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Trilha Pessoas
Gestão de Conitos
Slides
20/04/2017
EIXO
PESSOAS
GESTÃO DE CONFLITOS
2017
1
CONTRATO DIDÁTICO
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20/04/2017
Gestão de Conflitos
HABILIDADES:
- Identificar tensões e conflitos nas equipes de trabalho e entre
equipes de diferentes órgãos.
-Mediar conflitos nas equipes de trabalho e entre equipes de
diferentes órgãos.
- Adotar princípios, métodos e técnicas em matéria de negociação no
ambiente da gestão pública.
- Caracterizar uma situação de negociação.
- Preparar um ambiente propício à negociação.
- Conduzir uma situação de negociação adotando estratégias,
técnicas e táticas compatíveis com o ambiente da gestão pública.
- Mediar uma situação de negociação adotando estratégias, técnicas
e táticas orientadas por questões éticas e legais.
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20/04/2017
PROGRAMA
CONFLITO
NEGOCIAÇÃO
O PLANEJAMENTO DA NEGOCIAÇÃO
MÓDULO 1: CONFLITO
Conceitos
Formas de conflito.
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20/04/2017
MÓDULO 1: CONFLITO
INTRODUÇÃO:
A oposição dos contrários é condição da transformação
das coisas e, ao mesmo tempo, princípio e lei.
MÓDULO 1: CONFLITO
Porque lidar com o Conflito?
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20/04/2017
MÓDULO 1: CONFLITO
Conceito:
Do latim conflictu, embate dos que lutam;
discussão acompanhada de injúrias e ameaças,
desavença; guerra, luta, combate; colisão,
choque; o elemento básico determinante da ação
dramática, a qual se desenvolve em função da
oposição e luta entre diferentes forças.
Ferreira, 1986, p.363
MÓDULO 1: CONFLITO
Conceito:
“Nós não devemos ter medo do conflito,
porém devemos reconhecer que existe um
modo construtivo de proceder em tais
momentos. Na diferença em se tratar o
conflito pode estar o sinal do saudável,
uma profecia de progresso”.
Follet apud Hampton, 1991, p. 290
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20/04/2017
MÓDULO 1: CONFLITO
Conceito:
Não existe uma definição simples, mas no geral o
conflito é compreendido como um desacordo, uma
violação de expectativas.
MÓDULO 1: CONFLITO
Possíveis causas do conflito:
Apego e condicionamento
Limites, padrões...
Preconceito
Valores
Crenças
Hábitos
Paradigmas
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MÓDULO 1: CONFLITO
Tipologia dos Conflitos:
CONFLITOS NEGATIVOS:
Quando geram desavenças profundas, rompimento de
relacionamentos, enfoque nas posições e desprezo pelas
necessidades da negociação.
CONFLITOS POSITIVOS:
Ajudam a abrir a discussão sobre uma questão,
contribuindo para o aumento do interesse e
envolvimento na questão, bem como ajudam as pessoas
a descobrir habilidades ainda não manifestadas.
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MÓDULO 1: CONFLITO
Tipologia dos Conflitos:
Conflito Unilateral
Unilateral: situação na qual somente um dos
lados tem alguma queixa.
Conflito Bilateral
Bilateral:: situação na qual cada pessoa quer
alguma coisa da outra.
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MÓDULO 1: CONFLITO
Tipologia dos Conflitos:
Conflitos pessoais:
situação na qual indivíduos específicos
têm sentimentos igualmente
específicos em relação a esses
indivíduos.
Conflitos estruturais:
situação na qual o problema é gerado
muito mais por uma situação do que
pelas pessoas particularmente
envolvidas.
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MÓDULO 1: CONFLITO
Manifestação dos Conflitos:
Conflito latente
latente:: não é declarado e não há, mesmo por
parte dos elementos envolvidos, uma clara consciência de
sua existência. Eventualmente não precisam ser trabalhados.
Conflito percebido
percebido:: os elementos envolvidos percebem,
racionalmente, a existência do conflito, embora não haja
ainda manifestações abertas do mesmo.
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MÓDULO 1: CONFLITO
Manifestação dos Conflitos
Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as
partes, e em que há emoção e forma consciente;
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MÓDULO 1: CONFLITO
As formas de conflitos:
Intrapessoal
Intrapessoal:: dentro do indivíduo, geralmente em
situações de frustração, estresse, pressão.
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MÓDULO 1: CONFLITO
As formas de conflitos:
Interpessoal: entre
indivíduos, costuma
ser definido como
incompatibilidade
de “gênios”.
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MÓDULO 1: CONFLITO
As formas de conflitos
Intergrupal
Intergrupal:: entre grupos, setores e equipes;
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MÓDULO 1: CONFLITO
As formas de conflitos
Interorganizacional
Interorganizacional:: entre
organizações.
A sua análise parte do
pressuposto de que toda e
qualquer organização
funciona com a base nas
transações com outras
organizações.
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MÓDULO 1: CONFLITO
A Relação entre Objetivos e Conflitos
Interorganizacionais
É intrinsecamente associada, ou seja,
quanto maior a divergência de
objetivos, maiores serão os tipos de
conflitos interorganizacionais.
É representada pela competição ou
mercado.
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MÓDULO 1: CONFLITO
Como administrar os conflitos :
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MÓDULO 1: CONFLITO
QUE GERENCIAMENTO PODERIA REGULAR AS
TENSÕES E PREVENIR OS CONFLITOS ?
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MÓDULO 1: CONFLITO
QUE GERENCIAMENTO PODERIA REGULAR AS
TENSÕES E PREVENIR OS CONFLITOS ?
MÓDULO 1: CONFLITO
Duas irmãs e uma laranja
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MÓDULO 1: CONFLITO
Duas irmãs e uma laranja
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MÓDULO 1: CONFLITO
Duas irmãs e uma laranja
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MÓDULO 1: CONFLITO
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2º MÓDULO
NEGOCIAÇÃO
Conceito.
Estilos de negociação.
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NEGOCIAÇÃO
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Alternativas Interesses
São as possibilidades de se Este é o termo utilizado para
retirar o que cada parte dispõe descrever o que realmente
se não há um acordo. buscam as partes (“a casca e a
polpa”)
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Legitimidade
Um acordo será sempre melhor e duradouro na medida em
que cada parte o considere justo.
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Comunicação
A negociação eficaz requer uma efetiva
comunicação bilateral, somente desta forma
estaremos em condições de obter um resultado melhor,
sem perda de tempo ou esforço .
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Relacionamento
Numa negociação será produzido
um melhor resultado sempre que
as partes melhorarem sua
capacidade de trabalho conjunto.
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ESTILOS DE
NEGOCIAÇÃO
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ESTILOS DE NEGOCIAÇÃO
Apoiador Catalisador
Dominador Analítico
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CONTROLADOR
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CONTROLADOR
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ANALÍTICO
Pacato , calmo
calmo..
Bom ouvinte
ouvinte..
Sério e fechado
fechado..
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ANALÍTICO
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CATALISADOR
Tem muitas idéias, é criativo
criativo..
Impulsivo e espontâneo
espontâneo..
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CATALISADOR
É claro quando se comunica com os outros
outros..
que começa
começa..
Pouco organizado
organizado..
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APOIADOR
se prejudique
prejudique..
É bom ouvinte
ouvinte..
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APOIADOR
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CATALISADOR APOIADOR
• Criativo. • Social
• Entusiasmado. • Se relaciona bem com todo mundo.
• Alegre. • Compreensivo e amável.
• Faz várias coisas ao mesmo tempo. • Sabe trabalhar em grupos.
D • Nem sempre cumpre o que promete. • Tem receio de magoar o outro.
O • Sabe conviver com os outros. • Não sabe fixar metas. A
M • Transparente e claro. • Bom ouvinte. P
• Gosta de mudanças
I O
N CONTROLADOR ANALÍTICO I
Busca resultado o tempo todo.
A • Decidido, eficiente e rápido.
• Sério e organizado. A
• Tem muita paciência.
R • Assume riscos. R
• Gosta de fazer regras.
• Toma decisões rapidamente.
• Gosta de muitos dados.
• Não sabe trabalhar em grupo.
• Demora para decidir.
• Tem dificuldade para se relacionar
• Cuidadoso e controlado.
com as pessoas.
• Gosta de segurança.
• Não sabe ouvir.
• Bom ouvinte.
FORMAL
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Negociando ...
Com estilos diferentes
Você deve negociar seu projeto ou a sua idéia
respeitando as características de cada um dos estilos,
para que você tenha uma maior abertura do
parceiro..
parceiro
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Negociando com um
ANALÍTICO
EXPLORE ESSAS DICAS
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Negociando com um
CATALISADOR
EXPLORE ESSAS DICAS
Maior rapidez .
Maior facilidade
facilidade..
Exclusividade..
Exclusividade
Inovação..
Inovação
coisa..
Gosta de ser único em alguma coisa
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Negociando com um
APOIADOR
EXPLORE ESSAS DICAS
Eliminar os conflitos
Aumentar o relacionamento
relacionamento..
Satisfazer os outros
outros..
Buscar o bem
bem-- estar social
social..
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Três maneiras de
Negociar
AFÁVEL
Evita conflitos
conflitos..
ÁSPERO
Quer vencer
vencer..
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Maneiras de Negociar
AFÁVEL ÁSPERO BASEADO EM PRINCÍPIOS
Maneiras de Negociar
AFÁVEL ÁSPERO BASEADO EM PRINCÍPIOS
Faz ofertas,
ofertas revela Faz ameaças, ilude
i Evita ter um piso mínimo.
seu piso mínimo. quanto ao seu piso Inventa opções de benefícios
Aceita perdas mínimo. mútuos.
unilaterais para Exige vantagens Desenvolve opções múltiplas
chegar a um acordo. unilaterais como preço dentre as quais escolher; decide
Busca apenas uma do acordo. depois.
resposta: a que eles Busca apenas uma Insiste em critérios objetivos.
aceitarão. resposta: a que você Tenta chegar a um resultado
Insiste no acordo. aceitará. baseado em padrões
Tenta evitar as Insiste em sua posição. independentes da vontade.
disputas de Tenta vencer as Raciocina e permanece aberto à
vontades. disputas de vontades. razão; cede aos princípios e não
Cede à pressão. Exerce pressão. a pressões.
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Os Possíveis Resultados
De Uma Negociação
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ESTILOS DE NEGOCIAÇÃO
GANHAR/PERDER
PERDER/PERDER
GANHAR/GANHAR
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(GANHAR/GANHAR)
Vontade de resolver
resolver. Ambas as partes têm que estar
dispostas a resolver o conflito. Planos particulares não
revelados, falta de confiança ou desonestidade não
resultarão na relação Ganhar/Ganhar
Ganhar/Ganhar.
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(GANHAR/GANHAR)
Vontade de estabelecer empatia..
empatia Sempre há
sentimentos envolvidos em um conflito. As duas
partes precisam querer aceitar e entender os
sentimentos e pontos de vista do outro, mesmo que
não concordem. Concordar não é a questão
questão. O
importante é aceitar, entender e considerar os
sentimentos da outra pessoa.
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UTILIZAÇÃO APROPRIADA DO
ENFOQUE COLABORAÇÃO
OLABORAÇÃO
Para preservar objetivos importantes que não podem
ficar comprometidos, ao mesmo tempo em que se
mantém o relacionamento
relacionamento..
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UTILIZAÇÃO APROPRIADA DO
ENFOQUE COLABORAÇÃO
OLABORAÇÃO
Para mostrar criatividade, desejando explorar em
conjunto alternativas nas quais nenhuma das partes
havia pensado
pensado..
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3º MÓDULO:
AS VARIÁVEIS BÁSICAS DA NEGOCIAÇÃO
A informação é a matéria
matéria--prima básica da negociação
negociação..
Toda negociação ocorre no tempo e é um jogo de
influências, de poder. WANDERLEY, 1998, p. 160
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Quando B aceita um conjunto de normas sociais que dizem que ele deve aceitar a
Poder Legitimado
influência de ª ª tem poder ligitimado sobre B.
Poder de Referência Quando B deseja ser igual a A ou se modela segundo A, A tem poder referencial sobre B.
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SABER OUVIR
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ASSERTIVIDADE
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PODER
PODER:: pessoais (natos e presentes em qualquer
situação) e circunstanciais (enfocam o momento, o tipo
de negociação)
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4º MÓDULO
O PLANEJAMENTO DA NEGOCIAÇÃO
O processo de Negociação
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PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
PREPARAÇÃO
NEGOCIAÇÃO
ENCERRAMENTO
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O Processo de Negociação
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O Processo de Negociação
Negociaçã
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ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO
Poder forte
4 1
Abertura Pressão
sem regras
Confiança 5 7 2 Confiança
alta Ganho-Ganho Hesitação Defensiva baixa
6 3
Demanda Barganha
ESTRATÉGIAS
Poder fraco
ESTRATÉGIAS
COOPERATIVAS COMPETITIVAS M. Cathelineau,1982
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Definição de zonas
+ Interesses de y
(Cathelineau, 1991)
99
Divididos
4 Triângulo de
ouro
3 Hesitantes
Comprometidos
2 Revoltados
Oponentes
1 Queixosos
Passivos
Antagonismo
100
50
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102
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5º MÓDULO
•Credibilidade.
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ÉTICA E MORAL
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ÉTICA E MORAL
ÉTICA MORAL
Valores + Princípios
PRÁTICA/
PARA DEFINIR COMPORTAMENTO
QUERO
DEVO APLICAÇÃO DA ÉTICA
POSSO
Mário Sérgio Cortella, Filósofo
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106
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20/04/2017
CREDIBILIDADE
Como anda sua credibilidade?
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20/04/2017
Obrigada!!!
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Gestão de Conitos
Textos
GESTÃO CRIATIVA NA SOLUÇÃO DE CONFLITOS
MANUAL DO PARTICIPANTE
Textos de Apoio
Vitória-ES
Sumário
Resumo
Para um entendimento mais preciso sobre a dinâmica dos conflitos, devemos ter uma visão mais
abrangente de suas inúmeras possibilidades, pois, para algumas pessoas o termo conflito pode
ocasionar um medo intenso, no entanto, se faz necessário reconhecer que existe um modo
destrutivo e um modo construtivo de proceder. Na diferença em se tratar o conflito pode estar o sinal
do saudável, podendo se fazer representar por duas possibilidades para uma ação mais efetiva, uma
negativista, que percebe o conflito como algo prejudicial, devendo ser evitado a todo custo, e a
segunda alternativa é trabalhá-lo, procurando os benefícios que as diferenças de opiniões e os
posicionamentos contrários podem gerar a nível de aprendizagem pessoal e profissional.
Introdução
Para entender um pouco mais a visão positiva de conflito iremos conceituá-lo aqui
como um processo onde uma das partes envolvidas percebe que a outra parte
frustrou ou irá frustrar os seus interesses. Isto quer dizer que no dia-a-dia vivemos o
conflito de diferentes maneiras: quantas vezes as pessoas não atravessam nosso
caminho, dificultando ou mesmo impedindo o atingimento de nossos objetivos?
Assim, o conflito não deve ser visto apenas como impulsionador de agressões,
disputas ou ataques físicos, mas como um processo que começa na nossa
percepção e termina com a adoção de uma ação adequada e positiva.
3. Níveis de conflito
Nível 5 - Loss of face (.ficar com a cara no chão.): trata-se da postura de “continuo
neste conflito custe o que custar e lutarei até o fim” o que acaba por gerar
dificuldades para que uma das partes envolvidas se retire;
6
Nível 9 - Ataques generalizados: neste nível chega-se às vias de fato e não há outra
alternativa a não ser a retirada de um dos dois lados envolvidos ou a derrota de um
deles.
4. Tipos de conflito
Para lidar com conflitos, é importante conhecê-los, saber qual é sua amplitude
e como estamos preparados para trabalhar com eles
Conflito latente: não é declarado e não há, mesmo por parte dos elementos
envolvidos, uma clara consciência de sua existência. Eventualmente não precisam
ser trabalhados;
7
5. Áreas de conflito
Podem ser entendidos como fontes de conflito: direitos não atendidos ou não
conquistados; mudanças externas acompanhadas por tensões, ansiedades e medo;
luta pelo poder; necessidade de status; desejo de êxito econômico; exploração de
terceiros (manipulação); necessidades individuais não atendidas; expectativas não
atendidas; carências de informação, tempo e tecnologia; escassez de recursos;
marcadas diferenças culturais e individuais; divergência de metas; tentativa de
autonomia; emoções não expressas/inadequadas; obrigatoriedade de consenso;
meio-ambiente adverso e preconceitos.
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Tais conflitos se dão entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por vários
motivos: diferenças de idade, sexo, valores, crenças, por falta de recursos materiais,
financeiros, por diferenças de papéis, podendo ser divididos em dois tipos:
Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, agir, falar e tomar
decisões. As rixas pessoais fazem com que as pessoas não se entendam e,
portanto, não se falem. Em geral esses conflitos surgem a partir de pequenas coisas
ou situações nunca abordadas entre os interessados. O resultado é um confronto
tácito que reduz em muito a eficiência das relações.
7. Conseqüências do conflito
Lidar com o conflito implica trabalhar com grupos e tentar romper alguns dos
estereótipos vigentes na organização
Sejam eles positivos ou negativos, os conflitos podem ser considerados úteis pelo
papel que desempenham na vida das pessoas. O chamado comportamento político
na organização., também inevitável, tem uma forte vinculação com o conflito pois
sua relação é direta, ou seja, quanto mais conflito mais comportamento político.
Assim, quando há dúvidas sobre a sobrevivência da organização, sobre sua
resposta às necessidades organizacionais, sobre aspectos sucessórios, mais
voltados para a formação de alianças e para negociações será a atuação de seus
membros.
Lidar com o conflito implica trabalhar com grupos e tentar romper alguns dos
estereótipos vigentes na organização, sabendo que essas mesmas estratégias
deverão ser repetidas periodicamente.
Criar tarefas a serem executadas em conjunto por grupos diferentes é uma forma de
garantir que seu cumprimento seja reconhecido pela potencialização do trabalho
dos grupos. Quaisquer estratégias de confronto podem ser utilizadas caso o conflito
já seja franco, desde que exista entre as partes alguém que desempenhe um papel
moderador.
Para uma eficaz resolução dos conflitos é preciso compatibilizar alguns passos a
serem seguidos, conhecer e aplicar alguns .saberes. e, também, definir o estilo a
ser adotado.
Os seguintes passos são considerados de suma importância:
a) criar uma atmosfera afetiva;
b) esclarecer as percepções;
c) focalizar em necessidades individuais e compartilhadas;
d) construir um poder positivo e compartilhado;
e) olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o passado;
f) gerar opções de ganhos mútuos;
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Para que a negociação possa ocorrer, é necessário que ambas as partes tenham as
seguintes capacidades:
Saber comunicar:
Sem diálogo não há comunicação nem solução possível para os problemas;. a
maioria dos erros, omissões, irritações, atrasos e conflitos é causada por uma
comunicação inadequada.
Saber ouvir:
Ouvir ativamente, pois metas e intenções não compreendidas levam sempre a uma
resolução sem sucesso; demonstrar interesse genuíno pela pessoa que fala e pelo
assunto; evitar criticar ou tentar dirigir a conversa; adotar uma posição afirmativa,
mostrando respeito pela outra pessoa.
Saber perguntar:
Saber perguntar é uma outra faceta do ouvir ativamente, pois quem pergunta
conduz a conversa. Quanto ao estilo a ser adotado, é recomendável adotar um
estilo que leve à solução do conflito da forma mais pacífica possível. O que vai
definir seu atual estilo de administrar conflitos está diretamente ligado a duas
importantes características de comportamento: assertividade e cooperação.
Competição:
Busca satisfação dos interesses, independentemente do impacto que isto possa
causar na outra parte envolvida; tenta convencer a outra parte de que sua
conclusão está correta e a dela está equivocada; leva a outra parte a aceitar a culpa
por um problema qualquer.
Colaboração:
Contempla os interesses das partes envolvidas no conflito; busca um resultado
benéfico para todas as partes envolvidas.
Evitação:
Trata-se de estilo considerado não-assertivo e não-cooperativo; evita todo e
qualquer envolvimento com o conflito, chegando a negar sua existência e o contato
com as pessoas que podem causá-lo.
Acomodação:
11
Compromisso:
Este estilo encontra-se no padrão médio de assertividade e cooperação, em que
uma das partes envolvidas no conflito desiste de alguns pontos ou itens, levando a
distribuir os resultados entre ambas as partes.
Considerações finais
O manejo de situações de conflito é essencial para as pessoas e as organizações
como fonte geradora de mudanças, pois das tensões conflitivas, dos diferentes
interesses das partes envolvidas é que nascem oportunidades de crescimento
mútuo. Inúmeros fatores podem influenciar o surgimento do conflito, não ficando
restrito às questões relacionadas ao trabalho ou à estrutura organizacional. Os mais
comuns são as diferenças individuais, os diversos níveis de competência
interpessoal, as diferentes visões de mundo, entre outros. Não devemos esquecer
que somos seres com capacidade e habilidade para ouvir e entender melhor nossos
semelhantes.Com esta postura, silenciamos nossa voz interna e deixamos crescer a
voz do outro, permitindo que soe clara dentro de nós. O desejo mais profundo do
coração humano é o de ser compreendido, e perceber isto é possibilitar um
processo eficaz de comunicação.
Bibliografia recomendada
CHALVIN, Dominique; EYSSETTE, François. Como resolver pequenos conflitos no trabalho. São Paulo: Nobel,
1989.
DIMITRIUS, Jô-Ellan; MAZARELLA, Mark. Decifrar pessoas: como entender e prever o comportamento humano.
São Paulo: Alegro, 2000.
2 MODULO 2: NEGOCIAÇÃO
Conceito de negociação
O conceito que, de nosso ponto de vista, caracteriza a negociação como uma arte a
ser treinada e desenvolvida é: um processo que envolve uma ou mais partes com
interesses comuns e/ou antagônicos, que se sentam para confrontar e discutir
propostas explícitas com o objetivo de alcançar um acordo.
13
Planejamento
Abertura
Nesta etapa, as partes interessadas estão frente a frente. Por isso, é extremamente
importante criarmos um clima favorável ao entendimento desde o início e
também:Sou é uma
Desenvolvimento
Acordo
• formalizar o compromisso;
• pathos ou empatia - forte emoção que comove a alma, o que inclui paciência,
flexibilidade, energia pessoal e ego suficientemente qualificado para uma disposição
16
de ficar em segundo plano e saber lidar com as diferenças. Esta característica foi
explorada por Daniel Golleman em sua obra Inteligência Emocional; e • logos ou
inteligência racional – característica resultante do processo de educação formal, da
preparação do negociador e da sua capacidade de
“Mande para mim que eu negocio qualquer coisa a qualquer momento” soam
infantis, pois levam a uma negociação sem a preparação e concentração
necessárias para se alcançar um acordo vantajoso para ambas as partes”.s como:
Extraído do artigo: Negociação uma forma de resolver conflitos_ União dos Escoteiros do Brasil
Os Sete Elementos
Alternativas
Também é o que uma parte ou outra do conflito podem fazer por conta própria sem
a necessidade de que a outra parte esteja de acordo. Como regra geral se define
que nenhuma das partes deverá aceitar algo que seja pior para ela que seu “MAAN”
(Melhor Alternativa em um Acordo Negociado). Se por fora do acordo existe uma
solução do conflito que no final seja mais benéfica do que o próprio acordo pode
oferecer, então a negociação perde o sentido.
Interesses
Este é o termo utilizado para descrever o que realmente buscam as partes (“a casca
e a polpa”); aqui se encontram as necessidades, inquietações, desejos, esperanças
e temores. O acordo sempre será melhor na medida em que satisfaça os interesses
das duas partes, pelo menos em níveis que possam ser escritos assim: “o nosso”,
bem; “o deles”, de maneira aceitável; e o “dos outros”, de maneira tolerável.
19
Opções
Este termo identifica toda a gama de possibilidades que as partes têm para chegar
a um acordo. Refere-se às opções que estão sobre a mesa de negociação, ou as
que poderiam ser apresentadas. No caso das duas irmãs que brigavam pela laranja,
as opções poderiam ser: que uma ficasse com a laranja inteira, que cortem a laranja
pela metade, que uma fique com a casca para usar no forno e que a outra fique com
a polpa, etc.. No geral um acordo será mais benéfico se incorpora a melhor das
opções. Temos o melhor acordo quando não é possível melhorar sem prejudicar
uma das partes.
Legitimidade
Compromissos
Comunicação
A negociação eficaz requer uma efetiva comunicação bilateral, somente desta forma
estaremos em condições de obter um resultado melhor, sem perda de tempo ou
esforço. A comunicação é a arte e a ciência de escutar e falar efetivamente. Se isto
é alcançado, os mal entendidos são evitados e as negociações se tornam mais
fáceis, rápidas e simples.
Relacionamento
Premissas da negociação
Dificultamos o diálogo.
Limitamos as opções.
A postura difícil
Portanto, podemos dizer que o clássico “negociador difícil” é a pessoa que vem com
a clara posição de passar com a “planadora” sem conceder um mínimo. Algumas
das características que permitem reconhecê-lo:
O processo negociador
Com base nos sete elementos que foram descritos anteriormente – e lembrando
que não se trata de dar receitas nem soluções mágicas, somente indicadores que
auxiliem a compreender e aplicar a proposta metodológica – esta pode ser descrita
23
da seguinte forma:
Alternativas
Interesses
Não atacar as posições da outra parte, buscar quais são seus verdadeiros
interesses;
Se a outra parte recusa discutir sobre seus interesses, explicar as razões da
indagação;
Imaginar por que a outra parte não quer compartilhar seus interesses
(medos) e tratar de se dirigir aos mesmos;
Se antecipar aos interesses alheios, indagando sem usar frases como
“Quando tentei me por no seu lugar pensei que seria importante para você,
diga por favor o que faltaria considerar”.
Opções
Registrar em uma lista a própria posição como uma das muitas opções a ser
consideradas;
Não adotar uma atitude de defesa das idéias pessoais, perguntar pelas
alheias;
Utilizar a técnica do brainstorm (“chuva de idéias”);
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Legitimidade
Relacionamentos
Comunicação
Evitar tomar atribuições, falar por si mesmo, nunca pela outra parte;
Usar o poder legítimo do silêncio, fazendo perguntas e aguardando, se for
necessário, pode-se perguntar de novo.
Compromissos
L A Costacurta Junqueira
ESTILO CATALISADOR
ESTILO APOIADOR
O apoiador é aquele que considera que os seres humanos são mais importantes
que qualquer trabalho; aprecia atuar sempre em equipe, procura agradar os outros,
fazer amigos. Eventualmente pode ser visto como incapaz de cumprir prazos,
desenvolver projetos, enfim mais como um missionário do que um executivo. Suas
decisões são mais lentas e ele sempre busca não melindrar a outra parte.
ESTILOS
CATALISADOR APOIADOR
CONTROLADOR ANALÍTICO
ESTILO CONTROLADOR
O controlador é aquele que toma decisões rápidas, está sempre preocupado com o
uso do seu tempo, com redução de custos; nas discussões não faz rodeios, vai
direto ao assunto, é organizado, conciso, objetivo, sua meta básica é conseguir
resultados. Eventualmente pode ser visto como insensível às pessoas, durão,
carrasco, etc.
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ESTILO ANALÍTICO
Qual o melhor estilo? Todos eles são bons. O importante é que conheçamos o
nosso estilo e busquemos conhecer o estilo da pessoa com quem estamos
negociando ou nos comunicando . Um das chaves do êxito no processo de
negociação/comunicação é saber apresentar as nossas idéias de uma forma que
causa mais impacto ao outro negociador.Nos processos de comunicação ao grupo
maior de pessoas é importante que nossos argumentos, colocações respeitem as
pessoas com características de cada estilo, presentes na platéia.Negociar (e
comunicar) é também o processo de atendimento de necessidades mútuas, cabe-
nos então, falar um pouco sobre qual o tipo de necessidade que caracteriza cada
estilo: para o estilo catalisador as necessidades são de reconhecimento; apelar para
aspectos de novidade, singularidade, inovação, disponibilidade, ajudará no
processo de negociação/comunicação. O apoiador procura a aceitação, alguém que
o aceite sem julgar; neste caso a menção à harmonia, ausência de conflitos,
garantia de satisfação ajudará no processo de negociação/comunicação.
Um exemplo: suponhamos que você queira vender (ou comunicar) ao seu superior
a idéia de fabricar um novo produto (um abridor de latas, por exemplo). Agora
vejamos quais os argumentos que você poderia usar, dependendo do estilo do
superior:
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ESTILO APOIADOR – "A produção do abridor servirá para motivar e integrar mais
nossa equipe de produção".
ESTILO ANALÍTICO – "O abridor que produzimos funcionará dos dois lados, abrirá
garrafas e latas, será inteiramente de aço inoxidável, de peso muito leve,
comparado aos produtos concorrentes será muito mais resistente".
CATALISADOR APOIADOR
CONTROLADOR ANALÍTICO
COERÊNCIA – "Eu digo as coisas que penso e não aquilo que a outra parte
gostaria de ouvir".
Fonte:HTTP:WWW.institutomvc.com.br/costacurta/curta04-com-neg-htm
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2º - Discutir as proposições
Elas devem ser explicitadas sempre, mesmo que pareçam muito óbvias.Obs.:
Explicitar as conclusões é muito importante para evitar mal entendidos.
Na maior parte dos casos, os participantes não estão preparados para falar e muito
menos para ouvir. Já discutimos este aspecto em Comunicação. A Primeira vista,
pode-se pensar que saber falar é algo extremamente difícil, depois se percebe que,
na verdade, saber ouvir é algo ainda mais difícil de ser conseguido. O importante é
não fazer como muitos fazem. Reúnem suas equipes, monopolizam a conversa e,
ao final, dizem-se felizes pelo processo de diálogo que possuem na empresa. Por
outro lado, é fundamental saber que ouvir é tão importante quanto falar se não for
até mais. Ouvir, além da oportunidade de colher fatos, idéias, opiniões e
sentimentos, é uma maneira concreta de valorizar as idéias dos outros, motivando-
os a cooperar e dar-lhes, com sinceridade, uma sensação de prestigio.
Toda negociação acontece entre seres humanos. Não se pode negociar com um
computador, com uma máquina ou com um animal. Dessa forma, a primeira
habilidade fundamental para a negociação é saber interpretar o comportamento
humano. Isso exige ter conhecimento sobre as pessoas, em termos de suas
reações, maneiras de agir e de pensar. Estudar e aprender sobre o comportamento
humano não são é adequado, como também torna- se essencial para os
negociadores. Para conhecer o comportamento humano pode-se aprender lendo,
ouvindo, observando, descobrindo como as pessoas reagem; aprende-se inclusive
através de certas reações que se tem em determinados momentos. A negociação
envolve a troca de idéias entre seres humanos diretamente, através dos
relacionamentos.
E muito fácil confundir o relacionamento com os interesses aos quais ele serve,
sendo comum escutar alguém dizer: “Tenho um ótimo relacionamento com meu
chefe; ele me dá aumento todos os anos.” Claramente essa pessoa está
confundindo o relacionamento com seu chefe com os resultados produzidos. Muitas
vezes, é bastante difícil separar o processo de relacionamento entre duas pessoas
(ou grupo de pessoas) dos resultados que dai advém. Desse modo, é importante
que não se construa um relacionamento em função de interesses que se quer
atingir, pois isso pode estragar um relacionamento aparentemente bom. Que se
tenha um bom relacionamento com uma pessoa e que, a partir dele, se consigam
outras coisas é explicável e aceitável. Os benefícios devem ser conseqüência do
bom relacionamento e não o bom relacionamento ser a conseqüência dos objetivos
pretendidos.
ser comprado ou vendido de repente; pelo contrário, ele tem que ir sendo
construído aos poucos. O primeiro passo para se construir um bom relacionamento
é resolver as questões ligadas aos processos, separando-as em importantes e
secundárias.
1- Utilizar questões que terminem abertamente – são aquelas questões que não
podem ser respondidas simplesmente com um SIM ou NÃO. São muito efetivas
para se obter informações da outra parte, esclarecendo e conduzindo a discussão.
2- Exagerar – ampliar tudo aquilo que o outro negociador diz (normalmente isso é
feito através de palavras tais como “sempre”, “nunca”, “impossível”, “ninguém”,
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1. COMPETIÇÃO (GANHAR/PERDER)
2. ACOMODAÇÃO (PERDER/GANHAR)
3. AFASTAMENTO (PERDER/PERDER)
É importante decidir com antecedência quando você deseja ceder antes de começar
a negociar. Em outras palavras, você precisa estabelecer limites.
Para chegar a um denominador comum quando ambos os lados têm igual poder.
Para chegar a um consenso quando ambas as partes têm metas que competem
entre si.
Para obter solução temporária para questões complexas.
Para chegar a uma solução em circunstâncias difíceis ou sob pressões relativas
a prazos reduzidos.
Para manter objetivos pessoais, preservando, ao mesmo tempo, o
relacionamento existente.
5. COLABORAÇÃO (GANHAR/GANHAR)
Lupércio Hilsdorf *
O fator Tempo está ligado a como as pessoas se mobilizam em direção aos seus
objetivos. Em negociação, o tempo não tem o sentido cronológico do termo. Está
ligado aos avanços e aos recuos que as partes fazem deliberadamente ou não, para
não perder, manter ou ganhar poder e continuar negociando até à conclusão.
Um bom negociador usa de toda a sua maestria para trabalhar com as informações
disponíveis. A capacidade de argumentar, perguntar, ouvir, recontextualizar, fazer
novas proposições, é próprio de quem usar adequadamente o poder que adquiriu
para negociar.
Planejamento
Comunicação eficaz
Visão estratégica
Senso de Justiça
Autocontrole
Flexibilidade
Imagine as objeções
Prepare respostas às objeções
Preveja as concessões
Prepare os recursos
Dimensione a duração da reunião
Prepare uma planilha (valores, prazos, condições)
MINIMAX – Perguntas importantes:
Descrença – pessimismo
Problemas de comunicação
PERGUNTAS IMPORTANTES:
AUTO-AVALIAÇÃO:
O Manual de Negociação
Chester L. Karrass – Ediouro
A todo o momento estamos negociando. Assim, não resta a menor dúvida que
negociar é uma das habilidades mais importantes para o sucesso pessoal e
profissional de qualquer pessoa. Negociação é o processo de alcançar objetivo
através de um acordo nas situações em que existam interesses comuns e
conflitantes. A questão que se coloca é como fazê-lo com a máxima efetividade.
Vamos a alguns pontos que realmente fazem a diferença.
Verifique o seu estado mental. Um estado mental rico de recursos é a base para o
sucesso. Um estado mental frágil e inadequado é a porta para o fracasso. O estado
mental adequado para se negociar tem a haver com as respostas a algumas
perguntas, entre elas as seguintes:
Você está disposto a pagar o preço pelo sucesso, ou acredita que
pode receber alguma coisa sem empenho e determinação?
Identifique suas crenças pessoais. Existe um princípio que diz: "quer você acredite
que pode, quer você acredite que não pode, você está certo". Assim, tenha muito
cuidado com as suas crenças. Aqui vão algumas crenças que fazem a diferença:
Considere tudo uma oportunidade. Diante de qualquer situação ou
dificuldades, podemos ter duas posturas opostas. Ameaça ou
oportunidade. É a história de dois vendedores de calçados que foram
pesquisar o mercado num país em que ninguém usava calçados. O
primeiro concluiu que o mercado era ruim porque ninguém usava
sapatos. O segundo, que era promissor pois ninguém ainda usava
sapatos.
Certa vez um ministro da Fazenda brasileiro foi negociar a dívida externa com
James Baker III, então Secretário do Tesouro americano. Foi mal preparado e, o
que é pior de tudo, o pouco que foi preparado vazou. Quando começou a falar o
Secretário americano que, em virtude do vazamento, já conhecia a proposta,
interrompeu: "Com está proposição não dá nem para começar". O ministro brasileiro
que não tinha nem um plano contingencial, ficou sem ação e não pode fazer nada
alem de se retirar, submetendo o Brasil a um tremendo vexame.
Existem dois princípios que devemos lembrar. São extremamente óbvios, e talvez,
por isto mesmo, esquecidos:
"Só acaba quando acabou". Este princípio se aplica a duas situações.
Primeiro: enquanto o acordo não estiver fechado sempre se deve
tentar. Não se deve perder a esperança. Assim, se você estiver, por
exemplo, negociando numa situação de venda, só considere que a
venda foi perdida quando o cliente já recebeu a mercadoria ou serviço
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Para apresentar bem uma idéia ou proposta é preciso que ela esteja de
acordo com as necessidades, desejos e expectativas da pessoa com que
está se negociando. Considere que uma coisa que pode causar um forte
impacto numa pessoa, pode não causar nenhum impacto ou mesmo irritar
outra pessoa. Assim, se você é adepto do ditado "Faça aos outros aquilo que
você quer que seja feito a você", esqueça. Mude para: "Faça aos outros
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aquilo que eles querem que seja feito a eles". E para isto é necessário
descobrir, sondar, compreender
Separe as pessoas dos problemas. Isto quer dizer, não perca de vista seus
objetivos, mesmo que existam problemas de relacionamento. É mais comum
do que se pensa as pessoas se desviarem de seus objetivos em função de
dificuldades de relacionamento. Converta ataques pessoais em ataques ao
problema. Os conflitos de vontades, egos ou vaidades só fazem as pessoas
perderem de vista os seus próprios interesses
www.jawanderley.pro.br
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NEGOCIAÇÃO: COMO GANHAR MAIS COM A ÉTICA Fernando Silveira Negociador master
fsilveira10@msn.com