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REVISTA CULTURAL THOLF
Ano 02 – Número 05 - 2010
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EDITORIAL
Mahmoud Ahmadinejad:
A mais nova vítima da manipulação sionista
Nós, da Revista Tholf, não nos deixamos induzir pela propaganda sionista. E
neste sentido, demonstramos não apenas a solidariedade, mas o profundo respeito e
apoio ao Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, bem como à comunidade iraniana
radicada no Brasil, que se tornou vítima das mentiras propagadas pelos meios de
comunicação.
De modo semelhante àquele ocorrido com a Alemanha Nacional-Socialista dos
anos 30, hoje o mundo é incitado a se voltar contra o Irã, um país que apesar de
diminuto, é corajoso o suficiente para não se render. Sem perceber, as massas seguem,
de modo cego, na crença de que ele precisa ser derrotado, por representar uma
“ameaça à paz mundial”, quando, na verdade, defendem os interesses de Israel e o seu
grande cérebro, os Estados Unidos.
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ÍNDICE
TRADUÇÕES:
06-15
VÁRIOS AUTORES
Alemanha Nacional-Socialista e meio-ambiente: visões e políticas ambientais
15-21
J.T.
Martin Heidegger
21-26
NATIONAL ALLIANCE
As falsas memórias do Holocausto de Simon Wiesenthal
26-29
ALFRED PÜLLMANN
Islã – a grande potência do amanhã
29-41
L.M.A.M.
Maçonaria – um perigoso instrumento de judaização
42-54
MIGUEL SERRANO
Os Inkas
TEXTOS PRÓPRIOS:
55-58
RAUL CASTILHO
Interpretação e desfiguração do pensamento de Nietzsche na sociedade moderna
59-66
ARJUNA
Belobog e a transmutação
67-75
HERMANN THOLF
Minha luta
5
“Se a falsidade reivindica a toda custo a palavra ‘verdade’ para a sua ótica, o
verdadeiro de fato deverá ser encontrado sob os piores nomes”.
Nietzsche
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ALEMANHA NACIONAL-SOCIALISTA
E MEIO-AMBIENTE:
VISÕES E POLÍTICAS AMBIENTAIS*
7
Guerra Mundial, os movimentos verdes que ascenderam sobre todo
o mundo são largamente democráticos na natureza e voltados ao
bem estar da humanidade, falando sobre a saúde do planeta, de
modo geral.
Independente disso, a situação ambiental do nosso mundo
deteriorado atual deveria, ao menos, criar incentivos para os
regimes existentes, mais severos que aquele da Alemanha
Naacional-Socialista. Assim, é de suma importância que esse
assunto seja estudado.
DEFINIÇÃO DE ECOLOGIA
8
Haeckel.
Fonte: Ernst Haeckel, The Riddle of the Universe (New York: Harper, 1900),
pg. 14-15.
9
mesma forma como prevalecem ao longo da natureza e da vida
orgânica”. Ernst Haeckel.
Fonte: Ernst Haeckel, The History of Creation. 2 vols. (New York: D.
Appleton, 1876), vol. I, pg. 11.
10
protesto contra a natureza”. Adolf Hitler.
Fonte: Adolf Hitler, Hitler's Secret Conversations, 1941-1945 (New York:
Farrar, Straus and Young, 1953), p. 43.
11
vem a o ser Todo-Poderoso, cuja lei ele adora. Fundamentalmente,
em qualquer um há um sentimento por esse Todo-Poderoso, que
nós chamamos Deus (que designa o domínio das leis naturais sobre
todo o universo)”. Adolf Hitler.
Fonte: Adolf Hitler, Hitler's Secret Conversations, 1941-1945 (New York:
Farrar, Straus and Young, 1953), pg. 5.
12
CONSERVAÇÃO E FORÇA NACIONAL
13
sua responsabilidade; deveria ser o mestre dela e, ao mesmo tempo,
seu protetor e conservador”. Julius Wagner, educador alemão.
Fonte: Julius Wagner, Die Biologie im Dienste heimatlicher Landschaftskunde
(1934).
14
naquilo que ela penetra, traz a degeneração (exemplo: o cristão). A
‘salvação' (ou, em termos morais, o homem mal) é um retorno à
natureza – e em certo sentido sua redescoberta, sua cura da
‘cultura’”. Friedrich Nietzsche.
Fonte: Friedrich Nietzsche. Vontade de potência. Fragmento 684.
15
numérica de anônimos em seu lugar. Ao fazer isso, contradiz-se o
princípio aristocrático, o qual é a lei fundamental da natureza”.
Adolf Hitler.
Fonte: Adolf Hitler, Mein Kampf, Capítulo III.
EUTANÁSIA E EUGENIA
JUSTIFICADAS PELA
NATUREZA
16
miserável de uma geração a outra, na medida em que a vontade da
natureza é desprezada". Adolf Hitler.
Fonte: Adolf Hitler, Mein Kampf, Capítulo IV.
DESIGUALDADE HUMANA
17
PROTEÇÃO ANIMAL
18
riquezas naturais”. Fritz Todt.
Fonte: Deutsche Technik, Maio 1938, pg. 209.
"A paisagem alemã é algo único que nós não podemos alterar
ou ter o direito de destruir. Quanto mais densa for a população em
nosso 'espaço vital', maior será a fome pela natureza. O mesmo
dano espiritual, causado pela vida dentro da cidade grande, irá
fazer com que essa fome se torne praticamente incontrolável (...).
Quando construirmos aqui a paisagem de nossa terra-natal,
precisamos deixar claro que nos iremos proteger sua beleza; e nos
lugares onde essa beleza já desapareceu, nós iremos reconstruí-la".
Fritz Todt.
Fonte: Franz W. Seidler, Fritz Todt: Baumeister des Dritten Reiches
(München: F.A. Herbig, 1986), pg. 113.
19
R.H. Stevens (New York: Enigma Books, 2000), pg. 51.
“À parte de todos
os esforços, o lado [em
guerra] que não teve
riquezas naturais
acabará sendo
soterrado. A riqueza do
mundo é ilimitada, e
somente 1/4 de sua
superfície é, no
presente, disponível
para a humanidade. E é
por esse 1/4 que todos
lutam. Isso está na
ordem natural das
coisas – pela
sobrevivência dos mais
adaptados". Adolf
Hitler, 13 de Outubro de 1941.
Fonte: Adolf Hitler, Hitler's Table Talk, 1941-1944. Trad.: N. Cameron &
R.H. Stevens (New York: Enigma Books, 2000), pg. 53.
Fonte: http://www.worldfuturefund.com
20
MARTIN HEIDEGGER*
J.T.
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vez, terá ligação com praticamente todas as obras suas. A Floresta
Negra, sua terra natal, formará parte de seu caráter. "Sein und Zeit"
será escrita em boa parte em sua pequena cabana, localizada
Todtnauberg. O próprio Heidegger, mais tarde, afirmará que o fato
de pertencer ao seu país, e à gente da Floresta Negra, brindava-lhe
com um enraizar com a terra, ao solo e inclusive ao sangue. Teve,
através destes preceitos, uma ligação com o também nacional-
socialista Walther Darré.
Heidegger cursou seus
estudos normais, através dos quais
chegou à sua formação na
Faculdade de Letras de Freiburg,
onde se doutorou em 1914. A partir
de 1923, passa a trabalhar como
professor em Marburg. Sendo um
neoescolástico, Heidegger é
considerado o último grande
filósofo romântico, bem como o
último dos metafísicos clássicos.
Confessa-se ele ser um discípulo de
Nietzsche. Também estuda com profundidade ao poeta Hölderlin,
assim como o fez com Mörike, Hebbel, Rilke, entre outros. Ele
costumava dizer que a “Filosofia e a Poesia se mantêm em vales
opostos. No entanto, sua mensagem é a mesma”. De Hölderlin
recorda um verso: "Onde há o maior risco, há sempre a maior
esperança".
Figura polêmica e sugestiva, seus muitos inimigos não
puderam esquecer sua obra, apesar do silêncio que fora provocado
sobre sua pessoa. Na raiz de sua morte, ficara um novo renascer.
Sartre, em sua covardia habitual, incapaz de silenciar as valiosas
contribuições filosóficas de Heidegger, limitava-se a dizer: “O caso
de Heidegger é demasiado complexo para expô-lo”. Constam entre
suas primeiras obras "Die Lehre vom Urteil im Psychologismus"
(1915), "Zur Zeitbegriff in der Geschichtswissenschaft" (1916), "Die
Kategorien und Bedeutungslehre des Duns Scotus" (1916). De seu
trabalho destaca-se "Sein und Zeit", que publica em 1927, sendo
considerada sua obra máxima e, nos dias de hoje, é bastante familiar
em centros filosóficos e teológicos. Uma segunda parte desta obra
está ainda por aparecer. Em 1928 publica "Vorbemerkungen der
Herausgebers" e um ano depois "Kant und das Problem der
22
Metaphysik". Em 1936, "Hölderlin und das Wesen der Dichtung".
Em 1942, "Platons Lehre von der Wahrheit"; em 1943, "Vom Wesen
der Wahrheit" e em 1944 "Erlanterungen zu Hölderlins Dichtung".
Nos anos do pós-guerra publica sua famosa "Carta sobre o
humanismo", e entre 1953 e 1957, uma série de obras curtas, embora
profundamente importantes. Em 1961, aparecem seus dois
volumosos tomos sobre Nietzsche, de onde Heidegger recorre à
obra que difundiu através de seminários, trabalhos e conferências
entre 1936 e 1956. Como ele mesmo afirma, "Para a extensa Filosofia,
não pode avançar sem que se deixe de lado sua própria ótica, que é
a Metafísica”. Sua preocupação por uma Metafísica será constante
em sua obra. O super-homem de Nietzsche será influído por Ernst
Jünger (e sua obra "Der Arbeiter"), identificando-o em boa parte com
o trabalhador da nova Alemanha – um laço notável com as
concepções do Nacional Socialismo. "Esta Europa que, em incurável
cegueira, se encontra sempre a ponto de apunhalar-se a si própria,
está cercada por Rússia e América. Ambas, do ponto de vista
metafísico, são o mesmo: o mesmo delírio sinistro da técnica
desencadeada e da espectral organização do homem normalizado".
Quando Hitler ganha as eleições que lhe dão o poder, em 30
de Janeiro de 1933, ele fala de trabalho, ética, arte e futuro. Sua
linguagem corresponde significativamente às concepções de
Heidegger. Neste sentido, é interessante recordar a Cassier que, em
1950, retratou a incontestável
inclinação do filósofo pelo anti-
semitismo. Möllndorf, membro do
Partido Social-Democrata, até então
reitor da Universidade de Freiburg, é
destituído, sendo proposto a
Heidegger a assumir tal posto. Suas
idéias antiliberais e antiburguesas
correspondem à corrente puramente
antidemocrática das universidades
alemãs, segundo as palavras de J.P.
Cotten, em 1974. O novo reitor é
eleito por unanimidade para o cargo,
em 21 de Abril de 1933, o que o faz
demonstrar publicamente seu apoio
ao Nacional Socialismo. Dez dias
depois, ingressa na NSDAP. A
23
imprensa difundiu a noticia comentando: "Sabemos que Heidegger
está com seu coração para junto de nosso movimento". O mesmo
Heidegger, na ocasião do aniversário de um estudante morto,
pronunciou uma alocução que terminaria com estas palavras:
"Honremos o herói e como homenagem, levantemos nossos braços
em silêncio”, referindo-se à saudação nacional-socialista. Durante
alguns poucos meses, ocupou o cargo de reitor, mas logo se retirou
de toda vida pública. Durante toda aquela época, Heidegger foi
considerado o “pensador mais importante do nosso tempo”.
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caminho para um autêntico "Dasein", uma vez próximo do Povo, e
este seria unificado pelo Führer. Entre 1933 e 1945 pronunciaria
numerosas conferências, entre as quais se destacam aquelas
reunidas em torno das “Sendas perdidas”. No entanto, isto tudo não
representaria valor ou benefício algum aos vencedores de 1945. Com
o término da guerra, os inimigos da Alemanha suspenderam suas
funções de professor. A Heidegger proibira-se-lhe lecionar na
Universidade de Freiburg, Isto durou até 1951.
Um ano depois, voltou a viver em sua terra natal. Em
entrevistas, manteve seu silêncio a respeito da colaboração exercida
ao Nacional Socialismo. Até 1969, nenhuma emissora de televisão da
Alemanha ocidental o havia procurado. A respeito de algumas de
suas declarações, selecionamos um trecho de uma entrevista
publicada no jornal Der Spiegel, em 1966:
Heidegger: Pelo que sei, segundo nossa experiência humana e
histórica, tudo o que há de grande e essencial surgiu quando o
homem tinha um Lugar e estava enraizado em uma Tradição. A
literatura atual em sua maioria é, a meu ver, destrutiva.
Der Spiegel: Se a arte não conhece lugar, não é ela destrutiva
por si só?
Heidegger: Bem, deixemos isso de lado. Quero apenas
esclarecer que não vejo horizontes na arte moderna – seu olhar,
assim como sua busca, é abismal.
Na Alemanha, ao final de 1974, iniciaram-se os preparativos
para disponibilidade de suas obras completas, das quais constam 70
tomos. Sem dúvidas, a mais completa e profunda obra filosófica do
século XX, estando muito acima dos auto-intitulados “grandes
filósofos” de nossa era.
Heidegger morreu longe da vida pública, no silêncio que
somente as democracias sabem impor sutilmente, em Maio de 1976,
aos 86 anos de idade, em sua terra natal na Floresta Negra. Em
nenhum momento arrependera-se de um passado que já formava
parte de sua própria vida.
_______________________________________________________________
*Extraído do capítulo "Escritos de líderes nacional-socialistas", entre as
páginas 143 e 145.
25
AS FALSAS MEMÓRIAS DO HOLOCAUSTO DE
SIMON WIESENTHAL*
National Alliance
26
O Desenho de Wiesenthal – plágio da revista LIFE
27
Na próxima página, encontram-se as fotografias dos três
alemães mortos, da última página desta revista, colocadas lado a
lado; e abaixo destas, o desenho da “execução de Mauthausen” é
exibido novamente. Uma simples comparação visual destas duas
imagens não deixa a menor dúvida da verdadeira origem destas
imagens, que o mundialmente famoso “Caçador de Nazistas”
reproduziu para suas “memórias”.
28
_______________________________________________________________
* Retirado da página National Alliance.
Fonte: http://www.natallnews.com/page.php?id=6
29
pedradas) por árabes. Motivo: nos meios árabes, com um instinto
aguçado pela luta defensiva sustentada durante anos, não se crê em
um acidente, mas se considera que o jovem Rei foi uma vítima dos
serviços secretos britânicos, sobre cuja consciência está também a
morte do pai de Ghazi, o rei Faisal I. Este morreu subitamente e de
maneira inesperada em 1933, na cidade de Berna. A princípio, a
fatalidade foi atribuída a certos magnatas do petróleo. Hoje, sabe-se
de certamente que Faisal foi envenenado pelos ingleses.
Mas a morte de Ghazi
atrai novamente a atenção
sobre os segundos planos
sob que se tem
desenvolvido, durante
estes últimos anos,
acontecimentos de grande
importância no seio do
mundo árabe. O
observador político atento
se projetará, obrigatoriamente, à pergunta: Que relações existem
aqui e em que medida é possível relacionar um fenômeno político,
religioso ou ideológico com estes acontecimentos?
Deve-se, não obstante, evitar cometer o erro de considerar as
noções do mundo árabe como algo completamente homogêneo em
si, pois o arabismo na África do Norte francesa obedece a leis
totalmente diferentes daquele do Egito, e as formas de expressão
religiosa dos wahhabitas de Ibn Saud divergem totalmente daquelas
dos árabes da Cisjordânia. Exigências nacionalistas determinadas
pela tribo, assim como as diferenças culturais e religiosas, criam
uma imagem complexa e acidentada; os interesses dinásticos e os
laços políticos com algumas grandes potências européias têm
repercussões tão diferentes que é difícil falar simplesmente de um
estilo de vida único, organizado e fundado sobre leis estabelecidas.
E, no entanto, tal tipo de vida existe. Não em um sentido estatal.
Tampouco na similitude total das crenças religiosas – basta pensar
nas numerosas seitas existentes no seio do Islã – mas esta
comunidade elevada se fundamenta em uma realidade que muito
dificilmente é compreendida por um europeu.
Sem dúvidas o que unifica os árabes, em certos aspectos, em
seu combate de libertação contra a dominação estrangeira britânica,
é o ardente nacionalismo, assim como o desejo de um Estado
30
Independente. Isto se encontra na origem de tudo – certamente
diferente segundo as tribos, mas ainda formando uma unidade –
dessa religião que chegou a ser, como doutrina do Profeta Maomé,
uma potência internacional de primeira ordem, que deseja
manifestar-se em condições totalmente novas e se revela atualmente
como uma potência política mundial.
Não obstante,
quando nos interrogamos
sobre a natureza do que
constituem essas forças,
que tiram sua vitalidade
dessa fonte inesgotável,
devemos nos
remontarmos à época em
que o Islã viveu seu
primeiro contato com o
mundo ocidental,
principalmente naqueles
confrontos entre o mundo ocidental cristão e oriental islâmico, que
exerceram uma influência decisiva em toda a evolução do Islã. O
Oriente era o elemento ativo, até aproximadamente fins do século
XVII. Logo, produziu-se uma pausa passageira na luta, até que
Napoleão, por sua parte, estendeu o ardor belicoso do Ocidente ao
Oriente e assim caracterizou-se o começo de u c ma evolução
caracterizada por um combate constante entre Oriente e Ocidente
que alcança seu ponto culminante na Grande Guerra, com a
decadência do Império Turco Otomano. Pela primeira vez na
história da comunidade árabe, os anos seguintes tinham posto de tal
maneira em evidência o problema, que agora é possível definir, de
forma mais realista, a natureza das múltiplas forças desse
movimento e suas emanações dinâmicas.
É um fato estabelecido que o Islã tenha deixado de ser uma
simples doutrina religiosa e que mais bem tem representado um
vínculo entre um puro nacionalismo e um fanatismo religioso. Mas
hoje, o universo comum do Islã está formado mais vivamente que
nunca pelo sentimento de uma comunidade de destino oriental-
islâmico naturalmente hostil a tudo que é Ocidental. Encontra sua
mais forte e poderosa expressão nessa oposição ao Ocidente e
Cristianismo. Deve, portanto, fazer-se um inciso: essa comunidade
de destino do mundo árabe com fundo islâmico não tem nada haver
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com a pretendida idéia pan-islâmica, tal como foi propagada
outrora pelos califas turcos e que tendia à criação de um grande
império Islâmico unido. Sobretudo durante a época da pré-guerra,
este movimento formava um elemento com o qual iria contar
politicamente, visto que era fruto de razões ligadas a uma
necessidade desse gênero. Mas ele se descompôs com a queda do
Império Otomano, quando as reivindicações das tribos e os
múltiplos movimentos nacionais renasciam entre os árabes,
enquanto que os muçulmanos se enfrentavam mutuamente, quando
ele devia servir aos seus objetivos políticos.
A memória da
“guerra santa” ainda
vive em todas as
partes, e a ela apelou o
penúltimo sultão aos
crentes em Maomé
contra os Aliados, o
que constituía um
pobre testemunho da
idéia pan-islâmica.
Seria muito mais
sensato hoje, ao invés
de um movimento pan-islâmico, no espírito do sultão, falar de um
nacionalismo islâmico que certamente tem origens tão diferentes
como as de cada tribo, mas que, em todas as partes – e nisto consiste
sua importância decisiva – representa a mesma aliança entre duas
forças nacionais e religiosas. Mas esta correlação, sem dúvida
alguma, se expressa melhor nessa parte do mundo islâmico, que foi
também o ponto de partida da doutrina de Maomé: no espaço vital1
árabe do Oriente Médio.
E aqui, no mundo exclusivamente árabe, o Islã tem criado um
movimento vinculado às idéias nacionais que se chamou pan-
arabismo e nele que se expressou o Front decisivo mais forte, ou,
para ser mais exato, a hostilidade mais violenta contra a Europa e o
Cristianismo que saiu deste território desde a progressão dos
1
Neste conceito não se pode esquecer que os adeptos do Islã não são apenas árabes, existindo também na
Índia, no Japão, nas Índias Holandesas, nos Bálcãs, etc., e que, por outro lado, não tem a menor relação
racial com os árabes islâmicos.
32
mouros na Espanha2. Esta oposição se manifesta particularmente
por ali, onde as formas de vida política estão ainda visivelmente
impregnadas pelo espírito de luta, como na Palestina, Argélia e em
outros centros de luta pelo poder. E aqui, no coração desta zona de
combate, encontra-se também o lugar que constitui, em certo modo,
o motor do movimento pan-árabe, e que representa o núcleo
espiritual e religioso desta gigantesca luta, que vem a ser a
Universidade Ashar, no Cairo – célebre há séculos. Deste enorme
ponto de concentração religiosa e política, saem anualmente
inumeráveis professores e líderes, que vão a todas partes do mundo
árabe para predicar o ódio contra toda dominação estrangeira. Os
outros institutos muçulmanos de Damasco ou Fez são igualmente
pontos de reunião da elite dirigente islâmica, de onde os professores
muçulmanos, chamados “ulemás” partem até a frente de combate e
suscitam um novo impulso belicoso nas pequenas mesquitas e nos
distantes povoados de beduínos.
2
Por outra parte, comparemos os monumentos culturais e os tesouros artísticos admiráveis que os mouros
produziram na Espanha com os miseráveis rastros deixados pelo Cristianismo, frutos de uma vontade
artístico-cultural procedente de espíritos e de sensibilidade totalmente perturbadas.
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alguns meses, não era dirigida contra o Islã como tal. Em poucas
palavras, era imperativo subtrair a jovem Turquia aos problemas
dos Estados Árabes que haviam abandonado o Império Otomano
para garantir, de tal modo, a edificação do jovem Estado turco que
apenas havia sido possível através de duros sacrifícios. Isto é o que
determinou esta separação de sultanato e o califado, que foi seguida
logo, no curso da evolução, pela abolição completa, mas não
totalmente definitiva, do califado (quer dizer, da autoridade
religiosa de todos os maometanos).
O fato de que o califado foi abolido não deve ser atribuído a
personalidades árabes determinadas que quisessem assim destruir
definitivamente a fonte de todas as esperanças reacionárias de um
renascimento do velho Império Otomano. A conseqüência desses
acontecimentos particulares, sobre os quais não podemos estender-
nos, a evolução posterior da Turquia desembocou então em uma
separação entre o Estado e o Islã, de maneira que a Turquia ocupa
hoje uma espécie de posição particular em relação aos Estados
árabes restantes.
Mas, contudo, a enorme força de atração que exerce hoje,
como outrora o fizera, o lugar santo do Islã sobre todos os crentes, a
cidade de peregrinação de Meca, demonstra a força de sentimento,
de um pertence comum a todos os muçulmanos. A cada ano
reúnem-se ali os peregrinos de todas as partes do mundo. Recebem
novas forças para seu combate religioso e igualmente político,
experimentando-a constantemente. Estima-se que hoje são 250
milhões de muçulmanos existentes no mundo. Formam uma
comunidade religiosa que exibe os evidentes traços de um anti-
ocidentalismo que é, no entanto, fundamento de sua luta política.
Uma das diferenças mais notáveis entre o Cristianismo e o Islã
se manifesta também aqui. Em todos os sonhos de poder e
principalmente nas ambições imperialistas constantemente
expressas, por exemplo, pela Igreja Católica no curso da História, o
Cristianismo tem sido amplamente excluído das últimas tomadas de
decisão política em todos os paises do Ocidente. Isso não quer dizer
que tenha se isentado dos conflitos do passado, mas quando se
tratava da escolha de decisões e de imperativos, atuava contra o
Estado, e, por conseguinte, contra a evolução política do Ocidente.
Em troca, o Islã tem motivado e influenciado amplamente as
decisões políticas sob ótica religiosa, contrariamente ao
Cristianismo. A razão disso é que, para os árabes e muçulmanos, a
34
religião é simplesmente a expressão de sua forma de vida natural,
de tal modo que um choque entre os dois poderes, comparável ao
do Imperador e do Papa no mundo Ocidental não podia, de modo
algum, produzir-se. Mas no mundo árabe existem também, como já
temos visto, oposições que são exploradas nos dias de hoje,
principalmente pelos ingleses, para impedir uma união de todos os
árabes. Mas todas estas divisões são, não obstante, secundárias, mas
ainda persistem que o Islã se una ao nacionalismo nessa síntese do
chamado pan-arabismo. E que, portanto, a futura grande potência
enfrente as potências européias ainda incapazes de adotar uma
posição clara.
Neste contexto,
um homem merece
uma atenção
particular. Uma das
personalidades
dirigentes árabes que
desempenhará um
papel determinante é
Ibn Saud, o rei da
Arábia Saudita, o
maior estado árabe
atual. Quando tinha
apenas 20 anos, Este guerreiro e diplomático intrépido, procedente
da cidade portuária de Kuwait, no Golfo Pérsico, entrou a força por
Riad, capital do Império Árabe, em 1901, com um punhado de
temerários beduínos e reconquistou assim o país de seus pais.
Expulsou em 1924 o Rei Hussein de Hejaz quando este quis nomear-
se a si mesmo califa: conquistou rapidamente todo o Hejaz com seus
bem equipados soldados e o anexou aos seus domínios, que
compreendem hoje, indiretamente o Iêmen, depois de ter obrigado
ao Imã do Iêmen a submeter-se. Este árabe ortodoxo, da seita dos
wahhabitas, é hoje uma das figuras importantes do mundo árabe, a
qual conta com muitos muçulmanos que esperam um
restabelecimento do califado. A seita dos wahhabitas se diferencia
do resto das islâmicas pelo fato de purificar a fé maometana de
todos os vícios e a expressa por meio de uma regra de vida quase
puritana. A liberação do dogmatismo teológico e o retorno à
doutrina tal como a anunciou o Profeta são as características
35
principais desta comunidade, por fim extraordinariamente moral,
dos wahhabitas.
Todavia não se sabe, hoje, se Ibn Saud abordará o problema do
califado, pois a luta política está ainda muito em primeiro plano
para que esta questão de cunho mais religioso possa ser já resolvida.
Mas, em todo caso, quando a decisão for tomada, Ibn Saud terá o
peso de sua forte personalidade, assim como o poder de seu Estado
na balança. Terá aos cuidados seus não apenas a coroação, mas a
nova criação do mundo árabe, de um ponto de vista puramente
religioso.
Talvez então, este novo líder árabe personificará, no sentido
de um pan-arabismo reforçado, essa aliança entre o nacionalismo e o
Islã, característica da evolução traçada. A “guerra santa” de ontem
era uma bela fórmula, mas, na realidade, totalmente vazia no que
diz respeito ao seu sentido. Ela, a “guerra santa” do amanhã, se
reconhecerá sobre a bandeira verde do Profeta e a pan-arabismo e,
entretanto, o mundo árabe se verá forçado a definir claramente suas
esferas de interesses.
____________________________________________________________
* Nota do tradutor: Este pequeno artigo mostra a forma geral com que o III
Reich se relacionou com o mundo árabe e islâmico. Percebe-se que apesar de
críticas feitas, por diferenças e incompatibilidades, havia semelhanças de
interesses mútuos e de inclinação nacionalista.
36
O Papado sempre se referiu à Maçonaria como "Sinagoga de
Satanás". A palavra Sinagoga
também é usada com o mesmo
propósito. O judeu Bernard Lazare
tinha razão ao dizer que "os judeus
não se satisfazem em descristianizar
católicos e protestantes, cuja fé se
põe em ruínas – eles os judaízam
também". Nas Lojas, ensina-se aos
cristãos a crença do "Grande
Arquiteto", um Deus unipessoal
como o dos judeus, em contradição
com o Deus tripessoal da
cristandade.
A meta manifesta da
Maçonaria é a "reconstrução do
Templo de Salomão", que está além
de um simples símbolo. É, na
verdade, um fato que se
materializará, quando os árabes
forem expulsos da Palestina.
Os judeus sonham em
restaurar sua religião como a única do mundo. Como disse Disraeli,
"deve-se destruir a cristandade!". E se puderem, realizarão esta
tarefa com a ajuda dos cristãos, cegados pela Maçonaria judaica,
pela Liga das Nações, etc.
Vejamos algumas declarações de judeus e maçons, que
justificam o título usado neste escrito:
***
37
Citação de Rudolf Klein, judeu e maçom, em "Latonia", Nº 78, de
1928:
***
***
38
Bernard Lazare em "L'Antisemitisme":
***
***
***
***
***
39
vida à beleza moral, que forma as bases da Mçonaria".
***
***
40
"O início do rito do mestre se refere a um 'humilde
representante do Rei Salomão'".
***
***
***
***
41
Disraeli, em 20 de Setembro de 1863, em Ayelesbury:
***
***
***
***
42
Bernard Stillman, judeu, em "Hebraic Influences on Masonic
Symbolism", de 1929, citado por "The Masonic News", de Londres:
***
***
43
Servirá como uma atração para imbecis, intrigantes, pervertidos e
outros. Esses pobres príncipes servirão à nossa causa, mesmo que
pensem que estão trabalhando para a sua própria (...). Isto é uma
magnífica decepção e sempre têm existido estúpidos que desejam se
comprometer com o serviço de uma conspiração, na qual cada
príncipe pensa ser o próprio beneficiado".
***
44
verdadeira e pura religião filosófica é a crença em Lúcifer, assim
como em Adonay".
***
***
Nota: B'nai B'rith é uma Loja maçônica onde gentios não são
admitidos.
***
45
Mais uma prova de submissão: Abraham Goldstein, da Loja judaico-maçônica
B’nai B’rith, ladeado pela Governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crucius, e
prefeito de Porto Alegre José Fogaça, na inauguração de fotos da farsa de Anne
Frank.
***
46
Lojas Maçônicas de São Paulo promovendo uma mesa-redonda formada
essencialmente por representantes da comunidade judaica no estado, cujos
assuntos discutidos eram, sem rodeios, feitos de judeus para judeus.
____________________________________________________________
*Esta obra é resultado da Liga das Mulheres Anticomunistas de Montreal, tendo
sida reeditada por Ediciones Wotan de Barcelona,
Espanha, afiliada ao grupo CEDADE.
47
VÁRIOS AUTORES. Os judeus sobre si mesmos – A questão judaica
exposta e explicada pelos próprios judeus. Ediciones Wotan.
Barcelona, Espanha.
OS INKAS*
Miguel Serrano
48
hoje, pois foram feitas desaparecer pela Grande Conspiração, para
ocultar a perigosa verdade sobre a existência do Império Racialista
de mais êxito no mundo.
49
Mas há algo sobre
o qual até o momento
não se foi dada ênfase
suficiente na descrição e
análise do Império dos
Inkas, assim no que o
precedeu, na antiga
Tiahuanaco: o fato de ter
sido um império
essencialmente racialista
e baseado na mais
estrita lei de seleção do
sangue. Um império de castas, como aquele na Índia ariana, regido
exclusivamente por uma minoria de raça branca e nórdica, que
falava uma língua secreta, desconhecida do povo e do
conglomerado de cor que eles governaram. Esta língua era o
norueguês ou o alemão; uma língua da Escandinávia, que os
primeiros Vikings chegados na América falavam, e cuja estrutura
sagrada fora a rúnica. Os Inkas preservaram a língua, e talvez a
escritura, para comunicar-se somente entre eles e com seus capitães,
ou curacas, que mantém a ordem e a administração do Grande
Império –todos de raça branca e sangue mais ou menos puro. Fazem
desaparecer a escrita, para que não chegue ao povo, tal como
fizeram os arianos na Índia, que não escrevem os Vedas por mais de
mil anos pelas mesmas razões; apenas as memorizam, para as duas
primeiras castas de guerreiros e sacerdotes. Unicamente os quipus,
uma espécie de exercício mnemotécnico, de escritura ou reconto,
com nós, se divulga e é usada publicamente pelos funcionários e
coletores de impostos do Império. Também em Tepito-o-Tenua, ou
Ilha de Páscoa, até os dias de hoje é impossível decifrar os Rongo-
Rongo; as “Tabuazinhas Falantes”, conhecidas apenas pelos sábios
sacerdotes e os reis que a Grande Conspiração leva a morrer como
escravos, precisamente nas minas do Peru.
Da mesma forma que o Império Atumaruna de Tiahuanaco,
enormes extensões de terras e populações de cor são controladas por
uma minoria branca, uma elite racialista, que mantém a pureza de
seu sangue e, graças a isto, consegue dominar e civilizar. Este foi o
grandioso Império dos Inkas, um Império de Castas, e mantido pela
Casta; assim como fora a Índia Védica, a Pérsia de Zoroastro e o
Egito das primeiras dinastias. No governo dos Atumarunas e dos
50
Inkas houve paz, justiça e felicidade de todos, cumprindo cada uma
de suas castas com o dharma de seu destino, com seu próprio karma –
com seu dever cósmico e natural. Além disso, o Império dos Inkas
estabeleceu um sistema socialista de tipo germânico, assim como o
prussiano e aquele do Terceiro Reich, aonde jamais existiu a usura,
nem a exploração de seus governados.
Citemos, na continuação, a Mahieu:
51
Igreja e o Estado aos trabalhadores e aos necessitados. Com razão, assim,
pode-se falar de socialismo, no sentido próprio da palavra, o que exclui
todo o estadismo; isto é, todo monopólio capitalista pela minoria
dirigente. Os impostos, em efeito, somente servem para o mantimento
dos funcionários e a prestação dos serviços públicos. Contudo, estes,
ainda independentemente do culto e da guerra, são consideráveis.
A assistência social é mais importante. As obras públicas,
incluindo os canais de rega, vêm em segundo lugar. O ensino absorve
grande parte apreciável do pressuposto. Todos os filhos de incas e de
curaca vão à escola; em um primeiro momento, somente na capital, a
partir de Inca Roca, e logo em todas as províncias, por ordem de
Pachacutec. Aos alunos, lhes é ensinada mitologia, astronomia, ciências
naturais, a leitura dos quipos e, desta forma, a moral e a arte da guerra.
Os professores são amautas, membros do corpo de “filósofos e sábios”
que o Estado mantém. Temos pouca informação a respeito de seus
conhecimentos, pela simples razão de que os espanhóis eram incapazes
de expô-los, por falta de cultura suficiente. A medicina incaica, por
exemplo, era muito superior à que se praticava na Europa durante a
Idade Média. Sabemos disso porque se encontraram, em esqueletos,
rastros de trepanações efetuadas com êxito, sem falar dos instrumentos
cirúrgicos de bronze que chegaram até nós. Algumas poesias se
salvaram, assim como um drama; demonstram um nível literário alto. Os
poucos observatórios solares que os frades espanhóis não destruíram,
constituem provas de uma constante investigação no campo da
astronomia.”
52
miséria. Que diferença com o regime incaico e com o sistema
Nacional-Socialista, também como o da antiga Índia ariana!
Para manter a pureza dos nórdicos brancos, os Imperadores se
desposaram até mesmo com suas irmãs, segundo se diz. Mahieu crê
que este é um termo que não se refere à consangüinidade, mas
talvez sim a uma Ordem iniciática dos Coya. O certo é que, de
preferência, eles se desposavam com as sacerdotisas sagradas, as
“Virgens do Sol”, as Coya (do norueguês Gydhja, de Godhi –
sacerdote, e Godho que vêm de Goth, Deus. Os Godos). Elas são da
mais pura raça e beleza nórdico-polar, em suas mais antigas origens.
É assim desde o Equador, até o mais distante sul (sustento que
uma seção dos inkas chegou até mesmo à Patagônia, onde se
encontraria a “entrada” da “Cidade dos Césares”, dos Ankahuinkas,
que tentei alcançar) se estendeu um enorme Império Racialista,
governado por imperadores brancos e loiros, de olhos azuis, “Filhos
do Sol”, com generais e funcionários, com curacas também brancos,
ou de pouca mestiçagem; homens de confiança, mas não de
procedência divina, nem “Filhos do Sol”. E até que o Império
pudesse manter-se ferrenhamente governado pelo sangue puro
(que, assim, é divino), brilhou “em forma”, como se fosse o mesmo
Sol. Sua decadência vem conjuntamente com a impureza do sangue
e a mestiçagem quase inevitável de uma minoria, que sobressai
como uma pequena ilha em um crescente mar de cor.
E é então quando chega Colombo, o judeu, com suas
“conspirações”, e com o sutil veneno de uma religião semítica, que é
uma arma letal anti-pagã, pois predica a igualdade das raças e dos
sangues. Levanta inferiores contra superiores, como já o fizera em
Roma, na Grécia e no resto da Europa. Com a decadência deste
Novo-Velho mundo, se estendem a todos os cantos do planeta o
drama e a catástrofe do fim de uma Grande Volta, de um Ciclo. É o
Crepúsculo dos Deuses em toda a Terra.
___________________________________________________________
*Extraído do capítulo II, sob o nome de “Los hiperbóreos”, entre as páginas 02 e
03.
53
INTERPRETAÇÃO E DESFIGURAÇÃO DO
PENSAMENTO DE NIETZSCHE
NA SOCIEDADE MODERNA*
Raul Castilho
Introdução
54
entanto, o oposto também é verdadeiro. Quantos maus escritores e
maus políticos não têm sido enaltecidos como heróis pela nossa
mídia, que se proclama digna e íntegra.
Basta estudar com atenção as obras, as vidas e a influência de
certos autores e políticos, como Che Guevara, Karl Marx, Mao Tsé-
Tung, Freud e perceberemos como os ensinamentos dessas
personalidades foi tão fatal e maligno a toda humanidade, que os
caminhos indicados por eles levaram o homem a sua condição mais
vil na terra, uma condição jamais vista.
É necessário apenas um momento de lucidez para chegar à
conclusão de que algo está errado. Existem muitas idéias ocultas,
interpretações mascaradas e acima de tudo improbidade intelectual.
Porém, todas essas características tão contraditórias entre si se
encaixam com perfeição na nossa civilização “social-democarata-
humanitária-capitalista”.
Destarte, diante de toda venenosa ladainha da mídia,
encontramo-nos, não com admiração, mas sim com espanto, com o
filósofo Nietzsche. Mas como? Poderia o pensamento Nietzschiano,
tão temido, tão combatido, cheio de perigos e verdades, uma
filosofia que isola o seu adepto, ser compreendida pela nossa
geração? Poderia o típico cidadão do mundo moderno retirar de
seus ensinamentos algo de
proveitoso para alcançar seus
propósitos, que no geral são
simplesmente materialistas,
consumistas, sexuais e tão
destituídos de moral, arte e
filosofia? Tendo essas questões
como ponto de partida,
coloquemo-nos seriamente a
pensar. Por mais perspectivistas
que possamos ser, parece-nos
impossível encontrar uma
resposta positiva a tais questões.
Temos assistido, em nosso
cotidiano, um estranho
crescimento da freqüência com
que se tem invocado o filósofo em
diferentes ambientes. Sejam em novelas, jornais, livros, filmes ou
outros meios de “comunicação”, tem-se feito ecoar o nome de
55
Nietzsche. E o que parece importar é como ele tem sido
representado, e não o que ele realmente representa.
Apresentam-nos o filósofo como um destruidor de
preconceitos, que abominava o anti-semitismo de sua época, um
gênio com uma personalidade terna, sublime, quase um salvador
que procurava libertar o homem de uma carga pesada e
desnecessária. Em síntese, praticamente um liberal! Portanto, não é
muito difícil compreender o porquê do enorme crescimento
daqueles que se proclamam seus admiradores ou simpatizantes,
bem como sua aceitação em diversas camadas da sociedade. Resta-
nos perguntar: sabem, esses, realmente a quem estão a admirar?
Sabem com que tipo de mundo sonhava esse homem?
Sua filosofia, de caráter complexo e que muitas vezes parece à
primeira vista cheia de contradições, pode facilmente ser deformada
e apresentada aos leigos e estudantes como algo que não é, usando-
se apenas fragmentos do seu pensamento, frases isoladas, e que de
forma alguma podem dar uma visão completa de como sua filosofia
encarava o mundo.
É exatamente por isso que não destino esse artigo aos que
desconhecem o filósofo por completo, mas sim àqueles que já
possuem certa familiaridade (ou pensam ter) com suas idéias, bem
como aos que compartilham de um conhecimento mais profundo de
seus ensinamentos, já que somente esses poderão estar a par do que
será exposto nestas páginas. Poderão confrontar tudo que
aprenderam sobre o pensador estudando suas obras e aquilo a que
têm sido induzidos a acreditar através da mídia de massa, dos
nossos professores e intelectuais que ás vezes parecem estar a tratar
de uma outra pessoa... um Nietzsche que deveria ter sido.
Sendo assim, torna-se necessário reproduzir alguns trechos de
suas obras, visando uma melhor compreensão do que aqui
buscamos pôr em foco.
Embora seja um trabalho simples e até mesmo ingênuo (pois
qualquer leitor atento e honesto poderia facilmente escrevê-lo),
torna-se diante dos fatos de suma importância para uma
compreensão mais completa de Nietzsche. Uma compreensão que
DEVERIA ser alcançada pela maior parte de seus leitores com uma
simples e HONESTA leitura.
Aqui não há a intenção de barbarizar ou bestializar este
homem, mas apenas de expor uma parte de sua face que parece ter
56
sido esquecida nas sombras pelo nosso atual modernismo,
possivelmente por encontrar nele algo corrosivo aos seus alicerces.
Racismo e Feminismo
57
“É por essa razão que os judeus são o povo mais funesto da história
universal: a humanidade foi a tal ponto falseada pelo ulterior efeito da
sua ação que, hoje em dia, um cristão pode sentir-se antijudeu sem se
considerar a si próprio como a última conseqüência do judaísmo.”
“Sob o ponto de vista psicológico, o povo judeu é o que possui força vital
mais tenaz, o que, colocado em condições dificílimas, toma livremente,
por uma profundíssima sabedoria de conservação, o partido de todos os
instintos de decadência - não por estar sujeito a esses instintos, mas
porque advinha neles um poder que lhe permitia afirmar-se contra o
“mundo”. Os judeus são o contrário de todos os decadentes: tiveram de
representar o papel destes até a perfeita ilusão, souberam colocar-se à
frente de todos os movimentos de decadência com um non plus ultra3 do
gênio teatral (na forma do cristianismo de Paulo) para deles fazer algo
que fosse mais forte que qualquer partido de adesão à vida. Para o tipo
de homens que no judaísmo e no cristianismo aspiram ao poder, a
decadência é um estado sacerdotal, unicamente um meio: é interesse
vital dessa classe de homens tornar a humanidade doente e perverter as
noções de “bem” e de “mal”, de “verdadeiro” e de “falso” num sentido
mortal para a vida e infamante para o mundo.” ( O Anticristo, Capítulo
XXIV, Editora Martin Claret.)
3
Não mais além, isto é, algo inexcedível, que não se ultrapassa.
58
Na verdade, tudo é muito simples e claro. O filósofo, em suas
pesquisas filosóficas, históricas e psicológicas não poupava a
ninguém. Se ele mesmo, como
alemão, não poupou aos alemães,
porque pouparia aos judeus? As
frases são claras, a intenção é clara.
Não há espaços para interpretações
dúbias quanto ao sentido. Durante
toda a leitura de O Anticristo
esbarramos com censuras ao “povo
escolhido”, do início ao fim, sem
que possamos nos esquivar ao seu
exame frio e extremamente lúcido.
Analisando o filósofo por esse
ângulo não é difícil compreender a
simpatia que despertou em muitos
Nacional Socialistas, embora suas
apreciações sobre o povo judaico não fossem o único elo entre o
filósofo e esses, como observamos em sua obra Aurora, aforismo
272, A purificação da raça:
59
Junte-se a isso ainda a sua afirmação de que a Alemanha já
possuía judeus demais, sendo que não se devia deixar entrar novos
fluxos no país. Acreditava ingenuamente que as raças inteligentes
tiveram medo freqüentemente, tornando-se pálidas e permanecendo
pálidas até os dias de hoje, “pois a inteligência se mede pela
capacidade de temer”. Afirma ainda: “A diminuição progressiva do
homem é precisamente a força motriz que nos faz pensar na criação
de uma raça mais forte.” A divergência entre os nacional-socialistas
e o filósofo reside no fato de suas opiniões não sustentarem ou
visarem ao racialismo e ao nacionalismo, já que o último não
passava de um movimento de massas, fruto de uma época
decadente, uma neurose, segundo Nietzsche.
Sua acidez é fruto de seu estudo e de seu entendimento do
mundo, e não de meros preconceitos. Sua época não estava tão
condicionada ao politicamente correto como a nossa se encontra.
Tão politicamente correta a ponto de impedir que certas pessoas ou
certos grupos exponham publicamente suas idéias, com ameaças de
prisão e até de morte.
Continuemos então, já que ainda estamos “livres”, a nossa
batalha contra os medíocres que insistem em ver no mundo somente
aquilo que reforça as suas teses acadêmicas e que serve aos seus
propósitos de falsificação histórica.
Atualmente a mulher tem sido elevada acima dos homens e já
não resta mais nenhuma dúvida
sobre a sua aceitação em nossa
civilização moderna. O chamado
“sexo frágil” inclusive tem
conquistado cada vez mais
liberdade e independência em
questões jurídicas, possuindo
mais direitos e menos deveres do
que os homens. Para se chegar a
essa constatação basta
observarmos o nosso cotidiano,
principalmente no que envolve a
justiça, como separação judicial,
decisões pela guarda dos filhos,
casos de agressão física (ela é
sempre a vítima, independente
60
do que se tenha sucedido na ocasião) e até mesmo na busca por
trabalho elas parecem levar vantagem.
Em uma sociedade onde o feminismo é uma virtude, é
interessante saber que lugar Nietzsche teria reservado às mulheres
em sua ética. Para tanto, é imprescindível lermos um trecho de Para
Além do Bem e do Mal, aforismo 232.
E prossegue ainda:
4
“Das Ewig-Langweilige am Welbe” é evidente paródia dos versos finais do Fausto de Goethe, baseada
na similitude entre weiblich, feminino, e langwlich, aborrecido:
Das Ewig-Weibliche
Zieht uns hinan.
(O eterno feminino
impele-os para o alto).
61
Realmente não há o que comentar. Com o passar do tempo a
tendência é que se oculte e se deixe morrer no silêncio e na
escuridão essa visão que o filósofo possuía das mulheres, como coisa
repugnante, um mero preconceito que mais uma vez foi derrubado,
ultrapassado pela modernidade. Sem dúvida, “machismo da pior
espécie”.
62
dominar pelo pavor, sendo sua missão exterminar o indivíduo, o
qual lhe aparece como um injustificado luxo da natureza, que deve
ser adequado aos fins da comunidade. Há uma passagem em Para
Além do Bem e do Mal, aforismo 203, que nos da uma imagem
clara do que pensava dos socialistas:
63
A moral e o espírito livre
64
forma conduzir suas ações!
Os espíritos livres, também denominados como filósofos do
futuro seriam aqueles que conseguiram se libertar de todo
dogmatismo, e que por isso mesmo seriam os novos criadores de
valores. Estariam libertos de todo dualismo, lançando-se para além
do bem e do mal. Isso lhes permitiria a criação de infinitas
perspectivas, sem medo de experimentações com o pensamento,
pois “o temor é o pai da moral”.
No entanto, ser um espírito livre não significa necessariamente
não possuir nenhuma perspectiva, mas sempre estar aberto ao
perpectivismo, procurando encarar uma realidade por diversos
ângulos, o que impediria o dogmatismo, pois infinitas são as
possibilidades do pensamento e sendo assim não há razões para se
fechar em uma única visão do mundo.
Em Para Além do Bem e do Mal, aforismo 44 existem
algumas passagens esclarecedoras sobre a importância de não se
confundir o espírito livre nietzschiano com o que se tem
denominado como espírito livre moderno.
65
rigorosamente a planta “homem” 5, julgamos saber que tal se deu sempre
em condições absolutamente opostas”.
“No que se refere à perigosa fórmula “para além do bem e do mal”, com
a qual evitamos pelo menos ser confundidos com outros, somos coisa
bem diferente dos libres-penseurs, dos liberi pensatori, Freidenker ou de
qualquer outra coisa que se queiram chamar esses bravos defensores das
“idéias modernas””.
Conclusão
66
personagem? Mas sejamos sinceros, e que a verdade doa a quem
doer!
É necessário que se explique novamente: por mais
perspectivistas que possamos ser, por mais que tenhamos boa
vontade, não se pode chegar a um entendimento, a uma
compreensão de certas posturas a que tem sido exposto o
pensamento nietzschiano. Como entender que pessoas envolvidas
com o entretenimento vulgar das massas estejam se inspirando em
seus escritos? Que justamente aqueles a quem considerava como
decadentes, os que transformavam a cultura em comércio, sejam
agora seus admiradores e simpatizantes, ou antes, pior, os
divulgadores de suas “idéias”? Que jovens imbuídos de idéias
modernas até a medula se sintam influenciados e até mesmo
identificados com o filósofo, sendo que o mesmo os desprezaria com
repugnância? Ele é um guerreiro a quem a civilização atual não
pode digerir, a não ser que o transforme em parte dela mesma.
67
Talvez muitos se deixem levar pela beleza poética de algumas
passagens de suas obras, primando por interpretar as palavras do
filósofo de forma pessoal, ao invés de interpretá-las dentro do
pensamento Nietzschiano, gerando (talvez) muitos dos mal
entendidos.
No entanto, isso é compreensível somente diante dos
ingênuos, dos desinformados e iniciantes. A maior culpa pelo
desconhecimento e deformação de suas idéias é sem dúvida de
origem acadêmica e dos intelectuais que dominam com mãos de
ferro a educação de todos nós.
Repete-se como propaganda as famigeradas acusações de
falsificação contra a sua irmã Elizabeth, que, no entanto, também
podem servir aos nossos educadores, de uma forma mais sutil é
verdade. Aliás, há um verso do poeta-filósofo que representa de
forma adequada e irônica a situação: “O pecado deste minuto
livrará o antigo da memória” 6. E não é exatamente isso que
pretendem?
Nietzsche estava contra tudo que é tépido, morno, que possui
um brilho fraco e que conduz ao conformismo e ao comodismo.
Inicialmente suas idéias nos guiam à dúvida e no meio do caminho
somos forçosamente postos frente a frente ao niilismo justamente
para ultrapassá-lo. E aquele que o ultrapassa está mais perto de
compreender a sua filosofia. Pode até mesmo topar com suas
pegadas! E esse é o objetivo, a vitória sobre toda a negação. A
afirmação do querer até mesmo na dor, no sofrimento, nas horas
mais infelizes.
Por fim, espero que se torne claro, desta maneira, conforme
tudo que foi exposto nestas páginas, como o seu pensamento tem
sido desconfigurado, tendo em vista sua aceitação em uma
sociedade decadente, deformando suas idéias, dando a elas um
sentido moderno, aceitável ao rebanho atual, que não apresenta
perigo à ordem vigente, passando a ser mero entretenimento. Da-se
aos seus escritos outros ares, algo que se pode respirar sem grandes
perigos. E assim ele passa para a lista dos prediletos de muitos, sem
que o compreendam é claro, pois a sua compreensão os faria lançar
para longe de si as suas obras, como algo maldito, como a visão de
um mundo que jamais deveria ser.
6
O verso se encontra no poema “A piedosa Beppa”, em Gaia Ciência.
68
Esses que se fazem presentes são apenas os descendentes
daqueles que o condenaram e contra os quais lutou. E porque não os
condenaria também?
É importante frisar que muitas vezes chegamos a uma visão
mais clara e honesta sobre o filósofo através de leituras que o
colocam contra a parede, que o combatem e que mesmo assim
reconhecem a sua grandeza em tudo de terrível, de belo e artístico
que possamos encontrar em sua vida e obra.
Mesmo que os difamadores da inteligência monopolizem suas
idéias e as direcionem a um único rumo; que tentem pintar o tigre
feroz com cabrestos, a águia com sentimentos de pomba, ainda
muitas pessoas se colocarão diante de tal blasfêmia. E por acaso já
não se escuta ao longe certo alarido, um tanto tímido é verdade, que
amaldiçoa àqueles que querem nos roubar o diamante, ou melhor,
transformá-lo em bijuteria para que todos possam vendê-lo e
comprá-lo?
____________________________________________________________
*Artigo lançado originalmente na Revista Cultural Tholf #05, em Janeiro de
2010.
BELOBOG E A TRANSMUTAÇÃO*
Arjuna
69
acabar com toda a sua vontade, congelando-os eternamente; surge
um evento que muda tudo de forma drástica – o solstício de
inverno, que marca o renascimento da divindade, o princípio da
reação das forças solares.
Este evento foi
conhecido por distintos
nomes através dos povos e
da história. Entre os
germânicos era chamado de
Yule; entre os romanos, Sol
Invictus; para os chineses, a
data era conhecida como
Dong Zhi (a chegada do
inverno). Entre os persas,
assim como os romanos
mitraístas, este evento
celebrava o nascimento de
Mitra; que futuramente
mataria o touro, o qual, na
realidade, era ele mesmo –
simbolismo que foi
exoterizado nas touradas
espanholas. Para os Maias e
tribos guatemaltecas, esta
data marcava o nascimento
do deus “Wotan” – também conhecido como Gutan/Guatan –, que
possui o mesmo nome do deus germânico e, além disso, também era
o senhor da noite e da escuridão – aquele que desce à noite e à
escuridão para derrotar a mesma. Também temos a conhecida data
cristã que celebra o nascimento do menino-deus, Cristo.
Apenas com este breve resumo das crenças mitológicas
relacionadas ao Solstício de Inverno, de vários povos espalhados
pelo globo, pode-se perceber a grandiosidade deste evento e sua
convergência nas mais distintas tradições. Mas, para o que seguirá,
citarei um sistema mitológico pouco conhecido; mas que, assim
como todos os outros, possui uma sabedoria grandiosa e especial.
Irei ater-me aos contos eslavos, pois eles, além de mostrarem todo o
magnífico significado desta data, mostram também um caminho a
ser seguido – uma via que expõe o motivo e as razões de nossa
70
transmutação e o sentido para a volta às nossas mais nobres e
remotas origens.
A Lenda da Criação
mundo uma raça de homens que fosse realmente digna do feitio dos
deuses; que seriam os avatares de seus criadores neste local, os quais
se encontram nas vastas alturas celestiais, em um universo regido por
outra ou nenhuma lei. O motivo desta criação, ou transmutação, foi a
de que estes seres vindouros se tornassem encarregados de portar a
sagrada mensagem dos deuses para este universo, que os ajudassem
em sua luta em comum conosco – pela libertação, contra o caos e a
desordem.
7
Svarog pode ser representado como Wotan-Odin nas mitologias germânica e nórdica e Zeus/Júpiter na
Greco-romana.
8
Belobog pode ser representado na mitologia nórdica e germânica como sendo Heimdall/Heimdallr, o
guardião de Asgard, que vigia sua entrada pelo Bifrost, a ponte do arco-íris. Além disso, era conhecido
como o mais branco dos deuses. Sua contraparte romana era chamada de Janus, o deus dos portões, que
doou seu nome ao mês de “janeiro”, aquele que abre as portas para um novo ano. Todos estes
compartilham das mesmas características e são, certamente, o mesmo deus. São os primeiros a chegar em
nossa ajuda, e os últimos à morrer na batalha final.
71
Após receber esta ordem de seu pai, o Deus Branco descendeu
de alguma forma9 ao nosso universo material para concretizar esta
necessidade. Depois de uma série experimentos malsucedidos,
Belobog finalmente criou – ou transmutou – uma raça que, de acordo
com as suas mais marcantes características, foi nomeada de Nobre.
Após este magnífico feito, voltou à sua origem para avisar a seu pai
de seu grande sucesso. Este, finalmente convencido de que agora
havia neste local um povo realmente digno de homens, de
verdadeiros escolhidos dos deuses – pois talvez estes seres também
fossem deuses em sua mais remota origem –, enviou seu filho de
volta ao nosso mundo, para cumprir outra parte de sua missão,
também de grande importância.
O Reino de Belobog
72
Esta localidade ficou eternizada nas mitologias como as míticas
cidades de Asgard, Agartha/Agarthi, Thule, Tula, Hiperbórea, etc10.
Além disso, nesta local mágico, Belobog era também o guardião dos
portões celestiais da entrada para o ‘verdadeiro universo’, através da
ponte encantada do arco-íris, do bifrost.
Após ter consumado estes feitos, seu pai ordenou-lhe que
ensinasse a estes nobres seres a leitura e a profunda simbologia dos
signos rúnicos – os segredos suspirados, destinados apenas aos
deuses. Foi também ordenado que o Deus Branco deveria, todos os
anos, na sagrada data do solstício de inverno, visitar as crianças de
seu precioso povo, para assegurar que eles estavam estudando e
aprendendo os mistérios e segredos das runas, que seriam de
máxima importância na batalha final – contra as forças negras que
querem apagar toda a recordação do sangue, que leva o ser de volta
à sua origem.
Para as crianças que se mostrassem interessadas pelo
conhecimento, eram oferecidos presentes por seu grande esforço e
persistência na busca da sabedoria. Mas aquelas que não se
mostrassem tão atraídas pelo estudo destas ciências – dos segredos
divinos –, eram alertadas pelo Deus Branco sobre o quão essencial
esta sabedoria era para o próprio ser e do perigo que a ausência dela
acarreta para a sobrevivência de seu povo, assim como a de seus
idealizadores – os deuses – e, assim, de toda a esperança de uma
transmutação e do reencontro de um futuro passado.
10 Este é um dos motivos pelo qual nos rituais maçônicos há um oficial da loja em todos os pontos
cardeais, menos no norte, pois, de acordo com os próprios maçons, “nenhuma luz pode vir daquela
direção”.
73
cristianismo. Porém, assim como muitas outras tradições, Belobog foi
adaptado à religião cristã e continua vivo entre nós. Em todos os
solstícios de inverno, o Deus Branco, nas as antigas mitologias já
citadas, visitava suas mais preciosas crianças, presenteando aquelas
que reconheciam sua importância futura, que estavam estudando os
mistérios das runas, os segredos vindos dos deuses – aquelas que
caminhavam para desenvolver seu potencial máximo. Ao mesmo
tempo em que fazia isso, o deus alertava àquelas que não estavam
levando seu aprendizado tão a sério – as que ignoravam o quão
importante eram para ambos os mundos; para sua transmutação em
heróis e, assim, em deuses.
Foi desta forma que
surgiu a lenda cristã do
Papai Noel, que entrega
presentes às crianças que
foram boas durante o
ano, que as recompensa
por seu bom
comportamento e por seu
esforço. Isto fica óbvio
quando analisamos
algumas tradições
natalinas (do nascimento,
ou renascimento) de
alguns países.
Nas tradições
ucranianas, assim como
nas sérvias e de vários
outros países eslavos, se
conservam canções natalinas típicas que são chamadas até hoje de
“Canções de Kolhada” – nome que deriva de Kolada/Koliada –, uma
denominação típica de alguns países para o Deus Branco. Ainda hoje,
nestes países, séculos após a cristianização, todos os natais são
celebrados com canções cujas melodias são dedicadas ao próprio
Belobog, o responsável pela transmutação coletiva de nossa raça nobre
e que, de sua fortaleza inexpugnável, procura acordar por uma vez
mais a voz de nosso sangue – pois se seu chamado for ouvido, isto
significaria o renascimento da esperança da recuperação do caminho
de volta à origem.
74
Conclusão
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*Artigo lançado originalmente na Revista Cultural Tholf #05, em Janeiro de
2010.
MINHA LUTA*
Hermann Tholf
Introdução
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me que tal obra é um pouco difamatória, não?", "Acredito que não,
pois é de 1971". Sem que me pronunciasse a respeito, mudamos de
assunto. No entanto, o que ele havia dito por último corria à minha
mente. Eu me questionava e, de algum modo, acreditava que a
temporalidade, por ela própria, não faz de uma obra dona de purezas
ou impurezas11.
Eu o conheço há tempos. Dado ao
meu modo discreto, passaram-se meses
para que chegássemos à conversa sobre
algo que envolvesse Nacional
Socialismo. Em certa ocasião, nós nos
comunicávamos por telefone e em certo
momento tentava trazer esclarecimento
ao assunto, deixando claro que não
havia nada de monstruoso em retomar
alguns valores buscados durante o III
Reich e adaptá-los à nossa realidade12.
Ele foi compreensivo, embora, por um
instante deixou-se levar pela
inconformidade: "Eu entendo. Faz sentido o que você diz. Mas, ah...
Não! Não tem cabimento ser um nacional-socialista nos dias de
hoje", "Eu não estou falando em ser. Quero apenas que você olhe as
coisas de outra maneira, pois desde o fim da guerra são os
vencedores os que contam sua história. De tudo o que eles
propagam, praticamente nada corresponde ao que foi
verdadeiramente nacional-socialista”.
11
Um exemplo disso é o caso de Thomas Mann, a quem muitos consideram “um bom alemão”. Quando
o mundo sequer havia ouvido falar em “câmaras de gás” e “extermínio de judeus”, quando os próprios
judeus nada haviam dito a respeito, ele pronunciou uma série de mentiras através de rádios piratas que
chegavam até a Alemanha, com o intuito de incitar o povo à revolta contra o Nacional Socialismo.
12
O Nacional Socialismo, do ponto de vista de alguns teóricos seus, é completamente aplicável às leis da
natureza.
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político ou órgão que possa gerar qualquer influência significativa
em um estado ou país, que dirá em um continente ou no mundo.
Sendo assim, aqueles que são vistos como grandes ameaças
são simplesmente pesquisadores, escritores, integrantes de uma
corrente revisionista, que muito raramente se dizem simpatizantes13
do Nacional Socialismo. No entanto, são duramente combatidos.
Aqui e acolá vêm sendo presos. Na Europa, lotam cadeias. Nos
Estados Unidos, por três vezes o Institut of Historical Review
recebeu ataques a bomba. Na Espanha, a Libreria Europa, talvez a
maior livraria do mundo em termos de revisionismo, é obrigada a
manter um forte esquema de segurança para evitar ataques por
parte de marginais que geralmente sem perceber, são induzidos pela
propaganda, pela imprensa a comando do “sistema” que tanto
dizem repudiar, a ver na pesquisa histórica e no questionamento
uma incitação a discriminações gratuitas.
13
Tomo o exemplo do Grupo de Estudos CEDADE para esclarecer que o Revisionismo Histórico não é
uma particularidade nacional-socialista. Entre seus membros, havia comunistas, anarquistas e nacional-
socialistas de diferentes origens e religiões – inclusive judeus. Dentre eles, constavam Robert Faurisson
(Comunista) e Pedro Varela (Nacional-Socialista). O próprio Revisionismo, aplicado a questões da
Segunda Guerra Mundial, iniciou-se com o francês Paul Rassinier, que foi membro da Resistência
francesa e que após a guerra, propôs-se a desmentir muitas das coisas que a imprensa havia dito sobre os
alemães e seus campos de concentração.
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Em 1990 a extinta Editora Revisão, que presava pela
universalidade do conhecimento, assumia o seu grandioso papel e
publicava exclusivamente em português o trabalho do pesquisador
Robert Faurisson, chamado “Quem escreveu o diário de Anne
Frank?”. Ao seu final, encontra-se a seguinte nota do editor:
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da América Latina, nosso estande sofreu VIOLENTO ATENTADO por
parte de devidamente orientados/contratados punks, homossexuais e
drogados, entre os quais no mínimo três dos baderneiros se acobertaram
indevidamente com bandeiras do PT e do PSTU, dando uma falsa idéia
de que estavam agindo por esses partidos, fato que causou mal estar
entre os próprios adeptos desses dois partidos, que lutam pela liberdade
de expressão.
A feita do livro foi aberta as 13:00 h. A partir das 19:00 e até o
encerramento da feira às 22:00 h, dezenas de vândalos/terroristas
berravam exigindo o fechamento do estande, ofendendo e agredindo a
cuspe nossos funcionários e clientes que se aproximavam do mesmo,
após frustrada tentativa de atirar para dentro uma bandeira com a
suástica incendiada para queimar os livros; tudo dentro da totalmente
caluniosa acusação de que ao invés de pesquisas históricas estaríamos
promovendo o nazismo.
Infelizmente a Brigada Militar não conseguiu conter totalmente os
terroristas, parte da qual se vangloriava de ter participado da destruição
do relógio que controlava os 500 anos do descobrimento Brasil.
Num dos momentos de descuido do policiamento, os
encomendados terroristas destruíram a pedrada um grande retrato de
Getúlio Vargas, que nos acompanhava a 8 anos nas Feiras.
Entre os nossos três atendentes ofendidos moralmente e agredidos
a cuspidas encontrava-se uma amiga nossa, socióloga negra, que havia se
prontificado a colaborar conosco e que, após esses lamentáveis
acontecimentos entrou em estado de pavor durante três dias, pois não
conseguia apagar de seus olhos as horríveis expressões dos totalmente
insanos manifestantes.
Os acontecimentos foram filmados e fotografados de todos os
ângulos, durante as 3 horas de vandalismo, porém por ter sido um "gol
contra", pois o povo desde o início está repudiando totalmente o ato, a
imprensa preferiu silenciar ou então um ou outro dar uma pequena nota,
que certamente nada tem a ver com o que realmente houve, como ainda
é seu costume”15.
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pesquisas revisionistas. O início dessa onda anti-revisionista se dá
com o francês Vidal-Naquet, de origem judaica, que se refere à
eclosão dos pesquisadores e questionadores das fontes oficiais como
"assassinos da memória"17. Em sala de aula, eu mesmo presenciei
um professor que indignado, apontava para a existência da Editora
Revisão, já inativa faz alguns anos pelas leis que "garantem
liberdade de expressão", como um sinônimo do fim dos tempos. Dizia
ele: “Vejam! Até pouco tempo atrás, existia uma editora de nome...
nome... Não recordo qual, mas que era neonazista. Uma editora
neonazista, que circulava abertamente!”. Estrategicamente, os
poucos corajosos que se dispõem a promover discussões em torno
do supremacismo judaico ou que simplesmente expõem opiniões
politicamente incorretas, são logo vistos como neonazistas. Quem
não se lembra de Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro, ou
Silveira, de Santa Catarina, sendo chamados de “neonazistas”? Um,
por criticar o homossexualismo; outro, por escrever um ensaio a
favor da eugenia.
Até mesmo a biografia do Sr. Castan foi vítima, sendo retirada
da bastante conhecida página do Wikipedia18, tempos depois que
seu nome ganhava popularidade. Hoje, em substituição, expõe-se
apenas que fora ele alguém que liderou uma "editora neonazista" e
que pela mobilização de diversos grupos, pôde, finalmente, ser
fechada. Exponho aqui alguns dos seus trechos que dão maior
clareza do seu bom caráter:
17
Citado em: CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. O Anti-semitismo na Era Vargas: fantasmas de uma
geração: 1930-1945. Editora Brasiliense. São Paulo, 1995.
18
O revisionista Alfredo Braga afirma que a página Wikipedia serve à “patrulha judaico-sionista”. Para
mais, ver: http://www.alfredo-braga.pro.br/discussoes/wikipedia.html
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sionistas a não adquirirem essas obras, fato que o obrigou a vender os livros
quase que só diretamente ao público leitor”19.
Mas, voltando a falar sobre meu amigo, lembro que dias antes,
conversávamos sobre o livro "Minha luta" de Adolf Hitler. Ele
parecia cada vez mais determinado a consegui-lo. Dizia que por
uma questão de personalidade, lentamente passava a se interessar
pelos gostos de pessoas com quem convivia. "Veja... Pelo fato de
conviver consigo, tenho me interessado em conhecer mais a respeito
do Nacional Socialismo. Quero, inclusive, ter a oportunidade de
comprar o 'Minha luta' e entender mais sobre as questões políticas
que o envolvem. Sobre o lado místico, já tenho ao menos uma noção,
pois possuo a obra ‘Sol Negro’”, livro lançado não há muito tempo.
Ele falava sobre leituras que
fizera de Bakunin, pela convivência
que tinha com alguns de seus
amigos da faculdade. Na ocasião,
tive de abandonar nossa conversa.
Animado, ele dizia que logo iria
procurar tal obra. Antes que saísse,
eu disse: "Tome cuidado! As
edições mais recentes não são nada
confiáveis. As traduções são quase
que sempre deturpadas, pois as
palavras do ‘monstro’ apenas são
permitidas circular abertamente
quando possuem um caráter
agressivo e irracional que
correspondam à figura que nos
ilustram dele. Do contrário, seus
leitores diriam: 'Faz sentido o que
ele diz... Logo eu, que nunca havia pensado que Hitler era uma
pessoa assim, tão... Humana! ’. E isso, meu amigo, representa perigo
para aqueles que governam o mundo”.
De boa memória, hoje ele relembrou o que eu o havia dito da
última vez e junto daquilo que conversávamos, me perguntou:
"Você não sabe me indicar o nome de alguma editora que tenha
19
Citado em: BRAGA, Alfredo. Siegfried Ellwanger: pesquisador, autor e editor.
81
lançado uma edição confiável de 'Minha Luta'?". Lembrei da Editora
Centauro que, segundo o que me foi dito, teve seu estoque
apreendido pela Polícia Federal em certa época. Disse-lhe: "Procure
por uma editora chamada Centauro. Pelo que sei, metade do seu
estoque foi salvo e ainda hoje é possível encontrar algumas cópias".
Enquanto esperava por sua resposta, também procurava em Sebos
virtuais e, para meu espanto, os preços eram inacessíveis...
Custando em média entre 100 e 200 reais por exemplar.
Acima: uma das tantas pinturas de Hitler. Assim como suas palavras,
também elas são censuradas pela democracia que serve aos interesses dos
vencedores.
82
comercializado antes de 2015. O governo alemão determinou que o
livro precisa ser reeditado para voltar à circulação”. Ironicamente,
disse-lhe: "Esta nossa inquisição é uma 'beleza'! Para fazer com que
uma obra 'politicamente incorreta' circule, é preciso transformá-la ao
extremo, mudar suas palavras, torná-la de ponta-cabeça se possível,
de modo que cause apenas repulsa em seus leitores, confirmando o
que é massivamente propagado pela imprensa". Logo, precisei me
despedir. Desejei-lhe boa sorte na
procura desta obra preciosa.
E meu amigo, se não contar com
a sorte, terá uma dificuldade imensa
para encontrar tal obra. O mesmo não
aconteceria se procurasse a Marx,
Sartre ou Freud, que são
disponibilizados nos mais diversos
formatos, da edição em bolso ao papel
jornal, do audio book ao lançamento
comemorativo. Nada contra. Mas
penso que nos dias de hoje ocorre o
seguinte: ao passo que para uns
aplica-se a criatividade humana para
disponibilizar e universalizar o
conhecimento, a outros se limita às
mais variadas formas possíveis. Leve-se em conta também que
quanto mais circulam as obras de tais nomes citados, mais acessível
elas se tornam, no que diz respeito aos custos. A menos que uma
pessoa esteja verdadeiramente disposta a comprar, ou que detenha
uma boa renda, não irá se por a um verdadeiro sacrifício para
adquirir a mais conhecida obra deste personagem enigmático. Isto
se ela de fato estiver interessada em saber o que ele diz! Alguns, já
saturados pelo constante aparecimento de reportagens, filmes e
publicações sobre Hitler, diriam: "Procurar a obra de Hitler? Para
quê? Além de pagar caro, já está mais do que provado e estampado
em todos os meios possíveis que ele foi um monstro, um desumano
sem igual".
As constates reportagens sobre jovens vândalos presos por
causa de atos violentos contra gangues rivais também ocupa um
papel estratégico. Não vou entrar em discussão propriamente dita
sobre punks ou skinheads. No entanto, percebo que raramente os
livros de posse dos chamados punks, emos, rockeiros ou integrantes de
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grupos rivais são expostos ou apreendidos. Isto não ocorre com o
'outro lado'. Materiais acumulados pelos chamados skinheads são
expostos tal qual drogas e, vez ou outra, encontramos lá, em um
canto, escondido, a obra de Hitler, como se esta justificasse suas
ações. Na mentalidade das pessoas leigas, estas reportagens exercem
um efeito quase que de terror psicológico. Com medo, por certo
uma mãe, pelo seu instinto de proteção, diria a um filho que
porventura estivesse interessado em conhecer mais a respeito do
Führer: “Você não vê televisão, meu filho? É para esse tipo de
caminho que você está se interessando? Pois não! Eu não irei
permiti-lo trazer esses livros para casa... Não quero que futuramente
você seja preso!”. É, sem dúvidas, um caso único na atualidade:
tornar-se criminoso pela posse de livros. Um “Minha Luta” ou
qualquer outro livro nacional-socialista ou fascista da época passa a
ser visto quase que um guia para um comportamento péssimo e
medíocre. Também não recordo de nunca ter visto bíblias, imagens
de santos ou crucifixos, revistas pornográficas ou bandeiras de time
de futebol ser mostrados diante da prisão de um criminoso ou uma
quadrilha sua. A impressão que se tem é que apenas a literatura
nacional-socialista, fascista ou revisionista justifica certos crimes,
enquanto que em outros casos os interesses particulares são
separados das ações criminosas. Curioso, no mínimo.
Tamanha é a censura que não se limita somente à proibição da
venda e circulação das edições de "Minha Luta" com uma tradução
mais fiel ao original. Não há muito tempo, o Centro Israelita do
Paraná mandou apreender os volumes de tal obra que estavam na
Biblioteca Pública do Paraná, em Curitiba. Diziam estar
preocupados com o aumento de jovens interessados. Infeliz foi o
povo curitibano, que não apenas teve seu espaço público invadido,
como nada soube, tempos depois deste ocorrido, do escândalo
milionário que envolveu a sinagoga principal da sua cidade e que
sob pressão dos seus integrantes, nenhuma emissora sequer ousou a
publicar qualquer nota a respeito. Que balança é essa, onde
exemplares de um livro trazem mais preocupações que uma
sinagoga mercantilizada20, capaz de impor seu silêncio aos maiores
órgãos da imprensa do Paraná?
20
Só se teve conhecimento deste escândalo porque o ex-rabino Sami Goldstein, sentindo-se prejudicado,
moveu uma ação na Justiça do Trabalho contra a Federação Israelita do Paraná e procurou a mídia. Tal
reportagem foi disponibilizada apenas em um jornal de bairro. Por pressão da comunidade judaica, as
mais de três horas de reportagem gravadas pela Rede RPC até hoje não foram ao ar.
Fonte: Jornal IMPACTO. 05 a 11 de Junho de 2009. Curitiba.
84
Em contrapartida, obras apologéticas a práticas sexuais cada
vez mais precoces, ao uso de drogas, à irreligião, às tendências
suicidas, à negação de raça, sexualidade e aparência, à rebeldia e
desapego da família são sempre reeditadas, tornando suas
propostas cada vez mais populares. A proibição da circulação de
“Minha luta” na capital paranaense se explica porque, afinal, é um
perigo ler que Hitler propunha um investimento no jovem, em sua
saúde, seu bem-estar e educação, pois a ele reservavam-se todas as
esperanças do futuro da Alemanha. Que “crime”, aos olhos do
Centro Israelita, Hitler cometia contra a juventude, quando propôs
que “não se deve passar um dia sem que cada jovem tenha, pelo
menos, uma hora de exercício físico, pela manhã e à tarde, em
esportes e ginástica”21.
Um Hitler só circula abertamente quando
é reescrito. Luxuosas edições de Mein Kampf
foram feitas não há muito tempo, mas repletas
de notas de rodapé que tentam desviar o autor
do seu rumo, como se dissessem: "Não, leitor!
Não se deixe entusiasmar... Se tais palavras
fazem sentido, pare e pense que você estará
também sendo uma pessoa que suporta um
ditador que sozinho, foi responsável pelo
extermínio de almas inocentes!". Eu próprio
sou testemunha disso. Há tempos havia
comprado a obra "Testamento político de
Hitler", editado por Martin Bormann.
Praticamente 2/3 do livro compõem-se de
escritos "introdutórios" que tentam apenas
desviar o leitor da absorção, pois se sabe que a
verdade convence por si só. Tal obra fora
disponibilizada, como se expõe na contracapa,
para que o leitor faça, através da leitura, uma
viagem para dentro de um "órgão sombrio, horroroso, alucinante e,
contudo, tão carregado de forças reais, terrivelmente explosivas: o
cérebro dele"22.
Quando o diário de Hitler foi a público, a mídia logo
providenciou de esclarecer que segundo peritos (a interesse de
Site: http://www.impactopr.com.br
21
Capítulo II da Segunda Parte. HITLER, Adolf. Minha Luta. Editora Moraes. São Paulo, 1983.
22
BORMANN, Martin. Testamento político de Hitler. Livraria Exposição do Livro.
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quem?), tal obra fora considerada falsa. É óbvio, pois nela em
nenhum momento transparece o caráter doentio, psicopata e
desumano que querem fazer acreditar. Nele, inclusive, Hitler faz
duras críticas à chamada Noite dos Cristais, que é posta nos dias de
hoje como uma ação que foi fruto quase que exclusivamente da sua
vontade. No entanto, circulam abertamente livros daqueles que
estiveram com Hitler, como é o caso de Rauschnning, Speer e
Dietrich, e que ganharam vários dígitos em suas contas bancárias,
tendo suas obras amplamente divulgadas em inúmeros meios, pois
o retratavam como tudo o que se espera ver: um insensível,
anormal, histérico e sanguinário. Aqueles que o conheceram e se
recusaram a colaborar com estas invenções, foram
democraticamente postos no esquecimento ou enforcados no
Tribunal de Nuremberg. E nos dias de hoje, se alguém, por algum
motivo, tenta ver um lado de relevante nas passagens de Mein
Kampf, livro escrito durante a prisão em dois anos, será logo taxado
de "nazista", "racista", "neonazista" ou qualquer outro termo
pejorativo.
Considerações finais
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discussões sobre Revisionismo histórico. Tal gênero de publicação
que sobrevive às escondidas, tal qual um crime, é duramente
reprimido.
O raciocínio lógico de Sérgio Oliveira, que presenciava o
editor de seus livros sendo levado a tribunal e seus próprios livros
sendo proibidos de circular, infelizmente não foi respeitado. Sequer
foi ouvido.
"Não é necessária uma reflexão profunda e tampouco grande saber
jurídico para concluir que o exercício da livre expressão de pensamento
não constitui um crime. Crime, isto sim, comete aquele ou aqueles que
cerceiam ou procuram cercear a livre expressão de pensamento"23.
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*Artigo lançado originalmente na Revista Cultural Tholf #05, em Janeiro de
2010.
23
OLIVEIRA, Sérgio. Sionismo x Revisionismo: Fantasia x Realidade. Editora Revisão. Porto Alegre,
1993.
24
O destino da obra "Hitler: culpado ou inocente?", de Sérgio Oliveira, é digno de menção. Com menos
de duzentas páginas, seu exemplar original chega a custar, quando encontrado, mais de duzentos reais.
Motivo: logo após o seu lançamento, a Polícia Federal, sob a alegação de que tal obra era discriminatória,
prendeu-os e muito provavelmente seus exemplares foram queimados nas lareiras dos casarões sionistas.
Ou, quem sabe, à moda dos pastores evangélicos, foram atiradas na fogueira santa de Israel. Este é, pois,
o destino de muitas das obras lançadas pela heróica Editora Revisão. Em São Paulo o caso é pior: soube,
através de um amigo, que judeus ortodoxos visitam semanalmente a sebos que comercializam tais obras,
fazendo questão de adquirir todos os exemplares possíveis, com o intuito de tirá-los de circulação.
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EDIÇÕES ANTERIORES
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THOLF #02 - 2009
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