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TESE DE DOUTORADO
SÃO PAULO
Novembro, 2008
i
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha esposa Luciana e a minha filha Júlia, sem as quais não
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador e amigo, Professor Dr. Marcelo Assumpção pela valiosa orientação no
desenvolvimento deste trabalho e pelo permanente estímulo e amizade, sem os quais
provavelmente hoje eu não seria um sismólogo e não teria uma visão científica plena.
Ao meu sócio e amigo, Professor Dr. Jesus Berrocal pela grande amizade e pelo apoio durante
toda a fase de escrita deste trabalho, e por estarmos juntos todos os dias superando novos
desafios na construção de uma empresa que visa o desenvolvimento de pesquisas e inovações na
área de geofísica no Brasil.
Agradeço à FAPESP pela bolsa de Doutorado Direto (03/12204-8) e pela reserva técnica
utilizada para a participação de congressos e trabalhos de campo. Agradeço a mesma agência de
fomento pelo apoio a abertura da BERROCAL VASCONCELOS, Soluções Geofísicas e
Tectônicas, através da flexibilidade dada formalmente para que eu participasse de forma ativa
nas atividades da empresa.
Gostaria de agradecer aos meus colegas de pós-graduação pelo companheirismo ao longo desses
quatro anos, em especial aos amigos de laboratório Marcelo Bianchi, George Sand França,
Thiago Nobre Costa, Iván Zevallos Abarca, Marcelo Peres Rocha, Meijan An, Mei Feng e
Marcus Vinicius Lima. Também gostaria de agradecer aos técnicos do Laboratório de
Sismologia, José Roberto Barbosa, Célia Fernandes, Cleusa Barbosa, Luis Galhardo e Dennis
Schramm, pelo suporte técnico e amizade.
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA i
AGRADECIMENTOS ii
RESUMO vi
ABSTRACT vii
LISTA DE TABELAS ix
LISTA DE ANEXOS x
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA 25
ANEXO I 126
ANEXO II 149
ANEXO IV 170
RESUMO
Neste trabalho foram estudados os mecanismos focais dos sismos de Belo Jardim-PE (2004),
Correntina-BA (2004) e Brasília (20/11/2000, 09:36:32 UT, 3,7 mb), e foram determinados os
tensores de esforços para a porção Leste do Lineamento Pernambuco, e para a porção central do
Cráton do São Francisco. Complementarmente foram avaliados 15 tensores de esforços da
porção ocidental da Placa Sul-Americana.
Os esforços estudados com sismos da região Andina mostram uma componente compressiva de
longo comprimento de onda e direção E-W, interpretada como devido principalmente às
compressões E-W exercidas pela Placa de Nazca. Esse esforço compressivo E-W sofre uma
rotação na Bacia do Amazonas, provavelmente devido ao efeito da flexura local provocada pela
carga de sedimentos da bacia e de intrusivas na crosta inferior segundo o modelo de Rift Pillow.
ABSTRACT
In this work we studied three focal mechanisms: Belo Jardim-PE (2004), Correntina-BA (2004)
and Brasilia (20/11/2000, 09:36:32 UT, 3,7 mb), and determined the stress tensors for the
Eastern portion of the Pernambuco Lineament, and for the central part of the São Francisco
Craton. In addition, 15 stress tensors of the sub-Andes were evaluated.
The seismic activity several segments of Pernambuco Lineament, always as seismic swarms,
especial in the neighborhoods of Belo Jardim, Tacaimbó, São Caetano and Caruaru cities, is
interpreted as a possible reactivation of a Precambrian weakness zone with seismogenic
potential. The Belo Jardim focal mechanism indicates a normal fault with E-W strike. The
stresses in Pernambuco Lineament were determined with three focal mechanisms and are
composed of a N-S extension and an E-W compression. The compression is interpreted as being
caused mainly by the Meso-Atlantic ridge-push, and the N-S extension could be due to
spreading stresses in the continent/ocean transition.
The Correntina-BA (2004) seismic activity started with three earthquakes with magnitudes
around 3,0 mb, recorded by BDFB station. Our study was carried several months after these
main events, and the local seismographic net recorded only small events with magnitudes less
than 0,9 MC. The Correntina focal mechanism indicates an inverse fault with NNE-SSW or
NNW-SSE strikes. This result was used together with Brasilia focal mechanism (inverse fault
with NW-SE strike) and the other three focal mechanisms, for stress determination in the central
portion of the São Francisco Craton, resulting in an E-W maximum principal compression and
vertical minimum compression. The E-W compression is interpreted as being caused mainly by
the Meso-Atlantic ridge-push.
The studied stress in the Andean region shows one compressive component of long wave length
and E-W direction, which is interpreted as being due mainly the E-W compression exerted by
the Nazca Plate and Meso-Atlantic ridge-push. This E-W compressive stress shows a rotation to
NW-SE in the Amazon Basin, probably explained by local flexure stress from lower-crust rift
pillow model.
Key words: Focal mechanism; Intraplate Seismicity; Lithospheric Intraplate stress; Surface
Waves Modeling; South American plate; Seismic swarm; Pernambuco Lineament.
LISTA DE FIGURAS
1.1: Dados de tensões disponíveis no Brasil, onde as barras pretas indicam a direção de SHMAX e
as setas brancas a do Shmin (dados observados), cujos símbolos, indicados na legenda na
parte superior direita, são: Eq.Inv - tensor de esforço com inversão de vários mecanismos
focais próximos; BO - direção do SHMAX obtida com break-outs em poços de petróleo
(média de vários poços próximos); FM - estimativa de SHMAX com apenas um mecanismo
focal (símbolos pretos foram obtidos a partir do eixo P de falha inversa, os brancos a partir
do eixo B de falha normal e os mistos a partir do eixo P de falha transcorrente); HF são
medidas de SHMAX com fraturamento hidráulico. Os símbolos coloridos da legenda CR96
model, são os esforços obtidos por Coblentz & Richardson (1996), sendo que a barra
vermelha indica compressão e seta amarela tração. Os resultados do presente trabalho não
estão incluídos nesta figura. Figura de Assumpção (1998c)............................................... 03
2.1: Modelo da Terra com vetores indicando os dois principais modelos para explicar a
movimentação das placas litosféricas. No modelo da esquerda as placas litosféricas se auto-
movimentariam, e no modelo da direita o manto transportaria a placa através de movimento
de convecção. A maioria dos trabalhos de modelagem global de esforços se propõe a
responder se realmente a movimentação das placas é um resultado autônomo ou depende
de um arraste basal do manto. Possivelmente o melhor modelo seja uma composição
complexa e não-única de vários fatores. Talvez uma composição mista de todos os
modelos, adicionada a fatores que ainda não conhecemos, seja uma boa aproximação
(figura de Bird, 2006).......................................................................................................... 06
2.2: Principais forças que compõem os esforços na litosfera. O empurrão da cadeia (ridge push)
é gerado pela elevação da cadeia meso-oceânica; o arraste basal (drag force) representa a
resistência oferecida pela astenosfera ao movimento da litosfera; a resistência à descida da
placa (slab drag) é ocasionada pela resistência à penetração da placa no manto; o puxão da
placa (slab pull) é a força gravitacional relativa à massa da placa subduzida; as células
locais de convecção denominadas slab roll back e trench suction ocorrem pela
movimentação para baixo do material mantélico que é esfriado pela placa; e a força de
resistência de colisão que é aplicada frontalmente na forma litosfera-litosfera e litosfera-
manto (collisional resistance).............................................................................................. 09
2.3: Tensões horizontais e suas relações com o fluxo do manto e movimentos das placas. Essas
tensões são compostas por duas contribuições: (a) Forças com origem na convecção do
manto ocasionada por heterogeneidades de densidade, e (b) forças opostas ao movimento
das placas. Em (c) é apresentado a somatória das forças exercidas na placa. No exemplo
são apresentados os efeitos causados por uma anomalia de densidade na porção oeste de
uma placa que se movimenta para oeste.............................................................................. 10
2.4: Forças e esforços associados à topografia dinâmica. As trações radiais (radial tractions) são
opostas às forças de empuxo (buoyancy forces), sendo que o balanço entre essas duas
forças produz uma topografia dinâmica hd. A topografia apresentada acima produz dois
tipos de esforços no interior da placa: esforços de membrana (membrane stresses) causados
pela extensão da placa, e esforços gravitacionais (gravitational stresses) gerados pelo
gradiente topográfico. Os esforços na litosfera são constantes em toda sua espessura, não
sendo considerados os esforços devido à curvatura da Terra, nem de flexura.................... 10
2.5: As barras representam as direções de SHMAX (CASMO, 2008; Heidback et al., 2004)
obtidas com inversão de dados de mecanismos focais e com a média de mecanismos focais.
As cores das barras indicando o regime tectônico dos esforços (verde para falhas
transcorrentes, azul para inversas e vermelho para normais). Os dados de breakouts (barras
pretas) não possibilitam a determinação do tipo de regime tectônico. Os tamanhos das
barras representam a qualidade dos esforços (de A a C). As cores do mapa representam a
topografia............................................................................................................................. 13
2.6: Mapa com os dados interpolados do World Stress Map (Lithgow-Bertelloni & Guynn,
2004). As barras representam a direção do SHMAX e cores o regime tectônico (verde para
falhas transcorrentes, azul para inversas e vermelho para normais). Os dados interpolados
eliminam características locais de alguns tensores de esforços e são ideais para modelagens
globais.................................................................................................................................. 14
2.7: Malha de elementos finitos empregada por Coblentz & Richardson (1996), para calcular o
campo de esforços na Placa Sul-Americana. Os elementos de cor cinza correspondem às
porções mais jovens da placa oceânica (YOL) e da margem continental (CML). Os outros
elementos representam as porções mais antigas da placa oceânica (OOL) e litosfera
continental (CL). As forças utilizadas são representadas pelas setas, que não estão em
escala. Os resultados de Coblentz & Richardson (1996) para esta malha são mostrados na
Figura 1.1............................................................................................................................. 20
2.8: À esquerda são apresentados os campos de esforços calculados com os modelos (a) TD0,
(b) LVC+ TD0, (c) SLB+TD0 e (d) TMG+TD0. À direita estão os resultados confrontados
com os dados interpolados do World Stress Map, sendo que as barras largas representam às
direções observadas, e as barras finas as calculadas. As cores respeitam o padrão da Figura
2.5 (vermelho=normal, azul=inverso, verde=transcorrente)............................................... 23
2.9: Direção teórica do SHMAX calculado com o melhor modelo Bird (1998). O modelo 97001
tem um erro médio de 32o na direção do SHMAX, e é composto por um arraste basal ativo
do manto nas porções continentais das placas (o manto carrega as placas). A topografia
também é considerada.......................................................................................................... 24
2.10: Compilação dos resultados dos 70 melhores modelos estudados por Bird (1998). Os
símbolos fechados (quadrados preenchidos) simbolizam modelos onde a subducção das
placas respeitam as velocidades do NUVEL-1, e os símbolos abertos (círculos) representam
modelos onde essas placas se movimentam sem vínculos. Os modelos onde o manto
inferior (400km) é estático não ajustam bem os dados (símbolos com a letra ‘S’). Os
melhores conjuntos de ajustes usam um fluxo do manto estimado com base no NUVEL-1
(símbolos com a letra ‘N’), e consideram o arraste da litosfera pelo manto apenas nas
porções continentais (‘C’). A letra ‘B’ considera o padrão de convecção do manto estimado
por Baumgardner (1988). Figura adaptada de Bird (1998)................................................. 24
3.1: Mapa de epicentros de Belo Jardim (esquerda) e corte M-N com os hipocentros
determinados com o HYPO71 (cinza) e HYPODD (vermelho). Nem todos os dados em
cinza (HYPO71) são apresentados em vermelho (HYPODD)............................................ 27
3.3: a) sismograma original do sismo de Brasília-DF, que é discutido na Seção 4.3. c) curva
preliminar de dispersão (pontos) da velocidade de grupo. b) sismograma filtrado, onde
foram isoladas as ondas de superfície. d) a curva final de dispersão. Em c) e d) as cores
representam a amplitude das envoltórias para cada período, e do lado é apresentado o
sismograma utilizado........................................................................................................... 30
3.4: Modelos de velocidade, VP/VS e densidade, usados como referência. Note que esses
modelos não são reais, e foram utilizados apenas como parâmetro de comparação........... 31
3.5: Relação entre a velocidade da onda P (VP) e a densidade para diversos tipos de rochas. As
linhas azuis tracejadas delimitam o erro proposto por Barton (1986) para a relação entre VP
e a densidade (BART). Os quadrados representam valores usados nos trabalhos dos sismos
de Friuli (FRIU), da montanha Borrego (BORR) e de Brawley (BRAW) citados em Bolt
(1987). Note que as relações lineares (CML1 e CML2) e não-linear (CMNL) propostas por
Christensen & Mooney (1995) ajustam bem apenas os valores com velocidade acima de 6,0
km/s...................................................................................................................................... 32
3.6: Influência do erro da densidade nas curvas de dispersão da velocidade de fase (C) e de
grupo (U) das ondas Rayleigh. O modelo de velocidade utilizado é apresentado na Figura
3.4, a razão VP/VS foi fixada em 1,732 para todas as camadas, e utilizamos Qα = 2,5 Qβ.
Admitiu-se uma densidade constante em todo o perfil (ρ = 2,73 g/cm3), e se aplicou um
erro de -1,0 a +1,0 g/cm3 nas densidades da primeira a terceira camada, com passo de 0,1
g/cm3. Note que a curva de dispersão da velocidade de fase é menos sensível a erros do
que a de velocidade de grupo............................................................................................... 33
3.7: Influência do erro da densidade nas curvas de dispersão da velocidade de fase (C) e de
grupo (U) das ondas Rayleigh. O modelo de velocidade utilizado é apresentado na Figura
16, a razão VP/VS foi fixada em 1,732 para todas as camadas, e utilizamos Qα = 2,5 Qβ.
Admitiu-se uma densidade constante em todo o perfil (ρ = 2,73 g/cm3), e se aplicou um
erro de -1,0 a +1,0 g/cm3 nas densidades da primeira a terceira camada, com passo de 0,1
g/cm3. Note que a curva de dispersão da velocidade de fase é menos sensível a erros do que
a de velocidade de grupo..................................................................................................... 34
3.9: Influência do VP/VS na curva de dispersão da vel. de fase de ondas Rayleigh (variou o VS).
Os erros variam de -0,10 a +0,10 no VP/VS de diferentes camadas (passo de 0,01)........... 35
3.10: Relação entre os planos de falha (vermelho) e o auxiliar (azul) com os quadrantes de
empurrão (+) e puxão (-) em torno do hipocentro de um sismo (estrela), com destaque as
polaridades das chegadas das ondas P em cada estação sismográfica (triângulos). Os raios
sísmicos (linhas verdes) com origem nas regiões (+) possuem polaridades positivas, e nas
regiões (-), negativas. Os traços pretos, sobre a superfície, representam os sismogramas
da componente vertical em cada estação. As setas pretas indicam o movimento relativo
dos blocos para uma falha inversa.................................................................................... 36
3.11: Ilustração do conceito de strike e dip de uma falha, e sua representação no estereograma
do hemisfério focal inferior, cujas cores de preenchimento representam regiões onde a
onda P tem polaridades positivas (preto) e negativas (branco). Esse tipo de diagrama é
conhecido como beachball. Os eixos P (compressão) e T (tração), para essa falha, são
representados pelas setas................................................................................................... 37
3.12: Representação de uma falha transcorrente com componente inversa, com strike de 40o, dip
de 70o e rake de +130o. As polaridades teóricas da onda P são representadas pelos
quadrados vermelhos (polaridades positivas) e pelos círculos azuis (polaridades
negativas), sendo que o tamanho do círculo é proporcional à amplitude da onda. O plano
de falha é dado pela linha continua e o auxiliar pela tracejada. Os eixos P e T são
indicados com letras pretas............................................................................................... 38
3.13: Os três principais tipos de falhas (de cima para baixo, temos respectivamente uma falha
normal, inversa e de componente transcorrente), e seus mecanismos focais.................... 39
3.14: Variação da forma da onda Rayleigh para diferentes direções da falha (strike), mergulhos
(dip), direções da estria (rake) e profundidade focal. A linha tracejada é o sismograma do
mecanismo focal com strike de 320o, mergulho de 30o, rake de -130o, e profundidade de 1
km. As linhas contínuas são os sismogramas para os diferentes parâmetros.................... 40
3.16: Cálculo do movimento do chão a partir do último traço da Figura 3.15 (sismograma com
ruído). Em 1) é apresentado o resultado obtido removendo o efeito da curva de resposta
do sensor, e em seguida é removida a tendência linear (2). Na terceira fase são testados
dois filtros passa alta, sendo o primeiro de 0,5 Hz e o segundo de 0,9 Hz. Em colorido é
apresentada a região onde ambos os sinais são comparados. A idéia é chegar na fase 3 o
mais próximo possível do sismograma real (linha tracejada)........................................... 42
4.1: a) Mapa da sismicidade do Nordeste. Os círculos são epicentros (Berrocal et al., 1984),
linhas finas são as principais falhas e zonas de cisalhamento, e as linhas cinzas grossas
representam os lineamentos Pernambuco (ao sul) e Patos (ao norte). A Província
Borborema está ao norte do Cráton do São Francisco (SFC) e a oeste da Bacia do
Parnaíba (PB). Triângulos representam os eventos magmáticos cenozóicos, e as bacias
sedimentares são a Potiguar (PotB), Araripe (ArB), Sergipe-Alagoas (SAB) e Tucano-
Jatobá (TJB). Parte do Lineamento Trans-Brasiliano é identificada por TBL e a batimetria
de 200m pela linha tracejada. Barras e setas representam os esforços da região. b) Os
lineamentos foram digitalizados a partir do modelo topográfico SRTM nas proximidades
do Lineamento Pernambuco. Os tons de cinza variam com a direção da mesma (diagrama
de tons). As principais feições do Lineamento Pernambuco são E-W (linhas pretas).
Feições menores de direções NE-SW (linhas cinza) são ofuscadas pelos grandes
lineamentos, mas podem ter papel fundamental na explicação da sismicidade na região.
Lineamentos de direção N-S são raros na região.............................................................. 45
4.2: a) Localização dos principais eventos ocorridos nos últimos anos no Lineamento
Pernambuco. Os epicentros de Belo Jardim são representados pelo círculo cinza e seu
4.3: Distribuição temporal dos sismos de Belo Jardim. O histograma mostra a atividade sísmica
diária registrada por uma estação regional em Caruaru, a 50 km dos epicentros. As estrelas
indicam a magnitude dos maiores eventos (mb > 2,5). O pequeno retângulo, localizado no
eixo horizontal, mostra o período de operação da rede sismográfica de Belo Jardim......... 47
4.4: Exemplo de uma seção sísmica com a componente vertical de todas as estações digitais,
com o tempo teórico de percurso (linha cinza) das ondas P e S. Os nomes das estações são
indicados à direita................................................................................................................ 47
4.5: Registro em três componentes (vertical, N-S e E-W, respectivamente) da estação BJ12 para
o evento da Figura 4.4, mostrando claramente a polaridade da onda P (negativa) e o
movimento da onda S.......................................................................................................... 48
4.6: Relação Freqüência-Magnitude para 447 eventos do enxame sísmico de Belo Jardim,
registrados em 10 dias (magnitude versus número acumulativo de eventos em escala
logarítmica). A equação representa o ajuste de reta considerando o limiar de
detectabilidade da rede local de 0,55 Mc............................................................................. 48
4.7: Registro da explosão na estação BJ01, com a marca da P. Os registros nas estações BJ02 e
BJ03 são em papel esfumaçado, e a precisão na leitura é de 0,05 seg................................ 49
4.8: Cálculo da hora de origem (Ho), segundo diferentes velocidades de P, usando os dados das
três estações sismográficas. A cruz e suas coordenadas indicam a melhor solução............ 50
4.9: Diagrama de Wadati elaborado com dados de 20 sismos (64 pontos). O melhor ajuste (linha
continua) representa uma razão VP/VS de 1,66 ± 0,01, com rms de S-P igual a 0,05 seg. A
linha tracejada representa o valor padrão de VP/VS, igual a 1,732...................................... 50
o melhor ajuste do plano de falha usando a posição dos sismos; abaixo: ângulo d
mergulho do melhor ajuste com um determinado strike. c) Projeção dos hipocentros em
um plano vertical ao longo da direção AB (melhor ajuste dos hipocentros) e da direção
MN (melhor plano de falha obtido com a solução do mecanismo focal)......................... 51
4.11: Soluções do mecanismo focal composto para os eventos de Belo Jardim satisfazendo
todas, com exceção de uma (próxima ao limite dos planos), polaridades e todos os dados
de log(S/P). O erro máximo do log(SH/P) é igual a 0,40. Círculos e cruzes representam,
respectivamente, dilatações e compressões do primeiro movimento de ondas P dos 10
sismos utilizados............................................................................................................... 52
4.12: O retângulo azul delimita a região de estudo, as linhas contínuas representam os limites
das principais províncias tectônicas: Cráton do São Francisco (SFC); Cráton do
Amazonas (AMC); e Bacia do Paraná (PB), linhas tracejadas são os limites políticos, e os
círculos brancos são os epicentros dos sismos com magnitude superiores a 3,0 (mb). O
catálogo de sismos empregado foi o Boletim Sísmico Brasileiro..................................... 54
4.13: Mapa geológico da região de Correntina (Andrade et al., 1981; Inda & Barbosa, 1978;
Moraes Filho, 1997).......................................................................................................... 55
4.15: Exemplos de sismogramas (componente vertical) registrados pela estação CRT1. Acima)
sismo do grupo de eventos próximo à rede sismográfica, e abaixo) sismo do segundo
grupo, a aproximadamente 35 km de distância................................................................. 57
4.16: Os traços pretos são os sismogramas, da componente vertical, de cinco eventos registrados
pela estação CRTB. Os traços vermelhos são os respectivos sismogramas filtrados com
um filtro match (Herrmann & Ammon, 2002), onde está isolada a maior parte das ondas
de superfície. As curvas de dispersão da velocidade de grupo utilizadas no processo de
filtragem são as mesmas utilizadas na determinação da curva da Figura 4.17................. 58
4.17: a) curva de dispersão (quadrados) obtida com a média das velocidades de grupo de 5
sismogramas da Figura 4.16, e suas respectivas barras de erro. A curva vermelha foi
obtida com o modelo final apresentado em b), e oferece um ótimo ajuste aos dados. b)
modelo inicial de velocidades (linha tracejada), e modelo determinado com a curva de
dispersão (linha azul) e um semi-espaço a partir de 1,2 km, determinado com testes de
determinações hipocentrais. Embora a porção cinza do modelo tenha sido determinada de
forma independente, este modelo final ajusta bem a curva de dispersão apresentada em a)
........................................................................................................................................... 59
4.18: Diagrama de Wadati com dados de 6 sismos (12 pontos). O melhor ajuste (linha
vermelha) representa uma razão VP/VS de 1,76 ± 0,02, com desvio padrão de 0,008 seg. A
linha tracejada representa o valor típico de VP/VS, igual a 1,732..................................... 59
4.25: a) sismograma original (cinza), e filtrado com um filtro match (preto) para isolar as ondas
de superfície. b) o sismograma preto é igual ao da figura a), e o traço vermelho é o
sismograma modelado. A área em azul indica a região onde o sismograma foi ajustado.
Estação CRTB................................................................................................................... 65
4.26: a) sismograma original (cinza), e filtrado com um filtro match (preto) para isolar as ondas
de superfície. b) o sismograma preto é igual ao da figura a), e o traço vermelho é o
sismograma modelado. A área em azul indica a região onde o sismograma foi ajustado.
Estação CRT3.................................................................................................................... 65
4.28: Mapa de sismicidade com epicentros representados por círculos cinza e estações
simográficas representadas por triângulos pretos. A localização da área é apresentada no
mapa da América do Sul (in set). O epicentro do sismo de Brasília é dado pela estrela. As
estações sismográficas próximas a NP são do reservatório de Nova Ponte, as próximas a
COR são do reservatório de Corumbá, a próxima a SM é do reservatório de Serra da
Mesa, BDFB é a estação sismográfica de Brasília e as estações PAZB e PORB foram
instaladas pelo projeto de estudos Tectônicos da Província Tocantins, financiado pela
FAPESP............................................................................................................................. 67
4.29: Mapa geológico das porções Central e Sudeste da Província Tocantins e borda ocidental
do Cráton do São Francisco, com a identificação de algumas cidades (quadrados brancos)
e do epicentro do sismo estudado (estrela). Note que o epicentro do sismo de Brasília se
encontra dentro da seqüência de margem passiva Neoproterozóica da Faixa Brasília..... 68
4.30: Comparação entre o sismograma registrado pela estação BDFB, mostrado em a) e como
sombra nas demais figuras, em b) sismograma com o filtro Match mostrando o sinal de
interesse (ondas Rayleigh), em c) sismograma anterior com filtro passa baixa e em d) com
filtro passa alta de 0,3 Hz. Os sismogramas apresentados em b) e d) são utilizados
posteriormente para modelagem....................................................................................... 69
4.31: Espectros de potência dos sismogramas apresentados na Figura 4.30. As letras e legendas
são as mesmas referenciadas nessa figura. O espectro do sismograma sintético calculado
com os parâmetros focais do sismo estudado, obtidos neste trabalho, é mostrado na linha
tracejada (e). Note que, nas baixas freqüências, o espectro (e) não é afetado pela onda
com pico em torno de 12 segundos nos sismogramas filtrados das Figuras 4.30b e 4.30c
........................................................................................................................................... 70
4.33: A linha tracejada é o sismograma observado filtrado com o filtro Match (Figura 4.30b), e
os demais traços são os sismogramas sintéticos obtidos com as melhores soluções de
mecanismo focal. As diferentes tonalidades dos traços indicam o ajuste do sismograma
sintético ao sismograma observado, sendo o melhor o traço preto .................................. 72
4.34: A linha tracejada é o sismograma filtrado com o filtro Match e posteriormente filtrado
com passa alta de 0,3 Hz (Figura 4.30d). Os demais traços são os sismogramas sintéticos
obtidos com as melhores soluções de mecanismo focal. As diferentes tonalidades dos
traços indicam o ajuste do sismograma sintético ao sismograma observado duplamente
filtrado, sendo o melhor o traço preto .............................................................................. 72
4.35: Melhores mecanismos focais obtidos utilizando a) o sismograma filtrado apenas com o
filtro match, e b) o sismograma filtrado com o filtro match e com um passa alta de 0,3 Hz.
As polaridades negativas são representadas por símbolos pretos e as positivas por
símbolos brancos. A seleção de mecanismos focais com o FOCMEC utilizou apenas as
quatro polaridades representadas pelos círculos. Os quadrados são polaridades de estações
não utilizadas pelo FOCMEC. As diferentes tonalidades dos planos de falha indicam o
ajuste dos sismogramas sintéticos aos sismogramas observados, sendo a melhor solução a
do traço preto..................................................................................................................... 73
4.36: Mapa das estações sismográficas (triângulos), epicentros (círculos) e poços da Faz.
Aparecida (círculos com marcas). Poços brancos possuem vazão inferior a 50 m3/h, cinza
com vazão entre 50 m3/h e 100 m3/h, e pretos com vazão superior a 100 m3/h. As
estações sismográficas da rede telemétrica são discriminadas em vermelho.................... 76
4.39: Análise dos erros do log(SH/P) para todas as soluções apresentadas na Figura 4.38a. Em
a) fica destacado em azul o baixo mergulho do possível plano de falha; em b) é possível
notar que todas as soluções indicam falha normal, com rake negativo; em c) a variação de
150º no strike, mostra apenas que se trata de um plano sub-horizontal; d) Direção do vetor
deslocamento (slip), indicando movimento de descida para SW...................................... 78
4.40: Mecanismo focal preliminar utilizado no cálculo dos sismogramas sintéticos usados na
avaliação das ondas de superfície dos sismos de Bebedouro. O mecanismo focal
representa uma falha sub-horizontal ou vertical............................................................... 79
4.41: Modelo simplificado de velocidade utilizado na geração dos sismogramas sintéticos para
avaliação das ondas de superfície em Bebedouro............................................................. 80
4.42: Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1), primeiro
(b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1) e a soma do sexto
ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à soma de todos os
sismogramas anteriores. À direita são apresentados os espectros dos respectivos
sismogramas. Esses resultados são relativos à distância epicentral de 5 km e profundidade
de 750 metros.................................................................................................................... 81
4.43: Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1), primeiro
(b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1) e a soma do sexto
ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à soma de todos os
sismogramas anteriores. À direita são apresentados os espectros dos respectivos
sismogramas. Esses resultados são relativos à distância epicentral de 10 km e
profundidade de 750 metros.............................................................................................. 82
4.44: Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1), primeiro
(b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1) e a soma do sexto
ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à soma de todos os
sismogramas anteriores. À direita são apresentados os espectros dos respectivos
sismogramas. Esses resultados são relativos à distância epicentral de 5 km e profundidade
de 500 metros.................................................................................................................... 83
4.45: Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1), primeiro
(b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1) e a soma do sexto
ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à soma de todos os
sismogramas anteriores. À direita são apresentados os espectros dos respectivos
sismogramas. Esses resultados são relativos à distância epicentral de 10 km e
profundidade de 500 metros.............................................................................................. 84
4.46: Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1), primeiro
(b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1) e a soma do sexto
ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à soma de todos os
sismogramas anteriores. À direita são apresentados os espectros dos respectivos
sismogramas. Esses resultados são relativos à distância epicentral de 5 km e profundidade
de 150 metros.................................................................................................................... 85
4.47: Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1), primeiro
(b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1) e a soma do sexto
ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à soma de todos os
sismogramas anteriores. À direita são apresentados os espectros dos respectivos
sismogramas. Esses resultados são relativos à distância epicentral de 10 km e
profundidade de 150 metros.............................................................................................. 86
4.48: Sismicidade do Brasil de 1724 a 2002. Os círculos são os epicentros dos sismos com
magnitude superior a 3,0 mb, os tons de cinza representam a topografia da região, e a
estrela vermelha representa o epicentro do sismo principal de Marapoama/Elisiário...... 88
4.49: Mapa com epicentros (círculos) de sismos com magnitude superior a 2,0 mb em um raio
de 200km da área de estudo. As cores representam a topografia da região, e a área de
estudo é limitada pelo retângulo azul................................................................................ 88
4.52: O sismo ocorrido em 21/Agosto foi registrado pelas três estações sismográficas, e seu
epicentro é representado pela estrela vermelha. Tons de cinza refletem os resíduos entre
os valores de S-P observados e teóricos, e a linha verde limita a área onde os
BackAzimutes das estações DOIS e TRES se interceptam. Note que o epicentro deste
evento é bem próximo do epicentro macrossísmico do sismo mais forte (06/08/2004)... 91
5.1: Inversão do tensor de esforço com três planos de falha (um de Belo Jardim e dois de
Caruaru). As setas pretas maiores indicam a direção do maior esforço horizontal, σ1 =
SHMAX; as setas cinzas são as direções do menor esforço principal, σ3 = Shmin. As linhas
finas são os planos de falha, as setas pequenas representam os rakes de cada falha e as
linhas grossas são a diferença entre os rakes observados e teóricos.................................... 95
5.2: Sismicidade e esforços no Nordeste, com destaque aos mecanismos focais utilizados para a
determinação dos esforços junto ao Lineamento Pernambuco. Os círculos são epicentros
(Berrocal et al., 1984; Boletim Sísmico Brasileiro, 2007), linhas finas são as principais
falhas e zonas de cisalhamento, e as linhas cinzas grossas são os lineamentos Pernambuco
(ao sul) e Patos (ao norte). Triângulos são os magmatismos Cenozóicos. As bacias
sedimentares são Potiguar (PotB), Araripe (ArB), Sergipe-Alagoas (SAB) e Tucano-Jatobá
(TJB). Parte do Lineamento Trans-Brasiliano é identificado por TBL e a batimetria de
200m pela linha tracejada.................................................................................................... 96
5.3: Mecanismos focais (beach balls) utilizados na determinação dos esforços na porção central
do Cráton do São Francisco, no limite dos estados de Minas Gerais, Bahia e Goiás. A linha
grossa representa os limites do Cráton do São Francisco.................................................... 98
5.4: Resultados para o tensor de esforço na porção Central do Cráton do São Francisco. As
linhas representam os planos de falhas dos sismos de Correntina-BA e Brasília-DF,
determinados neste trabalho, e dos sismos de Itacarambri-MG (Chimpliganond et al.,
2008), Manga-BA (Assumpção et al., 1990) e Encruzilhada-BA (Veloso, 1990). O losango
representa a máxima compressão s1, e o circulo representa a mínima compressão s3. As
setas representam o slip dos mecanismos focais, e a linha grossa representa a diferença
entre o rake observado e o calculado................................................................................... 98
5.5: Tensores de esforços (Tabela 5.2) estudados em detalhe nas Figuras 5.6 a 5.20. O esforço
principal σ1 sempre esteve próximo à horizontal e está relacionado a todos os SHMAX. Os
tensores T1, T2, T3, T4 e T9 possuem Shmin definido pelo esforço σ3, representando
regiões com tendência a transcorrência. Todos os outros esforços possuem σ2 próximo à
horizontal........................................................................................................................... 100
5.7: Dispersão da determinação do esforço T2. Legenda como na Figura 5.6......................... 101
5.8: Dispersão da determinação do esforço T3. Legenda como na Figura 5.6......................... 101
5.10: Dispersão da determinação do esforço T5. Legenda como na Figura 5.9....................... 102
5.11: Dispersão da determinação do esforço T6. Legenda como na Figura 5.9....................... 102
5.13: Dispersão da determinação do esforço T8. Legenda como na Figura 5.12..................... 103
5.14: Dispersão da determinação do esforço T9. Legenda como na Figura 5.12..................... 103
5.16: Dispersão da determinação do esforço T11. Legenda como na Figura 5.15................... 104
5.17: Dispersão da determinação do esforço T12. Legenda como na Figura 5.15................... 104
5.19: Dispersão da determinação do esforço T14. Legenda como na Figura 5.18................... 105
5.20: Dispersão da determinação do esforço T15, com apenas dois mecanismos focais. Legenda
como na Figura 5.18....................................................................................................... 105
6.1: Modelo de esforços determinado por Meijer & Wortel (1992). As barras vermelhas são as
direções de SHMAX e as amarelas são de Shmin, com σ3 horizontal. A estrela indica a
localização do esforço determinado no Lineamento Pernambuco. ................................... 107
6.2: Estimativa da direção dos esforços apenas com mecanismos focais (individuais). A cor das
barras representa: vermelho: falha normal; azul: falha inversa; verde: falha transcorrente. O
tamanho das barras representa a qualidade do mecanismo focal, sendo que os melhores
mecanismos focais são representados por barras maiores. A área (1) aponta para os dados
utilizados na determinação do tensor de esforço no Lineamento Pernambuco, e a área (2) os
dados da região do Cráton do São Francisco. Figura de Assumpção et al. (2008)........... 109
6.3: Estimativa da direção dos esforços com vários mecanismos focais. A cor das barras
representa: amarelo: tração; azul: compressão. Os esforços determinados neste trabalho são
indicados pelas áreas (1), no Lineamento Pernambuco, e (2) na parte central do Cráton do
São Francisco. Figura de Assumpção et al. (2008)........................................................... 110
LISTA DE TABELAS
4.1: Soluções finais para o mecanismo focal. Ambas as soluções têm ajuste semelhante.......... 64
4.2: Parâmetros dos mecanismos focais apresentados na Figura 4.34b. A coluna rms possui o
valor do rms entre as amplitudes do sismograma observado e do ajustado. O valor final é o
valor médio de cada parâmetro............................................................................................ 73
4.3: Resumo dos eventos estudados no período entre 18/08 e 01/09/2004. Ho é a hora UT de
origem do sismo, o rms representa o ajuste médio das diferenças S-P (em segundos), e o
Erroh é uma estimativa do erro do epicentro (em km). Dist. é a distância do epicentro à
usina Itajobi, e N é o número de estações que registraram o evento. A profundidade focal
foi fixa em 200 metros (dentro da camada de basalto)........................................................ 90
4.4: Parâmetros do evento determinados com dados macrossísmicos. A hora de origem tem um
erro da ordem de 10 minutos, e foi estimada considerando o primeiro chamado recebido
pelos Bombeiros, e o epicentro possui um erro da ordem de 5 km..................................... 92
LISTA DE ANEXOS
Capítulo 1
Introdução
O conhecimento dos esforços crustais é importante para o entendimento da sismicidade
intraplaca (Zoback, 1992a) e para o estudo da dinâmica das forças responsáveis pela
movimentação e deformação das placas litosféricas (Zoback, 1992b). Nesse contexto, o estudo
dos mecanismos focais é uma das ferramentas mais utilizadas na compreensão do campo de
esforços crustais, complementando outros tipos de informações como: a) medidas in-situ
(Cornet & Valette, 1984; Stock et al., 1985; Plumb & Hichman, 1985; Read et al., 1998;
Konietzky et al., 2001), que são mais precisas, mas geralmente muito superficiais e facilmente
afetadas por fatores locais como topografia (Haimson, 2004); b) medidas de break-out em
poços de petróleo, que medem apenas a orientação da tensão máxima horizontal, mas não sua
relação com a tensão vertical (Vernik & Zoback, 1992; Zajac & Stock, 1996; Lima et al.,
1997; Zoback, 2007); e c) medidas geológicas em estruturas quaternárias (Petit, 1987;
Dumont, 1993; Doblas, 1997), de difícil observação no campo (Hiruma et al., 2001).
A primeira estimativa de um padrão de esforços no Brasil foi feita por Mendiguren &
Richter (1978) mostrando predominância de tensões compressivas. Desde então, o campo de
esforços neotectônicos vem sendo estudado principalmente com mecanismos de sismos
(Assumpção & Suárez, 1988; Assumpção et al., 1997; Assumpção, 1992, 1998a, 1998b,
1998c; Abarca, 2001; Ferreira, 1997; França et al., 2004; Nascimento et al., 2004), análise
de break-outs em poços de sondagem da Petrobrás (Lima et al., 1997), e análise de estrias em
falhas recentes (Riccomini & Assumpção, 1999). Dados geológicos geralmente concordam
com outros tipos de dados, como no Nordeste (RN e PE) onde falhas recentes na costa indicam
compressão aproximadamente E-W (Bezerra & Vita-Finzi, 2000; Sousa & Bezerra, 2005),
porém na região Sudeste esses dados mostram um padrão mais variado (Riccomini &
Assumpção, 1999; Hiruma et al., 2001), provavelmente devido a variações temporais na
dinâmica da placa sul-americana durante o Quaternário.
Apesar desses estudos, o campo de tensões crustais no Brasil ainda é muito pouco
conhecido. A Figura 1.1 resume os dados de tensões disponíveis no Brasil, comparando-os ao
modelo teórico de Coblentz & Richardson (1996). Pode-se observar neste mapa que as tensões
crustais não são uniformes, podendo ser notada uma grande influência do efeito da costa
(tensões locais) sobreposto a um campo regional de longo comprimento de onda. Mesmo tendo
sido publicados alguns trabalhos sobre esforços no Brasil nos últimos anos, deve ser destacado
que dentre os quase duzentos tensores de esforços determinados na placa Sul-Americana
(Assumpção, 1992), apenas pouco mais de 20 amostram a porção brasileira. Isso nos mostra
que tudo o que sabemos sobre o campo de tensões crustais no Brasil, ainda é muito pouco
perante o tamanho da área de estudo. Assumpção (1998a) estudou o mecanismo focal de quatro
sismos pequenos do Sudeste, com magnitudes próximas de 3,0 mb, usando polaridades da onda
P e SH, e também a relação entre as amplitudes S/P emitidas pela fonte sísmica, resultando em
um tensor de esforço confiável na borda Sul do Cráton do São Francisco (Figura 1.1).
Infelizmente, muitos outros sismos pequenos que têm ocorrido no Brasil, muitas vezes com
magnitudes menores que 2,0 mb, não tiveram os seus mecanismos focais estudados devido ao
pequeno número de estações sismográficas atualmente existentes no país, o que impossibilita a
utilização das técnicas tradicionais baseadas nas ondas de corpo.
superfície e que é empregada no presente trabalho, a qual pode contribuir para o conhecimento
dos esforços no Brasil, mesmo considerando do baixo nível de atividade sísmica existente no
território nacional e o pequeno número de estações sismográficas.
Figura 1.1 – Dados de tensões disponíveis no Brasil, onde as barras pretas indicam a direção de
SHMAX e as setas brancas a do Shmin (dados observados), cujos símbolos, indicados
na legenda na parte superior direita, são: Eq.Inv - tensor de esforço com inversão
de vários mecanismos focais próximos; BO - direção do SHMAX obtida com break-
outs em poços de petróleo (média de vários poços próximos); FM - estimativa de
SHMAX com apenas um mecanismo focal (símbolos pretos foram obtidos a partir
do eixo P de falha inversa, os brancos a partir do eixo B de falha normal e os
mistos a partir do eixo P de falha transcorrente); HF são medidas de SHMAX com
fraturamento hidráulico. Os símbolos coloridos da legenda CR96 model, são os
esforços obtidos por Coblentz & Richardson (1996), sendo que a barra vermelha
indica compressão e seta amarela tração. Os resultados do presente trabalho não
estão incluídos nesta figura. Figura de Assumpção (1998c).
Capítulo 2
Tensões Intraplaca
Quando os conceitos de convecção do manto e tectônica de placas foram desenvolvidos,
acreditava-se que a convecção do manto era a grande responsável pela movimentação das placas
litosféricas, as quais se moviam de modo passivo (McKenzie, 1968, 1969b; Larson, 1991;
Rast, 1997; Sheridan, 1997). No decorrer da década de 1970, estudos mais sofisticados sobre a
convecção do manto mostraram que apenas uma fração do fluxo de calor da Terra se originava
no Núcleo, e que a maior parte das anomalias térmicas possivelmente teria origem no próprio
manto. A partir daí, os modelos numéricos mostraram pela primeira vez que as anomalias
térmicas geradas no manto poderiam soerguer as placas litosféricas, as quais se auto-
movimentariam e por conseqüência arrastariam frações do manto. Neste caso, o manto
ofereceria resistência ao movimento das placas litosféricas.
Esse conceito de placa autônoma considera que o movimento das placas é um efeito
direto do empurrão das dorsais meso-oceânicas (ridge push), explicando a causa do excesso de
compressão horizontal observado no fundo oceânico. Richardson & Coblentz (1994)
estimaram a magnitude dos esforços na Placa Sul-Americana com modelos numéricos que
explicam a transição entre o regime de esforço compressivo para extensivo na cota de 3.000
metros da Cordilheira Blanca, no Peru, e constatou-se que o esforço intraplaca da ordem de 25
MPa é compatível com a magnitude dos esforços causados pelo empurrão da cadeia meso-
atlântica para uma litosfera com espessura de 100 km.
Em 1979 surge um dos primeiros trabalhos de modelagem numérica com ajuste das
direções dos esforços principais (SHMAX) obtidos com soluções de mecanismos focais
(Richardson et al., 1979). Neste trabalho foram utilizados uma litosfera elástica de espessura
uniforme, e um manto que oferecia resistência ao movimento das placas. Infelizmente, a
idealização do problema não permitiu a predição e checagem das velocidades das placas.
Figura 2.1 – Modelo da Terra com vetores indicando os dois principais modelos para explicar a
movimentação das placas litosféricas. No modelo da esquerda as placas
litosféricas se auto-movimentariam, e no modelo da direita o manto transportaria a
placa através de movimento de convecção. A maioria dos trabalhos de modelagem
global de esforços se propõe a responder se realmente a movimentação das placas
é um resultado autônomo ou depende de um arraste basal do manto. Possivelmente
o melhor modelo seja uma composição complexa e não-única de vários fatores.
Talvez uma composição mista de todos os modelos, adicionada a fatores que ainda
não conhecemos, seja uma boa aproximação (figura de Bird, 2006).
gerados pela topografia. Porém essas estimativas dependem do grau de acoplamento entre o
manto e a litosfera (viscosidade da astenosfera).
O conhecimento dos esforços crustais é importante para responder essas questões ainda
em aberto na Tectônica de Placas (Zoback, 1992b), além de ser fundamental para o
entendimento da sismicidade intraplaca (Zoback, 1992a). Além desses fatores de caráter
tectônico, o estudo do campo de esforços crustais também é importante para: 1) determinar a
posição de perfuração de túneis e minas profundas para a prospecção de minérios, com o intuito
de garantir a estabilidade da rocha e a integridade da obra; 2) permitir avaliar a permeabilidade
de fraturas e, deste modo, inferir o fluxo de fluidos em sub superfície, sendo importante para a
geologia de petróleo e hidrogeologia (Stewart & Hancok, 1994); 3) avaliação de risco sísmico
para grandes obras de engenharia (Hasui & Mioto, 1992; Assumpção, 1998c); 4) identificação
de zonas propensas a sofrerem grandes terremotos e, quem sabe no futuro, executar predições
bem sucedidas de grandes terremotos (Keilis-Borok, 1990, 1999); entre outros estudos de
importância para a geofísica, geologia e engenharias.
Segundo Heidback et al. (2004), 75% dos tensores de esforços determinados no mundo
foram obtidos com mecanismos focais. O restante dos tensores de esforços foi determinado com
breakouts de poços de petróleo (17%), indicadores geológicos (4%), fraturamento hidráulico
(2%) e outros métodos (2%). Dentro desse contexto pode-se perceber que o estudo de
mecanismos focais é uma das ferramentas mais importantes no estudo do campo de esforços
crustais. Além disso, os tensores de esforços determinados com mecanismo focais são mais
representativos do que os ensaios geotécnicos, já que os movimentos de falhas não são regidos
por esforços extremamente locais, como os que deformam poços e túneis em áreas de poucos
metros quadrados.
Neste capítulo são apresentados os principais conceitos utilizados no estudo dos esforços
litosféricos, se discute as diferentes fontes que contribuem para a formação do campo de
esforços, apresentam-se os principais modelos numéricos do campo de esforços no mundo e na
placa Sul-Americana, e o atual estado de conhecimento sobre os esforços litosféricos no Brasil e
no Mundo.
esforços renováveis são os resultados das forças que atuam nas bordas das placas litosféricas e
da compensação isostática da litosfera, incluindo a topografia e toda a massa crustal. Os
esforços não renováveis incluem esforços de curvatura, de membrana e de origem térmica. Bott
& Kusznir (1984) destacam que apenas os esforços renováveis contribuem significativamente
para a atividade tectônica. Por outro lado, os esforços de curvatura e de origem térmica são
localmente importantes na subducção da litosfera. Vale ressaltar que os esforços de curvatura da
litosfera não são significativos no interior das placas, pois a litosfera é relativamente fina
quando comparada ao raio de curvatura da Terra (Lithgow-Bertelloni & Guynn, 2004).
As placas litosféricas se movem uma com relação à outra, devido às forças que atuam
em suas bordas e no interior, as quais são as principais causadoras do que chamamos de
esforços tectônicos (Figura 2.2). A energia acumulada na forma de deformações elásticas são as
causadoras dos terremotos. Embora os esforços renováveis sejam os grandes responsáveis pelas
atividades tectônicas, os esforços não-renováveis também provocam atividades sísmicas
localizadas. Um exemplo disso é a atividade sísmica na região de Bebedouro-SP (Yamabe et
al., 2005), que é gerada pelos esforços locais não-renováveis relacionados à camada de basalto.
Segundo Bott & Kusznir (1984) o esforço cisalhante na base da litosfera, provocado
pela força de arraste basal (ou drag force, Figura 2.2) que é gerado por células de convecção ou
outro mecanismo, oferece resistência ao movimento da placa litosférica, e pode ser pequeno
devido à baixa viscosidade da astenosfera. A amplitude máxima dos esforços cisalhantes na
base da litosfera depende da dimensão horizontal das células de convecção, por exemplo, uma
célula de convecção com dimensão da ordem de 4.000 km, atuando sob uma litosfera com 100
km de espessura, geraria esforços cisalhantes na base da litosfera da ordem de 1 MPa,
implicando em um esforço máximo da ordem de 40 MPa na litosfera (Schubert et al., 1978).
Por outro lado, deve-se considerar que as células de convecção em geral possuem dimensões de
apenas algumas centenas de quilômetros, e esse tipo de esforço possui magnitude muito menor.
As principais forças que geram esforços tectônicos são apresentadas na Figura 2.2, com
destaque a um arraste basal (drag force) oposto ao movimento da placa litosférica oceânica, e o
empurrão da cadeia meso-oceânica (ridge push), que gera compressão na placa litosférica
oceânica.
As células de convecção formadas pela descida do material rochoso que é esfriado pela
subducção da placa litosférica (trench suction e slab roll back), são localizadas dos dois lados
da placa subduzida e possuem sentidos opostos (Figura 2.2). O puxão da placa (slab pull), que
é ocasionado pelo seu peso, também favorece o movimento de subducção. Por outro lado, a
resistência do manto à entrada da placa (slab drag) dificulta o movimento de subducção.
Figura 2.2 - Principais forças que compõem os esforços na litosfera. O empurrão da cadeia
(ridge push) é gerado pela elevação da cadeia meso-oceânica; o arraste basal
(drag force) representa a resistência oferecida pela astenosfera ao movimento da
litosfera; a resistência à descida da placa (slab drag) é ocasionada pela
resistência à penetração da placa no manto; o puxão da placa (slab pull) é a força
gravitacional relativa à massa da placa subduzida; as células locais de convecção
denominadas slab roll back e trench suction ocorrem pela movimentação para
baixo do material mantélico que é esfriado pela placa; e a força de resistência de
colisão que é aplicada frontalmente na forma litosfera-litosfera e litosfera-manto
(collisional resistance). Figura de Weil (2008).
As forças apresentadas na Figura 2.2 são muito difíceis de serem utilizadas, da forma
descrita, para a modelagem dos esforços, e Lithgow-Bertelloni & Guynn (2004) utilizaram
uma abordagem bastante interessante para simplificar esse problema. Nesse trabalho, as tensões
horizontais geradas pelo fluxo do manto na base da litosfera também possuem duas origens
(Figura 2.3). A primeira é gerada por heterogeneidades de densidade (Figura 2.3a) e pode-se
dizer que é resultado da convecção do manto (drag force positiva), e a segunda pela resistência
do manto ao movimento absoluto da placa (drag force resistiva). Nesse último caso, os esforços
são proporcionais às velocidades locais da placa (Figura 2.3b). O resultado das duas
contribuições é apresentado na Figura 2.3c.
Figura 2.3 - Tensões horizontais e suas relações com o fluxo do manto e movimentos das
placas. Essas tensões são compostas por duas contribuições: (a) Forças com
origem na convecção do manto ocasionada por heterogeneidades de densidade, e
(b) forças opostas ao movimento das placas. Em (c) é apresentado a somatória
das forças exercidas na placa. No exemplo são apresentados os efeitos causados
por uma anomalia de densidade na porção oeste de uma placa que se movimenta
para oeste.
Figura 2.4 – Forças e esforços associados à topografia dinâmica. As trações radiais (radial
tractions) são opostas às forças de empuxo (buoyancy forces), sendo que o
balanço entre essas duas forças produz uma topografia dinâmica hd. A topografia
apresentada acima produz dois tipos de esforços no interior da placa: esforços de
membrana (membrane stresses) causados pela extensão da placa, e esforços
gravitacionais (gravitational stresses) gerados pelo gradiente topográfico. Os
esforços na litosfera são constantes em toda sua espessura, não sendo
considerados os esforços devido à curvatura da Terra, nem de flexura.
Os sismos intraplaca podem ser explicados pela reativação de zonas de fraquezas pré-
existentes, concentração de esforços, ou ambos (Sykes, 1978; Hinze et al., 1988; Johnston,
1989; Hauksson, 1991). Sykes (1978) propôs que as zonas de fraquezas localizadas em
ambiente intraplaca são o local do mais recente orógeno que afetou a área, e que as intrusões
alcalinas mais recentes podem ser usadas para identificação dessas zonas de fraqueza.
Hinze et al. (1988) fez uma revisão de vários modelos de concentração de esforços
baseado em: heterogeneidades, expansão/contração termal, deformação isostática/flexural.
Johnston (1989) atribuiu que muitos dos maiores terremotos (MW ≥ 6,0) em regiões
continentais estáveis, aproveitaram antigas zonas de fraqueza onde a crosta é mais fina, ou seja,
riftes antigos. Talwani e Rajendran (1991) mostraram que terremotos intraplaca estão
relacionados com a reativação de antigas zonas de fraqueza preexistentes e com concentração de
tensões devido à intersecção de diferentes estruturas (Gangopadhyay & Talwani, 2005;
Yamini-Fard et al., 2006). No SE do Brasil, Assumpção et al. (2004) mostraram com dados de
tomografia sísmica que as áreas com o maior nível de atividade sísmica, na porção Central e
Sudeste do Brasil, têm litosfera mais fina. Como discutido por Bott & Kusznir (1984), o
afinamento litosférico provoca a amplificação dos esforços na litosfera superior.
O World Stress Map (WSM - Figura 2.5) foi um projeto que envolveu pesquisadores de
diversas partes do mundo, e é composto por um banco de dados com mais de 13.800 dados
sobre os esforços tectônicos na porção superior da litosfera (Heidback et al., 2004), sendo parte
do International Lithosphere Programm (Zoback et al., 1989; Zoback, 1992a). Neste mapa, os
esforços são classificados segundo sua qualidade, em categorias A, B, C, D ou E. Os valores A,
B e C são bons (erros inferiores a ±15 o, ±20o e ±25o, respectivamente), D são dados imprecisos
(erros da ordem de ±40o) e E são dados ruins ou com erros desconhecidos (Heidbach et al.,
2004). Embora as soluções de mecanismos focais individuais sejam classificadas como B ou C,
os dados obtidos com a inversão do tensor de esforço com vários mecanismos focais (distintos)
podem ser classificados como A ou B.
Embora os dados sismológicos não sejam os mais precisos, são os mais representativos
dos esforços nas placas litosféricas, pois são geradas por forças que atuam sobre grandes áreas,
muitas vezes com milhares de metros quadrados, e a profundidades inacessíveis às medidas
geotécnicas. Ou seja, enquanto os esforços que geram os sismos atuam em falhas com dezenas
de metros a centenas de quilômetros, as medidas geotécnicas avaliam apenas os esforços
atuantes em regiões realmente pontuais, e na maioria das vezes muito superficiais (algumas
dezenas de metros). Vale destacar que apenas os dados sismológicos investigam grandes
profundidades, já que os dados de breakout se limitam aos primeiros cinco quilômetros da
crosta (Zoback et al., 1989; Zoback, 2007).
Os trabalhos que estudam as características regionais dos esforços de uma placa isolada
utilizam todos os dados de esforços disponíveis para uma determinada região (Stefanick &
Jurdy, 1992; Meijer et al., 1997; Coblentz et al. 1998; entre outros). Por outro lado, modelos
globais costumam utilizar dados interpolados, que têm menos influência de variações locais dos
esforços, e são mais representativos das características dos esforços com longos comprimentos
de onda (Bird, 1998; Lithgow-Bertelloni & Guynn, 2004 – veja exemplo na Figuras 2.6).
Segundo Bird & Li (1996), regiões com poucos dados, como o interior da América do Sul e
Austrália, não permitem uma boa interpolação dos esforços. Por outro lado, regiões onde ocorre
um número significativo de dados, como a porção central da região Andina, costa oeste da
América do Norte, Europa Ocidental, porção leste da África e a maior parte da China, os
tensores de esforços são bem determinados. As regiões onde os esforços são menos conhecidos
são as porções oceânicas distantes de bordas continentais ou bordas de placas.
Figura 2.5 – As barras representam as direções de SHMAX (CASMO, 2008; Heidback et al.,
2004) obtidas com inversão de dados de mecanismos focais e com a média de
mecanismos focais. As cores das barras indicando o regime tectônico dos
esforços (verde para falhas transcorrentes, azul para inversas e vermelho para
normais). Os dados de breakouts (barras pretas) não possibilitam a determinação
do tipo de regime tectônico. Os tamanhos das barras representam a qualidade dos
esforços (de A a C). As cores do mapa representam a topografia.
A Figura 2.6 mostra as direções de SHMAX do World Stress Map interpoladas por
Lithgow-Bertelloni & Guynn (2004), usando a metodologia de Bird & Li (1996), porém
levando em conta o regime de esforços tectônicos, que é um dado importante para a
compreensão dos esforços litosféricos. Note que os esforços (Figura 2.6) possuem direções
suavizadas, quando comparado o mapa original (Figura 2.5), mostrando de forma mais clara os
padrões de esforços no mundo.
Como se pode observar na Figura 2.6, a região Andina está sob compressão E-W,
possivelmente devido ao empurrão para Leste provocado pela subducção da Placa de Nazca e
pelo empurrão para Oeste da cadeia meso-Atlântica. Neste mapa também é possível perceber,
de forma mais discreta do que na Figura 2.5, os esforços extensivos nas regiões mais altas dos
Andes, e pode-se constatar que a porção Leste da África está sob um regime de esforços
extensivos, com mínima compressão horizontal (ou extensão) predominantemente perpendicular
ao Rift do Leste Africano, indicando desta forma uma direção de SHMAX paralela a esse rift.
Acima da região do Rift do Leste Africano pode-se notar que o Shmin possui direção N-S (dados
de breakouts de poços, ou seja, são dos sismos do rift - Figura 2.5), podendo indicar junto com
outros dados de esforços existentes na África (Figura 2.5), que a região se encontra
influenciada por esforços compressivos de direção E-W, com exceção da região no entorno do
Rift do Leste Africano.
Figura 2.6 – Mapa com os dados interpolados do World Stress Map (Lithgow-Bertelloni &
Guynn, 2004). As barras representam a direção do SHMAX e cores o regime
tectônico (verde para falhas transcorrentes, azul para inversas e vermelho para
normais). Os dados interpolados eliminam características locais de alguns
tensores de esforços e são ideais para modelagens globais.
sob esforços compressivos com direções de SHMAX obedecendo aos padrões dos esforços
compressivos gerados por diferentes zonas de subducção do pacifico Oeste.
resultados indicam que as direções de anisotropia sísmica são paralelas ao movimento da placa
na porção mais profunda da litosfera, e que acompanha a direção das bordas da área circular
mais espessa, o que parece bastante razoável. Uma das conclusões de Fouch et al. (2000) é que
o modelo de convecção do manto e o modelo de deformação da litosfera, não explicam sozinhos
a anisotropia sísmica e os esforços observados na parte Leste da América do Norte, havendo a
necessidade de uma composição desses dois modelos.
No Brasil há poucos dados de esforços (Figura 1.1 - Assumpção & Suárez, 1988;
Assumpção et al., 1997; Assumpção, 1992, 1998a, 1998b, 1998c; Abarca, 2001; Ferreira,
1997; França et al., 2004; Nascimento et al., 2004) para se comparar com os dados de
anisotropia sísmica (James & Assumpção, 1996; Assumpção et al., 2006), porém o padrão da
direção da anisotropia sísmica encontrado por Assumpção et al. (2006) é consistente com o
modelo de Fouch et al. (2000), mostrando que a direção do eixo rápido da onda S na Bacia do
Paraná é paralela ao movimento absoluto da Placa Sul-Americana, e que nas proximidades do
Cráton do São Francisco a direção do eixo rápido respeita o padrão mostrado no modelo
numérico de Fouch et al. (2000) para fluxo astenosférico no entorno de uma litosfera mais
espessa. Os dados de anisotropia sísmica no Brasil, em especial o padrão do fluxo astenosférico
no entorno do Cráton do São Francisco (Assumpção et al., 2006), são algumas das informações
que devem ser levadas em conta em futuros modelos numéricos para o cálculos dos esforços.
ocorrência de grandes sismos intraplaca, como os sismos de Nova Madri (Grana &
Richardson, 1996; Zoback & Richardson, 1996), que são os maiores sismos intraplaca
ocorridos em tempos históricos (Johnston & Kantor, 1990).
Uma boa compilação dos dados de esforços da Placa Sul-Americana é apresentada por
Abarca (2001), que utilizou 158 mecanismos focais de eventos com magnitudes superiores a
4,8 (mb) na determinação de 24 tensores de esforços na borda Andina da Placa Sul-Americana e
na porção Central do Brasil. Nesse trabalho é discutida uma componente regional de longo
comprimento de onda no campo de esforços no interior do continente, orientada
aproximadamente na direção E-W. Os regimes de esforços compressivos e transcorrentes
predominam, porém nas regiões alto-andinas os esforços na componente vertical são maiores
que nas componentes horizontais, o que é justificado pelo efeito gravitacional da massa
topográfica e da compensação isostática de uma crosta mais espessa, ocasionando falhamentos
normais. Na zona do maciço andino, acima de 3.000 metros de altitude, se tem reconhecido um
esforço extensional N-S, com SHMAX em geral E-W (Deverchère et al., 1989; Assumpção,
1992; Richardson & Coblentz, 1994; Abarca, 2001). Na porção Andina da placa Sul-
Americana, o padrão de fluxo mantélico é mais complexo do que na porção oriental da placa,
conforme discutido por Russo & Silver (1994) e Helffrich et al. (2002), e a influência do
arraste ou resistência basal oferecida pelo manto ao movimento da placa Sul-Americana é
bastante discutida e incerta, sendo conclusivo apenas que o fluxo do manto atua de forma ativa
na subducção da placa de Nazca.
Um dos estudos mais completos da atualidade sobre a origem dos esforços litosféricos é
o desenvolvido por Lithgow-Bertelloni & Guynn (2004), onde são calculados os esforços
induzidos por fluxos no manto, heterogeneidades crustais e topografia. Os resultados são
comparados com os dados interpolados do WSM. A modelagem de Bird (1998) é semelhante,
mas não tem a mesma riqueza de detalhes. Por outro lado, Bird (1998) além de analisar os erros
nas direções dos esforços, analisa os erros das velocidades das placas, tornando os resultados
mais robustos e deixando claro que o modelo de manto estático não produz bons ajustes. As
direções dos esforços calculadas por Bird (1998) e Lithgow-Bertelloni & Guynn (2004)
possuem erros de ajuste da ordem de 45º, porém os resultados ajudam a quantificar as
contribuições do fluxo do manto nos esforços litosféricos. Ambos os trabalhos dão grande
importância às contribuições do manto para os esforços litosféricos.
Esse tipo de modelagem é bastante utilizado, sendo em geral útil para descrever o
estado dos esforços nas placas, podendo inclusive servir como um método sofisticado de
interpolação de dados. Pode-se encontrar na literatura algumas dezenas de modelagens de
esforços regionais (Flesch et al., 2000; Govers & Meijer, 2001; Coblentz & Sandiford, 1994;
Stefanick & Jurdy, 1992; Richardson & Reding, 1991; entre outros), mas para esclarecer as
principais vantagens e desvantagens desse tipo de modelagem, iremos utilizar o trabalho de
Coblentz & Richardson (1996).
A malha de elementos finitos, utilizada por Coblentz & Richardson (1996) (Figura
2.7), contém quatro tipos de elementos litosféricos: (1) placa oceânica jovem, (2) antiga, (3)
margem continental e (4) litosfera continental. A litosfera oceânica jovem (com idade menor
que 66 Ma) possui modulo de Young mais baixo (3,5 GPa) que a litosfera oceânica antiga (7,0
GPa). No modelo de esforços de Coblentz & Richardson (1996) o arraste ou resistência basal
oferecida pela astenosfera é pouco importante para o campo de esforços. A maior incerteza
desse modelo vem do pouco conhecimento sobre as forças que atuam na borda oeste da placa
Sul-Americana.
Figura 2.7 – Malha de elementos finitos empregada por Coblentz & Richardson (1996), para
calcular o campo de esforços na Placa Sul-Americana. Os elementos de cor cinza
correspondem às porções mais jovens da placa oceânica (YOL) e da margem
continental (CML). Os outros elementos representam as porções mais antigas da
placa oceânica (OOL) e litosfera continental (CL). As forças utilizadas são
representadas pelas setas, que não estão em escala. Os resultados de Coblentz &
Richardson (1996) para esta malha são mostrados na Figura 1.1.
Outro fator considerado por Lithgow-Bertelloni & Guynn (2004) é a estimativa das
tensões geradas pelo manto na litosfera, usando dois modelos de heterogeneidades: um baseado
na história das subducções dos últimos 180 Ma (modelo chamado de SLB+TD0, Figura 2.8b),
o qual tem tido sucesso na reprodução do geóide atual (Ricard et al., 1993) e na predição das
velocidades das placas no Cenozóico (Lithgow-Bertelloni & Richards, 1998), e o outro
modelo baseado em tomografias sísmicas (Grand et al., 1997 – esse modelo é chamado de
TMG+TD0, Figura 2.8c). Um modelo similar ao SLB+TD0, mas com um canal de baixa
viscosidade (módulo de Young menor), é o LVC+TD0 (Figura 2.8d). A diminuição da
viscosidade apresentada no modelo LVC+TD0 permite reduzir o acoplamento existente entre o
manto profundo e a superfície.
aos de Steinberger et al. (2001), mas optaram em dividir a contribuição do fluxo do manto para
o campo de esforços em tensões basais horizontais e radiais.
O modelo de elementos finitos usado por Bird (1998) é menos detalhado que o
Lithgow-Bertelloni & Guynn (2004) para as contribuições do manto, usando apenas um
modelo de fluxo baseado em observações do NUVEL-1 (DeMets et al., 1990). Esse modelo é
bastante simples, mas fornece fortes indícios de que o manto contribui ativamente com o campo
de esforços litosféricos nas porções continentais. A influência do fluxo do manto na litosfera
oceânica é menor do que na continental, pois é mais difícil movimentar uma placa com uma
base homogênea, a qual oferece pouca resistência ao fluxo do manto. Deste modo, o empurrão
da cadeia é o principal causador dos esforços compressivos observados na litosfera oceânica e
nas porções continentais próximas ao oceano. Na parte continental a contribuição do manto para
o campo de esforços é cerca de 2-4 vezes maior que a contribuição litosféricas. Com modelos
diferentes, Lithgow-Bertelloni & Guynn (2004) chegaram às mesmas conclusões
O melhor modelo de Bird (1998), apresentado na Figura 2.9, usa o fluxo do manto e a
topografia no cálculo do campo de esforços. A Figura 2.10 mostra a compilação dos resultados
de Bird (1998), e mostra que os modelos com manto estático oferecem os piores ajustes, e que
os modelos que respeitam o NUVEL-1 oferecem boas soluções.
a.1) a.2)
b.1) b.2)
c.1) c.2)
d.1) d.2)
Figura 2.8 – À esquerda são apresentados os campos de esforços calculados com os modelos
(a) TD0, (b) SLB+TD0, (c) TMG+TD0 e (d) LVC+ TD0. À direita estão os
resultados confrontados com os dados interpolados do World Stress Map, sendo
que as barras largas representam às direções observadas, e as barras finas as
calculadas. As cores respeitam o padrão da Figura 2.5 (vermelho=normal,
azul=inverso, verde=transcorrente).
Figura 2.9 - Direção teórica do SHMAX calculado com o melhor modelo Bird (1998). O modelo
97001 tem um erro médio de 32o na direção do SHMAX, e é composto por um
arraste basal ativo do manto nas porções continentais das placas (o manto carrega
as placas). A topografia também é considerada.
Figura 2.10 - Compilação dos resultados dos 70 melhores modelos estudados por Bird (1998).
Os símbolos fechados (quadrados preenchidos) simbolizam modelos onde a
subducção das placas respeitam as velocidades do NUVEL-1, e os símbolos
abertos (círculos) representam modelos onde essas placas se movimentam sem
vínculos. Os modelos onde o manto inferior (400km) é estático não ajustam bem
os dados (símbolos com a letra ‘S’). Os melhores conjuntos de ajustes usam um
fluxo do manto estimado com base no NUVEL-1 (símbolos com a letra ‘N’), e
consideram o arraste da litosfera pelo manto apenas nas porções continentais
(‘C’). A letra ‘B’ considera o padrão de convecção do manto estimado por
Baumgardner (1988). Figura adaptada de Bird (1998).
Capítulo 3
Metodologia
3.1 Determinação Hipocentral
Quando um sismo é registrado por apenas uma estação sismográfica, utilizamos 1) o
movimento de partícula do chão, que permite determinar o BackAzimute (θev, em graus) do
evento, e 2) a diferença entre os tempos das ondas P e S, que chamamos de S-P, que permite
determinar a distância epicentral (∆, em quilômetros) do evento através da Equação 3.1,
considerando VP de 6,1 km/s e VP/VS igual a 1,732.
∆
8,3
(3.1)
,
sin /57,3 (3.2)
∆
# #
,
cos /57,3 (3.3)
método consiste em uma linearização da equação do tempo residual, obtido pela diferença entre
os tempos observados e calculados das ondas sísmicas, com uma série de Taylor de primeira
ordem. Desta forma, o hipocentro é obtido de forma iterativa com auxílio de uma busca
direcionada. Uma discussão detalhada sobre a formulação do método de Geiger é encontrada no
manual do programa HYPO71 (Lee & Lahr, 1975).
Uma das limitações do HYPODD é que não podemos estudar eventos com um grande
número de S-P, e poucas leituras absolutas de P e S. Como se pode observar na Figura 3.1, nem
todos os eventos foram re-locados com o HYPODD.
Figura 3.1 - Mapa de epicentros de Belo Jardim (esquerda) e corte M-N com os hipocentros
determinados com o HYPO71 (cinza) e HYPODD (vermelho). Nem todos os
dados em cinza (HYPO71) são apresentados em vermelho (HYPODD).
gaussiano (α). Os melhores valores de α são discutidos por Herrmann & Ammon (2002),
sendo que 25 é um bom valor para sismos com distâncias epicentrais de 1000 km, 2,5 é bom
para sismos a 100 km, e abaixo para sismos com distâncias menores que 10 km os valores são
inferiores a 0,25. Para Correntina-BA, com distância epicentral de 5,1 km, foi utilizado um α de
0,05, e para o sismo de Brasília, que tem distância epicentral de 61 km, foi utilizado um α de
1,20 (Figura 3.3).
O programa DO_MFT utiliza a curva de dispersão obtida para executar um filtro match
que separa do sismograma original (Figura 3.3a), as ondas de superfície (Figura 3.3b). Em
seguida, costuma-se executar o DO_MFT uma segunda vez, com o sismograma filtrado (Figura
3.3b), para se determinar uma curva de dispersão sem a influência das ondas de corpo (Figura
3.3d), que é um pouco mais precisa e suavizada do que a curva de dispersão determinada
originalmente (Figura 3.3c).
Embora o SURF96 permita executar a modelagem das curvas de dispersão das ondas
Rayleigh e Love simultaneamente, o modelo resultante para o sismo de Brasília não ajustou
Figura 3.3 – a) sismograma original do sismo de Brasília-DF, que é discutido na Seção 4.3. c)
curva preliminar de dispersão (pontos) da velocidade de grupo. b) sismograma
filtrado, onde foram isoladas as ondas de superfície. d) a curva final de dispersão.
Em c) e d) as cores representam a amplitude das envoltórias para cada período, e
do lado é apresentado o sismograma utilizado.
A relação entre VP e ρ foi um preocupação inicial, pois como destacado por Hinze
(2003), muitos trabalhos utilizam uma densidade de 2,67 g/cm3 para a crosta superior, mas
muitas vezes esse valor não é o mais representativo do meio, ainda mais quando realizam-se
estudos locais, como os apresentados nesta Tese. Por isso, trabalhos mais recentes, como o de
Ortiz et al. (2002), utilizam relações entre a densidade e a velocidade da onda P para
estabelecer a densidade de regiões cobertas por capas sedimentares (ρ = 2,15 ± 0,12 g/cm3), e/ou
com embasamento com densidades maiores do que o normal, como o de regiões com
embasamento de Pizarras (ρ = 2,74 ± 0,06 g/cm3).
Figura 3.4 - Modelos de velocidade, VP/VS e densidade, usados como referência. Note que
esses modelos não são reais, e foram utilizados apenas como parâmetro de
comparação.
O trabalho de Christensen & Mooney (1995) enfatiza uma excelente correlação entre
as velocidades de ondas P e a densidade de rochas comuns na crosta, e fornece três relações
velocidade-densidade para os primeiros 10 km da crosta. A primeira e a segunda relação são
dadas por equações lineares, sendo que a Equação 3.4 foi determinada com dados de todos os
tipos de rochas disponíveis, e a Equação 3.5 desconsiderou as rochas vulcânicas e
monomineralicas. A Equação 3.6 é não-linear, e só é válida para rochas com VP maior que 4,0
km/s.
& 0,9893 0,2891 + (3.4)
estimativas de Christensen & Mooney (1995) são as menos adequadas para a porção mais rasa
da crosta superior.
Como pode ser observado na Figura 3.5 a relação entre VP e ρ utilizada por Herrmann
& Ammon (2002) é bastante representativa dos dados encontrados na literatura, e a influência
de um eventual erro de densidade foi analisada com os gráficos apresentados nas Figuras 3.6 e
3.7, onde são apresentadas as curvas de velocidade de fase (C) e de grupo (U) para casos onde
se variou a densidade de cada uma das camadas do modelo da Figura 3.4 entre 1,73 e 3,73
g/cm3.
Figura 3.5 – Relação entre a velocidade da onda P (VP) e a densidade para diversos tipos de
rochas. As linhas azuis tracejadas delimitam o erro proposto por Barton (1986)
para a relação entre VP e a densidade (BART). Os quadrados representam valores
usados nos trabalhos dos sismos de Friuli (FRIU), da montanha Borrego (BORR)
e de Brawley (BRAW) citados em Bolt (1987). Note que as relações lineares
(CML1 e CML2) e não-linear (CMNL) propostas por Christensen & Mooney
(1995) ajustam bem apenas os valores com velocidade acima de 6,0 km/s.
Como se pode observar nas Figuras 3.6 e 3.7, a velocidade de grupo é mais sensível a
modificações do modelo do que a velocidade de fase, implicando que se o erro da velocidade de
grupo for semelhante ao da velocidade de fase. Por outro lado, é possível se observar que as
curvas de dispersão são mais sensíveis às variações de velocidade (Figura 3.8) do que de
densidade (Figuras 3.6 e 3.7) ou da razão VP/VS (Figura 3.9).
Quanto à profundidade de investigação das ondas de superfície, sabe-se que ela depende
do período da onda (T) e da velocidade de fase (C), e sua penetração é menor que o seu
comprimento de onda. Deve-se considerar que sismos com distâncias epicentrais menores
possuem períodos menores que os eventos mais distantes, e conseqüentemente possuem
resolução maior na parte superior do modelo, mas com pouca penetração, ao contrário dos
eventos com distâncias epicentrais maiores.
Observando-se as Figuras 3.6 e 3.7, foi possível constatar que o período onde há a
maior variação da velocidade de grupo multiplicado pela sua velocidade, indica que a
profundidade máxima de investigação em geral é inferior a 1/3 desse valor. Essa observação
empírica foi utilizada como uma aproximação para se definir uma profundidade razoável de
investigação.
Figura 3.6 - Influência do erro da densidade nas curvas de dispersão da velocidade de fase (C) e
de grupo (U) das ondas Rayleigh. O modelo de velocidade utilizado é apresentado
na Figura 3.4, a razão VP/VS foi fixada em 1,732 para todas as camadas, e
utilizamos Qα = 2,5 Qβ. Admitiu-se uma densidade constante em todo o perfil (ρ =
2,73 g/cm3), e se aplicou um erro de -1,0 a +1,0 g/cm3 nas densidades da primeira a
terceira camada, com passo de 0,1 g/cm3. Note que a curva de dispersão da
velocidade de fase é menos sensível a erros do que a de velocidade de grupo.
Figura 3.7 - Influência do erro da densidade nas curvas de dispersão da velocidade de fase (C) e
de grupo (U) das ondas Rayleigh. O modelo de velocidade utilizado é apresentado
na Figura 16, a razão VP/VS foi fixada em 1,732 para todas as camadas, e
utilizamos Qα = 2,5 Qβ. Admitiu-se uma densidade constante em todo o perfil (ρ =
2,73 g/cm3), e se aplicou um erro de -1,0 a +1,0 g/cm3 nas densidades da primeira a
terceira camada, com passo de 0,1 g/cm3. Note que a curva de dispersão da
velocidade de fase é menos sensível a erros do que a de velocidade de grupo.
a) b) c)
d) e) f)
a) b) c)
d) e) f)
Figura 3.9 - Influência do VP/VS na curva de dispersão da vel. de fase de ondas Rayleigh
(variou o VS). Os erros variam de -0,10 a +0,10 no VP/VS de diferentes camadas
(passo de 0,01).
A movimentação dos blocos em cada lado de um plano de falha geológica gera ondas P
cujo primeiro movimento pode ser para frente (de "empurrão" ou "positivo") ou para trás
("puxão" ou "negativo"), conforme exemplificado na Figura 3.10. Desta forma, se um sismo for
registrado por muitas estações em diferentes direções e distâncias, é possível se determinar as
direções do plano da falha e do plano auxiliar, e assim conhecer o mecanismo focal do sismo.
Além da polaridade da onda P, também se pode usar as polaridades das ondas S, apesar de
serem mais difíceis de medir nos sismogramas.
Figura 3.10 – Relação entre os planos de falha (vermelho) e o auxiliar (azul) com os quadrantes
de empurrão (+) e puxão (-) em torno do hipocentro de um sismo (estrela), com
destaque as polaridades das chegadas das ondas P em cada estação sismográfica
(triângulos). Os raios sísmicos (linhas verdes) com origem nas regiões (+)
possuem polaridades positivas, e nas regiões (-), negativas. Os traços pretos,
sobre a superfície, representam os sismogramas da componente vertical em cada
estação. As setas pretas indicam o movimento relativo dos blocos para uma falha
inversa.
Os parâmetros que definem o mecanismo focal de um sismo são (Aki & Richards,
1980): (1) a orientação da falha ou strike, que é o ângulo entre o norte geográfico e a direção da
linha de falha na superfície (valores entre 0º e 360º); (2) dip ou mergulho, que é o ângulo
medido desde a superfície até o plano de falha (valores entre 0º e 90º); e (3) o rake ou ângulo do
vetor deslocamento (slip), que é o ângulo formado entre a direção da falha e a direção para onde
o bloco superior (teto) escorregou (valores entre -180º e 180º). O plano de falha e o rake
definem um plano auxiliar, que junto com o plano de falha divide a região no entorno do
hipocentro em quatro quadrantes, conforme exemplificado na Figura 3.11, e convenciona-se
pintar o quadrante dos empurrões da onda P de preto, e os dos puxões da onda P de branco. Por
esse motivo o diagrama utilizado para representar um mecanismo focal é chamado de beachball
ou "bola de praia".
Figura 3.11 - Ilustração do conceito de strike e dip de uma falha, e sua representação no
estereograma do hemisfério focal inferior, cujas cores de preenchimento
representam regiões onde a onda P tem polaridades positivas (preto) e negativas
(branco). Esse tipo de diagrama é conhecido como beachball. Os eixos P
(compressão) e T (tração), para essa falha, são representados pelas setas.
Figura 3.12 - Representação de uma falha transcorrente com componente inversa, com strike de
40o, dip de 70 o e rake de +130o. As polaridades teóricas da onda P são
representadas pelos quadrados vermelhos (polaridades positivas) e pelos círculos
azuis (polaridades negativas), sendo que o tamanho do círculo é proporcional à
amplitude da onda. O plano de falha é dado pela linha continua e o auxiliar pela
tracejada. Os eixos P e T são indicados com letras pretas.
Neste trabalho foi utilizado o programa FOCMEC (Snoke et al., 1984; Snoke, 2003)
para o estudo de mecanismo focal com ondas de corpo, o qual utiliza o método de Kisslinger
(1980) e Kisslinger et al. (1982). Os parâmetros de entrada do FOCMEC são: (1) número de
erros de polaridades aceitáveis em uma solução, (2) o módulo do erro entre as razões de
amplitude log(SH/P) observadas e teóricas, (3) o número de erros permitidos na razão SH/P, e
(4) a região da esfera focal a ser pesquisada (limites dos três ângulos de busca), com os seus
respectivos passos de busca. O programa também requer a razão VP/VS, para a utilização das
ondas S.
A Figura 3.13 mostra diferentes tipos de falhas e seus respectivos mecanismos focais
representados com beachballs. Uma forma fácil de identificar o tipo de falhamento é
observando a cor presente no preenchimento da área central do beachball, ou seja, se a cor
central for branca a componente normal é mais forte do que a componente transcorrente, e se a
cor for preta a componente inversa é mais forte do que a componente transcorrente. As falhas
inversas tendem a ser causadas por esforços compressivos horizontais fortes (σ1 horizontal), e as
falhas normais por esforços compressivos verticais fortes (σ1 vertical).
Figura 3.13 - Os três principais tipos de falhas (de cima para baixo, temos respectivamente uma
falha normal, inversa e de componente transcorrente), e seus mecanismos focais.
Figura 3.14 - Variação da forma da onda Rayleigh para diferentes direções da falha (strike),
mergulhos (dip), direções da estria (rake) e profundidade focal. A linha tracejada
é o sismograma do mecanismo focal com strike de 320o, mergulho de 30o, rake
de -130o, e profundidade de 1 km. As linhas contínuas são os sismogramas para
os diferentes parâmetros.
De forma iterativa, os hipocentros refinados são utilizados para se determinar uma nova
curva de dispersão, que é utilizada para isolar novamente as ondas de superfície do sismograma
original com um filtro match. Como a profundidade focal em geral é pouco precisa, são
executadas novas determinações com variações da profundidade focal. Para cada determinação
hipocentral é gerado um arquivo com os ângulos de saída das ondas sísmicas, utilizados para se
determinar um grupo de soluções associadas a esta profundidade.
Para finalizar é utilizado o programa X-FOC, desenvolvido neste trabalho (ANEXO III)
e discutido a seguir, para comparar as diversas soluções (strike, mergulho, rake e profundidade
focal) com o sismograma observado. Para finalizar é selecionado o resultado que apresenta o
melhor ajuste das ondas de superfície.
Figura 3.16 - Cálculo do movimento do chão a partir do último traço da Figura 3.15
(sismograma com ruído). Em 1) é apresentado o resultado obtido removendo o
efeito da curva de resposta do sensor, e em seguida é removida a tendência
linear (2). Na terceira fase são testados dois filtros passa alta, sendo o primeiro
de 0,5 Hz e o segundo de 0,9 Hz. Em colorido é apresentada a região onde
ambos os sinais são comparados. A idéia é chegar na fase 3 o mais próximo
possível do sismograma real (linha tracejada).
Capítulo 4
A região de estudo está inserida na Província Borborema que é a região de maior nível
de atividade sísmica do Brasil (Figura 4.1a), havendo registros de tremores de terra em Belo
Jardim, no Boletim Sísmico Brasileiro, que datam de 1984. A Província Borborema é limitada a
leste pelo oceano Atlântico, a oeste pela bacia do Parnaíba e a sul pelo Cráton do São Francisco,
sendo uma região com formações supracrustais extensamente deformadas por tectonismo e
magmatismo policíclico (Brito Neves et al., 1999, 2000).
Figura 4.1 - a) Mapa da sismicidade do Nordeste. Os círculos são epicentros (Berrocal et al.,
1984), linhas finas são as principais falhas e zonas de cisalhamento, e as linhas
cinzas grossas representam os lineamentos Pernambuco (ao sul) e Patos (ao norte).
A Província Borborema está ao norte do Cráton do São Francisco (SFC) e a oeste
da Bacia do Parnaíba (PB). Triângulos representam os eventos magmáticos
cenozóicos, e as bacias sedimentares são a Potiguar (PotB), Araripe (ArB),
Sergipe-Alagoas (SAB) e Tucano-Jatobá (TJB). Parte do Lineamento Trans-
Brasiliano é identificada por TBL e a batimetria de 200m pela linha tracejada.
Barras e setas representam os esforços da região. b) Os lineamentos foram
digitalizados a partir do modelo topográfico SRTM nas proximidades do
Lineamento Pernambuco. Os tons de cinza variam com a direção da mesma
(diagrama de tons). As principais feições do Lineamento Pernambuco são E-W
(linhas pretas). Feições menores de direções NE-SW (linhas cinza) são ofuscadas
pelos grandes lineamentos, mas podem ter papel fundamental na explicação da
sismicidade na região. Lineamentos de direção N-S são raros na região.
Ferreira et al.
(1998)
Ferreira et al.
(2008)
Figura 4.2 - a) Localização dos principais eventos ocorridos nos últimos anos no Lineamento
Pernambuco. Os epicentros de Belo Jardim são representados pelo círculo cinza e
seu mecanismo focal determinado neste trabalho, sendo discutido posteriormente.
Os outros dois mecanismos focais de Caruaru-PE foram estudados por Ferreira et
al. (1998; 2008). b) Estações usadas no presente estudo da sismicidade de Belo
Jardim. Os triângulos brancos e pretos são estações analógicas e digitais,
respectivamente. A estrela é uma explosão de pedreira que foi usada no estudo do
modelo de velocidade da região. Os círculos são os epicentros dos sismos de Belo
Jardim (próximo a BJ10) e Tacaimbó (próximo a cidade). Em ambos os mapas, os
tons de cinza representam a topografia, com iluminação NW-SE.
A Figura 4.3 mostra o número de eventos diários, com magnitudes acima de 2,4 mb,
registrados por uma estação regional localizada a 50 km dos epicentros, na cidade de Caruaru. O
enxame sísmico de Belo Jardim foi classificado como Tipo III, segundo Mogi (1963), no qual
há um aumento gradual no número e na magnitude dos eventos, com posterior diminuição após
certo período sem ocorrência de um sismo predominante.
O estudo da sismicidade de Belo Jardim foi realizado com uma rede local de 12
estações sismográficas (Figura 4.2), instalada durante 10 dias (entre 13 e 22 de novembro de
2004), sendo composta por seis estações analógicas com sensor vertical de período curto (1 Hz),
e seis estações com sensores triaxiais, com registro digital em dataloggers RefTek operando no
modo trigger com 500 amostras por segundo (veja exemplo de registros nas Figuras 4.4 e 4.5).
Todas operaram com sismômetros de período curto (1 Hz) instalados em afloramentos de rochas
graníticas/gnáissicas frescas.
Figura 4.3 – Distribuição Temporal dos sismos de Belo Jardim. O histograma mostra a
atividade sísmica diária registrada por uma estação regional em Caruaru, a 50
km dos epicentros. As estrelas indicam a magnitude dos maiores eventos (mb >
2,5). O pequeno retângulo, localizado no eixo horizontal, indica o período de
operação da rede sismográfica local em Belo Jardim.
A rede sismográfica local de Belo Jardim registrou cerca de 600 pequenos eventos,
sendo que 75 foram detectados por três ou mais estações. Os eventos registrados apenas pela
rede local tiveram suas magnitudes determinadas com a metodologia desenvolvida para
Bebedouro-SP, que utiliza a amplitude rms da cauda dos sismos entre 10 e 14 segundos após o
tempo da onda P. Essa magnitude foi denominada Mc e tem como referência a magnitude
regional brasileira (mR) de Assumpção (1983).
Figura 4.4 – Exemplo de uma seção sísmica com a componente vertical de todas as estações
digitais, com o tempo teórico de percurso (linha cinza) das ondas P e S. Os nomes
das estações são indicados à direita.
Figura 4.5 – Registro em três componentes (vertical, N-S e E-W, respectivamente) da estação
BJ12 para o evento da Figura 4.4, mostrando claramente a polaridade da onda P
(negativa) e o movimento da onda S.
Figura 4.6 – Relação Freqüência-Magnitude para 447 eventos do enxame sísmico de Belo
Jardim, registrados em 10 dias (magnitude versus número acumulativo de
eventos em escala logarítmica). A equação representa o ajuste de reta
considerando o limiar de detectabilidade da rede local de 0,55 Mc.
N-S
E-W
Figura 4.7 - Registro da explosão na estação BJ01, com a marca da P. Os registros nas estações
BJ02 e BJ03 são em papel esfumaçado, e a precisão na leitura é de 0,05 seg.
Figura 4.8 - Cálculo da hora de origem (Ho), segundo diferentes velocidades de P, usando os
dados das três estações sismográficas. A cruz e suas coordenadas representam a
melhor solução.
O Diagrama de Wadati (Figura 4.9) foi elaborado com os dados dos 20 melhores
eventos (eventos registrados por três ou mais estações e rms do tempo de percurso inferior a
0,05 segundo), resultando de um Vp/Vs médio de 1,66 ± 0,01. O baixo valor de Vp/Vs é
geralmente observado em quase todas as áreas sísmicas do Nordeste do Brasil, incluindo
Caruaru (Ferreira et al., 1998). Isto indica uma predominância de rochas félsicas (Christensen
& Mooney, 1995), o que é consistente com os afloramentos graníticos predominantes na área.
Figura 4.9 - Diagrama de Wadati elaborado com dados de 20 sismos (64 pontos). O melhor
ajuste (linha continua) representa uma razão Vp/Vs de 1,66 ± 0,01, com rms de S-
P igual a 0,05 seg. A linha tracejada representa o valor padrão de Vp/Vs, igual a
1,732.
Figura 4.10 - a) Melhores epicentros (círculos) com pelo menos 10 leituras de P ou S e estações
sismográficas (triângulos). O quadrado é a cidade de Belo Jardim e as linhas
cinza são as principais feições topográficas do Lineamento Pernambuco. AB e
MN indicam os perfis apresentados em (c); As linhas pretas são as profundidades
do plano de falha definidas com o mecanismo focal estudado. b) acima: resíduo
(rms) das distâncias hipocentrais para o melhor ajuste do plano de falha usando a
posição dos sismos; abaixo: ângulo de mergulho do melhor ajuste com um
determinado strike. c) Projeção dos hipocentros em um plano vertical ao longo da
direção AB (melhor ajuste dos hipocentros) e da direção MN (melhor plano de
falha obtido com a solução do mecanismo focal).
Foram feitas diversas seções (a cada 10o) dos hipocentros, as quais foram utilizadas no
Figura 4.10b).
ajuste de um plano de falha (Figura 4.10b). Essa solução independente é similar à obtida com o
4.10c e indica uma falha com strike de 285o e mergulho de 85o.
Figura 4.10c),
programa FOCMEC (Figura
A diferença entre as duas soluções indica um erro da ordem de 30o para o strike e 15o para o
mergulho. Possivelmente esses erros estejam superestimados para a solução obtida com o
FOCMEC. A posição dos eventos e a projeção do plano de falha na superfície (Figura
( 4.10a)
mostram que o Lineamento Pernambuco coincide com a extrapolação do plano de falha
(mecanismo focal) até a superfície.
Figura 4.11 - Soluções do mecanismo focal composto para os eventos de Belo Jardim
satisfazendo todas, com exceção de uma (próxima ao limite dos planos),
polaridades e todos os dados de log(S/P).
log(S/P). O erro máximo do log(SH/P) é igual
a 0,40. Círculos e cruzes representam, respectivamente, dilatações e
compressões do primeiro movimento de ondas P dos 10 sismos utilizados.
O enxame sísmico de Belo Jardim ocorreu em uma única falha com orientação E-W
mergulhando para o Norte, com mecanismo de falhamento normal causado por uma extensão N-
S (e possível esforço compressivo E-W). Esta falha está correlacionada com o Lineamento
Pernambuco, que é observado na superfície. O enxame sísmico de Belo Jardim, junto com a
atividade sísmica próxima de Caruaru-PE e São Caetano-PE, indica uma possível reativação de
uma antiga zona de cisalhamento Neoproterozóica sob os esforços neotectônicos atuais
(Ferreira et al., 2003, 2008; Vasconcelos et al., 2008). Atualmente, o bloco norte (teto) da
falha possui um alto topográfico com relação ao bloco sul (muro). Isso provavelmente indica
que o esforço regional no passado tinha uma componente N-S compressiva, provavelmente
relacionada a uma amalgamação geral da região durante a orogênese Brasiliana, e
adicionalmente uma componente de esforço cisalhante. Por outro lado, na atualidade a extensão
N-S e o esforço compressivo E-W, estão relacionados à configuração presente das forças
atuantes na Placa Sul-Americana e o efeito local originado na margem continental.
Figura 4.12 - O retângulo azul delimita a região de estudo, as linhas contínuas representam os
limites das principais províncias tectônicas: Cráton do São Francisco (SFC);
Cráton do Amazonas (AMC); e Bacia do Paraná (PB), linhas tracejadas são os
limites políticos, e os círculos brancos são os epicentros dos sismos com
magnitude superiores a 3,0 (mb). O catálogo de sismos empregado foi o Boletim
Sísmico Brasileiro.
Figura 4.13 - Mapa geológico da região de Correntina (Andrade et al., 1981; Inda & Barbosa,
1978; Moraes Filho, 1997).
As rochas da área mostram, pelo menos, duas fases de deformação, sendo a primeira
compressiva e a segunda distensiva (Dávila & Kuyumjian, 2005). Considerando que o
embasamento Paleoproterozóico da região de Correntina é parcialmente coberto por rochas
sedimentares Neoproterozóicas, não deformadas, do Grupo Bambuí e por uma seqüência de
arenitos cretáceos, horizontalmente estratificados, do Grupo Urucuia, conclui-se que a fase de
deformação imposta ao embasamento e supracrustais com plutônicas associadas, ocorreu
anteriormente à deposição das rochas do Grupo Bambuí, durante o evento Transamazônico
(Dávila & Kuyumjian, 2005). Esta primeira fase deformacional originou zonas de
cisalhamento que controlam as ocorrências de ouro na região de Correntina.
A segunda fase gerou estruturas do tipo blocos de falha, com falhamentos de direção E-
W e NNE-SSW, presentes no âmbito das rochas da Formação Extrema e do Grupo Bambuí
(Dávila & Kuyumjian, 2005).
Como apenas uma estação sismográfica teve correção de tempo, devido principalmente
à falta de antenas GPS, não foi possível utilizar o programa HYPODD em nenhuma
determinação hipocentral. O modelo de velocidade das ondas sísmicas foi obtido com a
modelagem da curva de dispersão das ondas de superfície, o qual é discutido em detalhe na
Seção 4.2.3, sendo composto por três camadas superficiais, com espessuras de 250m, 600m e
300m, e velocidades da onda S (VS) de 2,1 km/s, 2,2 km/s e 2,3 km/s, respectivamente, sobre
Figura 4.14 – As estrelas são os epicentros dos eventos sísmicos registrados em Correntina-BA,
e os triângulos são as estações sismográficas. As cores indicam a topografia,
sendo que a área azul próxima às estações representa a topografia onde está o Rio
Arrojado. A estação CRTB esteve composta por um sensor triaxial banda larga
(STS-2), e as demais estações por sensores triaxiais de período curto (L4-C). Na
Figura 4.15 são apresentados sismogramas dos eventos próximos e distantes da
estação CRT1.
Figura 4.15 – Exemplos de sismogramas (componente vertical) registrados pela estação CRT1.
acima) sismo do grupo de eventos próximo à rede sismográfica, e abaixo) sismo
do segundo grupo de eventos, a aproximadamente 35 km de distância.
Figura 4.16 – Os traços pretos são os sismogramas, da componente vertical, de cinco eventos
registrados pela estação CRTB. Os traços vermelhos são os respectivos
sismogramas filtrados com um filtro match (Herrmann & Ammon, 2002), onde
está isolada a maior parte das ondas de superfície. As curvas de dispersão da
velocidade de grupo utilizadas no processo de filtragem são as mesmas utilizadas
na determinação da curva da Figura 4.17.
Figura 4.17 - a) curva de dispersão (quadrados) obtida com a média das velocidades de grupo
de 5 sismogramas da Figura 4.16, e suas respectivas barras de erro. A curva
vermelha foi obtida com o modelo final apresentado em b), e oferece um ótimo
ajuste aos dados. b) modelo inicial de velocidades (linha tracejada), e modelo
determinado com a curva de dispersão (linha azul) e um semi-espaço a partir de
1,2 km, determinado com testes de determinações hipocentrais. Embora a porção
cinza do modelo tenha sido determinada de forma independente, este modelo
final ajusta bem a curva de dispersão apresentada em a).
Figura 4.18 - Diagrama de Wadati com dados de 6 sismos (12 pontos). O melhor ajuste (linha
vermelha) representa uma razão VP/VS de 1,76 ± 0,02, com desvio padrão de
0,008 seg. A linha tracejada representa o valor típico de Vp/Vs, igual a 1,732.
Nas Figuras 4.19 e 4.20 são apresentados alguns sismogramas sintéticos calculados
considerando profundidades focais de 0,3 km e 0,8 km, respectivamente, e diferentes valores de
Q. Nesses sismogramas é possível observar que a diminuição da atenuação (aumento de Q)
provoca um atraso aparente de fase e evidentemente um aumento das amplitudes das ondas. Por
outro lado, é possível observar nas diferenças entre as Figuras 4.19 e 4.20, que o aumento da
profundidade focal provoca uma atenuação diferente da causada pela atenuação inelástica,
podendo-se observar que as ondas com freqüências maiores são mais atenuadas do que as de
maior período. Essa observação também fica clara nas Figuras 4.21 e 4.22, onde é possível ver
o comportamento da forma de onda de um modo contínuo.
A diferença dos padrões de atenuação obtidos com diferentes Q (Figuras 4.21 e 4.22) e
diferentes profundidades focais (Figura 4.23), nos mostra que é possível se estudar mecanismos
focais com precisão, mesmo não conhecendo com exatidão a profundidade focal e o valor de Q.
A Figura 4.23 mostra também que as ondas de superfície são mais sensíveis à profundidade
focal do que à atenuação inelástica, e por este motivo a profundidade pode ser melhor
determinada com as ondas de superfície, do que com o valor de atenuação. Por outro lado, como
as ondas de superfície são menos sensíveis ao fator de atenuação e não temos interesse de
investigar esse parâmetro em detalhe, isso permite determinarmos uma boa profundidade focal
com pouca preocupação com a precisão do Q.
Figura 4.19 - Sismogramas sintéticos para uma profundidade de 0,3 km e diferentes valores de
Q. Os sismogramas da porção superior possuem a mesma escala de amplitudes, e
na porção inferior, as máximas amplitudes são normalizadas para melhorar a
visualização da forma de onda. Note que o aumento de Q (diminuição da
atenuação) causa um atraso aparente na fase, porém as formas de ondas são
similares. Os tempos de chegada das ondas P e S são identificados nos
sismogramas.
Figura 4.20 - Sismogramas sintéticos para uma profundidade de 0,8 km e diferentes valores de
Q. Os sismogramas da porção superior possuem a mesma escala, e na porção
inferior estão normalizadas. Marcas de P e S são identificadas nos sismogramas.
este), e não foi aceito nenhum erro de polaridade de onda P ou SH, já que optou-se em utilizar
apenas as polaridades claras e impulsivas, como apresentado na Figura 4.24.
Tabela 4.1 – Soluções finais para o mecanismo focal. Ambas as soluções têm ajuste
semelhante.
Strike Dip R’ake
01 342,32o 71,25o 68,83o
02 346,10o 70,32o 79,37o
a)
b)
Figura 4.25 - a) sismograma original (cinza), e filtrado com um filtro match (preto) para isolar
as ondas de superfície. b) o sismograma preto é igual ao da figura a), e o traço
vermelho é o sismograma modelado. A área em azul indica a região onde o
sismograma foi ajustado. Estação CRTB.
a)
b)
Figura 4.26 - a) sismograma original (cinza), e filtrado com um filtro match (preto) para isolar
as ondas de superfície. b) o sismograma preto é igual ao da figura a), e o traço
vermelho é o sismograma modelado. A área em azul indica a região onde o
sismograma foi ajustado. Estação CRT3.
O modelo de velocidade das ondas sísmicas para a região foi determinado com a
inversão da curva de dispersão da velocidade de grupo das ondas Rayleigh, e o mecanismo focal
composto utilizou as polaridades das ondas P, SH e razão de amplitude (SH/P), de um pequeno
grupo de eventos bem registrados, e modelagem das ondas de superfície do evento do dia
24/04/2004 às 03:18:00,91 (UT). O mecanismo focal revela uma falha inversa com eixo de
pressão E-W.
Os epicentros dos sismos utilizados neste trabalho ocorreram fora da área compreendida
pela rede sismográfica local, o que inviabiliza a determinação precisa da profundidade focal dos
sismos, e por isso optou-se por incluir a profundidade focal na modelagem da forma de onda.
Em um estudo detalhado sobre a influência da profundidade e da atenuação inelástica na forma
de onda dos sismogramas, constatou-se que as respectivas influências são distintas, e podem ser
diferenciadas. Isso permitiu estudar a profundidade focal e o fator Q simultaneamente com
ondas de superfície. Desta forma, a metodologia utilizada na modelagem com as ondas de
superfície se mostrou hábil para o estudo de novos surtos de sismicidade.
Os dois melhores mecanismos focais apresentam um bom ajuste para a forma de onda, e
ambas as soluções representam falhas inversas com direção de compressão E-W. A solução do
mecanismo focal para os sismos de Correntina é bastante robusta, testes realizados para se
analisar a influência de variações dos parâmetros focais na forma de onda indicaram erros
inferiores a 20o para o rake e para o strike, e um erro de 10o para o mergulho (dip).
Figura 4.28 - Mapa de sismicidade com epicentros representados por círculos cinza e estações
simográficas representadas por triângulos pretos. A localização da área é
apresentada no mapa da América do Sul (in( set).). O epicentro do sismo de Brasília
é dado pela
la estrela. As estações sismográficas próximas a NP são do reservatório
de Nova Ponte, as próximas a COR são do reservatório de Corumbá, a próxima a
SM é do reservatório de Serra da Mesa, BDFB é a estação sismográfica de
Brasília e as estações PAZB e PORB foram instaladas pelo projeto de estudos
Tectônicos da Província Tocantins, financiado pela FAPESP.
De acordo com Fuck et al. (1994),, a porção oriental da Província Tocantins pode ser
subdividida em quatro zonas bem definidas: Faixas Paraguai-Araguaia,
Paraguai Araguaia, Arco
Arc Magmático de
Goiás, Microcontinente (Maciço de Goiás) e Faixa Brasília (Zona Externa e Interna). A Faixa
Brasília possui cerca de 1000 km de extensão na direção N-S
N S e é limitada a leste pelo Cráton do
São Francisco, a oeste pelo Maciço de Goiás (Fuck,
( 1994).
). O limite oriental com o Cráton do
São Francisco está representado por falhas inversas, e o limite ocidental com o maciço de Goiás
Figura 4.29 – Mapa geológico das porções Central e Sudeste da Província Tocantins e borda
ocidental do Cráton do São Francisco, com a identificação de algumas cidades
(quadrados brancos) e do epicentro do sismo estudado (estrela). Note que o
epicentro do sismo de Brasília se encontra dentro da seqüência de margem
passiva Neoproterozóica da Faixa Brasília.
Desta forma, o sismo estudado se encontra na Zona Externa da Faixa Brasília (Figura
4.29), próximo a borda oeste do Cráton do São Francisco. Esse sismo foi estudado
anteriormente por Lopes (2003), porém com resultados não conclusivos devido às diversas
fontes de incertezas, incluindo a profundidade focal do evento e os parâmetros de atenuação da
energia sísmica. Nesta seção apresentamos os resultados finais obtidos após um estudo
detalhado da profundidade focal (valor final de 2,2 km), do modelo de velocidade das ondas
sísmicas para a porção mais superficial da crosta usando a modelagem da dispersão velocidade
de grupo das ondas Rayleigh, e determinação do fator de atenuação (Q) para as ondas P e S
através da modelagem das ondas de superfície.
As ondas de superfície do sismograma original (Figura 4.30a)) foram isoladas com auxílio
Figura 4.30b),
do filtro match (Figura 4.30b), que executa a filtragem utilizando informações da curva de
dispersão da velocidade de grupo das ondas de superfície. Como se pode observar no
sismograma filtrado com o filtro match da Figura 4.30b existe uma onda de baixa freqüência
com pico em torno de 12 segundos que parece não pertencer ao grupo de ondas de superfície e
que chega com um tempo similar ao da onda S. Essa onda foi isolada com um filtro passa baixa
de 0,3 Hz, aplicado ao sismograma filtrado da Figura 4.30b,, o qual é mostrado na Figura
4.30c. Na Figura 4.30d se apresenta o sismograma da Figura 4.30b,, filtrado com o filtro passa
sismogramas das Figuras
alta de 0,3 Hz, onde se observa as ondas de superfície isoladas. Os sismogramas
4.30b e 4.30d serão utilizados nas modelagens apresentadas posteriormente.
Figura 4.30 - Comparação entre o sismograma registrado pela estação BDFB, mostrado em a) e
como sombra nas demais figuras, em b) sismograma com o filtro fil Match
mostrando o sinal de interesse (ondas Rayleigh), em c) sismograma anterior com
filtro passa baixa e em d) com filtro passa alta de 0,3 Hz. Os sismogramas
apresentados em b) e d) são utilizados posteriormente para modelagem.
dos sismogramas filtrado ao modelado para as freqüências abaixo de 0,3 Hz. Os sismogramas
sismo
utilizados na modelagem são apresentados nas Figuras 4.30b e 4.30d.
A curva de dispersão da velocidade de grupo das ondas Rayleigh obtida de acordo com
a metodologia descrita na Seção 3.2,, e foi invertida com um o pacote de algoritmos
sismológicos de Herrmann & Ammon (2002).
(2002) Utilizou-se
se o vínculo de suavidade, fixou-se
fixou a
razão Vp/Vs em 1,71 (valor obtido com o diagrama de Wadati para a região - Lopes, 2003) e
escolheu-se
se a espessura das camadas de modo iterativo (inicialmente utilizamos camadas finas e
a espessura das camadas foram aumentadas de forma gradual segundo os resultados da
inversão). A velocidade de grupo apresentada na curva de dispersão da Figura 4.32 possui erros
que são menores que 0,2 km/s para os períodos menores que 3,0 segundos (freqüências
(freq menores
que 0,46 Hz), porém a modelagem ajusta bem até períodos de 9 segundos, embora nos períodos
maiores os erros sejam muito maiores do que 0,2 km/s. O modelo final de velocidade para a
porção mais superficial da crosta no trajeto entre o sismo de Brasília e a estação BDFB,
localizada a 62 km do evento, é apresentado na Figura 4.32.. Este modelo é importante na
determinação da profundidade focal e na modelagem das ondas de superfície.
Figura 4.32 - A esquerda é apresentado o modelo de velocidade obtido com a inversão da curva
de dispersão da velocidade de grupo. A linha tracejada é o modelo inicial e a
linha cinza contínua é o modelo final. À direita é apresentada a curva teórica da
dispersão da velocidade de grupo das ondas Rayleigh
Rayleigh obtida com o modelo final
mostrado a esquerda (linha continua) e os dados observados (círculos).
O mecanismo focal do sismo de Brasília foi determinado com as polaridades das ondas
P e modelagem das ondas Rayleigh da estação BDFB, que
que se encontra 62 km a SE do epicentro.
Utilizamos apenas as polaridades confiáveis das ondas P com o programa FOCMEC (Snoke
( et
al., 1984; Snoke, 2003),
), e excluímos as estações que pudessem estar com polaridades
invertidas. Embora algumas polaridades não tenham
tenham sido utilizadas, no final do estudo essas
polaridades serviram para dar maior confiabilidade à solução do mecanismo focal, visto que
puderam confirmar o resultado encontrado, como veremos adiante.
Figura 4.34 - A linha tracejada é o sismograma filtrado com o filtro Match e posteriormente
filtrado com passa alta de 0,3 Hz (Figura
( 4.30d).
). Os demais traços são os
sismogramas sintéticos obtidos com as melhores soluções
soluções de mecanismo focal.
As diferentes tonalidades dos traços indicam o ajuste do sismograma sintético ao
sismograma observado duplamente filtrado, sendo o melhor o traço preto.
Inicialmente executou--se
se a modelagem das ondas Love em conjunto com as ondas
Rayleigh, porém devido à limitação do espectro das ondas Love e possíveis problemas de
anisotropia, os resultados obtidos foram pouco satisfatórios. Para possibilitar a modelagem
modelag das
ondas Love e Rayleigh, houve a necessidade de se empregar filtros que deslocavam o sinal no
tempo, o que diminuía drasticamente a confiabilidade dos resultados. Desta forma optou-se
optou em
abandonar a modelagem conjunta e executar apenas a modelagem das ondas Rayleigh.
Figura 4.35 - Melhores mecanismos focais obtidos utilizando a) o sismograma filtrado apenas
com o filtro match, e b) o sismograma filtrado com o filtro match e com um
passa alta de 0,3 Hz. As polaridades negativas são representadas por símbolos
pretos e as positivas por símbolos brancos. A seleção de mecanismos focais com
o FOCMEC utilizou apenas as quatro polaridades representadas pelos círculos.
Os quadrados são polaridades de estações não utilizadas pelo FOCMEC. As
diferentes tonalidades dos planos de falha indicam o ajuste dos sismogramas
sintéticos aos sismogramas observados, sendo a melhor solução a do traço preto.
Tabela 4.2 - Parâmetros dos mecanismos focais apresentados na Figura 4.34b. A coluna rms
possui o valor do rms entre as amplitudes do sismograma observado e do ajustado.
O valor final é o valor médio de cada parâmetro.
Strike (graus) Dip (graus) Rake (graus) rms
1 278,22 71,25 68,83 0,078
2 262,61 64,34 56,31 0,078
3 296,53 80,15 79,85 0,078
4 268,20 71,25 68,83 0,079
5 274,37 64,34 56,31 0,079
6 289,37 71,25 68,83 0,079
Até 2008 foram registrados milhares de eventos com magnitudes inferiores a 2,0 mb,
alguns tremores mais fortes com magnitudes superiores a 2,0 mb, e quatro eventos entre 2,6 e
2,9 mb. Os eventos mais fortes foram registrados pela estação de Rio Claro-SP (RCLB) a 180km
de distância, e seus registros foram utilizados na definição de uma escala de magnitude local
para a região, baseada nas amplitudes das ondas de cauda.
Os tremores mais fortes chegaram a derrubar duas pessoas no Sítio Santo Antônio
(próximo a BEB1), soltou telhas e derrubou objetos no Sítio Estância Dourada (próximo a
BEB4), e foram sentidos até 10km de distância. Esses eventos causaram pânico na população
local, fazendo com que muitos moradores abandonassem suas casas no meio da madrugada, e
procurassem abrigo em igrejas e até mesmo dentro de seus automóveis.
andamento, tendo sido objeto de três monografias de graduação (Balancin, 2007; Souza, 2008;
Silva Junior et al., 2008).
Figura 4.36 - Mapa das estações sismográficas (triângulos), epicentros (círculos) e poços da
Faz. Aparecida (círculos com marcas). Poços brancos possuem vazão inferior a
50 m3/h, cinza com vazão entre 50 m3/h e 100 m3/h, e pretos com vazão superior
a 100 m3/h. As estações sismográficas da rede telemétrica são discriminadas em
vermelho.
Figura 4.37 - Sismogramas registrados nas estações BEB1, BEB4 e BEB2 de Bebedouro.
Embora o estudo do mecanismo focal ainda tenha grandes incertezas, uma estimativa
inicial utilizando 39 polaridades de ondas P, 8 de ondas SH e 8 razões de amplitudes SH/P
(Figura 4.38), indica um plano de falha sub-horizontal ou vertical (Figura 4.39a), com
falhamento do tipo normal (Figura 4.39b), e deslocamento do teto da falha para a direção SW
(Figura 4.39d). Esse mecanismo focal foi determinado com os dados de Balancin (2007),
utilizando o programa FOCMEC com passo de busca igual a 2º para cada parâmetro do
mecanismo focal, a aceitando 2 erros de polaridades de onda P, 1 erros de polaridade de onda
SH e 1 erros de razão de amplitude SH/P, com erro máximo de log(SH/P) de 0,6.
Embora o mecanismo focal da Figura 4.38 não seja preciso, o mesmo foi utilizado em
testes importantes para a futura utilização da modelagem de ondas de superfície em regiões
semelhantes à de Bebedouro, com sismos ocorrendo em uma espessa camada de basalto em uma
região com inversão de velocidade das ondas sísmicas.
Note que na análise preliminar adotou o plano sub-horizontal (Figura 4.39), porém a
solução do plano auxiliar, que é vertical, ajusta da mesma forma todos dados observados, e o
mecanismo focal não deve apresentado na Figura 4.40 é utilizado apenas em um estudo de
caso.
a)
b)
c)
d)
Figura 4.39 – Análise dos erros do log(SH/P) para todas as soluções apresentadas na Figura
4.38a. Em a) fica destacado em azul o baixo mergulho do possível plano de
falha; em b) é possível notar que todas as soluções indicam falha normal, com
rake negativo; em c) a variação de 150º no strike, mostra apenas que se trata de
um plano sub-horizontal; d) Direção do vetor deslocamento (slip), indicando
movimento de descida para SW.
Sabe-se que para se determinar hipocentros com precisão é necessário ter leituras de
ondas P e S confiáveis, eventos registrados por várias estações e um bom modelo de estrutura de
velocidade. A melhor forma de se determinar um modelo de velocidade confiável é através da
modelagem da dispersão das velocidades das ondas de superfície, o que também implica na
necessidade de se conhecer o comportamento dos harmônicos superiores na formação dessas
ondas.
Figura 4.40 - Mecanismo focal preliminar utilizado no cálculo dos sismogramas sintéticos
usados na avaliação das ondas de superfície dos sismos de Bebedouro. O
mecanismo focal representa uma falha sub-horizontal ou vertical.
Nas Figuras 4.42 e 4.43 são apresentados os sismogramas sintéticos calculados com o
pacote de programas sismológicos de Herrmann (2001) para eventos com diferentes distâncias,
5 km e 10 km, respectivamente, e profundidade focal de 750 metros. Nas Figuras 4.44 e 4.45
Os resultados indicam que para profundidades focais mais rasas (150 m, Figuras 4.46 e
4.47) o modo fundamental das ondas de superfície não são visíveis, e os harmônicos superiores
aparecem no sismograma sintético, por mero efeito numérico, e desta forma seria improvável
utilizar as ondas de superfície para estudos complementares. Para profundidades focais maiores,
é possível constatar a presença das ondas de superfície (Figuras 4.42 a 4.45).
Os testes com o foco abaixo da camada de basalto (Figuras 4.42 e 4.43) mostraram que
a amplitude máxima do espectro de potência do modo fundamental é uma ordem de grandeza
maior do que os harmônicos superiores, porém, a forma de onda aparentemente é influenciada
pelo primeiro harmônico. Como não é possível identificar os harmônicos superiores nos
sismogramas (eles estão sobrepostos), não se pode utilizá-los na inversão da curva de dispersão
para a determinação do modelo de velocidade. Por este motivo, a melhor opção para se trabalhar
com esse tipo de dado é filtrando esses harmônicos superiores com um filtro passa baixa de 1,5
Hz, já que o primeiro e os demais harmônicos possuem freqüências superiores a 1,5 Hz
(Figuras 42b.2, 43b.2). A escolha desse filtro precisa ser cuidadosa, pois o mesmo influirá na
precisão do modelo de velocidade determinado com a curva de dispersão.
seria interessante utilizar as ondas de superfície. Neste caso, o estudo de sismicidade em regiões
como Bebedouro tem que concentrar esforços na utilização das informações das ondas de corpo.
Figura 4.42 - Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1),
primeiro (b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1)
e a soma do sexto ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à
soma de todos os sismogramas anteriores. À direita são apresentados os
espectros dos respectivos sismogramas. Esses resultados são relativos à distância
epicentral de 5 km e profundidade de 750 metros.
Figura 4.43 - Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1),
primeiro (b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1)
e a soma do sexto ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à
soma de todos os sismogramas anteriores. À direita são apresentados os
espectros dos respectivos sismogramas. Esses resultados são relativos à distância
epicentral de 10 km e profundidade de 750 metros.
Figura 4.44 - Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1),
primeiro (b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1)
e a soma do sexto ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à
soma de todos os sismogramas anteriores. À direita são apresentados os
espectros dos respectivos sismogramas. Esses resultados são relativos à distância
epicentral de 5 km e profundidade de 500 metros.
Figura 4.45 - Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1),
primeiro (b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1)
e a soma do sexto ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à
soma de todos os sismogramas anteriores. À direita são apresentados os
espectros dos respectivos sismogramas. Esses resultados são relativos à distância
epicentral de 10 km e profundidade de 500 metros.
Figura 4.46 - Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1),
primeiro (b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1)
e a soma do sexto ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à
soma de todos os sismogramas anteriores. À direita são apresentados os
espectros dos respectivos sismogramas. Esses resultados são relativos à distância
epicentral de 5 km e profundidade de 150 metros.
Figura 4.47 - Os traços pretos à esquerda são os sismogramas do modo fundamental (a.1),
primeiro (b.1), segundo (c.1), terceiro (d.1), quarto (e.1), quinto harmônico (f.1)
e a soma do sexto ao décimo harmônicos (g.1). Os traços cinza correspondem à
soma de todos os sismogramas anteriores. À direita são apresentados os
espectros dos respectivos sismogramas. Esses resultados são relativos à distância
epicentral de 10 km e profundidade de 150 metros.
interpretação de dados macros-sísmicos, o tamanho da área afetada (20 km2) indica uma
magnitude inferior a 2,5 mb.
Figura 4.48 - Sismicidade do Brasil de 1724 a 2002. Os círculos são os epicentros dos sismos
com magnitude superior a 3,0 mb, os tons de cinza representam a topografia da
região, e a estrela vermelha representa o epicentro do sismo principal de
Marapoama/Elisiário.
Figura 4.49 - Mapa com epicentros (círculos) de sismos com magnitude superior a 2,0 mb em
um raio de 200km da área de estudo. As cores representam a topografia da região,
e a área de estudo é limitada pelo retângulo azul.
O segundo tremor relativamente intenso ocorreu no dia 13/08/2004 por volta das 07:30
(hora local). No escritório da Usina Itajobi, este sismo provocou a queda de uma lâmpada
fluorescente de uma luminária, porém os efeitos deste evento foram menores do que o do dia 06
de agosto em quase todas as localidades. Nenhum desses dois tremores maiores foi registrado
pela estação sismográfica permanente RCLB da UNESP de Rio Claro, a 210 km de distância.
A rede sismográfica local (Figura 4.50) foi instalada nos dias 20 e 21 de agosto de
2004, e operou com trigger para eventos locais até o dia 2 de setembro de 2004. O equipamento
da estação STUM consiste em dois sismômetros tri-axiais de baixa sensibilidade (24 V/m/s) da
marca GEOSIG (Suíça), com boa resposta para freqüências acima de 4,5 Hz, e registro em
computador. As outras duas estações sismográficas foram compostas por sismômetros L4-C,
com sensibilidade de 170 V/m/s e boa resposta para freqüências acima de 1Hz, com registro em
datalogger Ref Tek.
basalto. As determinações hipocentrais possuem rms baixos (Tabela 4.5), porém isso não
garante uma boa qualidade dos epicentros devido à falta de correção de relógio nas três
estações, sendo usadas apenas as diferenças S-P.
Tabela 4.3 - Resumo dos eventos estudados no período entre 18/08 e 01/09/2004. Ho é a hora
UT de origem do sismo, o rms representa o ajuste médio das diferenças S-P (em
segundos), e o Erroh é uma estimativa do erro do epicentro (em km). Dist. é a
distância do epicentro à usina Itajobi, e N é o número de estações que registraram
o evento. A profundidade focal foi fixa em 200 metros (dentro da camada de
basalto).
Data Ho Lat. (S) Lon.(W) rms (s) Erroh (km) mD Dist. (km) Nst
1 21/08 07:10:05 21,1915 49,1405 0,008 0,00 0,7 0,61 3
2 31/08 14:58:32 21,1879 49,1671 0,000 0,12 0,1 3,32 1
3 31/08 15:04:56 21,1879 49,1671 0,000 0,12 0,1 3,32 1
4 31/08 15:19:36 21,1879 49,1671 0,000 0,12 0,1 3,32 1
5 31/08 15:44:15 21,1879 49,1671 0,000 0,12 0,1 3,32 1
Para garantir uma boa determinação epicentral utilizaram-se outros dados além da
chegada das ondas P e S, como o movimento de partícula nas componentes horizontais, com o
qual estimamos BackAzimutes. É importante destacar que em alguns casos o BackAzimute teve
qualidade duvidosa, devido principalmente à chegada quase vertical da onda P.
Além das determinações epicentrais feitas com o HYPO71, fez-se uma análise sobre o
resíduo entre os valores de S-P para diferentes fases S, com um implementado neste trabalho
para estudar diversas reflexões e fases secundárias das ondas S. A aferição da qualidade desse
epicentro determinado de forma alternativa foi feita considerando os BackAzimute das estações
DOIS e TRES, com um erro de ±20º (Figura 4.52).
O mecanismo focal dos eventos de Elisiário-Marapoama não foi estudado devido à falta
de correção de relógio das estações e ao baixo número de registros, que inviabilizaram qualquer
tipo de abordagem. Além disso, as determinações hipocentrais foram prejudicadas pela alta
velocidade do basalto, que tornou difícil a leituras das ondas S. O ponto mais forte desse
trabalho foi o conhecimento da sismicidade local, e aprendizagem no uso dos sensores e
registrador GeoSIG emprestado pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Esse
equipamento se mostrou bastante interessante para registro de eventos locais, mas a sua
sensibilidade é muito baixa, o que impede a detecção de eventos menores.
Figura 4.51 - Componente vertical de um pequeno evento ocorrido no dia 21 de agosto às 04:10
da manhã (hora local). Esse sismo foi registrado pelas três estações. De cima para
baixo são apresentados os registros nas estações STUM, DOIS e TRES. Foi
aplicado um filtro passa banda de 1 a 50 Hz.
Figura 4.52 - O sismo ocorrido em 21/Agosto foi registrado pelas três estações sismográficas, e
seu epicentro é representado pela estrela vermelha. Tons de cinza refletem os
resíduos entre os valores de S-P observados e teóricos, e a linha verde limita a
área onde os BackAzimutes das estações DOIS e TRES se interceptam. Note que
o epicentro deste evento é bem próximo do epicentro macrossísmico do sismo
mais forte (06/08/2004).
Um pequeno abalo sísmico ocorrido em 24 de outubro de 2005 (por volta das 22:15 - hora
local) causou susto nos moradores de diversos bairros da zona norte de São Paulo. O abalo foi
sentido por moradores dos bairros Horto Florestal, Mandaqui e Lausanne, os quais além de
sentirem o tremor ouviram um estrondo forte e seco gerado pelo sismo. Muitas pessoas saíram
de suas casas assustadas, imaginando que fosse a explosão de um botijão de gás.
O evento foi registrado pela estação de Valinhos-SP (VAOB) e no dia seguinte ao abalo o
grupo de sismologia do IAG-USP realizou um levantamento macrossísmico (Figura 4.53).
Muitas pessoas sentiram o evento, algumas viram objetos oscilando, e há apenas um relato de
queda de objeto. A natureza do evento ainda é duvidosa, mas não se constatou a realização de
explosões ou desmoronamento na região. Como o sismo foi um evento isolado, e não teve
réplicas, o epicentro foi estimado com os dados macrossísmicos (Figura 4.53 - Tabela 4.4), e
segundo as equações utilizadas por Berrocal et al. (1984) para a interpretação de dados
macrossísmicos, o tamanho da área afetada (5 km2) indica uma magnitude próxima de 2,0 mb.
Tabela 4.4 – Parâmetros do evento determinados com dados macrossísmicos. A hora de origem
tem um erro da ordem de 10 minutos, e foi estimada considerando o primeiro
chamado recebido pelos Bombeiros, e o epicentro tem um erro da ordem de 5 km.
Hora de Origem Latitude Longitude Magnitude Io Área Afetada
24/10/2005 22:15 -23,4552o -46,6230 < 2,0 mb III-IV 5 km2
Nesta seção 4.4 foram apresentadas três ocorrências de sismos que não tiveram os seus
mecanismos focais estudados por motivos técnicos. No caso da atividade sísmica de Bebedouro-
SP, o mecanismo focal estudado possui muitas incertezas e é pouco confiável. Os sismos de
Bebedouro vêm sendo estudados por diversos pesquisadores e alunos do IAG-USP, e
possivelmente trará informações importantes para a compreensão do funcionamento do
mecanismo de sismicidade induzida por poços tubulares na porção norte do estado de São
Paulo.
A curta seção dedicada ao sismo da Zona Norte de São Paulo ocorrido em 24 de outubro
de 2005, foi incluída para preservar as informações macrossísmicas obtidas no levantamento de
campo. Os resultados do levantamento macrossísmico permitem estimar um epicentro
macrossísmico com erro provavelmente menor que 5 km.
Capítulo 5
Na Figura 5.1 são apresentadas as direções dos esforços horizontais (σ1 e σ3) da melhor
solução obtida com o programa GRIDFIX, que ajusta os rakes dos três mecanismos focais com
um erro rms de 2o. Os esforços indicam um regime de falha normal com extensão N-S, com
magnitude semelhante à da compressão E-W (fator de forma ϕ igual a 0,5), conforme mostrado
Figura 5.1 - Inversão do tensor de esforço com três planos de falha (um de Belo Jardim e dois
de Caruaru). As setas pretas maiores indicam a direção do maior esforço
horizontal, σ1 = SHMAX; as setas cinzas são as direções do menor esforço principal,
σ3 = Shmin. As linhas finas são os planos de falha, as setas pequenas representam os
rakes de cada falha e as linhas grossas são a diferença entre os rakes observados e
teóricos.
Figura 5.2 – Sismicidade e esforços no Nordeste, com destaque aos mecanismos focais
utilizados para a determinação dos esforços junto ao Lineamento Pernambuco.
Os círculos são epicentros (Berrocal et al., 1984; Boletim Sísmico Brasileiro,
2007), linhas finas são as principais falhas e zonas de cisalhamento, e as linhas
cinzas grossas são os lineamentos Pernambuco (ao sul) e Patos (ao norte).
Triângulos são os magmatismos Cenozóicos. As bacias sedimentares são
Potiguar (PotB), Araripe (ArB), Sergipe-Alagoas (SAB) e Tucano-Jatobá (TJB).
Parte do Lineamento Trans-Brasiliano é identificado por TBL e a batimetria de
200m pela linha tracejada.
Figura 5.3 - Mecanismos focais (beach balls) utilizados na determinação dos esforços na
porção central do Cráton do São Francisco, no limite dos estados de Minas
Gerais, Bahia e Goiás. A linha grossa representa os limites do Cráton do São
Francisco.
Figura 5.4 - Resultados para o tensor de esforço na porção Central do Cráton do São Francisco.
As linhas representam os planos de falhas dos sismos de Correntina-BA e Brasília-
DF, determinados neste trabalho, e dos sismos de Itacarambri-MG
(Chimpliganond et al., 2008), Manga-BA (Assumpção et al., 1990) e
Encruzilhada-BA (Veloso, 1990). O losango representa a máxima compressão s1, e
o circulo representa a mínima compressão s3. As setas representam o slip dos
mecanismos focais, e a linha grossa representa a diferença entre o rake observado e
o calculado.
Como discutido por Abarca (2001) a Figura 5.5 mostra uma componente regional de
longo comprimento de onda no campo de esforços no interior do continente, orientada E-W. Os
regimes de esforços compressivos e transcorrentes predominam, mas no platô andino (altitudes
> 3000m) a maior componente é vertical, resultando num regime de falhamento normal
(exemplo T9).
Figura 5.5 – Tensores de esforços (Tabela 5.2) estudados em detalhe nas Figuras 5.6 a 5.20. O
esforço principal σ1 sempre esteve próximo à horizontal e está relacionado a todos
os SHMAX. Os tensores T1, T2, T3, T4 e T9 possuem Shmin definido pelo esforço
σ3, representando regiões com tendência a transcorrência. Todos os outros
esforços possuem σ2 próximo à horizontal.
Figura 5.7 - Dispersão da determinação do esforço T2. Legenda como na Figura 5.6.
Figura 5.8 - Dispersão da determinação do esforço T3. Legenda como na Figura 5.6.
Figura 5.10 - Dispersão da determinação do esforço T5. Legenda como na Figura 5.9.
Figura 5.11 - Dispersão da determinação do esforço T6. Legenda como na Figura 5.9.
Figura 5.13 - Dispersão da determinação do esforço T8. Legenda como na Figura 5.12.
Figura 5.14 - Dispersão da determinação do esforço T9. Legenda como na Figura 5.12.
Figura 5.16 - Dispersão da determinação do esforço T11. Legenda como na Figura 5.15.
Figura 5.17 - Dispersão da determinação do esforço T12. Legenda como na Figura 5.15.
Figura 5.19 - Dispersão da determinação do esforço T14. Legenda como na Figura 5.18.
Figura 5.20 - Dispersão da determinação do esforço T15, com apenas dois mecanismos focais.
Legenda como na Figura 5.18.
Capítulo 6
Como observado por Ferreira (1997), grande parte dos sismos da região Nordeste,
ocorrem sob a forma de enxames sísmicos, com eventos rasos (profundidades focais inferiores a
10 km) ocorrendo durante meses ou anos. Segundo o mesmo autor, a sismicidade da região
nordeste tem pouca correlação com as falhas mapeadas na superfície, porém, como a Província
Borborema foi bastante afetada durante o ciclo Brasiliano (Vauchez et al., 1995; Brito Neves et
al., 1999, 2000; Almeida et al., 2000), se acredita que a atividade sísmica na região ocorra em
zonas de fraqueza pré-existentes. Por esse motivo, o Lineamento Pernambuco é considerado um
caso especial, onde os sismos estão claramente relacionados com a estrutura observada na
superfície.
Figura 6.1 – Modelo de esforços determinado por Meijer & Wortel (1992). As barras
vermelhas são as direções de SHMAX e as amarelas são de Shmin, com σ3 horizontal.
A estrela indica a localização do esforço determinado no Lineamento Pernambuco.
a mesma observação de Assumpção (1992) e Abarca (2001), é possível se notar nos tensores
de esforços uma componente regional de longo comprimento de onda, com direção E-W.
Embora haja alguns modelo numéricos relativamente bons para a Placa Sul-Americana,
sendo os melhores deles os de Bird (1998) e o TMG+TD0 de Lithgow-Bertelloni & Guynn
(2004), que são apresentados nas Figuras 2.9 e 2.8, respectivamente, certamente será necessário
a realização de novos modelos futuros para que seja possível explicar todas as observações da
região simultaneamente, com destaque a rotação dos SHMAX na Bacia do Amazonas.
Todos os esforços determinados nesta Tese serão incluídos no Banco de Dados do Word
Stress Map (WSM) através do CASMO (http://www-wsm.physik.uni-karlsruhe.de/pub/casmo/
casmo_frame.html), com a intenção de que futuras modelagens numéricas dos tensores de
esforços possam contemplar essas novas informações. O presente conhecimento dos esforços
intra-placa no Brasil e Andes é representado pelos mecanismos focais da Figura 6.2, e as
estimativas dos esforços são apresentadas na Figura 6.3.
(1)
(2)
Figura 6.2 – Estimativa da direção dos esforços apenas com mecanismos focais (individuais). A
cor das barras representa: vermelho: falha normal; azul: falha inversa; verde: falha
transcorrente. O tamanho das barras representa a qualidade do mecanismo focal,
sendo que os melhores mecanismos focais são representados por barras maiores. A
área (1) aponta para os dados utilizados na determinação do tensor de esforço no
Lineamento Pernambuco, e a área (2) os dados da região do Cráton do São
Francisco. Figura de Assumpção et al. (2008).
(1)
(2)
Figura 6.3 – Estimativa da direção dos esforços com vários mecanismos focais. A cor das
barras representa: amarelo: tração; azul: compressão. Os esforços determinados
neste trabalho são indicados pelas áreas (1), no Lineamento Pernambuco, e (2) na
parte central do Cráton do São Francisco. Figura de Assumpção et al. (2008).
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ANEXO I
Artigo sobre a Sismicidade e Mecanismo Focal dos Sismos de Belo Jardim-PE,
submetido à Geophysical Journal International em 2008.
ANEXO II
Tabelas com as coordenadas das estações sismográficas utilizadas e
Tabela AII.6 - Sismos de Belo Jardim. A coluna data mostra o mês e o dia de 2004 em que o
evento ocorreu, e Ho é a sua hora de origem. As coordenadas do evento é dada
por Latitude, Longitude e Prof. (km), sendo que o último é a profunidade em
km. MD é uma estimativa de magnitude utilizando duração (Ferreira, 1997).
Em seguida são o número de leituras de P e S (No) utilizado na determinação
hipocentral, o rms da determinação hipocentral e os erros do hipocentro na
horizontal (ERH) e na vertical (ERZ) Nesta tabela são apresentados os
hipocentros determinados por pelo menos três estações sismográficas. Os outros
464 eventos estudados com menos do que três estações sismográficas estão
apenas no arquivo pequenos_BJPE.dat.
Data Ho Latitude Longitude Prof. (km) MD No rms ERH ERZ
1113 21:23:30.42 -8,3213 -36,3603 4,53 --- 11 0,022 0,11 0,21
1113 23:04:39.02 -8,3175 -36,3600 5,30 --- 11 0,026 0,14 0,22
1114 07:01:57.48 -8,3188 -36,3568 5,09 --- 7 0,018 0,14 0,26
1114 07:02:57.38 -8,3123 -36,3558 5,20 --- 4 0,000 --- ---
1115 05:28:50.31 -8,3230 -36,3547 4,72 --- 11 0,028 0,16 0,33
1115 06:37:00.19 -8,3170 -36,2500 4,18 --- 9 0,024 0,30 0,35
1115 07:08:40.01 -8,3173 -36,3623 5,35 --- 11 0,015 0,10 0,16
1115 07:20:18.76 -8,3252 -36,3562 5,06 --- 5 0,007 0,24 0,18
1115 08:39:34.60 -8,3170 -36,2542 4,72 --- 7 0,014 0,23 0,21
1115 08:40:06.19 -8,3183 -36,2630 4,79 --- 7 0,020 0,32 0,23
1115 12:53:39.64 -8,3310 -36,3670 4,12 --- 4 0,000 --- ---
1115 15:37:35.94 -8,3312 -36,3692 3,49 --- 4 0,000 --- ---
1115 18:46:40.14 -8,2963 -36,3642 3,92 --- 4 0,000 --- ---
1116 00:56:58.49 -8,3388 -36,4832 4,00* --- 3 0,000 --- ---
1116 05:12:41.35 -8,3248 -36,3575 4,82 --- 6 0,034 1,15 0,52
1116 05:28:27.88 -8,3297 -36,3712 7,59 --- 6 0,011 0,38 0,26
1116 05:38:07.70 -8,3213 -36,3643 5,48 --- 8 0,030 0,48 0,33
1116 07:44:23.87 -8,3210 -36,3667 6,64 --- 6 0,036 0,89 0,66
1116 11:38:08.40 -8,3235 -36,3547 4,00* --- 3 0,000 --- ---
1116 22:02:19.66 -8,3177 -36,3677 6,30 1,7 18 0,032 0,14 0,17
1116 23:08:03.43 -8,3193 -36,3732 6,18 1,4 11 0,018 0,25 0,13
1116 23:54:19.36 -8,3245 -36,3788 5,48 --- 5 0,007 0,47 0,37
1117 02:16:29.45 -8,3015 -36,3833 4,00* 0,7 3 0,000 --- ---
1117 08:12:04.72 -8,3265 -36,3620 4,90 1,3 7 0,025 0,49 0,30
1117 17:48:45.42 -8,3142 -36,3712 3,48 1,5 4 0,000 --- ---
1117 20:06:54.60 -8,3048 -36,3865 4,79 1,0 4 0,000 --- ---
1117 21:14:28.88 -8,3243 -36,3613 4,90 1,7 9 0,024 0,36 0,20
1117 23:28:05.72 -8,3178 -36,3532 4,21 1,6 8 0,008 0,14 0,07
1117 23:29:38.09 -8,3127 -36,3515 3,84 1,5 6 0,013 0,39 0,27
1118 01:28:26.38 -8,3305 -36,3483 3,93 1,4 4 0,000 --- ---
1118 02:18:00.11 -8,3305 -36,3482 3,96 1,3 4 0,000 --- ---
1118 02:49:29.88 -8,3138 -36,3623 3,77 1,5 4 0,000 --- ---
1118 03:19:59.73 -8,3188 -36,3572 3,84 2,1 8 0,014 0,22 0,14
1118 03:29:17.41 -8,3192 -36,3593 4,39 2,1 9 0,016 0,24 0,17
1118 03:30:22.81 -8,3115 -36,3678 3,27 1,6 4 0,000 --- ---
1118 03:35:56.78 -8,3053 -36,3642 3,54 1,4 4 0,001 --- ---
1118 03:50:22.12 -8,3180 -36,3572 4,11 2,5 9 0,016 0,24 0,18
1118 03:55:31.47 -8,3177 -36,3598 4,13 1,8 7 0,016 0,36 0,21
1118 04:44:33.46 -8,3173 -36,3537 4,00 1,6 5 0,007 0,25 0,14
1118 06:16:01.37 -8,3165 -36,3548 3,73 1,8 10 0,021 0,26 0,21
1118 07:25:49.44 -8,3162 -36,3597 4,13 1,5 5 0,006 0,29 0,13
1118 07:37:26.80 -8,3175 -36,3562 3,95 2,1 10 0,020 0,25 0,19
1118 07:42:52.39 -8,3153 -36,3530 3,57 2,2 9 0,009 0,13 0,11
1118 08:38:05.53 -8,3205 -36,3540 3,79 2,3 11 0,023 0,26 0,18
1118 08:42:07.28 -8,3202 -36,3577 4,20 1,5 8 0,004 0,06 0,04
1118 15:29:03.65 -8,3147 -36,3577 4,03 0,8 6 0,026 0,78 0,50
1118 16:31:51.55 -8,3118 -36,3827 5,42 0,8 4 0,000 --- ---
1118 17:07:04.93 -8,3118 -36,3550 5,50 1,2 8 0,022 0,43 0,23
Continua ...
Tabela AII.7 - Sismos de Correntina. A coluna data mostra o mês e o dia de 2004 em que o
evento ocorreu, e Ho é a sua hora de origem. As coordenadas do evento é dada
por Latitude, Longitude e Prof. (km), sendo que o último é a profunidade em
km. MD é uma estimativa de magnitude utilizando duração (Ferreira, 1997).
Em seguida são o número de leituras de P e S (No) utilizado na determinação
hipocentral, o rms da determinação hipocentral e os erros do hipocentro na
horizontal (ERH) e na vertical (ERZ) Nesta tabela são apresentados os
hipocentros determinados por pelo menos três estações sismográficas. Os outros
108 eventos estudados com menos do que três estações sismográficas estão
apenas no arquivo pequenos_CORRENTINABA.dat.
Data Ho Latitude Longitude Prof. (km) MC No rms ERH ERZ
0326 04:12:16,650 -13,4525 -44,5382 0,27 -0,2+0,3 6 0,007 1,75 1,75
0420 23:03:39,260 -13,4613 -44,5442 0,14 -0,3+0,2 6 0,009 0,56 0,44
0410 04:08:04,710 -13,4617 -44,5432 2,36 -0,8+0,2 6 0,017 0,42 0,79
0402 10:46:58,250 -13,4623 -44,5543 0,17 -0,8+0,2 6 0,023 3,52 2,69
0402 07:48:41,770 -13,4622 -44,5543 0,17 -0,5+0,2 6 0,023 4,02 3,11
ANEXO III
Código fonte do programa de determinação de Mecanismo Focal com Ondas
////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
// Programa X-FOC: Executa e testa sismogramas sinteticos para estudo de mecanismos //
// focais com ondas de superficie. O X-FOC foi desenvolvido para //
// executar modelagem de ondas de superficie e para facilitar a //
// implementacao de algoritmos mais robustos como algoritmo genetico //
// e outros algoritmos de busca. //
// //
// Afonso Vasconcelos //
// vasconcelos@berrocalvasconcelos.com.br //
// 09.09.2007 //
///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
#include <stdio.h>
#include <stdlib.h>
#include <string.h>
#include <math.h>
struct sacheader
{
float delta, depmin, depmax, scale, odelta;
float b, e, o, a, int1;
float t0, t1, t2, t3, t4;
float t5, t6, t7, t8, t9;
float f, resp0, resp1, resp2, resp3;
float resp4, resp5, resp6, resp7, resp8;
float resp9, stla, stlo, stel, stdp;
float evla, evlo, evel, evdp, mag;
float user0, user1, user2, user3, user4;
float user5, user6, user7, user8, user9;
float dist, az, baz, gcarc, int2;
float int3, depmen, cmpaz, cmpinc, xminimum;
float xmaximum, yminimum, ymaximum, unf0, unf1;
float unf2, unf3, unf4, unf5, unf6;
struct osup
{
char nome_sismograma[MAX_SACNAME]; // SAC que contem o sinal teorico
char nome_modelo[MAX_MODELNAME]; // Arquivo de modelo de velocidade a ser empregado
struct sacheader sach; // Cabecalho do arquivo SAC
float *amplitude; // Valores das amplitudes que compoe o arquivo SAC
struct sacheader sach_sintetico; // Cabecalho do sismograma sintetico
float *amplitude_sintetico; // amplitudes que compoe o sismograma sintetico
int cmp; // 1=vertical; 2=radial; 3=transversal
float dist; // Distancia epicentral (km)
float profocal; // Profundidade focal (km)
float azimute_evest; // Azimute (em graus) entre o evento e a estacao
int id_amplitude; // ID que define o grupo de sismogramas que serao
// tratados com a amplitude relativa
int id_normalizacao_osup; // ID do sismograma utilizado na normalizacao
// dos sinais
struct par_mecfoc
{
float strike; // Azimute do plano de falha (em graus)# 0 a 360
float dip; // mergulho do plano de falha (em graus) # 0 a 90
float rake; // Angulo do vetor slip (em graus) # -180 a 180
float tipo_erro; // 0 = Menor e melhor (erro); 1 = Maior e melhor
// (ajuste)
float rms; // Parametro que definira a qualidade da solucao
};
struct mecfoc_geral
{
float strike_me, strike_ma, strike_passo; // Define o espaco de strikes testados
float dip_me, dip_ma, dip_passo; // Define o espaco de mergulhos testados
float rake_me, rake_ma, rake_passo; // Define o espaco de rakes testados
};
/**************************************************************************************/
/* Funcao menormaior: Funcao utilizada para indicar que valor (p1 ou p2) e maior! */
/* Essa funcao e utilizada pela funcao qsort do C para ordenar um */
/* ponteiro de valores na ordem crescente. */
/**************************************************************************************/
int menormaior (const void *p1, const void *p2);
/*******************************/
/* Arquivos de entrada e saida */
/*******************************/
char input_xfoc_name[50]; // Nome do arquivo de entrada do x-foc (parametros)
FILE *input_xfoc; // Ponteiro para o arquivo de entrada do x-foc (parametros)
FILE *sacf; // Ponteiro para os sismogramas observados e sinteticos
FILE *xlog; // Arquivo log utilizado na identificacao de bugs
/*************************************************************/
/* Abertura do arOPT_LOGquivo log que ira armazenar todas as */
/* informacoes vinculadas a execucao do programa. */
/*************************************************************/
if((xlog = fopen("x-log.info","w")) == NULL)
{
printf("\n\n\nPermissao para gravacao negada!");
printf("FIM PREVIO ...\n\n\n");
return -1;
}
/**********************************************/
/* Leitura dos dados do arquivo de parametros */
/**********************************************/
strcpy(input_xfoc_name,"x-foc.input");
if((input_xfoc = fopen(input_xfoc_name,"r")) == NULL)
{
printf("\n\n\nProblema na abertura do arquivo %s!\n",input_xfoc_name);
printf("FIM PREVIO ...\n\n\n");
return -1;
}
/*******************************************/
/* Numero de sismogramas a serem modelados */
/*******************************************/
fscanf(input_xfoc,"%d",&opt_versinal);
fscanf(input_xfoc,"%d",&nsacf);
fscanf(input_xfoc,"%s",program_name);
fscanf(input_xfoc,"%s%s%s",sac_sintetico_z,sac_sintetico_r,sac_sintetico_t);
/**********************************************/
/* Inicializacao da variavel auxiliar de ids */
/**********************************************/
for(i = 0; i < nsacf; i++)
{
sort_id[i][0] = -12345;
sort_id[i][1] = -12345;
}
//////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
// ID que define o grupo de sismogramas que serao tratados com a amplitude relativa //
//////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
fscanf(input_xfoc,"%d",&sissac[i].id_amplitude);
for (j = 0; sort_id[j][0] != -12345 && sort_id[j][0] != sissac[i].id_amplitude; j++)
{ }
if (sort_id[j][0] == -12345)
{
sort_id[j][0] = sissac[i].id_amplitude;
sort_id[j][1] = i;
ngrupos_amp++;
}
return -1;
}
if (sissac[i].sach.t8 < -12344 || sissac[i].sach.t9 < -12344)
{
printf("\n\n\nO sismograma %s nao tem marcas de limitacao (T8 e/ou
T9)\n",sissac[i].nome_sismograma);
printf("FIM PREVIO ...\n\n\n");
return -1;
}
if(OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"[i=%d] ngrupos_amp=%d sismograma=%s
cmp=%d\n",i,ngrupos_amp,sissac[i].nome_sismograma,sissac[i].cmp);
fprintf(xlog,">>> Dist=%.2f Profocal=%.2f
Azimute=%.2f\n",sissac[i].dist,sissac[i].profocal,
sissac[i].azimute_evest);
fprintf(xlog,"+++ ID_amplitude=%d ID_sort_id=%d {i=%d}
ngrupos_amp=%d\n",sissac[i].id_amplitude,sort_id[j][0],
sort_id[j][1],ngrupos_amp);
fprintf(xlog,"--- Modelo de Velocidade: %s\n",sissac[i].nome_modelo);
}
// Coloca o inicio do sismograma e todos os tempos com relacao a uma marca de ZERO.
sissac[i].sach.e -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.o -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.a -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.t0 -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.t1 -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.t2 -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.t3 -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.t4 -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.t5 -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.t6 -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.t7 -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.t8 -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.t9 -= sissac[i].sach.b;
sissac[i].sach.b -= sissac[i].sach.b;
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"ARQUIVO SAC ORIGINAL: %s\n",sissac[i].nome_sismograma);
fprintf(xlog,"delta=%.3f\n",sissac[i].sach.delta);
fprintf(xlog,"depmin=%.3f\n",sissac[i].sach.depmin);
fprintf(xlog,"depmax=%.3f\n",sissac[i].sach.depmax);
fprintf(xlog,"scale=%.3f\n",sissac[i].sach.scale);
fprintf(xlog,"odelta=%.3f\n",sissac[i].sach.odelta);
fprintf(xlog,"B=%.3f\n",sissac[i].sach.b);
fprintf(xlog,"E=%.3f\n",sissac[i].sach.e);
fprintf(xlog,"O=%.3f\n",sissac[i].sach.o);
fprintf(xlog,"A=%.3f\n",sissac[i].sach.a);
fprintf(xlog,"INT1=%.3f\n",sissac[i].sach.int1);
fprintf(xlog,"T0=%.3f\n",sissac[i].sach.t0);
fprintf(xlog,"T1=%.3f\n",sissac[i].sach.t1);
fprintf(xlog,"T2=%.3f\n",sissac[i].sach.t2);
fprintf(xlog,"T3=%.3f\n",sissac[i].sach.t3);
fprintf(xlog,"T4=%.3f\n",sissac[i].sach.t4);
fprintf(xlog,"T5=%.3f\n",sissac[i].sach.t5);
fprintf(xlog,"T6=%.3f\n",sissac[i].sach.t6);
fprintf(xlog,"T7=%.3f\n",sissac[i].sach.t7);
fprintf(xlog,"T8=%.3f\n",sissac[i].sach.t8);
fprintf(xlog,"T9=%.3f\n\n\n",sissac[i].sach.t9);
fprintf(xlog,"NPTS=%d\n\n\n",sissac[i].sach.npts);
}
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"Amplitudes do sismograma %s
[i=%d]\n",sissac[i].nome_sismograma,i);
for(ii = 0; ii < sissac[i].sach.npts; ii++)
{
fprintf(xlog,"OBS_COMPLETO %.3f
%g\n",(float)ii*sissac[i].sach.delta,auxamp[ii]);
}
}
/***************************************************/
/* Obtem dados para fazer o alinhamento dos sinais */
/* e seleciona parte do sinal a ser modelada. */
/***************************************************/
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"\n\nJANELA SINAL: %.3f
%d\n\n",sissac[i].janela_sinal,sissac[i].a_janela_sinal);
}
//////////////////////////////////////////////////////////
// Determina a amostra inicial e final pa parte do sis- //
// mograma a ser estudada e grava a informacao dessa //
// parte na Struct de dados. //
//////////////////////////////////////////////////////////
ai = (int)((sissac[i].sach.t8) / sissac[i].sach.delta);
af = (int)((sissac[i].sach.t9) / sissac[i].sach.delta);
daif = af - ai + 1;
sissac[i].amplitude = NULL;
sissac[i].amplitude = malloc(sizeof(float)*daif);
//////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
// Vamos calcular a MEDIANA das amplitudes da porcao de interesse do sismograma //
//////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
auxamp = malloc(sizeof(float)*daif);
memcpy(auxamp, sissac[i].amplitude, daif);
qsort(auxamp, daif, sizeof(float), menormaior);
sissac[i].mediana = auxamp[daif/2];
sissac[i].amp_me = +99999999;
sissac[i].amp_ma = -99999999;
sissac[i].ta_me = -12345;
sissac[i].ta_ma = -12345;
sissac[i].opt_mema = 0;
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"\n\n\nMEDIANA (OBS) = %.3f\n\n\n",sissac[i].mediana);
}
sissac[i].media /= daif;
}
free(auxamp);
if (OPT_LOG)
{
for (j = 0; j < daif; j++)
{
fprintf(xlog,"II %.3f %d >> %g %g\n",j*sissac[0].sach.delta,daif,
auxamp[ai + j],sissac[0].amplitude[j]);
}
}
/*******************************************************************/
/* Neste ponto os sismogramas ja foram lidos e suas informacoes */
/* foram adquiridas com sucesso. Agora vamos estudar os indices */
/* dos sismogramas e decidir quais amplitudes maximas e minimas */
/* serao utilizadas na normalizacao do sinal entre 0 e 1 !!! */
/*******************************************************************/
for (i = 0; i < nsacf; i++)
{
for (j = 0, k = -12345; j < ngrupos_amp && k == -12345; j++)
{
if (sissac[i].id_amplitude == sort_id[j][0])
{
sissac[i].id_normalizacao_osup = sort_id[j][1];
sissac[i].amp_me_obs = sissac[sissac[i].id_normalizacao_osup].amp_me;
sissac[i].amp_ma_obs = sissac[sissac[i].id_normalizacao_osup].amp_ma;
sissac[i].ta_ma = sissac[sissac[i].id_normalizacao_osup].ta_ma;
sissac[i].ta_me = sissac[sissac[i].id_normalizacao_osup].ta_me;
if (opt_versinal == 3)
{
if(fabs(sissac[i].amp_ma) >= fabs(sissac[i].amp_me))
{
sissac[i].tr = sissac[i].sach.delta * sissac[i].ta_ma;
sissac[i].opt_mema = +1;
}
else
{
sissac[i].tr = sissac[i].sach.delta * sissac[i].ta_me;
sissac[i].opt_mema = -1;
}
}
k = 0;
}
}
}
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"OK1 nsacf=%d: Sinal observado com amplitudes normalizadas
entre 0 e 1\n",nsacf);
}
/**********************************************************************/
/* Normalizacao das amplitudes dos sismogramas observados entre 0 e 1 */
/**********************************************************************/
for (i = 0; i < nsacf; i++)
{
auxgeral = sissac[i].amp_ma_obs - sissac[i].amp_me_obs;
for (j = 0; j < sissac[i].a_janela_sinal; j++)
{
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"s%d >> %.3f %g ",
i,j*sissac[i].sach.delta,sissac[i].amplitude[j]);
}
sissac[i].amplitude[j] = (sissac[i].amplitude[j]-sissac[i].amp_me_obs)
/ auxgeral;
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"%g\n",sissac[i].amplitude[j]);
}
}
}
/************************************************/
/* Numero de mecanismos focais a serem testados */
/************************************************/
fscanf(input_xfoc,"%d",&nmecfoc);
if (nmecfoc == 0)
{
fscanf(input_xfoc,"%f%f%f",&mfg.strike_me,&mfg.strike_ma,&mfg.strike_passo);
fscanf(input_xfoc,"%f%f%f",&mfg.dip_me,&mfg.dip_ma,&mfg.dip_passo);
fscanf(input_xfoc,"%f%f%f",&mfg.rake_me,&mfg.rake_ma,&mfg.rake_passo);
mf.strike = mfg.strike_me;
mf.dip = mfg.dip_me;
mf.rake = mfg.rake_me;
}
/****************************************************************************/
/* Testa dos mecanismo focais em questao - modelagem de ondas de superficie */
/****************************************************************************/
for (testa_mecfoc = 1; testa_mecfoc == 1; )
{
/*****************************************************************/
/***** Le o sismograma sintetico e o acumula em uma struct *****/
/*****************************************************************/
if (sissac[i].cmp == 1)
{
if ((sacf = fopen(sac_sintetico_z,"rb")) == NULL)
{
printf("\n\n\nO arquivo %s nao foi encontrado!\n",sac_sintetico_z);
printf("FIM PREVIO ...\n\n\n");
return -1;
}
}
if (sissac[i].cmp == 2)
{
if ((sacf = fopen(sac_sintetico_r,"rb")) == NULL)
{
printf("\n\n\nO arquivo %s nao foi encontrado!\n",sac_sintetico_r);
printf("FIM PREVIO ...\n\n\n");
return -1;
}
}
if (sissac[i].cmp == 3)
{
if ((sacf = fopen(sac_sintetico_t,"rb")) == NULL)
{
printf("\n\n\nO arquivo %s nao foi encontrado!\n",sac_sintetico_t);
printf("FIM PREVIO ...\n\n\n");
return -1;
}
}
// Coloca o inicio do sismograma e todos os tempos com relacao a uma marca de ZERO
sissac[i].sach_sintetico.e -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.o -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.a -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.t0 -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.t1 -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.t2 -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.t3 -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.t4 -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.t5 -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.t6 -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.t7 -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.t8 -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.t9 -= sissac[i].sach_sintetico.b;
sissac[i].sach_sintetico.b -= sissac[i].sach_sintetico.b;
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"ARQUIVO SAC COM SISMOGRAMA SINTETICO:\n");
fprintf(xlog,"delta=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.delta);
fprintf(xlog,"depmin=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.depmin);
fprintf(xlog,"depmax=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.depmax);
fprintf(xlog,"scale=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.scale);
fprintf(xlog,"odelta=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.odelta);
fprintf(xlog,"B=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.b);
fprintf(xlog,"E=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.e);
fprintf(xlog,"O=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.o);
fprintf(xlog,"A=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.a);
fprintf(xlog,"INT1=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.int1);
fprintf(xlog,"T0=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.t0);
fprintf(xlog,"T1=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.t1);
fprintf(xlog,"T2=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.t2);
fprintf(xlog,"T3=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.t3);
fprintf(xlog,"T4=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.t4);
fprintf(xlog,"T5=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.t5);
fprintf(xlog,"T6=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.t6);
fprintf(xlog,"T7=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.t7);
fprintf(xlog,"T8=%.3f\n",sissac[i].sach_sintetico.t8);
fprintf(xlog,"T9=%.3f\n\n\n",sissac[i].sach_sintetico.t9);
fprintf(xlog,"NPTS=%d\n\n\n",sissac[i].sach_sintetico.npts);
}
/*****************************************/
/* Leitura das amplitudes do arquivo SAC */
/*****************************************/
auxamp = malloc(sizeof(float)*sissac[i].sach_sintetico.npts);
fread(auxamp,sizeof(float),sissac[i].sach_sintetico.npts,sacf);
fclose(sacf);
/***************************************************/
/* Obtem dados para fazer o alinhamento dos sinais */
/* e seleciona parte do sinal a ser modelada. */
/***************************************************/
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"T8=%.3f T9=%.3f TR=%.3f\n",sissac[0].sach_sintetico.t8,
sissac[0].sach_sintetico.t9,sissac[0].tr);
}
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"\n\n\nVER_SINAL = %d
%.3f\n\n\n",opt_versinal,sissac[i].tr);
}
if(OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"\n\n\nSismograma Sintetico: Ai = %d Af = %d\n",ai,af);
}
if(OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"\n\n\nSismograma Sintetico: Ai = %d Af = %d\n",ai,af);
fprintf(xlog,"ta_met = %d ta_mat =
%d\n",sissac[i].ta_met,sissac[i].ta_mat);
}
if (opt_versinal == 3)
{
if (sissac[i].opt_mema == -1)
{
ai = sissac[i].ta_met - (int)(sissac[i].tr/sissac[i].sach.delta);
}
if (sissac[i].opt_mema == +1)
{
ai = sissac[i].ta_mat - (int)(sissac[i].tr/sissac[i].sach.delta);
}
af = ai + 1 + daif;
sissac[i].sach_sintetico.t8 = ai * sissac[i].sach_sintetico.delta;
sissac[i].sach_sintetico.t9 = sissac[i].sach_sintetico.t8
+ sissac[i].janela_sinal;
}
//////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
// Vamos calcular a MEDIANA das amplitudes da porcao de interesse do sismograma //
//////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
auxamp = malloc(sizeof(float)*daif);
memcpy(auxamp, sissac[i].amplitude_sintetico, daif);
qsort(auxamp, daif, sizeof(float), menormaior);
auxgeral = auxamp[daif/2];
free(auxamp);
sissac[i].amp_me_teo = +99999999;
sissac[i].amp_ma_teo = -99999999;
for (j = 0, auxgeral = 0; j < daif; j++)
{
sissac[i].amplitude_sintetico[j] = sissac[i].amplitude_sintetico[j]
- auxgeral;
if (sissac[i].amp_me_teo > sissac[i].amplitude_sintetico[j])
{
sissac[i].amp_me_teo = sissac[i].amplitude_sintetico[j];
sissac[i].ta_met = j;
}
/*****************************************************************/
/* Neste ponto os sismogramas ja foram lidos e suas informacoes */
/* foram adquiridas com sucesso. Agora vamos acertar os para- */
/* metros de normalizacao segundo os indices ja estudados! */
/*****************************************************************/
for (i = 0; i < nsacf; i++)
{
sissac[i].amp_me_teo = sissac[sissac[i].id_normalizacao_osup].amp_me_teo;
sissac[i].amp_ma_teo = sissac[sissac[i].id_normalizacao_osup].amp_ma_teo;
sissac[i].ta_met = sissac[sissac[i].id_normalizacao_osup].ta_met;
sissac[i].ta_mat = sissac[sissac[i].id_normalizacao_osup].ta_mat;
}
/**********************************************************************/
/* Normalizacao das amplitudes dos sismogramas observados entre 0 e 1 */
/**********************************************************************/
for (i = 0, ii = 0, mf.tipo_erro = 0, mf.rms = 0; i < nsacf; i++)
{
auxgeral = sissac[i].amp_ma_teo - sissac[i].amp_me_teo;
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"SINTETICO_c [%d]\n\n",i);
}
for (j = 0; j < sissac[i].a_janela_sinal; j++)
{
sissac[i].amplitude_sintetico[j] = (sissac[i].amplitude_sintetico[j]
-sissac[i].amp_me_teo) / auxgeral;
/***************************************************************/
/* Calculo do RMS entre pares de sismogramas: Compara os pares */
/* de sismogramas sinteticos e observados. */
/***************************************************************/
mf.rms += pow(sissac[i].amplitude[j]-sissac[i].amplitude_sintetico[j],2);
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"%.3f %g %g %g %g\n",j*sissac[i].sach.delta,
sissac[i].amplitude[j],sissac[i].amplitude_sintetico[j],
pow(sissac[i].amplitude[j]-sissac[i].amplitude_sintetico[j],2),
mf.rms);
}
ii++;
}
}
if (OPT_LOG)
{
fprintf(xlog,"mf.rms=%g ii=%g -> mf.rms/ii=%g ->
rms.final=%g\n",(double)mf.rms,(double)ii,(double)mf.rms /
(double)ii, sqrt((double)mf.rms / (double)ii));
}
mf.rms = sqrt((double)mf.rms / (double)ii);
/****************************************************/
/* Encerra o programa x-foc de forma adequada */
/* (fecha arquivos, libera espacos na memoria, etc. */
/****************************************************/
fclose(xlog);
fclose(input_xfoc);
return 0;
}
# Programa gera_osup.c
#include <stdio.h>
#include <stdlib.h>
#include <string.h>
/*******************************************/
/* Aquisicao dos argumentos do programa */
/*******************************************/
if (argc != 10)
{
printf("\n\n Use: %s CMP DIST DELTA PROFOCAL AZIMUTE STRIKE DIP
RAKE\n\n",argv[0]);
printf(" CMP - 1=Vertical, 2=Radial, 3=Transversal\n");
printf(" DELTA - Taxa de amostragem do sismograma (em segundos)\n");
printf(" DIST - Distancia epicentral (km)\n");
printf(" PROFOCAL - Profundidade Focal (km)\n");
printf(" AZIMUTE - Azimute da estacao sismografica com relacao ao
evento(graus)\n");
printf(" MODELO VEL. - Nome do arquivo que contem o modelo de velocidade\n");
printf(" STRIKE - Strike do plano de falha (em graus)\n");
printf(" DIP - Mergulho do plano de falha (em graus)\n");
printf(" RAKE - Angulo da direcao do deslocamento do plano de falha
(em graus)\n\n");
return 1;
}
/*******************************************/
/* Criar o arquivo de distancias rbh_dfile */
/*******************************************/
if ((arq = fopen("rbh_dfile","w")) == NULL)
{
printf("\n\n\nPERMISSAO PARA GRAVACAO NEGADA!\n");
printf("FIM PREVIO ...\n\n\n");
return -1;
}
fprintf(arq,"%5.2f %5.3f %d %6.3f %6.3f\n",dist,delta,npts,t0,velr);
fclose(arq);
/***********************************************************/
/* Prepara arquivos para o calculo do sismograma sintetico */
/***********************************************************/
if (cmp == 1 || cmp == 2)
{
sprintf(comandline,"sprep96 -M %s -HMOD 1 -HS %.2f -HR 0.0 -DT %.3f -NPTS %d –
R",velmodel,profocal,delta,npts);
}
if (cmp == 3)
{
sprintf(comandline,"sprep96 -M %s -HMOD 1 -HS %.2f -HR 0.0 -DT %.3f -NPTS %d –
L",velmodel,profocal,delta,npts);
}
system(comandline);
sprintf(comandline,"sdisp96");
system(comandline);
if (cmp == 1 || cmp == 2)
{
sprintf(comandline,"sregn96");
}
if (cmp == 3)
{
sprintf(comandline,"slegn96");
}
system(comandline);
sprintf(comandline,"fmech96 -A %.2f -ROT -S %.2f -D %.2f -R %.2f -M0 5.0E+20 < rbh-
pulse.sis > rbh-fmech.sis",az,str,dip,rake);
system(comandline);
sprintf(comandline,"f96tosac -B rbh-ffilt.sis");
system(comandline);
return 0;
}
ANEXO IV
Programa para o cálculo da magnitude Mc definida com os dados
#include <stdio.h>
#include <math.h>
#include <stdlib.h>
#include <string.h>
#define DATACONJR 10000 // Numero maximo de amplitudes dentro de uma janela RMS
#define MAXNAME 1000 // Numero maximo de caracteres numa string de caracteres
#define RAMO1 0 // Imprime testes na saida padrao (1) ou omite essa saida (0)
#define MAX -9999999 // Maxima amplitude inicial
#define HELP 1 // Numero minimo de parametros de entrada (incluindo o nome do
programa)
#define TRUE 1
#define FALSE 0
struct sacheader {
float delta,depmin,depmax,scale,odelta;
float b,e,o,a,int1;
float t0,t1,t2,t3,t4;
float t5,t6,t7,t8,t9;
float f,resp0,resp1,resp2,resp3;
float resp4,resp5,resp6,resp7,resp8;
float resp9,stla,stlo,stel,stdp;
float evla,evlo,evel,evdp,mag;
float user0,user1,user2,user3,user4;
float user5,user6,user7,user8,user9;
float dist,az,baz,gcarc,int2;
float int3,depmen,cmpaz,cmpinc,xminimum;
float xmaximum,yminimum,ymaximum,unf0,unf1;
float unf2,unf3,unf4,unf5,unf6;
int nzyear,nzjday,nzhour,nzmin,nzsec;
int nzmsec,nvhdr,norid,nevid,npts;
int int4,nwfid,nxsize,nysize,uni0;
int iftype,idep,iztype,uni1,iinst;
int istreg,ievreg,ievtyp,iqual,isynth;
int imagtyp,imagsrc,uni2,uni3,uni4;
int uni5,uni6,uni7,uni8,uni9;
int leven,lpspol,lovrok,lcalda,unl0;
char kstnm[8],kevnm[16];
char khole[8],ko[8],ka[8];
char kt0[8],kt1[8],kt2[8];
char kt3[8],kt4[8],kt5[8];
char kt6[8],kt7[8],kt8[8];
char kt9[8],kf[8],kuser0[8];
char kuser1[8],kuser2[8],kcmpnm[8];
char knetwk[8],kdatrd[8],kinst[8];
};
// sismograma - NS)
float *sacff=NULL; // Amplitudes lidas no arquivo SAC (amplitudes do
// sismograma - EW)
float *sacfff=NULL; // Amplitudes lidas no arquivo SAC (amplitudes do
// sismograma - Z)
float ruido; // Avaliacao do ruido com relacao a porcao da
// cauda utilizada no calculo da magnitude
struct sacheader sach; // Struct para leitura e armazenamento do
// cabecalho dos arquivos SAC (definicao
// detalhada logo acima)
struct sacheader sachh; // Struct para leitura e armazenamento do
// cabecalho dos arquivos SAC
struct sacheader sachhh; // Struct para leitura e armazenamento do
// cabecalho dos arquivos SAC
char fnameZ[MAXNAME]; // Nome do arquivo de entrada (vertical)
char fnameN[MAXNAME]; // Nome do arquivo de entrada (N-S)
char fnameE[MAXNAME]; // Nome do arquivo de entrada (E-W)
char sist[3*MAXNAME+5]; // Variavel auxiliar para o uso da funcao system
int ndados, ndr; // Numero de dados
int inicio, fim; // Amostra inicial e final usadas nos calculos
int inicior, fimr; // Amostra inicial e final usadas nos calculos
// (ruido antes da chegada da P)
int cont, sair, s1; // Variaveis auxiliares usadas como contadores e
// variaveis de escape
int sa1=0, sa2=0, sa3=0; // Variaveis de saida
int alo; // Produz um aviso na tela...
int exitP; // Se nao houver P o programa nao faz os calculos
// de magnitude
int opt; // 0) Nao apaga arquivos sem marcas de P; 1)
// Apaga arquivos sem marcas de P
int sis, siscont; // Numero do evento e variavel auxiliar contadora
int nw; // Numero de letras do nome do arquivo SAC
int hh, mm, ano, jd; // Tempo de chegada da onda P
float seg; // segundos de chegada da da onda P
FILE *ent; // Aponta o arquivo SAC de entrada
FILE *saida_tab; // Tabela com os dados de saida
FILE *saida_dt; // Saida com dados de magnitude detalhados
FILE *lista; // Lista de arquivos a serem analisados
/******************/
/*Instrucao de Uso*/
/******************/
if(argc>HELP){
printf("\n\n\nInstrucao de Uso:\n");
printf("1) Leia as 3 componentes do arquivo SAC\n");
printf("2) Remova a tendencia (rtrend)\n");
printf("3) Dividir os sismogramas do L4C por 0.17 (div 0.17)\n\n\n");
exit(0);
}
for(cont=0;cont<MAXNAME;cont++){
fnameZ[cont]='-';
fnameN[cont]='-';
fnameE[cont]='-';
}
/****************************************************************************/
/* Este for sera utilizado para estudar todos os dados da lista de arquivos */
/****************************************************************************/
for(siscont=0,sis=0;fscanf(lista,"%s",fnameZ)==1;siscont++){
/****************************************************************/
/* Procurando posicao da identificacao da componente para troca */
/****************************************************************/
for(nw=-1;fnameZ[nw]!='-';nw++){}
strcpy(fnameN,fnameZ);
strcpy(fnameE,fnameZ);
fnameN[nw-6]='5'; // ".4.sac" = 6w
fnameE[nw-6]='6'; // ".4.sac" = 6w
/******************************************************/
/* Abrindo e lendo os dados do arquivo SAC de entrada */
/******************************************************/
if((ent=fopen(fnameZ,"rb"))==NULL){
printf("\a\nERRO 1: Erro na abertura do arquivo %s\n\n",fnameZ);
exit(-1);
}
fread(&sachhh,sizeof(struct sacheader),1,ent);
if(sachhh.npts<=0 || sachhh.delta<=0 || sachhh.nvhdr!=6){
printf("\a\nERRO 2: Aparentemente o arquivo %s nao e um arquivo
SAC\n\n",fnameZ);
exit(-2);
}
sacfff=malloc(sizeof(float)*sachhh.npts);
fread(sacfff,sizeof(float),sachhh.npts,ent);
for (i = 0; i < sachhh.npts; i++)
{
sacfff[i] /= 0.17;
}
fclose(ent);
if((ent=fopen(fnameN,"rb"))==NULL){
printf("\a\nERRO 1: Erro na abertura do arquivo %s\n\n",fnameN);
exit(-1);
}
fread(&sach,sizeof(struct sacheader),1,ent);
if(sach.npts<=0 || sach.delta<=0 || sach.nvhdr!=6){
printf("\a\nERRO 2: Aparentemente o arquivo %s nao e um
arquivo SAC\n\n",fnameN);
exit(-2);
}
sacf=malloc(sizeof(float)*sach.npts);
fread(sacf,sizeof(float),sach.npts,ent);
for (i = 0; i < sach.npts; i++)
{
sacf[i] /= 0.17;
}
fclose(ent);
if((ent=fopen(fnameE,"rb"))==NULL){
printf("\a\nERRO 1: Erro na abertura do arquivo %s\n\n",fnameE);
exit(-1);
}
fread(&sachh,sizeof(struct sacheader),1,ent);
if(sachh.npts<=0 || sachh.delta<=0 || sachh.nvhdr!=6){
printf("\a\nERRO 2: Aparentemente o arquivo %s nao e um
arquivo SAC\n\n",fnameE);
exit(-2);
}
sacff=malloc(sizeof(float)*sachh.npts);
fread(sacff,sizeof(float),sachh.npts,ent);
for (i = 0; i < sachh.npts; i++)
{
sacff[i] /= 0.17;
}
fclose(ent);
exitP=FALSE;
if(sachhh.ka[0]=='P')
exitP=TRUE;
if(sachhh.ka[1]=='P')
exitP=TRUE;
if(sachhh.ka[2]=='P')
exitP=TRUE;
if(sachhh.ka[3]=='P')
exitP=TRUE;
if(exitP==TRUE){
/*************************/
/* Tempo inicial e final */
/*************************/
tt1=sach.a+10;
tt2=tt1+4;
tt1r=sach.a-4;
tt2r=sach.a;
/**************************************************************************************/
/*Determinando o inicio e o fim da cauda com relaco ao numero da amostra do sismograma*/
/**************************************************************************************/
for(cont=0,sair=0,s1=0;sair==0;cont++){
tt=sach.b+cont*sach.delta;
if(tt>tt1 && s1==0){
inicio=cont;
s1=1;
}
if(tt>tt2){
fim=cont-1;
sair=1;
}
}
if(inicio>0)
--inicio;
for(cont=0,sair=0,s1=0;sair==0;cont++){
tt=sach.b+cont*sach.delta;
if(tt1r<sach.b){
tt1r=sach.b;
s1=1;
}
else if(tt>tt1r && s1==0){
inicior=cont;
s1=1;
}
if(tt>tt2r){
fimr=cont-1;
sair=1;
}
}
if(inicior>0)
--inicior;
/******************************************************************/
/* RAMO (ramo1) PARA AVERIGUACAO DO BOM FUNCIONAMENTO DO PROGRAMA */
/******************************************************************/
if(RAMO1){
printf("TB = %f %f\n",sach.b,sachh.b);
printf("TS = %f %f\n",sach.t0,sachh.t0);
printf("T0 = %f\n",tto);
printf("T1 = %f\n",tt1);
printf("T2 = %f\n",tt2);
printf("INICIO=%d FIM=%d\n",inicio,fim);
}
for(cont=inicior,ndados=0,ndr=0;cont<fim;cont++){
if(cont>=inicio){
conjunto3[cont-inicio]=sacfff[cont];
conjunto1[cont-inicio]=sacf[cont];
conjunto2[cont-inicio]=sacff[cont];
media3+=conjunto3[cont-inicio];
media1+=conjunto1[cont-inicio];
media2+=conjunto2[cont-inicio];
ndados++;
}
if(cont<fimr){
conjuntor3[cont-inicior]=sacfff[cont];
conjuntor1[cont-inicior]=sacf[cont];
conjuntor2[cont-inicior]=sacff[cont];
mediar3+=conjuntor3[cont-inicior];
mediar1+=conjuntor1[cont-inicior];
mediar2+=conjuntor2[cont-inicior];
ndr++;
}
}
media1/=ndados;
media2/=ndados;
media3/=ndados;
mediar1/=ndr;
mediar2/=ndr;
mediar3/=ndr;
for(cont=inicio;cont<fim;cont++){
conjunto1[cont-inicio]-=media1;
conjunto2[cont-inicio]-=media2;
conjunto3[cont-inicio]-=media3;
}
for(cont=inicior;cont<fimr;cont++){
conjuntor1[cont-inicior]-=mediar1;
conjuntor2[cont-inicior]-=mediar2;
conjuntor3[cont-inicior]-=mediar3;
}
rms1=rmsmedio(conjunto1,ndados);
rms2=rmsmedio(conjunto2,ndados);
rms3=rmsmedio(conjunto3,ndados);
rmsr1=rmsmedio(conjuntor1,ndr);
rmsr2=rmsmedio(conjuntor2,ndr);
rmsr3=rmsmedio(conjuntor3,ndr);
mag1=log10(rms1)+4.4;
mag2=log10(rms2)+4.4;
mag3=log10(rms3)+4.7;
msr1=log10(rmsr1)+4.4;
msr2=log10(rmsr2)+4.4;
msr3=log10(rmsr3)+4.7;
if(mag1>mag2 || mag1>mag3){
if(mag2>mag3){
magnitude=mag2;
ruido=msr2;
}
else{
magnitude=mag3;
ruido=msr3;
}
}
if(mag2>mag1 || mag2>mag3){
if(mag1>mag3){
magnitude=mag1;
ruido=msr1;
}
else{
magnitude=mag3;
ruido=msr3;
}
}
if(mag3>mag1 || mag3>mag2){
if(mag1>mag2){
magnitude=mag1;
ruido=msr1;
}
else{
magnitude=mag2;
ruido=msr2;
}
}
/***************************************************/
/* Impressao de dados resumidos na forma de tabela */
/***************************************************/
ano=sachhh.nzyear;
jd=sachhh.nzjday;
hh=sachhh.nzhour;
mm=sachhh.nzmin;
seg=(float)sachhh.nzsec+0.001*(float)sachhh.nzmsec-sachhh.a;
while(seg<0){
seg+=60;
--mm;
}
while(mm<0){
mm+=60;
--hh;
}
while(hh<0){
hh+=24;
--jd;
}
while(jd<0){
jd+=365.25;
ano--;
}
else{
fprintf(saida_dt,"# Numero do Arquivo: %d\n",siscont);
fprintf(saida_dt,"%s - Este arquivo nao possui marca de P\n",fnameZ);
fprintf(saida_dt," %s %s %s\n",fnameZ,fnameN,fnameE);
fprintf(saida_dt,"--------------------------------------------------------\n");
if(opt==1){
sprintf(sist,"rm %s %s %s\n",fnameZ,fnameN,fnameE);
system(sist);
}
}
}
fclose(lista);
fclose(saida_tab);
fclose(saida_dt);
return 0;
}
//
//
//
//
for(contr=0,rmsm=0;contr<ndados;contr++)
rmsm+=pow(valor[contr],2);
return sqrt(rmsm/ndados);
}