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MANUAL DE
IDENTIFICAÇÃO DE
CLADÓCEROS LÍMNICOS
DO BRASIL
EDITORA UNIVERSA
Universidade Católica de Brasília
– 1997 –
MANUAL DE
IDENTIFICAÇÃO DE
CLADÓCEROS LÍMNICOS
DO BRASIL
PREFÁCIO
Há quase vinte anos, quando iniciei meus estudos sobre os cladóceros, quem quer que se
dispusesse a esta tarefa encontraria uma limitação: a bibliografia. O que se dispunha eram dois
tradicionais catálogos sobre a fauna límnica norte-americana: The Fresh-water Invertebrates
of the United States, de R. Pennak (1978) e Fresh Water Biology, de J. L. Brooks (1959).
Muito úteis para a compreensão das características gerais dos diversos grupos de animais
habitantes das água continentais, estes trabalhos pouco informam sobre a fauna própria do
Brasil. Para um iniciante pouco avisado, a consulta das chaves de identificação poderia
induzir a diversos erros.
A literatura relativa à fauna de cladóceros brasileiros era escassa, antiga e muito dispersa
em periódicos publicados em vários países e línguas. O levantamento e coleta desta
bibliografia demandava muito tempo.
No presente, o quadro não se mostra muito diferente. Ainda que se considerem a maior
agilidade na busca da literatura e a recente publicação de artigos sobre os cladóceros da
América do Sul e do Brasil, aquele que quiser iniciar-se neste campo de estudo, ainda
encontra muitos obstáculos.
Assim, não se pode pensar no presente manual como um ponto de chegada. O que
espero é que seja um ponto de partida para a intensificação das pesquisas sobre os cladóceros
em nosso país. Estes futuros trabalhos, sem dúvida, devem gerar um novo panorama de
distribuição de espécies e a descrição de novos taxa.
Este manual não teria sido feito sem a colaboração de diversas pessoas. A começar pelo
Dr. Reimar Schaden, a quem agradeço pela orientação, fornecimento de bibliografia e
estímulo no começo dos meus trabalhos com os cladóceros; em especial, sou grata por ter me
convidado, quase convocado, a elaborar este texto, como parte da série Manual de
Invertebrados Límnicos do Brasil, por ele editada e publicada pelo CNPq. As muitas
mudanças políticas enfrentadas por este órgão levaram, infelizmente, à interrupção desta
publicação.
Não posso deixar de agradecer à Universidade Católica de Brasília pelo apoio e suporte
financeiro, sem os quais este projeto não teria se viabilizado.
Agradeço, também, aos colegas que me enviaram cópias de diversos artigos utilizados
neste trabalho, em especial a J. W. Reid, D. G. Frey (in memoriam), C. H. Fernando e J. C.
Paggi.
Do mesmo modo, sou grata aos colegas Ricardo Motta Pinto Coelho e Sueli Maria
Gomes pela leitura e pelas valiosas críticas e sugestões a este manual.
Meus agradecimentos a Ana Cristina Soares Linhares e a Eliane Alves de Paula e Silva,
pela colaboração na confecção de parte das figuras.
A Jaqueline Monteiro Rodrigues, Lilian Cristina Brito Santana, Luciana Jansen Melo
Afonso e Renata Dario El-moor, agradeço pela leitura e comentários sobre a parte introdutória
deste manual, que ajudaram a torná-lo mais compreensível aos estudantes de graduação.
Prefácio
Características Gerais....................................................................................................... 9
Reprodução e Desenvolvimento........................................................................................ 14
Habitat................................................................................................................................ 16
Polimorfismo e Ciclomorfose............................................................................................ 16
Coleta e Preservação ......................................................................................................... 18
Sistemática.......................................................................................................................... 19
Chave para as Famílias de Cladocera.............................................................................. 21
Família Holopedidae - Holopedium................................................................................... 22
Família Sididae - chave de identificação............................................................................ 23
Diagnoses – Diaphanosoma............................................................................................ 24
Latonopsis.................................................................................................... 26
Pseudosida................................................................................................... 27
Sarsilatona................................................................................................... 27
Sida.............................................................................................................. 28
Família Bosminidae - chave de identificação.................................................................... 34
Diagnoses - Bosmina....................................................................................................... 35
Bosminopsis................................................................................................. 36
Família Moinidae - chave de identificação........................................................................ 41
Diagnoses - Moinodaphnia............................................................................................. 41
Moina........................................................................................................... 42
Família Daphniidae - chave de identificação..................................................................... 48
Diagnoses - Ceriodaphnia............................................................................................... 50
Daphnia....................................................................................................... 52
Scapholeberis............................................................................................... 53
Simocephalus............................................................................................... 55
Família Ilyocryptidae - chave de identificação................................................................. 64
Diagnoses - Ilyocryptus................................................................................................... 64
Família Marothricidae - chave de identificação................................................................... 67
Diagnoses - Grimaldina.................................................................................................. 68
Macrothrix................................................................................................... 69
Streblocerus................................................................................................. 72
Família Chydoridae........................................................................................................... 76
Subfamília Eurycercinae - Eurycercus..................................................................... 79
Subfamília Chydorinae - chave de identificação.......................................................... 80
Diagnoses - Alonella............................................................................................... 82
Anchistropus....................................................................................... 85
Chydorus............................................................................................. 85
Dadaya............................................................................................... 88
Disparalona........................................................................................ 89
Dunhevedia......................................................................................... 90
Ephemeroporus................................................................................... 90
Pleuroxus............................................................................................ 92
Pseudochydorus.................................................................................. 95
Subfamília Aloninae - chave de identificação............................................................... 105
Diagnoses - Acroperus............................................................................................ 108
Alona................................................................................................... 109
Biapertura........................................................................................... 113
Camptocercus..................................................................................... 116
Celsinotum.......................................................................................... 117
Euryalona........................................................................................... 118
Graptoleberis...................................................................................... 119
Kurzia................................................................................................. 120
Leydigia.............................................................................................. 121
Leydigiopsis........................................................................................ 122
Notoalona........................................................................................... 124
Oxyurella............................................................................................ 125
Incertae sedis Birgeia travassosi................................................................................ 137
Referências Bibliográficas................................................................................................. 139
Glossário............................................................................................................................. 147
Lista de Gêneros e Espécies Citadas................................................................................ 151
9
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Cada antena apresenta um segmento basal robusto, chamado basípodo, e dois ramos
segmentados: o ramo dorsal ou exopodito e o ramo ventral ou endopodito (Figura 2). Nos ramos
encontram-se setas plumosas e espinhos, cujo número e disposição são significativos na
caracterização das espécies. Para indicar as setas ou espinhos da antena usam-se, em geral,
fórmulas. Tomando Moina micrura como exemplo (Figura 2), a fórmula setal é 0-0-1-3/1-1-3; o
numerador indica o número de setas nos quatro segmentos do exopodito, partindo do 1°
segmento; o denominador indica as setas do endopodito. Para os espinhos, utiliza-se fórmula
semelhante; ainda para M. micrura, a fórmula de espinhos é 0-1-0-1/0-0-1.
Dorsal à inserção das antenas, é comum existir um friso da carapaça cefálica, conhecido
como fórnix (Figura 3a). Em algumas espécies de Ceriodaphnia, os fórnices podem projetar-se
lateralmente (Figura 3b-d).
Em frente às antênulas, existe, freqüentemente, uma espécie de bico, chamado rostro
(Figuras 40a e 45a). Nos Chydoridae, o rostro expande-se e une-se aos fórnices, formando um
escudo que recobre as antênulas (Figura 64 e seguintes).
As peças bucais estão situadas próximas à junção da cabeça com o corpo. Partindo da
extremidade anterior, encontram-se as seguintes peças bucais: o labro mediano, um par de
mandíbulas fortes e denteadas, um par de pequenas maxilas e um único lábio mediano. O labro
pode ter uma quilha bem desenvolvida, com ou sem dentículos (Figuras 85b e 107b).
O corpo estende-se livremente dentro da carapaça. Dorsalmente, entre o corpo e a carapaça,
forma-se uma câmara, utilizada para o desenvolvimento dos ovos (Figura 1). Tal cavidade é
conhecida como câmara de incubação, sendo fechada posteriormente pelos processos
abdominais, em número de 1 a 4 (Figuras 1 e 40b); os processos abdominais podem ser rudimentares
ou mesmo ausentes.
Constitui-se o corpo de tórax e abdômen; no tórax encontram-se as patas. O pigídio, ou
último segmento abdominal, é chamado de posabdômen (Figura 1), cuja função principal parece
ser a limpeza das patas. Nas espécies habitantes do fundo, o posabdômen pode ser um auxiliar
12
As patas são responsáveis por criar uma corrente contínua de água através das valvas, a
qual traz partículas de alimento e oxigênio; as partículas de alimento são filtradas pelas cerdas
das patas (Infante, 1988). O alimento é constituído, especialmente, por algas, protozoários, detritos
orgânicos e bactérias. A distância entre as cerdas das patas condiciona o tipo de alimento filtrado,
de sorte que espécies com maior distância entre as cerdas podem capturar apenas algas; já aquelas
com cerdas mais próximas podem capturar, também, partículas pequenas, como as bactérias
(Geller & Müller, 1981; Brendelberger, 1991). Ao que parece, os cladóceros que crescem em
ambientes com baixa concentração de partículas alimentares podem reduzir a distância entre as
cerdas, aumentando a eficiência de filtração (Lampert & Brendelberger, 1996).
Após filtradas pelas cerdas, as partículas alimentares são recolhidas em um sulco ventral
mediano e misturadas à secreção de uma glândula que se abre na base do quarto par de patas; o
alimento é, então, empurrado em direção à boca, através de complicados movimentos das patas
(Infante, 1988). Próximo à boca, o alimento é misturado à secreção mucosa do labro; massas de
secreção e alimento são trituradas pelas mandíbulas e, depois, ingeridas.
O trato digestivo é pouco especializado, formado por um tubo que corre através do corpo
(Figura 1). Na região da cabeça, o estreito esôfago se abre no estômago, não distinto do intestino
tubular. O intestino evidencia-se quando preenchido de alimento. Na sua porção final, acha-se
um reto pouco especializado. Em geral, o intestino é simples, mas em alguns grupos o tubo
digestivo dá voltas, sendo chamado de convoluto ou enrolado (Figuras 55 e 99). Na porção
anterior do intestino, são comuns 1 ou 2 cecos digestivos.
Em animais vivos, a rápida pulsação do coração permite sua fácil identificação. É um saco
oval ou alongado, localizado dorsalmente na cabeça (Figura 1).
13
As trocas gasosas são generalizadas por toda a superfície do corpo, mas ocorrem de modo
especial na superfície interna da carapaça e nas patas.
Na extremidade anterior da carapaça existe uma glândula irregular, lobada e de difícil
percepção. Trata-se da glândula da carapaça ou das maxilas, tendo função de excreção e
osmorregulação.
O sistema nervoso é composto de um cérebro localizado dorsalmente ao esôfago, um
cordão nervoso ventral duplo, nervos pareados e poucos gânglios.
Figura 3: Fórnices, indicados pelas setas, em diferentes espécies. a - Simocephalus serrulatus, com
fórnix não expandido; b - Ceriodaphnia cornuta, vista lateral, com fórnices expandidos e pontiagudos; c
- C. cornuta, vista dorsal; d - Ceriodaphnia silvestrii, com fórnices largos e expandidos.
Figura 4: Posabdômen (Chydoridae). G - garra terminal, MD - margem dorsal, MV - margem ventral, a - ânus,
ap - ângulo pré-anal, dm - dentículos marginais, eb - espinho basal, el - espículas laterais, sn - setas natatórias.
14
REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Os machos são, em geral, menores do que as fêmeas. São, ainda, distintos destas por
apresentarem um gancho no primeiro par de patas (Figura 6d), pelas antênulas aumentadas
(Figuras 6b e 7a) e pelo posabdômen modificado. Em algumas espécies, estão presentes
apêndices copulatórios (Figura 7b).
A literatura registra alguns casos de indivíduos verdadeiramente hermafroditas e de
ginadromorfismo, isto é, indivíduos (machos ou fêmeas) com caracteres, em grau variável, do
outro sexo (Frey, 1965b; Rocha et al., 1988).
Apenas nos indivíduos sexualmente maduros pode-se distinguir as gônadas. Os ovários
são alongados e localizados na porção torácica do corpo, laterais ou um pouco ventrais ao
intestino. Os ovidutos são muito delicados e só visíveis na passagem dos ovos. Os testículos são
pequenos e continuados pelos ductos deferentes, laterais ao intestino. As aberturas dos ductos ou
gonóporos, podem localizar-se próximo à base das garras (Figura 6c) ou ao ânus, ou na
extremidade de apêndices copulatórios.
Durante a maior parte do tempo, as populações de cladóceros são constituídas apenas
por fêmeas, que se reproduzem por partenogênese. O surgimento da reprodução sexuada ocorre
quando o ambiente torna-se desfavorável (falta de alimento, seca do corpo d'água,
congelamento...). Tais modificações do ambiente, induzem a produção de alguns ovos
partenogenéticos que darão origem a machos e a fêmeas sexuais.
Em grandes corpos d'água ou em lugares onde as condições são mais constantes (como
nas zonas tropicais), a reprodução pode manter-se assexuada por todo o ano.
Na reprodução assexuada, ovos diplóides são depositados na câmara de incubação, onde
sofrem rápida segmentação. Cerca de dois dias depois, jovens de 1° estágio (instar) são liberados
para o ambiente com forma semelhante a do adulto (apenas em Leptodora são conhecidas larvas
livres, tipo nauplius). Entre o último estágio jovem e o primeiro adulto existe um breve instar
adolescente. O número e a duração dos estágios é muito variável, especialmente nos adultos,
sendo influenciados pela espécie e pela temperatura do ambiente.
Na muda do estágio adolescente para o 1° instar adulto, ocorre a primeira postura de
ovos, que são depositados na câmara de incubação. A cada instar, são liberados os jovens e nova
ninhada é colocada na câmara de incubação.
O número de ovos por postura varia de 1 a 40, estando relacionado a espécie e a fatores
ambientais, como quantidade de alimento, temperatura, oxigênio dissolvido, densidade da
população (Green, 1956). O tamanho e número dos ovos, o tamanho da fêmea e o tempo para
alcançar a maturidade são fortemente influenciados pela predação (Lynch, 1980; Spitze, K. 199;
Engelmayer, A. 1995).
Nas fêmeas sexuais, a parede da carapaça se torna mais espessa e escura, fechando-se ao
redor do ovo ou ovos fertilizados. A carapaça modificada é chamada de efípio (Figuras 5 e 6a), o
qual, juntamente com o ovo, é separado do corpo na muda subseqüente. O número de ovos por
efípio é de 1, 2 ou vários (cladóceros anomópodos primitivos têm número elevado de ovos).
Devido ao efípio, as fêmeas sexuais também são chamadas de fêmeas efipiais.
Os ovos dos efípios podem ser considerados ovos de resistência, constituindo-se uma
adaptação às condições adversas do ambiente. Quando as condições tornam-se novamente
favoráveis, os ovos efipiais desenvolvem-se em fêmeas partenogenéticas.
Pela sua capacidade de resistência, os efípios são importantes estruturas de dispersão dos
cladóceros. Efípio leves e flutuantes, como nos Daphniidae, dispersam-se mais facilmente do
15
que os efípios pesados e que afundam, presentes nos Chydoridae e Macrothricidae (Frey, 1987a).
Alguns Macrothricidae têm efípios que prendem-se ao substrato (Fryer, 1972).
HABITAT
POLIMORFISMO E CICLOMORFOSE
Figura 8: Polimorfismo em Dapnhia laevis (a-c) e em Daphnia ambigua (d-f) (figuras modificadas de
Brooks, 1957)
18
A ciclomorfose parece estar relacionada à variação, durante o ano, das taxas de crescimento
diferencial (alometria) de algumas partes do corpo, tais como extremidade da cabeça, antenas ou
espinhos da carapaça (Lieder, 1982 e 1983b).
Entretanto, nem sempre a variação morfológica sazonal de uma população é devida a
uma ciclomorfose verdadeira, com variações nas taxas de alometria por parte dos indivíduos.
Tem-se verificado que, em muitos casos, tais variações devem-se a coexistência de variedades
ou clones diferentes e não intercruzantes, cujas densidades variam ao longo do ano (Kerfoot,
1975).
Nas regiões tropicais, o polimorfismo parece não ter um caráter muito cíclico, relacionando-
se à distribuição espacial diferenciada de grupos ou clones morfologicamente distintos (Zaret,
1972; Green, 1967). Estudando Daphnia lumholtzi, no Lago Albert, África, Green (1967) percebeu
que, no centro do lago, os indivíduos apresentavam-se, em sua maioria, sem elmo; ao contrário,
próximo às margens, predomina a forma com elmo.
Quando se consideram as causas do polimorfismo, sazonal ou espacial, deve levar-se em
conta as causas imediatas e as adaptativas. As causas imediatas são os fatores ambientais que
determinam quando e onde sofrer uma variação morfológica. A temperatura, a transparência da
água, a iluminação e a quantidade de alimento têm sido apontados como as principais causas
imediatas da ciclomorfose.
As causas adaptativas referem-se ao significado adaptativo da variação da forma.
Atualmente, tem-se considerado o polimorfismo, sazonal ou espacial, como uma resposta à
predação feita por peixes e por invertebrados (Brooks, 1965; Green, 1967; Dodson, 1974; Kerfoot,
1975).
No Brasil, a ciclomorfose em Cladocera foi estudada por Arcifa-Zago (1976) para Daphnia
gessneri e por Elmoor-Loureiro (1984, 1989) para Bosmina longirostris e Bosmina hagmanni.
COLETA E PRESERVAÇÃO
A coleta de espécies planctônicas é feita com rede de plâncton de malha fina (80 µm).
Para simples amostras qualitativas, pode-se fazer o arrasto horizontal ou vertical.
Espécies litorâneas podem ser coletadas com rede de plâncton, se a vegetação marginal
não for muito densa. Pode-se, também, coletar exemplares diretamente da vegetação submersa
ou flutuante: colhe-se plantas e água circundante e um recipiente grande; agita-se
vigorosamente as plantas na água, que depois é filtrada por rede de plâncton. Com freqüência,
estas amostras encontram-se repletas de pedaços de plantas ou matéria em decomposição,
necessitando os cladóceros serem separados sob lupa.
Organismos bentônicos podem ser coletados retirando-se uma fina camada do sedimento
do fundo e depois separados sob lupa. Um método muito simples, para águas rasas, é fazer a
sucção do sedimento com uma garrafa plástica, de bico fino (garrafas de soro fisiológico se
prestam bem para esta tarefa): aperte a garrafa com a mão, retirando o ar, antes de introduzi-la na
água; coloque-a na água, encoste o bico da garrafa no fundo e vá reduzindo vagarosamente a
pressão na garrafa, deixando-a sugar o sedimento.
A fixação das amostras, independente da forma de coleta, deve ser feita com formol a
4%.
19
A separação, sob lupa, dos cladóceros coletados entre a vegetação ou do fundo fica
facilitada se os animais tiverem sido corados anteriormente. Para tanto, após realizada a coleta,
antes da fixação, pingar algumas gotas de rosa de Bengala até que a água adquira uma coloração
rosa. Após aproximadamente uma hora, proceder a fixação com formol.
Lâminas permanentes podem ser confeccionadas com glicerina-gelatina, que é assim
preparada: deixar 7 g de gelatina pura em 42 ml de água destilada por duas horas; acrescentar 50
g de glicerina e 0,5 g de fenol e aquece em banho-maria durante 10 a 15 minutos sob movimentação
constante, e filtrar ainda quente através de algodão de vidro; colocar em pequenos frascos de
boca larga e deixar esfriar (Schaden, 1985).
Para montagem em glicerina-gelatina, os animais devem ser previamente incluídos em
glicerina: passar os animais a serem montados para uma pequena placa de Petri com formol 4%
+ glicerina 1%; deixar evaporar a água naturalmente, de modo que a concentração de glicerina
aumente gradualmente.
Após a inclusão em glicerina, colocar os animais sobre uma gota de glicerina-gelatina
aquecida (não fervida) e cobrir com lamínula. Deixar esfriar. Para maior durabilidade da
montagem, selá-la, passando esmalte incolor nos bordos da lamínula.
Para o estudo dos Chydoridae, que requerem a observação do escudo cefálico e das
patas, a separação destas partes é, usualmente, necessária. Megard (1965) descreve um método
químico para a desarticulação do exoesqueleto destes cladóceros. O método utiliza uma lâmina
de vidro, tolerante ao aquecimento, com uma depressão capaz de conter 1 ml, aproximadamente.
Coloca-se um exemplar nesta depressão e, sobre ele, verte-se 1 ml de HCl concentrado; levar a
lâmina à chama fraca de bico de bunsen e aquecê-la por alguns minutos, deixando o líquido
fumegar, mas não ferver. Retirar da chama, deixar esfriar um pouco e levar para observação, em
lupa, verificando se ainda subsiste algum protoplasma; caso contrário, aquecer o ácido mais uma
vez. Transferir o exemplar para o meio de montagem da lâmina e, com agulhas de dissecção
finas, separar as partes do exoesqueleto: escudo cefálico, carapaça, posabdômen e patas.
Preferencialmente, as agulhas devem ser de tungstênio, que não forma bolhas em contacto com
o ácido.
Outros métodos de coleta, preservação e montagem de lâminas são descritos por Schaden
(1985) para rotíferos, mas podem ser adequados para os cladóceros.
SISTEMÁTICA
(2) Antena da fêmea com um ramo, cilíndrico e com três setas terminais; cabeça
claramente delimitada; comprimento muito superior à largura (Figura 9) ..............
HOLOPEDIDAE
Antena da fêmea com dois ramos, achatados e com numerosas setas, terminais ou
laterais (Figura 11d); cabeça não claramente delimitada; comprimento pouco
excedendo a largura .................................................................................. SIDIDAE
(3) Fêmea com antênulas fixas, fundidas com o rostro (Fig. 23a) ......... BOSMINIDAE
Fêmea com antênulas livres, não fundidas com o rostro .......................................... (4)
(4) Rostro e fórnices unidos, como um capacete, recobrindo as antênulas; ramos das
antenas com 3 segmentos (Figura 71a) ........................................... CHYDORIDAE
Rostro e fórnices não unidos; ramos da antena com 3 ou 4 segmentos .................... (5)
(5) Antênulas da fêmea pequenas e imovelmente presas à cabeça (Figura 37b) ............
DAPHNIIDAE
Antênulas móveis e, na maioria das vezes, longas, nas fêmeas e nos machos ......... (6)
Cabeça grande, separada do corpo pelo sulco cervical. Olho composto grande, com
numerosas lentes; ocelo presente ou ausente. Antênula grande, móvel, com flagelo e 9
setas olfativas. Antena birreme, com ramos achatados e com numerosas setas; ramo dorsal
com setas laterais. Intestino simples, geralmente com um ceco mais ou menos distinto.
Macho em geral com flagelo longo na antênula, gancho no primeiro par de patas e
apêndices copulatórios no posabdômen (Figura 7b).
Uma recente revisão da Família Sididae foi elaborada por Korovchinsky (1992).
( 3) Antênula com setas olfativas laterais (Figuras 17a e 18) ....................... Pseudosida ( 4)
Antênula com setas olfativas terminais (Figura 16b) ................................................ ( 5)
( 7) Carapaça sem duplicadura, em geral com um gancho valvar (Figura 11b) ............... ( 8)
Carapaça com duplicadura, em geral com dois ganchos valvares (Figuras 13 e 14).. ( 9)
24
(10) Borda posterior-ventral com grupos de espinhos crescendo distalmente (Figura 15)
Diaphanosoma brevireme
Borda posterior-ventral com grupos de espinhos decrescendo distalmente (Figura
13b) ................................................................................ Diaphanosoma spinulosum
Figura 14: Diaphanosoma polyspina, a - fêmea, b - margens ventral e posterior da carapaça (de
Korovchinsky, 1992).
Figura 15: Diaphanosoma brevireme, a - fêmea, b - margem ventral- da carapaça (de Paggi, 1978).
32
Corpo curto e largo, freqüentemente oval ou arredondada. Valvas cobrindo todo o corpo e
o posabdômen. Ocelo ausente. Antênulas da fêmea imóveis e fixas à cabeça. Antênulas do macho
móveis. Sem processos abdominais. Intestino simples e sem cecos. Animais pequenos, pouco
excedendo 0,5 mm.
( 2) Garra terminal com dois pectens (Figura 23c); pelo sensorial, aproximadamente, à
meia distância entre o olho e a base das antênulas e poro cefálico lateral próximo à
margem da carapaça (Figura 23b) ....................................... Bosmina longirostris
Garra terminal com apenas um pecten proximal ((Figura 21c); pelo sensorial mais
próximo da base da antênula do que do olho e poro cefálico lateral distante da
margem da carapaça (Figura24b) .......................................................................... ( 3)
( 5) Razão entre altura da cabeça/altura da valva mais ou menos igual a 1 (Figura 25) .
Bosminopsis brandorffi
Razão entre altura da cabeça/altura da valva menor do que 1 ................................. ( 6)
Encontrada no AMAZONAS (Herbst, 1967), PARÁ (Stingelin, 1904b, 1904c; Deevey &
Deevey, 1971; Robertson, 1980), DISTRITO FEDERAL (Elmoor-Loureiro, 1988), GOIÁS
(Starling, 1992), MATO GROSSO (Green, 1972), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905;
Lansac-Tôha et al., 1993 e 1995), SÃO PAULO (Neumann-Leitão et al., 1991) e RIO GRANDE
DO SUL (Bohrer et al., 1988).
É provável que os registros de Bosmina chilensis no Amazonas (Brandorff, 1978; Hardy,
1980) sejam, de fato, de B. hagmanni, uma vez que estas espécies são muito parecidas e a
distribuição de B. chilensis restringe-se ao sul do continente sul-americano (Paggi, 1979).
Figura 21: Bosmina hagmanni, a - fêmea, b - vista dorsal da cabeça, com seta indicando o poro
cefálico anterior), c - posabdômen, d - mucro de jovem (b de Paggi, 1979).
Figura 22: Bosmina huaronensis, a - fêmea, b - vista dorsal da cabeça, com seta indicando o poro
cefálico anterior (de Paggi, 1979).
39
Cabeça proeminente, com antênulas longas, lembrando cigarros, atadas à margem ventral
da cabeça. Posabdômen com projeção pós-anal, com dentes penados e um dente bifurcado.
Garras terminais lisas ou com pecten proximal. Efípio com 1 ou 2 ovos. Macho com antênulas
longas e curvadas, modificadas para segurar a fêmea.
Fryer (1991), considerando especialmente a morfologia funcional das patas torácicas,
questiona a validade dos moinídeos como família, incluindo-os entre os Daphniidae.
( 2) Espinho bidentado do posabdômen com dois ramos iguais (Figura 29b) ................. ( 3)
Espinho bidentado do posabdômen com dois ramos desiguais (Figura 31c) ............ ( 4)
( 3) Rostro presente (Figura 30). Processo abdominal ausente .............. Moina rostrata
Rostro ausente. Processo abdominal presente (Figura 29b) ......... Moina reticulata
( 4) Primeiro par de patas sem seta anterior no penúltimo segmento (Fig. 32b) .............
Moina minuta
Primeiro par de patas com seta anterior no penúltimo segmento (Fig. 31b) .............
Moina micrura
seguidos distalmente por fileira de espículas; no lado ventral um espinho na base. Comprimento:
0,55 a 0,96 mm.
Macho com antênulas lisas, com 2 setas olfativas de tamanhos diferentes; 1° par de patas
semelhante à de M. micrura; comprimento: cerca de 0, 78 mm.
Presente no AMAZONAS (McNair, 1980; Brandorff et al., 1982) e PARÁ.
45
(3) Uma ou mais projeções como espinhos na cabeça, localizados no vértice, rostro ou
fórnices (Figuras 33a-b) .................................................... Ceriodaphnia cornuta
Projeções laterais nos fórnices largas, não formando uma ponta (Figura 39a) ..........
Ceriodaphnia silvestrii
( 4) Garra do posabdômen com pecten proximal de espículas fortes (Figura 38b) .......... ( 5)
Garra do posabdômen pectinada, mas com espículas finas (Figura 35b) .................. ( 6)
( 9) Comprimento total, sem o espinho, menor do que 1.0 mm. Espinho menor que 1/3
do comprimento total (Figuras 42a-b) .......................................... Daphnia ambigua
Comprimento total maior que 1.0 mm. Espinho maior do que 1/3 do comprimento
total (Figuras 40-41) ................................................................................................... (10)
(10) Segundo processo abdominal cerca de 1/10 do tamanho do primeiro (Figura 40b)
.......
Daphnia gessneri
Segundo processo abdominal cerca de 1/4 do tamanho do primeiro (Figura 41b) ...
Daphnia laevis
11) Ângulo posterior-ventral da valva arredondado (Figura 47a) ............. Simocephalus (13)
Ângulo posterior-ventral da valva em forma de espinho ou ponta (Figura 43a)
............ (12)
Scapholeberis
(12) Valva e cabeça com numerosas fileiras de espinhos. Rostro com 3 lobos, sendo o
mediano estreito e arredondado (Figuras 44a-b) ................. Scapholeberis spinifera
Valva e cabeça reticuladas, sem espinhos. Rostro com 3 lobos, sendo o mediano
largo e angular (Figuras 43a-b) .............................................. Scapholeberis armata
(14) Posabdômen com dois ângulos pré-anais marcados. Garra com pecten proximal
(Figura 45b) ..................................................................... Simocephalus acutirostris
Posabdômen com apenas um ângulo pré-anal marcado. Garra sem pecten proximal
(Figura 46b) ........................................................................ Simocephalus latirostris
(16) Com 12 ou 13 espinhos anais; ângulo dorsal-posterior pouco marcado (Figura 50)..
Simocephalus agua-brancai
Com 5 espinhos anais; ângulo dorsal-posterior acentuado, como um espinho
(Figura 51) .......................................................................... Simocephalus kerhervei
Posabdômen um pouco estreitado distalmente, com 9-12 espinhos anais e delicados tufos
de espículas laterais. Garra com pecten proximal de espículas finas. Com 0,86 a 0,88 mm.
Macho semelhante é fêmea, sendo menor. Flagelo da antênula com base inchada, tendo
forma de clava.
Registrada no RIO GRANDE DO SUL (Daday, 1902, em referência a espécimens de
Richard, 1897a), GOIÁS e DISTRITO FEDERAL.
conspícua, quando presente. Processos abdominais curtos e simples. Posabdômen robusto, largo,
com espinhos isolados na porção distal (os proximais podem ser agrupados); região pré-anal
dorsal com grupos de espículas. Garras com 5 ou 6 pectens; pectens externo e interno com 2-5
espículas mais fortes proximalmente.
Figura 37: Ceriodaphnia reticulata, a - fêmea, b - região anterior da cabeça (de Olivier, 1962).
Figura 38: Ceriodaphnia richardi, a - fêmea, b - posabdômen (de Olivier, 1962).
Figura 35: Ceriodaphnia silvestrii, a - fêmea, b - posabdômen.
60
Figura 43: Scapholeberis armata, a - fêmea, b - lobo mediano do rostro, c - região dorsal da margem
posterior da carapaça, d - região ventral da margem posterior (de Dumont & Pensaert, 1983).
Figura 44: Scapholeberis spinifera, a - lobo mediano do rostro, b - margem posterior da carapaça (de
Dumont & Pensaert, 1983).
62
Macho com canal deferente abrindo-se atrás da pata VI. Comprimento até 0,65 mm.
De acordo com Smirnov (1976), a subespécie encontrada na América do Sul é Ilyocryptus
sordidus sarsi Stingelin, 1913, que caracteriza-se por: espinhos laterais da região pós-anal do
posabdômen relativamente curtas (não muito maior do que os espinhos anais); parte proximal
do posabdômen sem espinhos laterais; ânus abre-se pouco antes da metade do lado dorsal do
posabdômen.
Encontrada em SÃO PAULO (Sars, 1901).
Figura 52: Ilyocryptus spinifer, a - região anterior, b - posabômen (de Sars, 1901).
Figura 53a-b: Ilyocryptus sordidus, a - fêmea, b - posabômen (de Sars, 1901).
Figura 53c: Ilyocryptus verrucosus, vista dorsal (de Daday, 1905).
67
Macho com duas cerdas sensoriais próximo à base das antênulas. Gancho longo e
delgado no 1° par de patas. Canal deferente abrindo-se junto à base das garras.
Esta espécie tem como sinônimos Macrothrix squamosa e Macrothrix goeldi (Dumont
& van de Velde, 1977; Smirnov, 1992). Com estes nomes foi encontrada no PARÁ (Robertson,
1980), RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995), PERNAMBUCO (Brehm & Thomsen,
1936; Brehm, 1937 e 1938; Schubart, 1938 e 1942) e SÃO PAULO (Sars, 1901).
Corpo oval, em vista lateral, sendo algumas vezes quase redondo. Valvas cobrindo o
posabdômen. Cabeça coberta pelo escudo cefálico, que pode, anteriormente, ser arredondado ou
formar um rostro pontiagudo; as margens laterais são chamadas fórnices, podendo alcançar ou
não o ápice do rostro; na porção posterior, com raras exceções, estão presentes os poros cefálicos,
cujo arranjo tem importância sistemática (Figuras 64-66).
Antenas curtas, com ramos 3-segmentados; endopodito com 3 e o exopodito com 3 a 5
setas. Antênulas móveis e não segmentadas. Labro geralmente com uma expansão (placa),
diferenciada entre as espécies. Ocelo presente. Intestino convoluto. Posabdômen com garras
terminais e, na fêmea, dentículos anais.
Estão presentes 5 ou 6 pares de patas (Figura 63), marcadamente diferenciadas, existindo
uma estrutura padrão. Cada pata consiste numa base, da qual partem um ramo interno (endito) e
um ramo externo (exopodito). Entre o basípodo e o endopodito encontra-se a gnatobase ou
processo da coxa. Ligado ao endopodito existe o epipodito, que situa-se lateral e posteriormente ao
exopodito.
Pata I com exopodito pequeno (com 1-2 setas) e endito tripartido. Endito da pata II com 8
setas fortes, sem setas finas; exopodito pequeno com 1-2 setas; gantobase com fileira de setas
plumosas. Patas III a V com grandes exopoditos com 4-9 setas; com pequenos enditos e gnatobase,
portadores grupos de setas plumosas. A pata VI, se presente, em forma de pequeno lobo e sem
epipodito. Para descrição mais detalhada, ver Smirnov (1974).
Machos menores do que as fêmeas, com antênulas grandes, um gancho no primeiro par de
patas e posabdômen modificado. Dentículos anais e espículas laterais reduzidas, se comparados
aos da fêmea.
Reconhecem-se quatro subfamílias:
EURYCERCINAE - seis pares de patas; exopodito da pata IV com 9 setas (Figura 64a). Um
único poro cefálico principal, situado próximo à margem posterior do escudo cefálico (Figura
64b); poros pequenos laterais e adjacentes ao principal.
SAYCIINAE - cinco pares de patas; exopodito da pata IV com 8 setas; sem poros cefálicos.
CHYDORINAE - cinco ou 6 pares de patas exopodito da pata IV com 7 setas (Figura 65a);.
Poros cefálicos na linha mediana da carapaça, sendo os principais, geralmente, isolados e com os
pequenos entre eles (Figuras 65b); em Dadaya e Ephemeroporus existe um único poro, mediano
e longe da margem posterior da carapaça (Figura 65c).
ALONINAE - cinco ou 6 pares de patas; exopodito da pata IV com 6 setas (Figura 66a). Poros
cefálicos principais, geralmente 2 ou 3 e na linha mediana da carapaça, são fundidos, isolados ou
separados e os poros pequenos laterais (Figuras 66b-c); se apenas um único poro, é encontrado
próximo da margem posterior da carapaça (Figura 66d); se os poros medianos estão ausentes, os
laterais estão próximos à linha mediana e têm forma de feijão (Figura 66e).
No Brasil, conhecem-se apenas registros das subfamílias Eurycercinae, Chydorinae e
Aloninae .
77
Figura 63: Patas da fêmea de Chydorus eurynotus, I - primeira pata direita, anterolateral, II - segunda
pata direita, lateral, III - terceira pata esquerda, visão pelo lado interno, IV - quarta pata direita, visão
pelo lado interno, V - quinta pata esquerda, visão pelo lado interno (de Smirnov, 1974).
78
Figura 64: Subfamlia Eurycercinae, Eurycercus. a - exopodito-pata IV, b - escudo cefálico (de Smirnov,
1974)
Figura 65: Subfamília Chydorinae. a - exopodito da pata IV de Disparalona (de Smirnov, 1974), b -
escudo cefálico de Chydorus sphaericus (de Frey, 1980), c - escudo cefálico de Dadaya macrops (de
Paggi, 1975)
Figura 66: Subfamília Aloninae. a - exopodito da pata IV de Biapertura (de Smirnov, 1974), b - escudo
cefálico de Alona (de Smirnov, 1974), c - escudo cefálico de Biapertura verrucosa (de Smirnov,
1984), d - escudo cefálico de Euryalona (de Rajapaksa & Fernando, 1987b), e - escudo cefálico de
Notalona (de Rajapaksa & Fernando, 1987a).
79
A evolução e a radiação adaptativa da família Chydoridae foi estudada por Fryer (1968).
A sistemática da família ainda carece de revisões, especialmente em relação às espécies
neotropicais. Frey (1987b) discute o cosmopolitismo entre os Chydoridae, afirmando ser esta
uma família de espécies muito endêmicas em função, particularmente, de seus ovos efipiais
pesados e não flutuantes. Alguns trabalhos recentes têm demonstrado que espécies consideradas
cosmopolitas, como por exemplo Chydorus faviformis, são um complexo de espécies próximas
(Frey, 1987a). Tudo isto leva-nos a sugerir muita cautela na identificação das espécies de
Chydoridae.
Esta família compreende apenas um gênero, Eurycercus Baird, 1843, o qual é descrito a
seguir.
Corpo oval, com escudo cefálico arredondado nas margens posterior e anterior. Poro
cefálico principal grande, arredondado, situado próximo à margem posterior do escudo cefálico,
com poros menores próximos a ele. Mandíbulas articuladas entre o escudo cefálico e as valvas.
Posabdômen largo, com ânus localizado na extremidade distal. Mais de 80 dentículos pré-anais.
Garras com dois espinhos basais. Seis pares de patas, sendo a pata VI com epipodito. Exopodito
das patas III e IV com 8 a 10 setas e o da pata V com 7 ou 8. Espécies grandes, com
comprimento entre 0,7 e 6,0 mm. Apresentam numerosos ovos.
Macho com ductos deferentes abrindo-se no lado ventral proximal do posabdômen.
( 4) Quilha do labro com um único dente (Figura 86b) .......... Ephemeroporus hybridus
Quilha do labro com quatro dentes distintos ou pares (Figura 85b) ..........................
Ephemeroporus barroisi
( 6) Margem posterior cerca de 1/3 da largura máxima (Figura 90a) ou se mais longa, o
posabdômen é longo e curvado). Distância do poro cefálico posterior até a margem
da carapaça ligeiramente maior do que a distância entre os poros ..............
Pleuroxus ( 7)
Margem posterior cerca de 1/2 da largura máxima (Figura 71a). Distância do poro
cefálico posterior até a margem da carapaça menor do que a distância entre os
poros ........................................................................................................................... ( 9)
81
( 7) Antênula com protuberância em sua base. Setas mais anteriores da margem ventral
da carapaça projetadas para dentro a partir da linha submarginal. Rostro alongado,
obtuso na extremidade. Dentículos anais pequenos e irregularmente distribuídos
(Figuras 88a-d) ................................................................. Pleuroxus aduncus grupo
Sem protuberância na base da antênula; setas mais anteriores da margem ventral da
carapaça relativamente curtas e projetadas para fora ............................................ ( 8)
(10) Quilha do labro convexa e lisa. Ângulo pré-anal pouco projetado (Figura 82a-b) ....
Disparalona acutirostris
Quilha do labro ondulada ou com um processo. Ângulo pré-anal muito projetado
(Figura 83a-b) ............................................................................ Disparalona dadayi
(11) Garra terminal com um espinho basal (Figura 71b) ................................................... (13)
Garra terminal com dois espinhos basais (Figuras 72 e 75) ....................................... (12)
(12) Primeiro par de patas com forte seta em gancho (Figura 75b) .... Alonella hamulata
Primeiro par de patas sem tal seta .............................................. Alonella granulata
(13) Rostro curvado para trás, excedendo as antênulas em cerca de metade do tamanho
delas (Figura 73a) ...................................................... Alonella clathratula
Rostro não curvado para trás, quase do mesmo tamanho das antênulas (Figura 71a) (14)
(14) Ângulo posterior-ventral da valva com 1 a 3 dentículos (Figuras 70a, 71a) ............. (15)
Ângulo posterior-ventral da valva sem dentículo (Figura 74a) .... Alonella lineolata
(15) Margem ventral da carapaça formando ângulo obtuso ao nível da largura máxima.
Ângulo posterior-ventral arredondado (Figura 71a) .................... Alonella dentifera
Margem ventral da carapaça não formando ângulo ao nível da largura máxima.
Ângulo posterior-ventral marcado (Figura 70a) ...................... Alonella brasiliensis
(16) Margem ventral da valva com dentículo e incisão (Figura 69) ............ Anchistropus
Única espécie no Brasil........................Anchistropus ominosus
Margem ventral da valva sem dentículo e incisão ..................................................... (17)
(17) Labro com processo em forma de placa (Figuras 84c, 83a) ....................................... (18)
Labro sem tal processo (Figura 81b) .............................................. Pseudochydorus
Única espécie .................Pseudochydorus globosus
82
(18) Forma esférica. Ânus no lado ventral funcional do posabdômen (Figura 78b) .........
Chydorus (19)
Forma alongada. Ânus no lado posterior funcional do posabdômen (Figura84a) .....
Dunhevedia
Única espécie no Brasil ...............Dunhevedia odontoplax
(19) Superfície da carapaça marcada com "favos de abelha" em relevo (Figura 78a) ......
Chydorus parvireticulatus
Superfície da carapaça sem "favos" em relevo .......................................................... (20)
(20) Fórmula setal da antena 1-1-3/0-0-3 (Figura 76b) .................... Chydorus eurynotus
Fórmula setal da antena 0-1-3/0-0-3 (Figura 77b) (21)
......................................................
(21) Ângulo posterior-ventral da carapaça com espinho (Figura 77a) Chydorus nitidulus
Ângulo posterior-ventral da carapaça sem espinho (Figura 80a) .............................. (22)
basal. Intestino enrolado (1,5 volta). Comprimento da fêmea cerca de 0,4 mm; macho em
torno de 0,35 mm.
Registrada no PARÁ (Robertson, 1980), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905), SÃO
PAULO (Sars, 1901; Bergamin, 1931, 1939b e 1941) e RIO GRANDE DO SUL (Montú &
Gloeden, 1986).
laterais ausentes. Garras com um pequeno espinho basal. Comprimento em torno de 0,31 mm.
Macho desconhecido.
Registrada em SÃO PAULO (Sars, 1901).
Labro bem desenvolvido, sem dentes, com extensão ventral variável. Garras com dois espinhos
basais, sendo o distal do tamanho da largura da base da garra e o proximal muito curto e delgado
(às vezes de difícil observação); flagelo sub-apical de tamanho variável no lado convexo da
garra. Comprimento, em geral, inferior a 0,5 mm.
Nos machos adultos a extremidade do rostro é arredondada ou truncada, com ângulos
arredondados, provida medianamente de duas pequenas espículas; na margem ventral da carapaça
as setas estão presentes sem falhas; posabdômen fortemente contraído na região anal, em geral
ligeiramente bulboso distalmente, com dentículos anais e espículas laterais presentes, mas
variáveis.
Registrada no AMAZONAS (Hardy, 1980), PERNAMBUCO (Schubart, 1942), MINAS
GERAIS (Santos, 1980), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1901), SÃO PAULO (Bergamin,
1931, 1939a e 1939b), SANTA CATARINA (Ihering, 1895 e Richard, 1897b, como Chydorus
leonardi) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).
Registrada em RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995) e SÃO PAULO (Sars, 1901,
como Chydorus poppei e Chydorus barroisi; Bergamin, 1931, 1939b e 1939c; Frey, 1982).
( 1) Gnatobase da pata III com 9 setas filtradoras (Figura 88b). Margem dorsal da
carapaça marcada, frisada. Margem posterior do escudo cefálico ponteaguda;
rostro mais longo do que o labro (Figura 88a) .................................. P. scopuliferus
Gnatobase da pata III com 8 setas filtradoras. Margem dorsal da carapaça
arredondada; Margem posterior do escudo cefálico arredondada; rostro mais curto
do que o labro (Figura 88c) ................................................................................... ( 2)
Segundo Frey (1993b), a grafia correta é scopuliferus e não scopulifer, como usado por Daday (1905).
94
(3) Rostro claramente menor do que o labro e projetado para baixo ou ligeiramente
para frente (Figura 88c). Margem dorsal da carapaça, em vista lateral, arredondada
ou ligeiramente côncava logo antes do ângulo posterior-dorsal; margem posterior
longa. Setas abdominais curtas. Posabdômen com margens pré-anal, anal e pós-
anal aproximadamente do mesmo tamanho (Figura 88d) ............... P. varidentatus
Rostro pouco menor do que o labro, curvado para trás. Margem dorsal da carapaça,
em vista lateral, acentuadamente côncava logo antes do ângulo posterior-dorsal;
margem posterior curta. Setas abdominais longas. Posabdômen com margens pré-
anal e anal aproximadamente do mesmo tamanho, mas mais curtas do que a pós-
anal .......................................................................... P. aduncus
Pleuroxus similis
(Figuras 90a-c)
Pertencente ao subgênero Picripleuroxus. Margem dorsal uniformemente convexa; margem
posterior reta; largura máxima 3,4 vezes maior do que a margem posterior. Carapaça sem marcas;
margem ventral com setas plumosas; ângulo posterior-ventral com 3-4 dentículos. Rostro
pontiagudo, alcançando a margem ventral da carapaça. Antênulas terminando longe da
extremidade do rostro.
Posabdômen ligeiramente afilado; ângulo dorsal-posterior situado ligeiramente posterior
à base das garras; ângulo pré-anal pouco agudo; com 14-16 dentículos anais. Garras terminais
com 2 espinhos basais. Comprimento cerca de 0,5 mm. Macho desconhecido.
Presente no RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).
95
Figura 76: Chydorus eurynotus. a - fêmea, b - antena, c - posabdômen (de Paggi, 1972).
Figura 77: Chydorus nitidulus. a - fêmea, b - antena, c - posabdômen (de Paggi, 1972).
Figura 78: Chydorus parvireticulatus. a - fêmea, b - posabdômen (de Frey, 1987b).
100
Figura 79: Chydorus pubescens. a - fêmea, b - região dos poros cefálicos, c - posabdômen (de Paggi,
1972).
Figura 80: Chydorus sphaericus. a - fêmea, b - posabdômen (de Frey, 1980).
Figura 81: Pseudochydorus globosus. a - fêmea, b - labro (de Smirnov, 1974).
101
Figura 85: Ephemeroporus barroisi. a - fêmea, b - labro (de Richard, 1894 in: Frey, 1982).
Figura 86: Ephemeroporus hybridus. a - fêmea, b - labro, c - posabdômen, d - ângulo posterior-ventral
da carapaça, e - escudo cefálico de jovem, f - escudo cefálico de adulto (de Frey, 1982).
Figura 87: Ephemeroporus tridentatus. a - fêmea, b - labro, c - posabdômen, (de Frey, 1982).
103
( 6) Quilha do labro com pelos. Dentículo anal distal muito maior do que os demais
(Figuras 122a-b) ............................................................................. Oxyurella ciliata
Quilha do labro sem pelos. Dois dentículos anais distais maiores, os três seguintes
menores e os demais decrescendo proximalmente (Figuras 123a-b) .......
Oxyurella longicaudis
( 7) Rostro alongado. Poros cefálicos com conexão larga (Figura 118c) .... Leydigiopsis ( 8)
Rostro não alongado. Poros cefálicos com conexão estreita (Fig. 66c) .. Biapertura (11)
106
( 8) Rostro não longo, igual ou pouco maior do que a antênula (Figura 115a) ................ ( 9)
Rostro longo, cerca de três vezes maior do que a antênula (Figura 116a) .................
Leydigiopsis curvirostris
( 9) Ocelo mesmo tamanho ou menor do que o olho. Quilha do labro lisa (Figura 115b) (10)
Ocelo maior do que o olho. Quilha do labro com dentículos (Figura 117a) .............
Leydigiopsis megalops
(10) Labro triangular, fortemente carenado (Figura 118b). Superfície da carapaça com 3
ou 4 fileiras de grânulos paralelas às margens ventral e posterior (Figura 118a) ...
Leydigiopsis ornata
Labro triangular, mas não carenado (Figura 115b). Superfície da carapaça sem
fileiras de grânulos (Figura 115a) ..................................... Leydigiopsis brevirostris
(16) Espinhos laterais muito longos (Figura 111) .............................................. Leydigia (17)
Espinhos laterais curtos (Figura 91b) ..................................................................... (20)
(17) Quilha do labro ondulada (Figura 112a), com grupos de setas nos processos .........
Leydigia ipojucae
Quilha do labro lisa, sem grupos de setas (Figura 113a) ........................................... (18)
(18) Espinhos laterais proximais do posabdômen isolados (Figuras 113b, 114b) ............. (19)
Espinhos laterais proximais do posabdômen em grupos (Fig. 111) Leydigia ciliata
107
(19) Posabdômen com cerca de 7 espinhos isolados; carapaça com linhas longitudinais
(Figuras 113a-b) ............................................................................ Leydigia propinqua
Posabdômen com 15 a 16 espinhos isolados; carapaça com linhas concêntricas
(Figuras 114a-b) .......................................................................... Leydigia schubarti
(21) Rostro longo, quase o dobro do comprimento da antênula (Figura 120a) .................
Kurzia longirotris
Rostro curto, quase do mesmo tamanho da antênula (Fig. 119a) ... Kurzia latissima
(23) Carapaça com acentuada quilha dorsal, não continuada na cabeça. Margem dorsal
do posabdômen com grupos de espículas (Figuras 124a, d) ................... Celsinotum
Única espécie no Brasil ............ Celsinotum laticaudatum
Carapaça sem quilha dorsal. Margem dorsal do posabdômen usualmente com
dentículos ......................................................................................................... Alona (24)
(25) Garra terminal com um espinho basal (Figura 93b) ................................................. (26)
Garra terminal com dois espinhos basais (Figura 91b) ............... Alona broanoensis
(26) Posabdômen com margem dorsal e distal arredondadas (Figuras 93b, 97, 99, 101b) (27)
Posabdômen com margem distal truncada (Figuras 92b, 94, 98) ............................. (32)
(28) Posabdômen com parte pós-anal longa (Figuras 97, 99) .......................................... (29)
Posabdômen com parte pós-anal curta (Figuras 96, 100, 101b) ............................... (30)
(29) Dentículos anais grandes, delgados e únicos (Figura 99) ...... Alona quadrangularis
Dentículos anais pequenos e acompanhados de um outro menor (Figura 97) ...........
Alona poppei
(30) Margem distal do posabdômen projetando-se (Figura 101b) .............. Alona rustica
Margem distal do posabdômen não projetando-se (Figura 100) ............................... (31)
108
(31) Ângulo posterior-ventral da carapaça com 1-3 dentículos (Figura 96b) ....................
Alona monacantha
Ângulo posterior-ventral da carapaça sem dentículos ou setas fortes .......................
Alona rectangula
(32) Em geral, com menos de 10 dentículos anais. Ângulo distal do posabdômen com
cerca de 60 graus (Figura 94b) ............................................................ Alona guttata
Em geral, com mais de 10 dentículos anais .............................................................. (33)
com incisões com setas; margem posterior com uma papila longa e setas; uma das setas terminais
é mais longa do que as demais. Antena com espinhos no primeiro e terceiro segmentos do
exopodito; endopodito com espinho longo no primeiro segmento, uma seta curta no segundo e
espinho no terceiro. Quilha do labro triangular, com margem anterior convexa e extremidade
não ponteaguda. Margem dorsal do posabdômen com grupos de 4-6 espículas muito pequenas (a
mais distal é mais longa); grupos de espículas laterais maiores do estes outros. Garra com um
espinho basal e espículas na parte proximal do lado côncavo, sendo a mais distal maior do que as
demais. Patas típicas do gênero. Comprimento até 0,9 mm.
Macho com antênulas alcançando a extremidade do rostro; margem anterior com flagelo
bi-segmentado. Posabdômen ligeiramente estreitado distalmente, com grupos de espículas laterais
menores do que nas fêmeas; canal deferente abrindo-se ventralmente, próximo à base das garras.
Comprimento até 0,58 mm.
Presente no AMAZONAS (Thomasson, 1953), SÃO PAULO (Barbosa & Matsumura-
Tundisi, 1984), RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986) e DISTRITO FEDERAL.
2 espinhos basais, sendo o proximal pequeno e o distal fino e longo, alcançando a metade da
garra. Comprimento cerca de 0,4 mm. Macho desconhecido.
Encontrada em SÃO PAULO (Matsumura-Tundisi & Smirnov, 1984).
Cinco pares de patas. Pata I com fileira transversa de sétulas no lado anterior do endito.
Pata II com exopodito pequeno, com uma seta. Endito da pata III bífido; exopodito com 7 setas,
a 6ª a mais longa. Pata IV com exopodito arredondado, com 6 setas pouco diferindo em tamanho,
sendo as 2 anteriores lisas e as demais plumosas. Pata V com exopodito grande, ligeiramente bífido
em algumas espécies.
Macho sem dentículos anais no posabdômen; vaso deferente abrindo-se ventralmente na
base das garras. Pata I com gancho e um tufo de setas oposto ao gancho.
seta a mais longa. Pata IV com exopodito arredondado, com 5 setas, sendo as 2 primeiras lisas.
Pata V com exopodito arredondado, sendo as 3 setas posteriores plumosas e uma seta anterior
fina, longa e não plumosa.
Macho com concavidade na metade anterior da margem ventral da carapaça. Posabdômen
com dentículos anais e espículas laterais; vaso deferende abrindo-se ventralmente, a certa distância
da base das garras. Comprimento cerca de 0,70 mm.
Encontrada no PARÁ (Robertson, 1980), RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995),
MATO GROSSO (Green, 1972), ALAGOAS (Schubart, 1942), PERNAMBUCO (Brehm,
1937, 1938; Schubart, 1942), SÃO PAULO (Sars, 1901 como Euryalona occidentalis; Bergamin,
1931, 1939b e 1941) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).
margem anterior ondulada e 5 grupos de setas. Posabdômen com várias fileiras de espículas no
lado ventral; lado dorsal com 8-9 espinhos longos acompanhados de espículas menores; seguem-
se mais de 20 grupos de espículas pequenas, sendo, em cada grupo, a distal maior do que as
demais. Garras com espinho basal muito pequeno e uma fileira de espículas crescentes na metade
anterior do lado côncavo. Macho desconhecido.
Presente em PERNAMBUCO (Brehm, 1938; Schubart, 1942).
dentículos pós-anais. Garras com espinho basal longo (1/3-1/4 do comprimento da garra) e espícula
proeminente (cerca de 1/2 do espinho basal) na metade da garra. Comprimento até 0.43 mm.
Macho desconhecido.
Encontrada em SÃO PAULO (Sars, 1901; Bergamin, 1941, como Alonella globulosa) e
PARÁ (Robertson, 1980, como A. globulosa).
Figura 91: Alona broanensis. a - fêmea, b - posabdômen, c - ramo da antena (de Matsumura-Tundisi &
Smirnov, 1984).
Figura 92: Alona cambouei. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
Figura 93: Alona davidi. a - fêmea, b - posabdômen (de Richard, 1897a).
127
Figura 108: Euryalona orientalis. a - fêmea, b - posabdômen, c - garra terminal (de Rajapaksa &
Fernando, 1987b).
Figura 109: Euryalona brasiliensis. a - fêmea, b - posabdômen (de Brehm & Thomsen, 1936).
Figura 110: Graptoleberis testudinaria. a - fêmea, b - posabdômen (de Smirnov, 1974).
132
Figura 115: Leydigiopsis brevirostris. a - fêmea, b - região anterior com labro, c - posabdômen (de
Valdivia Villar, 1984).
Figura 116: Leydigiopsis curvirostris. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
Figura 117: Leydigiopsis megalops. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
134
Figura 118: Leydigiopsis ornata. a - fêmea, b - labro, c - poros cefálicos (de Rey & Vasquez, 1986b).
Figura 119: Kurzia latissima. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
Figura 120: Kurzia longirostris. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
135
Figura 121: Notoalona sculpta. a - fêmea, b - posabdômen (de Rajapaksa & Fernando, 1987a).
Figura 122: Oxyurella ciliata. a - fêmea, b - posabdômen (a de Bergamin, 1931; b de Rey & Vasquez,
1986a).
Figura 123: Oxyurella longicaudis. a - fêmea, b - posabdômen (de Birge, 1910).
136
Figura 124: Celsinotum laticaudatum. a - fêmea, b - região anterior do corpo, c - margens ventral-
posterior e posterior da carapaça, d - posabdômen (de Smirnov & Santos-Silva, 1995).
137
incertae sedis
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Endito – lobo que se desenvolve no lado interno da coxa; nos cladóceros, ocorre nas patas.
Endopodito - ramo interno dos apêndices dos crustáceos; nos cladóceros, está presente nas
antenas..
Epipodito - projeção do basípodo das patas.
Escamosa - superfície com ondulações ou dentes (menores do que os de margem serreada) com
aparência de escamas.
Escudo cefálico - carapaça que recobre a cabeça dos Chydoridae, formada pela expansão e
fusão dos fórnices com o rostro.
Espículas - espinhos finos, mais longas do que a largura de sua base.
Espinho da carapaça - projeção em forma de espinho, localizada no ângulo posterior-dorsal da
carapaça.
Espinhos - mais finos e agudos do que os dentes, tendo a base muito menor do que a altura.
Espinhos anais - espinhos localizados no posabdômen. Nos Chydoridae, referem-se aos espinhos
no bordo da abertura anal; nos Sididae, designam os espinhos grandes do posabdômen,
usualmente laterais.
Espinhos basais - espinhos localizados na base das garras terminais do posabdômen.
Estriada - termo aplicado à superfície da carapaça marcada por estrias longitudinais.
Exopodito - ramo esterno dos apêndices dos crustáceos; nos cladóceros, pode referir-se às antenas
ou às patas.
Fêmeas efipiais - nome aplicado às fêmeas portadoras de efípio.
Fêmeas partenogenéticas - nome aplicado às fêmeas que se reproduzem por partenogênese.
Fêmeas sexuais - nome aplicado às fêmeas que se reproduzem sexualmente.
Flagelo da antena- porção terminal, mais longa do que as setas, das antênulas dos Sididae e
Holopedidae.
Flagelo do primeiro par de patas - porção terminal longa do primeiro par de patas dos machos
de cladóceros.
Fórmula de espinhos - - fórmula que expressa a quantidade e distribuição de espinhos nas
antenas; o numerador indica o número de espinhos nos segmentos do exopodito, partindo do
segmento mais basal para o mais distal; o denominador indica os espinhos do endopodito.
Fórmula setal ou antenal - fórmula que expressa a quantidade e distribuição das setas das
antenas; o numerador indica o número de setas nos segmentos do exopodito, partindo do
segmento mais basal para o mais distal; o denominador indica as setas do endopodito.
Fórnix, fórnices - friso da carapaça cefálica, acompanhando a inserção das antenas; pode estar
expandido lateralmente ou, fundido com o rostro, formando um escudo cefálico.
Fusiforme - dilatado na porção mediana e afilado nas extremidades.
Gancho valvar - ganchos encontrados no lado interno, junto à margem posterior da carapaça,
possivelmente, com função de unir as duas valvas.
Garras terminais - garras localizadas na extremidade do posabdômen.
Globosa - globular, esférica.
149
Gnatobase - superfície mediana e com espículas do segmento basal das patas, correspondente
ao endito.
Labro - processo ou projeção da cabeça anterior à boca; pode desenvolver uma quilha ou placa
mediana.
Margem anal - bordo da abertura anal.
Margem pós-anal - borda dorsal do posabdômen localizada depois da abertura anal.
Marginal - cerda ou espinho localizado na margem, em geral da carapaça.
Membrana denticulada - membrana com dentículos, presente no lado interno da borda posterior
da carapaça de Scapholeberis, em continuidade à margem interna da dobra ventral da
carapaça.
Membrana hialina - membrana presente no lado externo da borda posterior da carapaça de
Scapholeberis, em continuidade à margem externa da dobra ventral da carapaça ou inserida
diretamente na base do mucro.
Mucro - espinho localizado no ângulo posterior-ventral da carapaça.
Obtuso - que não é agudo, não terminando em ponta; rombudo, arredondado.
Ocelo - equivalente ao olho da fase larval (olho de náuplio) dos crustáceos, mantido em muitos
adultos de cladócero.
Olho - correspondente à fusão do par de olhos compostos típicos dos crustáceos.
Ovos partenogenéticos - ovos produzidos por partenogênese.
Ovos sexuais - ovos produzidos por fecundação do óvulo, após a cópula.
Pecten - espinhos ou espículas dispostos em fileira, como um pente.
Pectinada - com espículas em forma de pente.
Placa ou Quilha do labro - expansão ou crista, marcando ou acentuando a margem do labro.
Ponteaguda - terminando em ponta.
Pontilhada - termo aplicado à superfície da carapaça marcada por pontos.
Porção supra-ocular - porção da cabeça, anterior ao olho.
Poro cefálico - poro localizado no escudo cefálico, geralmente associado à aberturas de ductos
glandulares.
Posabdômen - porção alongada, correspondente ao último segmento abdominal (pigídio), onde
se localiza a abertura anal.
Processos abdominais - expansões lobosas, delgadas ou largas, curtas ou longas, localizadas
no lado dorsal do abdômen, próximo ao posabdômen, com função de fechar a câmara de
incubação, evitando a perda de ovos.
Projeção pós-anal - projeção cônica do posabdômen, localizada após a abertura anal, encontrada
nos Moinidae.
Proximal - parte de qualquer estrutura, mais perto em relação ao corpo ou à fixação do apêndice
ao corpo.
Quilha dorsal - crista marcando ou acentuando a margem dorsal da carapaça e/ou da cabeça.
150
Acroperus 100
Acroperus harpae 100, 122
Alona 101
Alona broanensis 101, 118
Alona cambouei 102, 118
Alona davidi 102, 118
Alona glabra ( A. cambouei) 102
Alona guttata 103, 119
Alona iheringi ( A. rustica) 105
Alona incredibilis 103, 119
Alona monacantha 103,119
Alona mülleri ( Biapertura karua) 107
Alona parva (= Birgeia travassosi) 129, 130
Alona poppei 104, 119
Alona pulchella 104,120
Alona quadrangularis 104, 120
Alona rectangula 105, 120
Alona rustica 105, 120
Alonella 74
Alonella brasiliensis 75, 89
Alonella clathratula 75, 89
Alonella dentifera 75, 89
Alonella excisa (= A.. clathratula) 75
Alonella granulata 76, 89
Alonella hamulata 76, 90
Alonella lineolata 76, 90
Alonella nitidula (= Chydorus nitidulus) 78
Anchistropus 77
Anchistropus ominosus 77, 88
Biapertura 105
Biapertura affinis 106, 121
Biapertura intermedia 106, 121
Biapertura karua 107, 121
Biapertura verrucosa 107, 121
Birgeia 129
Birgeia travassosi 129, 130
Bosmina 27
Bosmina chilensis (= B. hagmanni) 28
Bosmina hagmanni 27, 30
Bosmina huaronensis 28, 30
Bosmina longirostris 27, 31
Bosmina tubicen 28, 31
Bosminopsis 28
Bosminopsis brandorffi 29, 32
Bosminopsis deitersi 29, 32
Bosminopsis negrensis 29, 32
152
Camptocercus 108
Camptocercus australis (= Camptocercus sp) 108
Camptocercus dadayi 108, 122
Camptocercus rectirostris (= Camtocercus sp) 108
Celsinotum 109
Celsinotum laticaudatum 109, 128
Ceriodaphnia 42
Ceriodaphnia cornuta 42, 50
Ceriodaphnia dubia (= C. richardi) 43
Ceriodaphnia laticaudata 42, 50
Ceriodaphnia pulchella 42, 50
Ceriodaphnia quadrangula 42, 50
Ceriodaphnia reticulata 43, 51
Ceriodaphnia richardi 43, 51
Ceriodaphnia silvestrii 43, 51
Chydorus 77
Chydorus barroisi ( Ephemeroporus barroisi) 83
Chydorus ciliatus ( C. pubescens) 79
Chydorus eurynotus 69, 78, 91
Chydorus faviformis ( C. parvireticulatus) 79
Chydorus flavescens ( C. eurynotus) 78
Chydorus leonardi ( C. sphaericus) 80
Chydorus nitidulus 78, 91
Chydorus nomeralis ( C. eurynotus) 78
Chydorus parvireticulatus 79, 91
Chydorus poppei (=Ephemeroporus tridentatus) 83
Chydorus pubescens 79, 92
Chydorus sphaericus 70, 79, 92
Dadaya 80
Dadaya macrops 80, 88
Dadaya ocellata ( D. macrops) 80
Daphnia 44
Daphnia ambigua 44, 52
Daphnia gessneri 45, 52
Daphnia laevis 45, 52
Diaphanosoma 16
Diaphanosoma birgei 16, 21
Diaphanosoma brachyurum (= D. birgei) 16
Diaphanosoma brevireme 17, 23
Diaphanosoma fluviatile 17, 22
Diaphanosoma neotropicum ( D. brevireme) 17
Diaphanosoma polyspina 17, 23
Diaphanosoma sarsi (= D. spinulosum) 18
Diaphanosoma spinulosum 18, 22
Disparalona 81
Disparalona acutirostris 81, 93
Disparalona dadayi 81, 93
Dunhevedia 82
Dunhevedia odontoplax 82, 93
153
Ephemeroporus 82
Ephemeroporus barroisi 83, 85
Ephemeroporus hybridus 83, 85
Ephemeroporus tridentatus 83, 85
Euryalona 110
Euryalona brasiliensis 110, 123
Euryalona occidentalis ( E. orientalis) 111
Euryalona orientalis 110, 123
Eurycercus 71
Eurycercus lamellatus 71, 67
Graptoleberis 111
Graptoleberis testudinaria 111, 123
Grimaldina 60
Grimaldina brazzai 60, 65
Holopedium 14
Holopedium amazonicum 14, 21
Iheringula paulensis ( Macrothrix paulensis) 62
Ilyocryptus 56
Ilyocryptus longiremis ( I. spinifer) 57
Ilyocryptus sordidus 56, 58
Ilyocryptus spinifer 57, 58
Ilyocryptus tetraspinatus ( I. spinifer) 57
Ilyocryptus verrucosus 57, 58
Kurzia 112
Kurzia latissima 112, 126
Kurzia longirostris 112, 126
Latonopsis 18
Latonopsis australis 18, 24
Latonopsis breviremis ( L. australis) 18
Latonosis fasciculata ( Sarsilatona serricauda) 20
Latonopsis occidentalis ( L. australis) 18
Leydigia 113
Leydigia ciliata 113, 124
Leydigia ipojucae 113, 124
Leydigia propinqua 114, 124
Leydigia schubarti 114, 124
Leydigiopsis 114
Leydigiopsis brevirostris 115, 125
Leydigiopsis curvirostris 115, 125
Leydigiopsis megalops 115, 125
Leydigiopsis ornata 116, 126
Macrothrix 61
Macrothrix goeldi ( M. spinosa) 63
Macrothrix elegans ( M. triserialis) 63
Macrothrix laticornis 61, 66
Macrothrix mira 61, 67
Macrothrix paulensis 62, 67
Macrothrix sioli 62, 65
Macrothrix spinosa 62, 66
154