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Manual de Identificação de Cladóceros


Límnicos do Brasil

Book · January 1997

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1 author:

Lourdes Maria Abdu El-moor Loureiro


Universidade Católica de Brasília
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MANUAL DE
IDENTIFICAÇÃO DE
CLADÓCEROS LÍMNICOS
DO BRASIL

Lourdes M. A. Elmoor -Loureiro

EDITORA UNIVERSA
Universidade Católica de Brasília
– 1997 –
MANUAL DE
IDENTIFICAÇÃO DE
CLADÓCEROS LÍMNICOS
DO BRASIL
PREFÁCIO

Há quase vinte anos, quando iniciei meus estudos sobre os cladóceros, quem quer que se
dispusesse a esta tarefa encontraria uma limitação: a bibliografia. O que se dispunha eram dois
tradicionais catálogos sobre a fauna límnica norte-americana: The Fresh-water Invertebrates
of the United States, de R. Pennak (1978) e Fresh Water Biology, de J. L. Brooks (1959).
Muito úteis para a compreensão das características gerais dos diversos grupos de animais
habitantes das água continentais, estes trabalhos pouco informam sobre a fauna própria do
Brasil. Para um iniciante pouco avisado, a consulta das chaves de identificação poderia
induzir a diversos erros.

A literatura relativa à fauna de cladóceros brasileiros era escassa, antiga e muito dispersa
em periódicos publicados em vários países e línguas. O levantamento e coleta desta
bibliografia demandava muito tempo.

No presente, o quadro não se mostra muito diferente. Ainda que se considerem a maior
agilidade na busca da literatura e a recente publicação de artigos sobre os cladóceros da
América do Sul e do Brasil, aquele que quiser iniciar-se neste campo de estudo, ainda
encontra muitos obstáculos.

O que se expôs não é exclusivo para os cladóceros. Muitos grupos de animais,


particularmente os límnicos, não estão devidamente estudados e documentados no Brasil.

A vivência destas dificuldades alimentou o desejo de modificar este panorama, através


da produção de um texto, em português, de introdução ao estudo dos cladóceros. A exemplo
dos já citados manuais norte-americanos, este trabalho deveria conter as características gerais
dos cladóceros, servindo de texto de iniciação. Ao mesmo tempo, seria a compilação do
conhecimento sobre os cladóceros encontrados no Brasil, apresentando uma lista das espécies,
com diagnoses, figuras e chaves de identificação.

É este o trabalho ora apresentado. Não se trata de um levantamento exaustivo da fauna


brasileira de cladóceros. Ao contrário, é uma revisão bibliográfica a que se acrescentaram
dados de campo. Diversas áreas do país não estão representadas, já que não existem pesquisas
publicadas sobre os cladóceros destas regiões. É o caso, por exemplo, dos Estados do Amapá
e Ceará. Mesmo para algumas regiões, as referências são de um ou dois pontos isolados.

Assim, não se pode pensar no presente manual como um ponto de chegada. O que
espero é que seja um ponto de partida para a intensificação das pesquisas sobre os cladóceros
em nosso país. Estes futuros trabalhos, sem dúvida, devem gerar um novo panorama de
distribuição de espécies e a descrição de novos taxa.
Este manual não teria sido feito sem a colaboração de diversas pessoas. A começar pelo
Dr. Reimar Schaden, a quem agradeço pela orientação, fornecimento de bibliografia e
estímulo no começo dos meus trabalhos com os cladóceros; em especial, sou grata por ter me
convidado, quase convocado, a elaborar este texto, como parte da série Manual de
Invertebrados Límnicos do Brasil, por ele editada e publicada pelo CNPq. As muitas
mudanças políticas enfrentadas por este órgão levaram, infelizmente, à interrupção desta
publicação.

Não posso deixar de agradecer à Universidade Católica de Brasília pelo apoio e suporte
financeiro, sem os quais este projeto não teria se viabilizado.

Agradeço, também, aos colegas que me enviaram cópias de diversos artigos utilizados
neste trabalho, em especial a J. W. Reid, D. G. Frey (in memoriam), C. H. Fernando e J. C.
Paggi.

Do mesmo modo, sou grata aos colegas Ricardo Motta Pinto Coelho e Sueli Maria
Gomes pela leitura e pelas valiosas críticas e sugestões a este manual.

Meus agradecimentos a Ana Cristina Soares Linhares e a Eliane Alves de Paula e Silva,
pela colaboração na confecção de parte das figuras.

A Jaqueline Monteiro Rodrigues, Lilian Cristina Brito Santana, Luciana Jansen Melo
Afonso e Renata Dario El-moor, agradeço pela leitura e comentários sobre a parte introdutória
deste manual, que ajudaram a torná-lo mais compreensível aos estudantes de graduação.

Lourdes M. A. El-moor Loureiro

Brasília, maio de 1997


SUMÀRIO

Prefácio

Características Gerais....................................................................................................... 9
Reprodução e Desenvolvimento........................................................................................ 14
Habitat................................................................................................................................ 16
Polimorfismo e Ciclomorfose............................................................................................ 16
Coleta e Preservação ......................................................................................................... 18
Sistemática.......................................................................................................................... 19
Chave para as Famílias de Cladocera.............................................................................. 21
Família Holopedidae - Holopedium................................................................................... 22
Família Sididae - chave de identificação............................................................................ 23
Diagnoses – Diaphanosoma............................................................................................ 24
Latonopsis.................................................................................................... 26
Pseudosida................................................................................................... 27
Sarsilatona................................................................................................... 27
Sida.............................................................................................................. 28
Família Bosminidae - chave de identificação.................................................................... 34
Diagnoses - Bosmina....................................................................................................... 35
Bosminopsis................................................................................................. 36
Família Moinidae - chave de identificação........................................................................ 41
Diagnoses - Moinodaphnia............................................................................................. 41
Moina........................................................................................................... 42
Família Daphniidae - chave de identificação..................................................................... 48
Diagnoses - Ceriodaphnia............................................................................................... 50
Daphnia....................................................................................................... 52
Scapholeberis............................................................................................... 53
Simocephalus............................................................................................... 55
Família Ilyocryptidae - chave de identificação................................................................. 64
Diagnoses - Ilyocryptus................................................................................................... 64
Família Marothricidae - chave de identificação................................................................... 67
Diagnoses - Grimaldina.................................................................................................. 68
Macrothrix................................................................................................... 69
Streblocerus................................................................................................. 72
Família Chydoridae........................................................................................................... 76
Subfamília Eurycercinae - Eurycercus..................................................................... 79
Subfamília Chydorinae - chave de identificação.......................................................... 80
Diagnoses - Alonella............................................................................................... 82
Anchistropus....................................................................................... 85
Chydorus............................................................................................. 85
Dadaya............................................................................................... 88
Disparalona........................................................................................ 89
Dunhevedia......................................................................................... 90
Ephemeroporus................................................................................... 90
Pleuroxus............................................................................................ 92
Pseudochydorus.................................................................................. 95
Subfamília Aloninae - chave de identificação............................................................... 105
Diagnoses - Acroperus............................................................................................ 108
Alona................................................................................................... 109
Biapertura........................................................................................... 113
Camptocercus..................................................................................... 116
Celsinotum.......................................................................................... 117
Euryalona........................................................................................... 118
Graptoleberis...................................................................................... 119
Kurzia................................................................................................. 120
Leydigia.............................................................................................. 121
Leydigiopsis........................................................................................ 122
Notoalona........................................................................................... 124
Oxyurella............................................................................................ 125
Incertae sedis Birgeia travassosi................................................................................ 137
Referências Bibliográficas................................................................................................. 139
Glossário............................................................................................................................. 147
Lista de Gêneros e Espécies Citadas................................................................................ 151
9

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Os Cladocera são pequenos crustáceos da Classe Branchiopoda, tendo, na sua maioria,


tamanho entre 0,2 e 3,0 mm (o gênero Leptodora, não registrado no Brasil, tem entre 7,0 e 18,0
mm de comprimento).
O corpo não é claramente segmentado, sendo recoberto por uma carapaça única, de
aparência bivalve e que se abre ventralmente (Figura 1). A grande variedade de formas e
detalhes da carapaça ou valvas, sem dúvida, a parte mais facilmente observável, fornece
muitos elementos de caracterização das espécies.
A superfície da carapaça pode ser lisa ou marcada por linhas, retículos, pontos ou
tubérculos (Figuras 106, 33a, 116a, 81a e 53c, respectivamente). Nas margens ventral e posterior
são comuns espinhos e cerdas marginais e/ou submarginais. Os ângulos posteriores – ângulos
posterior-ventral (ínfero-posterior) e posterior-dorsal (supero-posterior) – podem ser bem
marcados ou arredondados; podem, ainda, ter espinhos, dentes ou projeções. Nos Sididae, a
margem ventral da carapaça pode ser dobrada para dentro, sendo esta aba conhecida como
duplicadura (Figura 14b). Junto à margem posterior, próximo ao ângulo dorsal, podem ser
encontrados os ganchos valvares, em número de 1 ou 2 de cada lado (Figuras 11b e 13c).
A cabeça, algumas vezes, é separada do resto do corpo por uma depressão, o sulco cervical
(Figura 1). Na cabeça, distinguem-se claramente o olho composto e o ocelo. A parte da cabeça
em frente ao olho composto é chamada de vértice. O eixo da cabeça pode ser contínuo ao corpo,
caso em que dizemos que a cabeça é estendida (como em Moina, Figura 28); se o eixo for
dobrado em relação ao corpo, dizemos que a cabeça é curvada (como em Ceriodaphnia, Figuras
33 a 39). Em geral, a carapaça não recobre a cabeça; nos membros da família Chydoridae,
contudo, a cabeça é recoberta por uma espécie de capacete ou escudo (Figura 67). A carapaça
mais forte e a existência do escudo cefálico nos Chydoridae são, claramente, adaptações ao
modo de vida bentônico (Fryer, 1968).
O olho composto é formado por lentes hialinas e pigmentos granulares, podendo
movimentar-se com auxílio de 3 fortes músculos. O tamanho do olho é variável, sendo uma das
características diferenciais entre espécies. Com exceção de Monospilus (outro gênero não
registrado no Brasil), o olho está sempre presente.
Com freqüência, também é encontrado um olho simples ou ocelo. Em geral, seu tamanho
é menor do que o olho (Figuras 37 e 69), mas em Dadaya (Figura 68a) e Leydigia (Figuras 112a
e 113a) o ocelo pode ser do mesmo tamanho ou maior do que o olho. O ocelo encontra-se
ausente, por exemplo, em Diaphanosoma e em algumas espécies de Daphnia.
As primeiras antenas, chamadas também de antênulas, inserem-se no lado ventral da
cabeça, sendo, em geral, pequenas, não segmentadas, com muitas cerdas olfativas e, em alguns
casos, com pêlos sensoriais laterais. Nos Bosminidae, as antênulas das fêmeas são grandes, fixas
à cabeça e, portanto, não móveis (Figuras 21 a 27). No gênero Ilyocryptus, as antênulas têm dois
segmentos (Figuras 52 e 53).
As segundas antenas, chamadas simplesmente de antenas, são grandes e inserem-se
lateralmente. Seus movimentos vigorosos produzem saltos, que se constituem o principal meio
de locomoção dos cladóceros. Em razão desta natação em saltos, estes animais são também
chamados de “pulgas d'água”.
10

Figura 1: Estrutura externa dos cladóceros (Moina). A1 - antênula, A2 - antena, Ca - cabeça, Co -


coração, Cp - carapaça, CI - câmara de incubação, i - intestino, Pa - patas, Po - posabdômen, PA -
processo abdominal, O - olho, Ov - ovo, SC - sulco cervidal, SN - setas natatórias.
11

Figura 2: Segunda antena de Moina micrura. B - basípodo, En - endopodito, Ex - exopodito, e - espinho,


s - setas.

Cada antena apresenta um segmento basal robusto, chamado basípodo, e dois ramos
segmentados: o ramo dorsal ou exopodito e o ramo ventral ou endopodito (Figura 2). Nos ramos
encontram-se setas plumosas e espinhos, cujo número e disposição são significativos na
caracterização das espécies. Para indicar as setas ou espinhos da antena usam-se, em geral,
fórmulas. Tomando Moina micrura como exemplo (Figura 2), a fórmula setal é 0-0-1-3/1-1-3; o
numerador indica o número de setas nos quatro segmentos do exopodito, partindo do 1°
segmento; o denominador indica as setas do endopodito. Para os espinhos, utiliza-se fórmula
semelhante; ainda para M. micrura, a fórmula de espinhos é 0-1-0-1/0-0-1.
Dorsal à inserção das antenas, é comum existir um friso da carapaça cefálica, conhecido
como fórnix (Figura 3a). Em algumas espécies de Ceriodaphnia, os fórnices podem projetar-se
lateralmente (Figura 3b-d).
Em frente às antênulas, existe, freqüentemente, uma espécie de bico, chamado rostro
(Figuras 40a e 45a). Nos Chydoridae, o rostro expande-se e une-se aos fórnices, formando um
escudo que recobre as antênulas (Figura 64 e seguintes).
As peças bucais estão situadas próximas à junção da cabeça com o corpo. Partindo da
extremidade anterior, encontram-se as seguintes peças bucais: o labro mediano, um par de
mandíbulas fortes e denteadas, um par de pequenas maxilas e um único lábio mediano. O labro
pode ter uma quilha bem desenvolvida, com ou sem dentículos (Figuras 85b e 107b).
O corpo estende-se livremente dentro da carapaça. Dorsalmente, entre o corpo e a carapaça,
forma-se uma câmara, utilizada para o desenvolvimento dos ovos (Figura 1). Tal cavidade é
conhecida como câmara de incubação, sendo fechada posteriormente pelos processos
abdominais, em número de 1 a 4 (Figuras 1 e 40b); os processos abdominais podem ser rudimentares
ou mesmo ausentes.
Constitui-se o corpo de tórax e abdômen; no tórax encontram-se as patas. O pigídio, ou
último segmento abdominal, é chamado de posabdômen (Figura 1), cuja função principal parece
ser a limpeza das patas. Nas espécies habitantes do fundo, o posabdômen pode ser um auxiliar
12

da locomoção. O posabdômen é móvel e, freqüentemente, encontra-se dobrado para frente, de


modo que o lado dorsal pode parecer posterior ou mesmo ventral. No lado dorsal são encontrados
espinhos em arranjos diversos: formando fileiras de espinhos isolados ou em feixes; podem
dispor-se em fileiras marginais e/ou laterais (Figura 4). A sua morfologia é variável e de grande
interesse taxonômico (ver, por exemplo, as Figuras 11c, 23, 31d, 41b, 52b, 54b e 107b).

Na extremidade posterior do posabdômen, existe um par de garras terminais (Figura 4).


Seu lado côncavo pode ser liso, com fileira de diversos espinhos pequenos (garra denticulada -
Figura 32c) ou com fileiras de espículas finas (chamadas de pecten ou pente; a garra é, então,
dita pectinada - Figura 40b). Na base da garra pode existir 1, 2 ou 3 espinhos basais.

São encontrados 4 a 6 pares de patas, localizados ventralmente no tórax (Figura 1). As


patas são lobadas, em forma de folhas e com numerosos pelos. Nos Polyphemidae e
Leptodoridae (não encontrados em águas continentais brasileiras) as patas não são achatadas,
mas subcilíndricas. As patas apresentam basípodo, endito e exopodito. A estrutura das patas tem
grande valor taxonômico nos Chydoridae e serão descritas adiante, ao tratar-se desta
família (Figura 63).

As patas são responsáveis por criar uma corrente contínua de água através das valvas, a
qual traz partículas de alimento e oxigênio; as partículas de alimento são filtradas pelas cerdas
das patas (Infante, 1988). O alimento é constituído, especialmente, por algas, protozoários, detritos
orgânicos e bactérias. A distância entre as cerdas das patas condiciona o tipo de alimento filtrado,
de sorte que espécies com maior distância entre as cerdas podem capturar apenas algas; já aquelas
com cerdas mais próximas podem capturar, também, partículas pequenas, como as bactérias
(Geller & Müller, 1981; Brendelberger, 1991). Ao que parece, os cladóceros que crescem em
ambientes com baixa concentração de partículas alimentares podem reduzir a distância entre as
cerdas, aumentando a eficiência de filtração (Lampert & Brendelberger, 1996).

Após filtradas pelas cerdas, as partículas alimentares são recolhidas em um sulco ventral
mediano e misturadas à secreção de uma glândula que se abre na base do quarto par de patas; o
alimento é, então, empurrado em direção à boca, através de complicados movimentos das patas
(Infante, 1988). Próximo à boca, o alimento é misturado à secreção mucosa do labro; massas de
secreção e alimento são trituradas pelas mandíbulas e, depois, ingeridas.

Os Sididae, Daphnidae, Bosminidae e Moinidae alimentam-se por filtração de partículas


da água, enquanto que os Polyphemidae e Leptodoridae são predadores (Hutchinson, 1967). A
maioria dos Chydoridae, Macrothricidae e Ilyocryptidae, por outro lado, está adaptada à coleta
de partículas da superfície do fundo e de plantas submersas (Fryer 1968 e 1974).

O trato digestivo é pouco especializado, formado por um tubo que corre através do corpo
(Figura 1). Na região da cabeça, o estreito esôfago se abre no estômago, não distinto do intestino
tubular. O intestino evidencia-se quando preenchido de alimento. Na sua porção final, acha-se
um reto pouco especializado. Em geral, o intestino é simples, mas em alguns grupos o tubo
digestivo dá voltas, sendo chamado de convoluto ou enrolado (Figuras 55 e 99). Na porção
anterior do intestino, são comuns 1 ou 2 cecos digestivos.

Em animais vivos, a rápida pulsação do coração permite sua fácil identificação. É um saco
oval ou alongado, localizado dorsalmente na cabeça (Figura 1).
13

As trocas gasosas são generalizadas por toda a superfície do corpo, mas ocorrem de modo
especial na superfície interna da carapaça e nas patas.
Na extremidade anterior da carapaça existe uma glândula irregular, lobada e de difícil
percepção. Trata-se da glândula da carapaça ou das maxilas, tendo função de excreção e
osmorregulação.
O sistema nervoso é composto de um cérebro localizado dorsalmente ao esôfago, um
cordão nervoso ventral duplo, nervos pareados e poucos gânglios.

Figura 3: Fórnices, indicados pelas setas, em diferentes espécies. a - Simocephalus serrulatus, com
fórnix não expandido; b - Ceriodaphnia cornuta, vista lateral, com fórnices expandidos e pontiagudos; c
- C. cornuta, vista dorsal; d - Ceriodaphnia silvestrii, com fórnices largos e expandidos.

Figura 4: Posabdômen (Chydoridae). G - garra terminal, MD - margem dorsal, MV - margem ventral, a - ânus,
ap - ângulo pré-anal, dm - dentículos marginais, eb - espinho basal, el - espículas laterais, sn - setas natatórias.
14

REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Os machos são, em geral, menores do que as fêmeas. São, ainda, distintos destas por
apresentarem um gancho no primeiro par de patas (Figura 6d), pelas antênulas aumentadas
(Figuras 6b e 7a) e pelo posabdômen modificado. Em algumas espécies, estão presentes
apêndices copulatórios (Figura 7b).
A literatura registra alguns casos de indivíduos verdadeiramente hermafroditas e de
ginadromorfismo, isto é, indivíduos (machos ou fêmeas) com caracteres, em grau variável, do
outro sexo (Frey, 1965b; Rocha et al., 1988).
Apenas nos indivíduos sexualmente maduros pode-se distinguir as gônadas. Os ovários
são alongados e localizados na porção torácica do corpo, laterais ou um pouco ventrais ao
intestino. Os ovidutos são muito delicados e só visíveis na passagem dos ovos. Os testículos são
pequenos e continuados pelos ductos deferentes, laterais ao intestino. As aberturas dos ductos ou
gonóporos, podem localizar-se próximo à base das garras (Figura 6c) ou ao ânus, ou na
extremidade de apêndices copulatórios.
Durante a maior parte do tempo, as populações de cladóceros são constituídas apenas
por fêmeas, que se reproduzem por partenogênese. O surgimento da reprodução sexuada ocorre
quando o ambiente torna-se desfavorável (falta de alimento, seca do corpo d'água,
congelamento...). Tais modificações do ambiente, induzem a produção de alguns ovos
partenogenéticos que darão origem a machos e a fêmeas sexuais.
Em grandes corpos d'água ou em lugares onde as condições são mais constantes (como
nas zonas tropicais), a reprodução pode manter-se assexuada por todo o ano.
Na reprodução assexuada, ovos diplóides são depositados na câmara de incubação, onde
sofrem rápida segmentação. Cerca de dois dias depois, jovens de 1° estágio (instar) são liberados
para o ambiente com forma semelhante a do adulto (apenas em Leptodora são conhecidas larvas
livres, tipo nauplius). Entre o último estágio jovem e o primeiro adulto existe um breve instar
adolescente. O número e a duração dos estágios é muito variável, especialmente nos adultos,
sendo influenciados pela espécie e pela temperatura do ambiente.
Na muda do estágio adolescente para o 1° instar adulto, ocorre a primeira postura de
ovos, que são depositados na câmara de incubação. A cada instar, são liberados os jovens e nova
ninhada é colocada na câmara de incubação.
O número de ovos por postura varia de 1 a 40, estando relacionado a espécie e a fatores
ambientais, como quantidade de alimento, temperatura, oxigênio dissolvido, densidade da
população (Green, 1956). O tamanho e número dos ovos, o tamanho da fêmea e o tempo para
alcançar a maturidade são fortemente influenciados pela predação (Lynch, 1980; Spitze, K. 199;
Engelmayer, A. 1995).
Nas fêmeas sexuais, a parede da carapaça se torna mais espessa e escura, fechando-se ao
redor do ovo ou ovos fertilizados. A carapaça modificada é chamada de efípio (Figuras 5 e 6a), o
qual, juntamente com o ovo, é separado do corpo na muda subseqüente. O número de ovos por
efípio é de 1, 2 ou vários (cladóceros anomópodos primitivos têm número elevado de ovos).
Devido ao efípio, as fêmeas sexuais também são chamadas de fêmeas efipiais.
Os ovos dos efípios podem ser considerados ovos de resistência, constituindo-se uma
adaptação às condições adversas do ambiente. Quando as condições tornam-se novamente
favoráveis, os ovos efipiais desenvolvem-se em fêmeas partenogenéticas.
Pela sua capacidade de resistência, os efípios são importantes estruturas de dispersão dos
cladóceros. Efípio leves e flutuantes, como nos Daphniidae, dispersam-se mais facilmente do
15

que os efípios pesados e que afundam, presentes nos Chydoridae e Macrothricidae (Frey, 1987a).
Alguns Macrothricidae têm efípios que prendem-se ao substrato (Fryer, 1972).

Figuras 5: Efípio de Ceriodaphnia cornuta.


Figuras 6a-d: Bosmina hagmanni. 6a - fêmea sexual ou efipial, 6b - região anterior do macho, 6c -
posabdômen do macho (pg - poro genital), 6d - pata I do macho (g - gancho).
Figura 7a-b: Diaphanosoma birgei, macho. 7a - região anterior, 7b - posabdômen, com apêndices
copulatórios (AC). Comparar com a fêmea (Figuras 11a-d).
16

HABITAT

Os Cladocera formam um grupo tipicamente límnico, embora existam algumas espécies


marinhas, pertencentes aos gêneros Penilia, Evadne e Podon.
Nas água continentais, habitam diversos tipos de ambientes. Não poucas são as espécies
pertencentes ao plâncton lacustre. Elas são, em geral, encontradas em maior abundância do que
as formas litorais; contudo, existe menor diversidade de espécies nas águas abertas. As espécies
dos gêneros Daphnia, Ceriodaphnia, Bosmina, Bosminopsis, Holopedium e Diaphanosoma são
tipicamente habitantes do plâncton.
A grande maioria das espécies pode ser encontrada entre a vegetação na margem de
lagos e rios. Dentre estes habitantes da zona litoral, os mais destacados são os membros das
famílias Chydoridae e Macrothricidae. Os Chydoridae são, essencialmente, frequentadores da
vegetação e habitantes do fundo; embora tenham capacidade de natação, não são planctônicos
(Fryer, 1968). Do mesmo modo, os membros da família Macrothricidae são frequentadores do
fundo, apresentando notáveis adaptações morfológicas a este hábito de vida (Fryer, 1974).
As espécies de Ilyocryptus (família Ilyocryptidae) também são bentônicos, preferindo
fundo lodoso, com material orgânico floculado; neste substrato eles vivem e podem penetrar até
alguns centímetros (Fryer, 1974).
Também são habitantes da zona litoral, algumas espécies da família Sididae, como Sida
crystallina e Latonopsis australis.
Os cladóceros podem ser encontrados, também em poças temporárias. No Brasil, quase
nada se conhece sobre os cladóceros destes ambientes. Numa poça na região do Distrito Federal,
observou-se que a população de cladóceros era formada apenas por Ceriodaphnia cornuta.
Os campos úmidos de encosta da região central do Brasil constituem-se um outro tipo de
habitat para os Cladocera. Reid (1984) registra Alona rustica em um campo úmido do Distrito
Federal.
Na realidade, muito pouco se conhece sobre os hábitos de vida das espécies de
cladóceros presentes no Brasil, sendo este um campo aberto para a investigação.
Quando se trata da distribuição dos cladóceros, convém levar em conta a migração
vertical diária apresentada por muitas espécies planctônicas. Estas espécies tendem a permanecer
em regiões mais profundas dos lagos durante o dia, migrando para a superfície à noite. Existem
muitas evidências de que este comportamento seja uma estratégia para evitar a predação visual,
feita por peixes (ver, por exemplo, Loose & Dawidowicz, 1994).

POLIMORFISMO E CICLOMORFOSE

Algumas espécies de cladóceros exibem grande variação em sua forma. Este


polimorfismo pode estar relacionado à idade do animal ou à influência externa de predadores ou
de fatores ambientais. Estas causas, usualmente, se sobrepõe.
Em Bosmina hagmanni e Bosmina tubicen, por exemplo, as formas jovens apresentam o
espinho da carapaça (mucro) mais longo e curvo do que os animais adultos (Figuras 21 e 24).
Verificou-se, contudo, para Bosmina hagmanni, que a amplitude destas variações entre jovens e
17

adultos está relacionada a condições de temperatura e transparência da água (Elmoor-Loureiro,


1984).
O polimorfismo em algumas espécies de cladóceros planctônicos pode apresentar um
padrão sazonal, em que gerações com formas diversas se sucedem ao longo do ano. A este
polimosfismo sazonal chamamos de ciclomorfose (Hutchinson, 1967).
Em Daphnia, a ciclomorfose evidencia-se pelo alongamento da cabeça numa ponta,
conhecida como elmo (Figura 8), e pelo crescimento do espinho da carapaça. Em Ceriodaphnia
cornuta o polimorfismo é demonstrado pelo desenvolvimento de espinhos no vértice da cabeça
ou nos fórnices, além do espinho no rostro (Figuras 33a-b). Nas espécies de Bosmina, as
variações morfológicas devem-se ao aumento do comprimento do mucro e das antênulas.

Figura 8: Polimorfismo em Dapnhia laevis (a-c) e em Daphnia ambigua (d-f) (figuras modificadas de
Brooks, 1957)
18

A ciclomorfose parece estar relacionada à variação, durante o ano, das taxas de crescimento
diferencial (alometria) de algumas partes do corpo, tais como extremidade da cabeça, antenas ou
espinhos da carapaça (Lieder, 1982 e 1983b).
Entretanto, nem sempre a variação morfológica sazonal de uma população é devida a
uma ciclomorfose verdadeira, com variações nas taxas de alometria por parte dos indivíduos.
Tem-se verificado que, em muitos casos, tais variações devem-se a coexistência de variedades
ou clones diferentes e não intercruzantes, cujas densidades variam ao longo do ano (Kerfoot,
1975).
Nas regiões tropicais, o polimorfismo parece não ter um caráter muito cíclico, relacionando-
se à distribuição espacial diferenciada de grupos ou clones morfologicamente distintos (Zaret,
1972; Green, 1967). Estudando Daphnia lumholtzi, no Lago Albert, África, Green (1967) percebeu
que, no centro do lago, os indivíduos apresentavam-se, em sua maioria, sem elmo; ao contrário,
próximo às margens, predomina a forma com elmo.
Quando se consideram as causas do polimorfismo, sazonal ou espacial, deve levar-se em
conta as causas imediatas e as adaptativas. As causas imediatas são os fatores ambientais que
determinam quando e onde sofrer uma variação morfológica. A temperatura, a transparência da
água, a iluminação e a quantidade de alimento têm sido apontados como as principais causas
imediatas da ciclomorfose.
As causas adaptativas referem-se ao significado adaptativo da variação da forma.
Atualmente, tem-se considerado o polimorfismo, sazonal ou espacial, como uma resposta à
predação feita por peixes e por invertebrados (Brooks, 1965; Green, 1967; Dodson, 1974; Kerfoot,
1975).
No Brasil, a ciclomorfose em Cladocera foi estudada por Arcifa-Zago (1976) para Daphnia
gessneri e por Elmoor-Loureiro (1984, 1989) para Bosmina longirostris e Bosmina hagmanni.

COLETA E PRESERVAÇÃO

A coleta de espécies planctônicas é feita com rede de plâncton de malha fina (80 µm).
Para simples amostras qualitativas, pode-se fazer o arrasto horizontal ou vertical.
Espécies litorâneas podem ser coletadas com rede de plâncton, se a vegetação marginal
não for muito densa. Pode-se, também, coletar exemplares diretamente da vegetação submersa
ou flutuante: colhe-se plantas e água circundante e um recipiente grande; agita-se
vigorosamente as plantas na água, que depois é filtrada por rede de plâncton. Com freqüência,
estas amostras encontram-se repletas de pedaços de plantas ou matéria em decomposição,
necessitando os cladóceros serem separados sob lupa.
Organismos bentônicos podem ser coletados retirando-se uma fina camada do sedimento
do fundo e depois separados sob lupa. Um método muito simples, para águas rasas, é fazer a
sucção do sedimento com uma garrafa plástica, de bico fino (garrafas de soro fisiológico se
prestam bem para esta tarefa): aperte a garrafa com a mão, retirando o ar, antes de introduzi-la na
água; coloque-a na água, encoste o bico da garrafa no fundo e vá reduzindo vagarosamente a
pressão na garrafa, deixando-a sugar o sedimento.
A fixação das amostras, independente da forma de coleta, deve ser feita com formol a
4%.
19

A separação, sob lupa, dos cladóceros coletados entre a vegetação ou do fundo fica
facilitada se os animais tiverem sido corados anteriormente. Para tanto, após realizada a coleta,
antes da fixação, pingar algumas gotas de rosa de Bengala até que a água adquira uma coloração
rosa. Após aproximadamente uma hora, proceder a fixação com formol.
Lâminas permanentes podem ser confeccionadas com glicerina-gelatina, que é assim
preparada: deixar 7 g de gelatina pura em 42 ml de água destilada por duas horas; acrescentar 50
g de glicerina e 0,5 g de fenol e aquece em banho-maria durante 10 a 15 minutos sob movimentação
constante, e filtrar ainda quente através de algodão de vidro; colocar em pequenos frascos de
boca larga e deixar esfriar (Schaden, 1985).
Para montagem em glicerina-gelatina, os animais devem ser previamente incluídos em
glicerina: passar os animais a serem montados para uma pequena placa de Petri com formol 4%
+ glicerina 1%; deixar evaporar a água naturalmente, de modo que a concentração de glicerina
aumente gradualmente.
Após a inclusão em glicerina, colocar os animais sobre uma gota de glicerina-gelatina
aquecida (não fervida) e cobrir com lamínula. Deixar esfriar. Para maior durabilidade da
montagem, selá-la, passando esmalte incolor nos bordos da lamínula.
Para o estudo dos Chydoridae, que requerem a observação do escudo cefálico e das
patas, a separação destas partes é, usualmente, necessária. Megard (1965) descreve um método
químico para a desarticulação do exoesqueleto destes cladóceros. O método utiliza uma lâmina
de vidro, tolerante ao aquecimento, com uma depressão capaz de conter 1 ml, aproximadamente.
Coloca-se um exemplar nesta depressão e, sobre ele, verte-se 1 ml de HCl concentrado; levar a
lâmina à chama fraca de bico de bunsen e aquecê-la por alguns minutos, deixando o líquido
fumegar, mas não ferver. Retirar da chama, deixar esfriar um pouco e levar para observação, em
lupa, verificando se ainda subsiste algum protoplasma; caso contrário, aquecer o ácido mais uma
vez. Transferir o exemplar para o meio de montagem da lâmina e, com agulhas de dissecção
finas, separar as partes do exoesqueleto: escudo cefálico, carapaça, posabdômen e patas.
Preferencialmente, as agulhas devem ser de tungstênio, que não forma bolhas em contacto com
o ácido.
Outros métodos de coleta, preservação e montagem de lâminas são descritos por Schaden
(1985) para rotíferos, mas podem ser adequados para os cladóceros.

SISTEMÁTICA

Os Cladocera são, tradicionalmente, reunidos em quatro grupos, caracterizados por Sars:


CTENOPODA, ANOMOPODA, HAPLOPODA e ONYCHOPODA.
Estes quatro grupos são morfologicamente distintos entre si e Fryer (1987a) discutiu as
relações filogenéticas entre eles, questionando a validade de Cladocera como um grupo
monofilético. Em trabalho posterior, Fryer (1987b) propõe a subdivisão de Cladocera em quatro
ordens. Deste modo, o termo Cladocera deixa de ter status taxonômico, embora que seu uso seja,
às vezes, ser conveniente.
Ainda que exista certa dúvida sobre a validade das famílias Moinidae e Ilyocryptidae
(Fryer, 1995), podemos apresentar o seguinte esquema para classificação dos cladóceros:
20

Ordem HAPLOPODA Sars, 1865


Família LEPTODORIDAE Lilljeborg
Ordem CTENOPODA Sars
Família HOLOPEDIDAE Sars, 1865
Família SIDIDAE Baird, 1850
Ordem ANOMOPODA Sars, 1865
Família DAPHNIIDAE (Straus, 1820)
Família MOINIDAE Goulden, 1968
Família BOSMINIDAE Sars, 1865
Família MACROTHRICIDAE Norman & Brady, 1867
Família ILYOCRYPTIDAE Smirnov, 1992
Família CHYDORIDAE Stebbing, 1902
Ordem ONYCOPODA Sars, 1865
Família POLYPHEMIDAE Baird

Neste trabalho, serão apresentadas 114 espécies de cladóceros já registradas em águas


continentais brasileiras, todas pertencentes às ordens Ctenopoda e Anomopoda. Dentre estas
espécies, 82 foram listadas anteriormente por Green (1981) como parte da fauna sul-americana.
A presente relação de espécies não pode ser considerada conclusiva. Ao contrário, trata-
se de uma lista preliminar, baseada, sobretudo, em levantamento bibliográfico. Extensas áreas
do país não estão representadas, uma vez que não há trabalhos sobre os cladóceros aí existentes.
É provável que dados de coletas mais intensas alterem o panorama de distribuição das espécies
de cladóceros no Brasil, inclusive com a inclusão de espécies típicas da fauna sul-americana
ainda não registradas no país.
No que se refere à taxonomia das espécies registradas no Brasil, ainda existem muitos
pontos duvidosos. Recentemente, muito se tem questionado a validade de algumas sinonímias e
mesmo do cosmopolitismo de algumas espécies. Novos taxa têm sido criados e, em conseqüência,
espécies estão sendo transferidas de gênero ou mesmo de família. A taxonomia dos cladóceros,
especialmente os de regiões tropicais como o Brasil, é, ainda, um campo vasto de investigação.
No texto que se segue, questionamentos sobre pontos específicos de taxonomia estão indicados.
21

CHAVE PARA AS FAMÍLIAS DE CLADOCERA

(1) Seis pares de patas foliáceas .......................................... ORDEM CTENOPODA (2)

Quatro ou cinco pares de patas, o primeiro e o segundo preênseis e os demais


foliáceos ....................................................................... ORDEM ANOMOPODA (3)

(2) Antena da fêmea com um ramo, cilíndrico e com três setas terminais; cabeça
claramente delimitada; comprimento muito superior à largura (Figura 9) ..............
HOLOPEDIDAE

Antena da fêmea com dois ramos, achatados e com numerosas setas, terminais ou
laterais (Figura 11d); cabeça não claramente delimitada; comprimento pouco
excedendo a largura .................................................................................. SIDIDAE

(3) Fêmea com antênulas fixas, fundidas com o rostro (Fig. 23a) ......... BOSMINIDAE

Fêmea com antênulas livres, não fundidas com o rostro .......................................... (4)

(4) Rostro e fórnices unidos, como um capacete, recobrindo as antênulas; ramos das
antenas com 3 segmentos (Figura 71a) ........................................... CHYDORIDAE

Rostro e fórnices não unidos; ramos da antena com 3 ou 4 segmentos .................... (5)

(5) Antênulas da fêmea pequenas e imovelmente presas à cabeça (Figura 37b) ............
DAPHNIIDAE

Antênulas móveis e, na maioria das vezes, longas, nas fêmeas e nos machos ......... (6)

(6) Antênulas bi-segentadas (Figuras 52 e 53a) ............................... ILYOCRYPTIDAE

Antênula com um segmento ...................................................................................... (7)

(7) Antênulas atadas à margem ventral-anterior da cabeça; posabdômen com porção


pós-anal não cônica (Figuras 56 e 62) .................................. MACROTHRICIDAE

Antênulas atadas à margem ventral-posterior da cabeça; posabdômen com porção


pós-anal cônica (Figuras 29a-b e 31b) .................................................. MOINIDAE
22

FAMÍLIA HOLOPEDIDAE Sars, 1865

Animal incluso ou não em envoltório gelatinoso e transparente. Cabeça e corpo não


separados pelo sulco cervical. Margem dorsal da carapaça muito convexa. Olho e ocelo pequenos.
Antênula pequena, fixa e sem flagelo. Antena da fêmea unirreme, cilíndrica, longa, bi-segmentada
e com apenas 3 setas terminais. Antena do macho birreme. Posabdômen grande e curvado, com
espinhos anais grandes e grupos de espículas finas. Setas abdominais longas e localizadas em
projeção cônica. Garras terminais grandes, curvadas e denticuladas. Intestino simples, com dois
cecos. Saco branquial do 2° ao 5° par de patas. Nada de costas. Um único gênero descrito,
Holopedium Zaddach, 1855.

Holopedium amazonicum Stingelin 1904


(Figura 9)
É a única espécie conhecida no Brasil. Pode não apresentar o envoltório gelatinoso.
Tem a carapaça quitinosa e com a margem ventral lisa. Cabeça com cerca de 1/3 do
comprimento total. Posabdômen não muito longo, cerca de 1/4 do comprimento do corpo,
com 7 ou 8 espinhos anais seguidos de 3 ou 4 espículas pequenas. Garras sem espinho
basal. Comprimento 0,70-0,75 mm. Macho desconhecido.
Encontrado no AMAZONAS (Thomasson, 1955; Marlier, 1967; Hardy, 1980; Brandorff
et al., 1982; Korovchinsky, 1992), MATO GROSSO (Green, 1972) e PARÁ (Stingelin,
1904a e 1904c).
23

FAMÍLIA SIDIDAE, Baird 1850


(Figuras 10 a 20)

Cabeça grande, separada do corpo pelo sulco cervical. Olho composto grande, com
numerosas lentes; ocelo presente ou ausente. Antênula grande, móvel, com flagelo e 9
setas olfativas. Antena birreme, com ramos achatados e com numerosas setas; ramo dorsal
com setas laterais. Intestino simples, geralmente com um ceco mais ou menos distinto.
Macho em geral com flagelo longo na antênula, gancho no primeiro par de patas e
apêndices copulatórios no posabdômen (Figura 7b).
Uma recente revisão da Família Sididae foi elaborada por Korovchinsky (1992).

Chave para as espécies de Sididae no Brasil

( 1) Ramo ventral da antena 2-segmentado (Figura 10) ........................................... Sida


única espécie ............................. Sida crystallina
Ramo ventral da antena 3-segmentado (Figura 11a, d) .............................................. ( 2)

( 2) Posabdômen com espinhos anais (Figura 17b) ....................................................... ( 3)


Posabdômen sem espinhos anais (Figura 11c) ................................ Diaphanosoma ( 7)

( 3) Antênula com setas olfativas laterais (Figuras 17a e 18) ....................... Pseudosida ( 4)
Antênula com setas olfativas terminais (Figura 16b) ................................................ ( 5)

( 4) Setas olfativas em projeção acentuada (Figura 18) ................... Pseudosida ramosa


Setas olfativas não em projeção acentuada (Figura 17a) ....... Pseudosida bidentata

( 5) Posabdômen com espinhos anais solitários (Figura 16c); margem ventral da


carapaça com setas longas (Figura 16a) .................................................. Latonopsis
única espécie no Brasil ....................... Latonopsis australis
Posabdômen com espinhos anais em grupos (Figura 19d); margem ventral da
carapaça com setas curtas ou dentículos ................................................ Sarsilatona ( 6)

( 6) Margem ventral da carapaça com dentículos; posabdômen com grandes


protuberâncias dorsais (Figura 19d); espinhos do 1° segmento do ramo dorsal da
antena de tamanhos diferentes (Figura 19a) ....................... Sarsilatona serricauda
Margem ventral da carapaça com setas setas finas e curtas; posabdômen com
pequenas protuberâncias dorsais (Figura 20b); espinhos do 1° segmento do ramo
dorsal da antena de tamanhos semelhantes (Figura 20a) ........ Sarsilatona behningi

( 7) Carapaça sem duplicadura, em geral com um gancho valvar (Figura 11b) ............... ( 8)
Carapaça com duplicadura, em geral com dois ganchos valvares (Figuras 13 e 14).. ( 9)
24

( 8) Margem ventral-posterior e posterior da carapaça com espículas não diferenciadas


(Figura 12b) ....................................................................... Diaphanosoma fluviatile
Margem ventral-posterior da carapaça com espinhos grossos intercalados com
espículas finas; margem posterior com espículas finas (Fig. 11b) ...........................
Diaphanosoma birgei

( 9) Espinhos da borda posterior-ventral da carapaça mais ou menos do mesmo


tamanho (Figura 14b) ....................................................... Diaphanosoma polyspina
Espinhos da borda posterior-ventral de diferentes tamanhos .................................... (10)

(10) Borda posterior-ventral com grupos de espinhos crescendo distalmente (Figura 15)
Diaphanosoma brevireme
Borda posterior-ventral com grupos de espinhos decrescendo distalmente (Figura
13b) ................................................................................ Diaphanosoma spinulosum

DIAPHANOSOMA Fischer 1850


(Figuras 11 a 15)
Não apresenta rostro, fórnices ou ocelo. Antênula pequena, truncada, com setas olfativas
terminais e com flagelo delgado. Antena com ramo dorsal bi-segmentado e o ventral com 3
segmentos. Posabdômen sem espinhos anais, mas freqüentemente com espículas finas. Garras
terminais com 3 espinhos basais. Macho característico da família.

Diaphanosoma birgei Korineck 1981


(Figuras 11a-d)
Cabeça com porção supra-ocular bem desenvolvida. Antenas longas, alcançando a margem
posterior da valva; espinho da extremidade do 1° ramo dorsal grande e forte; espinho do 2° ramo
ventral maior ou igual ao do 3°. Valvas sem duplicadura e com um gancho valvar; margem
ventral com 6-11 setas, espículas finas e uma seta. Comprimento das fêmeas ovígeras entre 0,7 e
1,1 mm.
Macho com lado interno do gancho do 1° par de pata denteado; órgãos copulatórios
tubulares e alcançando a extremidade das garras.
Com freqüência é confundida com Diaphanosoma brachyurum (Liéven, 1848). Esta
espécie caracteriza-se pelo não desenvolvimento da região supra-ocular, pelo espinho do 1°
ramo dorsal da antena fino e curto ("scale-like") e pelos apêndices copulatórios enlargados
distalmente e curvados para baixo. Segundo Korínek (1981) D. brachyurum é uma espécie de
distribuição holártica, enquanto que D. birgei é encontrada nas Américas. Por tais motivos,
questiona-se os registros brasileiros de D. brachyurum (Elmoor-Loureiro, 1990a), que, no presente
trabalho são atribuídas a D. birgei.
Korovchinsky (1992), por outro lado, acredita que os registros de D. brachyurum e D.
birgei na América do Sul devam pertencer a uma nova espécie, ainda não descrita.
25

Encontrada no AMAZONAS (Korínek, 1981), DISTRITO FEDERAL (Elmoor-Loureiro,


1990a), MATO GROSSO DO SUL (Lansac-Tôha et al., 1993 e 1995), BAHIA, GOIÁS, MINAS
GERAIS e RIO GRANDE DO SUL. Como D. brachyurum, sua presença foi assinalada no
AMAZONAS (Thomasson, 1955; Herbst, 1967), MATO GROSSO (Green, 1972), MINAS
GERAIS (Santos, 1980; Silva & Pinto-Coelho, 1986; Freire & Pinto-Coelho, 1986), SÃO PAULO
(Barbosa & Matsumura-Tundisi, 1984), RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).

Diaphanosoma brevireme Sars 1901


(Figuras 15a-b)
Olho preenchendo a porção anterior da cabeça nos adultos. Valvas com duplicadura e dois
ganchos valvares. Margem posterior da valva com grupos de espículas crescendo distalmente.
Espinho apical do 2° segmento menor do que o do 3°. Comprimento da fêmea adulta entre 0,75
e 1,04 mm.
Macho com apêndices copulatórios tubulares, truncados e pouco excedendo a base das
garras. Comprimento entre 0,7 e 0,85 mm.
Considera-se D. neotropicum Brehm & Thomsen 1936 como sinônimo de D. brevireme
(Paggi 1978; Korovchinsky, 1992).
Encontrada no ACRE (Sendacz & Melo Costa, 1991), PERNAMBUCO (Brehm &
Thomsen, 1936; Schubart 1938 e 1942), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905), SÃO PAULO
(Sars, 1901; Arcifa, 1984), RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986) e BAHIA.

Diaphanosoma fluviatile Hansen 1899


(Figura 12a-b)
Cabeça mais ou menos quadrada. Valvas com duplicadura, geralmente com um gancho
valvar e sem armadura diferenciada nas margens ventral e posterior da valva; espículas
submarginais em fileira. Espinho apical do 2° ramo ventral menor do que o do 3°. Garra terminal
com fileira de espículas no lado ventral. Comprimento: 0,78-0,92 mm.
Macho com apêndices copulatórios excedendo o comprimento da garra, enlargados na
porção mediana e com o ápice espatulado. Comprimento: 0,66-0,75 mm.
Encontrada no AMAZONAS (Brandorff & Andrade, 1978), RIO GRANDE DO SUL
(Montú & Gloeden, 1986) e PARÁ .

Diaphanosoma polyspina Korovchinsky 1982


(Figuras 14a-b)
Valva com duplicadura e dois ganchos valvares. Margem ventral e posterior da valva
com numerosas espículas pequenas e mais ou menos iguais. Antena curta, quase alcançando a
margem posterior da duplicadura. Segundo segmento do ramo distal com 7 setas, inclusive no
adulto. Comprimento entre 0,56 e 0,87 mm. Macho desconhecido.
Encontrado no AMAZONAS (Korovchinsky, 1982 e 1992) e PARÁ .
26

Diaphanosoma spinulosum Herbst, 1967


(Figuras 13a-d)
Cabeça grande e quadrangular. Valvas com duplicadura e dois ganchos valvares. Margem
ventral e posterior com grupos de espículas decrescendo distalmente; próximo aos ganchos
valvares, a margem apresenta ondulações. Antena alcança aproximadamente a margem posterior
da valva; espinho no 2° segmento do ramo ventral mais ou menos igual ao do 3°. Comprimento
das fêmeas ovígeras: 0,79-1,2 mm.
Macho com antena dotada de flagelo longo, alcançando cerca da metade do corpo;
apêndices copulatórios truncados e pouco excedendo a base das garras. Comprimento cerca de
0,66 mm.
Os registros sul-americanos de D. sarsi são, na realidade, de D. spinulosum (Paggi, 1978;
Korovchinsky, 1992)
Encontrado no ACRE (Sendacz & Melo Costa, 1991), AMAZONAS (Hardy, 1980);
PARÁ (Robertson, 1980), PIAUÍ (Spandl, 1926), PERNAMBUCO (Neumann-Leitão et al.,
1989), MATO GROSSO (Green, 1972) e SÃO PAULO (Sars, 1901) e RIO GRANDE DO SUL
(Montú & Gloeden, 1986).

LATONOPSIS Sars, 1888


(Figuras 16a-c)
Cabeça larga e alta. Olho situado próximo ao lado dorsal da cabeça. Antênula com setas
olfativas terminais. Extremidade do 2° segmento do ramo dorsal da antena com apenas um
espinho. Margem ventral das valvas com setas plumosas e longas; margem posterior sem feixes
de espinhos. Posabdômen com espinhos anais solitários; garras com 2 ou 3 espinhos basais.

Latonopsis australis Sars, 1888


(Figuras 16a-c)
Antena com fórmula setal 4(5)-7/0-1-4 e fórmula de espinhos 1-1-/0-1-0. Posabdômen
com cerca de 9 espinhos anais solitários. Garras basais com 2 espinhos basais. Comprimento:
até 1,8 mm.
Macho com apêndices copulatórios tubulares, curvados, alcançando a extremidade das
garras. Primeiro par de patas com gancho forte; antênula com flagelo; comprimento entre 0,61 e
0,82 mm.
Latonopsis occidentalis Birge 1892 e Latonopsis breviremis Daday 1905 são consideradas
sinônimos desta espécie (Korovchinsky, 1992).
Já foi encontrada no AMAZONAS (Brandorff et al., 1982), PERNAMBUCO (Brehm &
Thomsen, 1936 e Brehm, 1937, como Latonopsis breviremis), ALAGOAS (Schubart, 1942,
como Latonopsis occidentalis e Latonopsis breviremis), RIO GRANDE DO SUL (Richard,
1897a) e DISTRITO FEDERAL (Elmoor, 1981).
27

PSEUDOSIDA Herrick, 1884


(Figuras 17-18)
Cabeça aproximadamente pequena e baixa. Olho situado próximo à margem ventral da
cabeça. Antênulas longas, com papila lateral de onde partem as setas olfativas. Segmento distal
do ramo ventral da antena com 3 setas pequenas, sendo 2 delas com gancho nas extremidade.
Margem posterior da valva com setas longas e feixes de espinhos. Posabdômen com espinhos
anais em feixes; garra com 2 espinhos basais grandes e um pequeno próximo deles. Macho com
características típicas da família.

Pseudosida bidentata Herrick 1884


(Figuras17a-b)
Papila lateral da antênula pouco desenvolvida. Posabdômen com 14 feixes de espinhos.
Comprimento: fêmea com 1,8-2,0 mm.; macho com cerca de 0,9 mm.
Presente em MATO GROSSO (Green, 1972), SÃO PAULO (Bergamin, 1931 e 1939b) e
RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).

Pseudosida ramosa (Daday, 1904)


(Figura 18)
Papila lateral da antênula muito desenvolvida. Posabdômen com 9 feixes de espinhos.
Comprimento de 1,15 a 1,3 mm. Macho desconhecido.
Encontrada no AMAZONAS (Brandorff et al., 1982).

SARSILATONA Korovchinsky, 1985


(Figuras 19-20)
Cabeça alta, com olho situado próximo à margem dorsal. Antênulas relativamente pequenas,
com seta longa e 9 setas olfativas terminais. Antena com as 2 setas maiores do ramo dorsal com
ganchos na extremidade; 2° segmento do ramo dorsal com 2 espinhos na extremidade. Margem
ventral da valva com setas finas ou dentículos somente; margem posterior com feixes de espinhos.
Posabdômen com espinhos em feixes; garras terminais com 3 espinhos basais longos e finos.

Sarsilatona behningi Korovchinsky, 1985


(Figuras 20a-d)
Antênula curta. Antena com espinhos fortes e curtos na extremidade dorsal do
basípodo; fórmula setal 7-10/0-1-4; espinhos do 1° segmento do ramo dorsal
aproximadamente do mesmo tamanho. Margem ventral da valva com setas finas; feixes de
espinhos na margem posterior pouco desenvolvidos. Protuberâncias dorsais do posabdômen
28

pequenas e arredondadas. Posabdômen com feixes de 2 ou 3 espinhos. Comprimento: 0,7-


1,68 mm. Macho desconhecido.
Encontrada no AMAZONAS (Korovchinsky, 1985).

Sarsilatona serricauda (Sars, 1901)


(Figuras 19a-b)
Antênula relativamente longa. Antena com espinho fino e curvado na extremidade dorsal;
fórmula setal (8-9)-(11-12)/0-1-4; 1° segmento do ramo dorsal com ângulo proximal largo e
com um dos espinhos terminais muito maior do que o outro. Margem ventral da valva apenas
com dentículos pequenos e finos; margem posterior com feixes de espinhos densos.
Protuberâncias dorsais do posabdômen grandes. Comprimento: 1,08-2,06 mm.
Macho com antênula longa e curvada, com fileiras de setas distais; órgãos copulatórios
tubulares e curtos; gancho do 1° par de patas simples.
Descrita originalmente no gênero Latonosis, foi transferida por Korovchinsky (1985)
para o novo gênero Sarsilatona.
Encontrada no AMAZONAS (Hardy, 1980, como Latonosis fasciculata; Brandorff et al.,
1982; Korovchinsky, 1985), PARÁ (Robertson, 1980), MARANHÃO (Reid & Turner, 1988,
como Latonosis fasciculata ), SÃO PAULO (Sars, 1901) e MATO GROSSO DO SUL.

SIDA Straus, 1820


(Figura 10)
Cabeça com grande glândula no lado dorsal, rostro pontiagudo e sem fórnices. Antênulas
da fêmea atadas ao lado do rostro, curtas, truncadas e com um flagelo curto. Ramo ventral da
antena bi-segmentado e ramo dorsal tri-segmentado.

Sida crystallina (O. F. Müller, 1875)


(Figura 10)
Única espécie conhecida do gênero, apresentando as características descritas para o gênero.
Comprimento: 3,0-4,0 mm. Macho com antênulas muito longas, 1° par de patas com gancho e
sem órgão copulatório. Comprimento: 1,5-2,0 mm.
Presente em SÃO PAULO (Bergamin, 1931 e 1939b) e RIO GRANDE DO SUL (Ihering,
1895).
29

Figura 9: Holopedium amazonicum (de Stingelin, 1904c).


Figura 10: Sida crystallina (de Pennak, 1978).
Figura 11: Diaphanosoma birgei, a - fêmea adulta, b - margem ventral-posterior da carapaça, c -
posabdômen, d - antena.
30

Figura 12: Diaphanosoma fluviatile, a - fêmea, b - margem ventral-posterior da carapaça (a, de


Korovchinsky, 1992, b de Paggi, 1978).
Figura 13: Diaphanosoma spinulosum, a - fêmea, b - margem ventral-posterior da carapaça, c - ganchos
valvares na margem posterior-dorsal da carapaça, d - posabdômen (a, de Korovchinsky, 1992, b-d de
Paggi, 1978).
31

Figura 14: Diaphanosoma polyspina, a - fêmea, b - margens ventral e posterior da carapaça (de
Korovchinsky, 1992).
Figura 15: Diaphanosoma brevireme, a - fêmea, b - margem ventral- da carapaça (de Paggi, 1978).
32

Figura 16: Latonopsis australis, a - fêmea, b - antênula, c - posabdômen (b e c de Brandorff et al.,


1982).
Figura 17: Pseudosida bidentata, a - antênula, b - posabdômen (de Korovchinsky, 1992).
Figura 18: Pseudosida ramosa, antênula (de Korovchinsky, 1992).
33

Figura 19: Sarsilatona serricauda, a - fêmea, b - antênula, c - extremidade distal do primeiro


segmento do ramo bi-segmentado da antena, d - posabdômen (de Korovchinsky, 1992).
Figura 20: Sarsilatona behningi, a - extremidade distal do primeiro segmento do ramo bi-segmentado
da antena, b - posabdômen (de Korovchinsky, 1992).
34

FAMÍLIA BOSMINIDAE Sars, 1865


(Figuras 21-27)

Corpo curto e largo, freqüentemente oval ou arredondada. Valvas cobrindo todo o corpo e
o posabdômen. Ocelo ausente. Antênulas da fêmea imóveis e fixas à cabeça. Antênulas do macho
móveis. Sem processos abdominais. Intestino simples e sem cecos. Animais pequenos, pouco
excedendo 0,5 mm.

Chave para as espécies de Bosminidae no Brasil

( 1) Fêmea com antênulas unidas na base (Figura 26a) ............................. Bosminopsis ( 5)


Fêmea com antênulas não unidas na base (Figura 22b) ............................ Bosmina ( 2)

( 2) Garra terminal com dois pectens (Figura 23c); pelo sensorial, aproximadamente, à
meia distância entre o olho e a base das antênulas e poro cefálico lateral próximo à
margem da carapaça (Figura 23b) ....................................... Bosmina longirostris
Garra terminal com apenas um pecten proximal ((Figura 21c); pelo sensorial mais
próximo da base da antênula do que do olho e poro cefálico lateral distante da
margem da carapaça (Figura24b) .......................................................................... ( 3)

( 3) Rostro curto, com pelo sensorial na base da antênula. Na fêmea adulta, o


rostro lembra bochechas e a antênula é voltada para cima (Figura 24) ............
Bosmina tubicen
Rostro moderado a longo, com pelo sensorial um pouco afastado da base das
antênulas, que são moderadas a longas, retas ou curvadas para baixo ..................... ( 4)

( 4) Dorso da cabeça e antênula formando um arco contínuo; poro frontal é dorsal e


entre os pelos sensoriais, sendo freqüentemente em forma de ferradura (Figuras
22a-b) ..................................................................................... Bosmina huaronensis
Dorso da cabeça e antênula formando dois arcos; poro cefálico frontal é circular e
anterior aos pelos sensoriais (Figuras 21a-b) ............................ Bosmina hagmanni

( 5) Razão entre altura da cabeça/altura da valva mais ou menos igual a 1 (Figura 25) .
Bosminopsis brandorffi
Razão entre altura da cabeça/altura da valva menor do que 1 ................................. ( 6)

( 6) Ângulo supero-posterior da carapaça com um grosso espinho (Figura 27) ..............


Bosminopsis negrensis
Ângulo supero-posterior da carapaça sem um espinho grosso (Figuras 26a-b) ........
Bosminopsis deitersi
35

BOSMINA Baird, 1845


(Figuras 21-24)
Animais transparentes, com valvas finas e, usualmente, um espinho no ângulo posterior-
ventral (chamado mucro). Antênulas da fêmea fixas e separadas na base; setas olfativas sobre o
lado, em uma pequena base triangular; porção distal com aparência de segmentada. Antena com
um ramo 3- segmentado e outro 4-segmentado. Posabdômen um tanto quadrado, com ânus
terminal e espinhos pequenos. Garras terminais em processo cilíndrico.
Macho com antênulas grandes e móveis. Primeiro par de patas com gancho e um flagelo longo.
Segundo Lieder (1983a), distinguem-se quatro subgêneros: Bosmina s. str., Eubosmina,
Neobosmina e Sinobosmina. Destes quatro grupos, apenas dois estão representados na América
do Sul:
Bosmina s. str. Baird, 1845 - com poro cefálico lateral próximo à margem da carapaça; garras com
2 pectens; pêlo sensorial a meia distância entre o olho e a base das antênulas (Figuras 23a-c);
Neobosmina Lieder, 1957 - com poro cefálico lateral longe da margem da carapaça; garras
apenas com pecten proximal; posabdômen do macho truncado; pêlo sensorial mais próximo da
base da antênula do que do olho (Figuras 21, 22 e 24).

Bosmina longirostris (O. F. Müller, 1785)


(Figuras 23a-c)
Única espécie do subgênero Bosmina, contendo seus caracteres típicos. Antênulas curtas a
moderadamente longas, sempre curvada para baixo. Mucro curto, freqüentemente com
"degraus" no lado ventral. Comprimento: 0,23-0,80 mm.
Macho com posabdômen truncado, garras terminais curtas e não distintas da sua longa
base. Primeiro par de patas com flagelo e gancho típicos; comprimento: 0,23-0,45 mm.
É uma espécie cosmopolita, com muitas variedades, resultante de variações genéticas ou
ciclomórficas (Lieder, 1983a).
Presente no MARANHÃO (Reid & Turner, 1988), DISTRITO FEDERAL (Elmoor-Loureiro,
1988), SÃO PAULO (Arcifa, 1984), RIO GRANDE DO SUL (Bohrer et al., 1988) e MINAS GERAIS.

Bosmina hagmanni Stingelin, 1904


(Figuras 21a-d)
Apresenta as características típicas de Neobosmina. Rostro ligeiramente alongado, com
dorso da cabeça e antênula formando dois arcos distintos. Poro cefálico anterior circular e frontal,
localizado à frente dos pelos sensoriais. Nas fêmeas adultas, a relação entre o comprimento do
corpo e da antênula é superior a 2. Mucro geralmente longo e com 1 a 3 espículas no lado
dorsal; nos jovens, o mucro é maior, com 3 a 6 espículas e curvado para frente.
Macho com concavidade anterior ao olho. Primeiro par de patas apresenta gancho grande
e delgado, com duas saliências paralelas no lado externo da extremidade distal; flagelo longo
(cerca de duas vezes o comprimento do gancho).
36

Encontrada no AMAZONAS (Herbst, 1967), PARÁ (Stingelin, 1904b, 1904c; Deevey &
Deevey, 1971; Robertson, 1980), DISTRITO FEDERAL (Elmoor-Loureiro, 1988), GOIÁS
(Starling, 1992), MATO GROSSO (Green, 1972), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905;
Lansac-Tôha et al., 1993 e 1995), SÃO PAULO (Neumann-Leitão et al., 1991) e RIO GRANDE
DO SUL (Bohrer et al., 1988).
É provável que os registros de Bosmina chilensis no Amazonas (Brandorff, 1978; Hardy,
1980) sejam, de fato, de B. hagmanni, uma vez que estas espécies são muito parecidas e a
distribuição de B. chilensis restringe-se ao sul do continente sul-americano (Paggi, 1979).

Bosmina huaronensis Delachaux, 1918


(Figuras 22a-b)
Pertence ao subgênero Neobosmina. Rostro alongado, com dorso da cabeça e da antênula
formando um arco quase contínuo. Poro cefálico anterior localizado entre os pelos sensoriais e,
freqüentemente, em forma de ferradura. Nas fêmeas adultas, a relação entre o comprimento do
corpo e da antênula é superior a 2. Mucro variável, podendo ser curvado para frente ou para três
e com espículas no lado dorsal.
Macho sem concavidade anterior ao olho. Primeiro par de patas com gancho curto, curvado
e com um par de saliências paralelas na parte externa do extremo distal; flagelo cerca de 1,5
vezes maior do que o gancho.
Encontrada no RIO GRANDE DO SUL (Bohrer et al., 1988).

Bosmina tubicen Brehm, 1953


(Figuras 24a-d)
Pertence ao subgênero Neobosmina. Rostro arredondado, lembrando "bochechas" nos
adultos, com pelo sensorial junto à base das antênulas. Olho grande. Antênulas do adulto curtas,
divergentes, um pouco voltadas para cima (nos jovens é um pouco mais longa e curvada para
baixo). Mucro reto ou um pouco curvado para trás mesmo nos jovens, com 1 ou 2 espículas no
lado dorsal. Comprimento: 0,23-0,40 mm (espécimens do Distrito Federal).
Macho com posabdômen truncado. Gancho e flagelo no 1° par de patas.
Encontrada no ACRE (Sendacz & Melo Costa, 1991), AMAZONAS (Brandorff 1978),
PARÁ e MINAS GERAIS (Deevey & Deevey, 1971), DISTRITO FEDERAL (Elmoor-Loureiro,
1988), GOIÁS (Starling, 1992), SÃO PAULO (Neumann-Leitão, Matsumura-Tundisi & Calijuri,
1991), RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986) e MATO GROSSO DO SUL (Lansac-
Tôha et al., 1995).

BOSMINOPSIS Richard, 1895


(Figuras 25-27)
Antênulas da fêmea fixas e unidas na base. Posabdômen cônico, com 1 ou 2 séries de 4- 5
dentículos e fileiras de espículas finas; garra terminal lisa e curta; um espinho basal longo.
Macho com antênulas livres e longas; Primeiro par de patas com gancho e flagelo.
37

Bosminopsis brandorffi Rey & Vasquez, 1989


(Figura 25)
Corpo alongado, cerca de duas vezes mais longo do que largo. Valvas desprovidas de
espinhos. Região cefálica muito desenvolvida. Razão entre comprimento da cabeça/comprimento
da valva igual ou pouco superior a 1. Olho muito volumoso, ocupando toda a região anterior-
frontal da cabeça, fortemente arredondada. Rostro ausente. Antênulas muito robustas, com parte
basal fundida cerca de 3 vezes maior do que a parte distal bifurcada. Posabdômen com processo
abdominal longo, portador de duas longas setas abdominais. Macho e fêmea efipial
desconhecidos.
Presente no AMAZONAS, MATO GROSSO e PARÁ (Rey & Vasquez, 1989).

Bosminopsis deitersi Richard, 1895


(Figuras 26a-b)
Corpo globuloso. ângulos posteriores das valvas com espinhos variáveis: ausentes,
presentes em um ou nos dois ângulos. Cabeça cerca de 1/3 do comprimento total. Olho não
muito volumoso, ocupando a porção anterior da cabeça. Rostro presente, continuado pelas
antênulas. Posabdômen cônico, sem processo abdominal; setas abdominais curtas.
Macho típico do gênero; rostro curto. Comprimento cerca de 0,25 mm.
Encontrada no ACRE (Sendacz & Melo Costa, 1991), AMAZONAS (Thomasson, 1955;
Brandorff, 1978; Hardy, 1980), PARÁ (Robertson, 1980; Stingelin, 1904c), MARANHÃO (Reid
& Turner, 1988), MATO GROSSO (Green, 1972), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905; Lansac-
Tôha et al., 1993 e 1995), MINAS GERAIS (Santos, 1980; Freire & Pinto-Coelho, 1986; Santos et
al., 1994), GOIÁS e DISTRITO FEDERAL (Starling, 1992), SÃO PAULO (Arcifa, 1984; Barbosa
& Matsumura-Tundisi, 1984) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).

Bosminopsis negrensis Brandorff, 1976


(Figura 27)
Valvas arredondadas, trapezoidais; ângulo posterior-dorsal com um espinho longo (cerca
de 3/4 do comprimento do animal) e denticulado. Razão entre o comprimento da cabeça e do
corpo inferior a 1. Olho não muito volumoso. Rostro presente, no qual se inserem as antênulas;
rostro e antênulas curvados para baixo e com espinhos curtos. Posabdômen cônico, alongado e
sem processo abdominal. Comprimento: 0,28-0,41 mm.
Macho semelhante à fêmea, com depressão dorsal na valva, rostro ausente e 1° par de
patas com grande gancho e 4 setas.
Presente no AMAZONAS (Brandorff, 1976; Hardy, 1980).
38

Figura 21: Bosmina hagmanni, a - fêmea, b - vista dorsal da cabeça, com seta indicando o poro
cefálico anterior), c - posabdômen, d - mucro de jovem (b de Paggi, 1979).
Figura 22: Bosmina huaronensis, a - fêmea, b - vista dorsal da cabeça, com seta indicando o poro
cefálico anterior (de Paggi, 1979).
39

Figura 23: Bosmina longirostris, a - fêmea, b - cabeça em vista lateral c - posabdômen.


Figura 24: Bosmina tubicen, a - fêmea, b - cabeça em vista lateral - posabdômen, c-d - mucros de
jovens.
40

Figura 25: Bosminopsis brandorffi (de Rey & Vasquez, 1989).


Figura 26: Bosminopsis deitersi, a - fêmea adulta, b - jovem (de Rey & Vasquez, 1986d).
Figura 27: Bosminopsis negrensis (de Brandorff, 1976).
41

FAMÍLIA MOINIDAE Goulden, 1968


(Figuras 28-32)

Cabeça proeminente, com antênulas longas, lembrando cigarros, atadas à margem ventral
da cabeça. Posabdômen com projeção pós-anal, com dentes penados e um dente bifurcado.
Garras terminais lisas ou com pecten proximal. Efípio com 1 ou 2 ovos. Macho com antênulas
longas e curvadas, modificadas para segurar a fêmea.
Fryer (1991), considerando especialmente a morfologia funcional das patas torácicas,
questiona a validade dos moinídeos como família, incluindo-os entre os Daphniidae.

Chave para as espécies de Moinidae no Brasil

( 1) Ramo 4-segmentado da antena com 3 setas no último segmento. Ocelo


freqüentemente ausente ................................................................................. Moina ( 2)
Ramo 4-segmentado da antena com 4 setas no último segmento. Ocelo presente
(Figura 28) ........................................................................................ Moinodaphnia
única espécie.....................Moinodaphnia macleayi

( 2) Espinho bidentado do posabdômen com dois ramos iguais (Figura 29b) ................. ( 3)
Espinho bidentado do posabdômen com dois ramos desiguais (Figura 31c) ............ ( 4)

( 3) Rostro presente (Figura 30). Processo abdominal ausente .............. Moina rostrata
Rostro ausente. Processo abdominal presente (Figura 29b) ......... Moina reticulata

( 4) Primeiro par de patas sem seta anterior no penúltimo segmento (Fig. 32b) .............
Moina minuta
Primeiro par de patas com seta anterior no penúltimo segmento (Fig. 31b) .............
Moina micrura

MOINODAPHNIA Herrick, 1887


(Figura 28)
Fêmeas com corpo achatado lateralmente, com quilha na margem dorsal. Cabeça sub-
triangular e alta. Ocelo presente. Antênulas longas e móveis. Antena com 4 setas no último
segmento do exopodito. Posabdômen longo, com espinho bifurcado típico e uma prega que
serve para fechar a câmara de incubação.
Macho com antênula longa, curvada e com setas sensoriais a cerca de 1/3 da base; 1° par
de patas sem exopodito e com forte gancho no penúltimo segmento.
42

Moinodaphnia macleayi (King, 1853)


(Figura 28)
Única espécie conhecida do gênero. Olho grande e preenchendo a extremidade da cabeça.
Ocelo presente. Antena com ramos longos; basípodo com um pelo longo entre os ramos; exopodito
com 4 setas terminais. Margem da carapaça com fileira de setas pequenas. Posabdômen típico
do gênero, com garra terminal não pectinada. Comprimento: 0,90-1,10 mm.
Macho típico do gênero, com grande pecten na garra terminal do Posabdômen;
comprimento: 0,55-0,60 mm.
Presente em PERNAMBUCO (Brehm & Thomsen, 1936; Brehm 1937 e 1938), ALAGOAS
(Schubart, 1942), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905) e SÃO PAULO (Sars, 1901).

MOINA Baird, 1850


(Figuras 29-32)
Cabeça freqüentemente com depressão supra-ocular. Olho no centro da cabeça ou próximo
à margem anterior-ventral. Ocelo raramente presente. Antênulas longas, partindo da região
ventral achatada da cabeça. Extremidade dos dois ramos da antena com 3 setas terminais longas
e um espinho pequeno. Margem da carapaça com setas curtas, localizadas sobre protuberâncias,
seguidas de espículas, sem tais estruturas. Posabdômen com dente bifurcado e 3 a 16 espinhos
laterais. Efípio cobre metade da valva e é inteiramente ornamentado.
Macho com antênulas típicas da família, com setas sensoriais em posição variada e 3 a 6
ganchos na porção distal.

Moina micrura Kurz, 1874


(Figuras 31a-d)
Cabeça com depressão supra-ocular bem desenvolvida e um grande olho. Margem da
carapaça com 11 a 25 setas, seguidas por grupos de espículas crescentes no sentido distal.
Posabdômen curto e estreito, com 3 a 11 dentes laterais e espinho bifurcado com ramos desiguais.
Garra sem pecten forte, mas com espículas finas e decrescentes distalmente; base com 4 a 7
espículas no lado ventral. Efípio com 1 ovo e reticulado por inteiro ou só nas margens.
Comprimento: 0,50-1,20 mm.
Macho com 2 setas sensoriais a 1/3 da base e 3 a 4 ganchos na extremidade da antênula; 1°
par de patas com gancho bem desenvolvido.
Segundo Goulden (1968), na América do Sul a forma presente é Moina micrura ciliata.
Encontrada em ALAGOAS (Schubart, 1942 como Moina propinqua), PERNAMBUCO
(Brehm & Thomsen, 1936 como Moina makrophtalma; Brehm, 1937 e 1938; Neumann-Leitão
et al. 1989), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905 como Moina ciliata), DISTRITO
FEDERAL (Elmoor-Loureiro, 1990b; Starling 1992), MINAS GERAIS (Santos et al., 1994) e
RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).
43

Moina minuta Hansen, 1899


(Figuras 32a-c)
Cabeça com depressão supra-ocular. Olho grande e contíguo às margens anterior e ventral
da cabeça. Ocelo pode estar presente. Antênula curta e com uma seta sensorial longa, partindo
aproximadamente do meio da margem ventral. Antena com seta do primeiro segmento do
endopodito curta. Margem da carapaça com 13-16 setas seguidas de grupos de espículas desiguais.
Primeiro par de patas sem a seta anterior do penúltimo segmento e a seta anterior do último
segmento é reduzida a um espinho pequeno. Posabdômen com 3 a 6 espinhos laterais e um
espinho bifurcado de ramos desiguais. Garra tem no lado dorsal um pecten com 12-14 espículas
ponteagudas e fortes e no lado ventral, na base, 2 ou 3 espinhos. Comprimento entre 0,5 a 0,7
mm.
Macho com setas sensoriais da antênula no quarto proximal, pouco separadas entre si; 1°
par de patas sem exopodito, garra bem desenvolvida e espinho rígido e agudo em oposição a
esta; comprimento: 0,37a 0,40 mm.
Já foi registrada no ACRE (Sendacz & Melo Costa, 1991), AMAZONAS (Brandorff,
1878; Brandorff et al., 1982), PARÁ (Stingelin, 1904c, como Moinodaphnia brasiliensis;
Robertson, 1980), PERNAMBUCO (Schubart, 1942), MATO GROSSO DO SUL (Lansac-Tôha
et al., 1995), MINAS GERAIS (Santos, 1980; Freire & Pinto-Coelho, 1986), SÃO PAULO
(Barbosa & Matsumura-Tundisi, 1984), PIAUÍ (Spandl, 1926, como Moina minima), RIO
GRANDE DO SUL (Bohrer et al., 1988) e GOIÁS.

Moina reticulata (Daday, 1905)


(Figuras 29a-b)
Corpo arredondado, mas com quilha fina sobre a margem dorsal da carapaça. Cabeça
pequena, deprimida e com grande olho composto e ocelo. Antênula típica do gênero, mas sem
fileira de setas. Valvas reticuladas, sem ganchos no ângulo posterior-dorsal e com 15-19 setas,
seguidas de espículas desiguais. Posabdômen com prega semelhante à Moinodaphnia; 5 ou 6
espinhos laterais e um espinho bifurcado de ramos iguais.
Macho com setas sensoriais pouco separadas e inseridas no quarto proximal da antênula;
garra do 1° par de patas de tamanho moderado, larga e com pequeno estrangulamento na
extremidade distal; comprimento entre 0,48 e 0,65 mm.
Encontrada no ACRE (Sendacz & Melo Costa, 1991), AMAZONAS (McNair, 1976;
Brandorff, 1978; Hardy, 1980, Brandorff et al., 1982), PARÁ (Robertson, 1980) e MINAS
GERAIS (Santos, 1980).

Moina rostrata McNair, 1980


(Figura 30)
Corpo semelhante à M. reticulata. Cabeça pequena, com pronunciado rostro e depressão
supra-ocular evidente. Olho grande e ocelo ausente. Antênulas curtas, em comparação com as
demais espécies do gênero, com setas muito pequenas no lado posterior e seta sensorial próxima
à base. Carapaça reticulada. Posabdômen com dobra semelhante à de Moinodaphnia; com 6 ou 7
espinhos laterais e espinho bifurcado com ramos iguais. Garra com pecten de 7 a 9 dentículos,
44

seguidos distalmente por fileira de espículas; no lado ventral um espinho na base. Comprimento:
0,55 a 0,96 mm.
Macho com antênulas lisas, com 2 setas olfativas de tamanhos diferentes; 1° par de patas
semelhante à de M. micrura; comprimento: cerca de 0, 78 mm.
Presente no AMAZONAS (McNair, 1980; Brandorff et al., 1982) e PARÁ.
45

Figura 28: Moinodaphnia macleayi (de Goulden, 1968).


Figura 29: Moina reticulata, a - porção anterior do corpo, b - posabdômen (de Goulden, 1968).
Figura 30: Moina rostrata, cabeça (de McNair, 1980).
46

Figura 31: Moina micrura, a - fêmea, b - primeira pata, c - extremidade do posabdômen d -


posabdômen
47

Figura 32: Moina minuta, a -fêmea, b - primeira pata, c - extremidade do posabdômen (a e b, de


Goulden, 1968).
48

FAMÍLIA DAPHNIIDAE Straus, 1820


(Figuras 33-51)
Antênulas pequenas, apresentando 9 setas olfativas na fêmea. Antena cilíndrica, com
setas 0-0-1-3/1-1-3. Olho grande. Ocelo geralmente pequeno ou ausente. Posabdômen geralmente
mais ou menos comprimido, sempre com espinhos anais; setas natatórias não colocadas em
projeção ou papila. Garras sem espinhos basais, sendo sempre denticuladas, algumas vezes
pectinada. Cinco pares de patas, sendo os dois primeiros preênseis; 5° par com grande seta
recurvada, estendendo-se ao redor do saco branquial. Intestino simples, com 2 cecos hepáticos.
Macho, em geral, com um gancho no 1° par de patas.

Chave para as espécies de Daphniidae no Brasil

Rostro ausente, sulco cervical presente (Figura 36a) ......................... Ceriodaphnia ( 2)


( 1)
Rostro presente, sulco cervical presente ou não (Figuras 40a; 47a) .......................... ( 8)

( 2) Cabeça com um ou mais projeções ou espinhos (Figuras 33 e 39) ........................... ( 3)


Cabeça sem projeções ou espinhos (Figura 34) ......................................................... ( 4)

(3) Uma ou mais projeções como espinhos na cabeça, localizados no vértice, rostro ou
fórnices (Figuras 33a-b) .................................................... Ceriodaphnia cornuta
Projeções laterais nos fórnices largas, não formando uma ponta (Figura 39a) ..........
Ceriodaphnia silvestrii

( 4) Garra do posabdômen com pecten proximal de espículas fortes (Figura 38b) .......... ( 5)
Garra do posabdômen pectinada, mas com espículas finas (Figura 35b) .................. ( 6)

( 5) Superfície valvar levemente reticulada. Olho grande, quase preenchendo toda a


porção ventral da cabeça (Figura 38a) .................................. Ceriodaphnia richardi
Superfície valvar marcadamente reticulada. Olho moderado (Figuras 37a-b) ..........
Ceriodaphnia reticulata

( 6) Posabdômen largo na região mediana, obliquamente truncado à frente (Figura 34)..


Ceriodaphnia laticaudata
Posabdômen normal, sem corte ............................................................................. ( 7)

( 7) Cabeça inchada em frente às antênulas (Figura 35a). Comprimento da fêmea até


0.7 mm ................................................................................ Ceriodaphnia pulchella
Cabeça não inchada em frente às antênulas (Figura 36a). Comprimento da fêmea
até 1.0 mm ............................................................................... Ceriodaphnia
quadrangula

( 8) Sulco cervical ausente (Figuras 40-42) ....................................................... Daphnia ( 9)


Sulco cervical presente (Figuras 43-51) ..................................................................... (11)
49

( 9) Comprimento total, sem o espinho, menor do que 1.0 mm. Espinho menor que 1/3
do comprimento total (Figuras 42a-b) .......................................... Daphnia ambigua
Comprimento total maior que 1.0 mm. Espinho maior do que 1/3 do comprimento
total (Figuras 40-41) ................................................................................................... (10)

(10) Segundo processo abdominal cerca de 1/10 do tamanho do primeiro (Figura 40b)
.......
Daphnia gessneri
Segundo processo abdominal cerca de 1/4 do tamanho do primeiro (Figura 41b) ...
Daphnia laevis

11) Ângulo posterior-ventral da valva arredondado (Figura 47a) ............. Simocephalus (13)
Ângulo posterior-ventral da valva em forma de espinho ou ponta (Figura 43a)
............ (12)
Scapholeberis

(12) Valva e cabeça com numerosas fileiras de espinhos. Rostro com 3 lobos, sendo o
mediano estreito e arredondado (Figuras 44a-b) ................. Scapholeberis spinifera
Valva e cabeça reticuladas, sem espinhos. Rostro com 3 lobos, sendo o mediano
largo e angular (Figuras 43a-b) .............................................. Scapholeberis armata

(13) Com rostro marcado (Figuras 45a, 46a) ..................................................................... (14)


Sem rostro marcado (Figura 47b) ............................................................................... (15)

(14) Posabdômen com dois ângulos pré-anais marcados. Garra com pecten proximal
(Figura 45b) ..................................................................... Simocephalus acutirostris
Posabdômen com apenas um ângulo pré-anal marcado. Garra sem pecten proximal
(Figura 46b) ........................................................................ Simocephalus latirostris

(15) Processos abdominais rudimentares (Figura 50) ........................................................ (16)


Processos abdominais normais (Figura 48a) .............................................................. (17)

(16) Com 12 ou 13 espinhos anais; ângulo dorsal-posterior pouco marcado (Figura 50)..
Simocephalus agua-brancai
Com 5 espinhos anais; ângulo dorsal-posterior acentuado, como um espinho
(Figura 51) .......................................................................... Simocephalus kerhervei

(17) Vértice da cabeça pontiagudo e com espinhos (Figura 47b) .....................................


Simocephalus serrulatus
Vértice da cabeça arredondado e sem espinhos (Figuras 48a, 49a) .......................... (18)

(18) Com espinho no ângulo dorsal-posterior da valva (Figura 48a) ................................


Simocephalus iheringi
Sem espinho no ângulo dorsal-posterior da valva (Figura 49a) .................................
Simocephalus vetulus
50

CERIODAPHNIA Dana, 1853


(Figuras 33-39)
Cabeça curvada e deprimida, sendo o vértice uma projeção arredondada ou angulosa,
preenchida pelo olho. Valvas ovais, arredondadas ou subquadradas, geralmente tendo o ângulo
posterior-dorsal agudo ou formando um espinho. Antênulas não muito livres e móveis. Um
processo abdominal geralmente desenvolvido. Posabdômen grande, de formas variadas. Efípio
triangular, com um ovo colocado longitudinalmente.
Macho com flagelo na antênula; pata I com gancho e longo flagelo.

Ceriodaphnia cornuta Sars, 1886


(Figuras 33a-b)
Forma oval. Valvas reticuladas, com margens ventral e dorsal levemente arqueadas.
Cabeça curvada, com um ou mais espinhos, localizados no vértice, rostro e fórnices. Olho de
tamanho moderado, ocelo puntiforme. Antênulas pequenas, delgadas, com seta sensorial lateral
entre o meio e a extremidade. Apresenta dois processos abdominais. Posabdômen com 5-8
espinhos anais. Garras lisas ou pectinadas. Comprimento entre 0,4-0,6 mm.
Registrada no ACRE (Sendacz & Melo Costa, 1991), AMAZONAS (Thomasson, 1953
e 1955; Herbst, 1967; Brandorff, 1978; Hardy, 1980), PARÁ (Stingelin, 1904c; Robertson,
1980 e 1981), MARANHÃO (Reid & Turner, 1988), PIAUÍ (Spandl, 1926), PERNAMBUCO
(Brehm & Thomsen, 1936; Brehm, 1937 e 1938; Schubart, 1942; Neumann-Leitão et al. , 1989),
MATO GROSSO (Green, 1972), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905; Lansac-Tôha et al.,
1993 e 1995), MINAS GERAIS (Santos, 1980; Freire & Pinto-Coelho, 1986; Santos et al.,
1994), SÃO PAULO (Sars, 1901; Bergamin, 1931, 1939b e 1939c; Arcifa, 1984), RIO GRANDE
DO SUL (Montú & Gloeden, 1986; Bohrer et al., 1988), DISTRITO FEDERAL (Elmoor,
1981; Starling, 1992) e GOIÁS.

Ceriodaphnia laticaudata P. E. Müller, 1867


(Figura 34)
Forma geral arredondada. Posabdômen longo, dilatado próximo ao meio, obliquamente
truncado e com 8-11 espinhos anais. Garra longa e denticulada. Comprimento até 1,0 mm;
macho com cerca de 0,7 mm.
Encontrada em SÃO PAULO (Bergamin, 1931, 1939b e 1939c).

Ceriodaphnia pulchella Sars, 1862


(Figuras 35a-b)
Corpo semelhante a C. reticulata. Cabeça globosa, arredondada, com uma proeminência
em frente ao olho e angulosa em frente às antênulas. Valvas reticuladas, mesmo que parcialmente.
Posabdômen sem sinuosidade, com 7-10 espinhos anais. Garra não pectinada. Comprimento
entre 0,4-0,7 mm; macho com cerca de 0,5 mm.
Presente no AMAZONAS (Herbst, 1967) e SANTA CATARINA (Richard, 1897a,
"semelhante à pulchella").
51

Ceriodaphnia quadrangula (O.F. Müller, 1785)


(Figuras 36a-b)
Forma geral semelhante a C. reticulata. Cabeça angulosa, mas não "inchada" em frente
às antênulas. Valvas pouco reticuladas. Antênulas com pelo sensorial lateral próximo à
extremidade. Posabdômen em geral estreitando-se distalmente, com sinuosidade na porção
anterior aos espinhos anais, que são em número de 7-9. Garra denticulada, mas sem pecten
proximal. Comprimento até 1,3 mm; macho até 0,6 mm.
Encontrada em SÃO PAULO (Bergamin, 1931, 1939b e 1939c) e RIO GRANDE DO
SUL (Bohrer et al., 1988).

Ceriodaphnia reticulata (Jurine, 1820)


(Figuras 37a-b)
Corpo sub-quadrado, com margens convexas. Cabeça arredondada ou angulada em frente
às antênulas. Valva reticulada, com ângulo posterior-dorsal pronunciado. Antênulas pequenas,
com pelo sensorial lateral próximo à extremidade. Posabdômen com 7-10 espinhos anais. Garra
denticulada, com 6-10 espículas fortes no pecten proximal. Comprimento: 0,6-1,4 mm; macho
entre 0,4-0,8 mm.
Presente no AMAZONAS (Brandorff, 1978), PARÁ (Robertson, 1980), SÃO PAULO
(Arcifa, 1984) e RIO GRANDE DO SUL (Richard, 1897a; Montú & Gloeden, 1986).

Ceriopahnia richardi Sars, 1901


(Figuras 38a-b)
Valvas ovais-quadrangulares; margem dorsal levemente arqueada e a ventral quase reta
na porção mediana; ângulo posterior-dorsal mais ou menos proeminente; superfície reticulada
levemente, com as margens lisas. Cabeça muito deprimida, projetada para frente e com parte
frontal arredondada. Olho um tanto grande, preenchendo a parte frontal da cabeça. Ocelo
puntiforme. Antênulas muito curtas, com pelo sensorial próximo à extremidade. Posabdômen
não estreitado distalmente, com cerca de 8 espinhos anais fortes. Garra com 6 espículas fortes no
pecten proximal. Comprimento da fêmea ovígera: cerca de 0,95 mm.
Para Harding (1955), esta espécie é sinônimo de C. dubia Richard, 1895. Entretanto,
elas podem ser distintas pelo pecten proximal: em C. dubia o pecten tem espículas finas, ao
passo que em C. richardi tem pecten com espículas fortes.
Encontrada em SÃO PAULO (Sars, 1901).

Ceriodaphnia silvestrii Daday, 1902


(Figuras 39a-b)
Forma arredondada, com margem ventral muito arqueada; projeção do ângulo posterior-
drorsal muito desenvolvida. Sinus cervical profundo, cabeça anteriormente globosa. Olho grande,
preenchendo quase toda a porção anterior da cabeça. Fórnices projetados lateralmente, mas não
formando uma ponta aguda. Antênula muito curta e inchada medianamente. Antena com 2 tufos
de espículas no último segmento do exopodito.
52

Posabdômen um pouco estreitado distalmente, com 9-12 espinhos anais e delicados tufos
de espículas laterais. Garra com pecten proximal de espículas finas. Com 0,86 a 0,88 mm.
Macho semelhante é fêmea, sendo menor. Flagelo da antênula com base inchada, tendo
forma de clava.
Registrada no RIO GRANDE DO SUL (Daday, 1902, em referência a espécimens de
Richard, 1897a), GOIÁS e DISTRITO FEDERAL.

DAPHNIA O. F. Müller, 1785


(Figuras 40-42)
Forma oval ou elíptica, exceto quando modificada pelo elmo. Corpo comprimido
lateralmente. Valvas reticuladas, com espinho no ângulo posterior-dorsal e espículas nas margens
ventral e dorsal. Rostro bem desenvolvido e pontiagudo na fêmea adulta. Antênulas pequenas ou
rudimentares, não móveis e situadas sob o rostro. Apresenta 3 ou 4 processos abdominais,
geralmente todos bem desenvolvidos, sendo o primeiro mais longo e em forma de língua. Efípio
com 2 ovos.
Macho sem rostro, antênulas longas e móveis, normalmente com flagelo; 1° par de patas
com longo flagelo e gancho.
São distintos dois subgêneros, Ctenodaphnia e Daphnia s. str. As espécies registradas no
Brasil pertencem a este último, que se caracteriza por: fórnices não projetados, sutura entre a
valva e a carapaça cefálica direcionada posteriormente, órgão nucal aproximadamente na inserção
do 3° músculo da antena e efípio sub-triangular.

Daphnia ambigua Scourfield, 1947


(Figuras 42a-b)
Em vista lateral, parece quase circular. Cabeça pequena, arredondada ou com pequeno
elmo tipo espinho. Rostro moderadamente desenvolvido. Olho e ocelo mais ou menos grandes.
Antenas curtas, com cerdas não alcançando a margem posterior da carapaça. Espinho da carapaça
curto, cerca de 1/3 do comprimento da carapaça. Margem ventral da valva com 20 espículas
espaçadas e, às vezes, pouco visíveis. Garras com 3 pectens de espículas finas. Processos
abdominais quase lisos, com poucas espículas pequenas, particularmente no 2° e 3° ; o 1° e o 2°
são unidos na base. Comprimento: em geral, inferior a 1,0 mm; contudo, tem-se registrado
exemplares de até 1,15 mm (Matsumura-Tundisi, 1984).
Macho com antênulas grandes, maiores do que a cabeça; flagelo ligeiramente de tamanho
aproximadamente igual ao do segmento basal, com extremidade dilatada e côncava. Comprimento:
até 0,9 mm.
Registrada em SÃO PAULO (Arcifa, 1984; Matsumura-Tundisi, 1984) e RIO GRANDE
DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).
Ao que parece, D. ambigua não habita as zonas tropicais baixas (altitude inferior a 500
m), não constando da lista proposta por Fernando et al.(1987) para espécies de Daphnia destes
ambientes; os locais onde foi registrada no Brasil concordam com esta idéia.
53

Daphnia gessneri Herbst, 1967


(Figuras 40a-b)
Forma geral alongada, com espinho da carapaça longo (cerca de 1/2 do comprimento
total), com espinhos. Carapaça com margem ventral curva com mais da metade posterior com
espinhos; margem dorsal pouco curva, com espinhos no 1/3 posterior. Elmo presente, ligeiramente
curvo para frente. Rostro um pouco pontiagudo. Olho cerca de 2/3 da largura da cabeça. Ocelo
pequeno, visível apenas nos indivíduos fixados. Antena alcança até metade da carapaça.
Posabdômen com 11-13 espinhos anais. Garras fortes, com 2 espículas no lado convexo; lado
côncavo com fileira de espículas finas, menores distalmente. Processo abdominal proximal longo,
com espículas curtas na extremidade; 2° processo muito curto, freqüentemente apenas uma
curva com espículas; 3° processo forte, largo e arredondado, com espículas na extremidade.
Comprimento, sem espinho, entre 1,40-1,60 mm.
É a espécie de Daphnia mais freqüentemente registrada no Brasil, sendo conhecida no
ACRE (Sendacz & Melo Costa, 1991), AMAZONAS (Herbst, 1967; Brandorff, 1978; Hardy,
1980; Carvalho, 1984), PARÁ (Robertson, 1980), MINAS GERAIS (Santos, 1980; Freire &
Pinto-Coelho, 1986), SÃO PAULO (Arcifa, 1984; Matsumura-Tundisi, 1984), MATO GROSSO
DO SUL (Lansac-Tôha et al., 1993 e 1995), DISTRITO FEDERAL (Starling, 1992) e GOIÁS.
De acordo com Matsumura-Tundisi (1984), D. gessneri ocorre entra as latitudes 0 e 23o
S; entretanto, registros mais recentes estendem sua distribuição até 30o S (Fernando et al., 1987).

Daphnia laevis Birge, 1878


(Figuras 41a-b)
Forma geral alongada. Espinho da carapaça longo, freqüentemente com 2/3 ou mais do
comprimento da valva. Cerca de 1/2 da Margem ventral e parte da margem dorsal da carapaça
com espículas, Cabeça alongada, nunca formando um elmo pontiagudo. Rostro pontiagudo,
direcionado posteriormente e, em geral, com a extremidade entre as margens anteriores-ventrais
da carapaça. Ocelo presente. Antenas curtas, com cerdas não alcançando a margem posterior da
carapaça. Garras com 3 pectens de espículas finas e iguais em tamanho. Segundo processo
abdominal cerca de ¼ do comprimento do primeiro e aproximadamente igual ao terceiro.
Comprimento entre 1,0 e 2,0 mm.
Registrada no Vale do Rio Doce, MINAS GERAIS (Santos, 1980; Matsumura-Tundisi,
1984).

SCAPHOLEBERIS Schoedler, 1858


(Figuras 43-44)
Cabeça grande, olho globular e ocelo romboidal ou alongado. Rostro bem desendolvido,
não pontegudo e trilobado em vista frontal. Antênula curta, com seta lateral inserida em posição
sub-apical. Margem distal da valva com membrana denticulada e membrana hialina pouco
54

conspícua, quando presente. Processos abdominais curtos e simples. Posabdômen robusto, largo,
com espinhos isolados na porção distal (os proximais podem ser agrupados); região pré-anal
dorsal com grupos de espículas. Garras com 5 ou 6 pectens; pectens externo e interno com 2-5
espículas mais fortes proximalmente.

Scapholeberis armata (Herrick, 1882)


(Figuras 43a-d)
Carapaça reticulada, mas sem espinhos. Margem posterior da carapaça com membrana
denticulada em posição marginal; membrana hialina marginal presente (subespécie freyi) ou
reduzida (forma típica). Cabeça proeminente e larga. Rostro trilobado, sendo o lobo mediano
largo, pronunciado, arredondado ou, mais freqüentemente, angular; lobos laterais largos. Mucro
pontiagudo, com comprimento, na forma típica, entre 1/3 e 1/2 da margem ventral; na subespécie
freyi, varia entre 1/6 e 1/9. Posabdômen enlargado e anguloso no ângulo anal. Comprimento
entre 0,4 e 1,0 mm.
Macho com antênula com 9 setas perfuradas e 2 setas sem poro; nenhuma destas duas é
nitidamente mais longa do que a outra. Garra do 1° par de patas muito recurvada. Posabdômen
como da fêmea, com garras não espessadas. Comprimento em torno de 0,4 mm.
Foi registrada no MATO GROSSO DO SUL como Scapholeberis mucronata (Daday,
1905, em "Corumbá, Mato Grosso"). Os exemplares de Daday (1905) foram incluídos por Dumont
& Pensaert (1983) na lista de sinônimos de S. armata freyi.

Scapholeberis spinifera (Nicolet, 1849)


(Figuras 44a-b)
Carapaça com fileiras de espinhos (não nas fêmeas efipiais), sendo os da margem posterior
mais fortes e pontiagudos. Margem posterior da carapaça com uma membrana denticulada em
posição sub-marginal, composta de finas espículas. Mucro não muito longo (até 1/3 do
comprimento da valva), pontiagudo e um pouco curvo para trás. Cabeça grande, com lados sem
invaginações; fronte reticulada. Rostro trilobado, com lobo mediano largo e arredondado.
Antênulas bem separadas, projetando-se a partir dos lobos laterais. Posabdômen enlargado e
anguloso no ângulo anal. Garras com 6 pectens; espinhos basais do pecten interno próximo à
base das garras; pecten ventral interno composto por 25-30 espículas menores. Comprimento
entre 0,6-1,3 mm.
Macho com rostro muito curto, mas com lobo mediano pronunciado. Antênula curta,
com 2 setas sem poro, sendo a menor metade da maior. Carapaça reticulada, com espinhos
curtos, algumas vezes quase ausentes. Garra do 1° par de patas com margem ondulada, um forte
espinho basal e espículas esparsas no sua base. Posabdômen semelhante ao da fêmea, com garra
um pouco espessada. Comprimento cerca de 0,45 mm.
Encontrada no RIO GRANDE DO SUL (Richard, 1897a e 1897b; Dumont & Pensaert,
1983; Montú & Gloeden, 1986).
55

SIMOCEPHALUS Schoedler, 1858


(Figuras 45-51)
Corpo grande, com carapaça espessa e pesada. Cabeça pequena. Rostro, em geral, pouco
desenvolvido. Valvas grandes, finas, um tanto quadradas, com ângulos arredondados e, algumas
vezes, um espinho posterior. Dois processos abdominais, geralmente, desenvolvidos e separados.
Posabdômen grande, largo e truncado. Garras retas, com finas espículas ao longo de todo
comprimento; pecten proximal pode estar presente. Efípio grande, triangular e com 1 ovo.
Geralmente nada de costas.
Macho com antênulas semelhantes a da fêmea, mas com 2 setas sensoriais laterais; 1°
par de patas sem flagelo e com gancho pequeno.

Simocephalus acutirostris King, 1853


(Figuras 45a-b)
Vértice da cabeça prolongado em ponta aguda. Posabdômen mais largo do que
comprido, tendo a margem posterior obliquamente truncada. Garras com pecten proximal
formado por numerosas espículas fortes.
Segundo Gauthier (1939), os exemplares encontrados no Nordeste brasileiro pertencem à
subespécie brehmi, caracterizada pelo rostro muito desenvolvido e pelo ângulo formado pelas
margens posterior e dorsal do posabdômen, que é muito acentuado.
Registrada em PERNAMBUCO e ALAGOAS (Brehm, 1937 e 1938; Schubart, 1942).

Simocephalus agua-brancai Bergamin, 1939


(Figura 50)
Forma geral quadrangular. Carapaça estriada obliquamente, com estrias anastomosadas;
cerdas em toda extensão da margem ventral; margem posterior e o terço posterior da margem
dorsal com espículas, sendo as do ângulo posterior-dorsal mais fortes. Cabeça com vértice mais
ou menos pontiagudo, com 6 espinhos distantes um dos outros, sendo o 2° o maior deles. Sinus
cervical presente. Ocelo alongado. Antênulas pequenas, com seta sensorial próxima à base.
Quilha do labro com extremidade ciliada. Mandíbulas largas. Posabdômen curto e largo na base;
4 dentículos marginais grandes, fortes, curvos e denticulados, seguidos de 8-9 dentículos menores,
decrescentes no sentido proximal; grupos de 4-5 espículas laterais, estendendo-se além do ângulo
pré-anal, que é saliente e arredondado. Garras denticuladas e não pectinadas. Processos abdominais
rudimentares. Macho desconhecido.
Encontrada em SÃO PAULO (Bergamin, 1939a e 1939b).1

Segundo Orlova-Bienkowskaja (comunicação pessoal), esta espécie é sinônima de Simocephalus serrulatus.


56

Simocephalus iheringi Richard, 1897


(Figuras 48a-b)
Corpo oval, consideravelmente mais largo na metade posterior. Margem dorsal da carapaça
quase reta, mas formando um ângulo posterior-dorsal muito proeminente e agudo, com
dentículos dorsais. Cabeça pequena e separada do corpo por um pequeno sulco cervical. Rostro
bem marcado e um pouco curvado para frente, mas não pronunciado. Olho pequeno e ocelo
romboidal minúsculo. Posabdômen grande, com bordo posterior ondulado, provido de 13
dentículos anais. Garras com pecten proximal de espículas fortes e pectinada distalmente.
Presente no RIO GRANDE DO SUL (Richard, 1897a) e SÃO PAULO (Bergamin, 1939b,
como S. fonsecai).1

Simocephalus kerhervei Bergamin, 1931


(Figura 51)
Forma geral quadrangular. Carapaça estriada transversalmente; margem ventral com
cerdas finas em toda a extensão; cerdas do ângulo posterior-ventral com 3-4 cerdas mais grossas;
ângulo posterior-dorsal saliente e arredondado; margem posterior com espículas, também
existentes no ângulo posterior-dorsal e em parte da margem dorsal. Cabeça com vértice
arredondado, com 5-6 espinhos distantes um dos outros. Sinus cervical presente, com crista
arredondada. Ocelo losangular ou cônico, sempre alongado. Antênulas pequenas e finas, com
seta sensorial próxima à base. Quilha do labro com a extremidade ciliada. Mandíbulas largas.
Posabdômen curto e largo; 5-7 dentículos marginais, decrescentes no sentido proximal; espículas
finas na região do ângulo pré-anal, que é saliente e arredondado. Garras terminais retas, pectinadas
e denticuladas. Processos abdominais rudimentares. Comprimento 0,8-1,2 mm. Macho
desconhecido.
Encontrada em SÃO PAULO (Bergamin, 1931, 1939a e 1939b).2

Simocephalus latirostris Stingelin, 1906


(Figuras 46a-b)
Forma geral oval, com ângulo posterior-dorsal bem desenvolvido e agudo. Carapaça
marcada por polígonos. Cabeça larga, com vértice arredondado e com concavidade na margem
dorsal. Rostro muito pronunciado, com extremidade enlargada e curvada. Olho relativamente
grande. Ocelo losangular. Antênula longa. Posabdômen curto e largo, com 5-6 dentículos anais;
ângulo pré-anal bem marcado, agudo e com delicadas espículas. Garras longas e com delicadas
espículas no lado côncavo. Comprimento cerca de 1,6 mm.
Macho com ducto espermático abrindo-se na base do ângulo anal (Orlova-Bienkowskaja,
1995).
Registrada no AMAZONAS (Brandorff et al., 1982), PARÁ (Robertson, 1980) e
PERNAMBUCO (Brehm, 1937; Schubart, 1942). Pode-se supor que sua distribuição no Brasil
alcance estados mais ao sul, uma vez que esta espécie foi descrita, originalmente, no Paraguai
(Stingelin, 1906).

Simocephalus fonsecai Bergamin, 1931 é sinônimo desta espécie (Harding , 1955)


De acordo com Orlova-Bienkowskaja (comunicação pessoal), esta espécie é sinônima de Simocephalus
serrulatus.
57

Simocephalus serrulatus (Koch, 1841)


(Figuras 47a-c)
Forma geral quadrangular. Ápice da cabeça angulado, com 4-5 dentes. Carapaça estriada,
com alguns retículos nas bordas; ângulo posterior-dorsal pronunciado, mas arredondado; margem
posterior denticulada, assim como o terão final da margem dorsal (os dentículos são maiores na
região do ângulo posterior-dorsal). Olho localizado no ápice da cabeça. Ocelo losangular,
alongado. Rostro pequeno, cônico, pontiagudo. Antênulas pequenas, cônicas, um pouco curvadas
para frente, com fileiras transversais de pequenos espinhos; seta sensorial próxima à base. Antenas
com 2 pelos em sua base. Posabdômen um pouco estreitado na ponta; ângulo pré-anal pronunciado,
de extremidade arredondada; 14-18 dentículos anais, crescentes no sentido distal, sendo os 3
últimos mais ou menos do mesmo tamanho. Garras longas, quase retas, pectinadas e denticuladas.
Comprimento entre 1,8 e 2,3 mm.
Stingelin (1913), considera Simocephalus semiserratus Sars, 1901 como sinônimo de S.
serrulatus.1
Presente em MINAS GERAIS (Santos, 1980), SÃO PAULO (Sars, 1901; Bergamin,
1931 e 1939b; Barbosa & Matsumura-Tundisi, 1984) e RIO GRANDE DO SUL (Richard,
1897a; Montú & Gloeden, 1986).

Simocephalus vetulus (O.F. Müller, 1776)


(Figuras 49a-b)
Carapaça sem espinho, embora possa haver um obtuso ângulo posterior. Ocelo grande,
alongado, raramente romboidal. Posabdômen muito emarginado e raramente muito largo; cerca
de 10 dentículos anais decrescentes no sentido proximal, sendo o maior curvo e ciliado na base.
Garras longas, delgadas e aproximadamente retas, com finas espículas em toda extensão do lado
côncavo. Comprimento da fêmea até 3,0 mm; macho com cerca de 1,0 mm.
Registrada em PERNAMBUCO (Brehm & Thomsen, 1936; Brehm, 1938; Schubart,
1938 e 1942) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986.

Na opinião de Orlova-Bienkowskaja (comunicação pessoal), S. agua-brancai e S. kervehrei são sinônimos


de Simocephalus serrulatus.
58

Figura 33: Ceriodaphnia cornuta, a - forma típica, b - forma rigaudi.


Figura 34: Ceriodaphnia laticaudata (de Bergamin, 1939c).
Figura 35: Ceriodaphnia pulchella, a - fêmea, b - posabdômen (de Olivier, 1962).
Figura 36: Ceriodaphnia quadrangula, a - região anterior, b - posabdômen (de Bergamin, 1939c).
59

Figura 37: Ceriodaphnia reticulata, a - fêmea, b - região anterior da cabeça (de Olivier, 1962).
Figura 38: Ceriodaphnia richardi, a - fêmea, b - posabdômen (de Olivier, 1962).
Figura 35: Ceriodaphnia silvestrii, a - fêmea, b - posabdômen.
60

Figura 40: Daphnia gessneri, a - fêmea, b - posabdômen (de Matsumura-Tundisi, 1984).


Figura 41: Daphnia laevis, a - fêmea, b - posabdômen (de Matsumura-Tundisi, 1984).
Figura 42: Daphnia ambigua, a - fêmea, b - posabdômen (de Matsumura-Tundisi, 1984).
61

Figura 43: Scapholeberis armata, a - fêmea, b - lobo mediano do rostro, c - região dorsal da margem
posterior da carapaça, d - região ventral da margem posterior (de Dumont & Pensaert, 1983).
Figura 44: Scapholeberis spinifera, a - lobo mediano do rostro, b - margem posterior da carapaça (de
Dumont & Pensaert, 1983).
62

Figura 45: Simocephalus acutirostris, a - cabeça, b - posabdômen (de Gauthier, 1939).


Figura 46: Simocephalus latirostris, a - cabeça, b - posabdômen (de Brandorff et al., 1982).
Figura 47: Simocephalus serrulatus, a - fêmea, b - posabdômen, c - cabeça (a-b de Sars, 1901; c de
Olivier, 1962).
63

Figura 48: Simocephalus iheringi, a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).


Figura 49: Simocephalus vetulus, a - cabeça, b - posabdômen (de Olivier, 1962).
Figura 50: Simocephalus agua-brancai (de Bergamin, 1939b).
Figura 51: Simocephalus kerhervei (de Bergamin, 1939b).
64

FAMÍLIA ILYOCRYPTIDAE Smirnov, 1992


(Figuras 52-53)
Cabeça pequena e triangular. Ocelo presente. Antênula com dois segmentos. Antena
com setas 0-0-0-3/1-1-3. Intestino simples. Posabdômen largo, com margem dorsal convexa;
ânus abre-se na porção distal ou mediana do lado dorsal do posabdômen. Garras terminais longas,
com dois finos espinhos basais. Setas natatórias com segmentos distais longos. Carapaças exuviais
comumente retidas após a muda, dando a aparência de valvas concêntricas sobre a maior (Figura
53a).
Seis pares de patas. Pata I e II pequenas, com espinhos proporcionalmente longos. Patas
III a V com grandes exopoditos; o da pata III com 8 espinhos e o da pata V com 7. Pata VI em
formato de pequena pá.

Chave para as espécies de Ilyocrypticidae no Brasil

( 1) Carapaça lisa, sem tubérculos ou "verrugas" .......................................................... ( 2)


Carapaça com pequenos tubérculos (Figura 53c) ............... Ilyocryptus verrucosus

( 2) Antênula delgada, tendo comprimento 8 a 10 vezes maior do que a largura (Figura


52a) ........................................................................................... Ilyocryptus spinifer
Antênula menos de 8 vezes maior do que largura (Fig. 53a) .. Ilyocryptus sordidus

ILYOCRYPTUS Sars, 1862


(Figuras 52-53)
Cabeça não muito grande e triangular, afilada na parte anterior. Valvas com margens
ventral e posterior com muitos espinhos. Fórnices começando da margem frontal da cabeça,
passando pelo olho até a margem posterior. Cerdas olfativas na extremidade da antênula.
Apresenta um processo abdominal. Intestino simples. Garras terminais longas, com dois espinhos
basais finos.

Ilyocryptus sordidus (Liévin, 1848)


(Figuras 53a-b)
Valvas sem processos laterais. Antênula proporcionalmente curta, sem espinhos. Antena
com espinhos 0-1-0-1/0-0-1; espinho do 1° segmento do ramo 4-segmentado não alcança a
extremidade do 3° segmento. Posabdômen com margem pré-anal convexa, com 6-20 espinhos;
ânus abrindo-se na região mediana do posabdômen. Comprimento até 1.0 mm.
65

Macho com canal deferente abrindo-se atrás da pata VI. Comprimento até 0,65 mm.
De acordo com Smirnov (1976), a subespécie encontrada na América do Sul é Ilyocryptus
sordidus sarsi Stingelin, 1913, que caracteriza-se por: espinhos laterais da região pós-anal do
posabdômen relativamente curtas (não muito maior do que os espinhos anais); parte proximal
do posabdômen sem espinhos laterais; ânus abre-se pouco antes da metade do lado dorsal do
posabdômen.
Encontrada em SÃO PAULO (Sars, 1901).

Ilyocryptus spinifer Herrick, 1882


(Figuras 52a-b)
Carapaças lisas, com margem ventral com cerdas ponteagudas; as valvas antigas são
mantidas durante as mudas, de modo que se observam valvas sobrepostas no indivíduo adulto.
Antênula longa, com comprimento mais de 8 vezes maior do que a largura (1,96 em Smirnov,
1976). Posabdômen bilobado, com ânus abrindo-se na metade da margem dorsal; cerca de 8
dentículos pré-anais, 16 dentículos pós-anais e até 8 espículas laterais. Comprimento até 1,40
mm.
Macho com cerda na metade proximal da antênula e 1° par de patas sem gancho.
Espécie encontrada no AMAZONAS (Hardy, 1980; Brandorff et al., 1982), PARÁ
(Stingelin, 1909; Robertson, 1980), RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995),
PERNAMBUCO (Brehm, 1937 e 1938; Schubart, 1942 como Ilyocryptus longiremis), MATO
GROSSO (Green, 1972), SÃO PAULO (Sars, 1901 como I. longiremis; Bergamin, 1939b como
Ilyocryptus tetraspinatus; Barbosa e Matsumura-Tundisi, 1984), MINAS GERAIS (Santos, 1980),
DISTRITO FEDERAL (Starling, 1992) e RIO GRANDE DO SUL (Ihering, 1895; Montú &
Gloeden, 1986 e Bohrer et. al., 1988).

Ilyocryptus verrucosus Daday, 1905


(Figura 53c)
Corpo oval-triangular. Carapaça ornamentada com polígonos, formando projeções
semelhantes a verrugas; margem ventral-posterior com cerdas finas e plumosas; carapaças dos
estágios anteriores superpostas. Antênula bi-segmentada e longa. Antenas curtas e fortes.
Posabdômen grande e longo, com numerosos espinhos curtos e 6 a 8 longas espículas laterais.
Garra terminal longa e delgada, com 2 espinhos basais e finas espículas próximo à base.
Comprimento entre 0,40 e 0,65 mm. Macho desconhecido.
Presente no RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986). Estes autores citam
ainda a presença de I. verrucosus em Campo Grande (MS), tendo sido encontrada por Daday
(1905). Entretanto, na lista de localidades deste trabalho, "Campo Grande" refere-se à amostra
9, coletada em "Asuncion, Campo Grande, Calle de la Canada" e, portanto, no Paraguai.
66

Figura 52: Ilyocryptus spinifer, a - região anterior, b - posabômen (de Sars, 1901).
Figura 53a-b: Ilyocryptus sordidus, a - fêmea, b - posabômen (de Sars, 1901).
Figura 53c: Ilyocryptus verrucosus, vista dorsal (de Daday, 1905).
67

FAMÍLIA MACROTHRICIDAE Norman & Brady, 1867


(Figuras 54-62)
Olho e ocelo presentes. Antênulas com um segmento, grandes e móveis,
geralmente atadas à parte anterior da superfície ventral da cabeça. Antenas com endopodito 3-
segmentado e exopodito 4-segmentado; segmentos distais dos ramos antenais alongados.
Apresenta 5 pares de patas torácicas, sendo os dois primeiros comparáveis em tamanho
aos subsequentes. Posabdômen de formas variadas, mas nunca largamente semi-circular; parte
distal sem espinhos laterais longos. Intestino simples ou enrolado. Carapaças exuviais nunca
retidas após as mudas.
A Família Macrothricidae é considerada a mais primitiva dentre os cladóceros
anomópodos (Fryer, 1974).

Chave para as espécies de Macrothricidae no Brasil

( 1) Intestino simples (Figura 56) ...................................................................................... ( 2)


Intestino enrolado (Figura 55a) ............................................................. Streblocerus
Única espécie no Brasil .............. Streblocerus pygmaeus

( 2) Posabdômen oval ou quadrangular, sem incisão no lado dorsal, igualmente largo


por toda sua extensão (Figura 58b) ......................................................... Macrothrix ( 3)
Posabdômen enlargado na parte pré-anal, com incisão no lado dorsal onde se acha
um espinho longo; grupos de denticulos anais (Figura 54b) .................. Grimaldina
Única espécie ............................... Grimaldina brazzai

( 3) Margem da carapaça serreada (Figura 57b) ........................... Macrothrix laticornis


Margem da carapaça não serreada, mas lisa ou escamosa (semelhante a diminutas
serrulações - Figuras 58b-c) ....................................................................................... (4)

( 4) Ângulo superior-dorsal da carapaça formando um espinho (Figura 56) ....................


Macrothrix sioli

Ângulo superior-dorsal da carapaça não formando espinho, embora possa ser


(5)
pontiagudo (Figura 57a) ............................................................................................

( 5) Segundo segmento do ramo 4-segmentado da antena com 2 ou mais espinhos


grandes (Figura 60a) ................................................................................................... (6)
Segundo segmento do ramo 4-segmentado da antena com apenas 1 espinho grande
(Figura 59a) ................................................................................................................ (8)

( 6) Antênula sem espinhos longos no lado ventral (Figura 60b) .....................................


Macrothrix superaculeata
Antênula com espinhos longos em seu lado ventral (Figura 61b) ............................. (7)
68

( 7) Com mais de 5 espinhos grandes no lado ventral da antênula (Figura 62b);


comprimento até 1,5 mm ........................................................ Macrothrix paulensis
Com cerca de 4 espinhos grandes no lado ventral da antênula (Figura 61b);
comprimento até 0,4 mm ................................................................ Macrothrix mira

( 8) Antênula dilatada distalmente (Figura 58a) ............................... Macrothrix spinosa


Antênula não dilatada distalmente (Figura 59b) .................... Macrothrix triserialis

GRIMALDINA Richard, 1892


(Figuras 54a-b)
Corpo comprimido, quase quadrangular; comprimento pouco excedendo a largura e
todas as margens um pouco convexas. Cabeça pequena em relação ao corpo, não claramente
separada deste; margem ventral com pequena projeção linguiforme posterior ao rostro. Antênulas
delgadas, não dilatadas na extremidade. Antena com fórmula setal 0-0-1-3/1-1-3. Posabdômen
muito grande, comprimido, com margem pré-anal sem dentes (apenas finas espículas) e dividida
em duas partes por uma depressão pronunciada; com um grupo de dentículos na parte distal da
abertura anal e um longo e peculiar espinho sigmóide na junção das margens anal e pré-anal.
Intestino não enrolado; ceco hepático muito pequeno.
Cinco pares de patas. Pata I com 3 setas de diferentes tamanhos no lobo distal. Pata IV
com 4 setas no exopodito.
Apenas uma espécie conhecida, Grimaldina brazzai.

Grimaldina brazzai Richard 1892


(Figuras 54a-b)
Ângulos posteriores da carapaça arredondados. Cabeça e carapaça ligeiramente escamosa.
Antênulas delgadas, com cerda sensorial próximo a base e 7 grupos de espículas no lado anterior.
Posabdômen característico do gênero; margem anal com dois grupos de espinhos pequenos e
delgados, tendo o proximal com 4-5 e o distal com 6-7 espinhos. Setas natatórias com longo
segmento distal (limite entre os segmentos não claramente visível). Comprimento entre 0,66 e
0,85 mm.
Macho pequeno, margem dorsal da carapaça reta. Pequeno gancho no 1° par de patas.
Antênulas com duas cerdas sensoriais próximas à base. Comprimento em torno de 0,50 mm.
Presente no AMAZONAS (Brandorff et al., 1982), PARÁ (Robertson, 1980), RORAIMA
(Smirnov & Santos-Silva, 1995), PERNAMBUCO (Brehm, 1937; Schubart, 1942), MATO
GROSSO (Smirnov, 1992) e SÃO PAULO (Sars, 1901).
69

MACROTHRIX Baird, 1843


(Figuras 56-62)
Antena com fórmula setal 0-0-1-3/1-1-3, sendo a cerda do segmento proximal do ramo
3-segmentado maior do que as demais. Fórnices começando pelo rostro, passando pelo olho e
terminando na base da antena. Antênulas com cerdas sensoriais na extremidade. Posabdômen
largo, com pequena garra terminal. Intestino simples e sem apêndices hepáticos. Cinco pares de
patas.

Macrothrix laticornis (Jurine, 1820)


(Figuras 57a-d)
Carapaça reticulada, com margem dorsal serreada. Escudo cefálico enlarga-se suavemente
a partir do rostro; poro cefálico pequeno. Em vista lateral, não se observa uma depressão frontal
ao olho; fórnice parte do rostro, formando um arco côncavo contínuo até a base do escudo cefálico.
Antênula com cerdas sensoriais na extremidade distal, tendo duas delas o dobro do comprimento
dos demais; na extremidade, uma protuberância no lado posterior com tufo de espinhos; no lado
anterior, dois tufos de espinhos próximo à extremidade e 4-5 fileiras de espículas. Antena com
fórmula setal 0-0-1-3/1-1-3 e com espinhos 0-1-0- 1/0-0-1. Posabdômen com margem pré-anal
com espinhos numerosos (mas com número inferior a M. spinosa); de cada lado da abertura
anal, 3 grupos de espículas, sendo o mais distal maior do que os demais. Cerdas natatórias com
os segmentos distal e proximal do mesmo tamanho. Garras pequenas. Comprimento até 0.7
mm.
Macho com margem dorsal da carapaça pouco convexa. Primeiro par de patas com grande
gancho. Canais deferentes abrem-se entre as garras.
Segundo Smirnov (1992), M. laticornis é uma espécie de distribuição holártica, requerendo
reidentificação os registros em regiões tropicais, como o Brasil.
Registrada em MATO GROSSO (Green, 1972), MATO GROSSO DO SUL (Daday,
1905), SÃO PAULO (Bergamin, 1931), MINAS GERAIS (Santos, 1980) e RIO GRANDE DO
SUL (Richard, 1897a e Montú & Gloeden, 1986).

Macrothrix mira (Smirnov, 1992)


(Figuras 61a-b)
Forma geral oval, com carapaça sem ângulos posteriores definidos; junção das valvas
situada ao mesmo nível da largura máxima; margem posterior com longas setas. Antênulas
longas, com longos espinhos na metade distal do lado posterior e pequenos espimhos na
extremidade. Antena com segmentos alongados, com setas sem grandes espinhos e fórmula 0-0-
1-3/1-1-3; espinhos dos segmentos da antena 0-2-0-1/0-0-1; basípodo com espinhos na
extremidade distal. Posabdômen com numerosas e pequenas espículas no lado dorsal e poucas
no região anal, sendo 2-3 maiores no ângulo distal. Comprimento até 0.39 mm. Macho
desconhecido.
Espécie encontrada no AMAZONAS (Brandorff et al., 1982; Smirnov, 1992).
70

Macrothrix paulensis (Sars, 1901)


(Figuras 62a-b)
Cabeça separada das valvas por sulco cervical não muito profundo. Região dorsal da
carapaça lisa, sem aspecto serreado. Antênula delgada, com espículas no lado interno; cerdas
sensoriais terminais curtas. Antena com setas 0-0-1-3/1-1-3. Posabdômen retangular e com
espículas no lado dorsal; dentes anais em torno de 10, sendo os dois distais maiores; garra com
espinhos no lado côncavo. Comprimento até 1,6 mm.
Macho com antênula proporcionalmente muito grande, com uma cerda sensorial na base
e outra na distal. Canal deferente abrindo-se na base da garra, pelo lado ventral. Comprimento até
0,5 mm.
Presente em SÃO PAULO (Sars, 1901, como Iheringula paulensis), PERNAMBUCO
(Brehm, 1938 e Schubart, 1942), AMAZONAS (Brandorff et al., 1982; Smirnov, 1992),
RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995) e DISTRITO FEDERAL (Starling, 1992).

Macrothrix sioli (Smirnov, 1992)


(Figura 56)
Forma oval, com ângulo posterior-dorsal da carapaça ponteaguda e alongada. Sulco
cervical presente, mas não muito profunda. Carapaça pode apresentar-se serreada no lado dorsal.
Antênulas com espinhos ao longo de seu comprimento (menores do que em Macrothrix paulensis).
Ramo 4-segmentado da antena com espinho no 2° segmento e espinho curto (ou projeção
semelhante a espinho) no 2° e 3° segmentos. Posabdômen retangular, com poucos grupos de
dentículos anais; margem pré-anal com espículas muito pequenas e homogêneas. Comprimento
cerca de 0,79 mm. Macho desconhecido.
Registrada no AMAZONAS (Brandorff et al., 1982; Smirnov, 1992).

Macrothrix spinosa King 1853


(Figuras 58a-d)
Escudo cefálico enlargando abruptamente a partir do olho composto; poro cefálico grande.
Em vista lateral, percebe-se uma depressão frontal ao olho; fórnice forte, partindo do olho
composto, arqueado convexamente até o nível da base da antena e segue reto para a margem
ventral do escudo cefálico. Antênula sem projeção na extremidade posterior, embora aí exista
um tufo de espinhos; lado anterior serreado, sem fileiras de espinhos visíveis e com tufos de
espinhos próximo à extremidade distal; cerdas sensorias apicais, com duas delas maiores do que
as outras. Antena com fórmula setal 0-0-1-3/1-1-3; junção dos segmentos das cerdas da antena
com espinho; segmentos da antena com espinhos 0-1-0-1/0-0-1. Posabdômen com numerosos
espinhos pequenos na região pré-anal (cerca de 21-24 fileiras); em cada lado da abertura anal, 4-
6 grupos de espinhos iguais. Cerdas natatórias com segmento distal menor do que o proximal.
Comprimento entre 0,37 e 0,77 mm.
71

Macho com duas cerdas sensoriais próximo à base das antênulas. Gancho longo e
delgado no 1° par de patas. Canal deferente abrindo-se junto à base das garras.
Esta espécie tem como sinônimos Macrothrix squamosa e Macrothrix goeldi (Dumont
& van de Velde, 1977; Smirnov, 1992). Com estes nomes foi encontrada no PARÁ (Robertson,
1980), RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995), PERNAMBUCO (Brehm & Thomsen,
1936; Brehm, 1937 e 1938; Schubart, 1938 e 1942) e SÃO PAULO (Sars, 1901).

Macrothrix superaculeata (Smirnov, 1992)


(Figuras 60a-b)
Carapaça finamente serreada na margem dorsal e com ângulo posterior-dorsal um pouco
pronunciado. Margem ventral da cabeça um pouco convexa e com incisões transversais. Antênula
ligeiramente curva, pouco dilatada na extremidade, sem espinhos longos no lado posterior (apenas
pequenas cerdas finas e espículas). Antena com espinhos laterais bem desenvolvidos em todos
os segmentos do ramo 4-segmentado; fórmula de espinhos 1-2-1-1/0-0-1. Margem pré-anal do
posabdômen ondulada e com dentículos moderados; grupos de dentículos na margem anal; na
porção distal do posabdômen existe um lobo peculiar. Comprimento em torno de 0.77 mm.
Macho desconhecido.
Espécie descrita no AMAZONAS (Brandorff et al., 1982), PARÁ (Smirnov, 1992) e
RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995).

Macrothrix triserialis (Brady, 1886)


(Figuras 59a-b)
Cabeça separada das valvas por depressão não muito profunda; margem ventral da cabeça
com incisões. Antênula sem espinhos longos no lado posterior. Ramo 4-segmentado da antena
com grupos de espículas na extremidade dos segmentos, sendo a maior cerca de 2 vezes menor
do que o espinho usual existente no 2° segmento. Posabdômen estreita-se ligeiramente na direção
distal; margem dorsal convexa e com dentículos. Efípio com 2 ovos. Comprimento até 1,0 mm.
Macho com antênula curva, com 3-4 fileiras de espinhos porção proximal. Posabdômen
com a parte distal alongada e estreita, com o canal deferente abrindo-se na extremidade. Garras
terminais ausentes. Margem anal com dentículos. Gancho no 1° par de patas. Comprimento até
0,6 mm.
Encontrada no PARÁ (Robertson, 1980), MATO GROSSO (Green, 1972), MATO
GROSSO DO SUL (Daday, 1905 como Macrotrhix elegans), PERNAMBUCO (Brehm &
Thomsen, 1936; Brehm, 1938; Schubart, 1938 e 1942), ALAGOAS (Brehm, 1937), SÃO
PAULO (Sars, 1901 como M. elegans) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).
72

STREBLOCERUS Sars, 1862


(Figuras 55a-c)
Corpo arredondado. Labro com processo grande, serreado e agudo. Antênulas grandes,
achatadas, curvadas, um pouco divergentes e enlargadas distalmente. Fórmula setal da antena 0-
0-1-3/1-1-3. Posabdômen bilobado: parte pré-anal comprimida, semicircular; parte anal
arredondada, com finos espículas e pêlos. Garras pequenas, curvadas e denticuladas. Cinco pares
de patas. Intestino enrolado, com pequenos cecos hepáticos.
Macho pequeno, semelhante à fêmea, com 1° par de patas sem gancho.

Streblocerus pygmaeus Sars, 1901


(Figuras 55a-c)
Cabeça separada do corpo por sulco bem marcado. Superfície da carapaça, marcada por
retículos, cujas bordas formam sulcos, que dão aparência serreada à margem dorsal. Posabdômen
com margem pré-anal não serreada, com 4-5 fileiras de finos pelos. Garras terminais finamente
denticulada em toda sua extensão. Comprimento entre 0,20 e 0,25 mm. Macho desconhecido.
Encontrada no AMAZONAS (Brandorff et al., 1982; Smirnov, 1992), PARÁ (Robertson,
1980, DISTRITO FEDERAL (Starling, 1992) e SÃO PAULO (Sars, 1901).
Existe um registro de Streblocerus serricaudatus (Fischer, 1849) no Pará (Robertson,
1980). Brandorff et al. (1982) indicam que esta espécie tem sido encontrada, na América do Sul,
em regiões montanhosas, enquanto que S. pygmaeus é encontrado em planícies tropicais e
subtropicais. Por este motivo, acredita-se na necessidade de revisão da identidade destes
exemplares do Pará.
73

Figura 54: Grimaldina brazzai, a - fêmea, b - posabômen (de Sars, 1901).


Figura 55: Streblocerus pygmaeus, a - fêmea, b - posabômen, c - antênula (de Sars, 1901).
Figura 56: Macrothrix sioli (de Smirnov, 1992).
74

Figura 57: Macrothrix laticornis, a - fêmea, b - margem dorsal-posterior da carapaça, c - antênula, d -


posabdômen (de Smirnov, 1992).
Figura 58: Macrothrix spinosa, a - antênula, b - margem dorsal-posterior da carapaça, c - margem dorsal-
anterior da carapaça e posterior da cabeça, d - posabdômen (de Smirnov, 1992).
Figura 59: Macrothrix triserialis, a - antena, b - antênula (de Smirnov, 1992).
75

Figura 60: Macrothrix superaculeta, a - antena, b - antênula (de Smirnov, 1992).


Figura 61: Macrothrix mira, a - fêmea, b - antênula (de Smirnov, 1992).
Figura 62: Macrothrix paulensis, a - fêmea, b - antênula (a de Sars, 1900; b de Smirnov, 1992).
76

FAMÍLIA CHYDORIDAE Stebbing, 1902


(Figuras 63-125)

Corpo oval, em vista lateral, sendo algumas vezes quase redondo. Valvas cobrindo o
posabdômen. Cabeça coberta pelo escudo cefálico, que pode, anteriormente, ser arredondado ou
formar um rostro pontiagudo; as margens laterais são chamadas fórnices, podendo alcançar ou
não o ápice do rostro; na porção posterior, com raras exceções, estão presentes os poros cefálicos,
cujo arranjo tem importância sistemática (Figuras 64-66).
Antenas curtas, com ramos 3-segmentados; endopodito com 3 e o exopodito com 3 a 5
setas. Antênulas móveis e não segmentadas. Labro geralmente com uma expansão (placa),
diferenciada entre as espécies. Ocelo presente. Intestino convoluto. Posabdômen com garras
terminais e, na fêmea, dentículos anais.
Estão presentes 5 ou 6 pares de patas (Figura 63), marcadamente diferenciadas, existindo
uma estrutura padrão. Cada pata consiste numa base, da qual partem um ramo interno (endito) e
um ramo externo (exopodito). Entre o basípodo e o endopodito encontra-se a gnatobase ou
processo da coxa. Ligado ao endopodito existe o epipodito, que situa-se lateral e posteriormente ao
exopodito.
Pata I com exopodito pequeno (com 1-2 setas) e endito tripartido. Endito da pata II com 8
setas fortes, sem setas finas; exopodito pequeno com 1-2 setas; gantobase com fileira de setas
plumosas. Patas III a V com grandes exopoditos com 4-9 setas; com pequenos enditos e gnatobase,
portadores grupos de setas plumosas. A pata VI, se presente, em forma de pequeno lobo e sem
epipodito. Para descrição mais detalhada, ver Smirnov (1974).
Machos menores do que as fêmeas, com antênulas grandes, um gancho no primeiro par de
patas e posabdômen modificado. Dentículos anais e espículas laterais reduzidas, se comparados
aos da fêmea.
Reconhecem-se quatro subfamílias:

EURYCERCINAE - seis pares de patas; exopodito da pata IV com 9 setas (Figura 64a). Um
único poro cefálico principal, situado próximo à margem posterior do escudo cefálico (Figura
64b); poros pequenos laterais e adjacentes ao principal.

SAYCIINAE - cinco pares de patas; exopodito da pata IV com 8 setas; sem poros cefálicos.

CHYDORINAE - cinco ou 6 pares de patas exopodito da pata IV com 7 setas (Figura 65a);.
Poros cefálicos na linha mediana da carapaça, sendo os principais, geralmente, isolados e com os
pequenos entre eles (Figuras 65b); em Dadaya e Ephemeroporus existe um único poro, mediano
e longe da margem posterior da carapaça (Figura 65c).

ALONINAE - cinco ou 6 pares de patas; exopodito da pata IV com 6 setas (Figura 66a). Poros
cefálicos principais, geralmente 2 ou 3 e na linha mediana da carapaça, são fundidos, isolados ou
separados e os poros pequenos laterais (Figuras 66b-c); se apenas um único poro, é encontrado
próximo da margem posterior da carapaça (Figura 66d); se os poros medianos estão ausentes, os
laterais estão próximos à linha mediana e têm forma de feijão (Figura 66e).
No Brasil, conhecem-se apenas registros das subfamílias Eurycercinae, Chydorinae e
Aloninae .
77

Figura 63: Patas da fêmea de Chydorus eurynotus, I - primeira pata direita, anterolateral, II - segunda
pata direita, lateral, III - terceira pata esquerda, visão pelo lado interno, IV - quarta pata direita, visão
pelo lado interno, V - quinta pata esquerda, visão pelo lado interno (de Smirnov, 1974).
78

Figura 64: Subfamlia Eurycercinae, Eurycercus. a - exopodito-pata IV, b - escudo cefálico (de Smirnov,
1974)
Figura 65: Subfamília Chydorinae. a - exopodito da pata IV de Disparalona (de Smirnov, 1974), b -
escudo cefálico de Chydorus sphaericus (de Frey, 1980), c - escudo cefálico de Dadaya macrops (de
Paggi, 1975)
Figura 66: Subfamília Aloninae. a - exopodito da pata IV de Biapertura (de Smirnov, 1974), b - escudo
cefálico de Alona (de Smirnov, 1974), c - escudo cefálico de Biapertura verrucosa (de Smirnov,
1984), d - escudo cefálico de Euryalona (de Rajapaksa & Fernando, 1987b), e - escudo cefálico de
Notalona (de Rajapaksa & Fernando, 1987a).
79

A evolução e a radiação adaptativa da família Chydoridae foi estudada por Fryer (1968).
A sistemática da família ainda carece de revisões, especialmente em relação às espécies
neotropicais. Frey (1987b) discute o cosmopolitismo entre os Chydoridae, afirmando ser esta
uma família de espécies muito endêmicas em função, particularmente, de seus ovos efipiais
pesados e não flutuantes. Alguns trabalhos recentes têm demonstrado que espécies consideradas
cosmopolitas, como por exemplo Chydorus faviformis, são um complexo de espécies próximas
(Frey, 1987a). Tudo isto leva-nos a sugerir muita cautela na identificação das espécies de
Chydoridae.

SUBFAMÍLIA EURYCERCINAE Kurz, 1875

Esta família compreende apenas um gênero, Eurycercus Baird, 1843, o qual é descrito a
seguir.
Corpo oval, com escudo cefálico arredondado nas margens posterior e anterior. Poro
cefálico principal grande, arredondado, situado próximo à margem posterior do escudo cefálico,
com poros menores próximos a ele. Mandíbulas articuladas entre o escudo cefálico e as valvas.
Posabdômen largo, com ânus localizado na extremidade distal. Mais de 80 dentículos pré-anais.
Garras com dois espinhos basais. Seis pares de patas, sendo a pata VI com epipodito. Exopodito
das patas III e IV com 8 a 10 setas e o da pata V com 7 ou 8. Espécies grandes, com
comprimento entre 0,7 e 6,0 mm. Apresentam numerosos ovos.
Macho com ductos deferentes abrindo-se no lado ventral proximal do posabdômen.

Eurycercus lamellatus (O. F. Müller, 1785)


(Figuras 64a-b e 67)
Margem dorsal convexa e a ventral mais ou menos reta; ângulos posterior-ventral e
posterior-dorsal das valvas arredondados; margem ventral com setas e uma fileira de espículas
na porção posterior-ventral. Quilha dorsal presente, mas ausente na cabeça.
Antênulas com incisões com fileiras de espículas, projetando-se menos da metade de seu
comprimento além do rostro; com uma "coroa" de espículas em torno dos pelos sensoriais
(estetos). Antena com as seguintes fórmulas: setas 0-0-3/1-1-3; espinhos 1-0-1/0-0-1; segmentos
da antênula com fileiras de espículas. Labro com placa triangular.
Posabdômen com margem distal côncava, apresentando 83 a 135 dentículos pré-anais,
sendo mais numerosos com a idade. Dentículo distal muito maior do que os demais, que decrescem
proximalmente. Comprimento entre 0,7 e 5,0 mm. Os exemplares sul-americanos são menores,
entre 0,58 e 1,19 mm.
Macho com antênula, olho e ocelo relativamente maiores do que na fêmea. Antênula com
duas setas medianas. Primeiro par de patas com gancho. Comprimento até 1,3 mm.
É uma espécie de distribuição holártica, com registros esparsos no RIO GRANDE DO
SUL (Montú & Gloeden, 1986) e Argentina e sul da África.
80

SUBFAMÍLIA CHYDORINAE Stebbing, 1902


(Figuras 65, 68-90)

Largura do corpo ligeiramente maior do que o comprimento. Quilha dorsal presente em


algumas espécies. Mandíbulas articuladas com o escudo cefálico a alguma distância da margem.
Poros cefálicos na linha mediana e separados; dois poros pequenos entre eles. Em Dadaya e em
Ephemeroporus jovens existe apenas um poro mediano.
Valvas com setas marginais em toda a margem ventral ou setas internas na porção posterior-
ventral. Posabdômen com ânus na porção proximal. Garras com dois espinhos basais, na maioria
das espécies; em Dunhevedia, Dadaya e outras espécies existe apenas um espinho basal.
Apresenta 5 ou 6 pares de patas. Endito da pata II com 8 setas fortes, sem setas finas.
Exopoditos das patas III e IV com 7 setas. Pata VI, se presente, sem epipodito.

Chave para as espécies de Chydorinae no Brasil

( 1) Um poro cefálico mediano (Figura 65c), presente ou ausente no adulto ................... ( 2)


Dois poros cefálicos principais (Figura 65b) ............................................................. ( 5)

( 2) Poro cefálico permanente no adulto (Figura 65c). Olho e ocelo anormalmente


grandes (Figura 68a) ..................................................................................... Dadaya
Única espécie ..........................Dadaya macrops
Poro cefálico presente apenas nos jovens (Figuras 86e-f). Olho e ocelo de
tamanhos usuais (Figura 85a) .......................................................... Ephemeroporus ( 3)

( 3) Ângulo posterior-ventral da carapaça com um dente (Figura 86a) ........................... ( 4)


Ângulo posterior-ventral da carapaça sem dentes (Figura 87a) .................................
Ephemeroporus tridentatus

( 4) Quilha do labro com um único dente (Figura 86b) .......... Ephemeroporus hybridus
Quilha do labro com quatro dentes distintos ou pares (Figura 85b) ..........................
Ephemeroporus barroisi

( 5) Margem ventral da carapaça inteiramente com setas (Figura 88a) ............................ ( 6)


Margem ventral da carapaça com setas apenas na metade anterior; as setas da
metade posterior são internas (Figuras 80a, 87a) ....................................................... (16)

( 6) Margem posterior cerca de 1/3 da largura máxima (Figura 90a) ou se mais longa, o
posabdômen é longo e curvado). Distância do poro cefálico posterior até a margem
da carapaça ligeiramente maior do que a distância entre os poros ..............
Pleuroxus ( 7)
Margem posterior cerca de 1/2 da largura máxima (Figura 71a). Distância do poro
cefálico posterior até a margem da carapaça menor do que a distância entre os
poros ........................................................................................................................... ( 9)
81

( 7) Antênula com protuberância em sua base. Setas mais anteriores da margem ventral
da carapaça projetadas para dentro a partir da linha submarginal. Rostro alongado,
obtuso na extremidade. Dentículos anais pequenos e irregularmente distribuídos
(Figuras 88a-d) ................................................................. Pleuroxus aduncus grupo
Sem protuberância na base da antênula; setas mais anteriores da margem ventral da
carapaça relativamente curtas e projetadas para fora ............................................ ( 8)

( 8) Com 8 a 12 dentículos anais, sendo os 4 distais muito maiores do que os demais


(Figura 89b) .......................................................................... Pleuroxus denticulatus
Com 14 a 16 dentículos anais, decrescendo gradualmente em sentido proximal
(Figura 90c) ................................................................................... Pleuroxus similis

( 9) Rostro longo, pontiagudo, excedendo as antênulas mais do que o comprimento


delas (Figura 83a) .................................................................................. Disparalona (10)
Rostro curto, obtuso, excedendo pouco as antênulas (Figura 71a) ............. Alonella (11)

(10) Quilha do labro convexa e lisa. Ângulo pré-anal pouco projetado (Figura 82a-b) ....
Disparalona acutirostris
Quilha do labro ondulada ou com um processo. Ângulo pré-anal muito projetado
(Figura 83a-b) ............................................................................ Disparalona dadayi

(11) Garra terminal com um espinho basal (Figura 71b) ................................................... (13)
Garra terminal com dois espinhos basais (Figuras 72 e 75) ....................................... (12)

(12) Primeiro par de patas com forte seta em gancho (Figura 75b) .... Alonella hamulata
Primeiro par de patas sem tal seta .............................................. Alonella granulata

(13) Rostro curvado para trás, excedendo as antênulas em cerca de metade do tamanho
delas (Figura 73a) ...................................................... Alonella clathratula
Rostro não curvado para trás, quase do mesmo tamanho das antênulas (Figura 71a) (14)

(14) Ângulo posterior-ventral da valva com 1 a 3 dentículos (Figuras 70a, 71a) ............. (15)
Ângulo posterior-ventral da valva sem dentículo (Figura 74a) .... Alonella lineolata

(15) Margem ventral da carapaça formando ângulo obtuso ao nível da largura máxima.
Ângulo posterior-ventral arredondado (Figura 71a) .................... Alonella dentifera
Margem ventral da carapaça não formando ângulo ao nível da largura máxima.
Ângulo posterior-ventral marcado (Figura 70a) ...................... Alonella brasiliensis

(16) Margem ventral da valva com dentículo e incisão (Figura 69) ............ Anchistropus
Única espécie no Brasil........................Anchistropus ominosus
Margem ventral da valva sem dentículo e incisão ..................................................... (17)

(17) Labro com processo em forma de placa (Figuras 84c, 83a) ....................................... (18)
Labro sem tal processo (Figura 81b) .............................................. Pseudochydorus
Única espécie .................Pseudochydorus globosus
82

(18) Forma esférica. Ânus no lado ventral funcional do posabdômen (Figura 78b) .........
Chydorus (19)
Forma alongada. Ânus no lado posterior funcional do posabdômen (Figura84a) .....
Dunhevedia
Única espécie no Brasil ...............Dunhevedia odontoplax

(19) Superfície da carapaça marcada com "favos de abelha" em relevo (Figura 78a) ......
Chydorus parvireticulatus
Superfície da carapaça sem "favos" em relevo .......................................................... (20)

(20) Fórmula setal da antena 1-1-3/0-0-3 (Figura 76b) .................... Chydorus eurynotus
Fórmula setal da antena 0-1-3/0-0-3 (Figura 77b) (21)
......................................................

(21) Ângulo posterior-ventral da carapaça com espinho (Figura 77a) Chydorus nitidulus
Ângulo posterior-ventral da carapaça sem espinho (Figura 80a) .............................. (22)

(22) Carapaça não pubescente. Espinhos marginais do posabdômen quase do mesmo


tamanho, sendo o mais distal menor do que os demais (Figuras 80a-b) ....................
Chydorus sphaericus sens. lat.
Carapaça reticulada, em geral pubescente. Espinhos marginais do posabdômen
crescendo distalmente (Figuras 79a-c) ..................................... Chydorus pubescens

ALONELLA Sars, 1862


(Figuras 70-75)
Fêmeas com forma ovalada. Valvas com reticulações em forma de polígonos ou linhas.
Setas situadas na margem ventral das valvas e não no lado interno. Antênulas não alcançando o
ápice do rostro por menos do que seu comprimento ou projetando-se um pouco além deste.
Antena com fórmula de setas: 0-1-3/0-0-3.
Superfície anterior do endito da pata I com grupo de setas; ramo externo com 3 setas, uma
delas semelhante a um gancho. Pata II triangular, com gnatobase estreita. Pata III com exopodito
retangular, com 4 setas na margem posterior com cerca do dobro do comprimento do expopodito;
margem dorsal com 3 setas não maiores do que o exopodito. Pata IV com exopodito grande,
com 7 setas crescentes da parte anterior para posterior, sendo as duas primeiras pouco plumosas.
Pata V com exopodito grande e com 4 setas, sendo uma delas pequena e no lado anterior do
exopodito e as 3 restantes no lado posterior.
Macho menor do que as fêmeas, com 1° par de patas modificado e posabdômen estreitado
e sem dentículos anais no adulto. Vaso deferente abrindo-se na base das garras.
83

Alonella brasiliensis Bergamin, 1935


(Figuras 70a-b)
Margens ventral e dorsal da carapaça convexas; margem posterior quase reta; ângulo
posterior-ventral com 2-3 dentículos agudos, agrupados; setas da margem ventral posterior
esparsas. Carapaça com marcas pouco visíveis. Margens anterior e posterior do escudo cefálico
arredondadas (Smirnov, 1984, não observou os poros cefálicos, o que mantêm certa dúvida
sobre a pertença desta espécie ao gênero Alonella). Ocelo mais próximo do olho do que da
extremidade do rostro. Antênula não alcança a extremidade do rostro. Antena com setas 0-1-3/
0-0-3; apresenta um espinho no primeiro segmento do endopodito, o qual alcança a extremidade
do segundo segmento. Labro com placa alongada e ápice arredondado. Na pata I, o ramo externo
do endito tem 2 setas longas e plumosas de um só lado. Posabdômen estreitando-se um pouco
distalmente; dentículos da margem pós-anal maiores e isolados e os da margem pré-anal são
menores e agrupados. Garra com um espinho basal com cerca de 1/2 do comprimento da garra.
Intestino convoluto. Comprimento entre 0,35 e 0,45 mm. Macho desconhecido.
Encontrada no AMAZONAS (Smirnov, 1984), RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva,
1995) e SÃO PAULO (Bergamin, 1935).

Alonella clathratula Sars, 1896


(Figuras 73a-b)
Carapaça marcada por linhas longitudinais que, em alguns pontos, formam polígonos:
com finas estrias entre as linhas mais fortes; ângulo posterior-ventral forma um ângulo reto,
arredondado ou projetado como um dente obtuso. Escudo cefálico com margem posterior
arredondada; distância entre os poros cefálicos maior do que a distância destes à margem posterior.
Posabdômen curto; ângulo pré-anal não pronunciado; margem anal com espículas; cerca de 10
dentículos anais. Garras com um espinho basal. Comprimento até 0, 45 mm.
Em Smirnov (1974) esta espécie é apresentada como uma variedade de Alonella excisa,
sendo a forma típica com distribuição holártica. A forma clathratula foi descrita na Austrália e
registrada, posteriormente na América do Sul e África, ora como espécie, ora como variedade.
Até novos estudos serem realizados, convém manter certa dúvida sobre a identidade dos
exemplares encontrados no Brasil.
Presente em SÃO PAULO (Sars, 1901), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905) e
DISTRITO FEDERAL.

Alonella dentifera Sars, 1901


(Figuras 71a-b)
Carapaça ligeiramente reticulada; largura máxima anterior à metade do corpo; ângulo
posterior-ventral com 1-3 dentículos separados. Rostro obtuso. Escudo cefálico com margem
posterior larga e arredondada; poros cefálicos próximos à margem posterior. Antênulas
terminando a curta distância da extremidade do rostro. Quilha do labro arredondada, mais
curto do que o de Alonella brasiliensis e com ápice evidenciado (Smirnov, 1988). Posabdômen
com ângulo pré-anal ligeiramente pronunciado; margem distal arredondada, mas não projetada;
cerca de 12 dentículos anais e 12 grupos de espículas laterais. Garras com longo espinho
84

basal. Intestino enrolado (1,5 volta). Comprimento da fêmea cerca de 0,4 mm; macho em
torno de 0,35 mm.
Registrada no PARÁ (Robertson, 1980), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905), SÃO
PAULO (Sars, 1901; Bergamin, 1931, 1939b e 1941) e RIO GRANDE DO SUL (Montú &
Gloeden, 1986).

Alonella granulata Brehm, 1933


(Figura 72)
Margem posterior da carapaça 2,5 vezes menor do que a largura máxima; ângulo posterior-
ventral com dentículos; superfície da carapaça punctuada. Ocelo mais próximo do olho do que
do rostro. Rostro pontiagudo. Antênulas não alcançam a extremidade do rostro. Quilha do labro
com extremidade ponteaguda. Posabdômen ligeiramente mais estreito distalmente; ângulo pré-
anal não pronunciado; espículas laterais ausentes. Comprimento até 0,38 mm. Macho
desconhecido.
Presente em PERNAMBUCO (Brehm, 1937; Schubart, 1942).

Alonella hamulata (Birge, 1879)


(Figura 75a-c)
Carapaça com linhas longitudinais; ângulo posterior-dorsal distinto e ângulo posterior-
ventral arredondado, sem dentículos. Rostro longo, pontiagudo. Distância entre as extremidades
do rostro e das antênulas é maior do que o comprimento das antênulas. Exopodito da antena com
seta no segmento basal, sendo pouco mais longa do que os três segmentos deste ramo. Labro
com ápice pontiagudo. Posabdômen mais largo no meio, com ângulo pré-anal diferenciado e
com 12-14 dentículos anais. Garras com 2 espinhos basais, o distal mais longo. Ramo externo
do endito da pata I com 3 setas, uma curta e 2 longas (uma fina e a outra em forma de gancho).
Comprimento cerca de 0,6 mm.
Macho com margem ventral ligeiramente côncava na metade posterior. Antênulas mais
grossas do que as da fêmea. Posabdômen afilando distalmente, com 10-12 setas pós-anais, as
maiores na base das garras; ângulo pré-anal não distinto. Comprimento cerca de 0,36 mm.
Presente no PARÁ (Robertson, 1980), MATO GROSSO (Green, 1972), ALAGOAS
(SCHUBART, 1942) e PERNAMBUCO (Brehm, 1937, como Pleuroxus chappuisi). Segundo
Rey & Vasquez (1986a), a sinonímia com Pleuroxus chappuisi é incerta.

Alonella lineolata Sars, 1901


(Figuras 74a-b)
Carapaça com linhas longitudinais paralelas à margem dorsal; largura máxima na metade
do corpo; ângulos posteriores arredondados. Ocelo mais próximo do olho do que da extremidade
do rostro. Antênulas quase alcançam o ápice do rostro. Extremidade do labro arredondada.
Posabdômen com ângulo pré-anal ligeiramente pronunciado; margem distal arredondada e um
pouco projetada; dentículos anais pequenos, situados na parte distal da margem dorsal; espículas
85

laterais ausentes. Garras com um pequeno espinho basal. Comprimento em torno de 0,31 mm.
Macho desconhecido.
Registrada em SÃO PAULO (Sars, 1901).

ANCHISTROPUS Sars, 1862


(Figura 69)
Corpo arredondado. Valvas com ângulos posterior-ventral e posterior-dorsal arredondados
e sem dentículos; margem ventral com uma incisão, anterior ao meio, seguida de um processo
no qual abre-se uma glândula; a margem ventral segue-se reta, posteriormente, com setas no
lado interior. Escudo cefálico com margem posterior arredondada. Rostro pontiagudo, cujo ápice
não é alcançado pelas antênulas. Setas na antênula: 0-1-3/0-0-3.
Cinco pares de patas. Pata I com uma longa e denticulada seta em forma de gancho. Pata
II com setas pouco diferenciadas no endito. Pata III com exopodito quadrado, com 4 setas no
lado posterior. Pata IV com exopodito arredondado e 7 setas. Pata V modificada, com diversos
lobos.
Macho com vaso deferente abrindo-se na base das garras.

Anchistropus ominosus Smirnov, 1985


(Figura 69)
Carapaça com pigmentação escura. Rostro semelhante a um bico pontiagudo. Antênula
curta e grossa, com pequena saliência lateral, correspondente à base da cerda. Posabdômen
marrom, relativamente curto, com o margem anal pouco côncava e sem espículas ou dentículos.
Garras finas e lisas. Patas III a V reduzidas. Superfície ventral do tronco em frente às patas com
áreas quitinizadas nos lados direito e esquerdo. Comprimento em torno de 0,31 mm. Macho
desconhecido.
Encontrada no Rio Xingú, PARÁ (Smirnov, 1985).

CHYDORUS Leach, 1816


(Figuras 76-80)
Margem ventral posterior das valvas com setas no lado interno. Antênulas da fêmea não
alcançam o ápice do rostro. Antena com fórmula setal 0-1-3/0-0-3. Escudo cefálico com 2 poros
principais medianos e 2 poros pequenos entre eles.
Cinco pares de patas. Endito da pata I com grupos de sétulas na superfície anterior; ramo
externo com 3 setas. Pata II com endito com 8 setas quitinizadas na margem posterior; endito
sem grupos de setas delicadas. Pata III com exopodito grande, com 4 setas no lado posterior e 3
na margem dorsal. Pata IV com exopodito muito grande e com 7 longas setas, sendo a anterior
menor do que as demais e esparsamente pubescente. Pata V com exopodito muito grande, com 3
setas no lado posterior e uma no anterior.
Machos caracterizados pelo posabdômen modificado e pela estrutura em gancho da
pata I.
86

Chydorus eurynotus Sars, 1901


(Figuras 63, 76a-c)
Carapaça com ângulo posterior-ventral arredondado; nos indivíduos maiores, a carapaça
é lisa, pontilhada ou com padrão hexagonal difuso na porção anterior; nos menores é marcada
por um retículo escamoso anteriormente, continuado por linhas onduladas, paralelas à
margem ventral; margem posterior delimitada por um contorno duplo. Escudo cefálico
grande, com margem posterior arredondada. Rostro curvado, agudo e longo, excedendo o
comprimento das antênulas. Ocelo duas vezes menor do que o olho. Antenas curtas, com
setas 0-0-3/1-1-3 e espinhos 0-0-1/0-0-1. Labro com extremidade obtusa e quilha
arredondada, com ligeira depressão anterior-ventral. Posabdômen longo e estreito, de largura
mais ou menos uniforme; ângulo pré-anal variavelmente pronunciado; margem dorsal com
2 fileiras de 7-11 (geralmente 8-10) dentículos sub-marginais, sendo os 2-3 distais maiores
que os demais, que são decrescentes proximalmente (o mais distal é curvado para o lado);
na região anal, 5-8 espinhos delgados, seguidos de 3-4 fileiras de espículas; 5-7 grupos de
espículas finas laterais. Garras curvas e relativamente grandes; no lado côncavo 5-7 espículas
fortes, seguidas por outras menores e mais finas; 2 espinhos basais. Comprimento entre
0,35 e 0,48 mm.
Macho com antênulas que não alcançam a extremidade do rostro. Posabdômen
enlargado distalmente, com extremidade truncada obliquamente; várias espículas anais
presentes; ângulo pré-anal não projetado. Garras com um único espinho basal. Comprimento
cerca de 0,32 mm.
Encontrada no PARÁ (Robertson, 1980), MATO GROSSO (Green, 1972),
PERNAMBUCO e ALAGOAS (como Chydorus flavescens, por: Brehm & Thomsen, 1936;
Brehm 1937 e 1938; Schubart, 1938), DISTRITO FEDERAL (Starling, 1992), SÃO PAULO
(Sars, 1901; Bergamin, 1931, 1939b e 1939c como Chydorus nomeralis e 1940a) e RIO
GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986; Bohrer et al., 1988).

Chydorus nitidulus (Sars, 1901)


(Figuras 77a-c)
Corpo mais longo do que largo (C/L aproximadamente 1,4). Labro grande,
expandido; margem anterior ligeiramente curvada e lisa. Escudo cefálico pequeno com
um poro cefálico mediano presente apenas nos jovens. Olho cerca de duas vezes maior do
que o ocelo. Antena com setas 0-1-3/0-0-3 e espinhos 0-0-1/1-0-1; uma das setas da
extremidade do ramo dorsal mais curta do que as demais. Carapaça com 7-9 estrias
paralelas curvas e onduladas, pouco visíveis. Margem ventral da carapaça com setas
contínuas da extremidade anterior ao dentículo no ângulo posterior-ventral; setas são
submarginais, exceto na região mediana anterior; margem posterior muito curta, cerca de
1/3 da largura máxima. Posabdômen alongado, com cerca de 12 delgados espinhos
marginais, quase do mesmo tamanho (os distais pouco maiores do que os proximais);
garra muito quitinizada, curvada, com sétulas no lado côncavo; 2 espinhos basais, sendo
o distal muito longo.
Presente em SÃO PAULO (Sars, 1901, como Alonella nitidula; Bergamin, 1931,
1939a, 1939b e 1940b, como Pleuroxus retrocurvatus).
87

Chydorus parvireticulatus Frey, 1987


(Figuras 78a-b)
Carapaça com grande número de "favos" pequenos (mais de 200 por meia carapaça),
quase até a extremidade do rostro. Rostro pontiagudo, não emarginado, com borda livre de
"favos", margeada por uma faixa com estrias transversas. Antenas com setas 0-1-3/0-0-3; em
ambos os segmentos terminais, um espinho muito pequeno, quase imperceptível. Posabdômen
alongado, com região anal maior do que as porções pré- e pós-anal; margem dorsal pré-anal
muito côncava e a pós-anal quase reta e marcadamente afilada até a base das garras; 8 a 10
dentículos anais longos e delgados; grupos de espículas laterais presentes. Garras longas, delgadas,
pouco curvas; dois espinhos basais; 2/3 distais com espículas fortes, decrescentes até a
extremidade. Comprimento entre 0,27 e 0,44 mm. Macho desconhecido.
Encontrada no AMAZONAS, PARÁ e RIO GRANDE DO SUL (Frey, 1987b). Montú &
Gloeden (1986) já haviam registrado sua presença no Rio Grande do Sul como Chydorus
faviformis.

Chydorus pubescens Sars, 1901


(Figuras 79a-c)
Carapaça marcada por um reticulado ondulado e freqüentemente com cobertura pilosa,
formada por espículas curtas (às vezes são reduzidas a tubérculos ou ausentes, mesmo na mesma
população); ângulo posterior-ventral arredondado; ângulo posterior-dorsal proeminente. Cabeça
grande, com rostro longo, pontiagudo e curvado. Antenas curtas, com fórmula setal 0-0-3/0-1-3
e de espinhos 0-0-1/0-0-1. Posabdômen longo, com ângulo pré-anal proeminente; margem dorsal
pós-anal reta, com duas fileiras de 6-8 dentículos anais retos, decrescentes no sentido proximal;
grupos de espículas laterais; existe um espinho curto de cada lado da protuberância da base das
garras, no lado dorsal. Garras longas e não muito curvadas, com 2 espinhos basais; lado côncavo
com duas séries de espículas finas, sendo as da série proximal mais curtas. Comprimento entre
0,28 e 0,41 mm.
Macho com gancho do primeiro par de patas em forma de U. Posabdômen longo, com
marcada concavidade, sem ângulo pré-anal marcado; 9-10 espinhos anais. Comprimento em
torno de 0,30 mm.
Presente no PARÁ (Robertson, 1980), MATO GROSSO (Green, 1972), MINAS GERAIS
(Santos, 1980), SÃO PAULO (Sars, 1901; Bergamin, 1940a) e RIO GRANDE DO SUL (Montú
& Gloeden, 1986, como Chydorus ciliatus; Bohrer et al., 1988).

Chydorus sphaericus sens. lat.


(Figuras 65b, 80a-b)
De acordo com Frey (1980), o que chamamos de C. sphaericus pode ser considerado um
complexo de espécies, definido pelo seguinte conjunto de características:
Corpo globular ou sub-globular; ângulo posterior dorsal agudo e ângulo posterior-ventral
largamente arredondado. Nas fêmeas, as setas ventrais da carapaça estão ausentes na região
saliente da margem. Rostro relativamente curto, fortemente afilado e variavelmente emarginado.
88

Labro bem desenvolvido, sem dentes, com extensão ventral variável. Garras com dois espinhos
basais, sendo o distal do tamanho da largura da base da garra e o proximal muito curto e delgado
(às vezes de difícil observação); flagelo sub-apical de tamanho variável no lado convexo da
garra. Comprimento, em geral, inferior a 0,5 mm.
Nos machos adultos a extremidade do rostro é arredondada ou truncada, com ângulos
arredondados, provida medianamente de duas pequenas espículas; na margem ventral da carapaça
as setas estão presentes sem falhas; posabdômen fortemente contraído na região anal, em geral
ligeiramente bulboso distalmente, com dentículos anais e espículas laterais presentes, mas
variáveis.
Registrada no AMAZONAS (Hardy, 1980), PERNAMBUCO (Schubart, 1942), MINAS
GERAIS (Santos, 1980), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1901), SÃO PAULO (Bergamin,
1931, 1939a e 1939b), SANTA CATARINA (Ihering, 1895 e Richard, 1897b, como Chydorus
leonardi) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).

DADAYA Sars, 1901


(Figuras 68a-b)
Forma do corpo oval. Rostro pontiagudo. Escudo cefálico com margem posterior
arredondada e um único poro. Valva reticulada, tendo a parte posterior da margem ventral com
setas submarginais, internas. Antênulas projetando-se além da extremidade do rostro. Quilha do
labro com ápice pontiagudo. Ocelo e olho muito grandes. Setas da antena 0-1-3/0-0-3.
Posabdômen sem espículas laterais e com dentículos anais. Garras com um único espinho basal.
Pata I com grupo de setas no lado anterior do endito. Pata II com longas e finas setas no
endito. Pata III com expodito retangular, com 4 setas no lado posterior (menos de 2 vezes o
tamanho do exopodito) e 3 setas na margem dorsal (menores do que o exopodito). Pata IV com
exopodito arredondado, com 7 setas, sendo as 2 anteriores aparentemente não pubescentes, como
são as demais; a menor das setas é a quinta. Pata V com exopodito grande, oval e com 4 setas (3
no lado posterior e uma no lado anterior).
Macho desconhecido.

Dadaya macrops (Daday, 1898)


(Figuras 65c, 68a-b)
Única espécie conhecida do gênero. Margens ventral e dorsal da carapaça convexas. Razão
entre comprimento/largura 1,3. Ângulo posterior-ventral arredondado, com ou sem um dentículo.
Carapaça marcada por hexágonos; Margem ventral com setas submarginais na metade posterior.
Rostro longo, sendo que os segmentos distais da antena não alcançam sua extremidade.
Posabdômen com ângulo pré-anal projetado; mais de 10 dentículos anais, sendo os proximais
muito pequenos. Comprimento até 0,41 mm. Macho desconhecido.
Presente no PARÁ (Stingelin, 1904c), PERNAMBUCO (Brehm, 1938), ALAGOAS
(Schubart, 1942) e SÃO PAULO (Sars, 1901; Bergamin, 1931, 1939a e 1940a). Smirnov (1974)
considera Dadaya ocellata Bergamin, 1931 como sinônimo de D. macrops.
89

DISPARALONA Fryer, 1968


(Figuras 65a, 82-83)
Corpo alongado. Carapaça com polígonos ou linhas. Rostro longo. Antênulas terminando
mais da metade de seu comprimento antes da extremidade do rostro. Antena com setas 0-1-3/0-
0-3 e espinhos 0-0-1/1-0-1. Posabdômen com espinhos anais e espículas laterais isoladas.
Exopodito da pata I com uma única seta; endito com 4 setas no lado posterior, 3 setas no
ramo externo, 4 setas no lobo anterior do ramo interno e 3 setas no lobo posterior. Endito da pata
III com grupo de setas delicadas maiores do que nos demais Chydoridae. Setas fortes (grupo de
setas externo) da pata IV são maiores do que as do grupo de setas delicadas.

Disparalona acutirostris (Birge, 1879)


(Figuras 82a-b)
Valvas reticuladas, sem distinto ângulo posterior-dorsal e com ângulo posterior-ventral
arredondado, com ou sem dentículo. Largura máxima no meio do corpo. Rostro longo, pontiagudo,
curvado para trás. Ocelo mais próximo do olho do que da extremidade do rostro. Antena com
espinho do segmento proximal do endopodito quase tão longo como o segundo segmento;
segundo segmento do exopodito com seta natatória relativamente curta; segmento basal do
exopodito não alcançando o meio do espinho terminal. Posabdômen largo, com dentículos anais
e espículas laterais; dentículos anais proximais acompanhados de setas pequenas; ângulo pré-
anal distinto, mas não muito projetado. Garras com 2 espinhos basais, sendo o proximal menor;
comprimento do espinho maior mais ou menos da largura da base da garra. Comprimento cerca
de 0,5 mm para fêmeas e 0,4 mm para os machos.
Registrada no PARÁ (Robertson, 1980), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905) e
DISTRITO FEDERAL (Starling, 1992).

Disparalona dadayi (Birge, 1910)


(Figuras 83a-c)
Carapaça reticulada, com ângulo posterior-dorsal distinto e ângulo posterior-ventral com
1 a vários dentículos. Rostro longo, pontiagudo, curvado para trás. Ocelo mais próximo do olho
do que do ápice do rostro.
Antênulas fusiformes, com cerca de 1/4 do comprimento do rostro. Margem anterior do
processo do labro ondulada. Posabdômen com ângulo pré-anal pronunciado; margem dorsal
arredondada distalmente. Garras com um espinho basal, que não alcança a metade da garra.
Comprimento da fêmea até 0,45mm e do macho cerca de 0,20 mm.
Encontrada no PARÁ (Stingelin, 1909; Robertson, 1980), MATO GROSSO (Green,
1972), PERNAMBUCO (Brehm & Thomsen, 1936; Brehm, 1937 e 1938; Schubart, 1942) e MINAS
GERAIS (Santos, 1980) e DISTRITO FEDERAL (Starling, 1992).
90

DUNHEVEDIA King, 1853


(Figura 84a-c)
Corpo oval. Parte anterior da margem ventral com setas internas. Ângulo posterior-ventral
geralmente com grande dentículo. Distância dos poros à margem posterior do escudo cefálico
menor do que a distância entre os poros. Ocelo menor do que o olho. De acordo com Rajapaksa
& Fernando (1987b) a antena tem setas 1-1-3/0-0-3, sendo a seta do segmento proximal muito
fina e delicada, pouco visível; espinhos 0-0-1/1-0-1. Posabdômen largo, com dentículos na
convexa margem dorsal. Garras com um espinho basal.
Cinco pares de patas. Pata I típica da subfamília. Pata II com setas em forma de gancho.
Exopodito da pata III com 7 setas (4 no lado posterior e 3 no dorsal). Pata IV com exopodito
arredondado com 7 setas, sendo as 2 anteriores escassamente pubescente e as demais plumosas.
Pata V com exopodito oval, com 4 setas (1 no lado anterior e 3 no posterior).
Macho menor do que a fêmea e com 1° par de patas modificado.

Dunhevedia odontoplax Sars, 1901


(Figuras 84a-c)
Carapaça levemente reticulada; ângulo posterior-ventral com dentículo, podendo existir
um dentículo acessório. Quilha do labro com um dentículo no meio da margem anterior. Antênulas
terminando pouco anteriores à extremidade do rostro. Posabdômen geralmente oval, com
dentículos anais pequenos e espículas laterais numerosas. Garra com um espinho basal.
Comprimento cerca de 0,46 mm. Macho desconhecido.
Encontrada em RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995), PERNAMBUCO (Brehm,
1937 e 1938), SÃO PAULO (Sars, 1901) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).

EPHEMEROPORUS Frey, 1982


(Figuras 85-87)
Escudo cefálico curto e largo, com um único grande e mediano poro (presente apenas no
instar I). Rostro curto, na maioria das espécies com fina ponta arredondada. Antena com fórmula
setal 0-1-3/0-0-3 e de espinhos 0-0-1/1-0-1; uma das setas terminais do ramo ventral é muito
menor do que as demais. Labro expandido, com "serrações" ou dentes (mais freqüentemente 1 a
4). Carapaça angulosa aproximadamente no meio da margem ventral, com série de setas
marginais na metade anterior e sub- marginais na metade posterior; ângulo posterior-ventral
geralmente com dente ou setas semelhante a espinho. Posabdômen alongado, com ângulo pré-anal
proeminente e dois grupos de dentículos marginais: 2-4 dentículos proximais mais longos e
delgados que a série de 5-7 dentículos que crescem distalmente. Garra terminal ligeiramente
curvada, com uma estrutura semelhante a um flagelo na extremidade; 2 espinhos basais.
Cinco pares de patas semelhantes às de Chydorus.
91

Ephemeroporus barroisi (Richard, 1894) grupo


(Figuras 85a-b)
Frey (1982) considera barroisi como um complexo de espécies, sendo difícil a descrição
stricto sensu em virtude da perda dos espécimens originalmente descritos por Richard, bem
como do local típico. A descrição original de Richard apresenta uma série de pontos questionáveis.
Torna-se aqui, portanto, pouco oportuna a apresentação de uma diagnose. Este grupo de
espécies pode ser reconhecido pela presença de um dente no ângulo posterior-ventral e pela
presença de 4 dentes (ou 4 pares de dentes) na margem do labro.
Presente no PARÁ (Robertson, 1980), RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995),
MATO GROSSO (Green, 1972), MINAS GERAIS (Santos, 1980), SÃO PAULO (Bergamin,
1931, 1939a e 1939b) e DISTRITO FEDERAL (El-moor, 1981; Starling, 1992).

Ephemeroporus hybridus (Daday, 1905)


(Figuras 86a-f)
Labro com um dente, sendo a margem anterior a ele lisa, curvada, raramente com
irregularidade na região onde poderia existir um segundo dente. Carapaça com 3 estrias
semelhantes a ganchos na parte dorsal da margem posterior; várias estrias longitudinais e oblíquas
quase paralelas à metade posterior da margem ventral e conectando-se às estrias-gancho; até 8
ou 9 estrias irregularmente curvadas, quase paralelas à margem anterior , as posteriores mais
curtas e com poucas conexões entre elas. Espinho no ângulo posterior-ventral submarginal,
seguido de 1 ou 2 setas ou feixes mais longos e uma série submarginal de sétulas finas. Margem
pré-anal do posabdômen geralmente com 2 ou 3 entalhes próximos às setas abdominais; dentículos
proximais do posabdômen conspicuamente mais longos do que os distais (estes são quase iguais
em comprimento). Garra com flagelo e espículas do lado côncavo muito finas e muito pouco
visíveis; espinho basal mais longo excede metade do comprimento da garra; o espinho menor é
muito pequeno. Comprimento entre 0,23 e 0,31 mm.
Registrada no MATO GROSSO (Green, 1972), MINAS GERAIS (Santos, 1980) e RIO
GRANDE DO SUL (Bohrer et al., 1988).

Ephemeroporus tridentatus (Bergamin, 1931)


(Figuras 87a-c)
Quilha do labro tipicamente com 3, algumas vezes com 4, dentes pouco desenvolvidos.
Carapaça finamente reticulada anterior e ventralmente; margem ventral com forte ângulo
aproximadamente no sua metade; margem posterior curta; ângulo posterior-ventral arredondado,
sem dentes e com 1-4 das setas mais distais semelhantes a espinhos. Posabdômen típico do
gênero; espinho basal distal muito longo e o proximal muito curto; espículas do lado côncavo da
garra pouco distintas; flagelo da garra pouco desenvolvido e quase não visível. Comprimento até
0,34 mm.
92

Registrada em RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995) e SÃO PAULO (Sars, 1901,
como Chydorus poppei e Chydorus barroisi; Bergamin, 1931, 1939b e 1939c; Frey, 1982).

PLEUROXUS Baird, 1843


(Figuras 88-90)
Distância entre os poros cefálicos principais é menor do que a distância destes para a
margem posterior do escudo cefálico. Carapaça com margem dorsal convexa e margem posterior
curta, bem menor que a largura máxima; setas da carapaça no lado externo da margem ventral;
ângulo posterior-ventral freqüentemente com dentículos. Antênulas com comprimento 2 vezes
maior do que a largura, com 9 setas sensoriais e 1 seta lateral na metade do comprimento ou
mais proximal. Antena com setas 1-1-3/0-0-3. Posabdômen variável. Garras com 2 espinhos
basais.
Endito da pata I com 3 setas quitinizadas no ramo externo; ramo interno com 4 setas
plumosas no lobo anterior e 3 setas plumosas no lobo posterior; exopodito com 3 setas, sendo
uma menor e em forma de gancho e as demais plumosas de um só lado. Pata II com 8 setas
quitinizadas na margem posterior do endito; exopodito com uma seta moderadamente longa.
Pata III com exopodito quadrado e bem desenvolvido, com 7 setas; grupo de setas do endito une-
se ao grupo de setas mais longas da gnatobase. Pata IV com pequenos endito e gnatobase;
exopodito muito grande, arredondado e com 7 setas, sendo as 2 anteriores pouco pubescentes.
Pata V com endito e gnatobase mais ou menos desenvolvidos; exopodito grande e oval, com 2
processos pubescentes no lado anterior e portador de 4 setas plumosas (1 no lado anterior e 3 no
posterior); endito com 2 setas apenas.
Macho com pata I portadora de gancho e uma seta acessória no lobo externo do endito;
parte ventral do lado anterior do endito com denso grupo de setas longas.
Frey (1993a) reconhece quatro linhas evolutivas de Pleuroxus, sugerindo sua subdivisão
em subgêneros ou mesmo gêneros:
Pleuroxus stricto sensu - antênula com protuberância em sua base; setas mais anteriores da
margem ventral da carapaça projetadas para dentro a partir da linha submarginal; rostro alongado,
agudamente pontudo; posabdômen do macho muito estreitado distalmente, com poro genital
abrindo-se ventralmente.
Tylopleuroxus - antênula com protuberância em sua base; setas mais anteriores da margem
ventral da carapaça projetadas para dentro a partir da linha submarginal; rostro alongado, mas
obtuso na extremidade; posabdômen do macho pouco estreitado distalmente, com poro genital
abrindo-se ventralmente.
Picripleuroxus - sem protuberância na base da antênula; setas mais anteriores da margem ventral
da carapaça relativamente curtas e projetadas para fora; todas as setas da margem posterior-
ventral claramente originando-se submarginalmente; fileira de espículas sub-marginais ao longo
da margem posterior da carapaça; poro genital do macho abrindo-se lateralmente no posabdômen.
Peracantha - sem protuberância na base da antênula; setas mais anteriores da margem ventral da
carapaça relativamente curtas e projetadas para fora; todas as setas da margem posterior-
ventral claramente marginais; sem espículas ao longo da margem posterior da carapaça; poro genital
do macho abrindo-se lateralmente no posabdômen.
Não existindo, no momento, evidências conclusivas para a subdivisão em gêneros, estes
grupos permanecem com status de subgêneros.
As espécies registradas no Brasil pertencem a Tylopleuroxus e Picripleuroxus.
93

Pleuroxus aduncus grupo


(Figuras 88a-b)
Para Frey (1993b) os espécimens sul-americanos identificados como Pleuroxus aduncus
(Jurine, 1820) não pertencem a esta espécie, cuja distribuição é restrita à Eurásia. Neste mesmo
trabalho, o autor descreve 5 espécies relacionadas a Pleuroxus aduncus, distribuídas nas ilhas
subantárticas e na porção mais meridional da América do Sul.
Tais espécies, pertencentes ao subgênero Tylopleuroxus, têm em comum: antênula com
protuberância em sua base; setas mais anteriores da margem ventral da carapaça projetadas para
dentro a partir da linha submarginal; rostro alongado, mas obtuso na extremidade; posabdômen
do macho pouco estreitado distalmente, com poro genital abrindo-se ventralmente.
No Brasil, tem-se dois registros deste grupo, sendo um no MATO GROSSO DO SUL
(Daday, 1905, como Pleuroxus scopulifer) e outro no MATO GROSSO (Green, 1972, como
Pleuroxus aduncus).
Frey (1993b) observou dois dos exemplares de Daday (1905), provenientes do Paraguai,
identificados como Pleuroxus scopulifer. Segundo este autor, estes exemplares não se identificam
com Pleuroxus scopuliferus1, não se podendo, portanto, afirmar conclusivamente sobre a presença
desta espécie no Paraguai (e, por extensão, no Brasil). Não há referências aos exemplares de
Green (1972).
Desta forma, no presente momento, não é possível a identificação segura dos exemplares
deste grupo presentes no Brasil. O mais provável é que se trate de espécie ou espécies diferentes
daquelas já descritas.
Segue uma chave de identificação, baseada em Frey (1993b), para Pleuroxus aduncus e
três espécies próximas conhecidas no extremo meridional da América do Sul; ainda que não se
possa identificar os exemplares brasileiros com alguma delas, sua consulta poderá ser útil.

( 1) Gnatobase da pata III com 9 setas filtradoras (Figura 88b). Margem dorsal da
carapaça marcada, frisada. Margem posterior do escudo cefálico ponteaguda;
rostro mais longo do que o labro (Figura 88a) .................................. P. scopuliferus
Gnatobase da pata III com 8 setas filtradoras. Margem dorsal da carapaça
arredondada; Margem posterior do escudo cefálico arredondada; rostro mais curto
do que o labro (Figura 88c) ................................................................................... ( 2)

( 2) Coloração chocolate; superfície da carapaça e do escudo cefálico marcada por


estrias e frisos; margem posterior da carapaça com sétulas marginais; sem linha
submarginal; com até dois dentes no ângulo posterior-ventral da carapaça. Todas
as setas da antena mais ou menos do mesmo tamanho. Posabdômen com ambas as
partes anal e pós-anal mais longas do que a pré-anal (Figura 88d) ...........................
Pleuroxus paraplesius
Pouca ou nenhuma coloração. Carapaça lisa, exceto por curtas estrias
anteriormente e discreta malha posteriormente; sétulas da margem posterior
submarginais; forte linha submarginal. Uma das setas terminais do endopodito da
antena curta ................................................................................................................ ( 3)

Segundo Frey (1993b), a grafia correta é scopuliferus e não scopulifer, como usado por Daday (1905).
94

(3) Rostro claramente menor do que o labro e projetado para baixo ou ligeiramente
para frente (Figura 88c). Margem dorsal da carapaça, em vista lateral, arredondada
ou ligeiramente côncava logo antes do ângulo posterior-dorsal; margem posterior
longa. Setas abdominais curtas. Posabdômen com margens pré-anal, anal e pós-
anal aproximadamente do mesmo tamanho (Figura 88d) ............... P. varidentatus
Rostro pouco menor do que o labro, curvado para trás. Margem dorsal da carapaça,
em vista lateral, acentuadamente côncava logo antes do ângulo posterior-dorsal;
margem posterior curta. Setas abdominais longas. Posabdômen com margens pré-
anal e anal aproximadamente do mesmo tamanho, mas mais curtas do que a pós-
anal .......................................................................... P. aduncus

Pleuroxus denticulatus Birge, 1877


(Figuras 89a-b)
Pertencente ao subgênero Picripleuroxus. Largura máxima da carapaça cerca de 3,5 vezes
a margem posterior; ângulo posterior-ventral sem ou com 1 a vários dentículos; margem ventral
denticulada anteriormente. Margem posterior do escudo cefálico arredondada. Ocelo muito mais
perto do olho do que do ápice do rostro. Rostro longo, pontiagudo. Antênulas terminando longe
da extremidade do rostro; seta lateral localizada em pequeno tubérculo. Margem distal do
posabdômen reta, pouco maior do que 2 vezes a largura da base das garras; ângulo dorsal-distal
alongado, com dentículos maiores do que os 8-12 dentículos anais anteriores a eles; grupos de
setas laterais presentes; ângulo pré-anal apenas ligeiramente pronunciado. Garra com 2 espinhos
basais, o distal muito maior do que o proximal. Comprimento cerca de 0,6 mm.
Macho com rostro menor do que o da fêmea. Posabdômen pouco afilado distalmente;
apenas os dentículos anais distais são visíveis. Canais deferentes abrem-se na base das garras,
ventrais a elas. Comprimento cerca de 0,36 mm.
Presente em SÃO PAULO (Bergamin, 1931, 1939b e 1940b) e RIO GRANDE DO SUL
(Montú & Gloeden, 1986).

Pleuroxus similis
(Figuras 90a-c)
Pertencente ao subgênero Picripleuroxus. Margem dorsal uniformemente convexa; margem
posterior reta; largura máxima 3,4 vezes maior do que a margem posterior. Carapaça sem marcas;
margem ventral com setas plumosas; ângulo posterior-ventral com 3-4 dentículos. Rostro
pontiagudo, alcançando a margem ventral da carapaça. Antênulas terminando longe da
extremidade do rostro.
Posabdômen ligeiramente afilado; ângulo dorsal-posterior situado ligeiramente posterior
à base das garras; ângulo pré-anal pouco agudo; com 14-16 dentículos anais. Garras terminais
com 2 espinhos basais. Comprimento cerca de 0,5 mm. Macho desconhecido.
Presente no RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).
95

PSEUDOCHYDORUS Fryer, 1968


(Figuras 81a-b)
Corpo esférico. Margens ventrais da carapaça unidas, sem falha; setas pelo lado de dentro da
valva, por todo o seu comprimento, sendo as da metade posterior mais internas que as demais.
Rostro pontiagudo. Posabdômen estreito, com dentículos anais e grupos de espículas laterais.
Garras com 2 espinhos basais. Ocelo menor do que o olho.
Patas II-V com setas não filtradoras. Gnatobases das patas II e III com 5 setas, da pata IV
com 4 setas e da pata V com 3 setas.
Uma única espécie conhecida, Pseudochydorus globosus.

Pseudochydorus globosus (Baird, 1850)


(Figuras 81a-b)
Escudo cefálico arredondado na margem posterior e com poros típicos da subfamília.
Carapaça com estrias concêntricas na parte anterior e células hexagonais na parte posterior.
Antênulas não alcançam a extremidade do rostro. Antena com setas 0-0-3/1-1-3 e espinhos 0-0-
1/0-0-1. Labro sem expansão tipo placa. Posabdômen estreito com 20- 30 dentículos anais e
grupos de espículas laterais; margem anal com espículas; nas fêmeas mais velhas forma-se um
pronunciado ângulo distal-dorsal. Garras com 2 espinhos basais e fileira de espículas no lado
côncavo. Comprimento entre 0,37 e 0,65 mm.
Macho com 4 setas de diferentes tamanhos e um gancho na pata I; antênula com flagelo
bi-segmentado na metade anterior e uma seta sensorial próxima ao flagelo.
Encontrada no PARÁ (Robertson, 1980), MINAS GERAIS (Santos, 1980) e SÃO PAULO
(Bergamin, 1940a; Barbosa & Matsumura-Tundisi, 1984).
96

Figura 67: Eurycercus lamellatus (de Smirnov, 1974).


Figura 68: Dadaya macrops. a - fêmea, b - posabdômen (de Paggi, 1975).
Figura 69: Anchistropus ominosus (de Smirnov, 1985).
97

Figura 70: Alonella brasiliensis. a - fêmea, b -posabdômen (de Smirnov, 1984).


Figura 71: Alonella dentifera. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
Figura 72: Alonella granulata, posabdômen (de Smirnov, 1974).
Figura 73: Alonella clathratula. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
98

Figura 74: Alonella lineolata. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).


Figura 75 Alonella hamulata. a - fêmea (olho omitido), b - pata I, c - posabdômen (de Rey & Vasquez,
1986a).
99

Figura 76: Chydorus eurynotus. a - fêmea, b - antena, c - posabdômen (de Paggi, 1972).
Figura 77: Chydorus nitidulus. a - fêmea, b - antena, c - posabdômen (de Paggi, 1972).
Figura 78: Chydorus parvireticulatus. a - fêmea, b - posabdômen (de Frey, 1987b).
100

Figura 79: Chydorus pubescens. a - fêmea, b - região dos poros cefálicos, c - posabdômen (de Paggi,
1972).
Figura 80: Chydorus sphaericus. a - fêmea, b - posabdômen (de Frey, 1980).
Figura 81: Pseudochydorus globosus. a - fêmea, b - labro (de Smirnov, 1974).
101

Figura 82: Disparalona acutirostris. a - fêmea, b - posabdômen (de Smirnov, 1974).


Figura 83: Disparalona dadayi. a - fêmea, b - posabdômen, c - labro (de Smirnov, 1974).
Figura 84: Dunhevedia odontoplax. a - fêmea, b - posabdômen, c - labro (de Gotlib, 1972).
102

Figura 85: Ephemeroporus barroisi. a - fêmea, b - labro (de Richard, 1894 in: Frey, 1982).
Figura 86: Ephemeroporus hybridus. a - fêmea, b - labro, c - posabdômen, d - ângulo posterior-ventral
da carapaça, e - escudo cefálico de jovem, f - escudo cefálico de adulto (de Frey, 1982).
Figura 87: Ephemeroporus tridentatus. a - fêmea, b - labro, c - posabdômen, (de Frey, 1982).
103

Figura 88: Espécies do grupo aduncus, conhecidas na América do Sul.


a-b - Pleuroxus scopuliferus, fêmea e pata III (de Frey, 1993b).
c - Pleuroxus varidentatus, fêmea (de Frey, 1993b).
d - Pleuroxus paraplesius, posabdômen (de Frey, 1993b).
104

Figura 89: Pleuroxus denticulatus. a - fêmea, b - posabdômen, (de Smirnov, 1974).


Figura 90: Pleuroxus similis. a - fêmea, b - ângulo posterior-ventral da carapaça, c - posabdômen, (a-b
de Smirnov, 1974; c de Birabén, 1939).
105

SUBFAMÍLIA ALONINAE Frey, 1967


(Figuras 66a-e, 91-124)

Mandíbulas articuladas com o tegumento entre o escudo cefálico e a carapaça. Poros


cefálicos variáveis, sendo os principais situados na linha mediana do escudo cefálico (Figuras
66b-e); os poros podem apresentar-se dos seguintes modos: 3 poros principais conectados, 2
poros principais com conexão estreita ou larga, 2 poros principais separados com 2 poros entre
eles e 2 poros laterais ou um único poro cefálico. Abertura anal situada na parte proximal do
posabdômen. Garras com um único espinho basal, algumas vezes ausente. Processos hepáticos
ausentes. Com 2 ovos partenogenéticos e 1 ovo de resistência.
Com 5 ou 6 pares de patas. Endito da pata II com 8 setas em forma de gancho, não
acompanhadas por fileira de setas finas. Uma das setas do exopodito da pata III é muito maior
do que as demais. Exopodito da pata IV com 6 setas (Figura 66a). Pata V com exopodito com 4
setas. Pata IV, se presente, sem epipodito.

Chave para as espécies de Aloninae no Brasil

( 1) Com um a três poros cefálicos medianos (Figuras 66b-d) ......................................... ( 2)


Sem poros cefálicos medianos; dois poros laterais próximos à linha mediana e em
forma de feijão (Figura 66e) ..................................................................... Notoalona
Única espécie no Brasil ............... Notoalona sculpta

( 2) Com um único poro cefálico mediano (Figura 66d) ................................ Euryalona ( 3)


Com dois ou três poros medianos (Figuras 66b-c) ..................................................... ( 4)

( 3) Posabdômen curvado, isto é, margem dorsal côncava (Figura 108b) ........................


Euryalona orientalis
Posabdômen não curvado (Figura 109b) .............................. Euryalona brasiliensis

( 4) Com dois poros cefálicos medianos (Figura 66c) ...................................................... ( 5)


Com três poros cefálicos medianos (Figura 66b) ....................................................... (14)

( 5) Poros medianos não conectados ................................................................ Oxyurella ( 6)


Poros medianos conectados (Figura 66c) ................................................................... ( 7)

( 6) Quilha do labro com pelos. Dentículo anal distal muito maior do que os demais
(Figuras 122a-b) ............................................................................. Oxyurella ciliata
Quilha do labro sem pelos. Dois dentículos anais distais maiores, os três seguintes
menores e os demais decrescendo proximalmente (Figuras 123a-b) .......
Oxyurella longicaudis

( 7) Rostro alongado. Poros cefálicos com conexão larga (Figura 118c) .... Leydigiopsis ( 8)
Rostro não alongado. Poros cefálicos com conexão estreita (Fig. 66c) .. Biapertura (11)
106

( 8) Rostro não longo, igual ou pouco maior do que a antênula (Figura 115a) ................ ( 9)
Rostro longo, cerca de três vezes maior do que a antênula (Figura 116a) .................
Leydigiopsis curvirostris

( 9) Ocelo mesmo tamanho ou menor do que o olho. Quilha do labro lisa (Figura 115b) (10)
Ocelo maior do que o olho. Quilha do labro com dentículos (Figura 117a) .............
Leydigiopsis megalops

(10) Labro triangular, fortemente carenado (Figura 118b). Superfície da carapaça com 3
ou 4 fileiras de grânulos paralelas às margens ventral e posterior (Figura 118a) ...
Leydigiopsis ornata
Labro triangular, mas não carenado (Figura 115b). Superfície da carapaça sem
fileiras de grânulos (Figura 115a) ..................................... Leydigiopsis brevirostris

(11) Quilha do labro com dentículos; carapaça usualmente com tubérculos ou


“verrugas” (Figura 105a) ........................................................ Biapertura verrucosa
Quilha do labro sem dentículos (Figura 104a) ........................................................... (12)

(12) Ângulo posterior-ventral da carapaça com dentículos (Figura 104b) ........................


Biapertura karua
Ângulo posterior-ventral da carapaça sem dentículos (Figura 102a) ......................... (13)

(13) Posabdômen alargando-se distalmente, com 8 a 9 espinhos marginais e os laterais


excedendo a margem do posabdômen (Fig. 103) .................. Biapertura intermedia
Posabdômen não alargando-se distalmente, com 14 a 16 espinhos marginais e os
laterais não excedendo a margem do posabdômen (Fig. 102b) .... Biapertura affinis

(14) Poros cefálicos laterais próximos à margem da carapaça ......................................... (15)


Poros cefálicos laterais afastados da margem da carapaça, à meia distância dos
poros principais .......................................................................................................... (16)

(15) Posabdômen longo, afilando-se na extremidade, com espinhos laterais e marginais


(Figura 107) ........................................................................................ Camptocercus
Posabdômen não afilando-se na extremidade, apenas com espinhos laterais
(Figura 106) .............................................................................................. Acroperus
Única espécie no Brasil .......... Acroperus harpae

(16) Espinhos laterais muito longos (Figura 111) .............................................. Leydigia (17)
Espinhos laterais curtos (Figura 91b) ..................................................................... (20)

(17) Quilha do labro ondulada (Figura 112a), com grupos de setas nos processos .........
Leydigia ipojucae
Quilha do labro lisa, sem grupos de setas (Figura 113a) ........................................... (18)

(18) Espinhos laterais proximais do posabdômen isolados (Figuras 113b, 114b) ............. (19)
Espinhos laterais proximais do posabdômen em grupos (Fig. 111) Leydigia ciliata
107

(19) Posabdômen com cerca de 7 espinhos isolados; carapaça com linhas longitudinais
(Figuras 113a-b) ............................................................................ Leydigia propinqua
Posabdômen com 15 a 16 espinhos isolados; carapaça com linhas concêntricas
(Figuras 114a-b) .......................................................................... Leydigia schubarti

(20) Posabdômen estreito e longo (Figura 120b) ................................................... Kurzia (21)


Posabdômen não estreito ou longo (Figura 92b) ........................................................ (22)

(21) Rostro longo, quase o dobro do comprimento da antênula (Figura 120a) .................
Kurzia longirotris
Rostro curto, quase do mesmo tamanho da antênula (Fig. 119a) ... Kurzia latissima

(22) Fórmula setal da antena 1-1-3/0-0-3 .......................................................................... (23)


Fórmula setal 0-1-3/0-0-3 (Figura 120) .............................................. Graptoleberis
Única espécie ............. Graptoleberis testudinaria

(23) Carapaça com acentuada quilha dorsal, não continuada na cabeça. Margem dorsal
do posabdômen com grupos de espículas (Figuras 124a, d) ................... Celsinotum
Única espécie no Brasil ............ Celsinotum laticaudatum
Carapaça sem quilha dorsal. Margem dorsal do posabdômen usualmente com
dentículos ......................................................................................................... Alona (24)

(24) Rostro afilado. Antênula não estreitando-se bruscamente na extremidade (Figura


92a) ............................................................................................................................. (25)
Rostro obtuso, não afilado. Antênula estreitando-se bruscamente na extremidade
(Figura 95a) ................................................................................. Alona incredibilis

(25) Garra terminal com um espinho basal (Figura 93b) ................................................. (26)
Garra terminal com dois espinhos basais (Figura 91b) ............... Alona broanoensis

(26) Posabdômen com margem dorsal e distal arredondadas (Figuras 93b, 97, 99, 101b) (27)
Posabdômen com margem distal truncada (Figuras 92b, 94, 98) ............................. (32)

(27) Posabdômen estreitando-se distalmente (Figura 93b) .......................... Alona davidi


Posabdômen não estreitando-se distalmente (Figura 97) .......................................... (28)

(28) Posabdômen com parte pós-anal longa (Figuras 97, 99) .......................................... (29)
Posabdômen com parte pós-anal curta (Figuras 96, 100, 101b) ............................... (30)

(29) Dentículos anais grandes, delgados e únicos (Figura 99) ...... Alona quadrangularis
Dentículos anais pequenos e acompanhados de um outro menor (Figura 97) ...........
Alona poppei

(30) Margem distal do posabdômen projetando-se (Figura 101b) .............. Alona rustica
Margem distal do posabdômen não projetando-se (Figura 100) ............................... (31)
108

(31) Ângulo posterior-ventral da carapaça com 1-3 dentículos (Figura 96b) ....................
Alona monacantha
Ângulo posterior-ventral da carapaça sem dentículos ou setas fortes .......................
Alona rectangula

(32) Em geral, com menos de 10 dentículos anais. Ângulo distal do posabdômen com
cerca de 60 graus (Figura 94b) ............................................................ Alona guttata
Em geral, com mais de 10 dentículos anais .............................................................. (33)

(33) Posabdômen estreitando-se distalmente, com dentículos anais ligeiramente maiores


que os demais. Carapaça marcada com polígonos e pontos em seu interior (Figura
92b) ........................................................................ Alona cambouei
Posabdômen com margens dorsal e ventral paralelas. Carapaça não marcada com
estrias ou polígonos (Figura 98) ...................................................... Alona pulchella

ACROPERUS Baird, 1843


(Figura 106)
Corpo oval, fortemente comprimido lateralmente. Carapaça com linhas longitudinais. Três
poros cefálicos conectados, com poros menores laterais, localizados à considerável distância
dos poros principais. Ocelo menor do que o olho. Antênulas curtas, geralmente não alcançando
a extremidade do rostro. Antenas com setas 0(1)-1-3/0-0-3. Posabdômen com dentículos anais,
muito pequenos em algumas espécies, e grupos de espículas laterais. Garra localizada em
tubérculo com espículas no lado dorsal; um espinho basal. Intestino convoluto e formando um
ceco.
Seis pares de patas, sendo a pata VI em forma de pequeno lobo. Pata I com fileira de setas
no lado anterior do endito; ramo externo do endito com 3 setas (2 longas e semelhante a escovas
e uma como gancho). Pata II com 8 setas em forma de gancho. Pata III com exopodito quadrado.
Pata IV com exopodito arredondado, com 6 setas, sendo a quarta a mais longa. Pata V com
exopodito ligeiramente bífido, com 4 setas (uma localizada no lado anterior e 3 no posterior).
Macho com vaso deferente abrindo-se ventralmente; pata I modificada.

Acroperus harpae Baird 1843


(Figura 106)
Largura máxima do corpo ocorrendo pouco anterior à metade do comprimento do animal.
Razão entre largura/comprimento entre 0,64 e 0,67. Carapaça com linhas longitudinais, nunca
anastomosadas; ângulo posterior-ventral algumas vezes com 3-5 dentículos. Escudo cefálico
com quilha bem desenvolvida, onde se encontram 3 poros principais conectados (neste ponto, a
quilha alarga-se um pouco); poros laterais à frente do poro principal anterior. Antênulas não
alcançam a extremidade do rostro (os exemplares do Distrito Federal assemelham-se com os de
Rey & Vasquez, 1986a, em que as antênulas alcançam a extremidade do rostro); margem anterior
109

com incisões com setas; margem posterior com uma papila longa e setas; uma das setas terminais
é mais longa do que as demais. Antena com espinhos no primeiro e terceiro segmentos do
exopodito; endopodito com espinho longo no primeiro segmento, uma seta curta no segundo e
espinho no terceiro. Quilha do labro triangular, com margem anterior convexa e extremidade
não ponteaguda. Margem dorsal do posabdômen com grupos de 4-6 espículas muito pequenas (a
mais distal é mais longa); grupos de espículas laterais maiores do estes outros. Garra com um
espinho basal e espículas na parte proximal do lado côncavo, sendo a mais distal maior do que as
demais. Patas típicas do gênero. Comprimento até 0,9 mm.
Macho com antênulas alcançando a extremidade do rostro; margem anterior com flagelo
bi-segmentado. Posabdômen ligeiramente estreitado distalmente, com grupos de espículas laterais
menores do que nas fêmeas; canal deferente abrindo-se ventralmente, próximo à base das garras.
Comprimento até 0,58 mm.
Presente no AMAZONAS (Thomasson, 1953), SÃO PAULO (Barbosa & Matsumura-
Tundisi, 1984), RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986) e DISTRITO FEDERAL.

ALONA Baird, 1843


(Figuras 66b, 91-101)
Forma geral do corpo retangular, marcada frequentemente por linhas, ângulo posterior-
dorsal situado pouco abaixo do nível da largura máxima. Três poros cefálicos principais
conectados (não em A. pulchella) e na linha média do escudo cefálico, com um poro menor de
cada lado. Rostro curto e obtuso. Antenas curtas, com setas 1-1-3/0-0-3. Posabdômen com
dentículos pós-anais e espículas laterais; ânus situado na porção proximal do posabdômen.
Cinco ou 6 pares de patas. Pata I com fileira de setas no lado anterior do endito. Pata III
com 7 setas, sendo a sexta muito longa. Exopodito da pata IV com 6 setas, sendo as 2 anteriores
pouco plumosas. Pata V com exopodito muito grande, com 4 setas (1 pequena no lado anterior
e 3 maiores no posterior). Pata VI, se presente, em forma de pequeno lobo.
Macho com rostro menor do que o da fêmea; vasos deferentes abrindo- se ventralmente,
próximos à base das garras.

Alona broanensis Matsumura-Tundisi & Smirnov, 1984


(Figuras 91a-c)
Corpo oval, comprimento pouco excedendo a largura. Carapaça com margem ventral um
pouco convexa; ângulo posterior-ventral com quase 90° e pequeno dentículo (às vezes duplicado);
sem marcas evidentes na superfície; setas simples e marginais, sendo mais densas e maiores na
metade da margem ventral. Rostro agudo (mas não pontiagudo) em vista lateral, sendo
arredondado em vista dorsal. Antênula forte com setas olfativas iguais e de tamanho semelhante
ao da antênula; seta lateral localizada na metade distal. Antena curta, com setas 0-1-3/0-0-3;
espinho no segmento basal do ramo com 3 setas alcançando cerca de metade do segundo segmento.
Labro grande e oval. Posabdômen largo, ligeiramente estreitado distalmente; parte pós-anal
com grupos de dentículos marginais curtos e espículas laterais longas; margem anal com dentículos
menores do que os da margem pós-anal. Garras longas, com diminutas espículas no lado côncavo;
110

2 espinhos basais, sendo o proximal pequeno e o distal fino e longo, alcançando a metade da
garra. Comprimento cerca de 0,4 mm. Macho desconhecido.
Encontrada em SÃO PAULO (Matsumura-Tundisi & Smirnov, 1984).

Alona cambouei Guerne & Richard, 1893


(Figuras 92a-b)
Carapaça marcada por polígonos, tendo pontos em seu interior; ângulos posteriores
arredondados. Com os três poros cefálicos medianos completamente conectados. Rostro obtuso.
Antena com setas 0-1-3/0-0-3 e espinhos 0-0-1/1-0-1. Quilha do labro arredondada. Posabdômen
um pouco mais estreito distalmente; ângulo pré-anal distinto; margem anal ligeiramente côncava;
dentículos anais e grupos de espículas laterais presentes; margem ventral com incisões com
espículas. Garra com longo espinho basal. Patas típicas do gênero. Comprimento em torno de
0,47 mm.
Macho sem dentículos anais (em seu lugar, pequenas espículas) e com 6 grupos de espículas
laterais. Comprimento cerca de 0,35 mm.
Registrada em PERNAMBUCO (Brehm & Thomsen, 1936; Schubart, 1938 e 1942). Alona
glabra Sars, 1901 é considerada sinônimo de Alona cambouei.

Alona davidi Richard, 1895


(Figuras 93a-b)
Largura máxima ligeiramente anterior à metade do corpo. Margem dorsal da cabeça forma
uma curva contínua com a margem dorsal da carapaça; ângulos posteriores arredondados; margem
ventral projetada na metade; cerdas da margem ventral continuam como pelos curtos no ângulo
posterior-ventral e margem posterior. Ocelo menor do que o olho, localizado pouco mais próximo
deste do que do rostro. Rostro obtuso, pouco mais longo do que as antênulas. Quilha do labro
arredondada. Posabdômen mais largo no meio e estreitando-se distalmente; ângulo pré-anal
projetado; margem anal côncava; mais de 9 grupos de dentículos anais e espículas laterais.
Garra com um espinho basal e um grupo de espículas. Comprimento até 0,65 mm.
Macho com posabdômen estreitado distalmente, com ângulo pré-anal quase não projetado
e margem pré-anal pouco menor do que a pós-anal; canal deferente abre-se junto a base das
garras, ventralmente a elas. Comprimento cerca de 0,4 mm.
Segundo Smirnov (1974), são 2 subespécies na Região Neotropical: iheringi (carapaça
com linhas longitudinais e uma série de 4 dentículos anais distais isolados, seguidos por 4
dentículos acompanhado por pequena seta e 4 grupos de dentículos) e punctata (carapaça com
pontos e dentículos anais em cerca de 16 grupos).
Registrada em MATO GROSSO (Green, 1972, como Alona diaphana), PERNAMBUCO
(Brehm & Thomsen, 1936; Brehm, 1937 e 1938; Schubart, 1938 e 1942), ALAGOAS (Schubart,
1942) e RIO GRANDE DO SUL (Richard, 1897a; Montú & Gloeden, 1986).
111

Alona guttata Sars, 1862


(Figuras 94a-b)
Carapaça marcada por linhas ou tubérculos; ângulos posteriores arredondados. Escudo
cefálico com margem posterior arredondada. Ocelo menor do que o olho, localizado à meia
distância entre este e a extremidade do rostro. Cerdas terminais da antênula de igual tamanho.
Antena com espinhos 1-0-1/0-0-1. Quilha do labro arredondada. Posabdômen largo, com ângulo
pré-anal projetado; extremidade distal pontuda, projetada além da base das garras; 2 fileiras de
6-10 dentículos anais pontiagudos, crescentes distalmente; grupos de espículas laterais indistintos.
Garra com um espinho basal e, algumas vezes, com espículas no lado côncavo. Comprimento
cerca de 0,4 mm.
Macho com posabdômen estreitado distalmente, sem dentículos anais, mas com grupos de
espículas laterais. Canal deferente abrindo-se junto à base das garras, ventralmente. Garra sem
espinho basal. Lado anterior do endito da pata I com um tufo de fortes setas opostas ao gancho.
Presente em PARÁ (Robertson, 1980), MINAS GERAIS (Santos, 1980) e SÃO PAULO
(Sars, 1901; Bergamin, 1931, 1939b e 1940b) e DISTRITO FEDERAL.

Alona incredibilis Smirnov, 1984


(Figuras 95a-c)
Forma geral oval. Carapaça com ângulos posteriores arredondados e sem dentículos;
margem ventral com setas curtas. Rostro obtuso. Três poros cefálicos principais interconectados
e poros laterais grandes em forma de 8. Ocelo menor do que o olho, à meia distância entre este
e a extremidade do rostro. Antênula curta, forte e abruptamente estreitando-se na extremidade.
Antena curta. Placa do labro arredondada. Pata I com seta forte e semelhante a um gancho.
Posabdômen curto e largo; ângulo pré-anal não pronunciado. Existem 3 grupos de dentículos na
margem pós-anal: cerca de 7 dentículos simples e densamente localizados na parte distal, seguidos
de 3 dentículos pectinados e poucos grupos de dentículos pequenos (crescentes distalmente) na
parte proximal. Garra forte, com um espinho basal de comprimento igual a largura da base da
garra. Comprimento cerca de 0,44 mm. Macho desconhecido.
Registrada no AMAZONAS (Smirnov, 1984).

Alona monacantha Sars, 1901


(Figuras 96a-b)
Carapaça com 12-15 estrias longitudinais; ângulo posterior-ventral com um dentículo.
Ocelo menor do que o olho, localizado à meia distância entre este e a extremidade do rostro.
Quilha do labro arredondada. Posabdômen com dentículos anais e grupos de espículas laterais.
Comprimento até 0,45 mm.
Macho com ducto deferente abrindo-se ventralmente, junto à base das garras. Posabdômen
sem dentículos anais e com espículas laterais. Comprimento cerca de 0,28 mm.
Encontrada em RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995), PIAUÍ (Spandl, 1926, como
Alona reiseri), MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905), SÃO PAULO (Sars, 1901), e RIO
GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).
112

Alona poppei Richard, 1897


(Figura 97)
Carapaça marcada por linhas; ângulos posteriores arredondados; cerdas da margem ventral
continuam na margem posterior como uma fileira de espículas internas. Antênulas quase
alcançando a extremidade do rostro. Posabdômen com ângulo pré-anal distinto; margem anal
ligeiramente côncava, com espículas; cerca de 8 dentículos anais, cada um acompanhado por
um outro menor; 9 grupos de espículas laterais, sendo as distais maiores do que as demais do
grupo, mas não alcançando a margem dorsal do posabdômen. Garras com um espinho basal e
espículas no lado côncavo. Comprimento cerca de 0,63 mm. Macho desconhecido.
Presente em PERNAMBUCO (Schubart, 1942).

Alona pulchella King, 1853


(Figura 98)
Carapaça pontilhada, sem reticulação; ângulos posteriores arredondados. Escudo cefálico
com 3 poros não conectados. Ocelo localizado à meia distância entre o ápice do rostro e o olho.
Antênulas não alcançam a extremidade do rostro. Quilha do labro convexa na margem anterior
e com extremidade ponteaguda. Posabdômen com margens dorsal e ventral paralelas; ângulo
pré-anal distinto, mas não projetado; cerca de 10 dentículos anais; grupos de espículas laterais
presentes (em cada grupo, a espícula distal é a mais longa). Garras com um espinho basal.
Comprimento até 0,39 mm. Macho desconhecido.
Encontrada no MATO GROSSO (Green, 1972), PERNAMBUCO (Brehm, 1937) e
ALAGOAS (Schubart, 1942).

Alona quadrangularis (O. F. Müller, 1875)


(Figura 99)
Largura máxima próximo à extremidade posterior do corpo. Carapaça com estrias
longitudinais, ligadas por linhas transversais, formando um retículo; ângulos posteriores
arredondados; margem posterior com espículas no lado interno. Escudo cefálico com margem
posterior ponteaguda; poros laterais ao nível do poro principal mediano. Olho maior do que o
ocelo. Antênulas com incisões no lado anterior. Seta do 1° segmento do endopodito da antena
pouco maior do que o comprimento total deste ramo. Quilha do labro com margem anterior
convexa. Posabdômen enlargado distalmente; duas fileiras de 16-18 dentículos anais, sendo os 2
distais e 2-3 proximais menores do os demais; existem grupos de espículas laterais. Garras com
ou sem espículas pequenas. Patas típicas do gênero. Comprimento até 0,7 mm.
Macho sem dentículos anais, mas com grupos de espículas laterais. Canal deferente abrindo-
se ventralmente, junto à base das garras. Antênula com flagelo bi-segmentado na margem anterior
distal. Comprimento até 0,6 mm.
Encontrada no PARÁ (Robertson, 1980) e SÃO PAULO (Bergamin, 1931, 1939b e 1940b).
113

Alona rectangula Sars, 1861


(Figura 100)
Carapaça algumas vezes com estrias longitudinais ou fileiras de tubérculos; ângulos
posteriores arredondados. Escudo cefálico com arredondada margem posterior. Ocelo quase do
mesmo tamanho do olho. Antena com espinhos 1-0-1/0-1-1. Quilha do labro com margem anterior
convexa. Posabdômen largo, com margem dorsal distal arredondada; margem anal ligeiramente
côncava, com espículas laterais; 7-9 dentículos anais, algumas vezes em grupos, sendo, neste
caso, o dentículo mais distal o maior; Garras com fileira de espículas em 3/4 do lado côncavo;
próximo à base, 2 grupos de espículas finas. Comprimento até 0,5 mm.
Macho com flagelo bi-segmentado no margem anterior distal e uma seta sensorial.
Posabdômen largo, ligeiramente estreitado distalmente; canal deferente abrindo-se ventralmente,
a alguma distância da base das garras. Comprimento até 0,3 mm.
Registrada em RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995), MATO GROSSO (Green,
1972), MINAS GERAIS (Santos, 1980; Santos et al., 1994), GOIÁS e DISTRITO FEDERAL.

Alona rustica Scott, 1895


(Figuras 101a-b)
Carapaça marcada por 15 linhas longitudinais, com ângulos posteriores arredondados e
com margem ventral quase reta. Rostro obtuso. Antênulas não alcançam a extremidade do rostro;
margem anterior com incisões, cada uma com um espinho. Antena com espinhos 0-0-1/1-0-1.
Posabdômen estreitando-se distalmente, com ângulo posterior dorsal arredondado, projetando-
se além da base das garras; ângulo pré-anal distinto; margem dorsal com 2 fileiras de 9-12
dentículos anais, decrescentes no sentido proximal, continuando como 2-3 grupos de espículas
junto ao ânus; cerca de 6 grupos de espículas laterais. Comprimento c. 0,44 mm.
Macho com 2 incisões na margem anterior da antênula com espinhos e um espinho distal.
Posabdômen estreitando-se distalmente, com apêndice copulatório com cerca de 3/4 do tamanho
da garra e com o ducto deferente abrindo-se na sua extremidade; margem pós-anal com espículas.
Presente em SÃO PAULO (Sars, 1901, como Alona iheringi) e DISTRITO FEDERAL
(Reid, 1984; Starling, 1992).

BIAPERTURA Smirnov, 1971


(Figuras 66a, 102-105)
Forma geral oval, com margem posterior da carapaça pouco menor do que a largura máxima;
ângulo posterior-ventral algumas vezes com pequeno dente. Cabeça convexa dorsalmente, sem
quilha. Dois poros cefálicos principais medianos, com estreita conexão entre eles e com 2 poros
menores laterais. Escudo cefálico com margem anterior arredondada, mas rostro obtuso em
vista lateral. Quilha do labro grande. Antena com setas 1-1-3/0-0-3 ou 0-1-3/0-0-3; espinhos 0-
0-1/1-0-1. Posabdômen mais ou menos largo; ânus próximo à base; com dentículos anais na
margem dorsal e grupos de finas espículas laterais.
114

Cinco pares de patas. Pata I com fileira transversa de sétulas no lado anterior do endito.
Pata II com exopodito pequeno, com uma seta. Endito da pata III bífido; exopodito com 7 setas,
a 6ª a mais longa. Pata IV com exopodito arredondado, com 6 setas pouco diferindo em tamanho,
sendo as 2 anteriores lisas e as demais plumosas. Pata V com exopodito grande, ligeiramente bífido
em algumas espécies.
Macho sem dentículos anais no posabdômen; vaso deferente abrindo-se ventralmente na
base das garras. Pata I com gancho e um tufo de setas oposto ao gancho.

Biapertura affinis (Leydig, 1860)


(Figuras 102a-b)
Largura máxima ocorrendo aproximadamente à altura da metade do corpo. Carapaça com
estrias longitudinais, podendo existir linhas transversais, formando uma rede; ângulo posterior-
ventral com uma fileira de grupos de cerdas, seguida por uma fileira de espículas no lado interno
da margem posterior. Margem posterior do escudo cefálico ponteaguda; poros cefálicos principais
típicos do gênero; poros laterais ao nível do poro anterior. Ocelo menor do que o olho e mais
próximo a este do que do ápice do rostro. Antênulas não alcançam a extremidade do rostro.
Antenas com setas 1-1-3/0-0-3 e espinhos 1-0-1/0-0-1; seta do segmento proximal do exopodito
não alcança a extremidade do segmento distal; setas terminais com pequena espícula na articulação
de seus 1° e 2° segmentos. Labro com margem anterior convexa. Posabdômen uniformemente
largo, margem dorsal arredondada, com 14-16 dentículos anais; grupos de espículas laterais
presentes. Garras com 1 espinho basal e espículas no lado côncavo. Patas típicas do gênero.
Comprimento até 1,05 mm.
Macho com corpo alongado (C = 2L). Posabdômen estreitando-se distalmente, sem
dentículos anais e com grupos de espículas laterais; canal deferente abrindo-se ventralmente,
junto à base das garras. Comprimento até 0,72 mm.
Encontrada no PARÁ (Robertson, 1980), RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995),
MATO GROSSO (Green, 1972), PERNAMBUCO (Brehm, 1937; Schubart, 1942), MINAS
GERAIS (Santos, 1980), SÃO PAULO (Sars, 1901) e RIO GRANDE DO SUL (Montú &
Gloeden, 1986).

Biapertura intermedia (Sars, 1862)


(Figura 103)
Carapaça com estrias longitudinais e ângulos posteriores arredondados. Escudo cefálico
com margem posterior arredondada e poros típicos do gênero. Ocelo ligeiramente maior do que
o olho, localizado à meia distância entre olho e extremidade do rostro. Seta da margem posterior
da antênula na metade distal; antênulas quase alcançam a extremidade do rostro. Antenas com
espinhos 1-0-1/0-0-1. Extremidade distal do posabdômen muito enlargada; ângulo pré-anal
distinto; 8-9 dentículos anais; 8-9 grupos de espículas laterais, sendo a espícula distal maior do
que as demais; espículas dos grupos distais excedem a margem do posabdômen. Garras com um
espinho basal. Comprimento até 0,45 mm.
Macho com ocelo menor do que o olho. Posabdômen estreitando-se distalmente e ângulo
pré-anal indistinto. Garras sem espinhos basais. Comprimento em torno de 0,25 mm.
115

Encontrada no PARÁ (Robertson, 1980), ALAGOAS (Brehm, 1937; Schubart, 1942),


DISTRITO FEDERAL (Starling, 1992), SÃO PAULO (Sars, 1901; Bergamin, 1931, 1939b e 1940b)
e MATO GROSSO DO SUL (Daday, 1905).

Biapertura karua (King, 1853)


(Figuras 104a-b)
Largura máxima anterior à metade do corpo. Carapaça marcada por estrias fortes e
polígonos; ângulo posterior-ventral com 1-5 dentículos. Escudo cefálico com margens anterior e
posterior arredondadas; poros típicos do gênero. Antênulas quase alcançam a extremidade do
rostro. Antenas com setas 0-1-3/0-0-3. Posabdômen com margem dorsal distal arredondada;
ângulo pré-anal não evidente; cerca de 8 pequenos dentículos anais; cerca de 8 grupos de espículas
laterais (às vezes isoladas), projetando-se além da margem dorsal do posabdômen. Espinho
basal da garra muito pequeno. Comprimento até 0,49 mm.
Macho com posabdômen com ângulo pré-anal distinto e canais deferentes abrindo-se
ventralmente, junto à base da garra.
Registrada em RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995), MATO GROSSO (Green,
1972), PERNAMBUCO (Brehm, 1937 e 1938; Schubart, 1942, como Alona mülleri), SÃO
PAULO (Sars, 1901; Bergamin, 1941) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986) e
DISTRITO FEDERAL.

Biapertura verrucosa (Sars, 1901)


(Figuras 66c, 105a-b)
Carapaça marcada com tubérculos em densidade variável; ângulo posterior-ventral
arredondado, sem dentículos. Ocelo 1,3-1,5 vezes menor do que o olho e localizado mais perto
deste do que da extremidade do rostro. Antênulas quase alcançando o ápice do rostro. Setas da
antena 0-1-3/0-0-3. Quilha do labro com um dentículo ou incisão na metade da margem anterior.
Posabdômen curto, com margem dorsal curva e margem distal arredondada; ângulo pré-anal
projetado, situado próximo à metade da margem dorsal; 5-7 dentículos anais pequenos, que,
exceto o primeiro, são seguidos de espículas decrescentes; margem anal e pré-anal com 10-33
espículas, às vezes agrupadas; cerca de 10 grupos de espículas laterais, sendo a distal de cada
grupo mais longa do que as demais (ou espículas isoladas). Garras com um pequeno espinho
basal. Comprimento até 0,36 mm.
Macho mais quadrangular do que a fêmea. Antênulas excedem um pouco a extremidade
do rostro. Gancho do 1° par de patas bem desenvolvido e com uma incisão próxima à extremidade.
Posabdômen sem dentículos anais; duas fileiras laterais de espículas em grupos; ductos deferentes
abrindo-se ventralmente, junto as garras. Comprimento cerca de 0,22 mm.
Parecem existir dois grupos distintos de indivíduos incluídos em B. verrucosa (Smirnov,
1974): o primeiro grupo tem um dentículo no labro, posabdômen mais curto, mais enlargado
distalmente, com dentículos anais menores e com espículas laterais isoladas; o segundo grupo
não apresenta dentículo no labro, o posabdômen é mais longo, menos enlargado distalmente, os
dentículos anais são maiores e as espículas laterais formam grupos. É possível que estes dois
grupos se constituam espécies distintas.
116

Presente no PARÁ (Robertson, 1980), MATO GROSSO (Green, 1972), PERNAMBUCO


(Brehm, 1937 e 1938; Schubart, 1942), ALAGOAS (Schubart, 1942), MINAS GERAIS (Santos,
1980), SÃO PAULO (Sars, 1901) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).

CAMPTOCERCUS Baird, 1843


Corpo oval. Carapaça marcada por linhas longitudinais; ângulo posterior-dorsal
ligeiramente abaixo da largura máxima. Distância entre os poros cefálicos maior do que a distância
destes à margem posterior do escudo cefálico. Olho maior do que o ocelo. Antênulas não
alcançando a extremidade do rostro. Antenas com setas 0-1-3/0-0-3. Posabdômen longo, fino e
estreitado-se distalmente; ânus situado na porção proximal do posabdômen; dentículos anais e
espículas laterais presentes. Garras longas, com espículas finas no lado côncavo e um espinho
basal. Intestino convoluto, com um ceco.
Ramo externo do endito da pata I com 3 setas, uma delas mais curta do que as outras. Pata
II com larga gnatobase. Pata III com exopodito moderadamente grande, com 7 setas, sendo a 7ª
a mais longa. Pata IV com exopodito de tamanho moderado. Pata V com exopodito grande e
oval, com 4 setas (1 anterior e 3 do lado posterior). Em C. rectirostris encontra-se um processo
par no lado ventral do posabdômen correspondente à pata VI.
Existe muita incerteza quanto aos registros deste gênero no Brasil. Foi registrado, sem
identificação de espécie, em SANTA CATARINA (Ihering, 1895) e PIAUÍ (Spandl, 1926).
Existe um registro de Camptocercus rectirostris no PARÁ (Robertson, 1980); esta ocorrência,
provavelmente, necessita ser revisto, uma vez que a distribuição desta espécie não inclui a Região
Neotropical. Foram encontrados exemplares no RIO GRANDE DO SUL, sendo identificados
como Camptocercus australis (Montú & Gloeden, 1986).
O mais provável é que, pelo menos, alguns destes registros sejam de Camptocercus dadayi
Stingelin, 1913. Uma revisão de Rey & Vasquez (1986c) considera que os exemplares
identificados como C. australis por Daday (1902, no Chile e 1905, no Paraguai) sejam, de fato,
C. dadayi; em função disto, a distribuição desta espécie vai da Venezuela e Colômbia até o sul
da América do Sul. A observação das figuras e descrições apresentadas por Spandl (1926, no
Piauí) e Montú & Gloeden (1986, no Rio Grande do Sul) demonstra semelhanças com C. dadayi,
reforçando a hipótese de que parte dos registros acima apresentados sejam desta espécie.

Camptocercus dadayi Stingelin, 1913


(Figuras 107a-d)
Forma geral oval alongada, com largura máxima na metade anterior do corpo; Carena
cefálica desenvolvida; ângulo posterior-ventral arredondado e sem dentículos (face interna com
série de espículas submarginais). Labro arredondado, com 1 ou 2 setas espiniformes na margem
posterior. Antênulas longas, delgadas e com 4 séries de setas finas. Antena bem desenvolvida,
extremidades dos segmentos finamente denticulados; setas 0-0-3/0-1-3 e espinhos 1-0-1/0-0-1.
Posabdômen com 10-13 dentículos marginais alongados, triangulares e agudos; 15-16
grupos de 4-5 espículos laterais. Garras longas, ligeiramente curvas na extremidade; na metade
117

proximal, um arranjo de espículas seguido de 3 dentículos, sendo os 2 finais mais longos,


localizados aproximadamente no meio da garra; espinho basal curto e fino, com 3 espículas
mais fortes em sua base. Ramo externo do endito da pata I com 3 setas: a primeira curta e em
gancho; a segunda e a terceira longas e com densas setas de um dos lados. Comprimento entre
0,62 e 0,75 mm.
Levando em conta as considerações acima apresentadas, esta espécie é encontrada,
provavelmente, no PIAUI (Spandl, 1926) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986,
como Camptocercus australis).

CELSINOTUM Frey, 1991


(Figura 124a-d)
Animal grande, alto (razão largura/comprimento maior do que 0,8), muito achatado
lateralmente. Carapaça com quilha dorsal pronunciada, não contínua com a cabeça; superfície
da carapaça com estrias longitudinais; setas da margem ventral seguidas por sétulas na região
ventral posterior e gradualmente passando a submarginais, continuando até metade da margem
posterior. Escudo cefálico encaixado em uma depressão na carapaça; com três pequenos poros
cefálicos medianos, não conectados, localizados próximo à margem posterior do escudo. Rostro
transversalmente truncado. Labro grande, com ângulo posterior com cerca de 90º e um pouco
estreito. Posabdômen com grupos de espículas marginais (ao invés de dentículos). Garra terminal
delgada e curva; um espinho basal. Comprimento entre 0,55 e 0,90 mm.
Macho com forma semelhante à fêmea; cerca de 5 setas laterais acessórias na antênula,
além de 12 setas terminais; poros genitais na margem ventral do posabdômen, localizados em
concavidade anterior à base das garras.

Celsinotum laticaudatum Smirnov & Santos-Silva, 1995


(Figura 124a-d)
Carapaça oval e com quilha dorsal; setas da margem ventral mudando, posteriormente,
para espinhos, continuados, na margem posterior, por diminutas sétulas; margem posterior
bipartida por rasa concavidade. Escudo cefálico com três poros medianos. Rostro truncado,
obstuso. Placa (lamela) do labro oval. Antena com setas 0-1-3/0-0-3 e espinhos 0-0-1/1-0-1; seta
do segundo segmento duas vezes mais curta do que as demais. Lobo interno distal da pata I com
duas setas portadoras de setas decrescentes em um dos lados de sua extremidade. Posabdômen
grande, ligeiramente côncavo na margem pós-anal (não convexa ou reta, como nas demais
espécies conhecidas do gênero); ângulos pré-anal e pós-anal destacados; espículas anais relativamente
pequenos, os mais distais solitário e os proximais agrupados; com grupos de finas espículas
laterais. Garras com espinho basal pequeno. Comprimento cerca de 0,51 mm. Macho
desconhecido.
Encontrada em RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995).
118

EURYALONA Sars, 1901


(Figuras 66d, 108-109)
Carapaça com ângulos posteriores arredondados, sem dentículos; marcas pouco distintas.
Escudo cefálico com rostro obtuso e margem posterior arredondada; um único poro cefálico.
Ocelo menor do que o olho. Posabdômen estreito, com dentículos anais e espículas laterais; ânus
localizado na porção proximal do posabdômen. Patas descritas abaixo, para a espécie tipo,
Euryalona orientalis (Daday, 1898).
Macho menor do que a fêmea, com canal deferente abrindo-se no meio do lado ventral do
posabdômen.

Euryalona brasiliensis Brehm & Thomsen, 1936


(Figuras 109a-b)
Antênulas não alcançando a extremidade do rostro. Margem ventral da carapaça com
poucas setas longas na metade anterior. Posabdômen estreitando-se distalmente e não curvado;
8-9 dentículos anais, sendo os 3 distais longos; espículas laterais ausentes; sem processo na
parte distal do posabdômen. Garra com fileira de espículas no lado côncavo, a qual termina em
uma espícula mais longa no meio da garra. Seta em forma de gancho da pata I sem dentículos.
Macho desconhecido.
Segundo Rajapaksa & Fernando (1987b), é possível que esta espécie deva ser transferida
para o gênero Kurzia, sendo necessário estudos mais detalhados e observação de novos materiais
para isto.
Registrada em PERNAMBUCO (Brehm & Thomsen, 1936; Brehm, 1937; Schubart, 1938
e 1942).

Euryalona orientalis (Daday, 1898)


(Figuras 108a-c)
Margem ventral da carapaça com fileiras concêntricas de pontos e pronunciado ângulo
anterior à parte mediana do animal; margem anterior com numerosas setas pequenas; metade
posterior da margem ventral com setas submarginais fortes. Um único poro cefálico, às vezes
ausente. Ocelo situado à meia distância entre o olho e a extremidade do rostro. Antênulas
alcançando a extremidade do rostro. Processo do labro com margem anterior convexa e
extremidade obtusa. Posabdômen estreito, ligeiramente curvado; ângulo pré-anal evidente;
extremidade distal com processo arredondado, separado da base das garras por uma incisão;
cerca de 20 dentículos anais, decrescentes proximalmente. Garras com um espinho basal e
espículas na metade proximal do lado côncavo. comprimento até 1,0 mm.
Pata I com 3 setas no ramo externo do endito, sendo a mais longa muito quitinizada, com
dentículos no lado côncavo; exopodito com uma seta muito mais longa do que a maior do ramo
externo do endito. Pata II com exopodito alongado, com grupo de setas apicais; endito com seta
mais longa reta, com espículas do lado voltado para a margem ventral da carapaça; gnatobase
estreita. Pata III com exopodito oval, com 5 setas no lado posterior e 2 no lado dorsal, sendo a 7ª
119

seta a mais longa. Pata IV com exopodito arredondado, com 5 setas, sendo as 2 primeiras lisas.
Pata V com exopodito arredondado, sendo as 3 setas posteriores plumosas e uma seta anterior
fina, longa e não plumosa.
Macho com concavidade na metade anterior da margem ventral da carapaça. Posabdômen
com dentículos anais e espículas laterais; vaso deferende abrindo-se ventralmente, a certa distância
da base das garras. Comprimento cerca de 0,70 mm.
Encontrada no PARÁ (Robertson, 1980), RORAIMA (Smirnov & Santos-Silva, 1995),
MATO GROSSO (Green, 1972), ALAGOAS (Schubart, 1942), PERNAMBUCO (Brehm,
1937, 1938; Schubart, 1942), SÃO PAULO (Sars, 1901 como Euryalona occidentalis; Bergamin,
1931, 1939b e 1941) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).

GRAPTOLEBERIS Sars, 1862


(Figuras 110a-b)
Forma geral semicircular. Carapaça marcada por células grandes e distintas; ângulo
posterior-ventral em geral com dentículos. Escudo cefálico com margem posterior ponteaguda;
distância entre os poros principais superior à distância destes à margem posterior do escudo
cefálico. Rostro largo, semelhante a uma espátula. Olho maior do que o ocelo. Antênulas não
alcançam a extremidade do rostro. Antena com setas 0-1-3/0-0-3. Quilha do labro arredondada.
Posabdômen estreitando-se distalmente. Garras curtas; um espinho basal. Com seis pares de
patas. Pata I muito modificada, sendo o ramo externo do endito separado por uma profunda
incisão e com 2 longas setas pectinadas e uma curta em forma de gancho; lado anterior do endito
com um apêndice plumoso dorsalmente. Pata II com seta em forma de gancho muito diferenciada.
Patas III e IV com exopoditos muito desenvolvidos. Exopodito da pata V pequeno e com 4 setas.
Pata VI em forma de pequeno processo.
Macho menor do que a fêmea, com pata I modificada e ducto deferente abrindo-se
ventralmente, junto à base das garras.
Conhece-se apenas uma espécie, Graptoleberis testudinaria.

Graptoleberis testudinaria (Fischer, 1851)


(Figuras 110a-b)
Margem dorsal da carapaça convexa; margem ventral quase reta, com setas plumosas
decrescentes no sentido distal, não alcançando o ângulo posterior-ventral; este apresenta dentículos
(às vezes, ausentes). Margem ventral do rostro quase no mesmo nível da margem ventral da
carapaça. Quilha lateral bem desenvolvida, partindo do ápice do rostro, passando abaixo do
ocelo e acima da base das antenas. Apresenta 3 poros cefálicos principais medianos conectados
e 2 poros menores laterais, ao nível do 2° principal. Posabdômen com ângulo pré-anal distinto;
dentículos anais pouco crescentes distalmente; 6-8 grupos de espículas laterais.
Macho com posabdômen estreitando-se distalmente, sem dentículos anais. Garra sem
espinho basal. Ducto deferente abrindo-se ventralmente, junto à base das garras.
No Brasil, está presente a variedade occidentalis Sars, 1901: com 2-3 dentículos no ângulo
posterior-ventral; ângulo pré-anal pouco projetado; dentículos anais em grupos de 3-4.
Presente em MATO GROSSO (Green, 1972), SÃO PAULO (Sars, 1901; Bergamin, 1931,
1939b e 1941) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).
120

KURZIA Dybowski & Grochowski, 1894


(Figuras 119-120)
Corpo oval. Carapaça com margem dorsal convexa e margem ventral convexa na metade
anterior e côncava na posterior. Escudo cefálico com margem posterior arredondada; poros
principais conectados e na linha mediana, com os poros pequenos laterais; distância entre os
poros pequenos maior do que a distância destes à margem posterior do escudo cefálico. Rostro
longo, direcionado ventralmente. Ocelo menor do que o olho, localizado mais próximo deste do
que da extremidade do rostro. Antênulas delgadas. Antena com setas 1-1-3/0-0-3. Cinco pares
de patas. Posabdômen longo e estreito. Garras com um espinho basal e fileira de espículas finas
no lado côncavo. Intestino convoluto e com um ceco.
Macho com canal deferente abrindo-se ventralmente à base das garras.

Kurzia latissima (Kurz, 1874)


(Figuras 119a-b)
Margens dorsal da cabeça e das valvas formando arco semicircular. Margem da cabeça em
"S". Margem posterior da carapaça pouco menor do que a largura máxima; ângulo posteriores
arredondados, sem dentículos no ângulo ventral. Distância entre poros superior a distância entre
o poro distal e a margem posterior da carapaça. Quilha dorsal presente na carapaça, ausente na
cabeça. Antênulas quase alcançando a extremidade do rostro. Antena com espinhos no segmento
proximal do exopodito e no segmento distal dos dois ramos. Margem ventral do labro convexa,
algumas vezes ligeiramente serreada. Posabdômen estreitando-se distalmente, com ângulo pré-
anal não evidenciado; 2 fileiras de 10-12 dentículos anais, crescentes distalmente; fileira de
grupos de espículas laterais. Garra com um espinho basal, espículas no lado côncavo, sendo uma
mais longa no meio da garra. Comprimento até 0,6 mm.
Macho com rostro mais curto do que da fêmea. Antênula ultrapassa a extremidade do
rostro, tendo o flagelo bi-segmentado na margem anterior distal. Dentículos anais em grupos.
Comprimento até 0,4 mm.
Encontrada no PARÁ (Robertson, 1980), SÃO PAULO (Sars, 1901, como Pseudalona
latissima) e RIO GRANDE DO SUL (Montú & Gloeden, 1986).

Kurzia longirostris (Daday, 1898)


(Figuras 120a-b)
Carapaça marcada com linhas longitudinais e pontos finos; ângulos posteriores
arredondados. Rostro longo, ligeiramente curvado para trás; extremidade do rostro na linha
mediana do corpo. Antênula não alcançando a extremidade do rostro. Ocelo duas vezes mais
perto do olho do que do ápice do rostro. Processo do labro com extremidade ponteaguda.
Posabdômen ligeiramente côncavo dorsalmente, com processo na extremidade distal, mais
desenvolvido em fêmeas mais velhas; 12-20 dentículos anais. Garra com um espinho basal. Intestino
dando 1,5 volta. Comprimento cerca de 0,42 mm.
121

Macho com antênula quase alcançando a extremidade do rostro. Posabdômen estreitando-


se distalmente, com vários grupos de espículas laterais; canal deferente abrindo-se ventralmente,
junto à base das garras. Comprimento cerca de 0,46 mm.
Registrada em SÃO PAULO (Sars, 1901, como Pseudalona longirostris).

LEYDIGIA Kurz, 1875


(Figuras 111-114)
Corpo oval. Ângulo posterior-dorsal quase na mesma altura da largura máxima; margem
ventral da carapaça convexa. Escudo cefálico com margem posterior arredondada; poros cefálicos
principais conectados, sendo a distância entre eles menor do que destes à margem posterior do
escudo cefálico. Rostro curto, obtuso. Antena com setas 1-1-3/0-0-3; alguns segmentos com
grupos de espículas. Quilha do labro arredondada. Posabdômen enlargado; dentículos anais muito
pequenos; grupos de espículas laterais muito desenvolvidos. Garras com ou sem um pequeno
espinho basal; para Brehm (1951) este é um caracter variável e de pouca importância na distinção
das espécies de Leydigia.
Pata I com fileira de setas no lado anterior do endito; exopodito com uma seta muito
longa. Pata II com a 8ª seta muito longa. Pata III com 2 setas no lado posterior e 3 setas no lado
dorsal. Pata IV com 6 setas no exopodito arredondado. Pata V muito grande, com 4 setas plumosas
no exopodito.
Macho menor do que a fêmea, com posabdômen e pata I modificados. Nos machos adultos,
existe um apêndice distal do posabdômen, semelhante a um pênis, em cuja extremidade abre-se
o vaso deferente.

Leydigia ciliata Gauthier, 1939


(Figura 111)
Carapaça com fileiras longitudinais de grânulos. Antênulas não alcançando a extremidade
do rostro, com 2 grupos de setas no lado anterior. Quilha do labro com margem anterior ondulada
e com setas. Posabdômen com 28-31 grupos de espinhos laterais: grupos distais com 4-5 espinhos
curtos, 5° ao 9° grupo com um espinho longo e 2-3 mais curtos e os demais grupos com
espinhos curtos, sendo menores os grupos distais. Garras sem espinho basal (algumas vezes
com um espinho muito pequeno). Pata III pequena. Exopodito da pata IV com 2 setas anteriores
curtas. Comprimento até 0,97 mm.
Macho com ocelo maior do que o olho, quilha do labro pubescente e posabdômen com
processo semelhante a um pênis (típico do gênero). Comprimento até 0,7 mm.
Encontrada em MATO GROSSO (Green, 1972).

Leydigia ipojucae Brehm, 1938


(Figuras 112a-b)
Carapaça marcada por linhas e pontos. Ocelo quase tão grande quanto o olho. Antênulas
com 4 incisões na margem anterior, tendo em cada uma um grupo de setas. Quilha do labro com
122

margem anterior ondulada e 5 grupos de setas. Posabdômen com várias fileiras de espículas no
lado ventral; lado dorsal com 8-9 espinhos longos acompanhados de espículas menores; seguem-
se mais de 20 grupos de espículas pequenas, sendo, em cada grupo, a distal maior do que as
demais. Garras com espinho basal muito pequeno e uma fileira de espículas crescentes na metade
anterior do lado côncavo. Macho desconhecido.
Presente em PERNAMBUCO (Brehm, 1938; Schubart, 1942).

Leydigia propinqua Sars, 1903


(Figuras 113a-b)
Carapaça com 20 ou mais linhas longitudinais, anastomosadas, com estrias longitudinais
e pontos entre elas (pontos algumas vezes linear na periferia da carapaça). Ocelo quase do mesmo
tamanho do olho. Antênulas quase alcançando a extremidade do rostro. Quilha do labro com
margem pubescente. Posabdômen com 7 espinhos laterais longos e acompanhados por um espinho
menor; a estes segue-se uma fileira de espinhos solitários (em número menor do que em Leydigia
schubarti). Garras com espinho basal muito pequeno; Brehm (1951) indica que este espinho
pode estar ausente. Macho desconhecido.
Encontrada em PERNAMBUCO (Brehm, 1937; Schubart, 1942).

Leydigia schubarti Brehm & Thomsen, 1936


(Figuras 114a-b)
Carapaça marcada por linhas concêntricas. Antênulas quase alcançando a extremidade do
rostro. Posabdômen com 7 espinhos laterais longos acompanhados de um espinho menor; a
estes segue-se uma fileira de 15 espinhos solitários. Garras sem espinho basal. Macho
desconhecido.
Registrada em PERNAMBUCO (Brehm & Thomsen, 1936; Brehm, 1937 e 1938; Schubart,
1938 e 1942).

LEYDIGIOPSIS Sars, 1901


(Figuras 115-118)
Corpo oval. Escudo cefálico com 2 poros cefálicos principais, com larga conexão entre
eles. Rostro longo. Antênulas curtas, com ápice obliquamente truncado. Quilha do labro triangular.
Posabdômen com dupla fileira de espinhos anais e uma fileira de espículas laterais de cada lado.
Intestino forma 2 voltas.
Cinco pares de patas. Pata I com estrutura típica da subfamília. Endito da pata II com seta
em forma de gancho pouco diferenciada. Pata III com exopodito quadrado, tendo 5 setas no lado
posterior e 2 no lado dorsal. Pata IV com 6 setas no arredondado exopodito. Pata V com exopodito
grande, com setas usuais.
Macho menor do que a fêmea, com pata I modificada.
123

Leydigiopsis brevirostris Brehm, 1938


(Figuras 115a-c)
Rostro curto, pouco mais longo do que a antênula; pelos sensoriais pouco pronunciados
além da extremidade do rostro. Ocelo menor do que o olho. Margem anterior do labro lisa, com
2 grupos de setas. Posabdômen grande, com ângulo pré-anal pronunciado; de cada lado, cerca
de 22-23 dentículos anais decrescentes proximalmente e uma fileira de grupos de espículas.
Quarto proximal do lado côncavo das garras com uma fileira de espículas finas crescentes
distalmente e um pequeno e forte espinho basal. Pata III com 7 setas no exopodito, sendo as 2 do
lado antero-dorsal quase iguais. Comprimento 0,70-0,83 mm. Macho desconhecido.
Presente em PERNAMBUCO (Brehm, 1938; Schubart, 1942).

Leydigiopsis curvirostris Sars, 1901


(Figuras 116a-b)
Largura máxima na metade do corpo. Carapaça com ângulos posteriores arredondados;
margem ventral com protuberância na metade anterior e setas por toda sua extensão; margens
das valvas com linhas concêntricas de pontos pouco distintos. Ocelo quase do mesmo tamanho
do olho. Rostro muito longo, curvado para trás. Antênula cerca de 3 vezes menor do que o
rostro. Antena com denso grupo de pelos no segmento basal; endopodito pouco mais curto do
que o exopodito (quando a antena é voltada para trás); uma das setas do segmento distal do
exopodito é mais longa do que as duas restantes, alcançando a margem posterior da carapaça.
Margem dorsal pós-anal do posabdômen convexa; 16-20 dentículos anais crescentes distalmente;
ângulo pré-anal evidente. Garras com espículas no lado côncavo e um espinho basal. Pata III
com 7 setas no exopodito, sendo as 2 do lado antero-dorsal desiguais (uma cerca de 1,5 a 2 vezes
maior do que a outra). Comprimento cerca de 0,85 mm.
Macho com margens dorsal e ventral da carapaça quase paralelas. Rostro mais curto do
que na fêmea. Posabdômen não modificado. Comprimento cerca de 0,62 mm.
Encontrada no PARÁ (Robertson, 1980), PERNAMBUCO (Schubart, 1938 e 1942) e
SÃO PAULO (Sars, 1901).

Leydigiopsis megalops Sars, 1901


(Figuras 117a-b)
Carapaça com ângulos posteriores arredondados, sem espinhos; margens com linhas
concêntricas de pontos fortes. Ocelo cerca de 3 vezes maior do que o olho. Rostro cerca de 1,5 o
comprimento da antênula. Antena com setas dos segmentos distais do mesmo tamanho. Quilha
do labro com dentículos na margem anterior. Posabdômen com parte pós-anal cerca de 3 vezes
mais longa do que larga e com margem dorsal reta; ápice do posabdômen arredondado e
pronunciado; ângulo pré-anal pouco distinto; cerca de 20 dentículos anais crescentes distalmente;
grupos de espículas laterais presentes. Garras com espículas no lado côncavo. Comprimento cerca
de 0,80 mm. Macho desconhecido.
Registrada em SÃO PAULO (Sars, 1901).
124

Leydigiopsis ornata Daday, 1905


(Figuras 118a-c)
Carapaça com ângulos posteriores arredondados; marcada com hexágonos e, próximo às
margens, 3-4 fileiras concêntricas de pontos, às vezes pouco visíveis; setas medianas da margem
ventral mais curtas. Ocelo menor do que o olho. Rostro moderadamente longo; pelos da antênula
quase alcançando a extremidade do rostro. Antena com uma das setas distais longas, alcançando
o terão posterior da carapaça; setas 1-1-3/0-0-3 e espinhos 0-0-1/1-0-1. Parte pós-anal do
posabdômen cerca de 2 vezes mais longo do que largo; 14-15 dentículos anais crescentes
distalmente; lado distal do posabdômen com 3-4 dentículos menores; 10-12 grupos de espículas
laterais; ângulo pré-anal evidente. Garras com espículas na metade proximal e um espinho basal.
Pata III, segundo Rey & Vasquez (1986b), com 7 setas no exopodito, sendo 5 no lado posterior e
2 visivelmente divergentes e de tamanho desigual no lado antero-dorsal. Comprimento cerca de
0,63 mm. Macho desconhecido.
Encontrada em PERNAMBUCO e ALAGOAS (Brehm & Thomsen, 1936, como
L. curvirostris; Brehm, 1937; Schubart, 1942).

NOTOALONA Rajapaksa & Fernando, 1987


(Figuras 66e, 121a-b)
Forma geral subglobular. Rostro curto e largo, com ápice subtruncado. Escudo cefálico
curto, posteriormente pontiagudo e margem lateral com ou sem entalhe na região rostral; sem
poros medianos; 2 poros pequenos, laterais à linha mediana, em forma de feijão e próximo à
margem posterior. Antênula fusiforme, com 9 setas terminais e longa seta lateral. Fórmula de
setas na antena 1-1-3/0-0-3; espinhos 0-0-1/1-0-1. Labro grande, quilha com 1 a vários dentículos
ou entalhes. Carapaça com margem dorsal arqueada; margem ventral com saliência conspícua
no terço anterior e uma série de setas submarginais posterior a esta saliência; ângulo posterior-
ventral com 2-6 grupos de espículas submarginais, seguidos de uma fileira submarginal de sétulas
na margem posterior. Lobo distal externo da pata I com uma seta longa e lobo distal interno com
3 setas e um dente; lobo posterior com seta dorsal pequena e bifurcada. Exopodito da pata V
com 3 setas. Posabdômen afilado distalmente com ângulo pré-anal distinto; parte pós-anal com
9-16 dentículos que, à exceção dos 1-3 mais distais, são acompanhados por grupos de 2-5
dentículos menores; 9-16 feixes de espículas laterais; profunda depressão na base das garras.
Garras longas, com um espinho basal. Nas fêmeas efipiais, toda a carapaça é modificada em efípio,
que apresenta um único ovo, revestido de um material semelhante a espuma.

Notoalona sculpta (Sars, 1901)


(Figuras 121a-b)
Carapaça arredondada, contorno triangular; largura aproximadamente igual ao
comprimento; margem posterior estreita, com ângulos arredondados. Superfície da carapaça
marcada com polígonos anastomosados e irregulares próximo à margem dorsal; linhas
longitudinais próximo à margem posterior. Cabeça curta, um pouco inchada dorsalmente. Margem
lateral do escudo cefálico sem entalhe na região rostral; rostro curto e obtuso. Antênula curta,
não alcançando a extremidade do rostro. Labro com 2-4 incisões. Posabdômen com cerca de 14
125

dentículos pós-anais. Garras com espinho basal longo (1/3-1/4 do comprimento da garra) e espícula
proeminente (cerca de 1/2 do espinho basal) na metade da garra. Comprimento até 0.43 mm.
Macho desconhecido.
Encontrada em SÃO PAULO (Sars, 1901; Bergamin, 1941, como Alonella globulosa) e
PARÁ (Robertson, 1980, como A. globulosa).

OXYURELLA Dybowski & Grochowski, 1894


(Figuras 122-123)
Forma geral oval. Carapaça com ângulo posterior-ventral arredondado, sem dentículos.
Dois poros cefálicos principais separados, com 2 pequenos poros entre eles e um lateral. Ocelo
pouco menor do que o olho. Antênulas não alcançando o ápice do rostro. Antena com setas 1-1-
3/0-0-3. Posabdômen ligeiramente afilado distalmente e com dentículos anais, sendo os 2-3
distais maiores do que os demais; espículas laterais presentes. Garra com um espinho basal,
localizado a certa distância da base da garra. Intestino convoluto, com um ceco. Pata I com
fileira de setas no lado anterior. Pata II com estrutura usual da subfamília. Pata III com exopodito
quadrado e com 7 setas, sendo a 7ª muito mais longa do que as demais. Pata IV com exopodito
arredondado, com 6 setas. Pata com grande exopodito oval, com 4 setas.
Macho com ducto deferente abrindo-se ventralmente, junto à base das garras.

Oxyurella ciliata Bergamin, 1931


(Figuras 122a-b)
Corpo oval. Carapaça com ângulos posteriores arredondados. Antênulas não alcançando a
extremidade do rostro. Quilha do labro larga e arredondada, com setas na margem anterior.
Posabdômen com 15-16 dentículos anais; espículas laterais presentes. Comprimento cerca de
0,44 mm. Macho desconhecido.
Presente em SÃO PAULO (Bergamin, 1931, 1939b e 1941).

Oxyurella longicaudis (Birge, 1910)


(Figuras 123a-b)
Antênulas não alcançando a extremidade do pontiagudo rostro. Ocelo menor do que o
olho, situado mais próximo deste do que do ápice do rostro. Processo do labro com extremidade
ponteaguda. Posabdômen longo, estreitando-se distalmente; cerca de 16 dentículos anais, sendo
os 2 distais muito maiores do que os demais; seguem-se 3 dentículos pouco menores do que os
proximais; dentículo terminal com setas no lado côncavo. Um espinho basal, situado a cerca de
1/3 da base da garra. Comprimento cerca de 0,62 mm.
Macho sem dentículos anais no posabdômen, mas com espículas laterais. Garra com um
espinho basal, com setas proximais a ele.
Encontrada em PERNAMBUCO (Brehm & Thomsen, 1936; Brehm, 1937 e 1938;
Schubart, 1938), ALAGOAS (Schubart, 1942), SÃO PAULO (Bergamin, 1931, 1939b e 1941)
e RIO GRANDE DO SUL (Bohrer et al., 1988).
126

Figura 91: Alona broanensis. a - fêmea, b - posabdômen, c - ramo da antena (de Matsumura-Tundisi &
Smirnov, 1984).
Figura 92: Alona cambouei. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
Figura 93: Alona davidi. a - fêmea, b - posabdômen (de Richard, 1897a).
127

Figura 94: Alona guttata. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).


Figura 95: Alona incredibilis. a - fêmea, b - posabdômen, c - antênula (de Smirnov, 1984).
Figura 96: Alona monacantha. a - posabdômen, b - ângulo posterior-ventral da carapaça (de Sars, 1901).
Figura 97: Alona poppei, posabdômen (de Rey & Vasquez, 1986a).
128

Figura 98: Alona pulchella, posabdômen (de Smirnov, 1974).


Figura 99: Alona quadrangularis (de Smirnov, 1974).
Figura 100: Alona rectangula, posabdômen (de Smirnov, 1974).
Figura 101: Alona rustica. a - fêmea, b - posabdômen (de Frey, 1965a).
129

Figura 102: Biapertura affinis. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).


Figura 103: Biapertura intermedia, posabdômen (de Rey & Vasquez, 1986a).
Figura 104: Biapertura karua. a - fêmea, b - ângulo posterior-ventral da carapaça (de Sars, 1901).
Figura 105: Biapertura verrucosa. a - fêmea, b - posabdômen (de Paggi, 1975).
130

Figura 106: Acroperus harpae (Lagoa Bonita, DF).


Figura 107: Camptocercus dadayi. a - fêmea (olho e ocelo omitidos), b - labro, c - posabdômen, d -
garra terminal (de Rey & Vasquez, 1986c).
131

Figura 108: Euryalona orientalis. a - fêmea, b - posabdômen, c - garra terminal (de Rajapaksa &
Fernando, 1987b).
Figura 109: Euryalona brasiliensis. a - fêmea, b - posabdômen (de Brehm & Thomsen, 1936).
Figura 110: Graptoleberis testudinaria. a - fêmea, b - posabdômen (de Smirnov, 1974).
132

Figura 111: Leydigia ciliata, posabdômen (de Smirnov, 1974).


Figura 112: Leydigia ipojucae. a - fêmea, b - posabdômen (de Brehm, 1938).
Figura 113: Leydigia propinqua. a - fêmea, b - posabdômen (a de Smirnov, 1974; b de Brehm, 1937).
Figura 114: Leydigia schubarti. a - fêmea, b - posabdômen (de Brehm & Thomsen, 1936).
133

Figura 115: Leydigiopsis brevirostris. a - fêmea, b - região anterior com labro, c - posabdômen (de
Valdivia Villar, 1984).
Figura 116: Leydigiopsis curvirostris. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
Figura 117: Leydigiopsis megalops. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
134

Figura 118: Leydigiopsis ornata. a - fêmea, b - labro, c - poros cefálicos (de Rey & Vasquez, 1986b).
Figura 119: Kurzia latissima. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
Figura 120: Kurzia longirostris. a - fêmea, b - posabdômen (de Sars, 1901).
135

Figura 121: Notoalona sculpta. a - fêmea, b - posabdômen (de Rajapaksa & Fernando, 1987a).
Figura 122: Oxyurella ciliata. a - fêmea, b - posabdômen (a de Bergamin, 1931; b de Rey & Vasquez,
1986a).
Figura 123: Oxyurella longicaudis. a - fêmea, b - posabdômen (de Birge, 1910).
136

Figura 124: Celsinotum laticaudatum. a - fêmea, b - região anterior do corpo, c - margens ventral-
posterior e posterior da carapaça, d - posabdômen (de Smirnov & Santos-Silva, 1995).
137

incertae sedis

Birgeia Bergamin, 1931


Conforme a descrição original: “Rostrum longo, pontiagudo. Uma das setas terminais do
ramo dorsal da antena é longa e denticulada na metade distal. O ramo ventral só possue um
articulo, com 1 seta, o segundo sendo rudimentar, tendo na extremidade uma seta. Bordo ventral
com cerdas grossas, duras, fixas, plumadas. Um tufo de cerdas nas antenas em duas filas, abertas
em leque.”

Birgeia travassosi Bergamin, 1931


(Figura 125)
Conforme a descrição original: “Cabeça pequena, alongada. Rostrum longo, pontiagudo.
Antênulas pequenas, cilíndricas; setas olfativas iguais. Antenas muito curtas, logo se dividindo
em dois ramos; apresenta, um pouco antes da divisão, um tufo de pelos dispostos em duas filas,
em forma de leque; na primeira fila os pelos são maiores que na segunda. Ramo dorsal com 4
artículos: no primeiro ramo não há seta; no segundo, um espinho; no terceiro, uma seta e no
terminal, tres setas desiguais; a maior é denticulada na metade distal, e é quasi do comprimento
do animal. O ramo ventral consta de um só articulo, com uma seta, e um rudimento de articulo,
na extremidade do qual ha outra seta.
Valvas pontilhadas; angulo postero-inferior arredondado e pouco pronunciado; ângulo
postero-superior não existe, o bordo posterior se continuando no superior; este é muito arqueado.
Em todo bordo inferior vemos cerdas grossas, fixas, plumadas; são mais longas na porção
posterior.
Post-abdomen longo, mais largo no apice. 18 dentes marginais e outra fila de espinhos
laterais longos e finos e alguns fasciculos de pelos na região do anus. Garras longas, grossas e
pectinadas. Para trás das setas abdominais vemos tambem alguns pelos de distancia em
distancia. Intestino com alça e 2 cecums hepaticos. Comprimento: 1,07 mm.”
Além da cidade de SÃO PAULO, no Bairro do Limão (Bergamin, 1931, 1939a), a espécie
não foi registrada em nenhum outro local.
Smirnov (1974) a coloca como sinônimo de Alona parva (Daday, 1905). Entretanto, a
semelhança entre estas duas espécies é superficial e resume-se na forma geral do posabdômen
(Figura 126a-b). Além disso, Alona parva apresenta as antenas normais, diferindo de Birgeia
travassosi, cujas antenas apresentam um dos segmentos do ramo ventral rudimentar. Por tais
motivos, não julgamos correta esta sinonímia.
A posição de Birgeia travassosi na Família Chydoridae é incerta. Bergamin (1931) não
descreve nem os poros cefálicos, nem as patas torácicas de seus exemplares. Desta forma, com
base apenas na descrição original e sem a observação de novos espécimens, torna-se inviável a
sua inclusão em qualquer uma das subfamílias dos Chydoridae.
138

Figura 125: Birgeia travassosi (de Bergamin, 1931).


Figura 126: Alona parva. a - fêmea, b - posabdômen (de Smirnov, 1974).
139

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147

GLOSSÁRIO DE ALGUNS TERMOS USADOS NA DESCRIÇÃO DE CLADÓCEROS

Ângulos da carapaça - ângulos formados pela junção de duas margens da carapaça.


Ângulo anterior-ventral - formado pelas margens anterior e ventral da carapaça.
Ângulo posterior-ventral - formado pelas margens posterior e ventral da carapaça.
Ângulo posterior-dorsal - formado pelas margens posterior e dorsal da carapaça.
Ângulos do posabdômen - ângulos formados pela junção de duas margens do posabdômen.
Ângulo pré-anal - ângulo anterior ao ânus, formado pela margem anal e a margem dorsal
anterior.
Ângulo distal - formado pelas margens posterior e dorsal posterior.
Antenas - segundo par de apêndices cefálicos; nos cladóceros, geralmente grandes, com dois
ramos (exceto em Holopedidade) e usadas na natação.
Antênulas - primeiro par de apêndices cefálicos; nos cladóceros têm um ramo e são, em geral,
pequenas.
Apêndices copulatórios - apêndices do posabdômen, presente em machos de Sididae, utilizado
para segurar a fêmea durante a cópula.
Basal - referente à porção localizada na base ou perto da base de uma estrutura ou artículo.
Basípodo - base dos apêndices dos crustáceos; nos cladóceros, pode referir-se às antenas ou às
patas.
Câmara de incubação - cavidade dorsal, entre a carapaça e o corpo dos cladóceros, utilizada
para a guarda e desenvolvimento dos ovos partenogenéticos.
Carapaça - dobra do tegumento, recobrindo o tórax e o abdômen dos cladóceros.
Carenado - com quilha em forma de crista ou proeminência pouco elevada.
Cerdas - pelos delicados, em geral longos; sinônimo, sedas.
Cerdas natatórias ou abdominais - cerdas longas, localizadas no limite entre abdômen e
posabdômen.
Convoluto - termo aplicado ao intestino longo e enrolado sobre si mesmo.
Denticulado - com pequenos dentes.
Dentículos - espinhos grossos, com a base quase do mesmo tamanho do comprimento.
Dentículos anais - dentículos presentes no posabdômen, sobre a superfície anal. Nos Sididae,
pode designar todos os dentículos presentes no posabdômen.
Dentículos pós-anais - dentículos presentes no posabdômen, posteriores à abertura anal.
Depressão supra-ocular - depressão ou concavidade verificada na superfície ventral da cabeça,
anterior ao olho.
Duplicadura - prega da borda ventral, dobrada para o interior da carapaça.
Efípio - carapaça das fêmeas sexuais, total ou parte, modificada para a guarda e o desenvolvimento
dos ovos sexuais.
Elmo - projeção alongada e ponteaguda do vértice da cabeça (em Daphnia).
148

Endito – lobo que se desenvolve no lado interno da coxa; nos cladóceros, ocorre nas patas.
Endopodito - ramo interno dos apêndices dos crustáceos; nos cladóceros, está presente nas
antenas..
Epipodito - projeção do basípodo das patas.
Escamosa - superfície com ondulações ou dentes (menores do que os de margem serreada) com
aparência de escamas.
Escudo cefálico - carapaça que recobre a cabeça dos Chydoridae, formada pela expansão e
fusão dos fórnices com o rostro.
Espículas - espinhos finos, mais longas do que a largura de sua base.
Espinho da carapaça - projeção em forma de espinho, localizada no ângulo posterior-dorsal da
carapaça.
Espinhos - mais finos e agudos do que os dentes, tendo a base muito menor do que a altura.
Espinhos anais - espinhos localizados no posabdômen. Nos Chydoridae, referem-se aos espinhos
no bordo da abertura anal; nos Sididae, designam os espinhos grandes do posabdômen,
usualmente laterais.
Espinhos basais - espinhos localizados na base das garras terminais do posabdômen.
Estriada - termo aplicado à superfície da carapaça marcada por estrias longitudinais.
Exopodito - ramo esterno dos apêndices dos crustáceos; nos cladóceros, pode referir-se às antenas
ou às patas.
Fêmeas efipiais - nome aplicado às fêmeas portadoras de efípio.
Fêmeas partenogenéticas - nome aplicado às fêmeas que se reproduzem por partenogênese.
Fêmeas sexuais - nome aplicado às fêmeas que se reproduzem sexualmente.
Flagelo da antena- porção terminal, mais longa do que as setas, das antênulas dos Sididae e
Holopedidae.
Flagelo do primeiro par de patas - porção terminal longa do primeiro par de patas dos machos
de cladóceros.
Fórmula de espinhos - - fórmula que expressa a quantidade e distribuição de espinhos nas
antenas; o numerador indica o número de espinhos nos segmentos do exopodito, partindo do
segmento mais basal para o mais distal; o denominador indica os espinhos do endopodito.
Fórmula setal ou antenal - fórmula que expressa a quantidade e distribuição das setas das
antenas; o numerador indica o número de setas nos segmentos do exopodito, partindo do
segmento mais basal para o mais distal; o denominador indica as setas do endopodito.
Fórnix, fórnices - friso da carapaça cefálica, acompanhando a inserção das antenas; pode estar
expandido lateralmente ou, fundido com o rostro, formando um escudo cefálico.
Fusiforme - dilatado na porção mediana e afilado nas extremidades.
Gancho valvar - ganchos encontrados no lado interno, junto à margem posterior da carapaça,
possivelmente, com função de unir as duas valvas.
Garras terminais - garras localizadas na extremidade do posabdômen.
Globosa - globular, esférica.
149

Gnatobase - superfície mediana e com espículas do segmento basal das patas, correspondente
ao endito.
Labro - processo ou projeção da cabeça anterior à boca; pode desenvolver uma quilha ou placa
mediana.
Margem anal - bordo da abertura anal.
Margem pós-anal - borda dorsal do posabdômen localizada depois da abertura anal.
Marginal - cerda ou espinho localizado na margem, em geral da carapaça.
Membrana denticulada - membrana com dentículos, presente no lado interno da borda posterior
da carapaça de Scapholeberis, em continuidade à margem interna da dobra ventral da
carapaça.
Membrana hialina - membrana presente no lado externo da borda posterior da carapaça de
Scapholeberis, em continuidade à margem externa da dobra ventral da carapaça ou inserida
diretamente na base do mucro.
Mucro - espinho localizado no ângulo posterior-ventral da carapaça.
Obtuso - que não é agudo, não terminando em ponta; rombudo, arredondado.
Ocelo - equivalente ao olho da fase larval (olho de náuplio) dos crustáceos, mantido em muitos
adultos de cladócero.
Olho - correspondente à fusão do par de olhos compostos típicos dos crustáceos.
Ovos partenogenéticos - ovos produzidos por partenogênese.
Ovos sexuais - ovos produzidos por fecundação do óvulo, após a cópula.
Pecten - espinhos ou espículas dispostos em fileira, como um pente.
Pectinada - com espículas em forma de pente.
Placa ou Quilha do labro - expansão ou crista, marcando ou acentuando a margem do labro.
Ponteaguda - terminando em ponta.
Pontilhada - termo aplicado à superfície da carapaça marcada por pontos.
Porção supra-ocular - porção da cabeça, anterior ao olho.
Poro cefálico - poro localizado no escudo cefálico, geralmente associado à aberturas de ductos
glandulares.
Posabdômen - porção alongada, correspondente ao último segmento abdominal (pigídio), onde
se localiza a abertura anal.
Processos abdominais - expansões lobosas, delgadas ou largas, curtas ou longas, localizadas
no lado dorsal do abdômen, próximo ao posabdômen, com função de fechar a câmara de
incubação, evitando a perda de ovos.
Projeção pós-anal - projeção cônica do posabdômen, localizada após a abertura anal, encontrada
nos Moinidae.
Proximal - parte de qualquer estrutura, mais perto em relação ao corpo ou à fixação do apêndice
ao corpo.
Quilha dorsal - crista marcando ou acentuando a margem dorsal da carapaça e/ou da cabeça.
150

Reticulada - termo aplicado à superfície da carapaça marcada por retículos.


Romboidal - de forma rombóide, aproximadamente losangular.
Rostro - expansão mediana da carapaça cefálica, posterior aos olhos e podendo projetar-se
sobre as antênulas.
Serreada - com a margem semelhante a uma serra, com dentes largos.
Setas - pelos delicados, em geral longos; sinônimo, cerdas.
Setas natatórias ou abdominais - setas longas, localizadas no limite entre abdômen e
posabdômen.
Sétulas - setas muito delicadas e finas.
Submarginal - espinhos, dentículos ou cerdas localizadas pouco anterior à margem da carapaça.
Sulco cervical - sulco localizado entre a cabeça e a carapaça que recobre o tronco.
Truncado (a) - que termina abruptamente, cortada.
Valva (s) - cada um dos lados da carapaça que recobre o tronco dos cladóceros. No singular,
pode designar, simplesmente, a carapaça.
Vértice da cabeça - extremidade, cume da cabeça.
151

LISTA DE GÊNEROS E ESPÉCIES CITADAS

(= citada em referência à espécie em parênteses, como sinônimo ou não)

Acroperus 100
Acroperus harpae 100, 122
Alona 101
Alona broanensis 101, 118
Alona cambouei 102, 118
Alona davidi 102, 118
Alona glabra ( A. cambouei) 102
Alona guttata 103, 119
Alona iheringi ( A. rustica) 105
Alona incredibilis 103, 119
Alona monacantha 103,119
Alona mülleri ( Biapertura karua) 107
Alona parva (= Birgeia travassosi) 129, 130
Alona poppei 104, 119
Alona pulchella 104,120
Alona quadrangularis 104, 120
Alona rectangula 105, 120
Alona rustica 105, 120
Alonella 74
Alonella brasiliensis 75, 89
Alonella clathratula 75, 89
Alonella dentifera 75, 89
Alonella excisa (= A.. clathratula) 75
Alonella granulata 76, 89
Alonella hamulata 76, 90
Alonella lineolata 76, 90
Alonella nitidula (= Chydorus nitidulus) 78
Anchistropus 77
Anchistropus ominosus 77, 88
Biapertura 105
Biapertura affinis 106, 121
Biapertura intermedia 106, 121
Biapertura karua 107, 121
Biapertura verrucosa 107, 121
Birgeia 129
Birgeia travassosi 129, 130
Bosmina 27
Bosmina chilensis (= B. hagmanni) 28
Bosmina hagmanni 27, 30
Bosmina huaronensis 28, 30
Bosmina longirostris 27, 31
Bosmina tubicen 28, 31
Bosminopsis 28
Bosminopsis brandorffi 29, 32
Bosminopsis deitersi 29, 32
Bosminopsis negrensis 29, 32
152

Camptocercus 108
Camptocercus australis (= Camptocercus sp) 108
Camptocercus dadayi 108, 122
Camptocercus rectirostris (= Camtocercus sp) 108
Celsinotum 109
Celsinotum laticaudatum 109, 128
Ceriodaphnia 42
Ceriodaphnia cornuta 42, 50
Ceriodaphnia dubia (= C. richardi) 43
Ceriodaphnia laticaudata 42, 50
Ceriodaphnia pulchella 42, 50
Ceriodaphnia quadrangula 42, 50
Ceriodaphnia reticulata 43, 51
Ceriodaphnia richardi 43, 51
Ceriodaphnia silvestrii 43, 51
Chydorus 77
Chydorus barroisi ( Ephemeroporus barroisi) 83
Chydorus ciliatus ( C. pubescens) 79
Chydorus eurynotus 69, 78, 91
Chydorus faviformis ( C. parvireticulatus) 79
Chydorus flavescens ( C. eurynotus) 78
Chydorus leonardi ( C. sphaericus) 80
Chydorus nitidulus 78, 91
Chydorus nomeralis ( C. eurynotus) 78
Chydorus parvireticulatus 79, 91
Chydorus poppei (=Ephemeroporus tridentatus) 83
Chydorus pubescens 79, 92
Chydorus sphaericus 70, 79, 92
Dadaya 80
Dadaya macrops 80, 88
Dadaya ocellata ( D. macrops) 80
Daphnia 44
Daphnia ambigua 44, 52
Daphnia gessneri 45, 52
Daphnia laevis 45, 52
Diaphanosoma 16
Diaphanosoma birgei 16, 21
Diaphanosoma brachyurum (= D. birgei) 16
Diaphanosoma brevireme 17, 23
Diaphanosoma fluviatile 17, 22
Diaphanosoma neotropicum ( D. brevireme) 17
Diaphanosoma polyspina 17, 23
Diaphanosoma sarsi (= D. spinulosum) 18
Diaphanosoma spinulosum 18, 22
Disparalona 81
Disparalona acutirostris 81, 93
Disparalona dadayi 81, 93
Dunhevedia 82
Dunhevedia odontoplax 82, 93
153

Ephemeroporus 82
Ephemeroporus barroisi 83, 85
Ephemeroporus hybridus 83, 85
Ephemeroporus tridentatus 83, 85
Euryalona 110
Euryalona brasiliensis 110, 123
Euryalona occidentalis ( E. orientalis) 111
Euryalona orientalis 110, 123
Eurycercus 71
Eurycercus lamellatus 71, 67
Graptoleberis 111
Graptoleberis testudinaria 111, 123
Grimaldina 60
Grimaldina brazzai 60, 65
Holopedium 14
Holopedium amazonicum 14, 21
Iheringula paulensis ( Macrothrix paulensis) 62
Ilyocryptus 56
Ilyocryptus longiremis ( I. spinifer) 57
Ilyocryptus sordidus 56, 58
Ilyocryptus spinifer 57, 58
Ilyocryptus tetraspinatus ( I. spinifer) 57
Ilyocryptus verrucosus 57, 58
Kurzia 112
Kurzia latissima 112, 126
Kurzia longirostris 112, 126
Latonopsis 18
Latonopsis australis 18, 24
Latonopsis breviremis ( L. australis) 18
Latonosis fasciculata ( Sarsilatona serricauda) 20
Latonopsis occidentalis ( L. australis) 18
Leydigia 113
Leydigia ciliata 113, 124
Leydigia ipojucae 113, 124
Leydigia propinqua 114, 124
Leydigia schubarti 114, 124
Leydigiopsis 114
Leydigiopsis brevirostris 115, 125
Leydigiopsis curvirostris 115, 125
Leydigiopsis megalops 115, 125
Leydigiopsis ornata 116, 126
Macrothrix 61
Macrothrix goeldi ( M. spinosa) 63
Macrothrix elegans ( M. triserialis) 63
Macrothrix laticornis 61, 66
Macrothrix mira 61, 67
Macrothrix paulensis 62, 67
Macrothrix sioli 62, 65
Macrothrix spinosa 62, 66
154

Macrothrix squamosa ( M. spinosa) 63


Macrothrix superaculeata 63, 67
Macrothrix triserialis 63, 66
Moina 34
Moina ciliata ( M. micrura) 34
Moina makrophtalma ( M. micrura) 34
Moina micrura 34, 38
Moina minima ( M. minuta) 35
Moina minuta 35, 39
Moina reticulata 35, 37
Moina rostrata 35, 37
Moinodaphnia 33
Moinodaphnia brasiliensis ( Moina minuta) 35
Moinodaphnia macleayi 34, 37
Notoalona 116
Notoalona sculpta 116, 127
Oxyurella 117
Oxyurella ciliata 117, 127
Oxyurella longicaudis 117, 127
Pleuroxus 84
Pleuroxus aduncus grupo 85, 95
Pleuroxus aduncus 86
Pleuroxus paraplesius 85, 95
Pleuroxus scopuliferus 85, 95
Pleuroxus varidentatus 86, 95
Pleuroxus chappuisi ( Alonella hamulata) 76
Pleuroxus denticulatus 86, 96
Pleuroxus retrocurvatus ( Chydorus nitidulus) 78
Pleuroxus similis 86, 96
Pseudalona ( Kurzia) 112
Pseudochydorus 87
Pseudochydorus globosus 87, 92
Pseudosida 19
Pseudosida bidentata 19, 24
Pseudosida ramosa 19, 24
Sarsilatona 19
Sarsilatona behningi 19, 25
Sarsilatona serricauda 19, 25
Scapholeberis 45
Scapholeberis armata 46, 53
Scapholeberis mucronata ( S. armata) 46
Scapholeberis spinifera 46, 53
Sida 20
Sida crystallina 20, 21
Simocephalus 47
Simocephalus acutirostris 47, 54
Simocephalus agua-brancai 47, 55
Simocephalus fonsecai ( S. iheringi) 48
Simocephalus iheringi 48, 55
155

Simocephalus kerhervei 48, 55


Simocephalus latirostris 48, 54
Simocephalus serrulatus 49, 54
Simocephalus vetulus 49, 55
Streblocerus 64
Streblocerus pygmaeus 64, 65
Streblocerus serricaudatus (= S. pygmaeus) 64
156

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