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Apreciação Crítica da peça O Melro Branco

A parábola d’ O Melro Branco espelha uma monstruosa e polémica utopia da


sociedade. Não de hoje, não de agora, não da sociedade moderna, mas desde sempre
que a humanidade é moldada por rótulos definidos pelas pessoas que nele
(sobre)vivem.
Nesta história, o pequeno melro, um rapaz sem auto-estima, sem rumo, à procura da
própria identidade, enfrenta um percurso nómada por um mundo que não conhece.
Este melro nasceu com uma particularidade que o diferencia de todos os outros
melros, ele é branco e, por isso mesmo, o seu pai rejeita-o. Refugia-se, então, na fé de
encontrar o seu verdadeiro tipo de ave.
Generalizando ao mundo atual e associando à história, durante a nossa vida, haverá
sempre pessoas aptas para iludir outras e para se aproveitarem da inocência das
mesmas, tal como a gaivota o fez e da mesma forma que a pomba burlou o pequenino
melro. Aparecerão sempre alguns teimosos que não se calarão, convencidos de que
são exemplos de sabedoria sobre tudo e todos, tal como a caturra o fez na história.
Existirão sempre aqueles, os mais ignorantes de todos, que não se aperceberão da sua
ignorância e tentarão enganar os outros, agindo com uma postura egocêntrica e
egoísta, como o abutre fez com o melro. E, ainda, jamais deixarão de existir aqueles
que tentarão aperfeiçoar outro alguém, considerado com “defeitos” ou atribuir os
“defeitos” aos outros, crentes de que são eles os perfeitos, um cabelo que está mal,
uma perna mais curta, uns olhos mais claros, um braço demasiado grande, uma barriga
demasiado gorda, impossíveis de aceitar os outros como realmente são, tal como o
flamingo e o pai do pequeno melro eram.
Ainda na peça, o pai do melro idealiza o filho sempre em conformidade com o que
lhe traz benefícios e nunca por amor ao que trouxe ao mundo.
Branco, preto, amarelo às riscas ou até pintado de vermelho, o melro será sempre
um melro e uma pessoa será sempre uma pessoa e a definição de “igual” será sempre
relativa.
E, a humildade que define o melro, será sempre a maior dádiva para se ser feliz.

Maria João Salgado


O Melro Branco
Com esta peça, o autor descreve a história de um pequeno melro e as dificuldades
que este teve de ultrapassar em busca da verdade em relação à sua identidade.
A história começa com o grande e tão esperado nascimento deste melro que,
contrariamente aos seus pais, que eram negros, nasceu branco, ficando assim
submetido a comentários preconceituosos de seu pai que não acreditava que aquela
era a sua cria. O melro, inseguro de si mesmo, decide fugir, em busca da sua
verdadeira identidade.
Ao longo da sua fuga depara-se com diversos animais que se assemelham ao seu
aspeto e que acabam por se aproveitar da ingenuidade do melro, submetendo-o a
testes deploráveis que exigiam muito esforço do pequeno melro que se sentia cada
vez mais deslocado, ao querer integrar-se na “ sociedade”.
No final, o seu pai, ao ouvir que haveria uma recompensa para quem encontrasse
um melro branco, não hesitou e deixou-se guiar pela ambição. O facto é que mesmo
tendo-se passado vários dias sem se preocupar verdadeiramente com o pequeno,
acaba por encontrá-lo. Desta vez, ao encontrar a sua cria já na sua cor natural, ao invés
de aceitá-lo, encobriu-o de farinha branca, tudo isto para reclamar a sua tão amada
recompensa.
Podemos transferir esta história para a atualidade, onde existe muito esta
discriminação e a pressão a que são submetidos os jovens para que estes sigam certos
estereótipos.
Sinceramente fico desiludida ao pensar nestes assuntos. Estamos no século XXI, e
ao ver que o preconceito ainda existe e o ser humano não é capaz de aceitar as
diferenças, de cada um, de forma igual, é vergonhoso. Mesmo com o final “feliz” da
peça, não consegui gostar da personagem do papa melro, que se revelou muito
hipócrita e só aceitou o pequeno melro porque conseguiu a recompensa.
Se houve uma lição que aprendi após a leitura desta peça, é que nos devemos
aceitar como somos, não existem perfeições, nem imperfeições, existe sim, amor
próprio. E eu espero honestamente, que todos sejam capazes de se amarem
individualmente e que haja um apoio incondicional das famílias, que ajudem os jovens
a encontrarem-se a si mesmos.
Catarina
“O Melro Branco”

A peça de teatro intitulada de “O Melro Branco” abrange vários temas debatidos a


nível mundial, sendo a discriminação o tema central de toda a encenação.

“O Melro Branco” conta a história de um casal de melros que espera ansiosamente


pelo nascimento da sua primeira cria, mas o que parecia ser um conto de fadas tornou-
se num pesadelo, especialmente para o “PAPA MELRO”, pois o filho que tanto
ansiavam nasce com uma cor muito diferente da sua cor habitual.

Essa diferença no “Bebé Melro” faz com que o pai o discrimine e o rejeite pela sua cor
de pele, levando o pequeno a abandonar a sua “casa” e a procurar a sua identidade.

Não é só em ficção que este tipo de coisas acontece. A discriminação pela cor de pele é
um tema real e presente todos os dias na vida humana.

Muitas pessoas são abordadas e maltratadas em locais públicos por terem uma cor
diferente da considerada “normal”, as oportunidades de trabalho nunca são as
mesmas para as pessoas de cor diferente. Na televisão é perfeitamente notório que a
maioria das vezes os papéis secundários (em especial os de empregada doméstica) são
sempre atribuídas a mulheres de cor negra.

Outro dos temas que a peça aborda e muito presenciado em vida real, é a hipocrisia e
a ganância das pessoas para conseguirem algo que os beneficie a si mesmos, verificada
quase no final da encenação, quando o “PAPA MELRO” aceita a diferença do filho só
porque sabe que irá conseguir ganhar algo em troca e a seu favor.

E assim, após a leitura da peça “O Melro Branco” considero-a com uma enorme
capacidade de engrandecimento emocional e psicológico, devendo ser assistida por
pessoas de todas as idades, pois mesmo parecendo destinada a um público infantil,
passa a mensagem e ensina o que muitos adultos ainda não sabem: o caráter, o
respeito e a humildade fazem, realmente, a diferença numa pessoa, não a sua cor de
pele.

Érica
O Melro Branco

Na obra anteriormente lida, os personagens tentam passar aos leitores a ideia da


discriminação. O personagem principal é discriminado pelo próprio pai devido à cor da
sua pele.

Nesta história, há um melro que nasceu branco, sendo que a família é de cor negra. O
pai, vendo que os vizinhos iriam comentar, rejeitou o filho, que acabou por fugir e
passou por várias aventuras para descobrir o seu verdadeiro eu. No final, o pai acaba
por aceitar o filho como ele é, devido a uma recompensa.

A sociedade discrimina tudo o que é diferente, já se tornou regra as pessoas ligarem


mais às opiniões dos outros do que às suas.

Normalmente, deve-se respeitar o outro não importando a cor, a raça, a etnia ou a


nacionalidade. Esta peça transmite-nos a importância que tem uma cidadania ativa.

A cidadania é a prática dos direitos e deveres de um indivíduo num Estado. Com a


peça, vemos o quanto as pessoas são cruéis e interesseiras, e mostra-nos que nem
todos são iguais.

O pai do melro branco só o aceitou de volta, pois iria receber uma recompensa,
mostrando-nos, mais uma vez, como as pessoas agem perante as suas necessidades,
não se importando de usar os outros como meio.

Alexandra
O melro branco

O “Melro Branco”, obra de Cándido Pazó proporcionou ao seu público uma notável
e relevante mensagem sobre padrões que são impostos, neste caso, a nível da cor de
“pele”, e porque estes não os seguem são alvos de discriminação.
A natureza assume o papel de protagonista nesta peça. Desde melros a uma árvore,
narradora desta história, esta peça envolve um melro que vai à procura da sua
identidade, que fora julgada e questionada pelos seus próprios pais por ser branco,
diferente destes que são pretos.
O final desta encenação apresenta uma contradição perante a mensagem
transmitida visto que o melro é aceite pelo pai simplesmente por uma mera
recompensa, o que indica que, infelizmente, o melro não foi aceite verdadeiramente,
mas sim por uma aliciante oferta. Então, o preconceito não foi ultrapassado por
compaixão ou mesmo por mudança de ideias e conceitos, o que tornou o final
desanimador.
Felizmente, a mensagem é bem clarificada ao longo da peça, chamando a atenção
para o facto de que nem sempre temos de nos encaixar num certo padrão para
agradar aos outros e que, por vezes, somos enganados e usados para alguém obter
algo que quer. Devemos sempre assumirmo-nos como somos, independentemente de
opiniões e descriminações alheias.
A obra de Cándido Pazó permite uma simples e breve leitura que não deixa que
ninguém se aborreça. Com um gosto de comédia, prende o público de tal forma que
crianças como adultos apreciam esta belíssima história não só pela suave dissimulação,
mas também pela grande mensagem.
Beatriz Sousa
O melro branco

Na sinopse da peça “O melro branco” lê-se que a peça conta a história de um melro
que nasceu branco, sendo que a sua cor natural é o preto. Tudo isso gera uma
confusão na sua família, onde ele é aceite pela sua mãe, mas não pelo seu pai.
Assistimos, ao longo da peça, a uma série de peripécias, que podem ser transferidas
para o nosso quotidiano. O pássaro é discriminado pelo facto de não ser da cor
considerada normal para a sua espécie.
Um problema social também referido é o modelo imposto pela sociedade, o que
leva a não se aceitar quem é diferente daquilo que foi predefinido como padrão, pelas
pessoas.
Um aspeto que também é salientado prende-se com o facto de o pai ser
interesseiro, pois queria que o seu filho voltasse a ser branco para receber o prémio
que estava a ser oferecido para quem encontrasse o melro branco, já que é algo raro,
tentando de tudo para o conseguir. Vai mesmo a um moinho e enche-se de farinha de
trigo ficando branco, mas isso não resultou devido à chuva que o limpou e fez com que
a sua cor natural fosse visível.
Em suma, eles recebem o prémio e o pai usa-o para o benefício de ambos e passa a
aceitar o filho, pois a cor dele não define nada. Mesmo sendo branco ele acaba por ter
as mesmas atitudes de um melro preto.

Beatriz Salgado
O melro branco

O texto apresentado relata a história de um melro branco que foi discriminado


pelo seu próprio pai, que ficou muito incomodado por saber que o seu filho era
diferente de todos os outros por este ser branco. Na passagem textual que passo a
transcrever, é bem visível essa recusa: “Mas o que é isto!? Isto é uma piada?! Onde já
se viu tal coisa, um melro branco… que incidência, que vergonha, que libertinagem,
que… que… que…”. Então o melro branco já muito triste e desconsolado, depois de
ficar a ouvir a discussão de seus pais, decide embarcar numa grande aventura à
procura da sua real identidade. Questiona diversos tipos de pássaros, todos eles muito
diferentes, acerca das suas caraterísticas. Já no final da peça, o melro, já cansado e
frustrado com a situação, decide enroscar-se numa chaminé, ficando preto. No
encontro com o seu pai, este pede-lhe desculpa e quer que este seja novamente
branco, pois tinha ouvido falar na rádio que quem encontrasse um melro branco iria
receber um prémio, sendo esse o seu principal objetivo.
Na peça, pode-se observar então uma crítica direta à sociedade atual,
relativamente, à cor de cada um, o que no texto é muito explícito. Hoje em dia é muito
discutido este assunto da cor, da etnia, da raça e até mesmo da forma de pensar.
Apesar destas diferenças continua apenas a tratar-se de seres humanos, o que não
influencia em nada o valor de cada ser.
Em conclusão, a peça expressa muito bem a sociedade atual, que não consegue
aceitar uma caraterística diferente da sua, que começa logo por discriminar essa
pessoa, rejeitando-a, o que pode resultar numa tragédia para a vítima.
José Miguel
O Melro Branco

Esta é a história de um melro que, em vez de nascer negro, nasceu branco e, por
esta mesma razão, o seu pai não o queria, tinha vergonha do que os outros pássaros
poderiam pensar e dizer «Tinha que ser negro como eu.», «Mas o que é isto? Isto é
uma piada? Onde já se viu tal coisa, um melro branco…que indecência, que vergonha,
que libertinagem…». Para o PAPA MELRO, os melros são negros, como deve ser, como
está escrito, como é devido, e como sempre foi. O pequeno melro branco, ao ouvir a
discussão de seus pais, sobre o facto de ele ser branco, desata a chorar e foge para
muito, muito, muito, muito longe.
Enquanto o melro branco está lá naquele lugar muito, muito, muito, muito longe,
não sabendo o que é nem quem é, este é explorado para satisfazer as vontades de
várias outras aves (Gaivota, Caturra, Flamingo, Abutre e Pomba), que o enganam,
dizendo que este é cada um deles.
No final, o papá melro, ao ouvir que se recebe uma recompensa por quem
encontrar um pequeno melro branco, decide procurar o filho apenas para a receber.
Finalmente, consegue encontrar o filho, mas depara-se com um melro negro em vez
de um branco. Assim, já não poderá receber a recompensa. Então, viaja até a um
moinho para se cobrir de farinha para assim ficar branco e ganhar o tal banquete, mas
como se fossem os céus a castigá-lo, começa a chover e arruína-lhe os planos. Porém,
o melrinho aparece já branco e o papá melro refere: «Que interessa se és branco ou
negro, verde ou azul, amarelo ou vermelho. Para eu ser eu tenho de ser negro, para tu
seres tu tens de ser branco. E somos os dois melros, não somos? Pois dá-me um
abraço!». Mas o que realmente importava para o papá melro não era ter encontrado o
filhote, mas sim a recompensa.
Esta história retrata o tema da discriminação racial, a busca do nosso “eu”, da nossa
própria identidade e o amor paternal/familiar que toda a gente precisa para ser
verdadeiramente feliz!
Mafalda Luciano Cunha
“O Melro Branco”
A história “O Melro Branco” é contada por uma árvore que assume o papel de
narradora devido à sua proximidade para com os personagens principais. Tudo se inicia
com um casal de melros negros que estão prestes a experienciar o nascimento do seu
filho.
A história constrói-se com base no preconceito demonstrado pelo pai do melro
devido à cor branca do seu filho que foge do ninho, magoado.
O melro branco voa pelo mundo à procura da sua verdadeira identidade,
desesperadamente tentando ser alguém, procurando a aceitação que não obteve de
seu pai, entre diferentes espécies de pássaros que se pareciam minimamente com ele.
O pássaro é recusado por todos.
Após a sua última rejeição, o melro ouve falar sobre uma recompensa oferecida a
quem encontrasse o “melro branco” que era procurado por muitos. Quem também
ouviu esse comunicado foi o pai preconceituoso que apenas ficou interessado com o
banquete que receberia se entregasse o seu filho. Assim o fez. No momento em que o
seu tão “desejado” filho voltou para o ninho, o pai fingiu preocupar-se e aceitar as
diferenças do mesmo, sempre com o prémio em mente.
Esta obra critica o preconceito e interesse existente na sociedade, que não avança
devido a tais ideias e mentes fechadas. O “papa melro” representa a ignorância no
mundo, usando expressões como “que indecência, que vergonha” para descrever o
seu filho recém-nascido, deserdando-o imediatamente após se aperceber que este não
iria mudar. Também ataca verbalmente a mulher por gerar “um melro assim”
tentando colocar a culpa quando a mesma não deveria existir. A mágoa do melro está
constantemente presente, por vezes não lhe é dada a devida atenção.
“Morrer… eu prefiro morrer. É menos cansativo.”, o melro afirma numa situação
fisicamente desgastante, mas que não deveria ser menosprezada, porque essa é a
realidade. O preconceito no mundo é tanto, que por vezes, os alvos de ataque chegam
ao seu limite e têm de facto pensamentos do género.
A história, apesar de relativamente fácil de entender, contém uma mensagem
importante que ajudaria a sociedade de hoje a avançar, algo que ainda necessita de
trabalho e esforço, no entanto que é possível.
Francisca Simões

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