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Manual da Pratica

De Afiação de Laminas

Obs.: Material retirada da Internet, procurando preservar os dados

dos Autores. Manipulado sem fins comerciais.

Sites: http://www.cutelariavirtual.com/site/

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•mcabete@ig.com.br
•Ribeirão Preto - SP
Manual da Prática de Afiação de
Lâminas

Introdução

Afiar uma laâ mina pode ser um ato simples que muitas pessoas
fazem na beirada da pia ou uma arte complexa que requer anos
de estudos e pratica. Depende basicamente do resultado que se
quer e se estamos afiando uma faca de dois reais ou uma obra de
arte de algumas centenas ou milhares de doó lares.

Este manual eó baó sico e introdutoó rio ao assunto.

Materiais abrasivos para afiação

Existe uma infinidade de


materiais abrasivos
desde aqueles impregnados de diamantes sinteó ticos ateó pedras
naturais e artificiais. As pedras artificiais combinadas saã o as de
melhor custo/ benefíócio para o iniciante.

Pedra sintética combinada

A pedra combinada apresenta faces


com diferentes agressividades. Uma
mais grossa para desbaste e outra
mais fina para afinar o gume,
afinando- o ateó limites aceitaó veis.
Te m p e r a n d o a p e d r a d e a f i a r
A pedra de afiar eó porosa e
absorve os líóquidos
efrigerantes.

Para fechar os poros usaremos


vaselina soó lida e uma vasilha
para derreter em banho- maria.

Foâ rmas de assar paã es saã o


oó timas para a tarefa.

Derretendo em Banho-Maria

Naã o aqueça diretamente sob


risco de graves acidentes.
Coloque a vasilha com a pedra e
a vaselina em uma outra com aó gua. Algumas gotas de vinagre na
aó gua impediraã o que a assadeira manche.

Te m p e r a n d o . . .
Aguarde a vaselina se
liquü efazer totalmente e
observe que a pedra soltaraó
bolhas de ar que estaã o
dando lugar aà vaselina que
penetra nos poros e os
preenche.
Enquanto saírem bolhas continue
Enquanto saíórem bolhas significa que estaó
ocorrendo penetraçaã o da vaselina.

A teâ mpera termina quando parar de sair ar da


pedra de afiar.

Vire- a uma vez durante o processo.

Retire a pedra escorra e deixe esfriar.

Estaó pronta!

Onde irá fazer suas afiações?


A afiaçaã o precisa ser feita em posiçaã o confortaó vel pois eó repetitiva
e pode causar- lhe uma “LER” (lesaã o por esforço repetitivo ). No
meó todo apresentado voceâ precisaraó trabalhar de peó com a pedra
em uma altura confortaó vel e fixada ou pelo menos em uma caixa
com fundo anti-derrapante.

Suportes ou caixas
Os suportes de alumíónio fundido podem ser
presos em cantos de pias ou mesas. Podem
ser encontrados em lojas que vendem
produtos para açougues e restaurantes.
Pode tambeó m fazer uma caixa mais baixa que
a pedra cortando uma destas “taó buas de
carne” brancas e colando as peças com cola
quente. Cole algo anti derrapante no fundo.
Pedra temperada e posicionada

A afiaçaã o começaraó pelo lado


mais grosso da pedra
portanto sempre que
terminar uma afiaçaã o lave
apedra ( soó aó gua ) e jaó deixe-
a nesta posiçaã o.

Naã o aperte em excesso os


parafusos.

Líquido refrigerante
Evite oó leos e outras melecas
difíóceis de limpar.

O mestre Flavio Duprat usa uma


mistura de glicerina, aó gua e
aó lcool. EÉ oó tima no uso e na
limpeza.

Líquidos são necessários ?


Os líóquidos refrigerantes saã o necessaó rios pois removem as
partíóculas metaó licas que se soltam na afiaçaã o e principalmente
esfriam o finíóssimo metal do gume evitando que perca sua dureza
original.
Na falta de outra coisa use aó gua pura mesmo mas naã o use oó leos
minerais que deixaraã o cheiro e gosto desagradaó vel.
Posicionamento corporal
A posiçaã o do corpo deve fixar o aâ ngulo
de afiaçaã o da laâ mina.

O movimento de vai e vem do corpo e


naã o das maã os eó que faraó a afiaçaã o.

Esta praó tica favorece manter o aâ ngulo.

Afiando do outro lado


A mudança do peó de apoio e da
posiçaã o corporal favorece a
afiaçaã o do outro lado da laâ mina.

Ao se ninar um bebe eó o nosso


corpo que vai- e- vem. Lembre-
se disto ao afiar.

Afiando no lado grosso da pedra


O movimento deve
ser sempre aà partir
do peó da laâ mina
para a ponta
percorrendo toda a
extensaã o da pedra.
Movimentos uniformes e cadenciados mantendo o aâ ngulo de
afiaçaã o.

Está na hora de virar a lâmina?


Passe os dedos do lado contraó rio ao
que estaó afiando ateó perceber que
“levantou” uma fina rebarba ao longo
de todo o fio. Esta eó a hora de virar a
laâ mina.

Movimente os dedos aà favor do fio.

Não trabalhe à seco


Secou
coloque
mais
líóquido.

Com o
tempo e
praó tica
aprenderaó
a usar o
movimento de voltar a laâ mina para trazer de
volta um pouco do líóquido espalhando- o
sobre a pedra.

Agora do outro lado!


Lembre- se, comece sempre
no peó da laâ mina este haó bito
evita que a faca e a pedra selem ( formem depressoã es arqueadas )

Procure manter o mesmo aâ ngulo que


usou do outro lado.

Fo r m o u a re b a rb i n h a d o o u t ro l a d o ?
Certifique- se que a rebarba
existe ao longo de todo o fio e
naã o apenas em partes dele.

Vire novamente (ainda no


lado grosso ) e recomeçe soó
que com menor pressaã o.

Quando virar a pedra para o lado fino?


Vaó alternando a afiaçaã o na face grossa sempre checando a
formaçaã o da rebarba.

A cada ciclo diminua a pressaã o sobre a laâ mina. A rebarbinha


ficaraó tambeó m mais delicada.

Vaó ateó o ponto de trabalhar soó com o peso da laâ mina e naã o sentir
mais a formaçaã o da rebarba. Este eó o momento de virar a pedra.

Vire a pedra de afiar e fixe- a


Aproveite a virada da pedra
para limpar o lado que usou
( passar sob a torneira ).

Lubrifique o lado fino com o


líóquido refrigerante que usa e
recomece a afiaçaã o nos mesmos aâ ngulos.

Fo r m o u re b a rb i n h a v i re a l â m i n a
Mesmo do lado fino da pedra
ocorre a formaçaã o da rebarba,
agora bem mais baixa e fina.

Naã o deixe faltar liquido pois


agora o gume estaó mais fino e
sensíóvel ao calor!

Vá d i m i n u i n d o a p r e s s ã o ve r t i c a l

Quando parar ?
A afiaçaã o tem que ter um objetivo, uma meta.
Voceâ quer a faca para se depilar ou para cortar uma
picanha?
Se o objetivo eó cortar picanha e naã o a depilaçaã o por que
levar a afiaçaã o ateó o ponto de “cortar peâ los”? Para acabar
mais rapidamente com sua faca e comprar outra?

Assentando o fio
Prefira as chairas mais lisas, a chaira naã o
tem o objetivo de afiar e sim de assentar e
dar polimento ao fio.
Lembre- se que a chaira TEM QUE SER
MAIS DURA QUE O AÇO DA LAÂ MINA.

Mantenha o mesmo ângulo usado na afiação


Naã o se preocupe em fazer
movimentos raó pidos como os
açougueiros que saã o profissionais.
Sinta o contato da laâ mina com a
chaira e perceba que vai ficando mas
suave.

Assentamento no couro
Em casos extremos como navalhas e
afiaçoã es finíóssimas pode necessitar
assentar o fio em uma tira de couro.

Neste caso os movimentos saã o a favor do


fio.

Como testar o fio ?

O correto eó testar no
material que iraó cortar.

Normalmente usa- se uma


folha de papel.

A laâ mina deve cortar com


facilidade e deslizar
suavemente sem o efeito
“serra”.

Experimente!

E as lâminas grandes ?
Divida- as em setores, se necessaó rio
marcando com fita crepe e afie cada
setor de uma vez como se fossem
laâ minas independentes.

D O P É P A R A A P O N TA S E M P R E !
Dicas:
• AÂ ngulos usuais ( entre laâ mina e pedra )
• 15 a 17 graus - bisturíós e navalhas.
• 17 a 20 graus - trabalho com carnes/ peixes.
• 20 a 23 graus - canivetes, facas de caça.
• 23 a 25 graus - facas para serviços pesados.
• 25 a 30 graus - facoã es, cutelos, machados.

Mais dicas:
• Existem laâ minas, em especial de inox ordinaó rio que soó se
consegue alguma afiaçaã o com aâ ngulos mais abertos.

• Existem laâ minas, em especial algumas semi artesanais que saã o


feitas com aços exageradamente duros e soó conseguiraó afiar com
pedras diamantadas ou com lixadeiras.

• Use taó buas de carne de madeiras macias.

Finalizando, por enquanto...


J á evo l u í m o s u m p o u q u i n h o. . .

Os modernos acessórios e as técnicas corretas

Informações reproduzidas com AUTORIZAÇÃO ESPECIAL da Revista MAGNUM, artigo originalmente


publicado na edição no 47 de abril-maio/1996, de autoria do Engenheiro CRESO M. ZANOTTA Informações
reproduzidas com AUTORIZAÇÃO ESPECIAL da Revista MAGNUM, artigo originalmente publicado na edição
no 47 de abril-maio/1996, de autoria do Engenheiro CRESO M. ZANOTTA

Embora possa ser utilizada tanto em defesa quanto em combate, a faca representa para muitas pessoas - caçadores,
pescadores, campistas, etc. - um instrumento utilitário; para outras, como aquelas que trabalham com o preparo de
qualquer tipo de carne - abatedores de animais, açougueiros, cozinheiros, "sushi-men" - ela é o instrumento
profissional por excelência. Seja qual for seu uso ou utilização, existe o consenso geral que, para poder ser
adequadamente utilizada, uma faca necessita estar corretamente afiada. Esse conceito é, na realidade, também
esposado por toda e qualquer pessoa que utilize um instrumento cortante formão, goiva, machado, foice, etc. - pois
todos sabem que uma ferramenta cortante é sempre muito mais perigosa quando... ela não corta.

Este trabalho visa mostrar aos nossos Leitores - e temos certeza que a maioria deles possui e utiliza facas ou
canivetes - não só como afiar corretamente esses instrumentos, mas como fazê-lo com o auxilio dos modernos
equipamentos e acessórios disponíveis no mercado internacional, muitos dos quais - graças à abertura do mercado
de importação em nosso país - já podem ser adquiridos localmente.

FIO OU GUME

Pode-se definir fio ou gume de uma faca - ou de qualquer outra ferramenta cortante - como a capacidade que esse
instrumento possui em realizar, com precisão, facilidade e perfeição uma operação de corte em material pré-
escolhido. Por precisão, definimos o corte efetuado em local determinado e na profundidade e espessura desejadas;
por facilidade, que esse corte possa ser efetuado com um mínimo de esforço ou pressão sobre o instrumento e a
perfeição caracteriza a operação na qual as fibras do material são efetivamente cortadas e não rasgadas ou
esfiapadas.

Olhando a figura 1, podemos identificar em a a secção de uma lâmina de faca


completamente sem fio pois, com este formato rombudo, ela não terá condições de
efetuar uma operação de corte tal como descrita anteriormente. Em b, é mostrada
uma secção de lâmina corretamente afiada, podendo-se observar seu perfeito fio de
corte, pronto para ser utilizado. Em c, pode-se notar uma lâmina corretamente afiada,
mas cujo fio está "virado", prejudicando sensivelmente sua capacidade de corte. A
observação dessa figura nos permite definir duas operações diferentes relativas à
afiação de uma faca: a primeira, chamada de afiação propriamente dita, é
caracterizada pela passagem do perfil mostrado em a para aquele tipificado em b e a
segunda é chamada deassentamento e define a passagem da situação c de volta
à b.

Toda operação de afiação, tal como pode ser observado na figura 1, exigirá, para que o fio possa ser corretamente
executado, a retirada de material das faces laterais da faca; por outro lado, na operação de assentamento a retirada
de material da faca, salvo em situação muito específica, a qual será adiante mencionada, pode ser considerada
praticamente inexistente. A operação de afiação é realizada com o auxilio de pedras de afiar e aquela de
assentamento com o de chairas ou assentadores. Os diferentes tipos disponíveis de cada e como utilizá-los
corretamente representam o objetivo básico deste nosso trabalho e serão mostrados e explicados, com todos os
detalhes necessários, ao longo deste. Antes, porém, desejamos mostrar aos nossos Leitores os diferentes tipos de fio
existentes e quais são suas utilizações práticas.

O fio de uma faca ou de qualquer outro instrumento cortante é definido pelo seu
ângulo de afiação (vide figura 2); quanto menor for este ângulo, maior poder
cortante terá o instrumento mas, por outro lado, a durabilidade do fio será
comprometida pela possibilidade deste "virar" ou até mesmo quebrar Assim, não se pode utilizar um fio com ângulo
pequeno em ferramenta que irá produzir corte através de golpes tais como facões, machados e similares, pois este
seria quebrado ao primeiro deles. Ângulos pequenos (15 a 17 graus) devem ter seu uso restrito a instrumentos de
corte do tipo navalha, lâmina de barbear ou aqueles para emprego cirúrgico; entre 17 e 20 graus situam-se os
ângulos ideais para facas destinadas ao trabalho com carne, incluindo aquelas para filetar peixes; de 20 a 23 graus
são os recomendados para facas de Caça, canivetes e outros instrumentos de uso geral; de 23 a 25 graus, os
adequados para facas pesadas e entre 25 e 30 graus os utilizados em facões, trinchantes, machados e
assemelhados. E importante lembrar que outros tipos de ferramenta, tais como formões, lâminas de plaina para
madeira, serras, etc., possuem ângulos e formas especificas de afiação, mas deixarão de ser comentados por
fugirem do escopo deste trabalho.
CARACTERÍSTICAS
TECNICAS E TIPOS DAS
PEDRAS DE AFIAR

As pedras de afiar têm por função retirar material da lâmina de forma a obter o ângulo adequado para esta. Essa
retirada é efetuada pelo emprego de materiais mais duros do que o aço das lâminas (isto é, materiais que
conseguem riscar o aço) e será tão mais eficiente quanto mais abrasivo (duro) for o material da pedra de afiar O
tamanho do grão abrasivo (grana) também está diretamente ligado à eficiência do arrancamento do material da
lâmina pois, quanto maior, também maior será a partícula retirada e mais rápido será o processo de afiação. Por
outro lado, a retirada de grandes partículas resultará em uma superfície final áspera e rugosa. Por simplicidade,
apresentamos a figura 1 como se a lâmina da faca fosse perfeitamente polida: na realidade, se examinarmos esta
lâmina - em especial seu fio - com o auxilio de um microscópio, veremos que sua superfície é bastante irregular
Como para uma perfeita operação de corte a lâmina não deve esgarçar as fibras, é fácil concluir que quanto mais
polido for o fio de uma faca melhor será o seu desempenho. Assim, o tamanho da partícula retirada e o nível de
polimento final já nos dão a primeira indicação para uma afiação eficiente: iniciar o processo de afiação utilizando
pedras de grana grossa de modo a obter um desbaste rápido e continuá-lo com o auxílio de outras, com granas cada
vez mais finas, até conseguir o fio e o acabamento desejados.

Em engenharia, dureza significa resistência ao risco (ou à penetração, se estivermos


utilizando equipamentos para medi-la). Para que o Leitor possa ter uma noção da
dureza de diferentes materiais, citamos a conhecida escala de dureza Mohs que
apresenta, em valorescrescentes, a dureza de dez (lO) minerais, sendo
o talco aquele de mais baixo valor seguido por: gesso, calcita, fluorita, apatita,
feldspato, quartzo, topázio, coríndon e diamante. Nessa escala, qualquer dos
minerais citados risca aqueles que lhe são inferiores. A figura 3 mostra um gráfico
com as durezas de materiais empregados na fabricação de pedras de afiar e aquelas
de dois tipos de aço. A escala utilizada é conhecida como dureza Knoop, a qual é
expressa pelo peso (em kg) do indentator utilizado, dividido pela área projetada da indentação, esta em mm 2.

Pode-se dividir as pedras de afiar em dois tipos básicos: naturais e artificiais.Entre as primeiras, as mais
conhecidas são aquelas descobertas há séculos no Estado de Arkansas, EUA, e utilizadas tanto pelos primeiros
pioneiros norte-americanos quanto pelos índios que lá habitavam e, posteriormente, comercializadas em todo o
mundo com o nome de "Arkansas stones" (pedras de Arkansas). Essas pedras, cujo nome técnico
é novaculite, são constituídas de sílica pura transformada em rocha pelo calor e pressão gerados durante a
formação da crosta terrestre e encontradas com granulação para desbaste suave ("soft"), média ("medium"), fina
("fine") e dura ("hard") esta última em geral de cor preta. Uma variedade dessas pedras é encontrada no vale do rio
Ouachita (Washita), no mesmo Estado e também bastante popular Essas pedras podem ser adquiridas em diversos
tamanhos, sendo os mais comuns aqueles de 6" x 2" (152,4 x 50,8 mm) e 8" x 2" (203,2 x 50,8 mm), embora possam
ser encontradas outras de maior tamanho destinadas à afiação de facas e outras ferramentas de grandes dimensões
ou menores destinadas a serem carregadas no bolso e utilizadas para retoque do fio quando no campo. Embora de
custo unitário relativamente alto (acima de US$ 10,00 por unidade em tamanho normal), essas pedras são de
excelente qualidade e, quando corretamente utilizadas, permitem obter um fio perfeito.

As pedras artificiais, habitualmente conhecidas como pedras de esmeril, são


fabricadas a partir de grãos de produtos abrasivos tanto naturais quanto artificiais.
Entre os primeiros, citamos o esmeril ("emery", da Grécia e Turquia e que deu
origem às chamadas "pedras turcas"), o quartzo ("flint") e a granada ("garnet") e,
entre os segundos, o carboneto de silício (SiC) e o óxido de alumínio (Al 2O3). Os
de origem natural apresentam durezas variáveis, enquanto os artificiais, fabricados
dentro de técnicas controladas, possuem propriedades físicas uniformes. Esses
abrasivos são triturados, moídos e classificados segundo seu diâmetro ou grana. Esta é definida por um sistema de
números, no qual quanto maior o número, menor o diâmetro (ou grana) do abrasivo. Na realidade, a classificação é
feita através de peneiras, sendo cada número representado pelo tamanho da malha (de seção retangular). Assim,
uma peneira (malha) que deixe passar grãos com tamanho até 1/8" (3,18 mm) é denominada de grana 8; outra que
deixe passar grãos até 1/400" (0,06 mm) de grana 400 e assim por diante.

Após classificados por sua granulometria, os abrasivos são aglutinados com


produtos especiais e moldados em diferentes formas e tamanhos. Em seguida, o
aglutinante é endurecido por cozimento, vulcanização ou outro processo
compatível com seu tipo fixando, assim, as partículas abrasivas. As ligas ou
aglutinantes mais utilizados pela indústria são: argilas, vidros, resinas, borracha
goma-laca, silicato de sódio e oxicloreto. As formas nas quais os abrasivos podem
ser aglutinados são das mais variadas, predominando aquelas sob a forma de
discos ou cilindros (rebolos para esmerilhamento ou retificação), pastilhas, peças planas (entre as quais as nossas
pedras para afiar), pontas montadas e, quando sobre papel ou pano, as nossas conhecidas lixas. Sem entrar em
mais detalhes da fabricação das pedras de afiar, é importante notar que além da granulometria e do tipo de
aglutinante, um outro parâmetro é extremamente importante para o perfeito desempenho da pedra: sua porosidade,
definida pela relação entre os grãos abrasivos, o aglutinante e os vazios que os separam.

Embora conhecido e utilizado há muitos anos como material abrasivo ou de corte (o autor; ainda aluno de escola de
engenharia, utilizou nos anos 50 brocas sinterizadas de diamante e outras com pedras cravadas manualmente, em
sondagens de prospecção geológica realizadas em diversas barragens então em construção no País), o diamante
industrial nas suas diversas formas, incluindo aquele de cor negra e normalmente de grandes dimensões
denominadocarbonado, somente em tempos recentes passou a ser oferecido comercialmente em pedras destinadas
especificamente à afiação de facas e outras ferramentas. E foi desse novo segmento de utilização do diamante que
surgiu a idéia de escrever este trabalho.

DICA DE FERRAMENTA PARA AFIAÇÃO DE LÂMINAS


(http://www.cutelariavirtual.com/renno/informacoes/afiacao/afiacao-dicas.htm)

Veja abaixo a dica de uma ferramenta simples e eficiente

Olá,sou colecionador e usuário de facas (mais voltadas à culinária) e recentemente


"criei "(até então nunca tinha visto nada parecido) um tipo de afiador ("pedra")
que é feito da seguinte forma.

Utilizando um caibro de madeira de 10X10 cm e com 27 cm de comprimento, Eu


colo com cola de contato (tipo sapateiro) em cada uma das quatro faces da
madeira uma folha de lixa d`água com grãos diferentes (Ex 280, 320, 400 e 600)
pode também ser feita com lixas mais grossas.
Desta forma Eu tenho quatro tipos de grão em uma única peça.
Se a madeira for densa fica ainda melhor.
Mantendo uma umidade constante da lixa tenho conseguido resultados excelentes.
Dura muito tempo,depois quando gastar é so colar por cima da lixa velha.
Já tenho quatro conjuntos com grãos variados e não troco esse sistema por
nenhum outro.
Tenho facas diversas, com durezas de até 58 RC e consigo afiá-las através desse
sistema facilmente.
Gosto muito desse site e gostaria de dar a minha contribuição para que outras
pessoas possam ter acesso a um sistema simples e barato e que no meu caso
atende perfeitamente.
As técnicas de afiação são as mesmas só mudei o agente afiador.
Muito obrigado e muito sucesso.

Sds,Emerson

DICA DE TESTE FINAL NA AFIAÇÃO DE LÂMINAS

"Quando a afiação deve ser considerada terminada"

No site descreve-se o teste de cortar uma folha de papel em tiras.


Gostaria de compartilhar minha esperiência neste ponto especifico: Passar
levemente o fio da faca em um tomate é um ótimo teste. Facas ainda que cortando
bem materiais como carne crua, não necessariamente estará cortando a casca do
tomate (passando de leve o fio). Interessante, não é? Façam o teste e, se acharem
útil, pode publicar.

Obrigado pela atenção.

Marcos Lima

Prezados Emerson e Marcos.


Esperamos sempre contar com as dicas de pessoas como vocês.

A TÉCNICA DO ASSENTAMENTO E AFIAÇÃO DE FACAS

A técnica a ser empregada na afiação de facas é exatamente a mesma quando são utilizadas pedras naturais ou
artificiais, incluindo-se, nessas últimas, aquelas que utilizam o diamante como abrasivo. A grande diferença no
emprego do diamante como abrasivo está em sua capacidade de corte e, portanto, na rapidez com que se pode
efetuar as diversas operações de afiação, em especial aquelas de desbaste quando maiores quantidades de material
precisam ser removidas. Dispondo-se de pedras com granas adequadas e utilizando-as corretamente o resultado
final a ser obtido deve ser o mesmo, quer sejam empregadas somente pedras naturais, artificiais ou ambas.
Antes da escolha das pedras a serem empregadas é necessário avaliar o grau de
afiação que teremos que efetuar: se o fio estiver em
ordem e somente "virado", uma chaira resolverá o
problema. Sua técnica de utilização é a seguinte:
pessoas destras devem segurar a chaira com a mão
esquerda e a faca
com a direita: em
seguida "esfrega-se", sem aplicar pressão
excessiva, o fio da faca contra a chaira,
mantendo-se entre elas o mesmo ângulo
com que aquela foi anteriormente
afiada e efetuando movimentos contínuos por
toda a extensão do seu fio e com este deslizando à frente e no sentido do
movimento da faca. É indiferente se a faca é movida do cabo da chaira para sua
ponta ou vice-versa. Realmente importante é que a faca seja movida contra o
fio,isto é, como se estivéssemos "fatiando" a superfície da chaira. A cada movimento, a faca deve ser alternadamente
"esfregada" por cima e por baixo da chaira igualando, assim, a operação de assentamento nos dois lados da
lâmina. Na próxima vez que o Leitor for a um açougue, observe com atenção como e com que freqüência os
profissionais utilizam uma chaira e rapidamente estará apto a usá-la.

Considerações de Wagner Hüber sobre o uso das Chairas na afiação de facas

(http://www.cutelariavirtual.com/renno/chairas-wagner.htm)
Gostaria de parabenizar a todos pela excelente descrição do método de afiação de
facas existente no vosso site. Trata-se de um material muito bem elaborado e com
a descrição correta para a afiação das facas, assentamento de fio e teste de corte.
Com a intenção de auxiliar e poder enriquecer com mais alguma informação
gostaria de comentar sobre o método utilizado para o assentamento do fio com o
uso da chaira.

No que diz respeito a chaira que deve ser utilizada, temos alguns detalhes a
acrescentar:

A chaira sempre deve possuir uma dureza superior a da faca, caso contrário o fio
será danificado, pois a faca estará "cortando" o aço da chaira. Esta colocação
apesar de parecer lógica, é importantíssima, pois existe atualmente no mercado
brasileiro, chairas que não possuem tratamentos térmicos adequados ( em alguns
casos nem possuem tratamento térmico e sim apenas uma camada de cromo duro
na superfície que sai ao longo do tempo ), devido a busca de redução de custos ou
falta de tecnologia para tal processo.

No que diz respeito a segurança durante o processo de assentamento do fio,


aconselhamos o uso de um protetor de chaira, fabricado em polipropileno,
extremamente barato, protege a mão do usuário contra a possibilidade de cortar a
mão que segura a chaira com o fio da faca. Devido a esta preocupação com a
segurança, que, principalmente nos frigoríficos, iniciou-se o chairamento para a
frente, ou seja, na direção do cabo para a ponta da faca.

Se observada a fabricação da chaira, observará que em sua ponta existe uma


conecidade, que serve para dar início ao chairamento, evitando desta forma a
"batida inicial" do fio contra a lamina da chaira (que por ser mais dura pode
danificar o fio conforme a força empregada).Novamente devido a custos este
detalhe da chaira está sendo eliminado por alguns fabricantes e deve ser a
tendência futura, devido a alteração cultural das pessoas no que diz respeito a
forma de assentar o fio.

Para finalizar a chaira adequada para o assentamento do fio é a chaira lisa, que
não remove de forma alguma material da faca. Esta colocação é feita, devido ao
fato de não existir disponível no mercado grande volume deste tipo de chaira.
Também observamos que ocorre o lixamento da chaira, ou seja, compra-se a
chaira com ranhuras e depois lixa-se a chaira até deixar lisa, removendo a camada
de dureza, o cromo duro e a imantação, o que pode deixar com uma dureza
inferior a da faca e ocorrer caso acima descrito no 1º item.

Estamos em constante estudo sobre os produtos e métodos que estão sendo


utilizados no Brasil e no exterior para mantermos a qualidade de nossos produtos,
caso deseje obter mais informações, vocês encontrarão em nosso manual técnico
destinado a frigoríficos, lançado rescentimente ou entre em contato conosco, será
um prazer poder auxiliar.

Atenciosamente.
Wagner Hüber
Engenharia de Produto/Processo
Unidade de Produtos de Consumo
Rua Paul Zivi,501.
Distrito Industrial de Gravataí - RS
Fone: (51)3358-5353
e-mail: wagner@gem.ind.br

Chaira tipo bastão diamantado. Observe como a lâmina da faca é posicionada


perfeitamente na vertical, fazendo com que o ãngulo de afiação seja
determinado por aquele dos bastões.

Dentre as ferramentas hoje fabricadas com abrasivos diamantados, pode-se também


encontrar chairas. Todavia, como sua capacidade de corte é muito grande elas se
enquadram naquele caso especial que anteriormente menciona-mos e no qual,
durante o processo de assentamento do fio, algum material é retirado da lâmina. Esse fato pode ser facilmente
constatado passando-se um pano limpo na chaira após o processo e observando os resíduos retirados. Esse tipo de
chaira tem excelente aplicação na recuperação rápida de facas, especialmente em situações onde não se tenha
tempo ou disponibilidade de outros equipamentos para efetuar uma afiação completa. O autor possui tais chairas,
inclusive uma de bolso e pode atestar que são simplesmente fantásticas e, após experiências frustrantes, não mais
comparece a churrascos sem que uma delas esteja à mão...

Quando ao examinar o fio de uma faca concluirmos que ele está muito gasto ou mesmo inexistente, é chegada a
hora de efetuarmos sua afiação. Neste trabalho vamos nos ater à utilização de pedras manuais para afiação, mas é
necessário lembrar que especialmente nas operações iniciais de desbaste podemos utilizar equipamentos
motorizados, tais como rebolos de esmeril, lixadeiras de fita ou disco, que aceleram e facilitam sobremaneira nosso
trabalho. Todavia, sobre eles não vamos entrar em maiores detalhes, pois acreditamos que poucos dos nossos
Leitores dispõem de tais equipamentos ou da técnica necessária para utilizá-los.
Como já afirmamos anteriormente. deveremos proceder a afiação da faca utilizando pedras em ordem decrescente
de tamanho de grão. Supondo-se um fio inexistente, devemos começar com uma pedra artificial de grana grossa, em
seguida passar para uma média e, finalmente, para aquela de grão bem fino. No caso das pedras naturais do
Arkansas, a inicial será a "soft", seguida da "medium", e terminando com a "fine". Quando desejarmos um fio
excepcionalmente perfeito, deveremos terminar o trabalho utilizando a "hard".

Escolhida a primeira pedra a ser utilizada, será necessário fixá-la a uma bancada para que possamos trabalhar sem
que esta se mova e cause acidentes. Grande parte das pedras norte-americanas já vem acondicionada em caixetas
de madeira ou plástico que facilitam tal fixação; outras são suficientemente pesadas e podem ser utilizadas sem
fixação ou, ainda, podemos fixá-las a uma morsa de bancada com o cuidado necessário para não apertá-las em
excesso e quebrá-las ou lascá-las. Em seguida, devemos aplicar uma pequena camada de lubrificante sobre a
superfície da pedra com o objetivo de ajudar o deslizamento da faca e facilitar a remoção tanto de partículas do
abrasivo quanto da própria lâmina. O lubrificante a ser empregado pode ser água ou óleo fino, este em formulações
especiais preparadas pelos próprios fabricantes das pedras de afiar. A solução caseira para um óleo bastante
eficiente resulta da mistura de óleo do tipo Singer ou similar e querosene na proporção de 50% em volume. E
importante ler o panfleto técnico que acompanha a pedra pois alguns fabricantes recomendam o uso de óleo, outros
o de água, outros são indiferentes e outros afirmam que suas pe-dras podem ou devem ser utilizadas sem
lubrificante.

A técnica de afiação é bastante simples e lembra o assentamento do fio com chaira:


encostar a lâmina na pedra no ângulo desejado e, mantendo esse ângulo, deslizar a
faca contra o fio ao longo de toda a pedra, em um
movimento já definido como se fôssemos "fatiá-la". Em
seguida, repetir o mesmo movimento virando a faca de
lado e trazendo-a de volta ao ponto de partida. Repetir
os movimentos de vaivém até obter o desbaste
necessário ou desejado. Essas operações serão repetidas em todas as outras pedras
de diferentes granas a serem utilizadas. No caso de faca com lâmina curva é
fundamental acompanhar essa curvatura durante o processo do deslizamento sobre a pedra, de forma a manter o fio
sempre contra o sentido do movimento. Em lâminas de pequeno comprimento, a afiação pode ser efetuada
utilizando-se somente uma das mãos para segurar o cabo; naquelas de maior comprimento, deve-se utilizar ambas,
sendo uma no cabo e a outra naponta da lâmina. Assim procedendo teremos duas vantagens: pressão mais
uniforme da lâmina sobre a pedra e mais fácil manutenção do ângulo de afiação.

A conhecida empresa norte-americana Buck Knives, fabricante de facas de alta


qualidade e também de produtos para afiação destas, propõe, além de um
ângulo de somente lO graus para suas facas, um sistema de movimentação da
peça em afiação diferente daquele que sugerimos e que pode ser mais bem
compreendido pela observação da figura. No processo, a faca é girada
diversas vezes no sentido contrário ao dos ponteiros de um relógio; em
seguida, esta é virada de lado e repete-se o movimento de girar pelo mesmo
número de vezes do anterior; porém agora no sentido dos ponteiros de um
relógio. Notem que no sistema sugerido pela Buck a faca, em um mesmo movimento giratório e em qualquer dos
seus dois lados, irá deslizar com o fio contra e a favor da pedra.

Quando a afiação deve ser considerada terminada? Embora esse seja um ponto
de difícil definição, diríamos que a melhor maneira de verificação será testar o
corte da lâmina, se possível no mesmo material onde pretendemos utilizá-la.
Caso isso seja impraticável, tratando-se de facas de cozinha, caça, pesca, ou
mesmo canivetes convencionais, basta testá-los cortando em tiras uma folha de
papel. Embora este seja um teste rudimentar; se a faca efetuar os cortes com facilidade e sem efeito de "serra", ela
estará corretamente afiada.

Alguns especialistas em afiar facas com fios extremamente aguçados costumam complementar a afiação com duas
operações adicionais: a) passar o fio da lâmina
perpendicularmente sobre um pedaço de
madeira de lei, procurando cortar suas fibras e
não no sentido delas. Essa operação colocará
o fio em posição absolutamente coincidente
com o eixo da faca e b) passar a faca na face
de uma tira de couro, em movimentos
semelhantes ao da afiação, mas agora com o fio deslizando no sentido do movimento e não contra ele.

Após a utilização das pedras de afiar - qualquer que seja o seu tipo deve-se limpá-las, visando retirar partículas
soltas tanto do aço da lâmina quanto do próprio abrasivo. Essa limpeza pode ser feita com um pano limpo mas que
não deixe fiapos na superfície das pedras. Todavia, após três ou quatro utilizações, é conveniente efetuar uma
limpeza mais completa: com o auxilio de uma escova de cerdas curtas de náilon, lave-as com água e detergente e
deixe-as secar naturalmente antes de guardá-las. Corretamente cuidadas, as pedras de afiar devem durar por toda
uma vida. Guarde-as em local seguro e não deixe que sofram quedas ou pancadas pois, embora extremamente
duras, as pedras são frágeis e podem partir-se com relativa facilidade.

OS MODERNOS MATERIAIS
E EQUIPAMENTOS

No Brasil somente são fabricadas pedras artificiais: Carborundum, Norton e outras


empresas menores as produzem em diversas granas, formatos e tamanhos. Sem
dúvida, uma das mais práticas é aquela chamada pedra combinada, composta de
duas pedras planas e retangulares - uma de grão grosso (100) e outra fino (280)
coladas entre si. Existem ainda pedras de tamanho reduzido e diferentes formatos
destinadas à afiação de pequenas lâminas e sempre disponíveis em granas
grossa, média e fina.

No Exterior; principalmente nos EUA, a variedade de pedras e "sistemas de afiação" é muito grande e é justamente
nossa intenção torná-las conhecidas do público brasileiro, pois algumas já estão disponíveis em nosso país e outras
podem ser facilmente adquiridas por correio ou fax e pagas com cartão de crédito internacional.

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