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ANÁLISE FUNDAMENTALISTA E ANÁLISE TÉCNICA: Anhanguera Educacional S.A.

Correspondência/Contato
DUAS FERRAMENTAS EFICAZES PARA DECISÃO DE Alameda Maria Tereza, 2000
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INVESTIMENTO NO MERCADO DE CAPITAIS rc.ipade@unianhanguera.edu.br
pic.ipade@unianhanguera.edu.br
Coordenação
Instituto de Pesquisas Aplicadas e
Desenvolvimento Educacional - IPADE
Publicação: 09 de março de 2009

ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE


Vol. XI, Nº. 12, Ano 2008

Pedrina Costa Lisboa RESUMO


Prof. Ms. João José Ferreira de Aguiar
O estudo sobre os fundamentos da empresa, do setor e da
Curso: Administração de Empresas economia, conhecida como Análise Fundamentalista e,
FACULDADE ANHANGUERA DE JUNDIAÍ juntamente com a Análise Técnica, também chamada Análise
ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A. Gráfica, constituem elementos fundamentais na escolha e
decisão sobre o investimento no mercado acionário. O
presente trabalho tem por objetivo evidenciar a eficácia
dessas duas ferramentas na decisão sobre o investimento em
uma carteira de ações. Para o desenvolvimento do estudo
foram utilizadas a pesquisa bibliográfica e a aplicação prática
em ações preferenciais nominativas da empresa Petrobras. O
estudo evidencia a eficácia na utilização de ferramentas para
a decisão sobre investimentos.

Palavras-Chave: Análise Gráfica, Análise Fundamentalista, Ações.

Trabalho realizado com o incentivo e fomento da


Anhanguera Educacional S.A.
612 Análise fundamentalista e análise técnica: duas ferramentas eficazes para decisão de investimento no mercado de capitais

1. INTRODUÇÃO
Os investimentos em mercados de risco, como os que ocorrem com as compras e vendas
de ações é um assunto que tem sido muito difundido, principalmente por conta dos
recentes programas da Bolsa de Valores de São Paulo.

Sérgio de Iudícibus (1998, p. 20) define a técnica de análise de balanços como "a
arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente...". O
trecho deixa clara a importância dessa tecnologia, tida como arte, para a decisão de
gestores e investidores. O autor afirma que:

"a Análise de Balanços deve ser entendida dentro de suas possibilidades e


limitações. De um lado, mais aponta problemas a serem investigados do
que indica soluções; de outro, desde que convenientemente utilizada,
pode transformar-se num poderoso 'painel de controle' da administração".

Ainda de acordo com o autor, a análise de balanços é uma excelente ferramenta


para auxiliar os gestores na tomada de decisões.

Para investidores, essa análise é primordial, pois revela a saúde financeira da


empresa. Já a Análise Técnica, é mais comumente utilizada por profissionais do mercado
financeiro, para verificar qual o percentual de rentabilidade que a ação de uma empresa
pode proporcionar a um investidor (LAMEIRA, 2005).

Embora seja utilizada, a união dessas duas técnicas de análise não é um assunto
popular que muitos dominam, principalmente por requerer muito estudo e experiência em
cada uma delas (HALFELD, 2004). O presente estudo visa mostrar que uma decisão de
investimento pode ser otimizada com o uso combinado das técnicas em questão.

Segundo Halpern (2003, p. 153), “A análise gráfica é o estudo de como os preços


se movimentam, não se preocupando com os verdadeiros motivos que fazem esses preços
se movimentarem”.

Este artigo está organizado em seções. A primeira seção é essa introdução, a seção
2 apresenta os objetivos da pesquisa. A metodologia utilizada na realização da pesquisa é
apresentada na seção 3. As informações relacionadas ao desenvolvimento da pesquisa
como a revisão de literatura, o problema abordado, são mostradas na seção 4. Os
resultados e as discussões são descritos na seção 5. Por fim, as considerações finais estão
são apresentadas na seção 6.

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2. OBJETIVO
Em termos gerais, o estudo pretende evidenciar que a Análise de Balanços Patrimoniais e
Análise Técnica do Índice Ibovespa são ferramentas eficazes para auxiliar os investidores a
tomar decisões mais acertadas quanto à compra de ações de empresas, pois mostram
melhores probabilidades para a realização de lucro.

Especificamente pretende-se apresentar as principais ferramentas de Análise de


Balanços e Análise Técnica. A partir de empresa selecionada, pretende-se analisar os
resultados encontrados.

3. METODOLOGIA
Para a execução do projeto foram utilizadas, principalmente, a pesquisa bibliográfica das
áreas de Análise de Balanços e Análise Técnica, jornais e revistas da área de interesse e
internet.

A seguir, foi efetuada aplicação prática para as ações da empresa Petrobras PN e


procedido a respectiva análise dos resultados.

4. DESENVOLVIMENTO
As duas ferramentas propostas para esse trabalho são estudadas nesta seção: a análise
fundamentalista e a análise técnica.

4.1. Análise Fundamentalista

A análise fundamentalista é baseada na avaliação do Balanço Patrimonial da empresa que


pode ser do período trimestral, semestral ou anual, para o projeto todos os balanços
analisados foram anuais. Analisando a composição da estrutura de financiamento e do
capital próprio, podem-se simular os possíveis lucros que podem ser obtidos no futuro.
(HALPERN, 2003).

As demonstrações financeiras produzem dados (números, descrições de objetos,


etc.) que sozinhos nada podem informar para quem os observa. A análise de balanços
transforma esses dados das demonstrações financeiras em informações que passam a ter
poder influenciador na tomada de decisões por parte dos administradores, pois mostram
se a mesma vem sendo bem administrada, se pode tomar crédito, se pode pagar suas
dívidas, se é lucrativa ou não, se está a beira da falência ou se tem condições de continuar
operando.

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Para surtir efeito e as informações ganharem credibilidade, é necessário que os


resultados da análise sejam comparados com as informações do seu setor de atividade.
Essa comparação é chamada de análise setorial. A análise de balanços por si só, usa o
conceito de comparação, por exemplo, compara-se o lucro líquido com o patrimônio
líquido, o ativo circulante com o passivo circulante, e dessas comparações surgem os
índices, como índice de liquidez, rentabilidade, imobilizações, etc. (GITMAN, 1997).

Outro fator importante ao ser feita a análise de balanços, é a análise de dados


históricos, que nada mais é que a comparação das informações produzidas pela análise do
balanço atual com as informações produzidas pelas análises dos balanços anteriores.

Os índices produzidos pela análise de balanços têm como características


fundamentais fornecer ampla visão sobre a situação financeira ou econômica da empresa.
É necessário observar a importância relativa de cada índice e compará-los com padrões
existentes.

Há ainda as análises vertical e horizontal que podem demonstrar anormalidades


nas contas das demonstrações financeiras e levar os analistas e realizarem um estudo mais
aprofundado para descobrir sua causa e solucioná-la.

A análise vertical observa o comportamento da demonstração financeira ao longo


do tempo, mostrando para cada subconta do exercício social a sua participação percentual
em relação a uma base de 100%, estabelecendo bases para análises prospectivas. A análise
horizontal compara a evolução individual das contas das demonstrações financeiras em
períodos de tempos consecutivos.

Os principais índices utilizados para a análise e decisão em investimentos em


ações são os apresentados a seguir (HALPERN, 2003):

Índices de Liquidez: trata-se de um grupo de indicadores que servem para medir


a capacidade da empresa em atender seus compromissos de curto prazo através da
realização de seus ativos circulantes.

Índice de Liquidez Corrente: indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante


para cada R$1,00 de Passivo Circulante.

Índice de Liquidez Seca: indica quanto a empresa possui de Ativo Circulante


descontada a conta de estoque para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante.

Período médio de estocagem ou Idade Média do Estoque: indica a rotatividade do


estoque e evidenciam o nível de atividade econômica da empresa.

Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE): representa a lucratividade relativa ao


capital próprio da empresa.

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Lucro por ação: é o valor disponível para ser distribuído aos acionistas, de acordo
com suas cotas de participação no negócio. Quanto maior for o lucro por ação, maior será a
expectativa de preço do ativo no mercado financeiro.

Retorno sobre investimento (ROI): representa a rentabilidade do capital próprio e


do investimento de terceiros na organização.

4.2. Análise Técnica

Também chamada de análise gráfica, está fundamentada nos preços das ações das
empresas negociadas nas bolsas de valores, nem sempre esses preços estão relacionados
aos fundamentos da empresa, mas para a análise técnica, essas informações não são
relevantes, pois de acordo com os gráficos é possível “prever o futuro” analisando os
padrões do passado (LAMEIRA, 2005).

A análise técnica tem sua origem na Teoria Dow, criada por Charles Henry Dow,
sócio e editor do The Wall Street Journal, que ao longo da sua vida não escreveu nenhum
livro, mas diversos artigos onde ele expunha suas visões sobre o comportamento dos
preços e seus movimentos. A Teoria Dow mostra o efeito dos “insiders”, grupo que detém
informações privilegiadas, e o comportamento da massa no mercado. (LAMEIRA, 2005).

De acordo com essa teoria, os preços se movem em tendências de acordo com os


diferentes graus de conhecimento da informação que os investidores possuem. Ele
também nomeia as pessoas que não possuem informações privilegiadas de “out siders”.
Mas, não ter informações privilegiadas não significa ter fracasso na análise técnica. A
combinação da análise de balanços com a análise técnica proporciona ao investidor maior
segurança ao realizar as análises sobre os ativos a investir. (HALPERN, 2003).

Tendências

A principal informação que um investidor precisa ter para realizar a análise


técnica é saber a tendência que a ação está seguindo, ou seja, se ela está em alta, com
valorização constante e contínua com eventuais desvalorizações que é chamada de
correção dos preços ou se ela está em baixa com desvalorização constante e contínua e
eventuais valorizações dos preços, que também é uma correção dos preços.

Há também o que os analistas técnicos chamam de tendência lateral, onde os


preços não estão nem subindo nem caindo, todas as correções ocorrem em determinada
zona de preços que ao longo do tempo não ocasionou em lucro substancial ao investidor.

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Essas tendências podem ser primárias, secundárias ou terciárias. A tendência


primária é a principal que a ação está seguindo há vários meses por diversos anos, mostra
uma visão ampla da ação. A tendência secundária são as correções de preços que ocorrem
ao longo de algumas semanas ou meses dentro da tendência primária. A tendência
terciária são as correções de preços que ocorrem durante alguns dias dentro da tendência
secundária.

Tendo essa informação é possível que grande parte dos investidores


conservadores prefiram trabalhar com ações que estão em tendência primária de alta. Para
o estudo foram escolhidas ações em tendência primária de alta.

Após determinada a tendência, é preciso conhecer uma regra para essa tendência,
a essa regra foi dada o nome de Suporte e Resistência.

Suporte e Resistência

É chamada de Suporte a zona do gráfico que os preços ao caírem não conseguem


ultrapassá-la. A Resistência funciona da mesma forma, com a diferença que os preços ao
subirem não conseguem ultrapassar determinada região. Tais linhas são marcadas nos
gráficos das ações para identificar a tendência futura.

Fonte: adaptado de HALPERN (2003, p. 157).

Figura 1. Linhas de Suporte e Resistências.

Portanto, os preços ficam “presos” na zona entre o suporte e a resistência. A


tendência de alta tem as suas linhas de suporte e resistência inclinadas para cima e para a
direita, a tendência de baixa tem as suas linhas de suporte e resistência inclinada para
baixo e para direita e a tendência lateral tem ambas as linhas paralelas e na posição
horizontal.

Gráfico de Candlestick

Para trabalhar com análise técnica é preciso analisar historicamente um gráfico, os


dados para realizar essa análise podem ser plotados de diversas maneiras, os gráficos mais

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comuns são os de linha, barras e candlestick. Para o estudo foi escolhido o gráfico de
candlestick por ser mais rico em informações.

O gráfico de candlestick foi desenvolvido por Sokyo Homma, um japonês


comerciante de arroz no século XVIII, mas só foi difundido para o resto do mundo no
início da década de 1980 por Steve Nison, um operador de mercado da Bolsa de Nova
York. (LAMEIRA, 2003).

Cada período de pregões que ocorreram nas bolsas de valores é plotado através
de uma Figura chamada corpo real, em um único candle temos várias informações, como
os preços de abertura e fechamento e os preços de máximo e mínimo, esses últimos
mostrados através das sombras do candle. Também é possível saber se o dia foi de alta ou
de baixa pela cor do corpo real do candle. Um candle preto indica que o dia foi de baixa, já o
dia de alta é mostrado por um candle branco.

Fonte: adaptado de HALPERN (2003, p. 155 e 156).

Figura 2. Significado do Gráfico Candlestick.

Com todas essas informações é possível ao investidor tomar decisões com maior
precisão, visto que cada configuração na formação do candle pode indicar algo diferente.
Para o estudo, foi utilizado o gráfico de candlestick plotado no período mensal, portanto
cada candle representa um mês de pregão na Bovespa. (LAMEIRA, 2003).

Volume Financeiro

Esse é um indicador muito importante, pois quando há alta no volume, significa


que a movimentação financeira naquele período foi grande. Esse indicador é simplesmente
a somatória de todas as transações em moeda corrente que foram realizadas naquele
período, normalmente é representada num gráfico de barras à parte do gráfico de preços.
(HAUGEN, 2000).

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Para ocorrer mudança substancial no volume financeiro é necessário que um


investidor com muito capital realize uma transação com aquela ação. É importante
observar que tanto na alta como na baixa pode haver alta no volume, pois ele significa que
houve muito dinheiro envolvido na transação, que tanto pode ser de compra como de
venda.

Média Móvel

Média móvel é um indicador bastante importante e muito simples que pode


servir para rastrear tendências, ou seja, verificar se a ação está em alta, baixa ou de lado,
como suporte e resistência, zona onde os preços não ultrapassarão e para indicar pontos de
compra ou venda. É chamada média móvel, pois a linha que a representa acompanha os
preços no gráfico.

De acordo com Lameira (2005), essa média pode ser aritmética, uma média
simples onde se soma os valores e divide-se pelo número de períodos, ou exponencial, que
é uma média ponderada, onde os dias anteriores mais próximos possuem maior peso no
cálculo. Para o estudo foram escolhidas as médias móveis de 7 e 21 períodos para indicar
pontos de compra e venda.

5. RESULTADOS
Os gráficos apresentados a seguir referem-se a informações sobre as ações da Petrobras
PN. Ao ser traçadas as linhas de suporte e resistência, evidencia-se as tendências de médio
e curto prazo, proporcionando confiabilidade sobre a decisão de compra ou venda do
ativo, de acordo com a posição do investidor no negócio.

O horizonte de tempo aponta evolução na valorização da ação entre agosto de


2007 a maio de 2008, sendo que a seguir iniciou-se tendência de baixa.

Um investidor que tenha adquirido o ativo no preço mais baixo poderia vendê-lo
que ainda teria lucros apesar da tendência de baixa a partir de maio de 2008. O ideal é
vender o ativo logo no início da tendência de baixa. O Gráfico 3, a seguir, mostra as
tendências de médio e curto prazo.

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Fonte: http://br.advfn.com – área de clientes cadastrados

Figura 3. Gráfico das ações da Petrobrás PN com linhas de Suporte e Resistência.

De acordo com Halfeld (2004), a maioria das ações tem ganhos significativos ao
longo do tempo, mesmo com pequenos intervalos que queda. Tal situação pode ser
observada na Figura 4, a seguir, o qual mostra a evolução das ações da Petrobras PN nos
últimos cinco anos. Pelo gráfico, evidencia-se que mesmo que a ação tenha caído no curto
prazo (tendência de baixa), houve ganho significativo no longo prazo.

Nota-se, por meio das linhas de suporte e resistências mostradas na Figura 4, que
o último período aponta para a possibilidade que quebra na linha de resistência, o que
indica possibilidade de voltar ao patamar anterior de tendência de crescimento do ativo.

Desta forma, a análise gráfica contribui de maneira mais clara para que o acionista
tenha noção dos riscos envolvidos, ou seja, o gráfico demonstra possibilidade de perdas.

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620 Análise fundamentalista e análise técnica: duas ferramentas eficazes para decisão de investimento no mercado de capitais

Fonte: http://br.advfn.com – área de clientes cadastrados

Figura 4. Gráfico das ações da Petrobrás: tendência de longo prazo.

A Figura 5, a seguir, evidencia a mesma tendência verificada na Figura 3. No


entanto, o gráfico foi elaborado com as Figuras candles, as quais mostram os períodos de
altas (em branco) e as baixas (em preto).

Fonte: http://br.advfn.com – área de clientes cadastrados

Figura 5: Gráfico de Candles das ações da Petrobrás PN.

A Análise Fundamentalista da empresa representa o passado da empresa,


enquanto que a Análise Gráfica evidencia tendências futuras. Complementando a análise

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das ações da Petrobras PN, a Tabela 1 mostra os principais indicadores divulgados no site
do Investshop – área de clientes cadastrados, seção Raio-X.

Tabela 1. Índices para a Análise Fundamentalista das ações da Petrobras PN.


Indicadores Jun/2008 Mar/2008 Dez/2007 Set/2007
Liquidez Corrente 1.35 1.31 1.12 1.29
Liquidez Seca 0.83 0.85 0.75 0.88
Liquidez Geral 0.72 0.68 0.68 0.76
Liquidez Imediata 0.25 0.27 0.29 0.35
Prazo Médio de Recebim. Clientes (dias) 24 23 23 24
Prazo Médio Pagto. Fornecedores (dias) 38 41 39 38
Prazo Médio de Estoques (dias) 57 56 54 57
Ciclo de Caixa (dias) 43 38 38 43
Margem Líquida - % 16,7 % 16,3 % 11,1 % 14,7 %
Capital de giro (em R$ milhões) $ 15,465 $ 12,960 $ 5,819 $ 12,180
Quantidade total de Ações - 1000a 8.774.077 4.387.038 4.387.038 4.387.038
LPA - R$/ação $ 11,83 $ 39,81 $ 26,12 $ 33,99
Fonte: INVESTSHOP. Disponível em www.investshop.com.br – área de clientes cadastrados, seção Raio-X.

A evolução da liquidez seca (jun/2008 comparado com set/2007) mostra aumento


na dependência da venda dos estoques da empresa, que embora tenha apresentado
melhora nos indicadores em relação a dezembro/2007. Os demais índices de liquidez
mostram piora no período, exceto o de Liquidez Corrente, que passou de 1,29 para 1,35 –
por esse critério, se a empresa conseguir girar o estoque terá capacidade de pagamento de
dívida de curto prazo.

O giro do estoque manteve constante, tendo pouca variação no período, o mesmo


acontecendo com o Ciclo de Caixa, que representa a diferença de dias entre o pagamento
dos compromissos a fornecedores e o recebimento de valores dos clientes.

Em relação ao ROI e ROA, o site pesquisado não apresentou os valores. No


entanto, o estudo sobre a Margem Líquida é suficiente para analisar os fundamentos da
empresa. A Margem Líquida mostrou evolução positiva no período, saltando de 14,7%
para 16,7%, o que significa bom desempenho da empresa.

Finalizando, o Lucro por Ação teve forte redução em dez/2007 e jun/2008


quando comparado com o trimestre imediatamente anterior, respectivamente. A queda do
último trimestre. As oscilações mostradas nos gráficos das Figuras 3 e 5 são reflexos, em
parte, pelas oscilações dos lucros por ação dos trimestres estudados.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Análise Fundamentalista em conjunto com a Análise Técnica, são ferramentas eficazes
para auxílio de decisões de investimentos em ações de empresas, pois evidenciam
possibilidades de ganhos ou perdas com a aquisição de ações.

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A Análise de Balanços pode evidenciar o desempenho financeiro de uma empresa


e indicar o seu potencial de crescimento, contribuindo para a visualização dos
fundamentos da empresa que se pretende investir.

A Análise Gráfica de mostra as tendências – de baixa ou de alta – e a viabilidade


e/ou possível rentabilidade, ou prejuízo, que a ação da empresa analisada pode
proporcionar ao investidor. Tendo essa a visão, o investidor é capaz de tomar a melhor
decisão sobre a aplicação no mercado acionário.

REFERÊNCIAS
IUDICIBUS, Sergio. Análise de Balanços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
FERREIRA, Luiz F. Rogé. O Investidor em Ação: gestão de Investimento para Pessoas Físicas. São
Paulo: Saint Paul Institute of Finance, 2005.
GITMAN Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1997.
HALFELD, Mauro. Investimentos: como administrar melhor seu dinheiro. 2. ed. São Paulo:
Fundamento, 2004.
HALPERN, Mauro. Gestão de Investimentos. 1. ed. São Paulo: Saint Paul Institute of Finance, 2003.
HAUGEN, Robert A. Os Segredos da Bolsa. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
LAMEIRA, Valdir. Negócios em Bolsas de Valores: estratégias para investimentos. São Paulo:
Alaúde, 2005.

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