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Capitulo4 Metodo LGR PDF
Capitulo4 Metodo LGR PDF
IV.1. Introdução
Considere o sistema em malha fechada mostrado abaixo
Y ( s) K A K P G ( s)
= (IV.1)
R( s) 1 + K A K P G ( s)
W. R. Evans sugeriu que seja construído o local de todas as possíveis raízes da equação (IV.2)
conforme KA varia de zero a infinito. Adicionalmente, ao estudarmos efeitos de pólos e zeros adicionais em
um dado local, podemos examinar os efeitos de dinâmicas adicionais na malha. Assim, teremos uma
ferramenta não apenas para seleção do ganho, mas também para projetos de compensação dinâmica.
Similarmente, podemos examinar os efeitos de mudanças nos parâmetros da planta para realizar um projeto
de controle global melhor.
O gráfico de todas as possíveis raízes da equação (IV.2) é chamado de Lugar Geométrico das Raízes
(Root Locus), e a técnica de projeto é chamada de Método do Lugar das Raízes de Evans. Começaremos a
mecânica de construção de um lugar geométrico das raízes, usando o ganho do amplificador com parâmetro.
Assumimos que KPG(s), a função de transferência do processo, é uma função racional com numerador
KPb(s), onde b(s) é um polinômio mônico de grau m, e denominador a(s) de grau n, onde n > m e
m
b(s) = sm + b1sm –1 + …+ bn = (s – z1)(s – z2)…(s – zm) = ∏ (s − z )
i =1
i (IV.3)
n
a = sn + a1sn –1 + …+ an = ∏ ( s − p j )
j =1
K = KAKP (IV.4)
O problema do lugar das raízes expressado na equação (IV.2) pode agora ser colocado de várias
maneiras equivalentes e usuais. Cada uma das seguintes equações tem as mesmas raízes:
1 + KG(s) = 0, (IV.5a)
b( s )
1+K = 0, (IV.5b)
a( s)
25
1
G(s) = − (IV.5d)
K
Exemplo: Seja a função de transferência normalizada do controle de posição de um motor DC tal que
1
G(s) =
s ( s + 1)
Assim,
KP = 1
b(s) = 1,
a(s) = s2 + s
pi = 0, -1.
A partir da equação (IV.5c), o lugar das raízes é um gráfico das raízes da equação quadrática
s2 + s + K
1 1 − 4K
s1,2 = − ±
2 2
Para 0 ≤ K ≤ 1/4, as raízes estão entre –1 e 0. Em K = 1/4, existem duas raízes em – 1/2, e para K >
1/4 as raízes se tornam complexas, com uma parte real – 1/2 e uma parte imaginária que cresce
essencialmente em proporção à raiz quadrada de K, conforme mostrado abaixo
Para ξ = 0,5, no gráfico acima, podemos calcular o valor de K porque sabemos que a magnitude da
parte imaginária é 3 vezes a magnitude da parte real. Como o tamanho da parte real é 1/2, então
1 − 4K 3
=
2 2
que é verdade se K = 1
Observações:
1. Existem duas raízes e assim dois ramos para o lugar das raízes;
26
2. Em K = 0 estes ramos estão nos pólos de G(s) como deveriam, pois para K = 0 o sistema está em
malha aberta;
3. Para K > 1/4, as raízes se movem para o infinito com partes reais iguais, tal que a soma das duas
raízes é sempre – 1;
4. Se existe um K tal que o desempenho transitório seja satisfatório, podemos escolhê – lo para projetar
um controlador proporcional; caso contrário, somos forçados a considerar compensações mais
complexas.
1
G(s) =
s ( s + c)
1 + G(s) = 0
ou
s2 + cs + 1 = 0
Podemos usar as mesmas formas da equação (IV.5c), com as definições associadas de pólos e zeros, se
designarmos
a(s) = s2 + 1, p1,2 = ± j1
b(s) = s,
K = c.
c c2 − 4
r1,2 = − ±
2 2
27
Definição I: O lugar geométrico das raízes é o local dos valores de s onde 1 + KG(s) = 0 é satisfeita
conforme o parâmetro real K varia de zero a infinito. Usualmente 1 + KG(s) é o denominador de uma função
de transferência de interesse, assim, os pontos no lugar das raízes são os pólos do sistema de malha fechada.
Considerando novamente a equação
1
G(s) = − , (IV.5d)
K
se K é real e positivo, então G(s) deve ser real e negativo. Assim, podemos também definir o lugar das raízes
como segue.
Definição II: O lugar geométrico das raízes de 1 + KG(s) = 0 é o lugar dos pontos no plano s onde a fase de
G(s) é 180o.
Exemplo: Seja
s +1
{[ ]
G(s) =
s (s + 2) + 4 (s + 5)
2
}
Testar se e o ponto s0 = - 1 + j2 pertence ao lugar das raízes de 1 + KG(s) = 0.
∠G = Ψ1 - φ1 - φ2 - φ3 - φ4
= - 129,2o
Passo 1: Desenhe os eixos do plano s em uma escala conveniente e represente neste plano cada pólo com um
x e cada zero com um o.
Considere novamente a equação:
Kb( s )
1+ =0 (IV.5b)
a( s)
Para K = 0, a equação acima só é válida nos pontos que são raízes de a(s). Para K = ∞, a equação é
válida somente nos pontos que são raízes de b(s) ou quando s ∞. Donde se conclui que os pólos de G(s)
28
são pontos de partida do lugar das raízes e que os zeros são pontos de chegada (incluindo – se os zeros no
infinito).
Os ângulos a partir de pólos e zeros sobre o eixo real são 0o se o ponto está a direita e 180o se o ponto
está a esquerda. Assim, para a fase de G(s) somar 180o + l180o, o ponto de teste deve estar a esquerda de um
número ímpar de pólos mais zeros sobre o eixo real.
s m + b1 s m −1 + ... + bm
1+ K =0 (IV.7)
s n + a1 s n −1 + ... + a n
Se n > m, então G(s) tende a zero quando s tende a infinito. De fato, para valores elevados de s, os
pólos e zeros de G(s) estariam aparentemente agrupados, m zeros cancelariam essencialmente os efeitos de m
pólos, e os restantes (n – m) pólos estariam no mesmo lugar. A equação pode ser aproximada por
1
1+ K =0 (IV.8)
(s − α ) n − m
para s e K elevados. Dizemos que o lugar das raízes da equação (IV.7) converge assintoticamente ao lugar
das raízes da equação (IV.8) para s e K elevados. Precisamos calcular α para encontrar o lugar do sistema
assintótico. Assim seja so = Rejφ pertencente ao lugar assintótico para R fixo e φ variável. Como todos os
pólos do sistema simplificado estão no mesmo local, a fase dessa função de transferência é 180o se todos os n
– m ângulos, cada qual igual a φl, somam 180o. Então φl é dado por
para algum l inteiro e para qualquer R. Portanto, o lugar assintótico das raízes consiste de linhas radiais em n
– m ângulos distintos dados por
180 o + l 360 o
φl = , l = 0, 1, 2, ..., n – m – 1 (IV.9)
n−m
29
onde as linhas das assíntotas partem de so = α sobre o eixo real. Para determinar α reescrevemos:
- a1 = ∑ pi (IV.10)
e
- b1 = ∑ zi (IV.11)
Assim,
sn + a1sn – 1 + ... + an + K(sm + b1sm – 1 + ... + bm) = 0 (IV.12)
Com isso, vemos que, se m < n – 1, o ponto central das raízes não muda, ou seja,
a1 = - ∑ ri = - ∑ pi (IV.13)
Agora, para valores elevados de K, m das raízes ris coincidem com os zeros zis, e n – m vêm do sistema
assintótico 1/(s - α)n – m cujos pólos somam (n – m)α. Combinando estes resultados temos que a soma de
todas as raízes é igual a soma daquelas que tendem a infinito mais a soma das que tendem aos zeros de G(s).
Portanto,
+ ∑ ri = + (n – m)α + ∑ zi = ∑ pi
Então,
α=
∑ p −∑ z
i i
(IV.14)
n−m
ou
b1 − a1
α= (IV.15)
n−m
Exemplo:
Tomando l = - 1, o resultado é
30
φ2 = - 45o
Passo 5: Estimar (ou calcular) os pontos onde as raízes cruzam o eixo jω.
Obs.: Para sistemas de ordem > 4, este passo é omitido e realizado através de computadores
K
1+
[
s (s + 4 ) + 16
2
]= 0
que é equivalente a
s3 + 8s2 + 32s + K = 0
Aplicando o critério de Routh vemos que o sistema é estável para K < 256, pois estamos interessados
apenas nos valores positivos de K. Em K = 256, teremos solução para a equação no eixo jω, com s = jω.
Substituindo esta solução na equação:
Passo 6: Estimar a localização das raízes múltiplas, especialmente sobre o eixo real, e determinar os ângulos
de chagada e partida nestas localizações.
s
No exemplo com G(s) = vimos que para K = 1/4 o sistema de malha fechada tem um pólo
s ( s + 1)
duplo em – 1/2. Ao caminharmos sobre o lugar das raízes no eixo real de – 1 a 0, observamos que K assume
um valor máximo em s = - 1/2 que é onde os pólos são iguais. Assim, a derivada de K em relação a s deve ser
nula nos pontos de raízes múltiplas. Usando a relação K = - 1/6, obtemos a fórmula
d 1
− =0 (IV.17)
ds G s =s0
31
d a 1 da db
− = − 2 b −a (IV.18)
ds b b ds ds
1 b( s ) b = 1
Exemplo 1: G(s) = =
s ( s + 1) a ( s ) a = s + s
2
db da
=0 = 2s + 1
ds ds
Assim,
2so + 1 = 0
so = - 1/2
1 b = 1
Exemplo 2: G(s) =
s[( s + 4) 2 + 16] a = s + 8s + 32s
3 2
db da
=0 = 3s 3 + 16s + 32
ds ds
3s2 + 16s + 32 = 0
Obs.: A condição derivativa é necessária mas não suficiente para indicar uma situação de pólo múltiplo.
Os ângulos de partida e chegada dos pólos múltiplos no lugar das raízes geralmente são ± 90o ou 0o e
o
180 .
Passo 2: desenhar o lugar das raízes sobre o eixo real para intervalos a esquerda de um número
ímpar de pólos mais zeros reais.
α=
∑ p −∑ z
i i
=
− a1 + b1
;
n−m n−m
180 o + l 360 o
φl = , l = 0, 1, 2, ..., n – m – 1.
n−m
32
Passo 5: assumir so = jωo e calcular o (s) ponto (s) onde o lugar das raízes cruza o eixo
imaginário para K positivo.
Passo 6: a equação característica tem raízes múltiplas nos pontos do lugar das raízes onde.
da db
b −a = 0.
ds ds
Passo 7: completar o lugar geométrico das raízes, usando os passos desenvolvidos nos passos
anteriores.
s +1
G(s) = , para vários valores de p.
s ( s + p)
2
Exemplo 1: Primeiro esboçaremos o lugar das raízes para p muito grande – nominalmente, o lugar de
s +1
G(s) =
s2
180 o − l 360 o
φl = = 180 o
2 −1
Passo 5: Calcular os pontos onde o eixo imaginário é cruzado pelo lugar das raízes
S2 + Ks + K = 0
Para K > 0, o lugar das raízes estará todo no semi – plano esquerdo de s e não cruza o eixo imaginário.
33
Passo 6: Localizar as possíveis raízes múltiplas.
db
b(s) = s + 1 =1
ds
da
a(s) = s2 = 2s
ds
A condição necessária é:
da db
b −a = 0,
ds ds
(s + 1)(2s) – (s2)(1) = 0,
s2 + 2s = 0,
s = 0, - 2.
A raiz em s = 0 corresponde aos dois pólos de G(s) que estão sobre o lugar das raízes quando K = 0. O outro
caso em s = - 2 corresponde a uma raiz múltipla, desde que no passo 2 encontremos que s = - 2 está sobre o
lugar das raízes.
s +1
Exemplo 2: Seja agora p = 4, ou seja G(s) =
s ( s + 4)
2
Passo 1, 2: Ok!
α=
∑ p −∑ z
i i
=
− 4 − (−1)
=−
3
n−m 3 −1 2
34
- 2φl – 0o + 0o = 180o + 360o
φ1 = - 90o – l180o
= - 90o, + 90o
Passo 5: Assumir s = jωo e calcular o (s) ponto (s) onde o lugar das raízes cruza o eixo imaginário:
( s + 1)
1+K = 0,
s ( s + 4)
2
s3 + 4s2 + Ks + K = 0
Seja s = jω:
- ω3 + Kω = 0 K = ω2 , (ii)
As duas equações não têm solução exceto K = ω = 0, assim concluímos que o lugar das raízes para K > 0.
Podemos confirmar isto pelo teste de Routh.
s3 1 K
s2 4 K
1
s 4K − K
4
s0 K
db
b(s) = s + 1, = 1,
ds
da
a(s) = s3 + 4s2, = 3s 2 + 8s.
ds
35
(s + 1)(3s2 +8s) – (s3 + 4s2)(1) = 0
2s3 + 7s2 + 8s = 0
s(2s2 + 7s +8) = 0
s = 0 e s = - 1,75 ± j0,968
Passo 7:
s +1
Exercício 1: G(s) =
s ( s + 12)
2
36
s +1
Exercício 2: G(s) =
s ( s + 9)
2
1
G(s) =
s{( s + 2)[(s + 1) 2 + 4]}
Passos 1,2 e 3: Marcar os pólos, desenhar os segmentos sobre o eixo real, e determinar as assíntotas.
Passo 4:
37
- φ1 - φ2 - φ3 - φ4 = + 180o + l360o
onde,
φ1 + φ2 = 180o
φ3 = incógnita
φ4 = 90o
assim,
- φ3 = 180o + 90o + 180o + l360o
= 450o + l360o
Para l = - 1: - φ3 = 90o
φ3 = - 90o
De fato, podemos observar que ao longo da linha s = - 1 + jω, φ2 e φ1 são ângulos sobre um triângulo
isósceles e sempre somam 180o, e φ4 e 90o, assim a linha que une os dois pólos está no lugar das raízes, para
este caso especial.
ω o4 − 4 jω o3 − 9ω o2 + 10 jω o + K = 0
ω o4 − 9ω o2 + K = 0 (i)
− 4ω o3 + 10ω o = 0 (ii)
5 25 90 − 25
K = 9 − = = 16,25
2 4 4
da
a = s4 + 4s3 + 9s2 +10s = 4s3 + 12s2 + 18s + 10
ds
38
A condição se reduz a da/ds = 0. Do passo 4 vemos que s = - 1 é um ponto de raiz múltipla que pode
ser fatorado. Assim,
A equação quadrática tem raízes – 1 ± j 3 / 2 = - 1 ± j1,22. Desde que estes pontos estejam sobre a
linha que une os pólos complexos, eles são pontos de raízes múltiplas do lugar das raízes.
1
a) G1(s) =
s{( s + 1)[( s + 1) 2 + 4]}
1
b) G2(s) =
s{( s + 10)[( s + 1) 2 + 4]}
( s + 0,1) 2 + 16
a) G1(s) =
s[( s + 0,1) 2 + 25]
( s + 0,1) 2 + 25
b)
s[( s + 0,1) 2 + 16]
39
1) Marcar os n pólos com x e os m zeros com o.
2) Desenhar o lugar sobre o eixo real para intervalos a esquerda de um número para de pólos
mais zeros.
α=
∑ p −∑ z
i i
=
− a1 + b1 )
n−m n−m
l 360 o
φl = , l = 0, 1, 2, 3, ..., n – m – 1
n−m
4) Calcular os ângulos de partida dos pólos e de chagada nos zeros, investigando para pontos
próximos do pólo ou zero onde a fase de G(s) é 0o.
5) Assumir s = jωo e calcular os pontos onde o lugar das raízes cruza o eixo imaginário para K
negativo.
6) A equação tem raízes múltiplas nos pontos sobre o lugar onde a fase de G(s) é 0o + l360o e, em
adição, dG-1/ds = 0 ou
da db
b −a =0
ds ds
“Todas as soluções reais de dK/ds = 0 são pontos de ramificação (raízes múltiplas) no lugar da raízes
completo (- ∞ < K < ∞), já que todo o eixo real no plano s é ocupado pelo lugar das raízes completo.”
s2 + (K +2)s + 4K = 0
40
a ( s ) = s 2 + 2 s b( s ) = s + 4
Passo 6: da db
= 2s + 2 ds = 1
ds
(s + 4)(2s + 2) – (s2 + 2s)(1) = 0
2s2 + 2s + 8s + 8 – s2 – 2s = 0
s´= −1,172
s2 + 8s + 8 = 0
s´´= −6,828
Obs.: Note que os pontos de ramificação estão todos sobre o lugar das raízes.
s2 + (2 + K)s + (2 + 2K) = 0
ou
s2 + 2s + 2 + K(s + 2) = 0
da db
b −a =0
ds ds
a = s2 + 2s +2 b=s+2
da db
= 2s + 2 =1
ds ds
2s2 + 2s + 4s + 4 – s2 – 2s – 2 = 0
s´= 0,586
s2 + 4s + 2 = 0
s´´= −3,414
Obs.: Note que neste caso s = - 3,414 é um ponto de ramificação do lugar das raízes, enquanto que s = - 0,586
é um ponto de ramificação do lugar das raízes complementar.
41
1
Exemplo 3: Esboce o LGR completo de 1 + KG(s), onde G(s) =
s{( s + 2)[(s + 1) 2 + 4]}
1
∏| s
j =1
o + pj |
| K |= = m
| G(s o ) |
∏| s
i =1
o + zi |
6) A adição de um zero no sistema de malha aberta melhora a estabilidade do sistema de malha fechada.
Considere o sistema:
42
Y ( s) G ( s)
T(s) = =
R( s ) 1 + C ( s )G ( s )
Se o denominador de G(s) e o numerador de C(s) possuírem fatores comuns, então os pólos e zeros de malha
aberta correspondentes se cancelarão entre si, reduzindo o grau da equação característica em um ou mais.
K
Exemplo: Seja G(s) = e C(s) = s + 1 [realimentação de posição e velocidade]
s ( s + 1)( s + 2)
K ( s + 1) [ s ( s + 1) + K ]( s + 1)
1 + C(s)G(s) = 1 + =
S ( s + 1)( s + 2) s ( s + 1)( s + 2)
[s(s + 2) + K](s + 1) = 0
s(s + 2) + K = 0
Para obter o conjunto completo de pólos de malha fechada, devemos adicionar os pólos cancelados de
C(s)G(s) aos pólos obtidos no gráfico do lugar das raízes de 1 + C(s)G(s). É importante lembrar que o pólo
cancelado de C(s)G(s) é um pólo do sistema de malha fechada, conforme mostra o seguinte sistema
equivalente:
Trabalho:
1- Seja o sistema
Simule a saída deste sistema para os seguintes valores de K: 0,1; 0,2; 0,4; 0,5; 1,0; 5,0; 6,0 e 8,0. Feito
isso, explique analiticamente a variação no comportamento da saída y(t) via “root locus”.
2- Seja o sistema
Simule a saída deste sistema para os seguintes valores de K: 0,1; 0,2; 0,4; 0,5; 1,0; 5,0; 6,0; 8,0 e 10,0.
Feito isso, explique analiticamente a variação no comportamento da saída y(t) via “root locus”.
43
CAPÍTULO V: Projeto de Compensadores Baseado no Lugar
Geométrico das Raízes (LGR).
V.1.Introdução:
Se as dinâmicas dos processos são de uma tal natureza que um projeto satisfatório não
pode ser obtido apenas por um ajuste de ganho, então é indicada alguma modificação na
compensação da dinâmica do processo. A variedade dessas compensações alteradas e com
dinâmica própria (pólos e/ou zeros) é enorme, mas duas categorias têm se mostrado simples e
efetivas. Estas são as redes Lead e Lag (avanço e atraso em fase, respectivamente). Os nomes
destes dispositivos vêm de suas respostas freqüências onde a saída adianta a entrada em um
caso (deslocamento de fase positivo) e atrasa a entrada no outro (deslocamento de fase negativo).
A rede lead (de avanço de fase) atua principalmente para modificar a resposta dinâmica,
elevar a banda de passagem de freqüência, diminuir o tempo de subida e também diminuir o
sobressinal máximo. Já a rede lag (de atraso de fase) é geralmente usada para aumentar o ganho
de baixa freqüência e assim melhora a precisão de regime estacionário do sistema.
De maneira geral a rede lead aproxima o controle derivativo e a rede lag é uma
aproximação do controle integral.
K
KG ( S ) = ,
S ( S + 1)
que tem o lugar das raízes mostrado abaixo com linha cheia.
Im(S
Re(S)
1
Se a especificação de saída requer wn≅2, então o ganho apenas, com G ( S ) = ,
S ( S + 1)
pode somente produzir um valor muito baixo de coeficiente de amortecimento ξ, e portanto neste
ganho requerido o sobressinal máximo será substancial. Entretanto, pela adição de um zero
podemos mover o lugar das raízes para uma posição tendo raízes de malha fechada em wn=2 e
ξ≥0,5, como mostra a linha pontilhada da figura anterior , com o zero em S= –2. Note que o efeito
do zero é mover o lugar para a esquerda, em direção a parte mais estável do plano. Assim, temos
o sistema compensado satisfatoriamente pelo uso de C(S)=S+2.
44
O problema com essa compensação é que a realização física da função de transferência
C(S)=S+2 pode ser apenas aproximada, e os ruídos de alta freqüência, inevitáveis na entrada de
C(S), serão altamente amplificados por este. Entretanto, como o efeito do zero é mais importante
próximo a wn= +2, a ação de compensação não será muito reduzida se um polo de alta freqüência
( S + 2)
é adicionado, por exemplo, S= –20 que resulta C ( S ) = . Esta função de transferência
( S + 20)
resultante é a chamada rede lead.
Im(S)
1
G(S ) =
S ( S + 1)
C(S ) = S + 2
Re(S) S+2
C(S ) =
2 -10 -8 -6 -4 -2 -1 0 S + 20
S+2
C(S ) =
S + 10
A influência do pólo é pressionar o lugar das raízes para a direita. Quando K é pequeno o
pólo tem pouca influência.
O método de seleção do pólo é do zero da rede lead pode se tornar mais analítico se
escolhermos primeiro a localização do pólo de malha fechada desejado. Então podemos
arbitrariamente um parâmetro da rede lead e usar a condição de ângulo do lugar das raízes para
selecionar o outro.
S+z
A fase de C ( S ) = , em S=jw é dada por
S+p
w w
φ = tg −1 − tg −1 .
z p
Desejamos projetar z e p que force o lugar das raízes a passar através do ponto S 0 = −1 + j 3 ,
que corresponde a wn=2 e ξ=0,5. Este ponto é esboçado no plano S como segue:
45
∠C ( S 0 )G ( S 0 ) = ψ − θ − 90 o − 120 o
Im
= φ − 210 o = −180 o
j2
So
j√3
φ
j1
ψ 60o
θ
–p –z –1 0 Re(S)
Como a fase de G(S) no ponto So é –210o , a condição de ângulo do lugar das raízes é
satisfeita se o ângulo φ (a contribuição de fase da rede lead) for 30o . Se arbitrariamente
colocamos o zero em –2 , o pólo de malha fechada pode ser localizado em So se o pólo da rede
lead em –4. Outras combinações também podem ser escolhidas para resultar os 30o requeridos.
Assim, vemos que o critério de fase para uma determinada localização do pólo de malha fechada
desejado especifica a relação entre o pólo e o zero. Para o compensador C(S) encontrado, o novo
lugar das raízes é:
Im
j2
So
O valor de K correspondente ao LGR
A.B.C φ
em S0 é : K = j1
D C D B A
–4 –2 –1 0
Re(S)
2. 3.2. 3 j1
K= =6
2 So
j2
A realização física de uma rede lead pode ser feita de várias maneiras. A seguir,
apresentamos dois circuitos para implementação de redes de avanço de fase.
46
- Circuito Passivo:
C Z1
R1
Z1 =
R1 Z2 R1CS + 1
Z 2 = R2
Vin R2 Vout
Vout ( S ) Z2 R2 R1CS + 1
C(S ) = = = ×
Vin ( S ) Z 1 + Z 2 R1 + R2 R1 R2 CS + 1
R +R
1 2
Definindo,
R2
R1C = Τ e =α <1 ,
R1 + R2
temos:
1
S+
ΤS + 1 Τ
C(S ) = α =
αΤ S + 1 S+ 1
αΤ
- Circuito ativo:
C
Rf
R1 R2
Vin
Vout
ΤS + 1
C(S ) = −K c , onde
αΤS + 1
Rf
Kc = = 1 se R f = R 1 + R 2 ,
R1 + R2
Τ = R 1C ,
R2
e α=
R1 + R2
47
1 1
Note que o zero está em z = − e que o pólo está em p = − , assim o parâmetro α
Τ αΤ
determina a separação entre o pólo e o zero, que em geral é um fator de 3 a 10.
R(S) 1 Y(S)
∑
+ S ( S + 1)
Y (S ) 1 1
T (S ) = = 2 =
R ( S ) S + S + 1 1
2
3
S + +
2 4
O gráfico do lugar das raízes para este sistema é:
Im
K=1
Re
(S + z)
Desejamos projetar um compensador da forma C ( S ) = Kc , para ser posicionado na
( S + p)
malha direta do sistema, de tal forma que o sistema tenha como pólos dominantes de malha
fechada os pólos − 1 ± j 3 , que correspondem a wn=2 e ξ=0,5.
Do exemplo anterior, sabemos que a rede lead precisa dar para o sistema uma contribuição
de fase de φ=30o. Pela Técnica da bisseção devemos traçar duas retas PA e PO, a primeira sendo
horizontal passando por P e a segunda unindo P a origem. Feito isso, bisseccionamos o ângulo
entre as retas PA e PO, e desenhamos duas retas PC e PD que fazem ângulos ±φ/2 com a
bissetriz PB, conforme indica a figura. As interseções PC e PD com o eixo real negativo fornecem
as posições necessárias para o pólo e para o zero da rede em avanço. O compensador assim
projetado tornará o ponto P um ponto sobre o lugar das raízes do sistema compensado. O ganho
de malha aberta é determinado por meio da condição de módulo.
48
Im(S)
A
C B D
Re(S)
O pólo em S= –1,7 está próximo ao zero adicionado em S= –1,45, assim seu efeito na
resposta transitória é relativamente pequeno.
49
z
onde z e p são pequenos (por exemplo z=0,1 e p=0,01) e ainda C (0) = = 10 – ou geralmente na
p
faixa de 3 a 10, dependendo da extensão para o qual o ganho de estado estacionário requer
auxílio. A função de transferência de C(S) com z>p tem fase negativa, correspondendo a um
atraso de fase. O dispositivo com esta função de transferência é chamado de rede lag.
( S + 2) 1
Exemplo: Considere a rede lead C1 ( S ) = em cascata com a planta G ( S ) = e
( S + 20) S ( S + 1)
aumente o ganho até que os pólos dominantes de malha fechada correspondam a um coeficiente
de amortecimento ξ=0,707 (θ=45o ). Neste ponto, o ganho é K≅31. Assim a constante de
velocidade é:
Kv = lim S .K .C ( S ).G ( S )
S →0
( S + 2) 1
= lim S .31. .
S →0 ( S + 20) S ( S + 1)
31
= = 3,1
10
( S + 0,1)
Supondo que adicionemos um rede lag C ( S ) = para aumentar o coeficiente de
( S + 0,01)
velocidade por um fator de 10. O lugar das raízes deste sistema resultante é plotado como segue:
Im
Re
Obs: Os principais pólos dominantes estão em –1,35±j1,35 e o outro pólo está muito próximo de –
0,1+j0. Este pólo corresponde a um decaimento muito lento, que tem pequena magnitude, pois é
quase cancelado pelo zero.
A realização física de uma rede lag pode ser feita de várias maneiras. A seguir,
apresentaremos dois circuitos para a implementação de redes em atraso de fase.
50
- Circuito Passivo:
Z1
Z2
R1
Z 1 = R1 ,
R2 1
Z 2 = R2 +
Vin Vout CS
C
Vout ( S ) Z2 R 2 CS + 1
C(S ) = = =
Vin ( S ) Z 1 + Z 2 (R1 + R2 )CS + 1
Definindo,
R1 + R2
R2 C = Τ e = β > 1,
R2
Temos
1
S+
ΤS + 1 1 Τ
C(S ) = = ×
β ΤS + 1 β 1
S + βΤ
- Circuito Ativo:
R1 R2
Ri
Vin
Vout
51
Usualmente Ri=R2, assim o ganho de alta freqüência é unitário, mas podem ainda ser feitos
ajustes de ganho por outras escolhas de R1.
Etapa 1: Desenhe o gráfico do lugar das raízes para o sistema não compensado. Com base nas
especificações da resposta transitória, localize os pólos de malha fechada dominantes sobre o
lugar das raízes.
Etapa 5: Determine o pólo e o zero da rede em atraso que produz o aumento necessário no
coeficiente particular de erro sem alteração apreciável nos lugares das raízes originais.
Etapa 6: Desenhe um novo gráfico do lugar das raízes para o sistema compensado. Localize os
pólos de malha fechada dominantes sobre o lugar das raízes. (Se a contribuição angular da rede
em atraso for muito pequena, isto é, poucos graus, então os lugares das raízes original e
modificado são praticamente idênticos. Haverá uma leve discrepância entre eles. Localize, então,
sobre o novo lugar das raízes os pólos de malha fechada dominantes desejados com base nas
especificações de resposta transitória.)
Etapa 7: Ajuste o ganho do amplificador por meio da condição de módulo para que os pólos de
malha fechada dominantes resultem nas posições desejadas.
j2
j1
–3 –2 –1 0 Re(S)
–j1
–j2
52
A função de transferência de malha fechada é:
Y (S ) 1,06
=
R( S ) ( S + 0,33 − j 0,58)( S + 0,33 + j 0,58)( S + 2,33)
Os pólos de malha fechada dominantes são: S= –0,33±j0,58. A relação de amortecimento
dos pólos de malha fechada dominantes é ξ=0,5. A freqüência natural não amortecida dos pólos
de malha fechada dominantes é 0,67 rd/s. O coeficiente de erro de velocidade estático é 0,53s-1 .
Deseja-se aumentar o coeficiente de erro de velocidade estático Kv para aproximadamente
-1
5s sem mudança apreciável na localização dos pólos de malha fechada dominantes.
Uma rede em atraso que aumenta o coeficiente de velocidade estático por um fator de
aproximadamente 10 é:
( S + 0,1)
C ( S ) = Kc
( S + 0,01)
Esta rede produzirá uma pequena modificação no novo lugar das raízes próximos aos pólos
de malha fachada dominantes desejados. A função de transferência do ramo direto do sistema
compensado resulta em:
1,06.Kc.( S + 0,1)
G1 ( S ) =
S ( S + 0,01)( S + 1)( S + 2)
Como o novo lugar das raízes difere do original por apenas um ligeiro deslocamento à direita e uma
leve abertura próximos aos pólos dominantes, se quisermos manter a mesma relação de amortecimento, os
novos pólos de malha fechada dominantes serão: S= –0,28±j0,51. O ganho Kc necessário para isso é:
S ( S + 0,01)( S + 1)( S + 2)
Kc = = 0,925
1,06( S + 0,1) S = −0 , 28 + j 0 , 51
Obs: Se desejarmos aumentar o coeficiente de erro de velocidade estático para aproximadamente 5s-1, ou
podemos modificar as posições do pólo e do zero da rede em atraso ou podemos usar a rede em atraso
presente e escolher Kc=0,944. Neste último caso, entretanto, a relação de amortecimento dos pólos de malha
fechada dominantes é menor que 0,5. Neste problema, podemos considerar o projeto apresentado como bem
aceitável.
Os dois pólos de malha fechada restantes do sistema compensado são: S3= –2,31 e S4= –
0,137. A inclusão da rede em atraso aumenta a ordem do sistema de três para quatro,
acrescentando-se um pólo adicional próximo ao zero da rede em atraso. Como o pólo adicional
em S= –0,137 está próximo ao zero em S= –0,1, o efeito deste pólo na resposta transitória é
pequeno. Desde que o pólo em S= –2,31 está muito longe do eixo jw comparado com os pólos de
malha fechada dominantes, o efeito deste pólo na resposta transitória também é pequeno.
Podemos portanto ignorar, com pequeno erro, os pólos de malha fechada S3 e S4. Conclui-se que
os dois pólos de malha fechada S1 e S2 são verdadeiramente dominantes. Podemos prever uma
resposta bastante precisa considerando-se apenas os pólos de malha fechada dominantes.
A freqüência natural não amortecida do sistema compensado é 0,6rd/s. Este valor é
aproximadamente 10% menor do que o valor original, 0,67rd/s. Isto implica que a resposta
53
transitória do sistema compensado é mais lenta do que a do sistema original. Resultará um maior
Tempo para acomodação. Se este fato puder ser tolerado, a compensação em atraso presente
apresenta uma solução satisfatória para o problema de projeto especificado.
V.4.1. Introdução.
A compensação em avanço aumenta a largura de faixa, o que melhora a velocidade de
resposta, e também reduz a sobrelevação. Entretanto, a melhora no desempenho de regime
permanente é muito pequena. A compensação em atraso resulta em uma grande melhoria no
desempenho de regime permanente porém resulta em uma resposta mais lenta, devido à largura
de faixa reduzida.
A rede em avanço-atraso possui dois pólos e dois zeros. Portanto, esta compensação
aumenta a ordem do sistema em duas unidades, a menos que ocorra cancelamento de um pólo e
um zero no sistema compensado.
A realização física de uma rede lead-lag pode ser implementada pelo seguinte circuito
passivo:
C1
Z1
Z2
R1 R1
Z1 = ,
R1C1 S + 1
1
R2 Z 2 = R2 +
C2 S
Vin Vout
C2
Definindo,
T1
R1C1 = Τ1 , R2 C 2 = Τ e R1C1 + R2 C 2 + R1C 2 = + βΤ2 ( β > 1)
β
1 1
S + S+
Τ1 Τ2
×
β 1
S + S +
Τ1 βΤ2
O primeiro termo
1
S +
Τ1 1 Τ1 S + 1
= ( β > 1)
β β Τ1
S + S + 1
Τ1 β
Etapa 2: Para obter os pólos de malha fechada dominantes nas posições desejadas, calcule a
contribuição do ângulo φ necessária para a parte do avanço de fase da rede avanço-atraso.
55
seja aproximadamente unitário, onde S=S1 é um dos pólos de malha fechada dominantes.
Determine os valores de Τ1 e β a partir das seguintes exigências:
1
S1 +
Τ1
. Kc.G ( S1 ) = 1
β
S1 +
Τ1
1
S1 +
Τ1
=φ
β
S1 +
Τ1
O valor de βΤ2 , a maior constante de tempo da rede avanço-atraso, não deve ser
demasiadamente grande para ser fisicamente realizável.
Desde que,
4
= −235 o
S ( S + 0,5) S = 2,5+ j 4,33
a parte de avanço de fase da rede avanço-atraso deve contribuir com 55o de modo que o lugar
das raízes passe através das posições desejados dos pólos de malha fechada dominantes.
A função de transferência de malha aberta do sistema compensado é:
64444 C7
( S4
) 4448
1 1
S + S+
Τ1 Τ2
C ( S ).G ( S ) = × .Kc.G ( S )
β 1
S + S +
Τ1 βΤ2
56
Desta forma, o coeficiente de erro de velocidade estático resulta em
S .4.Kc
Kv = lim S .C ( S ).G ( S ) = lim S .Kc.G ( S ) = lim = 8Kc
S →0 S →0 S → 0 S ( S + 0,5)
1
S+
Τ1
= 55o
β
S+
Τ1 S = −2,5+ j 4,33
1 β
− = −0,5 − = −5
Τ1 Τ1
1 1
S+ S+
Τ2 . Τ2
=1 0< < 3o
1 . 1
S+ S+
10Τ2 S = −2 , 5 + j 4 , 33
10Τ2 S = -2,5+ j4,33
57
Para satisfazer estas relações e, ao mesmo tempo, assegurar que a maior constante de
tempo (10.Τ2) da rede avanço-atraso não seja demasiadamente grande para ser fisicamente
realizável, escolhemos
Τ2 = 10
S + 0,5 S + 0,1
C(S ) = × .(6,25)
S + 5 S + 0,01
Referências Bibliográficas.
58