e devemos ser iguais. Não queremos profetizar, não
queremos cura, não queremos falar em línguas, nem quere-mos lavar os pés ou
cobrir a cabeça. Não queremos nada a não ser Cristo. Nosso fundamento é nada
mais do que Cristo. Sim, tomamos a base da igreja, mas não somos para a base.
A base é para o fundamento e o fundamento é Cristo e apenas Cristo. Orar-ler
não é nosso fundamento. Orar-ler é um meio para lançar o fundamento. Orar-
ler é um meio para edificar. Agradecemos ao Senhor que nos últimos anos
vimos muita edificação por meio do orar-ler. Orar-ler edifica verdadeira-mente,
mas não é o fundamento. Nosso fundamento é unica-mente Cristo. Como
lançamos o fundamento? O fundamento é lançado com louvores e júbilos.
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"Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor,
apresentaram-se os sacerdotes, paramentados e com trombetas, e os Levitas, os
filhos de Asafe, com címbalos para louvarem ao Senhor, segundo as
determinações de Davi, rei de Israel. Cantaram alternada-mente, louvando e
rendendo graças ao Senhor; porque Ele é bom, porque Sua misericórdia dura
para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com altas vozes, louvando ao
Senhor por se terem lançado os alicerces da casa do Senhor. Porém muitos dos
sacerdotes e Levitas e os cabeças de família já idosos, que viram a primeira
casa, choraram em alta voz quando à sua vista foram lançados os alicerces
desta casa; muitos, no entanto, levantaram as vozes com gritos de alegria. De
maneira que não se podiam discernir as vozes de alegria das vozes de choro do
povo; pois o povo jubilava com tão grandes gritos que as vozes se ouviam de
mui longe" (Ed 3:10-13). Se formos para outro lugar, não precisamos ensinar
ou pregar demais. Temos simplesmente que ir lá gritar e louvar Cristo. Se
formos lá para louvar Cristo, creio que um firme fundamento será lançado. Por
que temos que seguir a velha maneira? Vimos para as reuniões e sentamos,
esperando por alguém pedir um hino. Então todos cantamos. Por que seguimos
essa velha maneira? Onde está a base bíblica para essa maneira? Por que temos
que ter uma mensagem em todas nossas reuniões? Por que não temos uma
reunião de júbilo? Eu proclamo a você e você proclama a mim, "Irmãos, Cristo
é minha vida! Cristo é Vencedor!" Então outro proclama, "Sim, Cristo é
Vencedor!" Mas não deveríamos fazer isso de outra maneira. Devemos ser
muito novos e vivos. Tenho uma profunda convicção de que o Senhor vai
descontruir a velha maneira. Não penso que a velha maneira de pregar é tão
prevalecente. Deve haver algo novo. Como eles lançaram o fundamento?
Gritando e lou-vando. Quando o cristianismo vai construir uma igreja, eles têm
um certo tipo de celebração para lançar o fundamento. Eles cantam um hino e o
pastor lê uma porção da Palavra. Então outro dá uma mensagem. Essa é a velha
e morta maneira, a maneira sem vida. Isto não é Cristo como o fundamento. Se
declararem Cristo como fundamento, todos gritarão, "Aleluia!" Olhe para o
registro em Esdras. Alguns gritavam e outros choravam. Não havia nenhuma
ordem. Se você for ao cemitério, não há necessidade de dizer àqueles que estão
lá para permanecer em ordem. Eles já estão em ordem porque estão mortos e
enterrados. Se estivermos vivos, será muito difícil manter uma ordem rígida.
Todos nós sabemos que de acordo com a história, o povo Hebreu era muito
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religioso, mas de acordo com esse registro, não havia muita religião. Eles se
reuniram como um só homem. Isso é religioso? Eles colocaram tudo no altar
para ser queimado. E quando lançaram o funda-mento, gritaram e choraram
tanto que não podiam discernir quem estava gritando e quem estava chorando.
Isso é religi-oso? Quando voltamos para a base adequada, devemos orar para
que esse fundamento seja lançado. Não convoque uma reunião e diga, "Irmãos,
por favor, abram em 1 Coríntios 3:11. Todos devemos saber que o único
fundamento é Cristo." Isso é ensinamento morto! Você tem razão, mas você
tem uma razão morta. Na restauração do Senhor, não precisamos desse tipo de
ensinamento morto. Quando voltamos, devemos voltar gritando, louvando e
cheios de Cristo sem qualquer ensina-mento. Isso será maravilhoso. Não muito
tempo atrás enquanto viajava, fiz uma parada de três horas num certo lugar
onde havia uma igreja local. Dois irmãos me encontraram no aeroporto e
tivemos um pouco de comunhão. Disseram-me que um irmão do lugar havia
ido para Los Angeles e permanecido lá durante três semanas. Quando voltou,
na primeira vez que foi à reunião, ele gritou, "Aleluia! " Todos na reunião
souberam que esse irmão tinha voltado de Los Angeles. Eles não o tinham
visto, mas ouviram o seu "Aleluia!" Ele estava borbulhando. Isso foi realmente
bom. Mas se esse irmão tivesse voltado e os ensinado a gritar "Aleluia!" a
maneira como fazem em Los Angeles, isso seria errado. Ele estaria pedindo
apenas para as pessoas gritarem de uma maneira morta. Não é uma questão de
imitar, mas de estar cheio de Cristo. Quando lançarmos Cristo como o
fundamento, estaremos tão felizes e gritaremos "Aleluia!" Não temos nenhum
outro fundamento a não ser Cristo. Não nos importamos com isso ou aquilo-
queremos apenas Cristo. Esse é o único fundamento da casa de Deus. Nós o
temos visto e estamos nele. Louvado seja o Senhor! A SUTILEZA DO
INIMIGO Após ser lançado o fundamento, algo aconteceu. O lançamento do
fundamento perturbou os adversários. Perce-beram que algo realmente sério
havia acontecido, então vieram de maneira sutil. "Ouvindo os adversários de
Judá e Benjamim que os que voltaram do cativeiro edificavam o templo ao
Senhor Deus de Israel, chegaram-se a Zorobabel e aos cabeças de família e lhes
disseram: "Deixai-nos edificar convosco, porque como vós, buscaremos a
vosso Deus; como também já lhe sacrificamos desde os dias de Esar-Hadom,
rei da Assíria, que nos fez subir para aqui." Porém Zorobabel, Jesua e o restante
dos cabeças de famílias lhes responderam: "Nada tendes conosco na edificação
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da casa a nosso Deus; nós mesmos, sozinhos, a edificaremos ao Senhor, Deus
de Israel, como nos ordenou Ciro, rei da Pérsia." Então, as gentes da terra
desanimaram o povo de Judá, inquietando-o no edificar; alugaram contra eles
conselheiros para frustrarem o seu plano, todos os dias de Ciro, rei da Pérsia,
até ao reinado de Dario, rei da Pérsia." (Ed 4:1-5). Nos últimos anos ouvimos
também esse tipo de falar muitas e muitas vezes: "Irmão, deixe-nos trabalhar
junto com você. Somos iguais a vocês." Todos aqueles que dizem, "Somos
iguais a vocês", não são mesmo. Se fossem iguais a nós, não haveria
necessidade de dizer isso. Simplesmente viriam para ser um conosco. Não
devemos ser enganados. No Extremo Oriente, alguns missionários vinham a
mim e diziam, "Irmão, vamos ajudar um ao outro. Somos iguais a você. Você
tem deixado as denominações, e não somos sectários." Mas tive que dizer,
"Irmão, você não é igual a nós" Então mostrei o que eles eram e o que nós
éramos. Essa é uma frustração sutil do inimigo. Na restauração do Senhor,
jamais devemos ter qualquer mistura. Devemos ser cem por cento puros. Se
tomarmos esse caminho, estejam preparados, pois as pessoas dirão que somos
limitados. Todos nós precisamos ser tão limitados. Tentar ser abrangente é uma
sutileza do inimigo. Quem eram as pessoas que diziam buscar Deus como
você? Eram aquelas que estavam muito próximas de Jerusalém. Quanto mais
íntimos são, mais problemáticos. Não ouçam esse tipo de falar: "Nós somos
iguais a vocês." Ao rejeitar esse tipo de proposta sutil; imediatamente a
oposição virá. Se estivermos claros sobre a restauração do Senhor, devemos nos
entregar por essa causa e nada mais. Uma vez que estivermos inutilizados para
a restauração, não seremos úteis para mais nada. Não podemos trabalhar juntos
com outros que são muito restritos, além de muito diferentes, porque a
restauração do Senhor é singular. Vejamos a situação. Havia Jerusalém, Egito,
Síria e Babilônia. Sem dúvida havia muita obra para Deus na Babilônia. Eles
construíram muitas sinagogas e trabalharam muito para trazer as pessoas para
conhecer a Deus e a lei de Moisés. E creio que havia boas obras até mesmo na
Síria e Egito. Esses que disseram, "Nós buscamos o seu Deus como você
buscam", tinham sido trazidos da Síria para um lugar perto de Jerusalém. Creio
que eles eram os antepassados dos Samaritanos. Em João 4 vemos que os
Samaritanos falavam muito sobre adorar a Deus. Suponhamos que você fosse
um israelita em Jerusalém. Aqueles que estão próximos poderiam dizer, "Por
que você deve ser tão estranho? Muitos aqui são pessoas fiéis a Deus e elas o
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amam. Por que você não fica com elas? Você diz que deve ir para Jerusalém,
mas isso não é muito limitado? Você tem apenas doze reunindo com você, e
elas têm doze mil! Por que você não fica com os doze mil? Por que voltar para
os doze?" Se não estiver muito claro, você será imediatamente confundido.
Você falaria até mesmo com outros e pergun-taria, "O que estamos fazendo
aqui quando há muitos amados irmãos que não estão em Jerusalém? Por que
não vamos e nos unamos a eles? Por que devemos manter nosso pequeno grupo
aqui?" Se você não estiver claro, será levado para longe de Jerusalém. Há muita
obra para Deus aqui e acolá. E ela está muito próxima da restauração também.
Não é algo na Babilônia, Síria ou Egito, mas próximo de Jerusalém. Eles dizem
que são iguais a você. Então o que você diz? Temo que você possa pensar que o
Senhor lhe enviou alguns ajudantes. Mas esses não são ajudantes, são
enganadores. Um irmão poderia dizer, "Louvado seja o Senhor, essas pessoas
não estão na Síria ou no Egito ou na Babilônia, elas estão muito próximas a
nós. Se apenas as ajudarmos um pouco, elas serão trazidas. Mas elas o ajudarão
a ser levado para longe pouco a pouco! Não diga que elas são tão íntimas. A
sutileza delas é entrar para levá-lo. Você deve construir um muro e fechar os
portões. Sei que o sutil dirá que isso é limitado e sectário. Mas devemos saber o
que significa ser sectário. Ser sectário é absolutamente uma questão da base. Se
você está em Jerusalém, nunca poderá ser sectário. Mas se não está na base
adequada, independente de quão alargado e todo-inclusivo você seja, ainda é
sectário. Contanto que esteja na Babilônia, não importa quão alargado você é,
você é divisivo porque está se levantando numa base divisiva. Contanto que
estejamos na base adequada, esta-remos sustentando a unidade singular que é
para todos os filhos de Deus. Não foi a sutileza que interrompeu a obra de
edificação, foi a oposição. A oposição começou porque eles não eram
absolutos. Estavam claros, mas não eram absolutos. Pelo fato de estarem claros,
não puderam ser impedidos pela proposta sutil, mas por não serem absolutos e
fortes, foram impedidos pela oposição. "Depois de lida a cópia da carta do rei
Arta-xerxes perante Reum, Sinsai, o escrivão e seus companheiros, foram eles
apressadamente a Jerusalém, aos judeus, e, de mão armada, os forçaram a parar
com a obra. Cessou, pois, a obra da Casa de Deus, a qual estava em Jerusalém;
e isso até ao segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia." (Ed 4:23-24). A
VINDA DOS PROFETAS Foi nessa época que vieram os profetas. "Ora os
profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em
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Judá e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram. Então se
levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e
começaram a edificar a casa de Deus, que está em Jerusalém; com eles estavam
os profetas de Deus, que os ajudavam. Os anciãos dos judeus edificaram e
foram bem sucedidos devido à profecia do profeta Ageu e Zacarias, filho de
Ido. Edificaram, e acabaram de edificar segundo o mandado do Deus de Israel,
segundo o decreto de Ciro, de Dario e de Artaxerxes, rei da Pérsia. Acabou-se
esta casa no terceiro dia do mês Adar, no sexto ano do reinado do rei Dario."
(Ed 5:1-2; 6:14-15). Os profetas vieram porque o povo estava debilitado e não
estava numa condição normal. Sempre que o Senhor levanta os profetas, isso é
uma prova de que a situação não está normal. Na situação normal não há
necessidade dos profetas, mas apenas do sacerdócio e do reinado-esses dois são
suficientes. Mas em Esdras a situação ficou anormal, portanto, havia a
necessidade dos profetas. Quando o propó-sito da edificação de Sua casa foi
frustrado, Deus levantou Ageu e Zacarias. E mesmo Zacarias era um profeta-
sacerdote. Esse tipo de profeta deve estar relacionado ao sacerdócio. Quando
somos frustrados por causa da reconstrução da casa de Deus, precisamos do
fortalecimento dos profetas. Em todos os livros da restauração de Deus, você
descobrirá que não há muito ensinamento ou diferentes tipos de opiniões e
conceitos. É por isso que amo esses livros. Esses livros nos mostram que
quando o povo retornou, não trouxeram estas coisas. Eles eram muito simples.
Mas por estarem fracos e relacionando com o mundo, precisaram da ajuda dos
profetas para ser fortalecidos e separados do mundo. Hoje todos nós devemos
perceber que na restauração da vida da igreja não precisamos de muito
ensinamento. O que precisamos é do sacerdócio e do reinado, do altar e do
funda-mento de Cristo. A vida da igreja é edificada com nada além de Cristo.
Não pense que quando os profetas vieram deram muitos ensinamentos. Não,
eles fortaleceram as mãos do povo para continuar a restauração de uma maneira
adequada. Todos nós devemos aprender a ser simples e derrubar todas as nossas
opiniões e conceitos. Devemos deixar os ensina-mentos e simplesmente nos
ajuntar sob a autoridade divina para lançar o fundamento do Cristo único.
Devemos ser cuidadosos e fortes para não sermos enganados pela proposta sutil
de outros para vir e nos ajudar. Não há ajuda alguma dessa fonte. Devemos
estar claros que independente do que pessoas digam sobre nós, sabemos o que
estamos fazendo. E sabemos que somos absolutos para a restauração. Não
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somos bons para qualquer outra coisa. Nos últimos anos fui muito criticado.
Muitas vezes quando estava em Taiwan, os amigos vinham me reprovar:
"Irmão Lee, sabemos que você não se importa com coisa alguma a não ser as
igrejas locais. Você está edificando uma seita da igreja local." Isso é o que eles
diziam. Nunca discuti; apenas acenava com a cabeça e dizia, "Irmão, você está
cem por cento certo. Estou aqui para nada mais a não ser a igreja local. Estou
entregue, aniquilado e inutilizado por Cristo e a igreja. Não espere que eu
venha ajudá-lo. Se o fizesse, causa-ria muitos problemas. Poupe seu tempo e
também o meu". Sempre fui muito franco para falar a verdade. Alguns dos
missionários na China diziam, "Esta é uma parte maravilhosa da obra, mas...."
há um grande "mas." Para eles, o "mas" é como uma mosca morta no ungüento.
O que é a mosca morta? A base da igreja. Alguns diziam a mim que se não
dissesse nada sobre a base me tornaria um orador maravilhoso e popular. Mas
dizia-lhes que não gosto de ser popular e maravilhoso. Gosto de ser fiel e falar
sobre a base! Alguns diziam, "Irmão Lee, por que você tem que ofender os
outros? Apenas pregue Cristo-isto é suficiente. Por que você tem que falar
sobre a base? Isso realmente ofende as pessoas." Dizia-lhes, "sei que os ofendo,
porque vocês vieram aqui para edificar a Igreja Presbiteriana e eu sou pela
igreja local. Seu alvo é edificar uma igreja missio-nária e nossa meta é edificar
a igreja local. Como posso agradá-lo?" Se não tomarmos a direção do Senhor
hoje para edi-ficar a igreja local, o que faremos? Não há caminho para
continuarmos. Em 1933, quando fui levantado pelo Senhor neste mover, fui
muito criticado. Até mesmo meus amigos mais queridos foram contrários a
mim. Realmente era um encargo. Então fui ao Senhor e fiquei muito claro.
Disse a mim mesmo, Se sou um ser humano, devo ser um cristão. Caso
contrário, é melhor morrer. Não há necessidade de ser um homem sem ser um
cristão. E se sou um cristão, tenho que tomar o caminho da base local. Se não
tomar o caminho da igreja local, não tenho nenhum caminho. É melhor deixar
de ser um cristão. Isso é muito simples. Suas próprias experiências provarão
que a menos que veja a igreja local, você nunca estará satisfeito. Algo profundo
dentro de você diz que falta algo até o dia em que você vier para a igreja local.
Então você terá o sentimento de estar em casa. Por quê? Porque você está em
casa! Se não estivesse em casa, você simplesmente sentiria que está faltando
algo. Irmãos, não há nenhum outro caminho. Se não tomarmos o caminho da
igreja local, não há necessidade de organizarmos uma reunião em qualquer
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outro lugar. Isso não tem sentido. Se não tomamos o caminho da igreja local,
por que temos que ter outra reunião? Já existem muitos grupos cristãos-por que
não vai e se junte a eles? Você pode dizer que é muito difícil trabalhar junto
com eles e que é melhor começar uma outra reunião. Se isso é assim, então
você é realmente sectário! Se você não tiver a intenção de se unir à igreja local,
aconselho que volte e se junte a algum grupo cristão. Não tem neces-sidade de
montar um outro tipo de reunião. Isso é realmente sem sentido. Leve estas
questões ao Senhor e diga, "Senhor, de agora em diante, sou bom para nada a
não ser para a igreja local. Não conheço qualquer coisa que não seja a igreja
local." O Senhor honrará esse tipo de oração. Olhe para a situação da
restauração nos tempos antigos. Aquelas pessoas que volta-ram pareciam tão
tolas. Elas não sabiam de nada e nem queriam saber de outra coisa a não ser a
restauração da edificação da casa de Deus. Isso é exatamente o que temos que
fazer. Devemos ser para nada a não ser a restauração da edi-ficação das igrejas
locais.

CAPÍTULO QUATRO AGEU - "CONSIDERE SEUS CAMINHOS"


Leitura Bíblica: Ag 1:1-2:9 O SACERDÓCIO E O REINADO

Ageu fala, em primeiro lugar, não para as pessoas, mas para o governador e o
sumo sacerdote. "No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia
do mês, veio a palavra de Jeová por intervenção do profeta Ageu a Zorobabel,
filho de Sealtiel, governador de Judá, e ao sumo sacerdote Josué, filho de
Jozadaque" (Ag 1:1). Então após falar com o governador e o sumo sacerdote,
ele fala com o povo (Ag 1:13; 2:2). Por que é necessário mencionar que Ageu
fala primeiro ao governador e para o sumo sacerdote? Porque para a edifi-cação
da casa de Deus há a necessidade do reinado e do sacerdócio. O sacerdócio é o
ministério que leva as pessoas à presença de Deus e os ajuda a contatar a Deus,
ser saturado e até mesmo usado por Deus. Na edificação da casa de Deus, há a
necessidade desse ministério. Precisamos desse tipo de satu-ração, comunhão e
unidade com Deus para a edificação das igrejas locais. Não precisamos do
conhecimento dos ensinamentos, mas precisamos da saturação, a unidade, a
comunhão e o contato vivo com Deus. Esse não é o ministério do ensina-
mento, mas o ministério do sacerdócio e esse ministério nos ajudará a ser
verdadeiros sacerdotes. Todos nós temos que aprender a contatar o Senhor e
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temos que ser saturados com o Senhor. Essa é a primeira necessidade para a
edificação das igrejas locais. Então há a necessidade do reinado. O reinado é
simplesmente a autoridade de Cristo, a autoridade divina. Nas igrejas locais, o
governo não é igual ao mundo. No mundo há tipos diferentes de governos.
Alguns são em favor das pessoas e outros são em favor de uma ditadura. Mas o
governo nas igrejas locais não é a favor das pessoas nem pela dita-dura. Nas
igrejas locais o governo deve ser a autoridade divina o qual é a autoridade de
Cristo, o reinado com auto-ridade divina. A situação normal em uma igreja
local é de um sacer-dócio e um reinado adequado. Isso significa que todos nós
sabemos contatar o Senhor, como ter comunhão viva com o Senhor, como ser
saturado com o Senhor e como ser usado pelo Senhor. E todos nós sabemos nos
submeter à autoridade de Cristo, isto é, reconhecer a autoridade divina entre o
povo do Senhor nas igrejas locais. Se tivermos essas duas coisas, que situação
maravilhosa será! Creio que muitos leram o último artigo escrito pelo Dr. A. W.
Tozer antes de morrer. Nesta mensagem ele mostrou que no cristianismo atual,
a autoridade de Cristo está com-pletamente abandonada. Ele disse que em todos
os serviços da igreja, convenções e conferências, a autoridade de Cristo não é
reconhecida. Por isso que há confusões e divisões com muitos tipos diferentes
de opiniões. Pelo fato de a autoridade de Cristo não ser reconhecida pelo Seu
povo, não há autoridade divina entre os cristãos; há somente confusão e
divisão. Cada um faz o que é correto aos seus próprios olhos. Não há reinado.
Nas igrejas locais estamos todos debaixo do reinado e da autoridade de Cristo.
Se tiver que dizer algo, devo dizê-lo debaixo do reinado e da autoridade do meu
Deus. Se não estiver debaixo de Sua decisão, Sua autoridade, não devo dizer
nada. Tudo que digo e faço deve estar debaixo da autoridade de Cristo. Nada
governa sobre mim exceto a Sua autoridade. Eu reconheço o reinado de Cristo
nas igrejas locais. No verão de 1966, abordamos a questão do sacerdócio e do
reinado de maneira completa. Todas estas mensagens foram publicadas no The
Stream (do Vol. 5, nº. 4 até Vol. 6, nº. 4). Para a edificação da casa de Deus
precisamos do sacerdócio e do reinado. Sinto que tenho que repetir algumas
destas coisas novamente, porque elas simplesmente não estão em nosso
conceito humano. Para o levantamento do tabernáculo, Moisés representava a
autoridade divina e o sumo sacerdote, Arão, representava o sacerdócio. Foi sob
estes dois ministérios que o tabernáculo foi levantado. Para a edificação do
templo, o rei Davi travou uma batalha para trazer paz. O rei Salomão
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representava a autoridade divina e o sumo sacerdote repre-sentava o
sacerdócio. Debaixo destes dois, foi construído o templo. Agora na restauração
da edificação do templo, há Zorobabel o governador, representando o reinado e
Josué o sumo sacerdote, representando o sacerdócio. Somente estando debaixo
destes dois ministérios que a restauração da edifi-cação do templo foi possível.
Hoje, para a restauração do Senhor nas igrejas locais, ainda precisamos destes
dois ministérios. Agradeço ao Senhor que aqui nas igrejas, temos visto o
sacerdócio e o reinado. Os irmãos e irmãs sabem como contatar o Senhor e ter
uma comunhão viva diariamente com Ele. É por isso que temos o tempo
matinal com o orar-ler-ele é simplesmente para contatar o Senhor, ter uma
comunhão viva com Ele e até mesmo ser saturado, penetrado e possuído pelo
Senhor para que realmente possamos ser um com Ele em espírito. E é por isso
que todos nós devemos reconhecer a autoridade de Deus, a autoridade de
Cristo. Nenhuma mão humana está gover-nando sobre nós. Não há nenhum
controle humano, mas temos a autoridade divina entre nós. Os irmãos e irmãs
estão se movendo e agindo debaixo da autoridade de Cristo. Se você me
perguntar quem são as pessoas que cuidam das igrejas, diria apenas que não sei
como responder. O que quero dizer é que não temos mãos humanas
manobrando, mas temos um governo, um governo divino, um governo debaixo
da autori-dade de Cristo. Isto é o reinado. Quando alguém pergunta como são
nossas reuniões, como começamos nossas reuniões e quem toma a frente em
nossas reuniões, é realmente difícil responder. Para a edifi-cação da casa do
Senhor, temos o ministério do sacerdócio como também o ministério do
reinado. O FORTALECIMENTO POR MEIO DO PROFETA Mas às vezes
estes dois não são suficientemente fortes. Então há a necessidade da ajuda e
fortalecendo por meio dos profetas. Não é o ensinamento que é requerido, mas
o minis-tério do verdadeiro profeta. Ageu veio fortalecer Zorobabel, o
governador, e Josué, o sumo sacerdote. Ele não veio substituir o sacerdócio ou
o reinado, mas fortalecer estes dois minis-térios. O profeta somente fortalece;
ele não substitui. Para a edificação das igrejas, precisamos do ministério do
sacerdócio e o ministério do reinado. Mas às vezes preci-samos do
fortalecimento do profeta. O profeta não deve substituir estes dois ministérios,
mas fortalecê-los. Ouça o que Ageu disse; "Todavia agora esforça-te,
Zorobabel, diz Jeová; esforça-te, Josué, sumo sacerdote, filho de Jeozadaque; e
esforçai-vos, todo o povo da terra, diz Jeová, e trabalhai; porque eu sou
24
convosco, diz Jeová dos exércitos" (Ag 2:4). Ageu não edificou a casa para
eles. Ele não assumiu a posição deles. Ele simplesmente os ajudou e os
fortaleceu. Por que é necessário mostrar todas estas coisas? Sim-plesmente
devido ao pano de fundo do cristianismo. Muitas vezes nas igrejas, aqueles que
podem falar, assumem a posição do sacerdócio e do reinado e edificam a igreja
por si só. Isso é errado. Independente de quão forte seja o ministério daqueles
que estão falando, não devem substituir os outros nem devem ocupar suas
posições. Tudo que devem fazer é fortalecer e ajudar outros. Efésios 4:12 nos
fala muito claramente que aqueles que são dotados como os apóstolos e
profetas não edificam a igreja diretamente. "Tendo em vistas o aperfeiçoamento
dos santos para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo."
Eles fazem o trabalho de aperfeiçoar os santos; então os santos edificam o
Corpo diretamente. Aqueles que são dotados não devem substituir os santos;
devem apenas aper-feiçoá-los de maneira que possam edificar o Corpo. Irmãos
e irmãs, todos nós devemos experimentar o ministério do sacerdócio e do
reinado de maneira que todos possamos nos levantar para edificar a casa de
Deus direta-mente. Os profetas nunca edificaram diretamente o templo na
restauração. Eram as pessoas, debaixo dos dois ministérios do sacerdócio e do
reinado que edificavam o templo. A igreja nunca será edificada por qualquer
pastor ou mestre. As igrejas devem ser edificadas pelos santos. "Esforça-te
Zorobabel, esforça-te! Ó Josué, esforça-te!" Eram as pessoas que edificavam a
casa diretamente, não os profetas. Hoje todos os irmãos e irmãs nas igrejas são
os edificadores. O que precisamos simplesmente não é dos ensinamentos e dou-
trinas, mas do fortalecimento sob o ministério do sacerdócio e do reinado para a
edificação. Todos nós temos o conceito errado. Se pela misericórdia do Senhor
eu pudesse o ajudar a abandoná-la, teria feito um bom trabalho. O que é esse
conceito errado? Todos nós ainda achamos que são os grandes oradores e
mestres que edificam a igreja. Mas isso está absolutamente errado! A menos
que a igreja seja edificada pelos santos, ela nunca será edificada! Se
perguntássemos para as pessoas no cristianismo atual "Quem edifica a igreja?"
imediatamente elas responderiam, "Nosso pastor, com a ajuda do pastor
assistente e diretor de música. Temo que esse conceito ainda esteja no
subconsciente de muitos de nós. Por que sua igreja não é tão forte? Receio que
você diga, "Nossa igreja é fraca porque não temos bons presbí-teros e somos
carentes de bons oradores." Mas a igreja não pode ser edificada diretamente por
25
pessoas dotadas. A igreja deve ser edificada por todos os santos locais,
incluindo você. Não diga que sua igreja é fraca porque os presbíteros são
fracos. Você tem que dizer que ela é fraca porque você é fraco! Se você não é
fraco e todos os outros não são fracos, sua igreja será muito forte. São os santos
que edificam a igreja direta-mente. UM SEGREDO VALIOSO Em toda minha
experiência nas igrejas locais ao longo dos anos, aprendi um segredo. Nos anos
passados quando diferentes pessoas vinham reclamar algo em relação às igrejas
locais, eu sempre os escutava. Então ia aos presbíteros e dizia algo. Os
presbíteros, então, ficavam magoados comigo e diziam que era muito fácil eu
ouvir os outros. Se os irmãos viessem se queixar das irmãs, eu diria algo às
irmãs. Então as irmãs ficavam magoadas comigo e diziam que era muito fácil
eu ouvir os irmãos. Da mesma forma, quando as irmãs se queixavam dos
irmãos, eu dizia algo a eles, e eles diziam que era muito fácil eu ouvir as irmãs.
Finalmente, aprendi a lição e o segredo. Esse segredo realmente resolveu
muitos proble-mas. Quando alguém vinha a mim queixar-se do que os
presbíteros tinham feito eu lhes respondia dessa maneira: "Provavelmente você
tem razão. Por que você mesmo não vai e diga a eles." Respondiam
imediatamente que não podiam fazer isso. Então lhes dizia, "Se você disse isso,
você deve estar disposto a fazer isso também." Isso resolveu muitos problemas.
Um dia um irmão disse-me que o sanitário público dos homens não estava
limpo. Eu lhe perguntei, "Por que você não limpa-o?" Outro irmão falou
comigo em relação à falta de alguém da igreja para ficar na rua e distribuir
panfletos. Disse-lhe para ir e fazer aquilo. Finalmente, os irmãos começaram a
aprender que se falassem comigo sobre qualquer coisa, lhes diziam que
fizessem tal coisa. Esse é um segredo valioso e resolve muitos problemas.
Também impede muitos de serem críticos. Não se queixem dos lideres sobre
isso e aquilo. Você deve colocar o encargo sobre você mesmo. A igreja só pode
ser edificada diretamente por você. Você é o edificador direto. Não pense que
se determinado irmão viesse, ele o ajudaria. Se ele for um profeta adequado, ele
o encarregará de fazer isso. Quanto mais profetas verdadeiros vierem, mais
encargo você terá. Os profetas não vêm para aliviar o seu encargo, mas
aumentá-lo. Seja forte e trabalhe. Não volte ao sistema clérigo e leigos. Depois
que a guerra terminou em 1945, todos os irmãos do interior da China
continental voltou a Nanking, a capital, e me convidaram para o lugar deles.
Eles estavam tão contentes por eu ter ido, mas lhes disse, "Irmãos não fiquem
26
tão contentes. Não vim libertar do seu encargo, mas pôr o encargo em vocês.
Vim com um pesado encargo e pretendo colocá-lo sobre seus ombros. Quanto
mais tempo ficar aqui, mais meu encargo será reduzido e o de vocês será
aumentado. Depois de um certo período de tempo, não terei nenhum encargo e
vocês estarão sobrecarregados completamente." Isso foi em 1946. No ano
seguinte fui completamente libertado e parti; todo o encargo foi deixado com os
irmãos. A próxima vez que escre-veram pedindo para ir e ajudá-los, disse-lhes
que eles mesmos o fizessem. Todos nós devemos perceber que a edificação das
igre-jas locais não está nas mãos dos profetas. Tudo o que os profetas fizeram
foi fortalecer o sacerdócio, o reinado e todo o povo. "Ó Zorobabel, Ó Josué, e
todo o povo, esforçai-vos e trabalhai!" Isso é tudo o que os profetas fizeram.
Você nunca deve colocar a edificação da igreja local nos ombros dos outros.
Você mesmo deve carregá-lo. CONSIDERAI OS VOSSOS CAMINHOS A
segunda coisa que o profeta Ageu falou a eles foi que considerassem seus
caminhos. "Tendes semeado muito, e reco-lhido pouco; comeis, porém não vos
fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, mas ninguém fica quente; e
quem recebe salário, recebe-o para o meter num saco furado. Assim diz Jeová
dos exércitos: Considerai os vossos caminhos. Subi ao monte, trazei madeira e
edificai a casa; dela me deleitarei, e serei glorificado, diz Jeová. Esperastes o
muito, e eis que veio a ser pouco; quando o trouxestes para casa, eu o dissipei
com um assopro. Por que? diz Jeová dos exércitos. Por causa da minha casa
que fica desolada, enquanto correis cada um para a sua casa." (Ag 1:6-9). Então
o Senhor disse, "Mandei vir a seca sobre a terra" (Ag 1:11). O Senhor mandou
vir a seca sobre todas as coisas. Tudo o que faziam, tinham a sensação de que
estava muito seco. Olhe para o cristianismo de hoje. Há tanto labor-eles
semeiam, tentam comer e beber, tentam vestir as pessoas, tentam ganhar algo,
mas por fim não obtém nada. Na maior parte do labor cristão hoje há uma
sensação de sequidão. Toda sua pregação e ensinamento são secos. Por quê?
Suas reuniões de oração, leitura bíblica e todos os outros tipos de reuniões são
tão secos. Por quê? É simplesmente porque eles negligen-ciam a casa de Deus.
Em 1954, depois de estarmos na ilha de Taiwan duran-te aproximadamente
quatro ou cinco anos, um missionário americano veio me ver. Estávamos
pregando o evangelho e ele tinha visitado todas as salas de reunião. Naquela
época, tínhamos aproximadamente cinco ou seis salas de reunião na igreja em
Taipei. Ele ficou muito surpreso ao ver que todas as salas de reunião estavam
27
cheias e transbordantes. As pessoas estavam aglomeradas até mesmo do lado de
fora, nos corre-dores. Ele perguntou, "Por favor, conte-me seu segredo. Como
você traz tantas pessoas?" Ele então continuou a explicar que há algumas
semanas atrás, tiveram uma campanha evange-lística com um pastor famoso.
Puseram um anúncio nos jor-nais em letras enormes, anunciando o pastor de
fama mundial que estava vindo para falar. Contudo trouxeram apenas um
punhado de pessoas. Ele disse que quando perguntou às pessoas em diferentes
salas de reunião quem ia falar aquela noite, elas não sabiam. Ele estava
realmente perplexo. Ele perguntou, "Como você pode ter tamanha multidão e
ainda seu povo não saber quem vai falar? Conte-me seu segredo." Eu disse,
"Irmão, é realmente difícil dizer-lhe o segredo. Se você quiser aprender esse
segredo, você deve vir e deve ficar conosco durante dois anos. Então você
saberá." Por que eles tem semeado tanto, contudo trazem tão pouco? Eles têm
estudo bíblico após estudo bíblico e reavivamento após reavi-vamento, contudo
ainda estão tão secos e insatisfeitos. Por quê? "Por causa da minha casa que fica
desolada, enquanto correis cada um para a sua casa." No verão de 1968, mais
de cento e quarenta irmãos e irmãs vieram dos Estados Unidos para visitar as
igrejas em Taiwan. Uma noite a igreja em Taipei teve um batismo de
aproximadamente quatrocentas pessoas. Durante o batismo, um missionário
americano veio para a sala de reunião e começou a falar com alguns dos irmãos
americanos. Ele contou como os missionários tinham gastado as solas dos seus
sapatos labutando em Taipei, mas com pouco fruto. Ele estava muito amargo
para com a igreja em Taipei porque eles tinham muitos. Ele reivindicou até
mesmo que muitos daqueles que estavam sendo batizados provavelmente era
resultado do trabalho dos missionários. Mas falei para os irmãos que se ele
pudesse mostrar um dos quatrocentos que foram batizados que tinha sido
contatado primeiro por eles antes de vir a nós, eu perderia o caso. Ele estava
muito amargo porque tinham trabalhado duro demais e ainda não tinham nada.
Por que? Simplesmente porque trabalharam para sua própria obra e não para a
casa do Senhor. O segredo é a igreja local! O segredo é a edificação das igrejas
locais. Essa é a edificação da casa do Senhor. Isto não é verdade somente com
coisas espirituais, mas com as coisas materiais também. Estou completamente
seguro de que se nos comprometermos com a restauração do Senhor, Ele
concederá muita bênção, até mesmo benção material. Se estivermos na base
adequada e tivermos a intenção de nos comprometer com o Senhor em Sua
28
restauração, o orvalho cairá do céu quando estivermos em necessidade. Tudo o
que fizermos, estará longe de ser seco, haverá abundância de água. Haverá não
apenas orvalho, mas um rio. Verdadeira-mente haverá tanto benção espiritual
quanto material. Onde quer que eu vá sempre fazem estas perguntas. Primeiro,
"De que maneira nos reunimos?" Sempre lhes digo para vir e ver. Segundo
"Onde é sua sede?" Sempre lhes digo que não temos nenhuma sede, a menos
que esteja nos céus. Em seguida eles sempre perguntam, "Como você levanta
seu dinheiro? Com tamanha obra, há a necessidade de muito dinheiro. Como
você o adquire?" Eu lhes disse, "Sim, gastamos muito dinheiro, mas não temos
qualquer maneira para levantá-lo." Realmente não há nenhuma maneira, e
nunca falamos sobre dinheiro. Não gosto de falar sobre dinheiro, gosto de falar
sobre Cristo! Mas, louvado seja o Senhor, nunca nos falta dinheiro! Por que?
"Minha é a prata, meu é o ouro, diz Jeová dos Exércitos" (Ag 2:8). Se formos
somente para a edificação da casa do Senhor, tudo será para nós. Quando
começamos a publicar o hinário, não tínhamos nem mesmo um dólar em nossas
mãos. Por fim, investimos mais de $ 31.000 para sua impressão. Quando
começamos não percebemos que custaria tanto, mas louvado seja o Senhor!
Nunca tivemos nenhuma necessidade. E agora temos um bom hinário para as
igrejas locais. Se quisermos trabalhar para o Senhor, o lugar mais santificado
para trabalhar é nas igrejas locais. Semeando pouco, você colherá muito. Por
apenas um pouco de comida e bebida, estamos satisfeitos. Apenas cinco pães e
dois peixes alimentam 5.000, com excessiva abun-dância. Irmãos, essa é a
maneira do Senhor. Se somos para Sua edificação, tudo o que Ele é e tudo o
que Ele tem estarão disponíveis a nós. Realmente, isso não é para nós; é para o
Seu propósito de edificar a casa do Senhor, a igreja local. Louvado seja o
Senhor!

CAPÍTULO CINCO CRISTO COMO TUDO PARA A EDIFICAÇÃO DE


DEUS

Leitura Bíblica: Zc 1-8 Neste capítulo, chegamos a outro livro maravilhoso da


restauração, Zacarias. Não posso lhes dizer o quanto amo este livro. Anos atrás
era um livro fechado para mim, mas depois, devido à restauração das igrejas
locais, foi aberto. Todo o livro ficou transparente, desde a primeira página até a
última. Claro que, não temos tempo para abrangê-lo completamente, mas
29
nenhum outro livro do Antigo Testamento fala tanto sobre Cristo como esse
aqui. Nem mesmo Isaías pode ser comparado com Zacarias. Isaías tem sessenta
e seis capítulos, e Zacarias tem apenas quatorze, contudo Zacarias nos diz mais
a respeito de Cristo do que Isaías. Os quatorze capítulos de Zacarias são
divididos em duas seções: os primeiros oito capítulos são uma seção, e os
últimos seis são outra. Na primeira seção, há oito visões nas quais o profeta
Zacarias viu algo de Cristo relacionado à restauração da edificação de Deus; na
última seção, Zacarias profetiza sobre Cristo no futuro, depois da restauração
do templo. O DESEJADO DE TODAS AS NAÇÕES Antes de irmos para
Zacarias, precisamos ver algo mais a respeito de Ageu. No livro de Ageu, não
há muita coisa mencionada sobre Cristo. Ageu surgiu na situação enquanto as
mãos do governador, o sumo sacerdote e o povo estavam debilitadas pela
oposição dos adversários. Tinham desistido de edificar o templo e foram cuidar
de suas próprias casas e interesses. Ageu veio para repreendê-los e fortalecê-
los. "Jeová suscitou o espírito do governador de Judá, Zorobabel, filho de
Sealtiel, e o espírito do sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e o espírito
de todo o resto do povo" (Ag 1:14). Três vezes esse versículo menciona o
despertar do espírito humano. O Senhor também os lembrou que desde o dia
que lhes tirou do Egito, Seu Espírito nunca os tinha deixado. O espírito deles
tinha que ser despertado. Aqui vemos que a restauração da edificação de Deus é
algo em nosso espírito humano e o Espírito divino do Senhor. Nosso espírito
humano deve ser despertado pelo Seu Espírito divino. Não é uma questão de
mente ou emoção, mas uma questão do Seu Espírito em nosso espírito. Ageu
também mostra que se a restauração da edifi-cação da casa do Senhor for
prevalecente, Cristo voltará. Cristo foi profetizado em Ageu como "o Desejado
de todas as nações." "Farei tremer todas as nações, e virá o Desejado de todas
as nações, e encherei esta casa de glória, diz Jeová dos Exércitos" (Ag 2:7).
Cristo, o Desejado de todas as nações virá. Você percebeu que todas as nações
têm um tipo de desejo? Dentro de todos os seres humanos há um desejo de paz,
descanso e satisfação. Mas há alguma paz, descanso ou satisfação? Estamos
todos atentos às situações atuais com distúrbios, guerras e tensões. Não há paz,
descanso nem satisfação. Mas sabemos Quem é a paz, descanso, segurança,
proteção e satisfação. É Cristo, o Desejado de todas as nações! Embora de certo
modo o mundo se oponha a Cristo, contudo Cristo é o seu desejo. Mas como
Cristo pode vir como o Desejado de todas as nações? Somente pela restauração
30
da edificação da casa de Deus! A restauração das igrejas locais tem muito a ver
com a vinda de Cristo como o Desejado de todas as nações. Vamos olhar
novamente para a situação. Devido à degradação do povo de Deus, eles foram
levados da terra de Canaã para a Síria e Egito, com a grande maioria indo para
Babilônia. Suponhamos que ninguém tivesse voltado desses três lugares de
cativeiro para Jerusalém na boa terra. Como Cristo poderia ter vindo a primeira
vez? Foi profetizado claramente que Cristo, o Messias, nasceria em Belém, e
do povo de Deus. Ainda que todo o povo de Deus tenha sido levado, e se
nenhum voltasse, como Cristo poderia nascer do povo de Israel em Belém?
Não haveria nenhuma possibi-lidade. Assim vemos a importância do retorno do
cativeiro, não só para a edificação do templo, mas até mesmo para a vinda do
Desejado de todas as nações. Hoje, há muitos queridos cristãos que amam o
Senhor e são pela Sua obra. Contudo ainda discutem conosco, dizendo, "Por
que todos nós devemos voltar para a igreja local? Você não percebe que
estamos fazendo uma boa obra para o Senhor?" Mas devemos olhar para a
situação. Eles podem fazer muita obra boa para o Senhor na Babilônia, mas é
impossível para eles trazerem o Senhor de volta. Não é possível o Senhor voltar
como o Desejado de todas as nações no lugar de cativeiro. Para o Seu retorno,
alguns do Seu povo devem voltar à base original. Acredito que serão as igrejas
locais que trarão Cristo de volta! Independente do quanto trabalhem para Deus
na Babilônia, nunca poderão trazer Cristo de volta a terra. Está muito claro em
Ageu que a restauração da edificação da casa de Deus tem muito a ver com a
vinda de Cristo como o Desejado de todas as nações. Sabemos que Ele veio,
não para aqueles que permaneceram na Babilônia, mas para aqueles que
voltaram à terra de Israel. O SACERDOTE-PROFETA Ageu não menciona
nada mais além de Cristo. Mas na Bíblia, há sempre o princípio do testemunho.
Não houve apenas um profeta Emissário ao povo da restauração, mas dois.
Dois é o número do testemunho. O Senhor não enviou somente Ageu, mas
também Zacarias. É muito difícil desco-brirmos de que tipo de família Ageu
veio. Mas Zacarias nos fala claramente que ele veio da família de um sacerdote;
portanto ele era um sacerdote-profeta. Sua profecia estava baseada em seu
sacerdócio. Ele falou muito com relação a Cristo porque seu ministério
originava do sacerdócio. Hoje na restauração do Senhor, precisamos dos
profetas como Ageu para nos fortalecer, nos advertir e nos despertar, mas
precisamos ainda mais de profetas como Zacarias. Ageu tem dois capítulos,
31
enquanto que Zacarias com quatorze capítulos é sete vezes maior. Não
precisamos muito do ministério de Ageu, mas precisamos muito do ministério
de Zacarias. Isto é porque o ministério de Zacarias é o ministério do sacerdócio.
Hoje muitas pessoas assumem o profetizar, mas não têm o sacerdócio. Em 1960
um movimento Pentecostal come-çou na costa ocidental o qual prevaleceu
totalmente durante três ou quatro anos. Aquele movimento se aquietou devido a
uma profecia que nunca foi cumprida. Em 1963 alguém naquele movimento
profetizou que haveria um enorme terre-moto em Los Angeles em 1964. Mas
nada aconteceu. Disse aos irmãos que não ficassem aborrecidos por esses tipos
de movimentos. Cedo ou tarde, eles seriam terminados pelas suas profecias.
Eles profetizavam, mas não havia nenhum cumprimento. Hoje na restauração
da igreja local, não preci-samos desse tipo de profeta. Precisamos do sacerdote-
profeta. Precisamos dos profetas que são os verdadeiros sacerdotes que têm
contato vivo com o Senhor e que conhecem a importância de Cristo. Leia o
livro de Zacarias frequentemente e você verá que ele não predisse nada a não
ser Cristo. Tudo o que ele falou foi sobre Cristo, porque era um sacerdote que
contatava o Senhor todo o tempo. Precisamos de Ageu, mas precisamos ainda
mais de Zacarias. Precisamos de Ageu uma vez, mas de Zacarias sete vezes. O
MISTÉRIO DE CRISTO Todos compreendem o livro de Ageu. "Tendes
semeado muito, e recolhido pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis,
porém não vos saciais; vesti-vos, mas ninguém fica quente; e quem recebe
salário, recebe-o para o meter num saco furado. Assim diz Jeová dos exércitos:
Considerai os vossos cami-nhos." (Ag 1:6-7). É fácil entender isso. E Ele diz,
"Todavia agora esforça-te, Zorobabel, diz Jeová; esforça-te, Josué, sumo
sacerdote, filho de Jeozadaque; e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz Jeová,
e trabalhai; porque eu sou convosco, diz Jeová dos exércitos" (2:4). Todo
mundo entende esse tipo de profeta. Mas quando você lê Zacarias, não é tão
fácil entender. "Tive de noite uma visão, e eis um homem montado num cavalo
vermelho. Ele estava parado entre as murteiras que estavam no vale; atrás dele
estavam cavalos vermelhos, baios e brancos." (Zc 1:8). O que é isso? Um
homem estava montado num cavalo vermelho entre as murteira que haviam
num vale profundo. O que significa isso? Devemos dizer a Zacarias que ele não
é tão simples quanto Ageu. Podemos entender o que Ageu diz, mas não
sabemos sobre o que Zacarias está falando! Em Zacarias vemos algo muito
mais profundo. Este é o mistério de Cristo. Primeiro, havia um homem
32
montado num cavalo vermelho entre as murteiras que estavam num vale
profundo. Em seguida, havia a visão dos quatro chifres com quatro ferreiros. A
terceira visão era um cordel para medir Jerusalém. E a quarta visão mostrou
Josué, o sumo sacerdote, diante do anjo do Senhor. Quem é o anjo do Senhor?
Enquanto Josué estava diante do anjo, Satanás estava se levantando contra ele.
E o anjo do Senhor agiu para mudar as vestes de Josué, porque suas vestes, a
base para a acusação de Satanás, estava muito suja. Então disse a Josué que
lavraria uma pedra, e essa pedra, com sete olhos, é o renovo. O que significa
tudo isso? A quinta visão mostra um candelabro dourado com sete lâmpadas e
sete tubos cheio de azeite. A sexta visão diz respeito a um rolo volante. Como
isso é estranho! Após o rolo volante, havia um pote de medir, chamado de efa.
E a oitava visão está relacionada a quatro carros. Sobre o que Zacarias estava
falando? É muito mais fácil de entender um terremoto vindo para Los Angeles!
Irmãos e irmãs, devemos ver que esse mistério é o mistério de Cristo. Na
restauração da casa do Senhor hoje, não precisamos tanto dos profetas como
Ageu. Ainda hoje, quase todos os profetas são como Ageu. Você tem ouvido
alguma profecia sobre Cristo como o mistério de Deus? Esse é o problema
hoje. Há muitos Ageus, e quase nenhum Zacarias. Ageu apenas abre o caminho
para a profecia, e Zacarias o segue. Na restauração das igrejas locais,
precisamos de mais profecias como as de Zacarias, mais profecias sobre Cristo.
Hoje raramente ouvimos a voz de Zacarias, porque é miste-rioso; é algo que
não está de acordo com o conceito humano. Precisamos da visão divina para
ver as coisas com respeito a Cristo relacionadas à restauração da edificação da
casa de Deus. O HOMEM NO CAVALO VERMELHO Quem é o homem
montado no cavalo vermelho entre as murteiras? É Cristo. As murteiras são o
povo de Israel, e nessa época eles realmente estavam no vale profundo, porque
estavam cativos. Babilônia nunca está no topo, mas sempre no fundo. Você
gosta de viver e trabalhar no fundo? Por que você ama tanto a Babilônia?
Devemos todos voltar para Jerusalém. Você pode pensar que a Babilônia é boa,
mas deve perceber que Jerusalém está por cima e a Babilônia está no fundo.
Nos últimos anos, quando esses que trabalham nas denominações vinham falar
conosco, sempre davam a impres-são de estarem num buraco. Estavam no vale
profundo. Eles mesmos sentiam que não estavam no topo. Quando voltamos
para as igrejas locais, estamos no topo, independente de quantos se opunham a
nós. Mesmo quando dizem que estamos errados, podemos sentir em sua
33
maneira de falar que sabem que estamos no topo e eles estão no fundo.
Murteiras não são árvores majestosas como os cedros ou pinheiros, mas árvores
pequenas que crescem no vale. Isto é o povo de Israel em seu cativeiro. Eles
estavam no vale; mas louvado seja o Senhor! o Senhor Jesus estava com eles.
Mas como Ele estava entre eles? Muitas vezes as pessoas nos perguntam, "Você
não acha que se tivermos Cristo, isso é suficiente? Você não acha que Cristo
está entre nós?" Sim, Cristo está entre aqueles no vale, mas com que propósito?
Para tirá-los do vale! Nenhuma palavra humana pode expres-sar a misericórdia
e o amor que o Senhor tem para com aqueles que estão no cativeiro. Ele está
até mesmo entre os crentes que ainda estão na Igreja Católica. Mas você pensa
que Cristo está com eles para que possam permanecer lá? Não, Ele está com
eles para tirá-los. Ele não está lá dormindo, mas montado para tirá-los. Ele não
tem intenção alguma de Se estabelecer-o Catolicismo não é Sua determinação.
Aquilo é o vale. As denominações e os grupos livres não são o que Ele
determinou. Eles também estão no vale. Cristo está lá, mas está montado. Ele
não é uma murteira plantada no vale. Você pode estar plantado lá, mas Ele não
está. Ele está montado! Isto é muito significativo. Ele está montado em um
cavalo vermelho! Isto significa sacrifício e redenção. E Ele orou pelo cativeiro:
"Então respondeu o anjo de Jeová: Até quando, Jeová dos exércitos, não terás
tu compaixão de Jerusalém e das cidades de Judá, contra as quais tens
alimentado indignação estes setenta anos?" (Zc 1:12). Cristo orou pelo Seu
povo que estava no vale. Esse é o desejo de Cristo expresso na Sua intercessão
por aqueles no cativeiro. E Deus respondeu, "Portanto assim diz Jeová: Acabo
de voltar para Jerusalém com misericórdia; nela será edificada a minha casa,
diz Jeová dos exércitos, e o cordel será estendido sobre Jerusalém" (Zc 1:16).
Tenho plena certeza de que a restauração do Senhor hoje é devido à intercessão
de Cristo. Ele está intercedendo por aqueles que ainda estão no vale. OS
QUATRO CHIFRES Na segunda visão, Deus suscitou quatro chifres e quatro
ferreiros para planejar a situação para os cativos volta-rem. Acredito que hoje
ainda temos os quatro chifres. Vinte anos atrás, não imaginava que poderia
haver uma igreja local em Los Angeles. Muitos sabem que não tinha intenção
de vir a este país. Mas o Senhor planejou a situação. Cristo estava intercedendo
pelo cativeiro, e o Pai respondeu compelindo o rei da Pérsia a ordenar o retorno
dos cativos para Jerusalém. Ele era um dos chifres. Os chifres são os poderes na
situação para realizar algo de forma que o povo possa voltar a Jeru-salém.
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Cristo intercedeu pelo retorno do cativeiro, e o Pai respondeu ao suscitar os
chifres para tornar o retorno possível. Creio que a mesma coisa está sendo
planejada hoje. O EMISSOR E O EMISSÁRIO Na terceira visão, um cordel foi
estendido sobre Jeru-salém de modo que uma vez mais ela pudesse ser possuída
pelo Senhor. Medir algo significa tomá-lo. O Senhor vai assu-mir Jerusalém.
Isto significa que hoje o Senhor vai assumir as igrejas locais. Aleluia! O cordel
foi estendido sobre os Estados Unidos! Nessa visão vemos que o Senhor é o
Emissor e o Emissário. "Pois assim diz Jeová dos exércitos: Depois da glória,
Ele Me enviou contra as nações que vos despojaram; porque aquele que tocar
em vós toca na menina do Seu olho." (Zc 2:8). Se lermos todo o contexto,
veremos que o Emissor e o Emissário são idênticos. Jeová dos exércitos é o
Emissor, e Jeová dos exércitos também é o Emissário. Cristo é o Emissor, e Ele
também é o Emissário. Cristo hoje não é somente a vida na restauração das
igrejas locais, Ele é também o Emissor e o Emissário. Ele Se enviou para
planejar a situação de maneira que as igrejas locais possam ser restauradas. O
RENOVO A quarta visão mostra Josué, representando o sacer-dócio, diante do
Senhor, e Satanás à sua direita para lhe resistir (Zc 3:1). O problema era que
Josué ainda tinha as vestes sujas da Babilônia. Jamais devemos voltar para
Jerusalém com as coisas velhas. Todos os velhos conceitos, as velhas maneiras,
os velhos ensinamentos e as velhas opiniões devem ser descartados. Se
olharmos para nós mesmos, vere-mos quão velhos somos. Voltamos, mas e
quanto às nossas vestes? Desde que ainda estejamos na velharia, estamos
debaixo da acusação do inimigo. Nossa posição é correta, mas nossa condição
está errada. Saímos de Babilônia, mas a Babilônia não saiu de nós. Muitas
coisas do cristianismo ainda estão dentro de nós. Não apenas precisamos de
uma mudança em posição, mas também em condição. As vestes velhas devem
ser tiradas e devemos vestir vestes novas. Cristo é nossa veste nova. Devemos
renunciar todas as coisas velhas de Babilônia; todas as formas, ensinamentos,
conceitos, opiniões, etc., provenientes do cristianismo e lançar fora. Precisamos
de algo novo e essa novidade é Cristo. Cristo deve ser nossa cobertura e nossa
vestimenta. Em alguns lugares o povo do Senhor tomou a base da igreja, mas
ainda mantiveram os velhos ensinamentos e as velhas maneiras. Dessa maneira,
lá tem sido base de acusação do inimigo. Devemos mudar nossa veste e jogar
fora todas as velharias de maneira que possamos nos vestir de algo novo de
Cristo. E não apenas precisamos de veste, mas também do cinto, a coroa. Cristo
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deve ser nossa veste e nossa coroa. Foi após isso que Josué estava em posição
de produzir um renovo, o qual também é Cristo como Aquele que frutifica. Na
restauração das igrejas locais, precisamos de Cristo como um renovo para
produzir. Precisamos do crescimento de vida, e precisamos da frutificação pelo
renovo. Este renovo também é a pedra. O renovo é para produzir, e a pedra é
para edificar. As igrejas locais podem somente ser edificadas por Cristo como o
renovo e a pedra. Essa pedra é o fundamento com sete olhos. Vimos no livro de
Apocalipse que os sete olhos são os sete Espíritos de Deus. Este é o Espírito
sete vezes intensifi-cado para a restauração da edificação de Deus. Essa visão é
muito clara. Necessitamos da veste de Cristo para estar em uma posição para
produzir Cristo como Aquele que frutifica como também a pedra de
fundamento com o Espírito intensifi-cado para a restauração da edificação. O
CANDELABRO Seguindo isso é a visão do candelabro. Depois de Cristo como
a renovo produtor e a pedra de fundamento com os sete Espíritos, há o
candelabro. É neste momento que a declaração é feita: "Não por força nem por
poder, mas pelo meu Espírito, diz Jeová dos exércitos" (Zc 4:6). É pelos sete
Espíritos da pedra de fundamento. Ele é não somente a pedra de funda-mento,
mas também a pedra angular. Essa é a pedra de arremate que é usada para
cobrir a casa toda. Cristo é a pedra de fundamento e também é a pedra de
arremate. Ele é o fundamento para a edificação das igrejas locais, e Ele é
também a pedra angular das igrejas locais. O ROLO VOLANTE A sexta visão
é do rolo volante, o qual desobstrui a situação entre as pessoas. Havia algumas
coisas malignas entre o povo e essa visão foi dada com a finalidade de tratar
com elas. Após esta há a visão do efa, dizendo-nos que ainda havia muitas
coisas babilônicas entre os cativos que voltaram. O Senhor diz que estas coisas
babilônicas devem ser devolvidas à Babilônia. Estas duas visões mostram que
na restauração do Senhor todas as coisas pecaminosas devem ser purificadas, e
tudo de Babilônia deve ser mandado de volta. Deixe que as coisas babilônicas
sejam devolvidas à Babilônia. Todas as coisas do cristianismo pertencem a ele;
elas não pertencem à restauração do Senhor. Qualquer coisa que trouxermos
conosco deve ser mandada de volta. OS QUATRO CARROS A oitava visão, a
visão dos quatro carros, é algo de julgamento. O Senhor julgará toda a situação.
Não precisamos ver todas estas visões em detalhes, mas temos que ver Cristo
como tudo. Ele é o renovo, Aquele que frutifica. Ele é a pedra de fundamento e
a pedra angular para o edifício de Deus. Hoje Ele é o Rei no trono, e é também
36
o Sacerdote. Ele tem o reinado e também o sacerdócio. Sobre Ele estes dois
ministérios estão unidos. Dessa maneira, Ele é Aquele que edifica o templo de
Deus. Ele é o renovo; Ele é o Rei; Ele é o Sacerdote; portanto, Ele é o
Edificador. É por isso que precisamos de Cristo como o renovo para frutificar,
preci-samos de Cristo como o Rei para a autoridade e o reinado, e precisamos
de Cristo como o Sacerdote para o sacerdócio para que Ele possa ser o
verdadeiro Edificador para edificar as igrejas locais. A visão de Cristo em
Zacarias está relacionada à restauração do edifício de Deus. Ele é Aquele
montado no cavalo vermelho entre os cativos e intercedendo pelo retorno deles.
Ele é o renovo, a pedra de fundamento, a pedra angular, o Rei para o reinado e
o Sacerdote para o sacerdócio. E hoje, Ele é o Edificador. Portanto, devemos
desfrutá-Lo e experimentá-Lo como o renovo para produzir vida, e experi-
mentá-Lo como o Rei para o reinado e o Sacerdote para o sacerdócio. Então
estaremos na restauração da edificação da casa do Senhor. Este é o Cristo visto
em todas as visões na restauração da edificação da casa de Deus.

CAPÍTULO SEIS A PRIMEIRA E A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

Leitura Bíblica: Zc 9-14 Na restauração do Senhor há três ministérios: o


sacerdócio, o reinado e o profetizar. Vimos que no profetizar há dois tipos de
profetas. Um é representado por Ageu e o outro por Zacarias. Ageu ajudou o
povo a ser forte para trabalhar, mencionando um pouco sobre Cristo como o
Desejado de todas as nações. Zacarias prosseguiu em dizer ao povo o mistério
de Cristo. O ministério do profeta Zacarias é um ministério concernente à
Cristo, mostrando que na restau-ração de Deus, Cristo deve ter a primazia. Nos
livros da restauração-Esdras, Neemias, Ageu e Zacarias-não há nada além de
Cristo. A restauração é a restauração da edificação da casa de Deus, mas ela é
para Cristo. CRISTO NO FUTURO A primeira seção de Zacarias deixa muito
claro que Cristo é tudo na restauração de Deus. Mas Zacarias não somente
profetiza com respeito à Cristo no presente, mas também sobre Cristo no
futuro. Os últimos seis capítulos se ocupam com isso. Estes seis capítulos
podem ser divididos em duas subseções, os capítulos de nove a onze e os
capítulos de doze à quatorze. Na primeira subseção, Zacarias profetizou com
respeito à Cristo como o Rei ungido, Aquele que foi rejeitado pelas pessoas.
Claro que, isso está relacionado com a primeira vinda do Senhor. Ele veio
37
primeiro como o ungido de Deus, contudo foi rejeitado. Na última subseção, o
Rei rejeitado é bem-vindo como o Rei. Esta é a segunda vinda de Cristo. Assim
Zacarias profetizou algo com respeito à primeira e a segunda vinda de Cristo. A
igreja hoje na restauração do Senhor deve repre-sentar estas duas vindas de
Cristo. Devemos dizer às pessoas como Cristo veio a primeira vez e como Ele
virá em Sua segunda vinda. Não só devemos dizer que Cristo tem primazia na
restauração de Deus, mas que tem duas vindas, a primeira e a segunda.
CRISTO REJEITADO PELO HOMEM Como Cristo veio na primeira vinda, e
como Ele virá na segunda? Isto é mostrado claramente na última seção de
Zacarias. Zacarias é um livro curto, mas profundo. É mais fácil entender Isaías
do que Zacarias. É fácil entender Isaías 53, mas não é tão fácil entender
Zacarias 9-11. "Assim apascentei as ovelhas destinadas para o matadouro,
verdade-iramente as ovelhas mais miseráveis." (Zc 11:7). Quem é este? Claro
que, naquela época era Zacarias; mas se continuarmos lendo, veremos que é
Cristo. Cristo foi vendido por trinta moedas de prata-isso é mencionado em
Mateus 26:14-16; 27:3-10. Portanto, Cristo é Aquele que apascenta o rebanho.
É por isso que Ele disse no capitulo 10 de João que era o bom Pastor. Então
Zacarias 11:7 continua: "Tomei para mim duas varas; a uma chamei Formosura,
e a outra chamei União; e apascentei as ovelhas." É melhor traduzir a palavra
"Formosura" por "graça." "E a Palavra tornou-se carne, e armou tabernáculo
entre nós... cheio de graça" (Jo 1:14). Também, a palavra "União" deve ser
traduzida por "unidade." Cristo veio com graça e unidade. Estas são as Suas
duas varas como nosso Pastor divino. Quando Ele nos apascenta, desfru-tamos
a graça; temos então a unidade e somos um. "Exterminei os três pastores num
só mês; porque minha alma se enfastiou deles, e a sua alma também teve nojo
de mim" (Zc 11:8). Se lermos Mateus 16:21, veremos que estes três pastores
são os anciãos, os principais sacerdotes e os escribas. Estes eram os três tipos
de pastores entre o povo de Deus quando o Senhor Jesus veio à terra na
primeira vinda. Ele veio como o Pastor para alimentar o rebanho de Deus com
graça de maneira que eles pudessem ter unidade. Mas estes três pastores se
opuseram a Ele; então o Senhor os cortou. "Porque minha alma se enfastiou
deles, e a sua alma também teve nojo de mim" Todos os anciãos, principais
sacerdotes e escribas detestavam o Senhor porque Ele os cortou. Eles não eram
pastores, mas ladrões! E o povo os seguiu em detestar o Senhor; então Ele diz,
"Então eu disse: Não vos apascentarei: o que morre, morra; o que há de ser
38
exterminado, seja exterminado, e os que restam, comam cada um a carne do seu
próximo" (Zc 11:9). Isso realmente foi cumprido depois da morte e ressurreição
de Cristo. A raça judaica começou a destruir um ao outro. "Tomei a minha vara
Formosura e a fiz em pedaços, para destruir a minha aliança que tinha feito
com todos os povos. Foi quebrada naquele dia; assim as miseráveis dentre as
ovelhas que me respeitaram, reconheceram que isso era a palavra de Jeová. Eu
lhe disse: Se vos parecer bem, dai-me a minha paga; e se não, deixai-vos disso.
Pesaram, pois, por minha paga trinta moedas de prata. Jeová disse-me: Arroja-
as ao oleiro, esse belo preço em que fui apreçado por eles. Tomei as trinta
moedas de prata, e arrojei-as ao oleiro na casa de Jeová." (Zc 11:10-13). De
acordo com Êxodo 21:32, o preço de um escravo era estimado em trinta
moedas de prata. Cristo foi estimado como um escravo, e Judas O traiu por esse
preço. O Senhor veio como o Pastor, mas Ele foi rejeitado, traído e vendido
como um escravo por trinta moedas de prata. CRISTO FERIDO POR DEUS
Precisamos ler Zacarias 13:7: "Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra
o homem que é o meu compa-nheiro, diz Jeová dos exércitos; fere ao pastor, e
espalhar-se-ão as ovelhas; e voltarei a minha mão para os pequeninos." Esta é a
Palavra de Deus, falando sobre um homem que é Seu companheiro. Ele é um
homem, contudo Ele é o companheiro, o companheiro de Jeová dos exércitos.
Ele é um homem, mas Ele é igual a Deus como companheiro de Deus. Essa foi
a maneira de o Senhor Jesus vir como um homem. Ele veio em Sua primeira
vinda como um homem para ser o Pastor com graça e unidade. Mas foi
rejeitado, odiado, traído, avaliado e vendido por trinta moedas de prata, como
um escravo. Porém, não somente os homens O rejeitaram e O traíram, mas
Deus O feriu. "Fere ao pastor." Ele foi ferido duramente por Deus na cruz. Ele
foi traído por trinta moedas de prata pelos homens, mas seguindo isso, Ele foi
ferido na cruz pelo próprio Deus. O MISTÉRIO DA RESTAURAÇÃO De
todos estes versículos podemos ver que Isaías é muito mais fácil entender do
que Zacarias. Tudo em Zacarias está na maior parte oculto, porque é algo na
restauração. Qualquer coisa na restauração é oculta e é um mistério a todos
aqueles que não estão na restauração. É por isso que as pessoas não podem nos
entender. Eles estão sempre tentando entender, mas nunca poderão entender.
Até que venha para a restauração, isto é, as igrejas locais, você nunca poderá
entender; sempre haverá algo oculto. Essa foi a experiência de todos os que
vieram, que no princípio não estavam tão claros. Mesmo depois de dois ou três
39
meses, eles ainda não estão muito claros. Mas depois de dois ou três anos,
todos ficam muito claros! É por isso que é muito fácil o inimigo espalhar tantos
rumores. Satanás sabe que as igrejas locais são as únicas que podem lhe causar
problemas; então ele espalha muitos rumo-res por meio daqueles que não
entendem. Antes de o povo de Israel entrar na terra de Canaã, os cananitas
falavam muito sobre eles. Por quê? Simplesmente porque eram medrosos. Hoje
é a mesma coisa. Somos tão pequenos, mas há muita conversa sobre nós do
outro lado do país. Tudo na restauração do Senhor é um segredo. A menos que
você esteja nela por um bom tempo, você ainda terá algumas divergências.
Você precisa estar nela durante uns dois ou três anos pelo menos. Então você
ficará claro. Tudo na restauração do Senhor é misterioso. Por isso que as
profecias em Zacarias são dadas de uma maneira secreta. Mas louvado seja o
Senhor, elas estão acessíveis às igrejas locais! Zacarias diz-nos que Cristo veio
como um homem para ser o Pastor para apascentar o rebanho de Deus de
maneira que possamos desfrutar a graça e ter a unidade. Contudo, Ele foi
odiado pelos anciãos, os principais sacerdotes e os escribas, e então traído e
vendido pelo preço de um escravo. Até mesmo Deus O feriu com a finalidade
da redenção, e quando Ele foi ferido duramente por Deus, as ovelhas se
espalharam. O Senhor citou estas palavras em Mateus 26:31. Pedro estava
falando para o Senhor como ele O seguiria até o fim, e o Senhor disse e está
escrito que Deus feriria o pastor, e as ovelhas se espalhariam. UMA FONTE
ABERTA Zacarias ainda fala sobre a cruz de uma maneira miste-riosa.
"Alguém lhe perguntará: Que são estas feridas entre os teus braços? Então
responderá ele: As com que fui ferido na casa dos que Me amam" (Zc 13:6).
Essa verdadeiramente é uma maneira secreta de falar sobre a cruz. O Senhor
veio para a casa dos Seus amigos, contudo eles O feriram, e as feridas são
visíveis em Suas mãos. Isso significa que Suas mãos foram pregadas à cruz. A
The American Standard Version diz que Ele foi ferido entre os Seus dois
braços. Essa era a perfuração do Seu lado. Ambos estão corretos. Você pode
dizer que essa era a ferida em Suas mãos, ou você também pode dizer que essa
era a ferida entre os Seus dois braços. Zacarias 13:1 dá-nos a finalidade pela
qual Ele foi ferido: "Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e
para os habitantes de Jerusalém para remover o pecado e a imundícia." Esta
fonte é o fluir do sangue precioso de Suas mãos e do Seu lado, a fonte pelo
pecado. Zacarias 12:10 diz, "Derramarei sobre a casa de Davi, e sobre os
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habitantes de Jerusalém o Espírito de graça e de súplica. Olharão para mim, a
quem eles traspassaram: e farão pranto sobre mim, como quem pranteia seu
filho único; serão amargurados por causa de mim como quem o está por causa
do seu primogênito." Zacarias profetizou com respeito à morte do Senhor de
uma maneira muito misteriosa. Ele não usou a palavra cruz ou crucificação,
mas tais palavras como feridas, uma fonte aberta, e aquele a quem
traspassaram. Em toda a Bíblia, não há outro livro que dá tal quadro
maravilhoso e amável da morte de Cristo. Zacarias também profetizou com
respeito à maneira na qual Cristo viria para Jerusalém antes de Sua morte. Ele
veio como um Rei, não sobre um majestoso cavalo, mas sobre um jumentinho,
cria de uma jumenta. "Regozija-te muito, filha de Sião; exulta, filha de
Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei. Ele é justo, e trás a salvação; ele é pobre e
vem montado sobre um jumento, sobre um potrinho, filho de uma jumenta" (Zc
9:9). Isso foi cumprido em Mateus 21:1-11, quando o Senhor Jesus veio para
Jerusalém a última vez. Não imagino que poderíamos obter um quadro melhor
ou mais claro com respeito à primeira vinda do Senhor o qual Zacarias nos dá.
Ele nos diz que Ele veio como um homem; Ele é o companheiro de Deus. Ele
veio para ser o Pastor para apascentar o rebanho de Deus com graça para a
unidade; contudo Ele foi odiado pelos falsos pastores. Ele foi traído por trinta
moedas de prata e até mesmo ferido por Deus. Ele foi ferido em Suas mãos e
no lado na casa de Seus amigos de maneira que pôde abrir uma fonte para a
purificação de pecados. Ele veio a eles como um homem para pastorear, e como
um Rei, humildemente, montado em um jumentinho; e ainda assim foi
rejeitado. Tudo isso diz respeito à Sua primeira vinda, e foi profetizado de tal
maneira secreta. Ele junta um pequeno pedaço aqui e um pequeno pedaço ali, e
ao reuni-los, se tornam uma verdadeira revelação do Senhor. A SEGUNDA
VINDA DE CRISTO Zacarias também fala da segunda vinda do Senhor. "Eis
que para Jeová vem um dia em que no meio de ti serão repartidos os teus
despojos. Então sairá Jeová, e pelejará contra essas nações, como quando
pelejou no dia da batalha. Naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das
Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte de Oliveiras
será fendido pelo meio para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale mui
grande; uma metade do monte se removerá para o norte, e a outra metade para
o sul. Fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes se estenderá
até Azel; sim, fugireis, como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias,
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rei de Judá: virá Jeová meu Deus, e todos os santos contigo" (Zc 14:1, 3-5).
Estes versículos nos dizem que Ele virá com todos os santos para lutar, e Ele se
levantará no Monte das Oliveiras. Se lermos Atos 1:9-12, veremos que o
Senhor Jesus ascendeu do Monte das Oliveiras, e os anjos disseram aos
discípulos que Ele voltaria da mesma maneira. Ele partiu do Monte das
Oliveiras, e Ele voltará ao Monte das Oliveiras. Ele voltará ao mesmo lugar do
qual Ele ascendeu. Naquela época, o povo judeu estará cercado pelos seus
inimigos, da mesma maneira que estavam ao lado do Mar Vermelho. Assim
como o Senhor abriu o Mar Vermelho, no futuro Ele abrirá o Monte das
Oliveiras em duas partes, fazendo uma abertura para o povo fugir dos seus
inimigos. Enquanto o Senhor Cristo estiver lutando pelo povo de Israel, Deus
derramará o Espírito da graça e todos eles se arrependerão e lamentarão. Eles
não lamentarão pelos seus pecados, mas por terem rejeitado o Senhor no
passado. Todos os Hebreus se arrependerão e então O receberão como
Salvador. Ele resolverá todos os problemas na terra e será o Rei sobre todas as
nações. "Jeová será rei sobre toda a terra; naquele dia um só será Jeová, e um
só o seu nome." (Zc 14:9). Todos nós devemos estar claros na restauração do
Senhor das igrejas locais que somos para a primeira vinda de Cristo, e também
somos para Sua segunda vinda. Por essa razão precisamos orar-ler o livro de
Zacarias. Não precisamos analisar muito, mas simplesmente orar-ler. O Espírito
da graça nos ajudará a entender Cristo cada vez mais de uma maneira secreta.
Este é o Cristo que veremos profetizado em Zacarias, o Cristo misterioso para
as igrejas locais, mais profundo que o Cristo profetizado em Isaías.

CAPÍTULO SETE O ENRIQUECIMENTO, O FORTALECIMENTO, A


PURIFICAÇÃO E PROTEÇÃO DA RESTAURAÇÃO DE DEUS

Leitura Bíblica: Esdras 7, 8, 9; Neemias 1-2 De acordo com os livros da


restauração, a história é assim: primeiro, o retorno do cativeiro começou. No
retorno, havia dois líderes: o governador Zorobabel, representando o reinado, e
o sumo sacerdote Josué, representando o sacer-dócio. Zorobabel e Josué
retornaram com o povo para resta-urar o templo. Esdras chegou mais de
cinquenta anos depois com um grupo de cativos para enriquecer a restauração.
Dez ou onze anos após Esdras chegar, Neemias veio para edificar a cidade e
proteger o templo. Entre a época de Zorobabel e a de Esdras, a restauração do
42
templo ficou parada por aproxi-madamente quinze anos, e Ageu e Zacarias
foram levantados para encorajar o povo a continuar a obra. SEIS NOMES
Durante essa história da restauração, seis nomes se destacam: Zorobabel, Josué,
Ageu, Zacarias, Esdras e Nee-mias. Zorobabel era o governador da província
de Judá, repre-sentando o reinado, e Josué era o sumo sacerdote, represen-tando
o sacerdócio. Foi debaixo destes dois ministérios que a restauração de Deus
começou. Mas o ministério de profetizar também era necessário, e ele veio por
meio de Ageu e Zacarias. Ageu foi usado para despertar o espírito das pessoas
para continuarem a obra de edificação do templo. Ele lhes disse que se
terminassem a edificação, trariam o Desejado das nações, que é Cristo. Zacarias
seguiu Ageu para falar aos restaurados mais a respeito de Cristo. Esse é na
verdade o profetizar adequado. Deve-se começar despertando o espírito das
pessoas e concluir com Cristo. O despertar do espírito das pessoas só exigiu
dois capítulos, enquanto que todas as coisas de Cristo exigiram quatorze
capítulos. O livro de Zacarias é realmente maravilhoso; ele menciona muito
sobre Cristo na restauração de Deus. Ele é o ramo produtivo e a pedra de fun-
damento com sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, tão prevalecente
para a restauração da edificação de Deus, e Ele é a pedra de remate com a graça
plena de Deus. Ele é o rei com o reinado, o sacerdote com o sacerdócio e por
fim o edificador. Esse é Cristo na restauração de Deus como encontrado no
livro de Zacarias. Até mesmo hoje na restauração de Deus, precisamos de tal
profetizar para restaurar todos os aspectos de Cristo. A NECESSIDADE DE
ESDRAS Mas Esdras ainda era necessário para enriquecer e fortalecer a
restauração. Quando Esdras retornou, tudo estava restaurado, mas ainda havia a
necessidade de fortale-cimento e enriquecimento. O remanescente do povo que
voltou ainda era pouco; o número precisava aumentar, então Esdras trouxe um
bom número. Hoje, precisamos de mais Esdras. O número que temos hoje na
restauração do Senhor ainda é muito pequeno; precisamos de Esdras que
voltem da Babi-lônia para fortalecer a restauração em quantidade. Há muitos
sacerdotes, príncipes, Levitas, cantores e porteiros ainda em Babilônia. Eles
devem ser pela restauração do Senhor. Eles podem ter nascido em Babilônia,
mas não nasceram para Babilônia. Foram salvos nas denominações, mas não
foram salvos para as denominações; foram salvos para o Senhor e Sua
restauração. Precisamos orar para que o Senhor levante alguns Esdras.
Precisamos de mais Esdras hoje. Esdras fortaleceu a restauração por trazer com
43
ele um bom número de cativos de volta. Hoje em Los Angeles, muitas coisas
foram restauradas, mas ainda somos poucos. Quantos milhares que pertencem
ao Senhor deve haver nessa cidade, e nós temos menos que 1000. Se
compararmos isso com o número de filhos do Senhor nesta cidade, ainda somos
um número pequeno. Sim, voltamos, mas o número dos que voltaram é muito
pequeno. Precisamos orar para que o Senhor levante alguns Esdras para trazer
muitos de volta. Por um lado estamos satisfeitos, mas por outro não estamos.
Precisamos que mais Esdras voltem. AS RIQUEZAS DE CRISTO Quando
lemos o livro de Esdras vemos que ele não falou muito sobre si mesmo.
Somente mencionou que em determi-nado ano, Esdras, que era filho do
sacerdote, voltou. Não nos é dito como ele foi educado, mas sabemos que foi
obra do Senhor. O Senhor levantou um Esdras para fortalecer e enriquecer Sua
restauração. Então, Esdras nos dá um registro da prata, do ouro, dos objetos e
das bacias que ele trouxe de volta para o templo de Deus. Isso não é algo
pequeno, pois são as riquezas de Cristo trazidas de volta do cativeiro. Algumas
vezes as pessoas perguntam: "Você não acha que nas denominações há algo de
Cristo?" Eu lhes digo que até na Igreja Católica Romana há muitas coisas de
Cristo. Há muita prata, muito ouro e muitos objetos em Babilônia, mas essas
coisas não devem permanecer lá. Devem ser trazidas de volta para Jerusalém.
Todas as coisas de Cristo devem ser resgatadas de Babilônia. Nas
denominações há uma obra considerável do Senhor, ainda assim, todas as
pessoas do Senhor e todas as obras do Senhor não são para as denomi-nações;
elas são para as igrejas locais. Todos os filhos de Israel em Babilônia, até
mesmo os nascidos ali, não eram para Babilônia, mas para Jerusalém. Toda a
obra que Deus fez em Babilônia não era para Babilônia, mas para Jerusalém.
Precisamos orar para que um número cada vez maior de filhos de Deus seja
trazido de volta para as igrejas locais. E preci-samos orar para que todas as
experiências de Cristo sejam trazidas de volta para as igrejas locais. Toda a
prata, todo o ouro e todos os objetos pertencem ao templo em Jerusalém. Nunca
critiquei a obra de evangelização de ninguém, pois percebo que muitas pessoas
foram trazidas ao Senhor por meio delas. Em certo sentido gosto de ouvir das
obras que são tão prevalecentes para o Senhor; mas por outro lado, não ficarei
tão feliz enquanto todas essas obras forem trazidas para as igrejas locais. Esdras
foi alguém que trouxe muitas pessoas para a restauração para fortalecê-la e
muitos objetos de ouro e prata para enriquecê-la. A restauração hoje precisa ser
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fortalecida com pessoas e enriquecida com as riquezas de Cristo. Ter o ouro e a
prata é bom, mas tê-los em Babilônia é errado. Quando o ouro e a prata são
trazidos de volta para a casa de Deus em Jerusalém, não é apenas bom, mas
também correto. Gosto de ver pessoas orando-lendo, mas não fico tão feliz ao
vê-las orendo-lendo nas denominações. Não muito tempo atrás, o the Stream
Publishers recebeu uma carta de um pastor dizendo o quanto ele apreciava o
orar-ler. Ele nos pediu que enviássemos a ele muitas cópias do The Stream para
que todos os membros da sua igreja pudessem aprender a orar-ler. Fiquei feliz,
mas por outro lado nem tanto, porque isso era algo nas denominações. Estou
feliz que pessoas desfrutem do orar-ler, mas não fico feliz que a prata e o ouro
permaneçam na Babilônia. Não é tão bom, mas é melhor que nada; então
enviamos a eles todas as cópias para ajudá-los a pegar a prata e o ouro. Mas
tudo isso precisa ser trazido de volta para as igrejas locais. Como precisamos
dos Esdras de hoje para fortalecer os números e enriquecer a restauração com a
prata e o ouro da Babilônia. UM ESCRIBA SACERDOTAL Esdras era
sacerdote, um descendente de Arão, e também era um escriba. O escriba no
Antigo Testamento era igual ao mestre no Novo Testamento. Mas há uma
diferença entre o profeta e o escriba ou mestre. O profeta é alguém que fala
diretamente de Deus, e o mestre é alguém que ensina o que é falado pelo
profeta. Por exemplo, sabemos que Moisés era um profeta, porque ele falou
algo diretamente de Deus. Mas um escriba é um mestre que ensina o que foi
falado por Moisés. Ageu e Zacarias eram profetas porque eles falavam
diretamente de Deus. O que era falado por Ageu era novo; nunca foi revelado a
mais ninguém. A mensagem de Zacarias é ainda mais maravilhosa. Ele diz que
Cristo é o renovo, a pedra de fundamento com sete olhos, e a pedra de remate.
Moisés disse isso? Não, Zacarias foi o primeiro a dizer isso. Zacarias não era
um mestre, mas um profeta, falando da inspiração presente, atual e instantânea
de Deus. Esdras não disse nada novo. O que ele falou já tinha sido falado por
Moisés. Ele era escriba e um mestre. Mas de acordo com o princípio na
restauração de Deus, não precisamos de um escriba versado, mas de um escriba
sacerdotal. Esdras também era um sacerdote. Um sacerdote é alguém que é
mesclado com o Senhor, saturado com Ele, que se alimenta Dele e que O
inspira o dia todo. Tudo o que ele fala é o próprio Senhor. É exatamente assim
que os mestres na restauração do Senhor devem ser. Esdras era esse tipo de
pessoa. Ele proclamou um jejum, e ele jejuou; ele simplesmente era um com o
45
Senhor contatando-O continuamente. Ele não era um apenas um escriba, mas
um escriba sacerdotal. Na igreja local, tememos os mestres objetivos. Algumas
pessoas têm certa quantidade de conhecimento, e gostam de ensinar o que
sabem, mas elas mesmas não são esse tipo de pessoa. A restauração do Senhor
hoje não precisa desse tipo de mestre. Precisamos de Esdras, o escriba
sacerdotal, o mestre sacerdotal. Este é o mestre que constantemente contata
Deus, que é saturado com Deus e é um com Deus. Esdras era absoluto com o
Senhor. Ele estava numa posição de pedir ao rei por um exército para protegê-
lo enquanto voltava à Jerusalém, mas ele não fez isso. Ele pôs sua confi-ança
no Senhor. Esse é o tipo de pessoa que está qualificada para ser um mestre na
restauração do Senhor. Mesmo se você tiver os meios naturais para ajudá-lo,
você não deve tomá-lo. Você deve pôr sua confiança no Senhor. Não
precisamos de mestres objetivos na restauração da edificação do Senhor.
Apenas o conhecimento dos ensinamentos não ajudará. Preci-samos da vida;
precisamos do sacerdócio para ser mesclado com o ensinamento. Precisamos
dos escribas sacerdotais como Esdras. Mero conhecimento não edifica; mata. É
o mestre sacerdotal que edifica. Esse é o tipo de pessoa que pode fortalecer a
restauração com um aumento de números e enri-quecê-la com as ricas
experiências de Cristo. Louvado seja o Senhor por tais Esdras, e tenho plena
garantia de que o Senhor irá trazer mais e mais Esdras-aqueles que são um com
Deus, saturados com Deus, enchidos com Deus e hábeis na obra de Deus. Estas
pessoas são as pessoas corretas para trazer um bom número de cativos de volta
e trazer mais riquezas de Cristo para a restauração do Senhor. PURIFICAÇÃO
Quando a restauração for santa veremos a bênção do Senhor. Em certos lugares,
a razão de a bênção ser frustrada é devido à mistura causada pela obscuridade.
Temos sido condenados muitas vezes por não convidar outros para falar em
nossas reuniões. Não somos orgulhosos, mas sim, muito cuidadosos. Se
convidarmos pessoas de fora para falar, elas trarão "esposas pagãs". No passado
tentamos isso, mas só nos causou problemas. Aprendemos a lição. Isso não
quer dizer que somos bitolados, mas que a restauração é muito pura, muito
única e muito santa. Precisamos sim de Esdras para fazer uma obra
purificadora. O Senhor não gosta de nenhum tipo de mistura. Na criação do
Senhor, tudo era segundo a sua espécie. Se for uma maçã, deve ser de uma
macieira; se for um pêssego, deve ser de um pessegueiro. Precisamos ser
símplices e segundo a nossa espécie. Se somos denominacionais, deve-mos ser
46
simplesmente denominacionais. Se somos um grupo livre, devemos ser apenas
um grupo livre. Não devemos dizer que somos alguma outra coisa. Se somos a
igreja local, deve-mos ser apenas a igreja local. Precisamos ser muito símplices,
únicos, puros e genuínos, segundo a nossa espécie. Precisamos ser absolutos. O
Senhor nunca honra nenhum tipo de mistura. Tudo deve ser segundo a sua
espécie. O trabalho de Esdras era fortalecer, enriquecer e purificar. Ele não
apenas purificou o povo após a edificação do templo, mas os purificou
novamente para a edificação da cidade. Tanto em Esdras quanto em Neemias
houve a purifi-cação: uma foi após a edificação do templo e a outra foi após a
edificação da cidade. Em todos os passos da restauração do Senhor há a
necessidade de purificação. A PROTEÇÃO DA CIDADE Já vimos a obra de
Zorobabel, Josué, Ageu, Zacarias e Esdras. Já não está bom? Há o retorno, a
restauração da edificação, o fortalecimento, o enriquecimento e a purificação.
Está bom, mas não é suficiente. Ainda há a necessidade da obra de Neemias
para proteção. Existe o templo, mas não a cidade. O templo precisa da proteção
da cidade. O templo é a casa e a cidade é o reino. A casa de Deus precisa do
reino de Deus como proteção. Então, após Esdras, há a necessidade de
Neemias. Neemias por fim se tornou o governador de Judá. O reinado precisa
ser trazido para o reino. Vimos essas seis pessoas: Zorobabel, Josué, Ageu,
Zacarias, Esdras e Neemias. Zorobabel representa o reinado e Josué o
sacerdócio. Ageu e Zacarias representam os profetas-Ageu para despertar e
Zacarias para revelar Cristo. Esdras é o escriba sacerdotal para fortalecer,
enriquecer e purificar. Neemias veio para a proteção, que é a submissão à
autoridade divina. Nas igrejas locais precisamos ter a casa de Deus e também
precisamos ter a cidade de Deus, que é o reino. A casa de Deus depende
principalmente do sacerdócio-para contatar o Senhor, para ser saturada com o
Senhor e para ser uma com o Senhor. Esse é o começo da restauração, mas
ainda há a necessidade do encabeçamento, do reino e da autoridade divina. A
igreja é para o reino-ou seja, a casa é para a cidade. No final, a casa de Deus se
torna a cidade santa, a Nova Jerusalém (Ap 21:2-3). Na Nova Jerusalém não há
o templo (Ap 21:22), porque o templo foi ampliado em uma cidade. Isso quer
dizer que a cidade e o templo são mesclados como um só. Essa é a proteção
eterna. Ter somente a casa não é adequadamente seguro. Precisamos da
proteção do reino. Esse é o ministério de Neemias, o último governador na
restauração. O primeiro foi Zorobabel e o último, Neemias. Na restauração do
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Senhor precisamos dessas seis pessoas. Um a um, todos eles contribuíram com
algo que era necessário e vital. Amo esses livros da restauração. Eles têm
exatamente o que precisamos hoje na restauração do Senhor. Precisamos de
Zorobabel, de Josué, de Ageu, de Zacarias, de Esdras e de Neemias. Neemias
traz a proteção da cidade. Enquanto não houver a cidade, não estaremos
seguros. Precisamos de um certo tipo de proteção como os arredores da casa de
Deus. A cidade é apenas os arredores do templo. Nisso está a proteção para a
restauração do Senhor. Por fim, a casa, o templo, estarão mesclados com a
cidade na Nova Jerusalém, provendo proteção pela eternidade.

CAPÍTULO OITO A CIDADE COMO O AUMENTO DA CASA DE


DEUS

Leitura Bíblica: Ne 4, 6, 8, 9, 12, 13 Após a restauração da edificação do


templo, ainda há a necessidade de edificar a cidade. Sem a cidade, não há
proteção para o templo. O templo está completo; é o lugar da presença do
Senhor, onde encontramos e servimos o Senhor; mas precisa de proteção. O
muro da cidade é a defesa para o templo. Sem os muros da cidade, não há
proteção. Esse é um tipo que devemos aplicar no Novo Testamento. No Novo
Testamento, a edificação da igreja é mencionado primeira-mente nos
Evangelhos. Depois que Pedro declarou que Cristo era o Filho de Deus, foi-lhe
dito que a igreja seria edificada. A igreja vem depois de conhecer Cristo; após
experienciarmos Cristo, a igreja virá a existência. Ao mesmo tempo o Senhor
disse a Pedro que lhe daria as chaves do reino. Portanto, o reino segue a igreja.
Essas três coisas são necessárias: Cristo como a rocha, a igreja e o reino. Cristo
deve ser experien-ciado, a igreja deve ser edificada, e então o reino será
introduzido. Nas Epístolas, a igreja é a casa de Deus-isso é mencionado tanto
em Efésios 2:19 quanto em 1 Timóteo 3:15. Mas nos dois últimos capítulos de
Apocalipse, há uma cidade. E naquela cidade não há templo (Ap 21:22), porque
a cidade tornou-se o aumento do templo. Sabemos o que Cristo é, e em certo
sentido todos sabemos o que a igreja é, mas não muitos estão familiarizados
com a cidade. O AUMENTO E A AMPLIAÇÃO DE CRISTO Cristo é o centro
divino e eterno. Quando Ele vem a mim, a você e a tantos outros, há o aumento
de Cristo. A ampliação de Cristo é a igreja (Jo 3:29-30) O Cristo aumen-tado,
ampliado, é a igreja. O que é a igreja? A igreja é o aumento de Cristo e a
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ampliação de Cristo. Todos nós somos partes de Cristo e membros de Cristo.
Minha mão é um membro meu e uma parte minha, até mesmo meu dedinho é
uma parte minha porque é um membro. Independente de quão pequeno seja,
por ter nascido de Cristo, você é parte de Cristo. Algumas vezes as pessoas me
perguntam que tipo de cristão eu sou. O que elas querem realmente saber é se
sou Metodista, Presbiteriano ou Batista. A melhor maneira de responder é dizer
que sou uma parte de Cristo. Esse é o tipo de cristão que sou. Não sou parte de
um grupo Presbiteriano, mas parte de Cristo. Somos todos partes de Cristo, e
todas essas partes colocadas juntas são o aumento de Cristo. Somos todos
partes do Corpo, a totalidade de Cristo (Ef 1:22-23). Se olharmos para um certo
irmão, veremos um pouco de Cristo. Todos as partes adicionadas juntas tornam-
se Sua totalidade a qual é Seu Corpo. A igreja é a plenitude de Cristo, porque
Cristo foi ampliado e aumentado em muitos membros. Mas, o que é a cidade? A
cidade é o aumento adicional de Cristo. O primeiro passo do aumento de Cristo
é a igreja como a casa. O segundo passo desse aumento é também a igreja, não
como a casa, mas como a cidade. A igreja como a casa deve ser aumentada para
ser a igreja como a cidade. A cidade é algo maior e mais seguro do que a casa.
Por fim, toda a casa se torna a cidade! Apocalipse 21:22 diz que não há mais
templo na cidade porque o templo se tornou a cidade. A cidade é o tabernáculo,
o lugar de habitação (Ap 21:2-3). A cidade é o aumento do templo, o
desenvolvimento da casa para a consumação. O MESCLAR DE DEUS COM O
HOMEM A edificação da casa e da cidade é o centro do propósito eterno de
Deus. Essa edificação é simplesmente o mesclar de Deus com o homem.
Quando Cristo vem a nós, isso é o mesclar. Cristo Se mescla conosco. Portanto,
a igreja é o mesclar da divindade com a humanidade, um mesclar divino de
Deus com o homem. Quando esse mesclar é aumentado e consumado ao
máximo, isso é a cidade. Conseqüentemente a cidade se torna a mútua
edificação, a mútua habitação de Deus e o homem. Deus habita em nós e nós
em Deus. Oh, isso é realmente maravilhoso! Esse é o mesclar universal, eterno
de Deus com o homem. Somos Seu lugar de habitação, e Ele é o nosso. Em
pequena escala, essa é a casa e em grande escala, essa é a cidade. A Bíblia, da
primeira à última página toma isso como tema central. Mencionei antes que a
Bíblia é como uma pintura de um tigre com milhares de itens ao fundo. A figura
principal é o tigre. Não é a pintura de uma montanha, uma ponte, ou algumas
árvores; é a pintura de um tigre. Todas as outras coisas simplesmente
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constituem o segundo plano. A Bíblia é uma pintura do mesclar de Deus com o
homem. Há milhares de outros itens, mas eles estão simplesmente em segundo
plano, eles representam pouco. A figura principal é o mesclar divino. É o
mesclar de quatro figuras: A primeira é Deus, a segunda é Cristo, a terceira é a
igreja e a quarta e final são as igrejas locais. Estas são as figuras principais
dessa pintura bíblica. É o mesclar de Deus com o homem. Se temos a revelação
desse mesclar, toda Bíblia se torna transpa-rente desde a primeira à última
página. Do contrário, estará velada a nós. A VIDA E O ENCABEÇAMENTO
PARA A CASA E A CIDADE O que é Cristo? Cristo é a vida divina. E quem é
Cristo? Cristo é o próprio Deus. Cristo é nada menos que Deus. E Cristo como
Deus é nossa vida. Cristo é vida para nós, e Ele tem sido trabalhado em nós
para que possamos desfrutá-lo como vida. De fato isso é maravilhoso! Cristo
como vida é tão maravilhoso! Ninguém pode falar quão maravilhosa e alegre é
essa vida. Vida é tudo, e Cristo é vida para nós. Não existe expressão humana
para definir Cristo como nossa vida. Vida é um mistério; ninguém pode
descrevê-la, contudo, ela é tudo para nós. Se não temos Cristo como vida, tudo
é vão. Cristo como vida é suficiente para nós. Aleluia! Cristo como vida é
representado pela igreja como a casa. Percebo que muitos de nós tem
compartilhado do desfrute de Cristo como nossa vida. Mas Cristo não é
somente isso, Ele é muito mais. O Novo Testamento nos diz primeiro que
Cristo é nossa vida, mas algumas vezes diz que Cristo é nossa Cabeça e nós
somos o Seu Corpo. O Corpo precisa da Cabeça, e a Cabeça precisa do Corpo.
Cristo não é somente nossa vida, mas também nossa Cabeça. Se somente
experi-mentarmos Cristo como vida, contudo não percebê-Lo como nossa
Cabeça, teremos somente a igreja como a casa. Ainda não existe a cidade.
Quando percebermos que Cristo não é somente nossa vida, mas também nossa
Cabeça, então Cristo dará o segundo passo do aumento. Então a igreja não será
somente a casa, mas também a cidade. A casa está principal-mente relacionada
com a vida, e a cidade é com a cabeça. Nos últimos dois capítulos da Bíblia, há
uma cidade com um trono. Do trono sai o rio da vida com a árvore da vida
crescendo em ambos os lados. Do trono sai vida! Há o trono e há a vida.
Sabemos o que é vida, mas o que é o trono? Ele é o encabeçamento, a
autoridade, o reino e o senhorio de Cristo. É fácil percebermos Cristo como
vida, mas não é tão fácil percebermos Cristo como a Cabeça. O desfrute de
Cristo como vida é comparativamente fácil de experienciar, mas perceber o
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encabeçamento de Cristo não é tão fácil. Há alguns que conhecem um pouco de
Cristo como vida, mas não sabem nada do encabeçamento de Cristo. O Novo
Testamento nos diz claramente que Cristo é tanto nossa vida quanto nossa
Cabeça. O Evangelho de João fala de Cristo como vida, e as Epístolas,
especialmente Colossenses, nos diz que Cristo é também nossa Cabeça. Ele não
é somente nossa vida, mas também nossa Cabeça. Devemos ter em mente que
Cristo é esses dois itens principais para nós: nossa vida e nossa Cabeça.
Quando percebemos e desfrutamos Cristo como nossa vida, temos a igreja
como a casa. Mas se avançarmos e percebermos Seu encabeçamento, a igreja
será aumentada para ser a cidade. Então a igreja será protegida. É muito mais
fácil tomar posse de uma casa do que de uma cidade. É fácil arrombar uma
casa, mas não é tão fácil passar pelos muros da cidade. A cidade é a proteção da
casa. Todos nós agora estamos desfrutamos Cristo como nossa vida. E muitos
estão tendo uma lua-de-mel na igreja local. Porém sabemos que a lua-de-mel
não dura para semrpe. Agora todos se sentem muito felizes, mas cedo ou tarde
essa lua-de-mel terminará. Então você não se sentirá tão feliz com alguns
irmãos, e a igreja local não será um lugar tão alegre para você. É nesse
momento que precisamos de Cristo não só como nossa vida, mas também como
nossa Cabeça. Precisa-mos não somente do desfrute, mas também do encabeça-
mento. Se percebermos o encabeçamento de Cristo, então o muro da cidade
será edificado. Em muitas igrejas locais há o verdadeiro desfrute da vida na
casa, mas no que diz respeito à cidade, ainda há algumas brechas no muro. Eles
ainda não têm a segurança. É por isso que após Zorobabel, Josué e Esdras, há a
necessidade de Neemias para a edificação dos muros da cidade. O inimigo
odeia isso mais até do que a edificação do templo. Os adver-sários tentaram
retardar, frustrar e danificar a edificação da casa, mas não se opuseram tanto
com suas artimanhas sutis à restauração da cidade. O inimigo sabe que a
edificação da casa pode ser destruída, mas uma vez que a cidade é comple-tada,
há a proteção dos muros como defesa para proteger a casa. Assim, o que
precisamos para ser duradouro é a restau-ração dos muros. Os muros é a parte
da cidade a qual é a proteção da casa. É bom para todos os jovens irmãos e
irmãs experienciar Cristo como vida. Mas eles devem prosseguir em
experienciar Cristo como a Cabeça. Ele deve não apenas ser nossa vida, mas
também nossa Cabeça, não somente nosso desfrute, mas também nossa
autoridade. Devemos não somente estar no desfrute da vida, como também sob
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a autoridade do encabeça-mento. Por que há tantos divórcios na América hoje?
Simples-mente porque as pessoas querem o desfrute do casamento, mas não
reconhecem o encabeçamento. Se um casal está feliz, eles desfrutam o
casamento, mas quando estão infelizes um com o outro, se divorciam. Se
percebessem que estão não somente na vida matrimonial, mas também sob o
encabeça-mento, não haveria divórcio. Irmãos e irmãs, sob o encabeça-mento
não temos escolhas! Estamos sob a autoridade divina. Devemos todos ver a
vida e o encabeçamento. Então teremos não somente a casa, mas também a
cidade com um muro alto e forte. Se percebo o encabeçamento do meu Senhor,
se estou ou não feliz com outros santos, sou simplesmente um com eles; não
tenho escolha. Não estou somente em Sua vida, mas também sob Seu
encabeçamento. Vejo o encabeçamento, e estou sob ele. A genuina edificação
da cidade é para ajudar todos os irmãos e irmãs a perceber o encabeçamento de
Cristo. Se estivermos na igreja somente na vida de Cristo, sem nada saber do
encabeçamento de Cristo, poderá haver brechas no muro. Podemos edificar a
igreja como a casa na vida de Cristo, mas para ter a igreja como a cidade,
devemos perceber o encabeçamento de Cristo. Para ter a igreja não somente
como uma casa, mas como uma cidade para proteção, devemos avançar para
tomar o encabeçamento de Cristo. Ter a vida de Cristo pode ser suficiente para
a casa, mas não é suficiente para a cidade. A cidade deve ser edificada com o
encabeça-mento de Cristo. Precisamos ter nossa vondade exercitada, renovada
e transformada para que esteja sob o encabeçamento de Cristo. Nossa vontade
deve ser submetida à Cabeça. Então nossa vontade será ajustada. Como
membros do Corpo, o qual é expresso pela igreja local, devemos desejar estar
sob o enca-beçamento de Cristo. Assim edificaremos nossa parte do muro e não
haverá brecha. O livro de Neemias nos diz que cada um deve edificar sua parte
do muro. Não posso edificar para você e você não pode edificar para mim.
Cada um deve edificar sua própria parte. Em relação à edificação dos muros, a
obra deve estar principalmente nas mãos dos mais fortes porque essa é uma
questão de batalha. Essa não é uma questão de emoção, mas de vontade.
Gostando ou não, ainda tenho que edificar o muro. Seja fácil ou difícil, ainda
tenho que fazer isso. Não há escolha. Devo me submeter ao encabeçamento de
Cristo para que os muros possam ser edificados. Todas as igrejas locais
precisam da edificação dos muros. Se temos visto a igreja local como a
expressão do Corpo, então devemos ver que o Corpo está sob o encabeça-
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mento de Cristo. Como membros estamos sob esse enca-beçamento. Não há
escolha, estamos todos sob a autoridade de Cristo. Então os muros serão
edificados. Os muros consti-tui a cidade, e a cidade em tipologia tipifica o
reino, o governo. O Senhor está na casa, mas o Rei está na cidade para o Reino.
O MURO DE SEPARAÇÃO Há um outro ponto concernente ao muro. O muro
de uma cidade não é somente para proteção, mas também para separação. O
muro é a linha de separação. Quando o muro é edificado, separa o que está
dentro do que está fora. Em Gênesis 2, havia um jardim sem muro, assim foi
muito fácil para o inimigo, o rastejante entrar. Satanás entrou porque não havia
muro. Mas no fim da Bíblia há uma cidade com um muro com cento e quarenta
e quatro côvados de altura. Isso é doze vezes doze, o número da perfeição
eterna. Há um muro perfeito para separar o que é santo do que é comum.
Qualquer coisa que seja comum não tem entrada na cidade. A separação do
muro não é edificada com regulamentos, mas com pedras preciosas
transformadas. A Nova Jerusalém é uma cidade edificada com pedras
transformadas, não pedaços de barro. Não há um tijolo sequer feito de barro. A
separação do muro é a edificação de pedras transformadas. Quanto mais somos
transformados, mais somos separados e a transformação, por fim, se torna a
linha de separação. Não é por meio de regulamentos, mas por meio de
transformação. Não devemos ter regulamentos na igreja com respeito ao
comprimento de nosso cabelo ou se nossos membros devem ou não fazer a
barba. Hoje há discussões não somente entre os cristãos, mas também entre os
não crentes sobre o compri-mento das vestes das mulheres. Algumas são tão
malignas e infernalmente curtas. Mas deveríamos fazer regulamentos sobre o
comprimento de nossas vestes? Não, se tivermos que ter esse tipo de
regulamento, tornar-nos-emos a religião das vestes longas. É claro, isso não
significa que concordamos com os vestidos curtos. Mas cremos no crescimento
em vida e transformação. A transformação é a linha de separação. Não temos
regulamentos, mas temos a vida transformadora. Louvado seja o Senhor! Essa
vida de transformação trará ainda mais separação. No muro da Nova Jerusalém
não há regulamento, mas há a edificação de pedras preciosas transformadas. Se
todos nós pudermos orar-ler todos os versículos de Apocalipse 21 e 22,
veremos muito em relação a vida: o fluir da vida, o alimentar em vida o beber
da vida e a transformação de vida. Essa é a igreja com o muro edificado pela
transformação. É por isso que o inimigo odeia a edificação dos muros.
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Enquanto os muros não forem levantados nas igrejas locais, não haverá
segurança, proteção ou defesa. Precisamos da edificação dos muros-cada
homem tendo a percepção do encabeçamento de Cristo. Todos devem ter essa
posição para a edificação dos muros e devem aprender como trabalhar com
uma mão e lutar com a outra. A edificação não é um trabalho fácil; só pode ser
conduzida com luta. AS ARTIMANHAS SUTÍS DOS ADVERSÁRIOS
Quando começarmos a edificar os muros, veremos as artimanhas sutís e os
artifícios dos adversários. Primeiro, eles fingirão ser bons para conosco. Farão
uma reunião e dirão que precisamos participar. Parece bom, mas muitas e
muitas vezes seremos enganados por esse tipo de convite. Não aceite isso; isso
não é algo do Senhor. Aprendi que tais reuniões são inúteis. O que pode sair de
tal reunião? O que pode sair de tal reunião para o interesse do Senhor? Você
descobrirá que essas conferências são apenas armadilhas armadas pelo inimigo
para enganar. Devemos aprender a sabedoria de Neemias. Ele disse-lhes que ele
estava muito ocupado trabalhando nos muros para ir à reunião deles. Porém,
eles fizeram não apenas um, mas quatro convites. É fácil rejeitar o primeiro,
mas não é tão fácil rejeitar o segundo, o terceiro e o quarto. Temo que a maioria
de nós aceite o quarto convite. Em todas as igrejas locais temos que aprender a
lição de nunca participar de reunião com os adversários. Se estamos no
caminho do Senhor, então deixemo-los tomar esse caminho. Se eles não
pensam assim, então deixemo-los tomar seu próprio caminho. Não há margem,
nem compromisso, nem reunião. Nós simplesmente não temos tempo. Se
quiserem tomar o caminho do Senhor, eles tomarão. Nunca aceite o convite
para descer e encontrá-los. Não, eles devem subir e tomar esse caminho. Nunca
desceremos. Eles que subam. Oh, quão sutís são os adversários! Alguns dos que
retornaram até se correspondiam com eles. O sumo sacerdote estava envolvido
num relacionamento matrimonial com eles, e alguns dos sacerdotes até abriram
o templo de Deus para que os adversários morassem lá! Mas quando Neemias
retornou pela última vez e descobriu que um dos adversários estava morando
numa câmara do templo, chutou-o para fora! Alguns podem pensar que isso foi
violento demais, mas Neemias pôde orar, "Lembra-te de mim para o meu bem,
ó meu Deus, e de tudo quanto fiz a este povo e pela Tua casa.'' O Senhor Se
lembra. Não é a questão do que os outros dizem, mas do que o Senhor Se
lembra. A SEGUNDA PURIFICAÇÃO Depois da edificação dos muros, Esdras
veio novamente para ajudar o povo a se purificar mais uma vez. Esdras era um
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mestre sacerdotal e deu ao povo ensinamento sacerdotal para ajudá-los a se
purificarem. Ele leu a palavra de Deus ao povo e eles ficaram motivados. Todos
concordaram em assinar uma aliança de que desistiriam de todas as misturas
estrangeiras. Nas igrejas locais, toda mistura deve ser excluída. Devemos ser
meticulosamente purificados de toda mistura. Qualquer coisa comum e
qualquer coisa contrária à natureza celestial deve ser jogada fora. A restauração
do Senhor deve ser pura. Depois da edificação da casa, preci-samos de
purificação, e depois da edificação da cidade, preci-samos ser purificados
novamente. Essa purificação não foi somente concebida e conduzida por
Esdras, mas também por Neemias. Há ao menos duas purificações em Esdras e
uma em Neemias. Precisamos da restauração dos muros e precisamos de
purificação. Essa é a necessidade atual em todas as igrejas locais.

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