8 Manual Basico Orientacao ELABORACAODE IPM PDF

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ESTADO DE SANTA CATARINA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR


COMANDO GERAL
CORREGEDORIA GERAL

MANUAL DE ORIENTAÇÕES
BÁSICAS
PARA INQUÉRITO POLICIAL
MILITAR
(Orientações básicas)

Autor: 1º Tenente BM Márley Tânis Cardoso


Corregedor Adjunto do CBMSC

corregedoria@cb.sc.gov.br 2006
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SUMÁRIO

Item página

1. OBJETIVO DO IPM ......................................................................................................03


4. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR/COMPETÊNCIA.........................................................04
18. DESIGNAÇÃO DO ENCARREGADO DE IPM........................................................... 06
25. INDICIAMENTO..........................................................................................................07
29. CARACTERÍSTICAS DO IPM ....................................................................................08
34. PERÍCIAS ...................................................................................................................09
39. PRAZO E PRORROGAÇÃO.......................................................................................09
48. EXEMPLOS DE PRAZOS E SITUAÇÕES DE INDICADO PRESO............................11
55. REQUISIÇÃO DE DILIGÊNCIAS................................................................................12
58. INTERROGATÓRIO....................................................................................................12
60. PROVIDÊNCIAS IMPORTANTES...............................................................................12
62. DO ESCRIVÃO............................................................................................................12
69. DAS OITIVAS..............................................................................................................13
78. FIM DAS INVESTIGAÇÕES........................................................................................14
85. TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR RESIDUAL AO DELITO MILITAR.........................15
88. NORMAS PARA PADRONIZAÇÃO DE IPM NO CBMSC...........................................16
89. ORDEM FORMAL DAS PEÇAS BÁSICAS DE UM IPM.............................................16
90. SOLUÇÃO DA AUTORIDADE DELEGANTE/ORIGINÁRIA........................................17
93 ARQUIVAMENTO DE IPM...........................................................................................17
98. RELATÓRIO DE IPM..................................................................................................18
MODELOS DE PEÇAS DE IPM
Capa de Autuação .............................................................................................. 21
Portaria do encarregado de IPM..........................................................................22
Portaria da autoridade delegante.........................................................................23
Designação de escrivão.......................................................................................24
Termo de compromisso do escrivão....................................................................25
Substituição de escrivão......................................................................................26
Conclusão dos autos do escrivão ao encarregado..............................................27
Despacho do encarregado ao escrivão...............................................................28
Recebimento e certidão pelo escrivão.................................................................29
Juntada pelo escrivão..........................................................................................30
Auto de qualificação e interrogatório....................................................................31
Despacho indiciatório...........................................................................................32
Termo de inquirição sumária................................................................................33
Recebimento e remessa dos autos pelo escrivão à autoridade delegante..........34
Solução de IPM....................................................................................................35
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................36

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ORIENTAÇÕES BÁSICAS A RESPEITO DE INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

“É de importante relevância que os princípios do militarismo sejam


repeitados para a manutenção da Soberania Nacional

A disciplina e a hierarquia devem preponderar com rigor quando disser


respeito à vida militar. Elas não são meros formalismos, e sim um modo de
sobrevivência do militarismo.

Essa hierarquia e disciplina devem ser pautadas na ordem e no direito para


serem tidas como legais e reconhecidas como princípios norteadores da
vida de caserna.

O militar possui um 'modus vivendi' próprio e incorpora toda a instituição


que o representa, por isso seu regimento interno deve ser calcado no dia-a-
dia de caserna. Muitas normas foram feitas para proteger essa classe, e
algumas delas, ao contrário podem até restringir os direitos do militar...”
( Artigo “Da voz ativa do Comandante” - de autoria da Sra. Patrícia Viviani –
Bacharel em Direito pela Universidade Candido Mendes/ Rio de Janeiro e
Especialista em Direito Militar”).

1. OBJETIVO DO IPM - O IPM, Destina-se a apuração sumária de fato que, nos


termos legais, configure crime militar, e de sua autoria (art. 9º CPPM). Somente apura
fatos constantes e tipificados no CPM como sendo crime militar. Se houver dúvida
razoável quanto a configuração de crime militar, o procedimento adequado é o de
Sindicância, nunca de IPM, o qual, repisamos, deve ser instaurado somente quando o
fato a ser apurado configure crime militar.

2. Destina-se a levantar elementos necessários à propositura da ação penal -


portanto é de instrução provisória, ou seja, o juiz poderá mensurar como bem entender
o que foi apurado no IPM, pois formará sua livre convicção pela apreciação do conjunto
de provas colhidas em juízo.

3. Em regra, o IPM nasce da “notícia de um crime”, também conhecida pelo jargão


em latim “Notitia Criminis”, de um fato aparentemente criminoso. Tal notícia pode se
originar de uma “Comunicação Interna”, um “ofício”, uma “parte” ou mesmo uma
denúncia elaborada pela vítima ou interessado num pedaço de papel qualquer ou,
ainda, oficialmente perante a autoridade. Lembrando que a denúncia para gerar um

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IPM deve ser robusta de informações e fundamentos. Quanto às denúncias anônimas
deve-se a autoridade de polícia judiciária militar deve ser mais cautelosa quanto utilizá-
las para instaurar IPM, e deve, 1º verificar se o fato narrado é crime militar ou não e,
depois, analisar e verificar se existem indícios mínimos para se iniciar um IPM. Tal
verificação do conteúdo pode ser efetivado através de uma apuração sumária dos fatos
descritos na denúncia apócrifa.

4. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR / COMPETÊNCIA - Nos termos do art. 7º do CPPM, a


polícia judiciária militar (poder originário) poderá ser exercida pelas seguintes
autoridades:
a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o território nacional
e fora dele, em relação às forças e órgãos que constituem seus Ministérios, bem como a
militares que, neste caráter, desempenhem missão oficial, permanente ou transitória, em
país estrangeiro;
b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação a entidades que, por
disposição legal, estejam sob sua jurisdição;
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos órgãos, forças e
unidades que lhes são subordinados;_
d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra, nos órgãos,
forças e unidades compreendidas no âmbito da respectiva ação de comando;_
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos órgãos e
unidades dos respectivos territórios;_
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério da
Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são subordinados;
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou serviços
previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;_
h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios._
§ 1º - Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e comando, as
atribuições renumeradas neste artigo _poderão_ ser delegadas a oficiais da ativa, para
fins especificados e por tempo limitado.
§ 2º - Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá
aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este oficial da ativa, da
reserva, remunerada ou não, ou reformado.
§ 3º - Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado,
poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo.
§ 4º - Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a delegação,
a antigüidade de posto.
§ 5º - Se o posto e a antigüidade de oficial da ativa excluírem, de modo absoluto, a
existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º, caberá ao ministro
competente a designação de oficial da reserva de posto mais elevado para a
instauração do inquérito policial militar; e, se este estiver iniciado, avocá-lo, para tomar
essa providência.

5. Em nossa Corporação somente o Comandante Geral, os Comandantes de Batalhão


de Bombeiro Militar, os Diretores e Chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos e

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serviços, previstos na Lei de Organização Básica poderão instaurar IPM no âmbito de
suas circunscrições.

6. A Polícia Judiciária Militar (PJM) é o órgão ou autoridade militar incumbida, por lei, do
dever de desenvolver toda a atividade necessária para o fornecimento ao Ministério
Público, em funcionamento na Justiça Militar, dos elementos necessários ao
conhecimento judicial do fato que em tese configure crime militar.

7. A polícia judiciária Militar é órgão auxiliar da justiça militar, por isso o cabeçalho
das peças que irão compor os autos deve ser :

“ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR”

8. As autoridades a quem a lei conferiu competência em matéria de polícia judiciária


militar ( originárias ou delegantes) poderão delegar atribuições específicas de sua
competência, jamais a competência propriamente dita.

9. Encarregado de IPM será sempre que possível, oficial de posto não inferior a capitão.
O normal é que tenente proceda como Encarregado, quando se trata de fato
envolvendo praças, contudo, convém relembrar que o aspirante não poderá ser
Encarregado.

10. O Encarregado de IPM é autoridade de polícia judiciária militar, devendo


comparecer a todos atos e oitivas, principalmente à qualificação e interrogatório do
inidicado.

11. A autoridade de polícia judiciária militar não possui “jurisdição” e sim


“circunscrição”.

12. O critério adotado foi o hierárquico, permitindo que a autoridade militar possa
exercer as atribuições de polícia judiciária militar sobre todos seus subordinados que
pratiquem crime militar contra pessoa ou bens sob sua circunscrição de comando.

13. É de se destacar que a instauração de inquérito policial militar não é exercício de


atribuição de polícia judiciária militar e sim a própria materialização da competência de
polícia judiciária militar.

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14. É função de comandante de Batalhão, CIA especial não tem poder de polícia
judiciária. Se sair todo mundo do BTL, e ficar somente um 2º Ten , respondendo pelo
Cmdo, ele terá o poder de polícia judiciária.

15. No art. 7º do CPPM ( retrotranscrito) temos as autoridades elencadas de maneira


hierárquica, devendo atentar para as seguintes ressalvas:

- Não é mais ministros e sim chefe das forças armadas, no caso do Estado
são os Comandantes Gerais das Corporações militares estaduais;
- grandes comandos – Atualmente não há no CBMSC. Na PMSC são os
CPC; CPI, CPN...
- diretores: DE, DAT, DA, DiLF, DiOP, e Correg G (após aprovação da LOB)
- Cmt de Batalhão ou de regimento ( unidade)

16. O Art. 7º determina que a polícia judiciária militar faz a investigação do fato
ocorrido. Quando falamos de polícia judiciária, não estamos falando de crime e sim de
fatos que podem constituir crime militar, isto é, indícios de crime militar.

17. No Código de Processo Penal comum, é o delegado de polícia a autoridade


responsável pelo IP.

18. DESIGNAÇÃO DO ENCARREGADO DE IPM -


O IPM inicia-se sempre mediante Portaria (nos casos do art.10 do CPPM) da
autoridade detentora ( dita delegante ou originária) do poder de polícia judiciária militar,
ainda que sua instauração se dê em virtude de requisição ou requerimento de quem de
direito.

19. A Regra geral do CPPM é quem tem o poder exercita esse poder, a exceção é a
delegação, na prática ocorre o contrário, ou seja, a autoridade originária delega seus
poderes de PJM à algum oficial subordinado para que proceda o IPM na qualidade de
Encarregado.

20. O Encarregado tem o dever de proceder a


reconhecimento de pessoas e coisas e acareações ( colocar os depoentes que
apresentam versões diferentes frente a frente), além das perícias, laudos e temos
necessários ( lesões corporais, de sanidade mental, sanidade física, exames
cadavéricos, precedidos ou não de exumação, exames de identidade de pessoas,
exames de laboratório, exames nos instrumentos que tenham servido à prática do
crime, laudo de eficiência de arma de fogo, laudo de Constatação e Laudo
Toxicológico, Laudo Pericial de Verificação do Local de Delito, Termo de Resistência,
Laudo Pericial da fita de vídeo constatando a autenticidade, Termo de Apreensão de
um talonário de cheques de Banco, Laudo Psicológico ,etc), realização de croquis
( mantendo as devidas proporções ). Lembrar que nos casos de lesões corporais, com
comprometimento das funções habituais por mais de 30 dias (Art. 27 CPPM c/c art.
209 CPM.) deverá ser providenciado laudo complementar para se configurar tal delito.

21. Se algo provocou dano, ele deve ser provado pericialmente (em regra) e também
deve ser avaliado monetariamente.

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22. Quando o IPM for instaurado
devido lesões corporais ou outro crime militar que tenha envolvimento de viatura BM,
verificar o estado de ânimo do motorista BM no momento do acidente; investigar,
acima de tudo, se o motorista não estava trabalhando na noite anterior em algum
serviço “fora do quartel” no dito “bico” ( tipo, HELP, SAMU... ou serviços que não
possa ter tido o descanso necessário); se o mesmo possuia habilitação para a vtr em
questão, e se não estava embriagado..

23. Interessante sobre a instauração:

a. É de quem detém o poder de polícia judiciária militar a


responsabilidade pela confecção da portaria. A autoridade delegante
deve ser pelo menos Cmt de BBM, e deve-se averiguar antecipadamente
a questão da hierarquia.
b. O Cmt pode efetuar um contato telefônico para seu subordinado
delegando informalmente poderes para que este inicie os trabalhos do
IPM, e depois encaminhar o ofício com a respectiva portaria formalizando
o ato.
c. Se em determinado fato tenha se instaurado Sindicância devido à
fragilidade dos fatos e de seu enquadramento no CPM, e a seu final restar
indícios de crime militar tal procedimento administrativo, deverá ser
remetido à Auditoria de Justiça Militar, contudo, o MP pode e até deve
determinar a abertura de IPM, caso a mesma não esteja suficientemente
instruída;
d. Se surgir, no decorrer do IPM, fundada suspeita de envolvimento de
superior hierárquico do Encarregado, este deverá comunicar tal fato à
autoridade delegante e solicitar sua substituição, ainda, o prazo para o
término do IPM é suspenso e o novo delegado começa de onde o
substituído parou, devendo concluir as investigações dentro do prazo
legal, computando-se o prazo anterior.

24. Na qualidade de ato administrativo inaugural do IPM, a portaria deve ser uma
peça singela, na qual a autoridade militar delegante consigne haver tomado
conhecimento da ocorrência de um crime militar, narrando-o de forma sucinta,
declinando, se lhe for possível, a qualificação do pretenso agente e da vítima, o dia, o
lugar e a hora da prática do fato. Ao final, determinará a instauração do procedimento
e, se for o caso, delegará o exercício do poder de polícia judiciária que lhe é conferido
pela lei para o encarregado das investigações, observadas as normas pertinentes
analisadas no item anterior.

25. INDICIAMENTO - Indiciado é a denominação dada ao suspeito da prática de um


fato típico, sendo objeto de investigações. Portando, surge a idéia que não se pode
instaurar um IPM sem que haja suspeito, o que não é verdade, pois, em havendo a
ocorrência de crime militar, contudo sem indícios de sua autoria, o IPM servirá como
instrumento para se chegar a um possível suspeito (ou mais de um) no decorrer do
mesmo. Para haver indiciado, também não se pode olvidar, que é necessário haver no
mínimo uma suspeita razoável contra alguém. O IPM pode iniciar com indiciado e isso
ocorre quando a autoridade originária (delegante) ao instaurar o IPM e delegar seus

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poderes ele já posiciona algum(ns) militar(es) na condição de indiciado, isto, claro,
existindo fundadas suspeitas que o mesmo seja o autor.

26. O Indiciamento não é ato discricionário muito menos arbitrário, que se pratique
ao livre talante da autoridade de polícia judiciária militar, por capricho ou vingança, ou,
ainda, como mero expediente para preenchimento de campo para a capa de IPM.

27. Como bem afirmou o Sr. Ronaldo João Roth – Juiz Auditor da 1º Auditoria de
Justiça Militar do Estado de São Paulo - “O indiciamento, por uma questão de lógica e
técnica, não deve ser o primeiro ato do encarregado do IPM, mas sim um dos últimos
naquele procedimento investigatório, precedendo ao interrogatório, por meio do
despacho indiciatório, devidamente motivado, medida esta que evidenciará
transparência e objetividade na investigação”. Poderá, entretanto, indiciar um militar
nas conclusões de seu relatório final, ou mesmo, retificar o indiciamento realizado no
início do IPM ou em seu decorrer. A autoridade originária também poderá ratificar o
indiciamento ou retificá-lo, onde, se discordar do posicionamento do Encarregado,
deverá motivar.

28. A autoridade delegante deve tomar muito cuidado ao INDICIAR um militar, pois
tal aspecto pode interferir para toda a vida funcional e particular do militar, portanto,
deverá fazê-lo somente quando houver proximidade da certeza do indiciamento. Como
bem demonstra o mestre e doutrinador Julio Fabrine Mirabete que indiciamento: “ é a
imputação a alguém, no IP, da prática do ilícito penal ou do resultado concreto da
convergência de indícios que apontam determinada pessoa ou determinadas pessoas
como praticante de fatos ou fato tidos pela legislação pena em vigor como típicos,
antijurídicos e culpáveis (...). O indiciamento não é ato arbitrário, visto que inexiste a
possibilidade legal de escolher entre indiciar ou não. A questão situa-se na legalidade
do ato. O suspeito sobre o qual se reuniu prova de autoria da infração tem que ser
indiciado; já aquele contra si possuía frágeis indícios, não pode ser indiciado pois é
mero suspeito”. É logico, portanto, que o indiciado é o suspeito do cometimento da
infração penal militar alvo do IPM.

29. CARACTERÍSTICAS DO IPM- Inquérito Policial Militar é peça formal, onde os


documentos são juntados cronologicamente, contudo não há invalidade do IPM devido
a meras irregularidades formais, contudo, desses vícios podem surgir
responsabilização ao Encarregado e/ou à autoridade delegante, por trabalhar mal no
desempenho de tais funções.

30. É inquisitivo, por isso não há ampla defesa e


contraditório, muito embora o interrogatório do acusado já sirva de defesa. O
advogado do indiciado não pode se manifestar durante o interrogatório do mesmo, a
não ser para aconselhar seu cliente, não podendo, entretanto interferir em tal ato,
solicitando o direito de fazer perguntas, e coisas desse tipo, contudo, poderá solicitar,
no nome do indiciado, perícias, quesitos, laudos, etc, os quais, após apreciada a
oportunidade e conveniência dos mesmos, serão deferidos ou não pelo Encarregado

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31. O IPM a grosso modo, destina-se apenas à juntar elementos de autoria e
materialidade que permitam a propositura da ação penal pelo Ministério Público.

32. Não vigora o princípio da publicidade, devendo o encarregado agir com o sigilo
necessário para o deslinde da questão.

33. No final das apurações, o Encarregado deve confeccionar, de forma imparcial e


serena, minucioso relatório, onde, deverá, em suas conclusões:

Caso o IPM inicie com indiciado(s): ratificar a posição do mesmo como tal ou
retificá-la. Ratificar quando concluir que realmente haja indícios de que o
indiciado seja o autor dos fatos tidos como criminosos; retificar quando não
se chegar a tais indícios, ou após surgir prova robusta que demonstra tal
situação, retirando a condição daquele como indiciado;

Caso o IPM inicie sem indiciado(s): Indiciar o(s) militar(es) que se tornou
(ram) suspeito(s) durante o IPM, ou não indiciar ninguém, por não existir
provas de autoria, ou, ainda, diante da inexistência de crime militar;

Caso reste apurado haja indícios de transgressão disciplinar por


determinado militar, deve consignar tal fato nas conclusões de seu relatório.

34. PERÍCIAS - O art. 321 do CPPM, dispõe que “A autoridade


policial militar e a judiciária poderão requisitar dos institutos médico-legais, dos
laboratórios oficiais e de quaisquer repartições técnicas, militares ou civis, as perícias e
exames que se tornem necessários ao processo, bem como, para o mesmo fim,
homologar os que neles tenham sido regularmente realizados.” Cumpre enfatizar que
os órgãos de polícia científica têm o dever de atender, no prazo legal, às perícias e
exames ( dentro de suas competências) decorrentes e requisitados pela polícia
judiciária militar.

35. A autoridade de polícia judiciária militar deverá, quando requisitar as perícias,


formular os respectivos quesitos, que devem ser específicos e simples não podendo
ser sugestivos. Deve o Encarregado que decidir realizar perícias, notificar o indiciado e
seu advogado, para que se quiserem, também ofereçam seus quesitos.

36. Sempre que conveniente e possível, os laudos e perícias ou exames serão


ilustrados com fotografias, microfotografias, desenhos ou esquemas (croquis),
devidamente rubricados e na devida escala.

37. As perícias, sempre que possível, serão elaboradas por dois peritos
especializados no assunto ou com habilitação técnica, devendo ser nomeados, de
preferências, dentre os oficiais da ativa. Os peritos descreverão minuciosamente o que
examinarem e responderão, com clareza e de modo positivo, os quesitos formulados,
que serão transcritos nos laudos

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38. Muitas vezes o próprio Auto de Prisão em Flagrante delito é suficiente, não
necessitando, ainda, a instauração de IPM.

39. PRAZO E PRORROGAÇÃO- O IPM deverá terminar no prazo de vinte dias se o


indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem
de prisão. Se o indiciado estiver solto, deverá terminar no prazo de quarenta dias,
contados a partir da data em que se instaurar o IPM, este prazo e somente este,
poderá ser prorrogado por mais 20 dias pela autoridade militar superior ( à autoridade
delegante), desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja
necessidade de outras diligências, indispensáveis à elucidação do fato, devendo ser
feito em momento oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação dos prazos.
(art. 20, §1º CPPM)

40. Se o IPM iniciar com o indiciado solto, e se ele vir a ser preso no decorrer do
procedimento, o Encarregado terá, a partir de tal prisão, o prazo de 20 dias para
concluir o IPM, isto, desde que não tenha passado mais de 20 dias da data da
instauração. O prazo de 20 dias quando o indiciado estiver preso é improrrogável.

41. Se infere do art. 20 – indiciado solto, que o término do IPM, portanto, será em 40
dias a contar da data que se instaurar o inquérito ( podendo ocorrer a prorrogação por
mais 20 dias); se preso 20 dias a contar da data que se executar a ordem de
prisão( sem prorrogação).

42. Para o oficial delegado


( Encarregado) e para o próprio oficial delegante, serão menos de 40 dias ou 20 dias
para concluir os trabalhos, pois estará investigando no nome de outra pessoa –
autoridade delegante.

43. O comandante do BTL, de posse dos autos do IPM conclusos, e, após analisá-lo,
irá concordar ou não com a solução do encarregado do IPM. Poderá, ainda, achar que
a investigação não foi completa e pedir prorrogação ( à autoridade superior) e
determinar que o encarregado proceda novas diligências e conclua o IPM novamente.
A solução final é da autoridade delegante.

44. Conta-se o prazo para sua conclusão, da abertura do IPM pela portaria o Cmt do
BTL, ou pelo disposto na mesma, a qual estabelece prazo de duração e quando iniciará
a investigação. Por isso a mesma deve ser entregue ao Encarregado no mesmo dia de
sua confecção e publicação.

45. A autoridade superior a que se refere o art. 20 §1º do CPPM, quanto ao CMT BTL
( no caso) é Cmt G, ou do Diretor Operacional, isto tão logo se regule tal função e
subordine os BBM's a tal oficial. A prorrogação deve ser justificada.

46. Os 20 dias não mais serão prorrogados, salvo só para o Cmt G. Não se tem o
tempo certo que pode prorrogar mais uma vez neste caso, mas a lógica é de mais, no
máximo 10 dias. O juiz auditor pode dar 20 dias, então o cmt geral pela lógica, somente
10 dias.

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47. No âmbito militar o encarregado somente pode ser responsável por apenas um
IPM. Já o delegado lida com vários ao mesmo tempo.

48. EXEMPLOS DE PRAZOS E SITUAÇÕES DE INDICIADO PRESO:

a. ______________/____________________

solto ( 5 dias) preso

(iniciou com o indiciado solto e após cinco dias de início dos trabalhos, o
mesmo foi preso):

Neste caso o IPM antes deveria terminar em no máximo 40 dias, a partir do


momento que o indiciado foi preso, e já tinha se passado 5 dias, teremos mais 20 dias
no máximo para conclusão do IPM, não-prorrogáveis. Ou seja, será ao todo 25 dias.

b. _____________/____________________

preso ( 10 dias) solto

(iniciou o IPM com o indiciado preso, e após dez dias o indiciado conseguiu
a liberdade provisória)

Neste caso de início teríamos no máximo 20 dias então teremos mais 10


dias, prorrogáveis por mais 20 dias.

49. “Quem tem o poder/competência, tem o tempo”. Quando delega deve observar o
tempo. ( ex. indiciado solto tem-se 40 dias para concluir o IPM, aquele que delegou
tem esse prazo para apresentar a conclusão, então não dará os 40 dias a seu
delegado e sim menos, pois o dono do poder deve participar, quem determina o
término ou a conclusão do IPM é o que tem o poder.

50. Quando o IPM inicia com o indiciado preso o prazo começa no dia de sua prisão.

51. Quando inicia solto é pela portaria, que será o primeiro dia do prazo, por isso deve
a autoridade delegante agilizar que a mesma chegue às mãos do Encarregado.

52. Autuação é quando se reúne todas as peças do IPM. Deve-se lembrar de somente
colocar o nome de um militar na capa dos autos, em seu término, quando a autoridade
originária homologar tal indiciamento, caso contrário, não poderá constar nome algum
naquela qualidade.

53. A inquirição de um militar deverá sempre ser solicitada ao Cmt da respectiva


OBM.

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54. A Ação Penal se inicia com o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público,
contudo, o processo, somente com o recebimento dessa denúncia.

55. REQUISIÇÃO DE DILIGÊNCIAS - A autoridade de polícia judiciária militar


poderá requisitar ( ordenar) as diligências necessárias, tais como perícias junto à
Polícia Civil, pois está a serviço da Justiça.

56. O Encarregado do IPM busca a informação diretamente na fonte, não necessita


seguir os canais de comando ( ao, ao, ao, ao...), ou seja, por exemplo, um tenente na
condição de Encarregado de IPM, não necessita solicitar ao Cmt de sua Cia, para que
este solicite ao Cmt do BBM, para que este solicite ao Cmt G, sobre a oitiva de um
bombeiro militar que esteja locado no Cmdo G, deverá solicitar diretamente ao Cmt G
sua apresentação para ser ouvido.

57. São exemplos de diligências: perícias, laudos, expedição de precatórias...

58. INTERROGATÓRIO - Ocorre quando o Encarregado chama o indiciado a ser


ouvido nos autos de IPM, onde será disponibilizado contar sua versão da história. O
indiciado não presta o compromisso de dizer a verdade e pode se fazer acompanhar
por advogado.

59. O indiciado tem o direito de permanecer em silêncio durante seu interrogatório e tal
procedimento não pode ser considerado em seu prejuízo, mesmo porque se trata de
direito constitucional (art. 5º, LXIII da Constituição da República Federativa do Brasil
de 1988). O termo deve ser digitado sem espaços, parágrafos. É texto na forma
“corrida”.

60. PROVIDÊNCIAS IMPORTANTES - Deve ser juntado sempre a ficha de conduta


do indiciado, inclusive suas fichas de alterações que não mais constem na ficha de
conduta (FRH, movimentação (nº 17) , em punições (nº 06).

61. Se o indiciado por oficial, o escrivão será 2º ou 1º tenente.

62. DO ESCRIVÃO - A nomeação de escrivão será levada a feito pelo próprio


Encarregado se não tiver sido feito na portaria da autoridade originária (regra).

63. Substituição de escrivão: por exemplo, se no curso de um IPM for verificado que
um oficial estava envolvido, deverá ser substituida a praça que foi nomeada para tanto,
devendo recair sobre oficial e dependendo do caso até mesmo o Encarregado deverá
ser substituído mediante nova portaria da autoridade delegante.

64. O escrivão pode e deve contribuir com sua perspicácia, diligência, tenacidade
para a elucidação do fato delituoso.

65. O escrivão presta compromisso de manter o sigilo do inquérito e de cumprir


fielmente as determinações do CPPM no exercício de suas atribuições.

66. O escrivão é responsável pelos seguintes procedimentos básicos:

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- Portaria ( se possível já inquirir – citar - as testemunhas)
- Designação do escrivão ( que poderá ser indicado na delegação de Poderes) quem
assina é o encarregado
- Termo de compromisso do escrivão – as vezes poderá ser no mesmo documento de
designação. O escrivão somente entrará no IPM após a assinatura do termo ao
encarregado, também deverá ser assinado pelo encarregado.
- Autuação - é uma peça que irá reunir o que foi investigado com a documentação que
surgir no decorrer da mesma.
- Certidão - indicação por parte do escrivão de que foram cumpridas as determinações
do encarregado.
- Termo de conclusão – remeter os autos para o encarregado.
- Certificado e concluído pelo escrivão, os autos irão para o encarregado que irá
manifestar pela 1ª vez nos autos através do 1º despacho e após isso teremos o
recebimento despacho pelo escrivão e uma certidão ( podendo estar ou não seguida
de diversas peças que antes não tinha p.ex. peça de intimação, essa virá depois da
certidão de recebimento e após esses “ofícios o escrivão encaminha para o
encarregado emitir o despacho e o escrivão emite o recebimento e a certidão depois a
conclusão, relatório recebimento e remessa.
- Despacho do encarregado – recebido do encarregado os autos após suas
determinações.

67. Todo e qualquer documento que o Encarregado quiser juntar aos autos, por
despacho ao Escrivão determinará a juntada, ou seja, o Encarregado despacha para o
escrivão algumas providências e este, após receber o resultado das mesmas, as
juntará aos autos, e, para tanto, confeccionará os respectivos termos de juntada,
colacionando tudo aos autos.

68. Para anexar aos autos cópias de inquirições ( em duas vias) basta a autorização
do encarregado, não sendo necessário termo de juntada.

69. DAS OITIVAS – Segundo o CPPM, deve-se ouvir: 1º ofendido; 2º o indiciado; e 3º


testemunhas.

70. O indiciado é ouvido mediante “Auto de qualificação e interrogatório.” Aqui deve-


se realizar o máximo de perguntas ao indiciado, tendo como referência o constante no
art. 306 do CPPM. Exemplos de perguntas interessantes para o deslinde do IPM:

• “Há mais algo que queiras manifestar?”


• “Gostarias que alguém mais fosse ouvido?”
• “Gostaria de relatar mais alguma situação, fato ou ato?”
• “Quer que providencie alguma prova?”

71. O indiciado pode ser ouvido novamente em outra ocasião se assim desejar o
encarregado.

72. O indiciado poderá ser conduzido coercitivamente para ser interrogado,


podendo, ainda ser preso em flagrante por desobediência e deverá ser ouvido no

13
período que medeie entre as 07:00h às 18:00h, salvo em caso de urgência, onde o fato
especificado será consignado quando do interrogatório daquele. Caso o Encarregado
não se sinta seguro para aquela primeira providência, deverá requerer ao juiz que
determine a condução “sob vara” do indiciado.

73. As testemunhas são ouvidas em “Termo de Inquirição Sumária.”

74. O Encarregado pode perfeitamente ouvir superiores na qualidade de testemunha.

75. As testemunhas serão sempre ouvidas separadamente, de modo que uma não
ouça o depoimento das outras e não será permitido que manifeste opiniões de caráter
pessoal, exceto quando inseparáveis da narrativa do fato.

76. O comparecimento do militar ou funcionário público, será requisitado –


ordenado- pelo Encarregado do IPM ao respectivo chefe. Na hipótese da testemunha
ser militar de patente superior à do encarregado do feito, este solicitará (mas tem o
direito de requisitar já que estará falando em nome da justiça) à autoridade
imediatamente superior ao referido militar a sua apresentação – art. 349 CPPM.

77. Com já consignado, na hipótese de recusa veemente da testemunha em


comparecer, deverá o encarregado informar imediatamente a autoridade judiciária
militar competente para fins de que esta expeça ordem judicial para comparecimento,
sob as penas da lei, nos termos da disciplina do processo penal militar. Pode ainda o
encarregado demonstrar que o indiciado já teve outras chances de comparecer e
solicitar a ordem de prisão daquele. A prisão preventiva exige a ocorrência de alguns
requisitos: a. Prova do fato criminoso; b. Indícios suficientes de autoria e se fundar: 1.
na garantia da ordem pública; 2 conveniência da instrução criminal; 3. periculosidade
do indiciado ou acusado; 4. segurança da aplicação da lei penal militar; 5. exigência da
manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares, quando
ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado ou acusado.

78. FIM DAS INVESTIGAÇÕES - Findas as investigações, o Encarregado poderá


concluir por:
1. Existência de indícios de crime militar;
2. Existência de indícios de transgressão disciplinar;
3. Existência das figuras dos itens 1 e 2; 1 ou 2;
4. Pela Inexistência de indícios de crime militar, onde, deverá propor o
arquivamento do feito;
5. Pela existência de indícios de crime comum, propondo que o Juiz
Auditor remeta os autos à Justiça Comum. ( não obstante o fato de que IPM
serve para aputar crime MILITAR, nada impede que o Encarregado chegue
a conclusão de crime comum)

79. Nos casos de Sindicância, quando nesta restam apurados indícios de crime
comum, nada obsta o encaminhamento da mesma à autoridade de polícia civil
competente, contudo, no caso de IPM, somente o Juiz Auditor pode tomar tal
providência, pois, trata-se de procedimento judicial.

14
80. De maneira que os IPM's são normalmente instaurados por delegação, os autos
são conclusos e encaminhados à autoridade Delegante a qual, homologará ou não o
relatório e conclusões do Encarregado, assim como para que encaminhe à autoridade
militar competente fotocópia do relatório onde se apurou indícios de transgressão
disciplinar para que se instaure ou não o respectivo Processo Administrativo Disciplinar
em desfavor do indiciado. Se a autoridade delegante discordar de qualquer das
conclusões do Encarregado, deverá avocar para dar solução diversa, motivadamente.
Não deve a autoridade superior determinar a abertura de PAD, pois, então, estará
delegando e, então, será ele que deverá julgar...

81. Motivar é expor todas as questões de fato e de direito que julga pertinentes à
questão, rebatendo todos os pontos discordantes, não deixando nenhuma questão sem
apreciação.

82. As folhas dos autos devem ser numeradas corretamente, onde a capa será a fls.
Nº 01, contudo, tal numeração primeira, não é DIGITADO. Sugere-se que a numeração
seja efetivada no término do IPM, para que não ocorram rasuras. As laudas serão
rubricadas pelo escrivão, responsável, também, pela numeração.

83. No verso das laudas que compõem o IPM, caso nada haja consignado, deverá
se fazer constar a inscrição “EM BRANCO”.

84. A autoridade delegante, encaminhará os autos conclusos ao Juiz Auditor da


Justiça Militar.

85. TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR RESIDUAL AO DELITO MILITAR - É de se


destacar que o crime militar é uma entidade jurídica que absorve a transgressão
disciplinar, como bem demonstra o artigo 12, final, do RDPMSC. Em assim sendo
havendo concurso entre crime militar e transgressão disciplinar, a sanção
administrativa não será aplicada. Nada impede, contudo, que haja, margeando o delito
(ou como consideramos: de maneira residual), uma transgressão disciplinar
independente, passível, deste modo, de reprimenda autônoma.

86. Nada impede que, concomitante à instauração de IPM, se instaure PAD em


desfavor de militares indiciados naquele, muito pelo contrário, tal comportamento deve
ser de ofício, para que tal omissão não acarrete ao omitente alguma responsabilização
criminal. O fato motivador do PAD, entretanto, deve ser residual, por exemplo:
Determinado BM é flagrado praticando atos libidinosos no interior do quartel, além de
ser preso em flagrante, pode e deve ser submetido à PAD pela transgressão disciplinar
nº 20 do anexo I do RDPMSC, pois, suponhamos que somente se instaure IPM e que
ao final de 3 anos o indiciado aceite a transação processual, na prática discipinar sairá
incólume disciplinarmente. Deve-se primar pela manutenção da hierarquia e disciplina
SEMPRE!!!

87. Há situações, por exemplo, onde as manifestações de defesa de determinado


acusado num PAD acarretaram-lhe um IPM, pois, apesar de seu direito à defesa ser

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amplo, não revestem o acusado do direito de ofender ou desrespeitar seus
subordinados, pares ou superiores.

88. NORMAS PARA PADRONIZAÇÃO DO IPM NO CBMSC - Como regra, as peças


elaboradas pelo Encarregado do IPM no CBMSC, deverão ser materializadas em folha
A4, com capa cartonizada (cartolina)- inclusive as fotocópias - , fonte “arial” , “12”,
espaço “um e meio”, tendo o cuidado quanto aos depoimentos, os quais devem ser
transcritos em texto corrido, sem parágrafos ou espaçamentos, e devem procurar ser o
mais fiel possível conforme os relatos. Todas laudas serão rubricadas pelo escrivão.

89. ORDEM FORMAL DAS PEÇAS BÁSICAS DE UM IPM:

1. Autuação – são autuados no processo todos os itens em ordem


cronológica
2. Portaria do Encarregado
3. Portaria do delegante - Delegação de poderes -
4. Documento(s) que noticia(m) o fato, e anexo
5. Designação do escrivão
6. Termo de compromisso do escrivão ( o escrivão e o encarregado
assinam)
7. Certidão - certifica que o termo acima foi providenciado
8. Conclusão - que poderá ser junto da certidão, conclui as ordens dadas
até então. E vai para o encarregado que despachará novas ordens
9. Despacho – ordens para que o escrivão providencie determinados
documentos, ou que venha a indiciar determinado militar, etc.
10. Recebimento – o escrivão recebe os autos do encarregado com as
novas ordens... e deve ainda certificar que tudo foi providenciado conforme
ordens.
11. Conclusão e mais o art. 22 do CPPM
12. Relatório - neste o encarregado dá sua conclusão
13. Remessa ( art. 23 CPPM)
14. Solução do IPM( art. 22 §1º CPPM) – manifestação do cmt – autoridade
judiciária. Deverá a autoridade delegante ou originária, remeter o relatório
do Encarregado e sua Solução à Corregedoria Geral do CBMSC.

90. SOLUÇÃO DA AUTORIDADE DELEGANTE/ORIGINÁRIA - A autoridade


delegante, poderá, caso discorde das conclusões do Encarregado, e conforme
preceitua o art. 22 ,§2º CPPM, avocar, solucionando o IPM de forma diferente daquele,
contudo, deverá motivar.

91. O Cmt do BBM em sua Solução, caso encontre indícios de transgressão disciplinar
por parte de algum bombeiro militar, não deve aplicar a penalidade por infração disciplinar
pois esta, nesta situação, como autoridade judiciária não esta na função administrativa de
Cmt. Pois na sanção administrativa o acusado deve Ter ampla defesa e contraditório.
Assim, é prudente que tal autoridade, em sua solução, determine o encaminhamento de
fotocópia do relatório e solução ao comandante ( oficial ) imediato do transgressor,
indicando existir indícios de TD por parte do mesmo no IPM.

92. Quando o superior imediato daquele bombeiro militar contra o qual restou apurado
indícios de TD em IPM, não instaurar o respectivo PAD, deverá muito bem motivar e

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fundamentar sua decisão, pois, poderá incorrer em crime militar (condescendência
criminosa, prevaricação...)

93. ARQUIVAMENTO DE IPM - Qualquer que seja a conclusão do IPM, este não ficará
arquivado no CBMSC, e sim encaminhado à justiça militar. (Art. 24 CPPM), devendo,
entretanto, uma fotocópia permanecer nos arquivos de onde serve a respectiva autoridade
delegante.

94. Somente a autoridade judiciária poderá determinar os autos de IPM, jamais o


Encarregado, a autoridade delegante ou o promotor de justiça.

95. O Ministério Público poderá requerer o arquivamento do IPM ao Juízo competente,


desde que: a) o fato narrado evidentemente não constitua crime militar; b) falta de base
para a denúncia, entretato, não estará obrigado a assim proceder o magistrado. O MP
poderá, ainda, requisitar novas diligências, as quais foram omitidas ou realizadas com
desleixo pelo Encarregado ou não observada sua necessidade pela autoridade
delegante.

96. O arquivamento do IPM não obsta a abertura de um novo, se surgir novos fatos
teremos 2 peças que irão embasar o novo: o IPM arquivado e o novo fato.(Art. 25
CPPM). Devendo, entretanto, o Encarregado do novo IPM, se assim já não procedeu a
autoridade delegante, solicitar à Justiça Militar os autos de IPM arquivados para anexá-
lo ao novo.

97. O MP não baixa o IPM para o BBM arrumar os erros, ao MP importa que o
documento (IPM) tenha ou não informações e se faltar algo requisitará novas
diligências.(Art. 26 CPPM).

98. RELATÓRIO DE IPM - O relatório terá a seguinte composição:

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

RELATÓRIO
REF: INQUÉRITO POLICIAL MILITAR N. ......./CBMSC/05

1.OBJETIVO DO IPM:

EXEMPLO: Este procedimento, inaugurado pela portaria n ............., teve por


finalidade apurar fato ocorrido no dia 28 de janeiro de 2005, nas dependências do 1º

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BBM, quando às tantas horas, o 1º Sgt BM Zicado....., entrou em luta corporal com o Sd
BM Beltrano..., causando-lhe várias lesões corporais....... (é o resumo da razão do IPM.)

2. DIGILÊNCIAS REALIZADAS:

Deve-se elencar as etapas dos procedimentos de PJM, dar destaque aos atos
realizado, tem como base principal os despachos, sem, no entanto, referir-se aos
resultados. Aqui o encarregado pode descrever situações que presenciou durante os
depoimentos, tais como nervosismo, indecisão, medo, mentira, ódio...

Histórico do IPM - da investigação. O que fez para investigar, se


viajou, quem intimou como intimou, se ouviu pessoalmente o
indiciado, quando ouviu, se produziu peças e se produziu perícias.
Não existe o termo oficiar, se diz intimei, inquiri, requirir ...

Não se aponta o que apurou e sim como apurou


EXEMPLO:
Intimei fulando de tal, cricano, beltrano
requeri perícia de lesão corporal, balística, .... à polícia técnica...

3. RESULTADOS OBTIDOS:

3.1 História dos fatos - Narração sobre os fatos objetos de investigação do


IPM. É a versão do encarregado. Não é uma simples transcrição de
depoimentos..

3.2 Análise das provas – testemunhais, periciais, documentais, etc. Aqui


aparece a sustentação da história como relatada no item anterior.

3.3 Posição Final – conclusões do encarregado. Aqui se


consignará se houve ou não indícios de crime e/ou de transgressão
disciplinar. Apontará os prováveis autores e ressaltará o fato
principal.

Nestas fases não há adjetivos, dramatização ou interpretações. Aqui


temos a história que trouxemos da investigação, relata-se as
histórias que buscamos não a do início e sim a que investigamos a
que levantamos e reconstituimos.

No item 3.2 , quanto a análise das provas, se analisa as provas


testemunhais, documentais e periciais. Nas testemunhais pode até
mesmo incluir o indiciado, informantes, vítima, pois pode se alterar
no transcorrer da ouvida de ser provada pesa mais o testemunhal
que o informante. Deve se questionar se houve divergências entre
as testemunhas, se são ou não tão importantes. Se as provas
periciais trouxeram as informações corretas.

18
Já sobre o item 3.3 Posição Final
Há indícios de crime pois A feriu B...
Há indícios de infração disciplinar
Seria praticamente o fim do IPM

4. Conclusão

Em nenhum momento do relatório devemos citar artigos, ou fazer tipificações..


não se diz: é crime tal... mas deve se indicar os indícios de autoria e dos
indícios de crime militar. Também, se houve indiciado no início do IPM, deve-
se ratificar a posição do mesmo, quando os indícios indicarem ser ele o autor,
ou um dos autores; ou retificar seu indiciamento quando não restar provado
pairar sobre ele indícios de autoria, se tal certeza surgir durante o IPM, deverá
o Encarregado confeccionar um despacho anulatório ou revogador de
indiciamento, ou, ainda, o desindiciamento, tudo, motivadamente. Ainda,
quando o IPM não tiver indiciado, e ao final do mesmo existir indícios sobre
determinado militar, deve-se indiciar o mesmo.

Exemplo de conclusão:

“Provada a materialidade de delito militar, determinadas as


circunstâncias em que ocorreu e os meios empregados, bem como
individualizada a autoria na figura do Sd BM Fulando de Tal,
completos estão os trabalhos de polícia judiciária militar, ( aqui cabe,
se for o caso, retificar o indiciamento; representar ao Juiz Auditor
sobre a conveniência da decretação da prisão preventiva).
É o relatório.
Quartel do 1º Batalhão de Bombeiro Militar em Florianópolis, ....de....de
2005.
Fulano de Tal
1º Ten BM Encarregado de IPM”

A Solução da autoridade originária deve ser no sentido da homologação ou não das conclusões a que
chegou o Encarregado de IPM, caso discorde, deverá motivar suas convicções e demonstrar as
razões que o levaram a tal cognição, contudo, não deverá consignar razões de cunho pessoal, deve
ser imparcial, claro, preciso e conciso.

19
20
ESTADO DE SANTA CATARINA
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

AUTOS DE IPM Nº XXX/CBMSC/05

Fulano de tal Cicrano de Tal


1º Ten BM Encarregado do IPM 2º Sgt BM Escrivão do IPM

Indiciado: 1º Sgt BM Carlos Magno (ou a apurar)


Ofendido: Paulo Facão

21
AUTUAÇÃO

Aos vinte e três dias do mês de novembro do ano de dois mil e cinco, nesta
cidade de Florianópolis, no Quartel do Comando Geral, autuo a Portaria nº
xxx/CBMSC/05, e mais documentos que a este junto e me foram entregues pelo Sr.
Encarregado do presente Inquérito, do que para constar, lavro este termo, EU, Cicrano de
Tal, 2º Sgt BM, servindo de Escrivão que o digitei o subscrevo
_____________________________( assinatura do escrivão)

MANDADO PROCEDER PELO SR. CEL CMT G CBMSC

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

PORTARIA

Tendo-me sido delegadas pelo Sr Ten BM Cel BM ARNALDO JABOR,


Comandante do 1º Batalhão de Bombeiro Militar, as atribuições de polícia judiciária militar
que lhe competem, para apurar os fatos a que se refere a PORTARIA nº xxxxxx/Cmdo-
G/CBMSC/05, datada de 19 de janeiro de 2005 e seus (s) anexo (s), determino que se
procedam os necessários exames e diligências, para o esclarecimento dos fatos.

Recomendo, outrossim, ao Escrivão, que autue a presente Portaria com os


documentos inclusos, juntando sucessivamente as demais peças que forem acrescendo,
e intime as pessoas que tiverem conhecimento dos aludidos fatos e de suas
circunstâncias, a comparecerem em dia e hora que forem designados, a fim de serem
inquiridos na forma de legislação vigente.

22
Florianópolis-SC, em 22 de Janeiro de 2005

DANIEL AZULAI
1º Ten BM Encarregado do IPM

Obs: esse termo deve ser elaborado concomitantemente com o termo de compromisso do
escrivão, pois as datas devem coincidir.

ESTADO DE SANTA CATARINA


CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
COMANDO GERAL

PORTARIA Nº....., DE .... DE........DE.......

Instauração de Inquérito Policial Militar

O COMANDANTE DO 1º BATALHÃO DE BOMBEIRO MILITAR, no uso de


suas atribuições legais, RESOLVE:

1.Instaurar o Inquérito Policial Militar nº......../CBMSC/06, a fim de averiguar


os indícios de crime militar envolvendo o Sd BM ............ e o 1º Sgt BM.............., quando
no dia 04 de novembro de 2005, aquele, após travar uma discussão com este, passou a
agredi-lo com socos e pontapés, causando várias lesões em superior hierárquico, tudo
conforme demonstra a documentação anexa a esta;

2. Indiciar, portanto, o Sd BM.......... e o 1º Sgt BM...........; ( se for o caso)

3. Designar o 1º Ten BM Fulano de Tal, como Encarregado de IPM,


delegando-lhe os poderes de Polícia Judiciária Militar que me competem;

23
4. Designar o 1º Sgt BM Zé das Coves, para funcionar como Escrivão; ( se
assim a autoridade delegante desejar proceder)

5. Conceder o prazo de 30 dias, a contar da publicação desta em Boletim do


Comando Geral.

ALFAIATE DE OLIVEIRA
Tenente Coronel BM Comandante
do 1º Batalhão de Bombeiro Militar

obs: Na portaria deve estar tudo que vai se imputar ao acusado, contudo, resumidamente

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

DESIGNAÇÃO DE ESCRIVÃO

Aos cinco dias do mês de novembro do ano de dois mil e cinco, designo nos
Termos do Artigo 245 em seu Parágrafo 4º do Código de Processo Penal Militar, o 2º Ten
PM fulando de Tal, para servir de Escrivão nos Autos do IPM de Portaria nº xxxxx/05, do
qual estou Encarregado de proceder, lavrando-se o competente Termo de Compromisso.

CARLOS CAROLA CORREIA CORREANDO


Ten Cel PM Encarregado do IPM

24
obs: só existe este termo, caso não tenha sido designado na portaria da autoridade
delegante.

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

TERMO DE COMPROMISSO DO ESCRIVÃO

Aos vinte e um dias do mês de março do ano de dois mil e cinco, nesta Cidade de
Florianópolis, Estado de Santa Catarina, na Sede do Comando Geral do Corpo de
Bombeiros Militar, onde se achava presente o Sr Cap BM AUGUSTUS BRUTUS
ROMANUS, Encarregado do IPM, foi deferida a mim, 2º Sgt BM Mat XXXXX-X CAIUS
CORRUPTUS VILANUS, da 1ª Cia/1ºBBM, designação para servir de Escrivão,
compromisso legal que aceitei, de manter sigilo do Inquérito e cumprir fielmente as
determinações do Código de Processo Penal Militar, no exercício da função.

AUGUSTUS BRUTUS ROMANUS


Cap BM Encarregado do IPM

25
CAIUS CORRUPTUS VILANUS
2º Sgt PM - Escrivão

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

SUBSTITUIÇÃO DE ESCRIVÃO

Designo o 2º Sgt BM MARTIN LUTHER KING, em substituição ao 3º Sgt BM


MALCOM CHESS, para servir como escrivão ao Inquérito Policial Militar do qual sou
encarregado, lavrando-se o competente termo de compromisso.
Tal substituição dá-se devido o substituído ter sido convocado, em questão de
serviço, para laborar na Operação Verâneio nas próximas semanas.

Florianópolis - SC, em 23 de fevereiro de 2005

26
PANCHO VILAS
2º Ten BM Encarregado do IPM

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

CONCLUSÃO

Aos dez dias do mês de fevereiro do ano de 2005, faço estes Autos conclusos ao
Sr 1º Ten BM FULANO DE TAL, Encarregado do IPM.

27
CICRANO DE TAL
3º Sgt BM - Escrivão

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

DESPACHO

Ao Escrivão, para que providencie:

1) A intimação verbal do Sr 1º Ten BM Mat. xxxxxxx-xTALIM QUEPE DA SILVA, para


comparecer no dia 08 Mar 05 às 10:00h, na sala da Assessoria Jurídica do Cmdo-G, à
fim de prestar depoimento na qualidade de Testemunha;

2) A intimação verbal do Sd BM Mat xxxxx-x Carlos Cuturno Cadarço e Silva, para


comparecer no dia 08 Mar 05 às 14:30h, na sala da Assessoria Jurídica do Cmdo-G, à
fim de prestar depoimento na qualidade de Indiciado;

3) A intimação da Srª Simoni da SIlva, para comparecer no dia 12 Mar 05 às 14:00h,


na sala da Assessoria Jurídica do Cmdo-G, à fim de prestar depoimento na qualidade de
Testemunha;

4) Juntada da ficha de conduta do indiciado e demais alterações retiradas da ficha,


mas constantes no sistema informatizado;

5) Juntada da escala de serviço do dia xxxx, xxx, e xx de março de 2005;

6) Juntada da fita de vídeo que foi entregue pelo Sr. Cazinho do Vizinho Silva;

28
Quartel em Florianópolis-SC, em 07 de Março de 2005

ARQUIPÉLAGO DA SILVA JARDIM


1º Ten BM - Enc. Do IPM

OBS: os ofícios de intimação, solicitação de perícias, etc, devem seguir os padrões


estabelecidos pelo Manula de Padronização e Redação dos Atos Oficiais editado pelo
Estado.

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

RECEBIMENTO

Aos quinze dias do mês de março de dois mil e cinco, recebi estes Autos do Sr. 1º Ten
BM Encarregado deste IPM.

UM DOIS TRÊS DE OLIVEIRA QUATRO


3º Sgt BM Escrivão

CERTIDÃO

Aos........................... do mês de março de dois mil e cinco, certifico que providenciei


conforme despacho de fls.....

29
UM DOIS TRÊS DE OLIVEIRA QUATRO
3º Sgt BM Escrivão

obs: a data da certificação deve ser coincidente com a data dos atos que providenciou,
para que não certifique ato que só ocorrerá posteriormente.

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

JUNTADA

Aos doze dias do mês de Março do ano de dois mil e cinco, faço a juntada aos
presentes autos:

1. Ficha de Antecedentes Criminais de Marcelo Mascarenhas Silva;


2. Ficha de Conduta disciplinar do Sd BM Titus Livius;
3. Fita de Vídeo entregue pelo Sr. ......

Os quais adiante se vêem e ficam fazendo parte destes autos.

30
CHE GUEVARA
2º Sgt BM – Escrivão

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

AUTO DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO

AUTOS: Inquérito Policial Militar nº XXXX/05


LOCAL: Corregedoria Geral ( ou B-1/1ºBBM, etc)
DATA: xx de janeiro de 2005
HORÁRIO INÍCIO: 15:50h TÉRMINO: 16:20h
ENCARREGADO DO TERMO: 1º Ten BM Fulando de Tal
ESCRIVÃO: 3º Sgt BM Cricano de tal
COMPARECEU O INDICIADO E SE IDENTIFICOU COMO SE CONSIGNA A SEGUIR:
NOME: Beltrano de Tal
CPF:
IDENTIDADE MILITAR: Mat 915833-2
IDADE: XX anos
DATA DE NASCIMENTO: XX/XX/XXXX
ESTADO CIVIL:
NATURALIDADE:
FILIAÇÃO: nome do pai e da mãe
INSTRUÇÃO: 2º Grau Completo
PROFISSÃO/CARGO: Soldado CBMSC (sempre colocar a graduação ou posto)
LOCAL DE TRABALHO/LOTAÇÃO: 1ª/6ºBPM- LAGES - SC
RESIDÊNCIA: Rua Frei Nicodemos 199, Bairro São Luis-Lages/SC
DEFENSOR: não apresentou e nesta fase não pretende constituir.
(o indiciado não presta o compromisso de falar a verdade)

31
Sobre os fatos que deram origem à presente oitiva, tem a dizer: Que no dia dos fatos o
Indiciado encontrava-se de serviço. Que.......... . Que........... Que ............................ .
Que .................................................Dada a palavra livre ao indiciado, o mesmo solicitou,
alegou, etc....Como nada mais disse e nem lhe foi perguntado, lido e achado conforme,
vai devidamente assinado pelo indiciado, pelo Oficial a que este Termo Preside, e por
mim, 3º Sgt PM Beltraninho da Silva, Escrivão que o digitei.

INDICIADO:

ENCARREGADO:

ESCRIVÃO:

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

DESPACHO INDICIATÓRIO

Após tomar a termo o depoimento prestado pelo ...................................( nome e


matrícula), em fls............, e realizando uma análise conjunta com os demais elementos
constantes nestes autos, decido INDICIAR ...............................................nos autos de
IPM nº...../...../......, para o que o mesmo passe a esta qualidade doravante.

Quartel do 1 º Batalhão de Bombeiro Militar, em.... de .......de.......

FULANO DE TAL
1º Ten BM Encarregado de IPM

32
ESTADO DE SANTA CATARINA
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

TERMO DE INQUIRIÇÃO SUMÁRIA

AUTOS: Inquérito Policial Militar nº XXXX/05


LOCAL: Corregedoria Geral ( ou B-1/1ºBBM, etc)
DATA: xx de janeiro de 2005
HORÁRIO INÍCIO: 15:50h TÉRMINO: 16:20h
ENCARREGADO DO TERMO: 1º Ten BM Fulando de Tal
ESCRIVÃO: 3º Sgt BM Cricano de tal
COMPARECEU A TESTEMUNHA E SE IDENTIFICOU COMO SE CONSIGNA A
SEGUIR:
NOME: Beltrano de Tal
CPF:
IDENTIDADE MILITAR/CIVIL: Mat 915833-2
IDADE: XX anos
DATA DE NASCIMENTO: XX/XX/XXXX
ESTADO CIVIL:
NATURALIDADE:
FILIAÇÃO: nome do pai e da mãe
INSTRUÇÃO: 2º Grau Completo
PROFISSÃO/CARGO: Soldado CBMSC (sempre colocar a graduação ou posto)
LOCAL DE TRABALHO/LOTAÇÃO: 1ª/6ºBPM- LAGES - SC
RESIDÊNCIA: Rua Frei Nicodemos 199, Bairro São Luis-Lages/SC
DEFENSOR: Só constar caso esteja acompanhado por um para orientá-lo.
PRESTOU COMPROMISSO LEGAL: Sim

33
Aos costumes disse: ser inimiga do indiciado.... amiga íntima.... prima....
mãe............................ - onde poderá ser ouvida como informante. Ou disse nada
( Quando não tem qualquer ligação com o indiciado – amizade ou inimizade)
Sobre os fatos que deram origem a presente oitiva, declarou: Que no dia dos fatos
estava de serviço como Comandante de Área e presenciou quando o Sd BM .... desferiu
vários socos na face do Cb BM.... Como mais nada mais disse e nem lhe foi perguntado,
lido e achado conforme, vai devidamente assinado pela Testemunha, pelo Oficial a que
este Termo Preside, e por mim, 3º Sgt BM, Escrivão que o digitei.

TESTEMUNHA:

ENCARREGADO:

ESCRIVÃO:

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

RECEBIMENTO

Aos ............................... dias do mês de Fevereiro do ano de dois mil e cinco,


recebi estes Autos do Sr 1º Ten BM GETÚLIO VARGAS, Encarregado do IPM.

CHE GUEVARA
2º Sgt BM – Escrivão

REMESSA

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Aos .....................................dias do mês de Fevereiro do ano de dois mil e cinco,
faço a remessa do Inquérito Policial Militar ao Sr Ten Cel BM RAUL GIL, Comandante do
6º Batalhão de Polícia Militar, do que, para constar lavro este termo. Eu................ 2º Sgt
BM CHE GUEVARA, servindo de Escrivão do IPM.

Florianópolis - SC, em ......... de Fevereiro de 2005

CHE GUEVARA
2º Sgt BM – Escrivão

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA MILITAR

SOLUÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR NºXXX/1ºBBM/05

Pelas conclusões a que chegou o 1º Ten BM Fulano de TalAir de Agostinho


Zanelato, Encarregado do Inquérito Policial Militar nº xxx/CBMSC/05, procedido através
da Portaria nº XX/CBMSC/05, datada de 30 de Janeiro de 2005, após analisar o
constante dos autos, concluo que em tese não houve indício de crime militar, porém,
houve indícios de transgressão disciplinar cometidos pelo Sd BM Cicrano de Tal, pelo que
RESOLVO:

1. Homologar as conclusões do Encarregado de IPM;

2. Determinar ao B-1:

2.1 Que remeta os presentes autos à Auditoria de Justiça Militar para


providências de estilo;

2.2 Que confeccione fotocópia do relatório e desta Solução e remeta ao


Comando do indiciado, devido ter sido constatado indícios de transgressão
disciplinar por parte do mesmo, e ainda, a Correg-G;

2.3 Que publique esta em BI.

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2.4 Que confeccione fotocópia dos presentes autos e as arquive na
Correg/1ºBBM;

Quartel em Florianópolis em 10 de março de 2005.

FULANO DE TAL
Ten Cel BM Cmt 1º BBM
BIBLIOGRAFIA

BASTOS JUNIOR, Edmundo J. de. Instruções para elaboração de inquérito policial


militar. Santa Catarina-Florianópolis, 1976.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:


promulgada em 5 de outubro de 1988. 19ª Ed. Brasília: Câmara dos Deputados,
Coordenação de Publicações, 2002.

CORREA, Nivaldo. Anotações de sala de aula – cadeira de direito processual penal militar
- ministrada no Curso de Formação de Oficiais da Academia de Polícia Militar de Santa
Catarina no ano de 1999.

FERREIRA, Avilmar Santos. Inquérito policial militar e sindicância: procedimentos


para instauração, doutrina, prática e legislação. Belo Horizonte: Del Rey, 1996.

FREYESLEBEN, Márcio Luís Chila. A prisão provisória no CPPM. Belo Horizonte: Del
Rey, 1997.

GARCIA, Ismar Estulano. Inquérito: procedimento policial. 8ª Ed. Goiânia: AB-Editora,


1999.

MARTINS, Eliezer Pereira; CAPANO, Evandro Fabiani. Inquérito Policial Militar. 1ª Ed.
São Paulo: Editora de Direito, 1996.

NETO, José da Silva Loureiro. Lições de processo penal militar. São Paulo: Saraiva,
1992.

TORRES, Luís Cláudio Alves. Prática do processo penal militar. 2ª Ed. Rio de Janeiro:
Destaque, 1996.

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