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Polímeros

● Polímeros são macromoléculas formadas por várias unidades de repetição, ligados


entre si por ligações interatômicas covalentes.
● Cadeias longas e flexíveis, cujo esqueleto principal consiste em uma série de
átomos de carbono, que se ligam por uma ligação simples a dois carbonos
adjacentes
● Capacidade de formar cadeias sequenciais, e para isso as moléculas tem que ser
bifuncionais, ou seja, há a reação nas duas pontas da molécula.
● Compostas por entidades estruturais conhecidas como ​mero, ​que se repetem
sucessivamente ao longo da cadeia. → um único mero é chamado ​monômero

● A cadeia
polimérica se forma pela adição
sequencial de unidades
monoméricas, no final temos
uma molécula de polietileno

● Massa molar menor é um oligômero (apesar da MM relativamente elevada, este não


forma emaranhamento, e podem ficar no meio da estrutura polimérica e pode se
difundir através dela)
● Devido à elevada massa molecular há emaranhamentos na estrutura, quanto maior
a massa maior o emaranhamento e isso reflete nas propriedades dos polímeros.

Peso molecular
● Pesos moleculares muito elevados em polímeros com cadeias longas
● As diferentes cadeias de polímeros não irão crescer até o mesmo comprimento, isso
resulta em uma distribuição dos comprimentos das cadeias.
○ Especifica-se um peso molecular médio
○ Massa molar numérica média (M​n​)
○ Massa molar ponderal média (M​w​)

➔ Distribuição de pesos moleculares para um


polímero típico
➔ Várias características dos polímeros são
afetadas pela magnitude do peso molecular (temperatura
de fusão aumenta em função do tempo)
➔ Índice de polidispersividade (variação no
tamanho das cadeias) PI = Mn/Mw
➔ Quanto mais estreita a curva e menor a
diferença entre M​n ​e M​w​, menos polidisperso é o polímero

Estrutura Molecular
● Polímeros Lineares​: unidades mero estão unidas
ponta a ponta em cadeias únicas, cadeias flexíveis
● Polímeros Ramificados​: cadeias de
ramificações laterais conectadas às cadeias principais (as
ramificações tem a mesma conformação da cadeia principal)
○ Reduz a eficiência da compactação,
resulta na diminuição da densidade do polímero

● Polímeros Reticulados​: as cadeias lineares


adjacentes estão unidas umas às outras em várias posições
através de ligações covalentes.
○ Muitos materiais elásticos com características
de borracha apresentam ligações cruzadas

Configuração molecular
● para polímeros com grupos de átomos diferentes ligados à cadeia principal, a
regularidade e simetria do grupo pode influenciar nas propriedades do material
● Tipos de cadeia:
○ Cabeça-cauda: extremidade anterior de um mero se liga
a extremidade posterior de outro mero

● Cabeça-cabeça: Extremidade anterior de um mero se liga


a extremidade anterior de outro mero

● Configuração predominante é do tipo cabeça-cauda por conta da repulsão entre os


grupos R em uma configuração do tipo cabeça-cabeça.

Estereoisomerismo
● Caso em que os átomos estão ligados uns aos outros na mesma ordem, porém
diferem em seu arranjo espacial

● Configuração isotática​: todos os grupos R no mesmo


lado da cadeia

● Configuração sindiotática​: grupos R encontram-se


em lados alternados da cadeia

● Configuração atática​: posicionamento aleatório


Cristais de polímeros
● Modelos propostos para descrever o arranjo espacial das cadeias moleculares em
cristais de polímeros

➔ Modelo de micélio com borda para um polímero


semicristalino
➔ Composto por pequenas regiões cristalinas
(cristalitos) onde cada uma dessas regiões fosse provida de um
alinhamento preciso e em que essas estivessem envolvidas por
uma matriz amorfa

Teoria das cadeias dobradas

● Muitos polímeros volumosos que são cristalizados a partir de uma massa fundida
formam esferulitos
● Um esferulito consiste em um agregado de cristalitos com cadeias dobradas e com o
formato de uma fita (lamelas) com aproximadamente 10 nm de espessura
● As lamelas crescem radialmente a partir do núcleo central, inicialmente são paralelas
umas com as outras, mas com o crescimento divergem, torcem e ramificam
formando estruturas esferulíticas radialmente simétricas
● A medida que a cristalização de um esferulito se aproxima da sua conclusão, os
esferulitos adjacentes começam a se chocar formando contornos
● Um esferulito é composto por muitos cristais lamelares .

Imperfeições em sólidos
● Por defeito cristalino, designamos uma irregularidade na rede cristalina com uma ou
mais das suas dimensões na ordem de um diâmetro atômico.

Imperfeições​:
● defeitos pontuais
● defeitos lineares
● defeitos interfaciais ou contornos
● impurezas

DEFEITOS PONTUAIS
Lacunas e auto-intersticiais
● A ​lacuna​ é um sítio vago da rede cristalina, ou seja, com um átomo faltando.
● O número de lacunas em equilíbrio para uma dada quantidade de material depende
da temperatura, aumentando em função da temperatura de acordo com a
expressão:

➔ Número de lacunas aumenta exponencialmente em


função da temperatura

● Um ​auto-intersticial​ é um átomo do cristal que se encontra comprimido no interior de


um sítio intersticial.
● Em um metal um auto intersticial introduz distorções relativamente grandes na rede
cristalina
● A formação desse defeito não é muito provável, existe em concentrações reduzidas,
bem menores que aquelas exibidas pelas lacunas.

IMPUREZAS EM SÓLIDOS
● A adição de átomos de impurezas a um metal irá resultar na formação de uma
solução sólida​ e/ou uma segunda fase.

Solução sólida
● Solvente → maior quantidade; Soluto → elemento em menor concentração
● Átomos do soluto são adicionados ao material hospedeiro, a ​estrutura cristalina é
mantida e nenhuma nova estrutura é formada
● Características que os átomos do soluto e do solvente para formação da solução
sólida:
○ Tamanho atômico​: diferença dos dois tipos de átomos é menor que
aproximadamente 15%
○ Estrutura cristalina​: tem que ser a mesma estrutura para ambos os metais
○ Eletronegatividade​: preferencialmente a solução sólida se forma com
átomos que tem eletronegatividades próximas
● Defeitos pontuais em soluções sólidas:
○ Substitucional​ (átomos de impurezas substituem os átomos hospedeiros)
○ Intersticial ​(átomos de impureza preenchem os espaços vazios que existem
entre os átomos hospedeiros) → quanto mais o FEA, menor as posições
intersticiais.

DISCORDÂNCIAS - DEFEITOS LINEARES


● Uma discordância é um defeito linear ou unidimensional em torno do qual alguns dos
átomos estão desalinhados.
● Discordância de Aresta​: uma porção extra de um plano de átomos ou semiplano
cuja aresta termina no interior do cristal:
➔ Defeito linear que está centralizado em torno da linha que fica definida ao
longo da extremidade do semiplano de átomos adicionais.
➔ A linha de discordância é perpendicular ao plano da página
➔ Na região em torno da linha de discordância existe uma distorção localizada
da rede cristalina.
➔ Os átomos acima da linha de discordância estão pressionados uns contra os
outros e os abaixo são puxados um para longe do outro.

● Discordância de Hélice: ​formada por uma tensão cisalhante que é aplicada para
produzir uma distorção.

➔ A região anterior superior do cristal é deslocada


uma distância atômica para a direita.

DEFEITOS INTERFACIAIS
● Contornos que possuem duas dimensões e normalmente separam as regiões dos
materiais que possuem diferentes estruturas cristalinas ou orientações
cristalográficas. Essas imperfeições incluem as superfícies externas, os contornos
de grão e outras.
● Superfícies Externas​ (Os átomos da superfície não estão ligados ao número
máximo de vizinhos mais próximos, e estão, portanto em um estado de maior
energia)
● Contorno de Grão ​(Desencontros atômicos na transição da orientação cristalina de
um grão para aquela de outro grão adjacente) → Energia interfacial ou do contorno
de grão é semelhante à de superfícies externas por conta da área de contorno dos
grãos maiores

IMPERFEIÇÕES NAS CERÂMICAS


Defeitos pontuais atômicos
● Assim como os metais, são possíveis tanto lacunas como intersticiais
● Materiais cerâmicos contêm íons de pelo menos dois tipos diferentes, podem ocorrer
defeitos para cada espécie de íon.
● Podem existir lacunas e intersticiais para o cátion
● Lacunas e intersticiais para o ânion
○ O ânion é relativamente grande, de tal maneira que para ele se ajustar no
interior de uma posição intersticial é necessária a introdução de deformações
substanciais sobre íons vizinhos
● Uma vez que os átomos são carregados, quando são consideradas as estruturas de
defeitos, a eletroneutralidade deve ser sempre mantida.
● Defeito de Frenkel:
○ Lacuna de cátion e um cátion intersticial (ion sai da posição normal e vai para
um interstício)
● Defeito de Schottky:
○ Uma lacuna de cátion e uma lacuna de ânion (como sai um cátion e um ânion
a neutralidade de carga é mantida)
● A estrutura pode ser estequiométrica ou não-estequiométrica
○ Uma estrutura não-estequiométrica
pode ocorrer quando um íon de carga diferente entra
em uma lacuna e é preciso que um íon da estrutura
saia, formando um vacância, como por exemplo
acontece para o FeO, pois o Ferro tem dois estados
de oxidação. No entanto, a estrutura permanece
neutra

● Átomos de impurezas podem formar soluções sólidas em materiais cerâmicos


○ Tipo substitucional e intersticial
● Intersticial: o raio iônico da impureza deve ser relativamente pequeno em
comparação ao ânion.
● Substitucional: existem tantos cátions como ânions, uma impureza substitucional irá
substituir um íon hospedeiro que seja mais semelhante a ela no espectro elétrico.
(cátion substitui cátion, ânion substitui ânion)

Propriedades mecânicas dos metais

É necessário conhecer as características dos materiais para que, ao projetar algo com esse
material, as deformações as quais ele seja submetido não comprometa a utilidade do
material e ocorram fraturas. O comportamento mecânico de uma material reflete a relação
entre a sua resposta, ou deformação a uma força que esteja sendo aplicada.

Propriedades mecânicas importantes:


● resistência
● dureza
● ductibilidade
● rigidez

Fatores a serem considerados:


● natureza da carga aplicada
○ carga de tração
○ compressão
○ cisalhamento
● duração da aplicação de tais cargas
● condições ambientais

Conceitos de tensão e deformação


Ensaios de tração
● usado para avaliar diversas propriedades mecânicas dos metais
● uma amostra é deformada até sua fatura
● carga gradativamente crescente aplicada uniaxialmente ao longo do eixo mais
comprido de um corpo de prova (alongamento e compressão)

● Um ensaio tensão-deformação leva minutos para ser executado e é destrutivo


(deformação permanente)
● Para minimizar fatores geométricos, a carga e o alongamento são normalizados:

➔ F é a carga instantânea aplicada em uma direção


perpendicular à secção reta da amostra
➔ A​0 ​ é a área da seccção reta original antes da aplicação
de qualquer carga.

➔ l​0​ é o comprimento original antes de qualquer


carga
➔ l​i​ comprimento instantâneo

● Tensão cisalhante:
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA
Comportamento Tensão-Deformação
● O grau ao qual uma estrutura se deforma depende da magnitude da tensão imposta.
Tensão e deformação são proporcionais pela relação:
➔ Lei de Hooke, e E é o ​módulo de elasticidade​ ou
módulo de Young

➔ A aplicação de carga
corresponde a um movimento para cima a partir da
origem e ao longo da linha reta. Com a liberação da
carga, a linha é percorrida na direção oposta, de volta a
origem

● Processo de deformação em que tensão e deformação são proporcionais é


​ é o coeficiente angular da reta e esse módulo pode
chamado ​deformação elástica. E
ser considerado como sendo uma rigidez ou uma resistência do material à
deformação elástica. ​Quanto maior o módulo, mais rígido o material ou menor será a
deformação elástica.
● Deformação elástica não é permanente (peça retorna à forma original quando cessa
a tensão)
● Em escala atômica
○ Deformação elástica macroscópica é manifestada como pequenas alterações
no espaçamento interatômico e na extensão das ligações interatômicas
○ Módulo de elasticidade representa uma medida da resistência à separação
de átomos adjacentes, isto é, as forças de ligação interatômicas.
○ Módulo é proporcional à inclinação da curva força interatômica-separação
interatômica na posição de equilíbrio:

➔ diagrama tensão-deformação mostrando um


comportamento elástico não-linear, e como os módulos
secante e tangencial são determinados
➔ relação da força em função da separação
interatômica para átomos tanto fracamente como fortemente
ligados.
➔ curvas força-separação para materiais que possuem
ligações interatômicas tanto fortes como fracas
➔ a magnitude do módulo de elasticidade é
proporcional à inclinação de cada curva na separação
interatômica de equilíbrio, r​0
➔ módulos de elasticidade para materiais cerâmicos
são maiores que para metais que são maiores que para os
polímeros. Consequência direta dos diferentes tipos de
ligações atômicas nesses 3 tipos de materiais.

● Com o aumento da temperatura o módulo de elasticidade tende a diminuir (menos


resistente, maior a deformação elástica)

DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
● Para a maioria dos metais: Regime elástico persiste até deformações de aprox.
0,005.
● Após esse ponto a tensão não é mais proporcional à deformação → deformação
permanente e não recuperável, a​ deformação plástica:​

➔ Comportamento tensão-deformação típico para um


metal, mostrando as deformações elástica e plástica. O limite
de proporcionalidade P e o limite de escoamento (sigma e)
➔ A transição do comportamento elástico para o plástico é
uma transição gradual para a maioria dos metais
➔ No ponto de surgimento da deformação plástica existe
uma curvatura que aumenta mais rapidamente com o aumento
da tensão.

● Perspectiva atômica:
○ a deformação plástica corresponde à quebra de
ligação com os átomos vizinhos e em seguida formação de
novas ligações com novos átomos vizinhos, uma vez que um
grande número de átomos ou moléculas se move em relação
uns aos outros.
○ Com a remoção da tensão, eles não voltam às suas posições normais
● Mecanismos de deformação plástica diferentes para materiais cristalinos e amorfos:
○ Cristalinos:​ deformação acontece por um processo chamado
escorregamento, que envolve o movimento de discordâncias.
○ Não-Cristalinos: ​ocorre por um mecanismo de escoamento viscoso.

PROPRIEDADES DE TRAÇÃO
Escoamento e limite de escoamento
● Conhecer o nível de tensão onde se inicia a deformação plástica, o fenômeno de
escoamento
● Ponto inicial (P) onde ocorre o afastamento inicial da linearidade na curva de
tensão-deformação (transição elastoplástica gradual)
● Para materiais que possuem uma região elástica não-linear:
○ definir a tensão limite de escoamento como sendo a tensão necessária para
produzir uma determinada quantidade de deformação

Limite de resistência à tração


● Após o escoamento, a tensão necessária para continuar a deformação plástica em
metais aumenta até um valor máximo e depois diminui até a fratura do material.

➔ Comportamento da curva tensão-deformação


até a fratura do material (ponto F). O limite de
resistência a tração está indicado pelo ponto M.
● O limite de resistência à tração
corresponde à tração máxima que pode
ser sustentada por uma estrutura que se
encontra sob tração. Se essa tensão for
mantida, resultará numa fratura

● Nessa tensão máxima uma pequena


constrição, ou pescoço é formado em um determinado ponto e toda deformação
subsequente fica confinada nesse pescoço, esse fenômeno é conhecido como
empescoçamento e é nesse lugar que a fratura acontece.

Ductibilidade
● Medida do grau de deformação plástica que foi suportado quando ocorre uma
fratura.
● quando o material tem uma deformação plástica muito pequena ou inexistente
quando ocorre a fratura, este é chamado de frágil.
➔ Comportamento tensão-deformação em tração para
materiais frágeis e materiais dúcteis carregados até a fratura.

● A maioria dos metais possui pelo menos um grau


moderado de ductibilidade à temperatura ambiente, contudo
alguns se tornam frágeis à medida que a temperatura é
reduzida
Tenacidade
● representa uma medida da habilidade de um material absorver energia até sua
fratura.
● a geometria do corpo de prova e a maneira como a carga é aplicada são fatores
determinantes na tenacidade.
● propriedade indicativa da resistência do material à fratura quando este possui uma
trinca
● Para um material ser tenaz, este tem que apresentar tanto resistência como
ductibilidade (materiais ducteis são mais tenazes que materiais frágeis, embora o
material frágil tenha maior limite de escoamento e maior limite de resistência à
tração, ele possui menor tenacidade que o material dúctil)

Deformações compressiva, cisalhante e torcional


● a deformação plástica pode ocorrer sob influência da aplicação de cargas
compressivas, cisalhantes e torcionais.
● O comportamento tensão-deformação resultante será semelhante à componente de
tração (gráfico que tá lá em DEFORMAÇÃO PLÁSTICA).
● no caso da compressão não haverá um valor máximo no gráfico, já que não há a
formação de pescoço. A fratura será diferente.

Dureza
● resistência de um material a uma deformação plástica localizada (impressão ou
risco).
● Medida da profundidade ou do tamanho da impressão resultante, quanto mais macio
o material, mais profunda a impressão e menor o índice de dureza.

Discordâncias e Mecanismos de Aumento de Resistência

● ARESTA: Dado a presença de uma discordância, este semiplano adicional vai se


movimentar pela estrutura com sucessivas quebras de ligações e deslocamentos,
resultando no semiplano à direita do cristal como mostra a figura

● A deformação plástica acontece mediante ao movimento de uma discordância por


um processo chamado ​escorregamento;​ o plano ao longo do qual a linha da
discordância se movimenta é o ​plano de escorregamento. (​ movimento é
perpendicular à direção da tensão):
● HÉLICE: em resposta à tensão de cisalhamento, ocorre um movimento
perpendicular à direção da tensão:

● Apesar de hélice e aresta serem movimentos diferentes, a deformação plástica


resultante é a mesma (o mesmo “degrau” é formado).
● Todos materiais possuem discordâncias provenientes do processo de solidificação,
que aparecem durante a deformação plástica e tensões térmicas resultantes de um
resfriamento rápido.
● A ​densidade de discordâncias​ é expresso como o comprimento total de
discordâncias por unidade de volume.

Características das discordâncias


● Quando há deformação plástica, uma fração da energia de deformação é retida
internamente, essa energia de deformação está associada a discordâncias

➔ Os átomos imediatamente acima acima e


adjacentes à linha de discordância são pressionados
uns contra os outros, experimentando uma
deformação compressiva.
➔ Diretamente abaixo do semiplano os átomos
suportam uma deformação de tração.

● Para uma discordância em hélice, as deformações são somente de natureza


cisalhante.
● Os campos de deformação ao redor das discordâncias que se encontram próximas
podem interagir de tal forma que sejam impostas forças sobre elas.
➔ Duas discordâncias que possuem o
mesmo sinal e plano de escorregamento idêntico.
➔ Campos de compressão e tração para
ambas as discordâncias encontram-se do mesmo lado do
plano de escorregamento
➔ A interação do campo de deformação é tal
que existe uma força repulsiva mútua entre essas duas
discordâncias que tende a afastar uma da outra

➔ Discordâncias com sinais


opostos e que possuem o mesmo plano de
escorregamento serão atraídas uma para
outra
➔ Quando elas se encontrarem
irá ocorrer uma anulação das discordâncias.
(dois semiplanos adicionais irão se alinhar e
formar um plano completo)

Escorregamento em monocristais
● Discordâncias de aresta, hélice e mistas se movem em resposta a tensões de
cisalhamento aplicadas ao longo de um plano de escorregamento e em uma direção
de escorregamento.

➔ O escorregamento em um monocristal tem seu início no


sistema de escorregamento mais favoravelmente orientado quando a
tensão de cisalhamento atinge um valor crítico.
➔ O escorregamento pode acontecer ao longo de um número de
planos e direções equivalentes e mais favoravelmente orientados em
várias posições ao longo do comprimento da amostra.

Deformação plástica em materiais policristalinos


● Para cada grão o movimento da discordância ocorre ao longo do sistema de
escorregamento que tem orientação mais favorável
● metais policristalinos são mais resistentes que os monocristalinos, o que significa
maiores exigidas para dar início ao escorregamento

MECANISMOS DO AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS


● Importante para a compreensão dos mecanismos de aumento de resistência é a
relação entre o movimento das discordâncias e o comportamento mecânico dos
metais.
● A habilidade de um metal para se deformar plasticamente depende da habilidade
das discordâncias para se moverem
● As técnicas de aumento de resistência dependem de um princípio simples: ​restringir
ou impedir o movimento de discordâncias
Aumento da resistência pela redução no tamanho do grão
● Grãos adjacentes geralmente possuem direções cristalográficas diferentes e um
contorno de grão em comum. O contorno de grão funciona como uma barreira ao
movimento das discordâncias.
○ Uma vez que dois grãos possuem
diferentes orientações, uma discordância que passa
por um grão B terá que alterar a sua direção de
movimento. Isso se torna mais difícil à medida que a
diferença na orientação cristalográfica aumenta
○ A desordenação atômica no interior
de uma região de contorno de grão irá resultar em
uma descontinuidade de planos de escorregamento
de um grão para dentro do outro.

● Um material com grão menores é mais resistente uma vez que a área total de
contornos de grão para dificultar a movimentação das discordâncias é maior

Aumento da resistência por solução sólida


● Formação de ligas com átomos de impurezas que entram em soluções sólidas .
● O aumento da concentração de impurezas resulta num consequente aumento no
limite de resistência à tração.
● Os átomos de impurezas impõem deformações da rede cristalina sobre átomos
hospedeiros vizinhos

➔ um átomo de impureza que seja menor que


o átomo hospedeiro exerce deformações de tração
(migra para a região sob compressão)

➔ Átomo maior impõe deformações compressivas


sobre sua vizinhança (migra para a região sob tração)

● Movimentação desses átomos para se segregar ao redor das discordâncias


de maneira a reduzir a energia global de deformação

Aumento da resistência por trabalho a frio (encruamento)


● Fenômeno pelo qual um metal dúctil se torna mais duro e mais resistente quando
submetido a uma deformação plástica. (aumento de discordâncias e interações
repulsivas)
● Grau de deformação plástica como um percentual de trabalho a frio:

● O preço a ser pago pelo aumento da resistência é a ductibilidade do metal, que


diminui com o aumento do trabalho a frio
● As propriedades e estruturas podem reverter novamente aos seus estados
anteriores ao trabalho a frio mediante a um tratamento térmico (recozimento

➔ Após o trabalho a frio, quando há


o aumento de temperatura há uma
melhor difusão das discordâncias que
fará com que ocorra a liberação da
energia interna de deformação.
➔ Após a recuperação os grãos
ainda apresentam um estado de energia
elevado, e a recristalização vai levar a um
novo conjunto de grãos livres de
deformações (menores e eliminação de
defeitos) com baixas densidades de
discordâncias (formação de novos
núcleos) → restauração de propriedades
como maciez, o que torna o material
menos resistente, porém mais dúctil.
➔ A influência da temperatura de
recozimento sobre o limite de resistência
à tração e a ductibilidade de uma liga. O
tamanho de grão está indicado em
função da temperatura de recozimento.
As estruturas dos grãos durante os estágios de recuperação, recristalização e
crescimento de grão estão mostradas esquematicamente.
➔ O efeito das discordâncias tem mais efeito na resistência que o tamanho dos
contornos de grão

Referência
Callister W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução

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