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Direito Administrativo | Material de apoio

Professor Robson Fachini


Aula 2 – PRF – Direito Administrativo

SUMÁRIO

1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA _______________________________________________________ 1


1.1 CARACTERÍSTICAS COMUNS DAS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA ___________ 2
1.2 CONTROLE DO ESTADO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA CONTROLANDO A ENTIDADE DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA INSTITUÍDA _______________________________________________ 2
1.3 CRIAÇÃO DOS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ______________________________________ 2
1.4 EXTINÇÃO DOS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA _____________________________________ 3
1.5 AUTARQUIA _______________________________________________________________________ 3
1.5.1 CONCEITO DE AUTARQUIA __________________________________________________________ 4
1.5.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS AUTARQUIAS ________________________________________ 4
1.5.3 CLASSIFICAÇÃO DAS AUTARQUIAS____________________________________________________ 4
1.6 FUNDAÇÃO PÚBLICA ________________________________________________________________ 5
1.6.1 CONCEITO DE FUNDAÇÃO PÚBLICA ___________________________________________________ 5
1.6.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS ________________________________ 6
1.6.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS ____________________________________________ 6
1.7 EMPRESAS ESTATAIS (EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA) _________________ 6
1.7.1 CONCEITO DE EMPRESA ESTATAL ____________________________________________________ 6
1.7.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS ESTATAIS __________________________________ 6
1.7.3 CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS ESTATAIS ______________________________________________ 7
1.8 COMPARAÇÃO ENTRE AS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA _________________ 8
2 ÓRGÃO PÚBLICO ________________________________________________________________________ 9
2.1 CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS ______________________________________________ 9
3 QUESTÕES ____________________________________________________________________________ 10
3.1 GABARITO________________________________________________________________________ 11

1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA


A administração pública indireta é integrada pelas entidades administrativas, e são elas: Fundações Públicas,
Autarquias, Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas.

Para ajudar a memorizar o nome das entidades que compõem a administração pública indireta, use a palavra
FASE, veja a seguir:

 Fundação Pública;
 Autarquia;
 Sociedade de Economia Mista;
 Empresa Pública
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1.1 CARACTERÍSTICAS COMUNS DAS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA


Neste tópico serão apresentadas as características que são comuns a todas as entidades da administração
pública indireta, por isso fique ligado, o assunto cai muito em prova. Veja a seguir:

1. As entidades da administração pública indireta têm personalidade jurídica própria;


2. As entidades da administração pública indireta têm patrimônio e receita próprios;
3. As entidades da administração pública indireta têm autonomia:
 Administrativa;
 Técnica;
 Financeira.
4. OBS: As entidades da administração pública indireta não têm autonomia política.
5. A finalidade das entidades da administração pública indireta é definida em lei;
6. As entidades da administração pública indireta detêm a TITULARIDADE da competência para a
qual foi criada.

1.2 CONTROLE DO ESTADO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA CONTROLANDO A ENTIDADE DA ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA INDIRETA INSTITUÍDA
A administração pública direta institui os entes da administração pública indireta para executar alguma
atividade que era de competência da entidade da administração pública direta que a instituiu. Sendo assim, a
entidade política instituidora realiza controle sobre a entidade administrativa instituída.

Essa relação entre as duas é formalizada por uma relação de vinculação. Sendo assim, a administração
pública indireta é vinculada à administração pública direta.

A expressão vinculação significa que entre a administração pública direta e a indireta não existe
hierarquia e subordinação. Logo, conclui-se que existe uma relação entre ambas, essa relação não é uma relação
hierárquica e por meio desse vínculo entre elas é que a administração pública direta controla a entidade da
administração pública indireta instituída.

O controle realizado pela administração pública direta sobre a entidade administrativa instituída é
chamado de controle finalístico, supervisão ministerial ou poder de tutela.

1.3 CRIAÇÃO DOS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA


As entidades da administração pública indireta são frutos da descentralização por outorga legal, logo, a
instituição das entidades administrativas depende sempre de uma lei ordinária específica.

A competência para iniciar o processo legislativo, que tem por objetivo instituir uma entidade da
administração pública indireta, é do chefe da respectiva administração pública. Em regra, compete ao chefe do
poder executivo (presidente da república, governador do estado e prefeito municipal) a propositura do projeto de lei
que institui os entes administrativos.

A lei responsável pela formalização da instituição da entidade da administração pública indireta pode
instituir a respectiva entidade de duas formas: ou a lei cria diretamente a entidade, ou a lei autoriza a criação da
entidade.

Quando a lei cria diretamente a entidade, nasce uma entidade administrativa com personalidade
jurídica de direito público. É dessa forma que SEMPRE nascem as autarquias e que, EVENTUALMENTE, pode ser

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instituída uma fundação pública. Nesses casos, a formalização da instituição da entidade não depende de nenhum
tipo de registro em cartório ou em junta comercial.

Quando a lei autoriza a criação da entidade, nasce uma entidade administrativa com personalidade
jurídica de direito privado. É dessa forma que SEMPRE nascem as empresas públicas e sociedades de economia mista
e que, eventualmente, pode ser instituída uma fundação pública. Nesses casos, a formalização da instituição da
entidade depende de registro em cartório ou em uma junta comercial.

As entidades da administração pública indireta não podem, em nenhuma hipótese, ser instituídas
somente por decreto do chefe do respectivo poder, ou seja, não existe criação de entidade administrativa por meio
de decreto, somente por meio de lei.

MUITO IMPORTANTE!!!

O critério adotado para definir a personalidade jurídica das entidades da administração pública indireta
é apenas o fato de a entidade ter sido criada por lei ou autorizada a criação pela lei, sendo que no primeiro caso a
entidade administrativa é sempre pessoa jurídica de direito público e no segundo caso ela é sempre pessoa jurídica
de direito privado.

LEI CRIA LEI AUTORIZA A CRIAÇÃO + REGISTRO


Pessoa jurídica de direito público Pessoa jurídica de direito privado
• Autarquia (SEMPRE); • Fundação Pública (REGRA)
• Fundação Pública (EXCEÇÃO) • Empresa Pública (SEMPRE)
• Sociedade de Economia Mista (SEMPRE)

1.4 EXTINÇÃO DOS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA


A extinção das entidades da administração pública indireta deve ocorrer da mesma forma que ocorreu a
sua criação, sendo assim, as pessoas jurídicas de direito público, que são criadas diretamente por lei, somente
podem ser extintas por outra lei; já as pessoas jurídicas de direito privado, que são criadas mediante autorização da
lei seguida do respectivo registro, somente podem ser extintas por meio de outra lei que autorize a sua extinção.

LEI CRIA LEI AUTORIZA A CRIAÇÃO + REGISTRO


Pessoa jurídica de direito público Pessoa jurídica de direito privado
• Autarquia (SEMPRE); • Fundação Pública (REGRA)
• Fundação Pública (EXCEÇÃO) • Empresa Pública (SEMPRE)
• Sociedade de Economia Mista (SEMPRE)

Lei extingue Lei autoriza a extinção

As entidades da administração pública indireta não podem, em nenhuma hipótese, ser extintas
somente por decreto.

1.5 AUTARQUIA
Neste tópico será apresentado o conceito que define a autarquia e as suas principais características.

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1.5.1 CONCEITO DE AUTARQUIA
Autarquia é a pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração,
para o desempenho de serviço público ou atividades típicas do Estado, de modo descentralizado.

1.5.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS AUTARQUIAS


As principais características das autarquias são:

1. As autarquias são criação por lei;


2. As autarquias têm personalidade jurídica de direito público;
3. A finalidade das autarquias é o exercício de atividades típicas do Estado ou a prestação de
serviços públicos;
4. As autarquias adotam regime jurídico de direito público;
5. As autarquias adotam como regime de pessoal o Regime Jurídico Único ou Estatutário;
6. A justiça competente para julgar as ações judiciais de que as autarquias fazem parte é:
 Autarquia federal = Justiça Federal;
 Autarquia estadual, distrital ou municipal = Justiça Estadual.
7. Exemplos de autarquia: INSS, Banco Central do Brasil, Agências Reguladoras.

1.5.3 CLASSIFICAÇÃO DAS AUTARQUIAS


Devido ao fato das autarquias serem instituídas para o exercício de atividades típicas do estado, elas
estão aptas para o desempenho de uma grande gama de atividades distintas, tais como a prestação de serviço
público, a regulação de vários setores da sociedade, dentre outras. Em decorrência dessa diversidade de funções, a
doutrina aponta várias espécies de autarquias, e são elas:

 Autarquia comum (ordinária);


 Autarquia em regime especial;
 Agências Reguladoras;
 Autarquia Territorial;
 Autarquia Inter-federativa ou multi federativas;
 Autarquia Fundacional (Fundação Autárquica).

1.5.3.1 AUTARQUIA (ORDINÁRIA)


Autarquia comum é a espécie de autarquia que apresenta todas as características já apontadas no
estudo geral das autarquias. Na esfera federal, as autarquias comuns são regidas somente pelo Decreto-Lei 200/67.

1.5.3.2 AUTARQUIA EM REGIME ESPECIAL


As autarquias em regime especial são submetidas a um regime jurídico peculiar, diferente do regime
jurídico relativo às autarquias comuns.

Por autarquia comum deve se entender as autarquias ordinárias, aquelas que se submetem a regime
jurídico comum das autarquias. Na esfera federal, o regime jurídico comum das autarquias é o Decreto-Lei 200/67.

Se a autarquia além das regras do regime jurídico comum ainda é alcançada por alguma regra especial,
peculiar as suas atividades, será esta autarquia considerada uma autarquia em regime especial.

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1.5.3.3 AGÊNCIAS REGULADORAS
As agências reguladoras são espécies de autarquia responsáveis por regular, normatizar e fiscalizar
determinados serviços públicos que foram delegados ao particular. Em razão dessa característica, elas têm mais
liberdade e maior autonomia, comparadas com as Autarquias comuns.

Exemplos: ANCINE, ANA, ANAC, ANTAQ, ANATEL, ANEEL, ANP, ANTT.

1.5.3.4 AUTARQUIA TERRITORIAL


É classificado como Autarquia territorial, o espaço territorial que faça parte do território da União, mas
que não se enquadre na definição de Estado membro, DF ou município. No Brasil atual não existem exemplos de
Autarquias territoriais federais, mas elas podem vir a ser criadas e, neste caso, esses territórios fazem parte da
administração pública indireta e são Autarquias territoriais, pois são criados por lei e assumem personalidade
jurídica de direito público.

1.5.3.5 AUTARQUIAS INTER FEDERATIVAS OU MULTI FEDERATIVAS


Autarquia inter-federativa ou multi federativa é o termo utilizado para fazer referência às associações
públicas, que são os consórcios públicos com personalidade jurídica de direito público.

O consórcio público é pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei
nº 11.107 de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de
interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza
autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos.

Sendo assim, não é todo consórcio público que representa uma Autarquia Inter-federativa, somente os
consórcios públicos com personalidade jurídica de direito público. Os consórcios públicos com personalidade jurídica
de direito privado não são considerados autarquias.

1.5.3.6 AUTARQUIA FUNDACIONAL OU FUNDAÇÃO AUTÁRQUICA


A Autarquia fundacional ou fundação autárquica é a Fundação Pública com personalidade jurídica de
direito público, isto acontece quando uma Fundação Pública é criada diretamente pela lei.

Caso a fundação pública tenha sido instituída por meio de autorização da lei, essa fundação pública não
é uma autarquia fundacional ou fundação autárquica, é somente uma fundação pública comum.

1.6 FUNDAÇÃO PÚBLICA


Neste tópico será apresentado o conceito que define as fundações públicas e as suas principais
características.

1.6.1 CONCEITO DE FUNDAÇÃO PÚBLICA


Fundação Pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,
criada em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por
órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos
órgãos de direção e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes (Inc. IV do art. 5º do Decreto-
Lei 200/67).

Apesar da definição de fundação pública apresentada no Decreto-Lei 200/67, as fundações públicas não
são sempre criadas por autorização da lei. Em regra, as fundações públicas são pessoas jurídicas de direito privado,
pois sua criação é autorizada pela lei, entretanto, excepcionalmente, uma Fundação Pública pode vir a ser criada
pela lei e nesse caso ela será uma pessoa jurídica de direito público. Quando isso acontecer o nome empregado para

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tal entidade é FUNDAÇÃO AUTÁRQUICA ou AUTARQUIA FUNDACIONAL, que nada mais é do que uma espécie de
Autarquia.

1.6.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS


As principais características das Fundações Públicas são:

1. São criadas por autorização da lei ou diretamente por lei;


2. Em regra têm personalidade jurídica de direito privado, excepcionalmente têm personalidade
jurídica de direito público;
3. Suafinalidade será definida por lei complementar, todavia, elas não podem explorar atividade
econômica ou o lucro;
4. Adotam regime jurídico de direito privado ou híbrido, quando são pessoas jurídicas de direito
privado e adotam regime jurídico de direito público, quando são pessoas jurídicas de direito
público;
5. Adotam como regime de pessoal o Regime Jurídico Único ou Estatutário;
6. A justiça competente para julgar as ações judiciais de que as Fundações Públicas fazem parte é:
 Fundações Públicas Federais = Justiça Federal;
 Fundações Públicas estaduais, distritais ou municipais = Justiça Estadual.
7. Exemplos de Fundações Públicas: FUNAI, IBGE, Biblioteca Nacional

1.6.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS


Devido ao fato de as fundações públicas terem sua criançãoautorizada pela lei ou criadas por lei, a
doutrina as classifica em duas espécies, são elas: Fundação Pública (Comum) e Fundação Autárquica.

1.6.3.1 FUNDAÇÃO PÚBLICA (COMUM)


Fundação pública comum é a fundação pública criada por meio de autorização da lei e que, por isso,
tem personalidade jurídica de direito privado.

1.6.3.2 FUNDAÇÃO AUTÁRQUICA OU AUTARQUIA FUNDACIONAL


Autarquia fundacional ou fundação autárquica é a Fundação Pública com personalidade jurídica de
direito público, isto acontece quando uma Fundação Pública é criada diretamente pela lei.

1.7 EMPRESAS ESTATAIS (EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA)


Empresa estatal é o termo utilizado para fazer referência tanto às empresas públicas, quanto às
sociedades de economia mista.

Sendo assim, neste tópico será apresentado um conceito comum para definir tanto as empresas
públicas, quanto as sociedades de economia mista e também serão apresentadas as principais características
comuns a ambas.

1.7.1 CONCEITO DE EMPRESA ESTATAL


Sendo a empresa estatal o termo utilizado para fazer referência tanto às empresas públicas, quanto às
sociedades de economia mista. Pode-se dizer que elas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas pela
administração direta por meio de autorização legislativa seguida do respectivo registro, com a finalidade de prestar
serviços públicos ou explorar a atividade econômica (lucro).

1.7.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS ESTATAIS


As principais características das Empresas Estatais são:
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1. São criadas por autorização da lei;
2. Têm personalidade jurídica de direito privado;
3. Têm como finalidade a prestação de serviços públicos ou a exploração da atividade econômica;
4. As Empresas Estatais adotam regime jurídico de direito privado ou híbrido;
5. As Empresas Estatais adotam como regime de pessoal a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT);
6. Os dirigentes das Empresas Estatais não são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho,
eles ocupam cargo em comissão e por isso são estatutários.

1.7.3 CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS ESTATAIS


Devido ao fato de o termo empresa estatal fazer referência tanto às empresas públicas, quanto às
sociedades de economia mista, pode-se dizer que as empresas estatais classificam-se em dois tipos: Empresas
públicas e Sociedades de Economia mista.

1.7.3.1 EMPRESA PÚBLICA


Empresa Pública é a empresa estatal dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e capital exclusivo do Poder Público, criada por autorização da lei para a exploração de atividade
econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, ou
para a prestação de serviços públicos, podendo revestir-se de qualquer uma das formas admitidas em direito.

As principais características das empresas públicas são:

1. São criadas por autorização da lei;


2. Têm personalidade jurídica de direito privado;
3. Têm como finalidade a prestação de serviços públicos ou a exploração da atividade econômica;
4. Adotam regime jurídico de direito privado ou híbrido;
5. Adotam como regime de pessoal a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT);
6. Os dirigentes das Empresas Públicas não são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho,
eles ocupam cargo em comissão e por isso são estatutários;
7. Seucapital deve ser 100% do poder público, ou seja, não é permitida a participação de capital
privado;

Quando é dito que o capital da empresa pública deve ser 100% do poder público, isso significa que
qualquer entidade da administração pública direta e indireta pode ser sócia de uma empresa pública. O que não é
admitido é o capital de pessoas ou instituições que não compõe a estrutura da administração pública

8. A empresa pública pode ser constituída sob qualquer forma social jurídica;
9. A justiça competente para julgar as ações judiciais de que as empresas públicas fazem parte é:
 Empresas Públicas Federais = Justiça Federal;
 Empresas públicas estaduais, distritais ou municipais = Justiça Estadual.
10. Exemplos de empresas públicas: Correios, Caixa Econômica Federal.

1.7.3.2 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA


Sociedade de Economia Mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada
por autorização da lei para a exploração de atividade econômica ou para a prestação de serviços públicos, sob a
forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria ao Poder Público.

As principais características das sociedades de economia mista são:

1. São criadas por autorização da lei;


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2. Têm personalidade jurídica de direito privado;
3. Têm como finalidade a prestação de serviços públicos ou a exploração da atividade econômica;
4. Adotam regime jurídico de direito privado ou híbrido;
5. Adotam como regime de pessoal a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT);
6. Os dirigentes das Sociedades de Economia Mista não são regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho, eles ocupam cargo em comissão e por isso são estatutários;
7. Seu capital deve ser majoritariamente do Poder Público, todavia, é permitida a participação de
capital privado;
8. Somente podem ser constituídas sob a forma social jurídica Sociedade Anônima (S/A);
9. A justiça competente para julgar as ações judiciais de que as sociedades de economia mista
fazem parte é Justiça Estadual, independentemente de a sociedade de economia mista ser
federal, estadual, distrital ou municipal;
10. Exemplos de sociedades de economia mista: Petrobrás, Banco do Brasil.

1.7.3.3 DIFERENÇAS ENTRE AS EMPRESAS PÚBLICAS E AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA


CARACTERÍSTICAS EMPRESA PÚBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA
MISTA
CAPITAL 100% do Poder Público Majoritário Público
FORMA JURÍDICA SOCIAL Qualquer uma: S/A; S/C; LTDA... Somente S/A
COMPETÊNCIA PARA Se federal, justiça federal. Se Independentemente da esfera a
JULGAMENTO vinculada a outras esferas que se vincule, deve ter seus
governamentais, justiça estadual processos julgados pela justiça
estadual.

1.8 COMPARAÇÃO ENTRE AS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA


CARACTERÍSTICAS AUTARQUIAS FUNDAÇÕES EMPRESAS SOCIEDADES DE
PÚBLICAS PÚBLICAS ECONOMI MISTA
CRIAÇÃO Por Lei Por autorização da Por autorização da Por autorização da
Lei mais registro ou lei mais registro lei mais registro
diretamente por lei
PERSONALIDADE Direito Público Direito Privado ou Direito Privado Direito Privado
JURÍDICA Direito Público
FINALIDADE Prestar serviços Lei complementar Prestar serviços Prestar serviços
públicos ou exercer definirá, todavia, públicos ou explorar públicos ou explorar
atividades típicas do não podem explorar a atividade a atividade
Estado o lucro econômica econômica
REGIME JURÍDICO Direito Público Direito Direito Direito
Privado/Híbrido ou Privado/Híbrido Privado/Híbrido
Direito Público
REGIME DE RJU - Estatuto RJU – Estatuto CLT CLT
PESSOAL
COMPETÊNCIA Se federal, justiça Se federal, justiça Se federal, justiça Independentemente
PARA JULGAMENTO federal. Se federal. Se federal. Se da esfera a que se
vinculada a outras vinculada a outras vinculada a outras vincule, deve ter
esferas esferas esferas seus processos
governamentais, governamentais, governamentais, julgados pela justiça
justiça estadual justiça estadual justiça estadual estadual.

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2 ÓRGÃO PÚBLICO
Várias teorias foram desenvolvidas com o objetivo de conceituar a expressão órgão público, dentre elas
destacam-se a teoria do mandato, a teoria da representação e a teoria geral do órgão. As duas primeiras não foram
adotadas no Brasil, sendo assim, conclui-se que a teoria que fundamenta e dá significado para a expressão órgão
público é a teoria geral do órgão.

 Teoria do mandato – não adotada


 Teoria da representação – não adotada
 Teoria geral do órgão – adotada no Brasil

Segundo a teoria geral do órgão, os órgãos são centros despersonalizados de competências e possuem
necessariamente funções, cargos e agentes.

2.1 CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS


As principais características dos órgãos públicos são:

1. Órgãos públicos não possuem personalidade jurídica;

Órgãos públicos não são pessoas físicas e nem pessoas jurídicas, sendo assim, eles não são pessoas e
não tem personalidade jurídica.

É comum haver questões de prova afirmando que o órgão público tem personalidade jurídica de direito
público ou privado, essa afirmação é errada, pois órgão público não tem personalidade jurídica de direito de nenhum
tipo.

Muitas pessoas se assustam com essa regra, devido ao fato de os órgãos públicos possuírem CNPJ,
realizarem licitações e também por celebrarem contratos públicos, todavia essas situações não devem ser levadas
em consideração neste momento.

O CNPJ não é suficiente para conferir personalidade jurídica para o órgão público, e o CNPJ é um
instituto que interessa ao direito civil e ao direito tributário, o direito administrativo não o considera.

2. Órgãos públicos integram a estrutura da pessoa jurídica que pertencem;

Os órgãos públicos não são pessoas, mas sim partes das pessoas jurídicas que compõem as entidades da
administração pública direta e indireta, ou seja, eles integram a estrutura orgânica das pessoas jurídicas que
pertencem.

3. Órgãos públicos não possuem personalidade judiciária (capacidade processual), salvo os órgãos
independentes e autônomos que podem impetrar Mandado de Segurança em defesa de suas
prerrogativas constitucionais, quando violadas por outro órgão;

Os órgãos públicos não são pessoas, e por isso, em regra, eles não têm capacidade processual, todavia,
essa regra não é absoluta, pois comporta duas exceções. Existem dois tipos de órgãos públicos (órgãos
independentes e os órgãos autônomos) que possuem capacidade processual para defesa de prerrogativas
constitucionais quando violadas por outro órgão. Sendo assim, se você encontrar uma questão de prova que afirma
que os órgãos públicos não têm capacidade processual, considere-a CERTA. Se você encontrar uma questão de prova
que afirma que os órgãos públicos NUNCA têm capacidade processual, considere-a errada.

4. Órgãos públicos não possuem patrimônio próprio;

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Os órgãos públicos não são pessoas e, por isso, eles não têm direitos patrimônios, sendo assim, o
patrimônio utilizado dentro de um órgão público para execução do serviço de competência desse órgão, não é de
titularidade do órgão, mas sim da pessoa jurídica da administração pública a que este órgão está ligado.

5. Órgãos públicos são hierarquizados;

Os órgãos públicos estão estruturados dentro do corpo da pessoa jurídica a que pertencem em uma
estrutura que apresenta hierarquização entre eles, ou seja, existem órgãos superiores e órgãos subordinados.

6. Órgãos públicos são frutos da desconcentração;


7. Órgãos públicos estão presentes nas entidades da administração pública direta e indireta;
8. Criação e extinção: através de Lei, nunca por decreto;
9. Estruturação interna dos órgãos públicos: Pode ser feita por meio de decreto autônomo, desde
que não impliquem em aumento de despesas e nem criação ou extinção de órgão;
10. Os agentes que trabalham nos órgãos estão em imputação à pessoa jurídica a que estão ligados.

Quando o agente público que trabalha no órgão está executando as suas atividades, a conduta desse
agente público é imputada à pessoa jurídica a que este agente está ligado pelo órgão. Em razão disso, caso a conduta
do agente público cause prejuízo para um particular, este particular não pode processar diretamente o agente
público ou o órgão público em que este agente trabalha, mas sim a pessoa jurídica a que este agente está atuando
em nome. Isso não significa que não haverá responsabilização para o agente público que causou o prejuízo. O agente
público vai ser responsabilizado perante a entidade que trabalha e a entidade é responsabilizada perante o
particular prejudicado.

3 QUESTÕES
1. Os municípios, assim como os estados-membros, poderão ter sua administração indireta, em razão da
autonomia a eles conferida pela CF.

2. É defesa aos Poderes Judiciário e Legislativo a criação de entidades da administração indireta, como
autarquias e fundações públicas.

3. As autarquias somente podem ser criadas mediante lei específica, enquanto empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações, que integram a administração indireta, podem ter sua
criação autorizada mediante decreto do presidente da República.

4. As entidades da administração indireta estão incluídas na estrutura administrativa da Presidência da


República e dos ministérios, sendo a eles subordinadas independentemente do enquadramento de sua
principal atividade.

5. A figura do instituidor, que faz a doação patrimonial; o objeto, consistente em atividades de interesse
social; e a ausência de fins lucrativos constituem elementos essenciais no conceito de fundação pública.

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6. Empresas públicas são aquelas entidades da administração indireta que possuem personalidade jurídica
de direito privado e cujo capital admite recursos da iniciativa privada, desde que, no mínimo, 51% dele
consista de recursos públicos.

7. As autarquias e as empresas públicas integram a administração indireta e assemelham-se quanto ao


modo de criação e ao regime jurídico, pois a criação de ambas depende de autorização legislativa e
ambas submetem-se tanto ao regime público como ao regime privado.

8. As sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime trabalhista próprio das empresas privadas.

9. Segundo o entendimento do STJ, a câmara municipal não possui personalidade jurídica, mas apenas
personalidade judiciária, de modo que somente pode demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais, entendidos estes como sendo os relacionados ao funcionamento, à autonomia e à
independência do órgão.

10. Os órgãos administrativos são pessoas jurídicas de direito público que compõem tanto a administração
pública direta quanto a indireta.

3.1 GABARITO
1-C; 2-E; 3-E; 4-E; 5-C; 6-E; 7-E; 8-C; 9-C; 10-E.

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