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Prevenção, Mediação e Resolução de Conflitos

DOCENTE:

ST PM Socorro Vasconcelos

“A gestão de conflitos exige equilíbrio emocional, atitude positiva e, quando bem conduzida,
resulta em consenso e produz engajamento.⁠”

LUCIANA SELUQUE

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
 Conflitos:
- Entendendo os conflitos: conceitos e reflexões;
- Estilo de manejo de conflitos.
 Métodos autocompositivos de solução de conflitos (MASCs):
- Métodos autocompositivos de solução de conflitos (MASCs);
- Diferenças entre a conciliação e mediação;
- O sistema multiportas.
 Mediação de conflitos:
- Aspectos introdutórios sobre o tema;
- Modelos e técnicas de mediação;
- Procedimentos da mediação de acordo com a lei nº 13.140/2015
 O mediador:
- O mediador e a lei nº 13.140/2015;
- Aspectos da formação do mediador;
- A ética do mediador.
 Simulação de cenários.
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INTRODUÇÃO
No final da década de 90, por meio da Resolução nº 26/1999, o Conselho
Econômico e Social das Nações Unidas recomendou fortemente que os Estados
desenvolvessem, ao lado dos respectivos sistemas judiciais, a promoção das chamadas
Resoluções Alternativas de Disputas (ADRs).
A utilização desses métodos contribuem para a desconstrução dos conflitos (atuais
e potenciais), a restauração da relação entre as pessoas e a construção de uma solução. Além
disso, no contexto da segurança pública, propiciam a cidadania ativa e auxiliam a
transformação e a contenção da escalada de conflitos interpessoais em sua origem (a
comunidade), evitando a eclosão de episódios de violência e de crime e auxiliando na
construção da paz.
Num contexto de ênfase ao policiamento comunitário, a ação do policial está mais
voltada para as relações interpessoais e, desta forma, conceitos como os de mediação e
resolução de conflitos, prevenção da violência e outros deverão estar presente em seus
estudos.
Buscaremos criar condições para que você possa estudar distintas abordagens e
técnicas de resolução de conflitos, detendo-se com maior profundidade na perspectiva da
mediação, com base na Lei nº 13.140 de 26 de junho de 2015 (Dispõe sobre a mediação
entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposição de
conflitos no âmbito da administração pública; altera a Lei n° 9.469, de 10 de julho de 1997, e
o Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972; e revoga o § 2° do art. 6° da Lei no 9.469, de 10
de julho de 1997.)

OBJETIVOS

 Definir conflito, dissociando-o de outras formas de violência;


 Listar os métodos autocompositivos para resolução de conflitos;
 Enumerar os modelos e técnicas de mediação de conflitos;
 Descrever o procedimento de mediação de conflitos;
 Reconhecer a importância da neutralidade, da ética do mediador e da
confidencialidade do mediador, das partes e demais profissionais ou pessoas envolvidas no
processo de mediação.

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1. ENTENDENDO OS CONFLITOS: CONCEITOS E REFLEXÕES
1.1 O que é conflito?
Conflito pode ser definido como:

Desentendimento entre duas ou mais pessoas sobre um tema de interesse comum.


Conflitos representam a dificuldade de lidar com diferenças nas relações e
diálogos, associada a um sentimento de impossibilidade de coexistência de interesses,
necessidades e pontos de vista.
1.2. Reflexões sobre o tema
De acordo com Seidel (2007), há quatro pontos de vista sobre conflitos que
possibilitarão a você refletirsobre o tema:
a. Conflitos não são problemas
Há uma tendência geral de se ter uma visão negativa do conflito. Porém, conflitos
são normais e nãosão, em si, positivos ou negativos; bons ou ruins. A resposta que se dá aos
conflitos é o que os torna:
• negativos ou positivos;
• construtivos ou destrutivos.
A questão central é como se resolvem os conflitos:
• por meios violentos?
• a partir do diálogo?
Os conflitos devem ser compreendidos como parte da vida humana.
Podem ser organizados em três níveis:
• pessoais;
• grupais; e
• entre nações.
Frente ao conflito, pode-se assumir três atitudes básicas:
• ignorar os conflitos da vida;
• responder de forma violenta aos conflitos; ou
• lidar com os conflitos de forma não-violenta, por meio do diálogo.

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b. Conflito X briga

Conflitos não são sinônimos de intolerância ou desentendimento, nem se confundem


com briga. A briga já é uma resposta ao conflito.

Um conflito pode ser definido como a diferença entre duas metas, sustentadas por
agentes de um sistema social.

c. Benefícios dos conflitos

É justamente a não aceitação dos conflitos que provoca a violência, pois esta busca
resolver o conflito, negando o outro. Todavia, quando se aprende a lidar com o conflito de
forma não-violenta, ele deixa de ser encarado como o oposto da paz e passa a ser visto
como um dos modos de existir em sociedade.

Entre os benefícios do conflito, é possível citar:

• estimulam o pensamento crítico e criativo;


• melhoram a capacidade de tomar decisões;
• reforçam a consciência da possibilidade de opção;
• incentivam diferentes formas de encarar problemas e situações;
• melhoram relacionamentos e a apreciação das diferenças;
• promovem a autocompreensão.
d. Paz e Conflitos

“O conflito não é um obstáculo à paz”. (SEIDEL, 2007, p.11). Ao contrário, a


construção de uma cultura de paz exige mudanças de atitudes, crenças e comportamentos.
A paz é um conceito dinâmico que nos leva a provocar, enfrentar e resolver os conflitos de
uma forma não-violenta. Uma educação para a paz reconhece o conflito como um
trampolim para o desenvolvimento: que não busca a eliminação do conflito, mas sim, modos
criativos e não-violentos de resolvê-los.

De acordo com Seidel (2007, p. 11), pode-se falar de três caminhos fundamentais
em relação ao conflito:
• Prevenção do conflito - desenvolvendo a sensibilidade à presença ou potencial de
violência e injustiça (sistemas de alerta prévio) e a capacidade de análise do conflito;
• Resolução do conflito, ou seja, o enfrentamento do problema e a busca de
mecanismos institucionais;
• A transformação do conflito - em vista de estratégias para mudança, reconciliação
e construção de relações positivas;

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2. ESTILO DE MANEJO DE CONFLITOS
2.1. Evolução dos norteadores para resolução de conflitos

De acordo com os consultores da ISA-ADRS e do MEDIARE, é possível observar quatro


gerações na evolução dos norteadores para resolução de conflitos, o que não significa dizer
que as primeiras formas de resolução tenham sido abandonadas. Apenas demonstram que à
medida que a humanidade desenvolve seus sistemas de códigos e escritas, bem como
tratados, convenções, leis etc., aprimoram-se também as formas de resolução de conflitos.

1ª Geração: Resolução baseada na imposição, pela força e pelo poder.


2ª Geração: Baseado no Direito.
3ª Geração: Baseado nos interesses.
4ª Geração: Identificação dos interesses de todas as pessoas envolvidas, e a possibilidade de
atendê-los (autocomposição).
Importante!
Um olhar mais atento possibilitará que você perceba que esta evolução nas formas de
resolução também representa uma mudança de foco: da preocupação com o resultado do
problema (objeto do conflito) para preocupação com as pessoas (relações interpessoais).

2.2 Manejando conflitos interpessoais

A mudança de foco na evolução da resolução de conflitos reforça que não há uma


receita única para resolvê-los; contudo, os autores que estudam o tema destacam aspectos
importantes que devem ser observados no manejo de conflitos, ou seja, na forma de
abordá-los.

Segundo Moscovici (1997, p. 146), “antes de pensar numa forma de lidar com o
conflito, é importante e conveniente procurar compreender a dinâmica do conflito e suas
variáveis.” Schimidt e Tannenbaum (1992 apud MOSCOVICI, 1997, p. 146) chamam a
atenção para três variáveis que devem ser observadas ao se fazer um diagnóstico de uma
situação de conflito. Veja quais são elas:

 A natureza das diferenças (ponto de vistas e interesses divergentes).


 Os fatores subjacentes (informações, percepções e papel que ocupam na
sociedade).
 O estágio de evolução do conflito (momento em que o conflito se encontra).
Para que você possa compreender as possibilidades de manejo de conflitos interpessoais
observe a figura a seguir, proposta por Kilmann-Thomas (1975) e adaptada por ISA-ADRS e
MEDIARE (2007).

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Figura 1 – Manejo de Conflitos Interpessoais
Fonte: Kilmann-Thomas (1975) adaptada por ISA-ADRS e do MEDIARE (2007).

Assertividade: Grau em que o indivíduo procura defender seus interesses e necessidades


com coerência de sentimento, pensamento e ação.
Cooperação: Grau em que o indivíduo procura satisfazer o interesse de outras pessoas.
Competição: O indivíduo busca seus interesses às custas dos interesses de outras pessoas.
Evitação: Representa a supressão ou negação do conflito.
Colaboração: O indivíduo se esforça para trabalhar com o outro na busca de uma solução
que atenda, plenamente, o interesse de ambos.
Concessão: As partes buscam o consenso ou uma solução mútua, e que essa atenda
parcialmente seus interesses.

Para Kilmann, R. e Thomas (1975), o manejo de conflito envolve os processos


de:
 Comunicação;
 Percepção;
 Atitudes para com o outro; e
 Orientação para o resultado do problema.
Esses processos determinam dois importantes campos de força que dividem as
possibilidades de manejo apresentadas: “competição” e “colaboração”.

Veja a seguir como os processos se apresentam para cada um dos campos de força.

Processos
Abordagem da Competição Abordagem da colaboração
envolvidos
Comunicação truncada, com Comunicação clara, aberta com
Comunicação informações escassas. informações relevantes.
Os participantes negam a fala um Os participantes se empenham para
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do outro. Estão interessados em trocar informações.
mostrar que o outro está errado. Há diálogo.
Há monólogo.
Fazem questão de mostrar as
Se preocupam em verificar quais
diferenças e fazem pouco caso da
são os
percepção do outro.
Percepção interesses comuns.
Estimulam o sentimento de
Estimulam a convergência. Deixam
oposição: “Eu estou certo e você
claros a suas crenças e valores.
errado.”
Atitude hostil, podendo ser Atitude amistosa. Se preocupa em
Atitudes para agressiva. responder as dúvidas do outro de
com o outro Responde negativamente as forma
solicitações do outro. amigável.
Orientação Só aceita os resultados se Os resultados são analisados
para o favorecer a ele. mutuamente.
resultado do Utilizam a coerção e a força para Utilizam a colaboração para auxiliar
problema influenciar o outro. diante de percepções divergentes.
As outras duas formas de manejo apresentam a negação do conflito ou a anulação de uma
das partes envolvidas, apresentando ausências de assertividade e de cooperação.

3. MÉTODOS AUTOCOMPOSITIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS (MASCS)

3.1 Aspectos Gerais

A administração de conflitos interpessoais, que podem ser tratados com o auxílio da


Lógica, da História, da Psicologia, da Sociologia e do Direito, não é uma atribuição exclusiva
do Estado. Entretanto, num primeiro momento, a decisão de se delegar para um terceiro a
solução de um conflito parecia ser a maneira mais tranquila e eficaz de solução dos
problemas. Tais quais as crianças fazem com os pais na disputa por uma bola, o Estado
– representado pelo Judiciário e pela Polícia – era, e é, visto como o grande pai que
solucionará as disputas que versam sobre grandes brinquedos.

Contudo, com o passar do tempo, a aparente facilidade na delegação de problemas a


terceiros passou a ser um incômodo, pois a visão de mundo desses terceiros não é
necessariamente a mesma das partes, e o tempo dos processos e inquéritos não é o da vida
real.

Sensação de impunidade, reincidências, sentimento de ineficácia dos serviços públicos,


sobrecarga de seus prestadores.

Como romper esse ciclo?

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Diante dessa realidade e da necessidade de que as controvérsias fossem
resolvidas de forma mais rápida, com a participação das partes e com resultados
satisfatórios para elas, novos métodos foram progressivamente construídos pela
humanidade, destinados à administração de conflitos.

Os métodos de resolução de conflitos são, muitas vezes, denominados “meios


de resolução alternativa de disputas” (RADs), mas como você verificou na apresentação do
curso, com base na Lei nº 13.140/2015, utilizaremos a denominação de Métodos
Autocompositivos para Solução de Conflitos (MASCs) – conciliação, mediação e negociação –
em contraposição aos métodos heterocompositivos – via judicial e arbitragem.

Importante!

O termo autocomposição refere-se ao fato de que os métodos utilizados auxiliam as partes


a compor as pretensões para a solução do conflito. Já a heterocomposição indica que há a
figura de um terceiro imparcial, com autoridade para impor uma solução para as partes.

3.2 Por que utilizar os MASCs?

Como você já estudou, não é atribuição exclusiva do Estado a administração de


conflitos. O Estado nem sempre existiu, surgiu a partir da Idade Moderna. Contudo, sempre
que se fala em sociedade organizada, considera-se a existência de uma autoridade acima das
partes (supra partes), com poder de estabelecer limites de comportamento humano.
Portanto, o Estado é imprescindível à pacificação do convívio social.

Em contraponto, a expansão do Capitalismo deveu-se à ferramenta da


vinculação e exigibilidade dos negócios aos contratos, cuja validade depende da autonomia
da vontade. A notícia da intervenção de terceiros, estranhos às relações negociais entre dois
ou mais sujeitos, voltados à facilitação do entendimento entre esses e à otimização das
negociações, não é nova. Sempre ocorreu como prática muito consolidada nas relações
internacionais e nas relações sociais, desde os tempos de Salomão.

Importante!
Os MASCs não devem ser encarados numa dimensão privatista, substitutiva do Judiciário,
nem tampouco como terapia ou política pública, devotados a resolverem o déficit da
justiça judiciária pelo lado da demanda. A finalidade dos MASCs não é diminuir o número
de processos. Isso até pode acontecer, mas o seu alcance é muito mais relevante.

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Os MASCs são de amplo alcance social porque propõem a desconstrução dos
conflitos (atuais e potenciais) e a restauração da relação entre as pessoas e a construção de
uma solução.

Segundo Slandale (2007 apud ISA –ADRS e MEDIARE, 2007, Anexo), os métodos de
resolução de conflitos ocupam um lugar especial no processo de modernização da justiça,
permitem a desjudicialização da solução de alguns conflitos e a descentralização dos serviços
oferecidos.

Além dos aspectos ressaltados anteriormente, pode-se dizer que os MASCs


apresentam as seguintes vantagens:

 Permitem avaliar e adequar os métodos aos temas que motivam a sua procura;
 Ampliam a atuação preventiva no que se refere a combates futuros e a relações
interpessoais;
 Viabilizam o aumento do leque de ofertas de métodos cooperativos não adversárias;
 Possibilitam a resolução de conflitos em tempo real;

Os MASCs propiciam, também, a cidadania ativa para a transformação e a contenção


da escalada de conflitos interpessoais em sua origem (a comunidade), evitando a eclosão de
episódios de violência e de crime.

3.3. Os métodos autocompositivos


São métodos autocompositivos:
 Conciliação
 Mediação
 Negociação

3.3.1 Conciliação

Não se deve confundir conciliação com acordo entre duas partes, nem com o seu
sentido literal de harmonização de litigantes ou pessoas desavindas que fazem as pazes,
nem tampouco com a negociação.

A conciliação é pontual e trabalha na superfície do problema. Não objetiva uma


melhora na qualidade da relação das partes e tem suas próprias características. Cuida-se de
um meio de administração pacífica da disputa por um terceiro, o conciliador, que tem a
prerrogativa técnica de intervir e sugerir um possível acordo, após uma criteriosa avaliação
das vantagens e desvantagens que sua proposição traria às partes.

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Esse instrumento pode ser indicado nos casos em que os envolvidos não se
conheçam, não tenham relações continuadas ou, se as têm, quando não há possibilidade de
uma intervenção mais aprofundada para administração do conflito. Exemplos típicos são as
conciliações judiciais nos Juízos Trabalhistas ou nos Juizados Especiais Cíveis e Penais - Lei nº
9.099/95.

Exemplo:
Este exemplo é baseado na conhecida narrativa que reproduz a situação não judicial do slice
and choice (“corta e escolhe”). Um pai, diante de duas crianças que brigam pela última fatia
de um bolo de chocolate, propõe-lhes que decidam amigavelmente entre duas
possibilidades: uma criança corta o pedaço em duas partes e a outra escolhe primeiro uma
das partes.

Veja o que um conciliador deverá fazer:

 Ser Imparcial /Equidistante;


 Estar preparado para decidir caso as partes não cheguem a um acordo (apesar de ter o
poder decisório, não deverá decidir durante a conciliação);
 Administrar disputas e não conflitos
 Trabalhar para que as partes cheguem a um acordo
 Enfatizar critérios objetivos
 Interferir formulando propostas para que as partes possam avaliar as vantagens e as
desvantagens e, assim, chegarem a uma solução amigável
 Estimular as partes a concessões mútuas
 Controlar o tempo, que deve ser curto
 O conciliador não tem por objetivo a necessária melhora ou transformação da inter-
relação

3.3.2 Mediação

Por ser objeto da disciplina, esta alternativa será estudada mais a fundo mais adiante.
Contudo, é importante que você compreenda a mediação como descrita no parágrafo único,
do artigo 1º, da Lei nº 13.140 de 26 de junho de 2015, a qual entrou em vigor 180 dias após
a sua publicação oficial, ou seja, em dezembro de 2015.

Art. 1º

(...)

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Parágrafo único - Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro
imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula
a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia.

A mediação se diferencia da arbitragem e do provimento jurisdicional, porque o


mediador não decide pelas partes, também está distante da conciliação porque trabalha
mais profundamente os conflitos interpessoais e não as disputas; não direcionando, não
aconselhando ou sugerindo saídas.

O objetivo da mediação não é apenas a hipótese de um acordo*, mas a


transformação do padrão de comunicação e relacionamento dos envolvidos, com vias a um
entendimento. Isto porque acordos em si nem sempre significam a transformação do padrão
de relacionamento. Em muitas oportunidades, há a conciliação, o acordo, a renúncia à
representação. O processo acaba e o conflito permanece e, logo em seguida, é retomado.

*Lei nº 13.140/2015, Art. 20.(...)Parágrafo único. O termo final de mediação, na hipótese de


celebração de acordo, constitui título executivo extrajudicial e, quando homologado
judicialmente, título executivo judicial.

3.3.3 Negociação

Negociar faz parte das nossas relações humanas. Negociar, ainda que sem o
rigor e a sofisticação de técnicas destinadas a otimizar os seus resultados, constitui
expressão cotidiana das relações interpessoais, na qual, de modo pacífico, busca-se a
composição das pretensões e expectativas de todos nós.

A negociação pode ser conceituada como a arte da persuasão. O sucesso numa


negociação contribuipara:

 a conduta assertiva das partes;


 o equilíbrio entre emoção e razão;
 a visão do problema pela ótica do oponente ou da outra parte;
 a obtenção do máximo de informações sobre o tema e o contexto do conflito;
 a confiabilidade do processo.

A negociação pode ocorrer isolada, anteriormente ou durante a utilização de


outros meios de resolução de conflitos. Os agentes ativos ou negociadores podem ser as
próprias partes, alguém em seu nome, com ou sem um terceiro facilitador.

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Na negociação existem algumas etapas que podem ser seguidas, mas que não
necessitam ser encaradas de forma rígida, apenas um norte para sistematização do
processo. São elas:

 Preparação/ abertura
 Exploração
 Clarificação
 Ação final
 Avaliação

Como estratégia, considera-se desejável que o negociador identifique o objetivo da


negociação, separe as pessoas do problema, busque e concentre-se nos interesses das
partes, explore alternativas de ganhos mútuos, fixando previamente prazos e critérios para
avaliação.

O negociador deverá:

 ter foco na disputa


 operar por critérios de resultado objetivo

4. DIFERENÇA ENTRE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO


Você deve ter observado que há diferenças existentes entre: conciliação/
mediação, mas há também um objetivo comum entre elas, qual seja, a resolução do conflito
por meios pacíficos.

Contudo, é importante que você compreenda os princípios que diferenciam a


conciliação e da mediação para que fique mais fácil identificar que método utilizar ou até
mesmo quais são possíveis de se combinar, caso seja possível utilizar um sistema
multiportas, como estudará mais adiante.

4.1. Princípios que diferenciam a conciliação da mediação

Conciliação Mediação

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- Construção de um acordo; O objetivo da mediação não é apenas a
- Oferece o enquadramento hipótese de um acordo*, mas a
legal; transformação do padrão de comunicação
- Esclarece sobre o direito; e relacionamento dos envolvidos, com
- Propõe possibilidades de vistas ao entendimento.
acordo permitindo ao *Lei nº 13.140/2015, Art. 20. (...)
Objetivo
conciliador: opinar, sugerir, Parágrafo único. O termo final de
apontar vantagens e mediação, na hipótese de celebração de
desvantagens; acordo, constitui título executivo
- O acordo é construído para o extrajudicial e, quando homologado
tempo presente, baseado em judicialmente,
acontecimento passado. título executivo judicial.
O mediador será designado pelo tribunal
Confere voz às partes e aos seus
Partes ou escolhido pelas partes. (Lei nº 13.140,
representantes.
art. 4º)
Quadro 2 – Conciliação X Mediação
Fonte: ISA -ADRS e MEDIARE, 2007 (atualizado pelo conteudista com base na Lei n°13.140)

5. O SISTEMA MULTIPORTAS
De acordo com Slandale (apud ISA - ADRS e MEDIARE, 2007, Anexo), multiportas é
um conceito baseado na oferta de métodos de resolução de conflitos complementares aos
serviços habitualmente oferecidos pelo judiciário.

O Sistema Multiportas de Resolução de Conflitos (Multi Doors System), adotado já


por alguns Estados americanos, integra o painel de opções da American Arbitrarion
Association e da Câmara de Comércio Internacional (CCI), entidades renomadas no campo
da resolução extrajudicial de controvérsias. Este sistema oferece recursos customizados,
tendo sido alguns deles formatados para atuar preventivamente, resolvendo o conflito,
durante a sua construção, ou antes dela – resolução em tempo real (just in time resolution).
(ALMEIDA, apud ISA -ADRS e MEDIARE, 2007).

O sistema multiportas possui inúmeras aplicabilidades, principalmente em relação


aos conflitos oriundos de questões ambientais, pois seu processo exige a combinação de
diferentes métodos de resolução de conflitos.

Os convênios e parcerias com o poder público revelam que a promoção dos MASCs
pode e deve ser vista como política pública de justiça não judiciária, mas o fato de não ser
judiciária não quer dizer que não possua com o judiciário nenhuma forma de
relacionamento institucionalizado.

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A exemplo das experiências de outros países, também estamos vivendo o que os
autores denominam de surto de juridificação, que consiste na expansão, na diversificação e
na sofisticação dos mecanismos jurídicos pelos quais o poder público passou a interferir em
relações sociais, histórica e originariamente concebidas como pertencentes ao domínio do
mercado ou da tradição.

Contudo, cabe ressaltar o que foi destacado por Andrighi e Foley (2008) no artigo
publicado na Folha de São Paulo em 24 de junho de 2008.

Com raras exceções, não há, no Brasil, serviços públicos que


ofereçam oportunidades e técnicas apropriadas para o diálogo entre
partes em litígio. Diante de tal carência, as pessoas utilizam os meios
de resolução de conflito disponíveis: a aplicação da "lei do mais
forte", seja do ponto de vista físico, seja do armado, do econômico,
do social ou do político - o que gera violência e opressão; a
resignação - o que provoca descrédito e desilusão; o acionamento do
Poder Judiciário, cuja universalidade de acesso ainda é uma utopia.
(...) ainda que o sistema de justiça se esforce em modernizar os seus
recursos - humanos, materiais, normativos e tecnológicos -, a
dinâmica da explosão de litigiosidade ocorrida nas últimas décadas
no Brasil continuará apresentando uma curva ascendente em muito
superior à relativa aos avanços obtidos. Para o sistema operar com
eficiência, é preciso que as instâncias judiciárias, em
complementaridade à prestação jurisdicional, implementem um
sistema de múltiplas portas, apto a oferecer meios de resolução de
conflitos voltados à construção do consenso – dentre eles, a
mediação. (ANDRIGH e FOLEY, 2008)

6. MEDIAÇÃO DE CONFLITOS - aspectos introdutórios sobre o tema


6.1. Definição, princípios e objeto da mediação

A mediação de conflitos pode ser definida como:

A atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que,
escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções
consensuais para a controvérsia. (Lei 13.140/2015, art. 1º)

Observe que a definição apresentada deixa claro que a mediação considera as partes
como autoras das soluções que deverão ser compostas de forma consensual.
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A autonomia da vontade das partes está relacionada entre os princípios da
mediação, descritos no artigo 2º, da Lei 13.140/15. São eles:

I - imparcialidade do mediador;

II - isonomia entre as partes;

III - oralidade;

IV - informalidade;

V - autonomia da vontade das partes;

VI - busca do consenso;

VII - confidencialidade;

VIII - boa-fé.

Importante!

Segundo Seidel (2007), as partes devem ser entendidas como sujeitos do processo.
São elas que devem controlar o conteúdo da mediação e definir a natureza do acordo.

O objeto da mediação de conflito versa sobre direitos disponíveis ou sobre direitos


indisponíveis que admitam transação (Lei n° 13.140/2015, art. 3º), podendo versar sobre
todo o conflito ou parte dele. (Lei n° 13.140/2015, art. 3ª § 1º).

Os direitos disponíveis são aqueles em que o titular pode abrir mão diante da sua
autonomia de vontade. Exemplo: um bem imóvel. Já, os direitos indisponíveis dizem
respeito aos direitos que uma pessoa não pode abrir mão ou para os quais a lei impõe
restrições de disponibilidade. Exemplo: direito à vida, à liberdade, à saúde etc.

Sobre os direitos indisponíveis que admitem transação, é possível citar, como


exemplo: as questões envolvendo o interesse do menor, como o detalhamento da guarda e
da visita, ou a questão de alimentos no Direito de família, que é também indisponível, mas o
valor a ser repassado ao alimentado admite transação.

6.2 Circunstâncias favoráveis à mediação

De acordo com ISA-ADRS e MEDIARE (2007), as seguintes circunstâncias concorrem


positivamente para que a mediação aconteça:

 O desejo de manter controle/autoria sobre a decisão.

 A necessidade de celeridade e/ou sigilo.


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 A disponibilidade para rever a posição adversarial e a postura irredutível que a
caracterizava, assim como trabalhar em prol de atender interesses mútuos.

6.3. Características da mediação

A mediação tem como objetivo a transformação do padrão de comunicação e


relacionamento dos envolvidos, com o propósito de entendimento. Por isso, apresenta as
seguintes características:

Quanto ao processo

• É um processo participativo e flexível.

• É confidencial.

Quanto à metodologia

• Trabalha, parte a parte, o problema a ser resolvido pelos próprios envolvidos

(protagonismo).

• Não existe julgamento ou oferta de soluções. As saídas são encontradas no consenso das
partes.

Quanto aos aspectos comunicacionais

• Devolve às pessoas o controle sobre o conflito.

• Trabalha a comunicação e o relacionamento das partes.

Importante!

A mediação constitui um instrumento formado por técnicas que impõe capacitação


específica. (Lei n° 13.140/2015 – art. 9º e 11).

Art. 9º. Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a
confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de
integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se.

Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos dois
anos em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e
que tenha obtido capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores,
reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados -
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ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho
Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça.

7. MODELOS E TÉCNICAS DE MEDIAÇÃO


7.1 Tipos de mediação

A mediação é um processo que facilita o diálogo e auxilia a construção de soluções


cooperativas. Atualmente o processo de mediação privilegia as relações interpessoais, e por
isso é importante que se perceba as particularidades de cada situação, considerando a
natureza de cada conflito.

De acordo com UCB (2009), temos os seguintes tipos de mediação:

Mediação técnica: O processo de mediação técnica está associado à empresas. Nesse


contexto, “os mediadores são geralmente técnicos recrutados por uma instituição que
recebem formação específica e atuam em nome dessa instituição na mediação de conflitos”.
(UCB, 2009). Os mediadores possuem formação específica (direito, psicologia, e pedagogia) e
muitos possuem vínculo empregatício.

Mediação comunitária: Esse processo aparece relacionado aos conflitos da comunidade. Os


mediadores são membros da própria comunidade e muitas vezes recebem formação
específica para atuarem nos processos de mediação.

Mediação forense: Refere-se aos processos de mediação realizados nas unidades do poder
judiciário.

Mediação penal: Realizada em alguns países como forma de resolver problemas existentes
nos presídios, como a superlotação carcerária.

Mediação familiar: É o processo que oferece à família em crise, estrutura e apoio


profissional para resolução dos conflitos com o mínimo de comprometimento da estrutura
psicoafetiva de seus membros.

É importante destacar que essas divisões são apenas didáticas, pois, na prática,
muitas vezes os modelos se associam. Veja alguns exemplos hipotéticos:

Exemplo 1: Um núcleo de mediação técnica instituído na Defensoria Pública possui


articulação com experiências comunitárias de mediação de conflitos.

Exemplo 2: Um núcleo de mediação em uma delegacia ou em uma unidade de policiamento


comunitário estabelece articulação com a associação de moradores local que atua na
mediação de conflitos.
17
Além dos tipos citados anteriormente, é possível citar outros exemplos: mediação
educativa ou nas escolas, nas instituições de saúde, nas questões de meio ambiente;
mediação corporativa, nas organizações e no trabalho. Mediação transcultural e política; no
ambiente familiar, tanto na perspectiva transgeracional quanto no interior da mesma
geração, nos conflitos conjugais, de filiação, da partilha de bens e, sobretudo, da guarda dos
filhos.

A Lei n° 13.140/2015 apresenta duas modalidades de mediação:

Mediação judicial – mediação realizada por intermédio do poder judiciário, ou seja,


acompanhada por ele, por meio de solicitação homologada;

Mediação extrajudicial – mediação realizada fora do poder judiciário.

Importante!

É importante que você compreenda as modalidades de mediação previstas na legislação,


pois delas decorrerão as orientações dos procedimentos a serem seguidos.

7.2 Modelos de mediação

Enquanto os tipos apontam e reforçam os campos de utilização, os modelos se


relacionam com diferentes aspectos teóricos – metodológicos (diferentes escolas), que
servem de subsídio para a condução do processo de mediação.

De acordo com Suares (1997 apud Padilha, ambitojuridico.com.br) são três os


modelos de mediação mais utilizados nos Estados Unidos: o Modelo Tradicional-Linear de
Harvard, o Modelo Transformativo de Bush e Folger e o Modelo Circular-Narrativo de Sara
Cobb.

• Modelo tradicional - linear

Esse modelo teve origem em Harvard e está focado na resolução de problemas ou na


construção de um acordo. Está orientado para o passado, ou seja, o que levou a acontecer o
conflito e como podemos resolver.

A mediação é o processo para buscar este acordo.

O mediador, nesse caso, dentro de um processo linear, claro, e em


etapas pré- estabelecidas, apenas ajuda às partes a chegar em um
acordo satisfatório para todos, dentro de um amplo espectro de
atuação. Dentro dessa vertente, mediação é o termo genérico de

18
toda intervenção de terceiro em um conflito, sendo o termo
“conciliação” um objetivo natural do mediador. (arcos.org. br).

• Modelo transformativo

Esse modelo foi criado a partir da teoria de Robert Bush e Joseph Folger e o objetivo
não é única e exclusivamente o acordo, mas as diversas possibilidades advindas da
mediação. Sua orientação é o futuro, ou seja, o que for estabelecido como solução auxiliará
no futuro da relação entre as partes.

Nesse modelo, diz-se que o acordo deixa de ser focado, passando a


se focar nas próprias pessoas ou no tipo de conflito e colaborando
para que as pessoas reconheçam, em si mesmas e no outro,
necessidades, possibilidades e capacidade de escolha e de decisão,
promovendo a transformação na relação e viabilizando, como
consequência natural, o acordo. Para os adeptos desse modelo, há
uma grande diferença entre o que seria conciliação e mediação, pois
aquela seria o modelo centrado no acordo, e essa o modelo centrado
nas pessoas ou no conflito. (arcos.org.br).

• Modelo Circular

Esse modelo criado por Sara Cobb busca unir os modelos tradicional-linear e
transformativo, pois foca tanto nas relações das pessoas envolvidas no conflito, quanto no
acordo. De acordo com o modelo, o conflito, as pessoas e o contexto (história) não podem
ser vistos de forma isolada, mas sim de forma inter-relacionada.

“Dentro dessa vertente, o pensamento sistêmico, a teoria das narrativas e o enfoque


em redes sociais são as bases para a atuação do mediador”. (arcos.org.br).

Importante!

É importante reforçar que a legislação brasileira não elegeu um modelo de


mediação, deixando abertas as possibilidades para a utilização de qualquer um deles.

7.3 Técnicas de mediação

Cada um dos modelos que você estudou no item anterior traz um conjunto de
técnicas, alinhando a natureza do conflito ao foco que se propõe a alcançar, ao processo e a
formação do mediador.

19
Modelo tradicional – linear

Conforme Bispo (rh.com.br), as técnicas utilizadas nesse modelo estão relacionadas


aos quatro princípios de negociação de Harvard, que envolvem:

 Separação das pessoas do problema;

 Focalização dos interesses e não nas posições;

 Criação de opções para o benefício mútuo; e

 Utilização de critérios objetivos.

Seguindo esses quatro princípios, o mediador deve:

 Analisar as partes envolvidas em relação à capacidade de cada uma, sua influência no


ambiente, bem como observar qual o objeto da disputa, sua importância e
possibilidade de resolução;

 Reforçar às partes que os interesses de cada um(a) pode ser convergido em um


meio-termo. As posições antagônicas, em geral, não sofrem declinação, muitas vezes
pelo simples orgulho ou teimosia;

 Sugerir que as partes cheguem a uma solução boa para ambas;

 Ponderar as possíveis soluções encontradas pelas partes, no sentido de que sejam


possivelmente exequíveis e legais.

O mediador tem como funções facilitar o diálogo centrado no verbal e estabelecer a


ordem a partir do caos de pensamentos, percepções e sentimentos.

Modelo transformativo

As técnicas associadas ao modelo transformativo possibilitam o reconhecimento do


outro como protagonista do processo. Sendo assim, buscam promover a análise conjunta da
situação. O mediador motiva as partes para que juntas possam tomar decisões.

Modelo circular

 As técnicas utilizadas no modelo circular buscam a preservação do vínculo dos


envolvidos, estimulam a reflexão sobre o conflito e a reação das partes envolvidas;

 Muitas vezes, o mediador modifica os significados de fatos ocorridos, para que as


partes percebam as possibilidades para solução do conflito.

20
Cabe observar nas técnicas descritas que, independente do modelo, o diálogo entre
as partes é estimulado. Seja para rever as causas do conflito ou para verificar as
possibilidades de soluções.

De acordo com UCB (2009), autores mais contemporâneos apostam num modelo de
mediação híbrido e flexível, no qual o mediador seja um facilitador, ou seja, o mediador guia
as partes, buscando o equilíbrio de poder e o compartilhamento de responsabilidades, por
meio dos processos de comunicação e cooperação para que as partes, em conjunto
construam um acordo ou entendam o conflito.

8. PROCEDIMENTOS DA MEDIAÇÃO DE ACORDO COM A LEI N°


13.140/2015
8.1 Fases

PRÉ- MEDIAÇÃO
Modalidade Extrajudicial

O mediador é escolhido pelas partes. (Redação com base no art.4º).

Modalidade Judicial

O mediador será designado pelo tribunal. (Redação com base no art. 4º). E não estarão
sujeitos à prévia aceitação das partes, observado o disposto no art. 5° desta Lei. (Art.25).

INÍCIO
Modalidade Extrajudicial

1ª reunião de mediação – Nessa data é instituída a mediação (Art. 17).

No início da primeira reunião de mediação, e sempre que julgar necessário, o mediador


deverá alertar as partes acerca das regras de confidencialidade aplicáveis ao procedimento.
(Art.14).

Art. 21. O convite para iniciar o procedimento de mediação extrajudicial poderá ser feito por
qualquer meio de comunicação e deverá estipular o escopo proposto para a negociação, a
data e o local da primeira reunião.

Parágrafo único. O convite formulado por uma parte à outra considerar-se-á rejeitado se não
for respondido em até trinta dias da data de seu recebimento.

21
Modalidade Judicial

1ª reunião de mediação – Nessa data é instituída a mediação (Art. 17).

No início da primeira reunião de mediação, e sempre que julgar necessário, o mediador


deverá alertar as partes acerca das regras de confidencialidade aplicáveis ao procedimento.
(Art.14).

É importante se atentar que, enquanto transcorrer o procedimento de mediação, ficará


suspenso o prazo prescricional. (Art. 14, parágrafo único).

MEIO
Art. 4 (...) § 1º O mediador conduzirá o procedimento de comunicação entre as partes,
buscando o entendimento e o consenso, e facilitando a resolução do conflito.

Uma vez iniciada a mediação, as reuniões posteriores com a presença das partes somente
poderão ser marcadas com a sua anuência. (Art.18).

No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-se com as partes, em conjunto ou


separadamente, bem como solicitar das partes as informações que entender necessárias
para facilitar o entendimento entre aquelas. (Art.19).

As partes poderão ser assistidas por advogados e defensores públicos. (Art. 10).

FIM
O procedimento de mediação será encerrado com a lavratura do seu termo final,
quando for celebrado acordo ou quando não se justificarem novos esforços para a obtenção
de consenso, seja por declaração do mediador nesse sentido ou por manifestação de
qualquer das partes. (Art. 20).

Modalidade Extrajudicial

O termo final de mediação, na hipótese de celebração de acordo, constitui título executivo


extrajudicial. (Redação com base no art. 20, parágrafo único).

Modalidade Judicial

O termo final de mediação, na hipótese de celebração de acordo, quando homologado


judicialmente, constitui título executivo judicial. (Redação com base no art. 20, parágrafo
único).

22
Art. 28. O procedimento de mediação judicial deverá ser concluído em até sessenta dias,
contados da primeira sessão, salvo quando as partes, de comum acordo, requererem sua
prorrogação.

Importante!

Havendo previsão contratual de cláusula de mediação, alguns procedimentos serão


distintos dos apresentados anteriormente. Verifique na lei n° 13.140/2015, § 1º do art. 2º
e os artigos 22 e 23.

8.2 Sobre a confidencialidade

A Lei nº 13.140/2015 possui uma seção específica sobre a confidencialidade e suas


exceções, como você verá a seguir:

Art. 30. Toda e qualquer informação relativa ao procedimento de mediação será


confidencial em relação a terceiros, não podendo ser revelada sequer em processo arbitral
ou judicial salvo se as partes expressamente decidirem de forma diversa ou quando sua
divulgação for exigida por lei ou necessária para cumprimento de acordo obtido pela
mediação.

§ 1° O dever de confidencialidade aplica-se ao mediador, às partes, a seus prepostos,


advogados, assessores técnicos e a outras pessoas de sua confiança que tenham, direta ou
indiretamente, participado do procedimento de mediação, alcançando:

I - declaração, opinião, sugestão, promessa ou proposta formulada por uma parte à


outra na busca de entendimento para o conflito;

II - reconhecimento de fato por qualquer das partes no curso do procedimento de


mediação;

III - manifestação de aceitação de proposta de acordo apresentada pelo mediador;

IV - documento preparado unicamente para os fins do procedimento de mediação.

§ 2° A prova apresentada em desacordo com o disposto neste artigo não será


admitida em processo arbitral ou judicial.

§ 3° Não está abrigada pela regra de confidencialidade a informação relativa à


ocorrência de crime de ação pública.

§ 4° A regra da confidencialidade não afasta o dever de as pessoas discriminadas no


caput prestarem informações à administração tributária após o termo final da mediação,

23
aplicando-se aos seus servidores a obrigação de manterem sigilo das informações
compartilhadas nos termos do art. 198 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código
Tributário Nacional.

Art. 31. Será confidencial a informação prestada por uma parte em sessão privada,
não podendo o mediador revelá-la às demais, exceto se expressamente autorizado.

Importante!

De acordo com o art. 46, da lei nº 13.140/2015, “a mediação poderá ser feita pela internet
ou por outro meio de comunicação que permita a transação à distância, desde que as
partes estejam de acordo.”

9. O MEDIADOR E A LEI Nº 13.140/2015


Considerando a Lei nº 13.140/2015, talvez o mais correto fosse falar em
“mediadores” ao invés de “mediador”, uma vez que as exigências de atuação são diferentes
para cada modalidade de mediação.

Veja as diferenças a seguir.

O mediador nas modalidades de mediação

QUEM É?

Modalidade extrajudicial

Qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer
mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou
associação, ou nele inscreverse. (Art. 9º).

O mediador é escolhido pelas partes.

Modalidade judicial

Pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de
instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido capacitação em
escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de
Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os
requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o
Ministério da Justiça. (Art. 11).
24
O mediador é designado pelo tribunal.

O QUE FAZ?

Modalidade extrajudicial

O mediador conduzirá o procedimento de comunicação entre as partes, buscando o


entendimento e o consenso e facilitando a resolução do conflito. (Art 4, § 1º)

Art. 19. No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-se com as partes,
em conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes as informações que
entender necessárias para facilitar o entendimento entre aquelas.

Modalidade judicial

O mediador conduzirá o procedimento de comunicação entre as partes, buscando o


entendimento e o consenso e facilitando a resolução do conflito. (Art 4, § 1º).

Art. 19. No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-se com as partes,
em conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes as informações que
entender necessárias para facilitar o entendimento entre aquelas.

Ver também: Artigos 5º ao 8º e 25.

OBSERVAÇÕES

Modalidade judicial

Art. 5º Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e


suspeição do juiz.

Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de
revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa
suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito,
oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas.

25
10. ASPECTOS DA FORMAÇÃO DO MEDIADOR
10.1 Conhecimentos, habilidades e atitudes

É importante que o mediador compreenda que o processo de mediação envolve


conflitos interpessoais, e que por isso ele lidará durante o processo com visões diferenciadas
sobre o mesmo conflito. O papel do mediador envolve como competência básica a
capacidade de criar condições para que as partes possam obter uma solução e,
principalmente, estabelecer o diálogo.

O desenvolvimento dessa competência requer do mediador, dentre outros aspectos,


o seguinte conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes:

Conhecimentos sobre:
 Conflito e gerenciamento de conflitos;
 Relações interpessoais;
 Processo comunicacional;
 Técnicas de resolução pacífica de conflitos;
 Metodologia do processo de mediação; e
 Legislação pertinente à mediação.
Habilidades para:
 Promover a reflexão e o diálogo;
 Escutar e refletir;
 Gerenciar conflitos;
 Identificar impasses; e
 Identificar interesses comuns.
Atitudes para agir de forma:
 Imparcial;
 Competente;
 Ética; e
 Sigilosa.

26
10.2 Ferramentas de comunicação para auxiliar no processo

Com base em Seidel (2007), podem ser destacadas duas ferramentas a serem
utilizadas pelo mediador para auxiliá-los no processo de mediação. São elas: Escuta Ativa e
Questionamento Criativo.

10.2.1 Escuta ativa

Qual o objetivo?

Garantir a atenção das partes durante o processo, possibilitando que tenham uma
visão do conflito a partir de alguns elementos técnicos, como a paráfrase*.

* Recurso de comunicação que consiste em repetir com as suas palavras a mensagem dita
pelo outro. Esse mecanismo auxilia na compreensão mútua da mensagem, fortalecendo a
comunicação e favorecendo que “outro” possa escutar-se a partir de outra pessoa.

Como fazer?

De acordo com Seidel (2007, p. 24), ao mediador caberá:

Criar um ambiente em que as pessoas possam se expressar livremente e de forma


confiante. Para isso, o mediador deverá realizar a introdução com algumas perguntas que
permitam desenvolver um debate sobre a situação a ser mediada:

• Pergunte à primeira pessoa: O que aconteceu? Parafraseie: Você está dizendo que
aconteceu...

• Pergunte à primeira pessoa: Como você está se sentindo? Parafraseie: Você está se
sentindo...

• Pergunte à segunda pessoa: O que aconteceu? Parafraseie: Você está dizendo que
aconteceu...

• Pergunte à segunda pessoa: Como você está se sentindo? Parafraseie: Você está se
sentindo...

O que o mediador deve fazer nesta etapa?

• Ajudar os envolvidos a não criar um clima de acusações, de forma que se centrem no


miolo do conflito e diferenciem posição de interesse.

• Estimular a capacidade das partes em compreender o ponto de vista da outra parte e


evitar ficar procurando culpados.

27
10.2.2 Questionamento criativo

Qual o objetivo?

Auxiliar as partes a levantarem alternativas de solução.

Como fazer?

Na oportunidade de procurar soluções, agora o mediador, segundo Seidel (2007,


p.24) deve:

 Perguntar à primeira pessoa: O que você poderia ter feito de forma diferente?
Parafraseie.

 Perguntar à segunda pessoa: O que você poderia ter feito de forma diferente?
Parafraseie.

 Perguntar à primeira pessoa: O que você pode fazer aqui e agora para ajudar a
solucionar o problema? Parafraseie.

 Pergunte à segunda pessoa: O que você pode fazer aqui e agora para ajudar a
solucionar o problema? Parafraseie.

Importante!

Utilize o questionamento criativo para uma maior aproximação entre as pessoas a fim de
uma solução.

10.2 Cuidados a serem tomados no processo de mediação

Alguns cuidados devem ser tomados pelo mediador antes, durante e após ter desenvolvido
as etapas do processo de mediação. São eles:

Antes de iniciar o processo, verifique se:

 Recebeu capacitação conceitual, legal, técnica e adequada para atuar na modalidade


de mediação a qual irá participar.

 O conflito em questão pode ser mediado. Se não há desequilíbrio entre as partes, se


há capacidade de ambas as partes contribuírem para a construção conjunta de
soluções e se ambas as partes desejam adotar esse processo para o conflito em
questão.

28
 Possui legitimidade para atuar como um terceiro imparcial, ou seja, se é aceito pelas
partes, naquele conflito, ou foi indicado judicialmente.

Durante o processo de mediação, de acordo com a UCB (2009), devem ser tomados pelo
mediador os seguintes cuidados:

 Proporcione um ambiente de cooperação, evitando a competição e o confronto. O


mediador deve evitar o julgamento, com o estabelecimento de rótulos entre as
partes e seus argumentos como “certo e errado”, “culpado e inocente”, “verdadeiro
e falso”, “bom e mau” etc. O pré-julgamento de cada uma das partes ou de suas
atitudes de acordo com os valores e convicções do mediador pode estimular a
competição durante a mediação, fazendo com que uma das partes busque derrotar a
outra e não cooperar com ela.

 Equilibre e mantenha o equilíbrio de poder entre as partes. O mediador deve evitar


que uma das partes submeta ou subjugue a outra, evitando que esta se manifeste
livremente. Nesse sentido, devem ser evitadas atitudes ofensivas ou desrespeitosas e
deve-se estimular que todas as opiniões sejam ouvidas com abertura e respeito.

 Busque a escuta e o entendimento dos argumentos e necessidades de cada parte,


estimulando o diálogo e o entendimento do ponto de vista do outro. O mediador
deve saber escutar o que não foi dito de forma clara, entender o conteúdo das
entrelinhas e buscar estimular que os conteúdos não explícitos fiquem mais claros,
facilitando a comunicação. No entanto, não imponha soluções, pois essas podem ser
vistas comopositivas da perspectiva do mediador e, de fato, não serem aceitáveis
pelas partes.

 Acredite na importância da relação entre as partes e na capacidade dos envolvidos


poderem construir a solução para os seus problemas.

 Saiba quando interromper uma discussão não apropriada, sem ofender as partes.
Nesse sentido, o mediador deve sempre usar uma linguagem neutra, desprovida de
reprovação.

 Respeite as partes e tenha sensibilidade para diferenças culturais, religiosas, de


gênero, raça e etnia.

Importante!

A mediação é um processo voluntário. As partes possuem liberdade de optar pela adoção


ou não da mediação, e podem desistir do processo a qualquer momento. – Art. 2º § 2°
Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação. - A opção pela
mediação, além de voluntária, tem também de ser consciente. Ou seja, a mediação tem de
29
ser precedida pela informação e explicação sobre como unciona o processo, para que os
envolvidos possam então decidir sobre a adoção ou não desse processo.

11. ÉTICA DO MEDIADOR


11.1. Obrigações éticas do mediador

É obrigação do mediador zelar pelo sigilo de todos os procedimentos em mediação.


De acordo com ISA -ADRS e MEDIARE (2007), o sigilo envolve:

 Informações e dados manuseados por toda a equipe técnica; e

 Informações das reuniões privadas.

Importante!

Você já estudou, mas vale relembrar!

Art. 30. Toda e qualquer informação relativa ao procedimento de mediação será


confidencial em relação a terceiros, não podendo ser revelada sequer em processo arbitral
ou judicial salvo se as partes expressamente decidirem de forma diversa ou quando sua
divulgação for exigida por lei ou necessária para cumprimento de acordo obtido pela
mediação.

§ 1° O dever de confidencialidade aplica-se ao mediador, às partes, à seus prepostos,


advogados, assessores técnicos e a outras pessoas de sua confiança que tenham, direta ou
indiretamente, participado do procedimento de mediação (...).

O mediador tem a obrigação de zelar pelo equilíbrio entre as partes. Este equilíbrio
envolve:

 Equilíbrio de poder – Tom de voz, questões de encaminhamento e legitimidade;

 Equilíbrio de informações – o mediador deve orientar as partes a buscarem todas as


informações necessárias à tomada de decisão.

Importante!

O equilíbrio é fundamental para a livre e genuína AUTONOMIA DE VONTADES. (ISA-ADRS e


MEDIARE, 2007)

30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Tânia. Mediação de conflitos: um meio de prevenção e resolução de controvérsias
em sintonia com a atualidade. Disponível em:
<http://www.mediare.com.br/08artigos_13mediacaodeconflitos.html> Acesso em: 25 ago
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BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Rede Nacional de


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Moreira Pessanha Cordeiro et al. Disponível em: <http://senasp.dtcom.com.br/> Acesso em:
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BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Rede Nacional de


Educação a Distância para Segurança Pública. Curso mediação de conflito II. Bernadete
Moreira Pessanha Cordeiro et al. Disponível em: <http://senasp.dtcom.com.br/> Acesso em:
28 jul 2015. Acesso restrito ao conteúdo com login e senha.

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Pesquisa e Desenvolvimento de Pessoas. Matriz curricular nacional para formação dos
profissionais de segurança pública, 2008. (Versão revisada e ampliada)

BRASIL. Direitos humanos e mediação comunitária. Brasília: Secretaria Justiça e Direitos


Humanos. 2010. [Org. SEIDEL, Daniel]

CALADO, Maria dos Remédios. A autocomposição: uma análise das modalidades usuais e dos
elementos processuais e não processuais na resolução dos conflitos. Disponível em:
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id
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CORDEIRO, Bernadete M. P. Estado da arte: estudo sobre as ideias de estudiosos,


instituições nacionais e internacionais, bem como organismos governamentais e não
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governamentais, sobre a elaboração de uma agenda de temas e ações de treinamento
“comuns” para diminuir as cifras de violência e de criminalidade na América Latina. Brasília:
PNUD, 2008. (Projeto 04/29: relatório técnico)

CORDEIRO, Bernadete M. P.; SILVA, Suamy. S. Direitos humanos: referencial prático para
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ISA-ADRS e MEDIARE. Curso de mediação e resolução de conflitos em segurança pública.


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MEC/UNESCO. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília-DF:


MEC/UNESCO, 2001. (Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre educação
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SEIDEL. Daniel [org.] Mediação de conflitos: a solução de muitos problemas pode estar em
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