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Geoffrey Hodson.

DIAGNÓSTICO CLARIVIDENTE
E
O ESTUDO OCULTO DAS
DOENÇAS

CAMPANHA DE DIVULGAÇÃO TEOSÓFICA

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À NOBRE CLASSE MÉDICA

A Sociedade Teosófica no Brasil, desejando dar maior divulgação a alguns


ensinamentos que poderão beneficiar a coletividade. reuniu neste pequeno folheto para ser
oferecido particularmente à nobre classe médica, dois artigos publicados no órgão oficial da
Sociedade, "O Teosofista”, de autoria do consagrado escritor Geoffrey Hodson. Autor de
vários livros do maior interesse para os espiritualistas em geral; utilizou-se para tal fim do
seu poder clarividente, de sorte que nos abre as portas de um mundo novo, onde
encontramos respostas para muitas das nossas dúvidas e interrogações. Que o prezado
leitor encontre neste folheto algum esclarecimento são os nossos melhore, votos.

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TEOSOFIA E MEDICINA

Todos os ramos do conhecimento humano interessam à Teosofia. Daí,


compreender-se que, em Londres, haja um Centro de pesquisas teosóficas, com um
Departamento Médico, encarregado de investigações no setor da Medicina.
Este grupo, composto de um número variável de membros, tem quatro
constantes, sendo dois médicos e dois psicoterapeutas. Tem procurado, no decorrer
de mais de quinze anos, efetuar um estudo comparado entre a Medicina ocidental e
a oriental. Além da base teórica, realizaram os investigadores, numerosas
experiências apoiadas nos poderes supranormais de clarividência e outros tipos de
percepção extra sensorial.
Verificaram que, além do corpo físico, visível e perceptível aos nossos sentidos,
há um outro, o corpo vital ou duplo etérico, que é, por assim dizer, a fonte de todas
as mudanças vitais ou fisiológicas e a ponte de ligação entre as estruturas físicas e os
aspectos não físicos do homem.
Por meio de seus membros sensitivos, utilizando-se de faculdades intuitivas,
introspecção, clarividência, tato extra sensorial, fizeram observação comparada e
controlada das diversas percepções, tendo chegado a resultados muito
interessantes.
Os pesquisadores, entretanto, apresentam suas observações e suas conclusões
a título de hipótese de trabalho.
Os interessados em aprofundar estes conhecimentos, poderão recorrer ao livro:
"SOME UNRECOGNIZED F ACTORS IN MEDICINE" 2ª edição. 1949. The Theosophical
Publishing House Ltd. 68 Great RuseIl St. London. W. C.

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DIAGNOSTICO CLARIVIDENTE

A posse de uma faculdade de clarividência positiva (e não daquela


impressionabilidade negativa que popularmente se designa com esse nome e que
vem geralmente associada à mediunidade e ao transe) permite responder a tipos de
vibração que estão muito para além do alcance normal do ser humano. Proporciona,
por conseguinte, poderes de visão muito acrescidos, dentre os quais os seguintes
têm especial interesse para a investigação médica:

1 - A visão pelo sistema dos raios X.


2 - O poder de ampliação e a televisão.
3 - A capacidade de ver os sentimentos e pensamentos dos demais, assim como
os veículos ou "corpos" em que funcionam normalmente esses aspectos de
consciência.
4 - O poder de observar o "corpo" vital ou etérico.
5 - O de transcender, em vários graus, as limitações da matéria, do tempo e do
espaço, no que respeita à visão.

A respeito de cada um desses cinco poderes podia dizer-se o seguinte:


1 - A visão à maneira dos raios X permite ao clarividente inspecionar o interior
dos corpos sólidos e portanto examinar os órgãos interiores do corpo e estudar as
suas funções.
2 - A observação das emoções e do corpo emocional permite descobrir aqueles
estados de consciência que os psicólogos chamam “complexos”; e a do corpo
mental, perceber erros e limitações mentais. Baseando-se em tais observações, o
clarividente pode verificar a conexão entre as condições daqueles veículos e a saúde
ou doença do corpo físico.
3 - Sendo o corpo etéreo a um tempo o veiculo das forças vitais e o princípio
que relaciona ou liga a mente e o corpo, é de grande auxílio para o estudo do
diagnóstico nas enfermidades o poder de examiná-lo e de descobrir as condições
gerais de vitalidade do corpo físico e seus órgãos.
4 - Ao transcender o tempo e o espaço, pode o clarividente observar as vidas
passadas do paciente e deste modo determinar quais as transgressões cujo karma
produziu aquela dada enfermidade. Pode também estudar, em umas poucas horas,
os processos evolutivos naturais que ocuparam milhões de anos.

Esses poderes adicionais de visão são possíveis ao homem, em virtude de


possuir um conjunto de órgãos ainda não descobertos pela ciência física. Estes,
embora ainda desconhecidos, têm, entretanto, funções bem definidas tanto para

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manter a saúde do corpo como para habilitá-lo a ser um instrumento de cognição e
de ação.
Tais órgãos existem nos corpos mental e emocional, assim como no duplo
etéreo .do corpo físico, o veículo que o dr. Kilner descobriu, tornando-o
parcialmente visível mediante os seus aparelhos de projeção. São estes órgãos
conhecidos pela denominação "chakra", palavra sânscrita que significa «roda" e é
usada para designá-los por causa da aparência de vórtices giratórios que esses
órgãos físicos ou centros de força apresentam à visão do clarividente. Têm sido
objeto de um estudo especial e o Sr. C. W. Leadbeater, que é uma autoridade em tal
assunto, publicou um livro denominado "Os chakras" em cujas páginas muita
informação pode ser obtida.
Limitando-nos a considerar alguns destes órgãos, mencionaremos o "chakra"
frontal que é de interesse particular, pois quando chega a vivificar-se outorga a
faculdade da clarividência, que faz com que os fenômenos suprafísicos. venham a
incluir-se na área da consciência em estado de vigília, como uma visão ordinária. Este
"chakra" se acha associado à glândula pituitária, por cujo intermédio .as vibrações
mais sutis se transmitem do "chakra" ao cérebro. O "chakra" laríngeo nos dá
vibrações sob a forma de audição e o "chakra" coronal, uma vez vivificado,
proporciona a memória de nossas atividades suprafísicas durante o nosso sono físico.
A clarividência é regida pelas mesmas leis da vista ordinária e, na realidade, não
é mais do quê uma extensão dos meios ordinários de cognição. A seu devido tempo
estas e outras mais faculdades relacionadas com os chakras, serão patrimônio
comum de toda a raça. Entretanto, é possível despertá-las antecipando a época
normal de seu desenvolvimento, mediante as práticas da Yoga.
Tendo explanado a existência desses "chakras” e dos meios. de conhecimento
supranormal que resulta de sua vivificação, examinemos alguns resultados de sua
aplicação ao diagnóstico das enfermidades.
Será talvez mais geral' do que se crê, á reconhecimento desse tipo de
diagnóstico. Muitos clínicos admitirão que, em certas ocasiões, parecem possuir um
poder de diagnóstico intuitivo que muitas vezes verificam ser algo em que podem
confiar e até desenvolver com alguns anos de prática. Os seis casos que apresento a
seguir, bastarão para demonstrar os benefícios que resultam desse desenvolvimento
e para chamar a atenção para o vasto campo de investigação médica que se abriria
ante aqueles clínicos que possuíssem poderes de clarividência bem treinados.

Caso A. - Tumor cerebral: Mulher. 22 anos.

A paciente parece ter uma constituição sólida, não., sofrendo de nenhuma


enfermidade, a não ser curtos períodos de debilidade que teve aos treze anos.
Repentinamente; em Setembro de 1924, começou a experimentar estranhos
fenômenos visuais: Via -os objetos em duplicata ou então divididos em dois como se
estivessem em dois planos diferentes. Durou isto algumas semanas até que se
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apresentou debilidade geral e diminuiu a vista, que afinal desapareceu do olho
esquerdo. O mesmo se dava igualmente pouco depois com o olho direito, perdendo
a paciente também a faculdade de aprumar-se, não mais se podendo suster de pé.
Diagnosticaram os médicos um tumor cerebral e procuraram extraí-lo, mas sem
resultado, em virtude de uma forte hemorragia.
Quatro meses mais tarde ocorreu um ligeiro ataque de apoplexia, de que a paciente se
restabeleceu com muita dificuldade. Pode agora utilizar suas pernas, mas não vê
absolutamente, ouve muito pouco e não pode caminhar sem um apoio, entretanto, levanta-
se todos os dias, embora passe na cama a maior parte do tempo. Sua inteligência tem
estado lúcida e sua memória perfeita. Parece haver melhorado um pouco, tem fé em que
se há de curar, mas a sua cegueira é das que não tem remédio.
Diagnóstico clarividente. Há um tumor do tamanho da falange terminal do dedo
mínimo na posição do quiasma ótico. Compõe-se, praticamente, de tecido sólido, em cujo
centro há um pequeno corpo de caráter mui daninho. A direção de seu crescimento é de
baixo para cima; sua forma é a de um feijão e a fonte de irritação se encontra no fio do
feijão, ocupando um espaço de meio centímetro. Há um pouco de sangue coagulado na
base do tumor que o rodeia. Este não parece maligno, inflamatório ou gangrenado, mas vai
crescendo de tamanho e foi ocasionado por uma impureza na corrente sanguínea criada
pela primitiva irritação. A única esperança consiste em extrair o corpúsculo irritante e
purificar a corrente do sangue. Parece que tal impureza ali existe desde o nascimento.
A causa originária do mal parece ser o karma de ter infringido tormentos. Em uma de
suas vidas anteriores, como carrasco e por ordem de seu chefe, queimara os olhos de
muitas vítimas com um ferro candente em forma de ípsilon. Esse modo peculiar de martírio
era usado, em tempo remoto, em um distrito onde posteriormente foi construída a cidade
de Cartago e esses tormentos não pareciam então algo de tão terrível, como hoje em dia
haviam de ser considerados, pois constituíam o costume geral do país. No entanto os
padecimentos eram de tal forma cruéis que a maior parte das vítimas faleciam durante o
martírio.
O carrasco protestava interiormente contra o seu ofício, mas via-se obrigado a
obedecer, levado pelo temor. Em consequência o karma físico da paciente é agora muito
pior que o de natureza moral ou espiritual. Provavelmente nesta vida ficará esgotado esse
karma especial. As probabilidades de cura são mui remotas e somente um "milagre"
poderia curar a paciente. As notícias recentes do seu estado confirmam esta conclusão.

Caso B. - Demência precoce. Homem. 18 anos.

Uma degeneração dos tecidos está tendo lugar no cérebro. Este processo é
progressivo e quase nada se pode fazer; em suas primeiras etapas, o duplo etéreo do
cérebro parecia estar alfinetado, todo cheio de furos, lembrando o aspecto de uma área
cheia das depressões produzidas por bombardeio. A parte mais afetada foi o alto da
cabeça. E o resultado dessa situação é que o prana, ou princípio vital, só com muita
dificuldade alcança o cérebro, diminuindo muito a reserva desse fluido. Parece que neste
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caso a causa é puramente etérica, como se a situação da lei kármica tivesse lugar
diretamente sobre aquele princípio, surgindo os sintomas físicos quando essa atuação
alcançasse certa etapa. O duplo etéreo começou a adelgaçar-se em uma área cujo centro é
a região mencionada. Logo apareceram pequenos cortes e a área adelgaçada começou a
estender-se; o Prana passou a fluir ao redor desta região e não mais através delas e as
células cerebrais encontrando-se deste modo privadas de "vida", funcionam com
dificuldade e entraram em degenerescência. Quando o Ego se deu conta disso começou a
apartar a sua atenção do corpo, de maneira que o cérebro se viu também privado das
propriedade vitalizadoras dos pranas suprafísicos. Em consequência, o abandono completo
do controle egoico, isto é, a imbecilidade, será somente uma questão de tempo.
O ego elegeu deliberadamente esse método rápido de liquidação de uma dívida
kármica e se está separando da personalidade, pois raras vezes lhe dá atenção. À medida
que o tempo for passando, essa ausência se tornará sempre mais notada no plano físico e
há certa probabilidade para a esperança que tem o ego de que a morte ocorra dentro de
uns cinco anos, porquanto O duplo etéreo de todo o cérebro se está desintegrando. Parece
que em uma vida anterior este ego cometeu horríveis crueldades, torturando as suas
vítimas por meio de hastes ou agulhas que lhes cravava no alto da cabeça. Ocupava então
as funções de carrasco oficial em certo país oriental, em meio a certa raça de pele
bronzeada. E é curioso que o seu duplo etéreo se ache agora afetado pela presença de
pequenas depressões que nele correspondem aos orifícios que deixavam em suas vítimas
as pontas dos instrumentos de tortura que usava. Informações posteriores confirmam
o caráter progressivo da enfermidade.

Caso C. - Mentalidade subnormal. Homem. 12 anos.

Extrato de uma carta escrita pelo pai do paciente: "Quanto ao modo de agir do
menino, foi meio selvagem, até ser operado em dezembro de 1923, em um hospital de
Londres. Desde então desenvolveu-se muito rapidamente e tem gozado de uma saúde
quase perfeita. No entanto, os seus olhos tem sido sempre uma fonte de moléstias e as
lentes que lhe foram prescritas não lhe serviam para ler. Recentemente, suas
contrações nervosas me alarmaram muito; continuamente gesticulava, mas isto vai
desaparecendo desde que usa as lentes. Há cerca de um mês machucou o joelho ao
saltar um muro e desde então se queixa de falta de força para contrair uma das mãos e
de dor no braço e na perna, do mesmo lado. O braço se lhe encolheu de um modo
especial e periodicamente é preso de ataques com violentas sacudidelas e contrações
tanto no braço como na perna. Levanta os ombros inconscientemente e parece não
mais ter controle sobre os pés e as mãos. Creio que exagera um pouco".
Informe médico. O paciente sofreu de dores na vista direita, a intervalos, durante
uns três anos. A pupila direita se acha contraída e o íris não reaciona sob a influência da
luz. A pupila esquerda reaciona mui fracamente. Há movimentos elônicos no braço e na
perna esquerdos quando procura utilizá-los; os reflexos rotulianos são exagerados,
especialmente do lado esquerdo. A fala é lenta, com certo tartamudeio. O estado
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mental é subnormal, exceto no que respeita ao estudo da Natureza, pois é apaixonado
por flores, jardins e livros que tratem de tais assuntos. À medida que a enfermidade
progride, a pupila direita vai-se dilatando enormemente; sobreveio a ptosis da
pálpebra; a fala se vem tornando cada vez mais difícil; o lado direito do rosto entra em
paralisia, havendo suores abundantes. A paralisia dos membros inferiores chegou a ser
quase completa; apareceu-lhe pneumonia estática, vindo-lhe dificuldade de deglutir e
por fim acabou falecendo em 3 de junho de 1925.
Diagnóstico clarividente feito ainda em vida do paciente. Trata-se de um ego
jovem que anteriormente encarnara em um remoto país, em território montanhoso.
Desenvolveu certo instinto natural e aprendeu a viver baseado nos sentidos e instintos
animais, em consequência do que o desenvolvimento mental concreto foi sub-normal.
O corpo mental somente se desenvolveu parcialmente e quase sem treinamento algum
no que respeita às atividades concretas da mente. O corpo emocional se achava
grandemente desenvolvido no que respeita aos instintos animais e há fortes indícios de
paixões animais não controladas. Possuía certos rasgos de amabilidade e de
refinamento inatos, que eram o resultado dos esforços do ego por corrigir esse
desenvolvimento unilateral.
Em uma de suas vidas passadas, durante um momento de cólera, feriu
gravemente a um de seus companheiros, precipitando-o do alto de uma ribanceira. E
de acordo com as ideias primitivas de justiça daquele tempo ele também foi
cruelmente golpeado e passou toda essa vida preso de grandes sofrimentos antes e
depois de morrer.
Seus atuais veículos, nesta vida, particularmente o físico, trouxeram a marca
daquele suplício, embora o ego haja feito um grande esforço por reajustar e
harmonizar todo o caráter. A degeneração dos tecidos teve lugar no cérebro e na
medula espinal Esta condição era progressiva e considerado do ponto de vista do
Clarividente, o caso não tem remédio.

Caso F. - Câncer da face esquerda. Mulher. 67 anos.

Neste caso a condição morbosa do tecido pode ser observada através do corpo
emocional até ao mental. Já neste, ao redor do lado esquerdo da contra-parte mental da
cabeça física, há uma mancha de matéria de cor escura, negra em seus bordos. Esta
excrescência mental que se parece muito com um emplastro de lodo sobre o rosto,
consta de um tipo de essência elemental ou matéria dos mundos suprafísicos muito
mais tosca que a de que se compõe o resto do corpo mental. Em comparação com o
brilho e rapidez de movimento do corpo mental, parece quase inerte. Quando se a
examina de perto parece possuir vida própria e independente, separada por completo
da do resto desse corpo. A matéria desse "tumor" vibra com um tipo de vibração
inteiramente diverso da que caracteriza o corpo mental com um todo, achando-se em
uma etapa de evolução muito inferior à deste último como se pertencesse a um reino
da Natureza de vários graus inferior ao humano. O contacto com a consciência desta classe
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de matéria produz uma sensação de repugnância, como se proviesse de algo daninho e
agressivo. Tem um sentido bem marcado de entidade cujo instinto é atacar a matéria mais
fina, tragá-la, absorvê-la em si, destruí-la, despedaçá-la e rebaixá-la a seu próprio nível.
Sente-se como se esta matéria pertencesse a uma remota idade evolutiva. E estas mesmas
condições encontramo-las reproduzidas nos níveis emocional, etéreo e físico denso.
Sob a superfície do duplo etéreo da "excrecência", certo número de tentáculos
penetram na pele como se fossem ganchos que tratas-se de fechar-se dentro dela,
aferrando-se a ela fortemente. Estes tentáculos se projetam a intervalos irregulares, ao
redor dos bordos do "tumor, enquanto que toda a parte interior é vista em movimento,
uma espécie de movimento Browniano, que a torna semelhante à superfície áspera de uma
pele de estrela. Há milhões de protuberâncias pequenas de aparência carnosa, embebidas
na pele dos corpos mental, emocional e do duplo etéreo e através da pele tem lugar um
processo de absorção.
Em termos de consciência, essa anormalidade é por inteiro estranha ao estado atual
da mente do paciente; e sua presença ali é devida a uma reação kármica do passado.
Naqueles tempos o paciente se entregou a uma classe semelhante de absorção parasitária
de vida, tomando-a de outra pessoa por meio de magia negra; a enfermidade tem relação
com as formas mais grosseiras de vampirismo e de magia elemental. A investigação
clarividente demonstra que o karma do câncer foi engendrado em um dos períodos mais
negros da história da humanidade. Tribos inteiras, comunidades e até nações haviam caído
em práticas de magia negra, do mais obsceno e satânico caráter. Isto aconteceu em uma
etapa da evolução em que certas formas de vida elemental, relacionadas com as camadas
mais profundas da terra e com ordens de evolução mui primitiva, se achavam mais
próximas da consciência humana do que agora. Esses elementais eram usados com muita
liberdade pela humanidade daqueles dias remotos. Chegaram a ser tão depravadas aquelas
tribos e comunidades que houve mister mandar contra elas exércitos de valentes, aos
quais, no entanto, elas ainda inspiravam temor. Porque eram canibais, feiticeiros e
vampiros conscientes. Naquele tempo, antes de submergir-se o continente da Atlântida,
milhões de pessoas se achavam infeccionadas pelo vírus desses males e muitas pessoas
fisicamente inocentes viam-se forçadas em ultimo extremo a juntar-se às práticas dos seus
vitimadores. Os resultados kármicos seriam hoje piores se não fosse o fato de inúmero Egos
se haverem conseguido desprender de suas personalidades, perdendo assim o poder de
continuar as suas perniciosas práticas. E isto sucedeu mais frequentemente com os
inocentes contra a vontade arrastados ao crime. Milhões de Egos somente alcançaram
êxito em libertar-se pela morte e a sua expiação atualmente é sofrer de câncer. Este,
portanto, é uma enfermidade de origem "elementar'. Seu tecido forma o corpo de uma
entidade elemental viva daquele tipo empregado nas práticas aludidas acima. Tem sido
quase incurável porque é dever do criador de um mau elemental, tornar-se o destruidor
deste último, antes que a dívida kármica possa ser paga e alcance libertar-se dela. Além
disso, um elemental, pertencendo a um período de evolução primitivo é tão tosco que
resulta quase imune aos efeitos de qualquer forca que pertença à idade presente.
A cura para o câncer está primeiro no exorcismo e cura do elemental. Certas
substâncias radioativas são muito úteis por projetarem dentro do corpo elemental um tipo
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de energia que tem efeito destrutivo sobre ele. Por exemplo, um bombardeio de elétrons
aliviaria, se não curasse, certo tipo de câncer; mas, exceto no caso em que o karma esteja
esgotado, tem que ser empregados processos que atualmente são considerados ocultos. E
ainda nesta hipótese, a causa kármica é tão poderosa e tão concentrada que é mui difícil
ter êxito. Felizmente, o karma de magia negra da humanidade considerada em conjunto
está sendo lentamente esgotado. A humanidade em evolução está libertando forças
espirituais que tendem a purificar o submundo do karma humano. Infelizmente, porém,
este processo está sendo retardado pela continuação das práticas da vivisecção, que
constituem um sistema cruel e desumano. Os vivisectores se acham gerando
constantemente mais karmas de enfermidades.
Quando se realizassem operações de câncer, seria de muito efeito o uso de um
instrumento cirúrgico altamente magnetizado e haveria ainda maiores probabilidades de
êxito se à magnetização oculta se juntasse a elétrica. Daria muitos bons resultados
submeter o câncer às descargas do polo sul de um poderoso magneto, efetuando a
aplicação pelo menos duas vezes ao dia, por espaço de duas horas no mínimo para cada vez,
com o polo do magneto a distância de quatro centímetros da superfície do câncer. Em
qualquer caso, porém, a linha de tratamento e investigação mais proveitosa será o uso de
substâncias radioativas aplicadas interna e externamente; o bombardeio por meio de
elétrons e a aplicação de forças eletro-magnéticas. - Todos os esforços por descobrir a cura
do câncer por meio de experiências com animais e por meio de soros fracassarão
irremissivelmente. Infelizmente, esses esforços constituem uma cadeia kármica que tende a
manter vivo o mesmo mal que pretendem destruir. Ainda mesmo supondo-se que por meio
da vivisecçâo se conseguisse o maior benefício, as reações kármicas adversas o
sobrepujariam de muito.
O exame clarividente de alguns remédios homeopáticos altamente diluídos, mostra
serem estes extremamente ativos no nível etérico, pois continuamente emitem correntes
de diminutas partículas que viajam com alta velocidade, carregada de diversos tipos de
energia.
Em alguns casos já se tem alcançado êxito com aplicações internas e externas de
energia sob essa forma, feitas de tal sorte que reproduzam o tipo vibratório dos átomos
celulares da excrecência cancerosa.

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O ESTUDO OCULTO DAS DOENÇAS
A SUA CAUSA PRIMÁRIA

A questão capital em torno do qual giram todos os outros problemas da saúde e da


moléstia, é saber "qual a natureza da influência que faz com que um tecido hígido se torne
doente, uma função perfeita se torne imperfeita, e qual o mecanismo pelo qual se
produzem esses resultados?".
Para responder a esta pergunta, temos de regressar à unidade básica na construção do
como, o próprio átomo. Não se concebe mais o átomo como uma partícula sólida; é uma
unidade de energia, uma partícula eletricamente carregada. Cada átomo é realmente a
manifestação no plano físico de um poder em efusão, o poder criador, que sustem e
transforma o poder do Logos, o qual expande o Seu poder continuamente, de maneira que
Seus vários mundos e seus habitantes possam viver.
Essa força em expansão ao tocar o mundo etéreo produz um torvelinho, ou turbilhão na
matéria etérica. O centro deste turbilhão é a unidade última de que este mundo Físico é
construído; obedece a leis elétricas, e é, em sua natureza, eletro magnético.
Uma perfeita função orgânica pare depender do perfeito equilíbrio das polaridades
negativa e positiva de energia no átomo, como também, nos organismos ínfimos, as
bactérias, as células e os tecidos do corpo. Tudo parece depender deste equilíbrio de
polarização (a relação entre o negativo e o positivo) das forças do átomo.
Este aspeto tríplice (a força positiva e negativa, e a relação entre ambas) manifesta-se
primariamente no átomo, e depois também nos micro organismos em que os átomos se
agregam. Estes, por sua vez, pertencem a três tipos principais e constituem os três tipos de
organismos que formam a base fundamental do corpo. Podem ser relacionados com os três
aspectos do Próprio Logos, cuja tríplice vida, exprimem em função de forma física básica.
Esses três tipos de organismos primitivos presentes em todo corpo e, dos quais são feitos
nossos corpos, são provavelmente os micrósimos de Bechamp, que são criadores ou
impulsionadores do crescimento, preservadores ou nutridores, e destruidores ou
transformadores. Os organismos maiores, conhecidos dos cientistas pelo nome de
bactérias, têm naqueles sua origem, e por seu turno perfazem estas mesmas três funções,
criando, nutrindo e destruindo.
A saúde do corpo humano depende fisicamente da atividade proporcional de cada um
desses três tipos de criadores, preservadores e transformadores orgânicos.
Parece que o Karma age diretamente na efusão de poder de que o átomo é a
manifestação, e seu efeito é perturbar a polaridade proporcional do átomo, e por
consequência a função dos tipos de organismos no corpo. Este distúrbio muda a natureza
da atividade de cada tipo, que no estado hígido fica estritamente limitado ao seu próprio
domínio. A preponderância de um tipo ou a mutação de atividade de um outro tipo podem
ambas sobrevir de maneira que um criador se torne um destruidor, ou este um
preservador.
Esta mudança perturbadora é a causa física básica das moléstias.
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Se tentamos ligar este processo do físico ao super-físico, chegamos à consciência
humana, às suas emoções e aos seus pensamentos, que desempenham um papel decisivo
na manutenção ou no distúrbio da atividade harmônica das forças do corpo. Achamos que
a natureza da atividade destes miríades de vidas de que se compõem as células do corpo
humano, e governada pela relação que existe entre a consciência instintiva evoluindo
através delas e a consciência da pessoa cujo corpo constituem. A vida perfeita depende da
perfeita harmonia entre estas duas correntes de vida e consciência. Esta porção de sua
mente, que o homem une com este fluxo de vida elementar, está abaixo do nível da sua
consciência de vigília, porque ele aprendeu há muito a técnica da cooperação com esta
corrente e suas corporificações orgânicas. Se, portanto, a mente e as emoções estão em
estado harmônico, tudo vai bem, Quando a mente consciente está perfeitamente afinada e
perfeitamente expressa de acordo com o nível evolutivo do ego, também o subconsciente o
está e por isso as atividades básicas dos milhões de vielas das células e das bactérias estão
perfeitamente coordenadas. Daí resulta a saúde; se é o contrário o que acontece, produz-se
a doença.
Verifica-se que um novo fator está em jogo: o de harmonia ou afinação. Podemos
desde já afirmar que a possível solução do problema está em que a saúde e a doença são
vibrações em sua natureza, e resultam da harmonia ou desarmonia num ou noutro veículo
da consciência. Formulemos, portanto, o problema, em termos de ritmo, porque o ritmo é
a chave última:
O universo manifestado no seu aspecto-vida consiste numa série de ritmos inter-
harmônicos. Atrás destes está o ritmo cósmico máximo, que participa da natureza do
movimento eterno. É o incessante e imutável ondear no mar do primordial espaço; deste
ritmo básico aparecem os cosmos, cada qual com a sua modificação na última nota; de
cada cosmos surge certo número de universos, cada um por sua vez fundado numa
modificação posterior do ritmo primordial. A proporção que a força desce, dos universos
para sistemas solares, encontram-se modificações ulteriores da nota original. Depois, em
cada sistema solar aparecem plantas com seus minerais, vegetais, animais, homens, anjos e
super-homens, todos expressando em graus diversos de perfeição a nota do planeta, do
sistema, do universo e do cosmos.
A evolução consiste numa afinação gradual dos ritmos imperfeitos das épocas
primevas com o som primordial, e isto é uma verdade, trate-se de seres, de planetas, de
sóis e sistemas solares ou de universos. A tarefa do Logos Solar, como de cada homem, é de
por gradualmente o Seu sistema em perfeita harmonia com o universo de que é
parte. Na aurora da vida solar, o eco é amortecido. Quando, por fim, todos os mundos
e todos os povos estiverem soando a sua verdadeira nota, então, e só então, é que se
unem a vida do sistema solar e o trabalho do Logos solar.
A falta de saúde física ou mental é devida a uma ressonância discorde, a um
distúrbio do ritmo individual. A dor resulta da vibração desarmônica da matéria
corpórea com a verdadeira nota do indivíduo ou do grupo. O eco surdo, contudo, dos
primeiros períodos de evolução não causa dor; amortecido, embora, é ainda
verdadeiro. Quando a vontade própria desperta no indivíduo e através da ignorância
se malbarata, a resposta à nota solar está desafinada, e esta discordância repercute
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nos veículos da consciência que a provocaram, e talvez na parte do corpo físico, que
pelas leis de ressonância estiver em afinação com aquele veículo.
O ritmo governa tudo; harmonia é saúde; falta de harmonia é doença. Se o ritmo
da divina vida que está sempre fluindo do centro do ser humano para o seu corpo
denso, não se interrompe, obtem-se a harmonia; e nessas condições a boa saúde
existe porque este ritmo onipenetrante governa as atividades dos milhões de vidas e
mantém um perfeito equilíbrio na expressão dos três aspectos divinos que nelas
estão, e estas vidas servem ordenadamente como criadoras, preservadoras e
destruidoras. A saúde física depende do perfeito equilíbrio da expressão dos seus
triplos atributos. A desarmonia perturba o ritmo da alma. Esta perturbação é levada
ao subconsciente e perturba o equilíbrio da vida criadora; daí resulta que um tipo
determinado de organismo que seja essencial à vida em seu estado normal, pode-se
transformar numa ameaça, e isto é exatamente o que se dá quando uma doença
aparece. Os preservadores da vida tornam-se produtores de moléstia quando o
equilíbrio e a harmonia se quebram, e o ritmo da vida se destrói.
Uma pergunta surge logo no pensamento, que se pode formular assim: "Que
pode haver na consciência ou no subconsciente capaz de perturbar este ritmo?",
Neste passo só a doutrina do Karma nos pode auxiliar, e a doutrina da
Reencarnação lhe tem de ser inevitavelmente associada. Isto constitui uma real
dificuldade no estado presente das pesquisas médicas, porque estas duas doutrinas
não são admitidas e constituem a chave sem a qual o problema não pode ser
resolvido, pois o Karma, pela sua influência perturbadora sobre a força anímica vital,
sobre a energia em efusão e o consequente efeito sobre a função das bactérias, influi
no átomo e através deste, no equilíbrio das atividades das bactérias. Isto afeta as
funções naturais do corpo, a absorção, assimilação e dispensação das forças vitais da
nutrição e de calor.
O Karma opera diretamente sobre este mecanismo do átomo, e assim afeta a
saúde do corpo. Aqui cumpre examinar as espécies de procedimento ou
transgressões que produzem este Karma, de maneira a podermos completar nossa
cadeia de causas e efeitos.
Como há provavelmente uma causa raiz para todas as moléstias crônicas, o que é
um insucesso para a vida de acordo com os ditames da consciência, parece que
deveria haver dois aspectos do Karma, cada qual produzindo seu próprio efeito. Um
tipo resulta da desatenção deliberada da personalidade à voz do Eu Superior, a
prática de atos que sabemos errados. Estes são os pecados de comissão, atos
positivos que são contrários ao princípio fundamental da unidade. Estas
transgressões produzem as moléstias ativas.
O outro tipo de Karma resulta mais da fraqueza egoísta e do fracasso do Eu
Superior, nos primeiros estágios evolutivos, em orientar devidamente a
personalidade. Isto se transforma nos pecados de omissão, tais como a indulgência e
a indisciplina, e uma atitude geralmente egoística para com a vida e a ausência de
motivos inegoísticos e altruísticos. Este tipo de Karma produz moléstias latentes que
podem ou não se manifestar ativamente. Ambas, em geral, se encontram
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combinadas.
Em aditamento ao Karma individual resultante das ações contrárias à lei da
unidade, há o Karma coletivo da Humanidade, do qual todos os homens participam.
Há um conjunto kármico de toda a humanidade; há um Karma global de certas
nações, e o Karma de grupos dentro das nações e há o Karma individual. Em caso de
moléstia, o Karma individual se torna mais pesado pelo peso morto do Karma coletivo
humano. Há em verdade uma certa conexão entre todos os padecentes de cada
moléstia. Formam um grupo que participa de um Karma comum. Todos os
cancerosos, por exemplo, formam um grupo; o Karma pesado de um aumenta o
sofrimento de todos, e a cura ou melhora de um alivia o Karma de todos. Isto se
aplica a todas as moléstias. Leprosos, tuberculosos, reumáticos e assim por diante
formam cada qual um grupo.
As ações que lhes estão por detrás, as causas geradoras de cada uma dessas
moléstias, incidem numa classificação distinta e pertencem a um simples grupo.
Quando durante nossos estudos examinamos as vidas passadas de um grande
número de padecentes de dada moléstia, verificamos que eles tinham certas
transgressões comuns, de maneira que começamos a classificar as doenças na
conformidade de tipos de Karma. É possível - mas ainda não chegamos a uma
conclusão final no assunto - é possível que a cada uma das moléstias crônicas com
suas anteriores transgressões possa caber numa classificação sétupla, e as
transgressões constituem o lado fraco de cada um dos sete raios ou temperamentos,
a que todos os homens pertencem. Conhecemos as virtudes das sete grandes
divisões da humanidade, mas não estudamos suas fraquezas e suas naturais
consequências. Eis aqui um importante campo de pesquisa que se nos patenteia.
Um passo mais e nos libertaremos da ideia de que estamos todos lutando sob o
imenso peso de nossas passadas transgressões, que nos farão sofrer sem esperança
de alívio. Nossos estudos sobre o Karma das doenças mostraram-nos bem
nitidamente que não é isto o que sucede. O Karma não é uma quantidade fixa.
O Karma modifica-se constantemente pelos pensamentos, sentimentos e ações
cotidianas. Minuto a minuto aumentamos ou diminuímos nosso Karma adverso ou
benéfico, na conformidade de nossa vida diária.
Este princípio pode ser empregado deliberadamente como um modo de
modificar ou mesmo neutralizar o Karma adverso. Não existe um verdadeiro antídoto
espiritual para as moléstias, porque se a causa da moléstia é a ação baseada em
errados pensamentos, o antídoto será a ação baseada em retos pensamentos. Se o
Karma é uma força que perturba o ritmo da alma, e sendo essa gerada por nós por
uma transgressão, podemos então modifica-lo ou neutralizá-lo pelo emprego de uma
outra força em direção oposta. Tal é a grande chave do problema da cura.
Se a transgressão baseou-se no ódio, devemos então exercer o poder do amor,
devemos irradiá-lo sobre o mundo, e o poder do amor que se expele, encontrando-se
com as energias kármicas que sobre ele se impelem, neutralizá-las-á. Se tiver sido
uma transgressão egoística, devemos viver vidas de altruísmo, se de desespero ou
depressão, devemos então desenvolver a coragem e a serenidade, e irradiar a alegria.
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O método pelo qual se pode efetuar a alquimia espiritual está explicado, com algum
detalhe, nos meus livros: "Primeiros "Passos no Caminho", "Sede Perfeitos" e "Assim
eu Ouvi".
Esta filosofia da cura, melhor se compreenderá com exemplos de nossas
descobertas no estudo de certas doenças.
A neurastenia é uma doença da civilização. É o resultado de nossa vida artificial,
do ruído, do tumulto, da intensidade da civilização moderna. Pouco a pouco estamos
ficando inconscientes disto, mas, contudo, estamos continuamente despendendo
energia para resistir a isto. Este esforço produz a tensão nervosa e um desperdício de
vitalidade que diretamente afeta o duplo etérico, pois este é o veículo da forca vital,
prana, vitalidade.
Pessoas há, todavia, que parecem suportar com perfeita facilidade o que a
outras prontamente aniquila. Por que isto? Porque estas últimas trouxeram de suas
vidas passadas duplos etéricos deteriorados. Tão logo sofram qualquer tensão,
falham no desempenho de sua função. Em vez de manter a vitalidade, conservando-a
até que os tecidos hajam recebido a sua carga, deixam-na escapar. O neurastênico é
uma pessoa sujeita a uma súbita desvitalização, para a qual não há explicação
fisiológica.
Uma investigação das causas sugere um uso indevido, em vidas passadas, das
forças vitais do corpo.
Qual o antídoto então? O antídoto é aprender a reconhecer o corpo como o
templo do interno Deus, e todas as energias do corpo como forças divinas, e a usá-las
como tais. Esta é a lição que a Natureza está tentando nos dar através da lei de causa
e efeito. Se no passado houve mau emprego do corpo ou violação das leis da
Natureza, na vida presente haverá então uma vitalidade deteriorada. O antídoto
importa no reconhecimento da lei, na correção do errado proceder, na conservação
da vitalidade pelo reto pensar e reto viver, pelo perfeito relaxamento do corpo
quando não está sendo utilizado e pela obediência às leis da vida.
A dispepsia e moléstias do tubo digestivo parecem ter por detrás de si uma
transgressão vulgar - a excessiva indulgência com os prazeres da mesa. Em cada uma
das passadas civilizações houve épocas em que a glutoneria esteve em moda, e
parece que foi através das orgias de mesa que foram lançadas as sementes da atual
geração de dispépticos. Aqui vemos os erros básicos da auto indulgência na
alimentação e na sensualidade. O antídoto indicado é, portanto, alimentação regrada
e pura, e vida sã. Assim, o karma será afastado pelo desenvolvimento do domínio
próprio e pela irradiação de pureza. Por este meio a força perturbadora será
enfrentada e neutralizada.
Em casos de cura súbita espiritual, a descida de força espiritual é tão forte que
permite ao padecente neutralizar o seu Karma doentio, de maneira que mais uma
vez se restabelece a perfeita harmonia.
Muitos outros pontos interessantes surgiram durante recentes estudos do
assunto. Uma relação direta entre aspectos da consciência e partes do corpo foi
descoberta. Doenças do pescoço, por exemplo, têm atrás de si o orgulho. Parece que
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havia uma certa verdade na velha expressão que definia os orgulhosos como gente
que tinha "engolido um espeto". Doença nos ombros indicam uma errônea atitude
em relação à responsabilidade, quer por ter um sentimento excessivo, quer por falta
de sentimento das suas obrigações. Perturbações nos joelhos tem atrás de si, de
novo, o orgulho ou excessiva humildade; nos pés, uma tendência para repousar no
julgamento dos outros, uma falha no entendimento, o de ir pela vida baseado em
opiniões alheias, seguindo o padrão moral alheio, em vez de suster-se moralmente
em seus próprios pés e de assim marchar pelo caminho da retidão.
Desordens nos centros geradores e na garganta, indicam, na atual ou nas
passadas vidas, o abuso das funções criativas, um dos mais divinos poderes do
homem. A garganta, o órgão da voz, é o mais alto centro criador. O som é o poder
criador. "Deus falou"; "Deus disse: Faça-se a luz", pronunciando a palavra criadora.
No homem há uma estreita relação entre essas duas partes do corpo, como de resto
se vê por muitas maneiras naturais, como seja a mudança da voz masculina na
puberdade.
As doenças cérebro-espinhais parecem representar antigas violações do santuário
da Natureza para fins lucrativos. Associados lhe andam o orgulho e o desejo de
mandar. Esses são motivos errôneos, porque só há uma razão para desejar ser maior
que o próximo, que é o de poder prestar-lhe maior serviço.
Gradualmente se desenvolverá uma nova técnica da arte de curar, na qual o
médico fará tudo o que puder no plano físico para fazer desaparecer os sintomas,
enquanto que ao doente se ministrarão instruções sobre os aspectos espiritual,
mental e emocional e ensinar-se-lhe-á a exercitar os poderes curativos internos,
pelos quais, somente, pode o homem afinal curar-se.
Todas estas pesquisas podem ser resumidas assim:
1º - As doenças físicas são devidas a uma mudança de função, em virtude da .
qual organismos normalmente salutares e que são necessários à vida, se tornam
maléficos e destruidores de vida.
2º - Esta mudança é, por sua vez, devida à influência perturbadora do Karma
agindo sobre e através da mente, das emoções e do corpo do padecente. Como
resultante, quebra-se o ritmo da vida em curso pelos átomos, células e tecidos, e o
corpo fica parcial ou totalmente desafinado.
3º - Cada órgão, e possivelmente cada um dos 92 elemento de que se compõe o
corpo, tem a sua nota normal, e todas em conjunto produzem um acorde harmonioso,
o acorde individual. No homem adoentado há a mudança de uma ou mais notas, e
produz-se a desarmonia.
4º - A moléstia pode conservar-se latente ou manifestar-se ativamente.
5º - O Karma doentio pode ser enfrentado e modificado e mesmo neutralizado,
pelo reto pensar, sentir e agir.
6º - Tendo a doença um duplo aspecto, o físico e o super-físico, as pesquisas e
praticas terapêuticas não se devem limitar como atualmente largamente se faz, ao
físico, mas devem também ser orientadas para o aspecto super-físico da natureza
humana.
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