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Viveiricultura PDF
Viveiricultura PDF
SEMENTES
A qualidade da semente envolve alguns aspectos que devem ser considerados na sua formação.
Assim, uma semente deve se destacar pela sua qualidade genética, física, fisiológica e sanitária.
GERMINAÇÃO
A germinação é o processo pelo qual o embrião da semente se desenvolve originando uma nova planta.
Esta sofre influência de fatores externos e internos, que podem atuar isoladamente ou em conjunto.
Luz: Existe grande variação na resposta das sementes à luminosidade; a germinação das
sementes de algumas espécies é inibida pela luz, enquanto que em outras a germinação é
estimulada; algumas germinam com extensa exposição à luz, outras com breve exposição e
outras se apresentam indiferentes à luminosidade.
Oxigênio: o solo deve estar fofo para permitir o contato da semente com o ar.
Estar madura;
Estar inteira;
Não ser muito velha;
Possuir reservas de substâncias nutritivas.
Presença de substâncias inibidoras e promotoras da germinação.
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QUALIDADE DAS MUDAS
VIGOR:
Refere-se à capacidade de uma semente germinar e produzir mudas
vigorosas sob condições adequadas.
DORMÊNCIA:
A dormência de sementes é um processo caracterizado pelo atraso da
germinação, quando as sementes mesmo em condições favoráveis de umidade,
temperatura, luz e oxigênio não germinam.
Dormência secundária: é quando as sementes maduras, não apresentam dormência, ou seja, germinam
normalmente, mas quando expostas a fatores ambientais desfavoráveis são induzidas ao estado de
dormência.
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COLHEITA DAS SEMENTES
A semente é um fator principal no processo de produção de mudas. Os cuidados tomados na colheita
das sementes são de grande importância para que a futura produção não fique comprometida.
MÉTODOS DE COLHEITA
Podemos utilizar vários métodos para fazer a colheita de sementes, a sua escolha vai depender do
local e de fatores econômicos. Citaremos alguns como:
1. Subida na árvore com aparelhagem (escadas, cordas, andaimes) ou sem nenhuma ferramenta.
2. Podão.
3. Serra (elétrica ou não) para corte da árvore ou de partes dela.
4. Caminhões adaptados.
5. Tiro ou arremesso de objetos, etc.
BENEFICIAMENTO
Após a colheita, as sementes não estão em condições de serem comercializadas, necessitando passar
pelo processo de beneficiamento para retirar as impurezas, as sementes de plantas daninhas, bem como
padronizar as sementes para plantio. Para tanto, são utilizados equipamentos e técnicas que separam as
sementes de suas impurezas.
Etapas do beneficiamento:
1. Pré-limpeza: retirada das impurezas mais grosseiras;
2. Secagem: espalha-se as sementes à sombra, ao sol ou por meio de secadores mecânicos para a retirar o
excesso de umidade;
3. Limpeza: separa-se as impurezas menores das sementes de nosso interesse;
4. Separação: retirada das impurezas mais curtas, tais como grãos quebrados e sementes silvestres que não
foram retiradas anteriormente.
ARMAZENAMENTO
Os métodos de armazenamento mais comuns são:
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3. Embalagens impermeáveis. Exemplo: recipientes laminados de fibra de alumínio, laminados de
alumínio de papel e plástico, vidros e latas. Não há troca de umidade.
VIVEIRO FLORESTAL
É uma superfície de terreno, com características próprias, e destina-se à produção ao manejo e à
proteção das mudas até que tenham idade e tamanho suficiente para que possam ser levadas ao campo,
resistir às condições adversas do meio e ter um bom crescimento.
ÀREAS DO VIVEIRO
EXTENSÃO DO VIVEIRO
A extensão do viveiro será determinada em função de alguns fatores:
Quantidade de mudas para o plantio e replantio;
Densidade de mudas/m2 (em função da espécie);
Dimensões dos canteiros, dos passeios (caminhos) e das ruas;
Dimensões das instalações.
A distribuição dos canteiros, caminhos, construções e principalmente o acesso devem visar à melhor
circulação e utilização das estruturas do viveiro.
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Dimensões dos canteiros
O comprimento é variável, recomenda-se utilizar comprimentos que sejam múltiplos de 6 (seis), ex.:
6 m, 12 m, 18 m, 24 m, isso facilita a implantação do sistema de irrigação.
A largura varia em função da posição em que as mudas estarão distribuídas no canteiro, bem como
da quantidade plantada e do tipo de canteiro e/ou recipiente utilizado. Recomenda-se uma largura que
permita o manuseio das mudas centrais; mais ou menos com um metro (1 m) de largura.
Os passeios possuem comprimento variando de acordo com o tamanho dos canteiros e largura de
aproximadamente 60 a 80 cm e as ruas devem ter dimensões que permitam o trânsito de veículos com
facilidade.
Acesso:
Deve ser um local de fácil acesso, em função do movimento de
pessoal e materiais.
Água:
É importante contar com disponibilidade de água, livre de poluentes, e em
quantidade suficiente para irrigação em qualquer época do ano. É aconselhável que
a fonte de água esteja próxima a área do viveiro. Poderão ser utilizados como fonte:
rios, lagos e poços com potencial para suprir a necessidade de água do viveiro.
Energia Elétrica:
Deve haver disponibilidade para o acionamento de equipamentos do viveiro.
Topografia ou Relevo:
É recomendável procurar terreno o menos acidentado
possível, com declividade de 0,2 a 2%.
Drenagem:
Através da drenagem, promove-se a retirada da
água, em excesso, por meio de valetas que funcionam
como drenos. Sua localização mais usual é ao longo das
estradas que ficam ao redor dos blocos de canteiros.
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2. Vala Revestida: composta de uma vala com
revestimento de cimento, tijolos ou outros
materiais;
Luz:
Deve-se levar em consideração a necessidade
de luz solar, evitando na locação do viveiro numa área
inconveniente. O viveiro deve ser instalado em local
totalmente ensolarado.
Quebra-vento:
São cortinas, formadas por árvores, que têm por
finalidade, proteção das mudas contra a ação prejudicial dos ventos.
Para otimização dos seus efeitos favoráveis, alguns critérios básicos devem ser observados:
Proteção:
O local deve ser cercado, de forma a impedir o acesso de animais.
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Quanto à diversidade de espécies produzidas:
Quanto à duração:
1. Viveiros Temporários ou Provisórios:
São aqueles que ocupando uma pequena área, visam uma produção restrita, e localizam-se
próximos às áreas de plantio possuindo instalações de baixo custo.
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Suspenso: as mudas são colocadas em recipientes
posicionados a uma altura de aproximadamente 90 cm
do solo, em bandejas ou em telas, normalmente sobre
cavaletes de metal (figura a esquerda), estruturas feitas
de madeira, concreto, ou outros materiais. Geralmente
os canteiros possuem comprimentos menores e passeios
mais largos que os dos viveiros em raiz nua.
SEMEADURA
Após o preparo da sementeira com o substrato, inicia-se a semeadura. Neste processo, é fundamental
que se distribua as sementes na sementeira de forma uniforme, a fim de oferecer o mesmo espaço para cada
planta, evitando-se assim grande número de mudas por unidade de área, o que propicia o aparecimento de
fungos, além de aumentar os efeitos da competição.
Densidade de semeadura
A densidade ótima de semeadura varia de espécie para espécie, de região para região, ou até mesmo
com as estações do ano. De acordo com a tabela abaixo, pode-se verificar a indicação para algumas espécies,
devendo-se evitar a densidade superior a 1000 plântulas/m2.
Após a semeadura, as sementes são cobertas com uma fina camada de substrato, seguida de uma
cobertura morta, a fim de proteger as sementes pré-germinadas dos raios solares, ventos, pingos d’água,
além de manter a umidade.
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SUBSTRATO
É o meio em que a raiz se desenvolve formando um suporte estrutural, fornecendo água, oxigênio e
nutrientes para o desenvolvimento da parte aérea das mudas. O substrato é composto por três partes; sólida,
liquida e gasosa. A parte sólida é constituída de partículas minerais (rochas fragmentadas) e orgânicas
(produto da decomposição animal e vegetal); a líquida é formada pela água , na qual encontram-se os
nutrientes, sendo chamada de solução do solo e; gasosa constituída pelo ar, a atmosfera do substrato. Estes
dois últimos são inteiramente dependentes dos espaços livres no solo (poros), podendo ser classificados
ainda como macroporos e microporos.
IRRIGAÇÃO
Na produção de mudas em recipientes, a irrigação deve ser constante e em
períodos curtos. Isto porque, a irrigação excessiva poderá provocar o aparecimento
das mudas tenras e ocorrer lixiviação dos nutrientes do substrato, tornando-as
pouco resistentes ao aparecimento de fungos e doenças.
REPICAGEM
Transplantação, não definitiva, das mudas das sementeiras para embalagem
diversas ou mesmo para outros canteiros, onde permanecerão até chegar a época ideal para serem plantadas
no campo.
Deve ser feita por meio de uma espátula ou ferramenta
semelhante. A permanência das mudas na sementeira, desde a
germinação até sua repicagem varia de espécie para espécie, de
acordo com as seguintes características:
Eucalyptus spp: 3 a 4 cm de altura ou 2 a 3 pares
de folhas, e no máximo 35 dias após a
semeadura.
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Pinus spp: deve ser realizada após a queda do tegumento das sementes e o aparecimento das
primeiras acículas.
Demais espécies: 2 a 3 pares de folhas, uma vez que a altura é muito variável entre as espécies.
RALEIO
É uma prática comum em viveiros florestais colocar mais de uma
semente por recipiente, principalmente em se tratando de sementes pequenas,
visando assegurar a presença de pelo menos uma muda em cada embalagem.
Portanto, grande parte dos recipientes apresentará mais de uma muda, sendo
necessário a realização de raleios, deixando apenas a muda mais vigorosa, de
melhor forma e mais centralizada no recipiente. Geralmente, tal
operação é conduzida quando as mudas apresentam dois a três pares de folhas
definitivas, adotando-se o critério para a eliminação das mudas excedentes,
o índice de crescimento em altura (mudas mais altas) e a conformação do
caulículo (caule primitivo reto). Na operação de raleio, deve-se seguir
algumas normas para sua maior eficiência, e assegurar mudas de boa
qualidade:
Antes da operação deve-se irrigar bem os canteiros;
Escolher a muda mais vigorosa e central do recipiente;
Eliminar as mudas excedentes:
Deve-se eliminar o excesso de cobertura morta, insetos e quaisquer outros tipos de pragas;
Retirar os recipientes sem mudas, encanteirando-os separadamente, e fazer nova semeadura.
Deve-se fazer já no ato da repicagem, a retirada manual de plantas invasoras, que eventualmente
crescem nos recipientes junto com as mudas. Esta limpeza deve ser realizada quantas vezes forem
necessárias, principalmente na fase inicial de desenvolvimento da muda, pois nessa fase as mudas são mais
sensíveis a competição. Antes dessa operação deve ser realizada uma irrigação, o que facilita a remoção das
plantas indesejáveis, ocasionando menor dano ao sistema radicular da muda.
DANÇAS OU MOVIMENTAÇÃO
A movimentação, ou dança das embalagens é feita sempre que
necessário, com a finalidade de efetuar a poda das raízes que,
porventura, tiverem extravasado as embalagens ao penetrar no solo. Mudas
produzidas em tubetes dispensam esta movimentação.
PODAS
A poda é a eliminação de uma parte das mudas, podendo ser
tanto a parte aérea quanto do sistema radicular, a fim de obter os seguintes benefícios:
RUSTIFICAÇÃO
Para obter um alto índice de sobrevivência das mudas após o plantio em campo, as mudas devem
apresentar duas características importantes: Sanidade e Alto grau de resistência.
SELEÇÃO
Sua função é obter a uniformidade de tamanhos nos canteiros, separando-se as mudas por nível de
desenvolvimento. Para Eucalyptus geralmente são feitas duas seleções durante a produção:
1º Seleção: realizada quando as mudas maiores atingem altura média
de 10 cm, separando as mudas em três categorias: pequenas,
médias e grandes, encanteirando-as pelo tamanho de seleção;
2º Seleção: realizada quando as mudas maiores atingem altura média
de 20 cm, separando-as novamente em pequenas, médias e
grandes.
Sementeiras de alvenaria.
Casa de sombra.
Sistema de drenagem
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Canteiros de mudas de espécies nativas em sequinhos plásticos.
BIBLIOGRAFIA :
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SCHORN, L. A., FORMENTO S., Silvicultura II - Produção de Mudas Florestais, URB, Blumenau,
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MACEDO, A. C. Produção de Mudas em Viveiros Florestais - Espécies Nativas. SEMA-SP, São Paulo,
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CIRCULAR TÉCNICA No 168, Viveiro de mudas florestais – Análise de um sistema operacional atual
e perspectivas futuras, IPEF, Piracicaba, 1989.
FLORIANO, E. P., Germinação e dormência de sementes florestais, ANORGS, Santa Rosa, 2004.
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