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AS QUATRO TRILHAS DO AMOR

Como você define o que é o amor entre duas pessoas? Se ouvirmos todas as
definições que já foram feitas acerca do amor, ficaremos perdidos! Na arte ele é
visto como algo que é passageiro: “eterno enquanto dure”; na psicologia
evolutiva como um “fenômeno necessário à sobrevivência”; as ciências sociais
e políticas o enxergam como um “contrato social que organiza as relações e a
economia”; nas religiões ele é visto como “obrigação e dever”.

Enfim, “definir exatamente o amor” é uma tarefa impossível, apesar de todas as


tentativas trazerem alguma contribuição.

Mas uma coisa é certa: SABEMOS QUANDO ELE NÃO FUNCIONA! Quando vai
mal, o amor adoece, entristece e a mesma pessoa que no início da relação nos
fazia “ASCENDER AO CÉU”, termina nos fazendo “DESCER AO INFERNO”!!!

Sei bem o que é isso! Venho de uma família que há várias gerações o “amor não
deu certo”. Em minha árvore genealógica existe claramente um padrão
transgeracional de “divórcios”: avós, pais, irmãos, tios.

Claro, aqui não cabe nenhuma análise moralista (isso só gera mais culpa e
infelicidade), afinal, todo mundo casa cheio das melhores intenções e deseja
sinceramente ser feliz. Os que passam pela dor de uma separação merecem
tanto compaixão, quanto outra oportunidade de construir amor à longo prazo
com outra pessoa. Aliás, para mim esse é o sentido maior da vida: o amor!

Bem, deixa eu aqui me apresentar melhor: sou Filipe Macedo, psicólogo e


terapeuta de casais e família por mais de 20 anos e também tenho a formação
de teólogo e fui líder comunitário por 30 anos; casado com Fabiane Thomaz já
há 26 anos, somos pais do Saulo (21 anos) e do Antônio (16 anos).

Confesso que com todo esse meu histórico familiar de dor, eu tinha certeza que
encontraria muita dificuldade de permanecer casado e claro, BEM CASADO (um
bom casamento é mais que “permanecer e sobreviver”, mas sim “crescer e
desenvolver-se”). Como há uma tendência natural a repetição dos padrões
familiares, eu previa funestamente que não passaríamos de “1 ano” de relação.

E, vou ser ainda mais honesto: com 3 meses apenas de casamento a Fabiane fez
as malas e foi embora. Sim, passamos por momentos dificílimos, mas decidimos
prosseguir, aprender a nos relacionarmos, buscar conhecimento prático e acima
de tudo, decidimos que não iríamos desistir, mas perseverar!

Contra tudo e todos, tem dado certo: encontramos o caminho!

Tem sido até aqui uma aventura e tanto: amando, sofrendo, aprendendo,
crescendo e também entendendo a importância de deixarmos um legado - A
Casamentologia!

Me cansei de ver o casamento apanhar tanto, ser ridicularizado muitas vezes,


como na peça “O Submarino Amarelo” que diz que assim como o submarino foi
feito para afundar, o casamento também é! Ok, o bom humor faz parte, mas,
você riria de uma piada sobre como alguém morreu de câncer? Mas, parece que
nos acostumamos a não levar a sério o “amor conjugal”, como se ele fosse algo
piegas ou para pessoas simplistas.

Sim, é certo que as estatísticas não ajudam muito: a cada 3 casamentos, dois
terminarão em divórcio; num período de 40 anos 70% dos relacionamentos
acabarão. E, recasamentos têm ainda 10% a mais de chances de terminar.

Com base em nossa experiência de relacionamento e os conhecimentos que


temos buscado e aplicado em nossa vida à dois, decidimos criar uma empresa
para “empoderar relações estáveis”, a Casamentologia! Nosso lema? “O amor
tem ciência”, ou seja, existe uma forma mais saudável de amar. Cremos que o
amor tem caminho, ou melhor, “trilhas”!!!

Nesse sentido, o senso comum ou as opiniões não baseadas em ciência,


somadas a falta de treinamento emocional e relacional, custam caro a muitos
casórios! Tanto o senso comum de “Hollywood” (que ensina o amor como uma
obsessão), como o senso comum da “Religião” (que mostra o casamento como
uma obrigação), não têm contribuído na construção de relações saudáveis. No
primeiro modelo o casal “pula fora” por não compreender o esfriamento da
relação, e no segundo mantêm-se na relação mesmo experimentando grande
insatisfação. Nos filmes românticos mostram o casal se esforçando muito para
conseguir ficar junto, mas não mostram que um esforço ainda maior deveria ser
feitos no longo prazo, depois de iniciarem a relação.

Hoje a ciência tem pesquisado a importância da relação estável e tem


compreendido melhor o que de fato contribui para a harmonia conjugal. Dentre
essas pesquisas, tem-se procurado conhecer “o segredo” dos casais longevos e
felizes, também chamados de “casais ninja”. Esses são aqueles que aos 50 anos
estão mais apaixonados que aos 20, pela mesma pessoa!

O que eles fazem? Como sustentam e ainda conseguem fazer o amor tornar-se
mais especial e profundo com o passar do tempo? Seriam esses casais
“felizardos sortudos que acertaram na loteria do casamento”? Serão pessoas
melhor resolvidas? Teriam menos problemas que os demais mortais?
Absolutamente não! Tais casais são de “carne e osso” e enfrentam os mesmos
tipos de problemas que todos nós.

Esses relacionamentos bem-sucedidos, assim como o sucesso, “deixam


pistas”!!! A neurociência e a psicologia com muito estudo têm podido
compreender o que faz o amor dar certo, e emitido uma segura mensagem de
esperança aos que embarcam na aventura do relacionamento estável: “a
maioria das pessoas podem ser felizes e realizadas no casamento, basta
‘saberem como’, o que podem fazer e que de fato é efetivo para ‘mudar a
sorte’ da relação”. Se soubermos e praticarmos o que os “casais ninja”
praticam, também podemos chegar onde eles chegaram: a fonte do amor que
se renova eternamente!

Ao invés de aceitar uma cultura de chacota frente ao desafio da relação estável,


queremos criar uma cultura positiva de aprendizagem relacional, pois um
casamento feliz é a realidade que mais protege nossa saúde, nossas finanças e
nossas crianças! Precisamos tirar o casamento da ordem do sucesso aleatório,
tipo, “vamos ver se dá certo”, e o colocarmos na ordem da intencionalidade,
tipo, “vamos fazer dar certo”! Um casamento de sucesso é uma questão de
saúde pública e interesse geral, pois um casal feliz produz paz e saúde para si
mesmo e no seu entorno: o amor reverbera!

Dizer que “o casamento não funciona” é afirmar como naquela história que o
caminhão derrubou a ponte ao passar sobre ela, que ele era o culpado. Na
verdade, a ponte já tinha rachaduras, e a pressão do peso do caminhão apenas
as revelou, fazendo ela desabar. O caminhão é o casamento e a ponte são as
pessoas que se relacionam. Sim, a relação estável produz uma pressão natural
pelo tipo de intimidade única que se estabelece, no entanto, o problema maior
são as rachaduras que já trazemos em nós para dentro da relação, que são
nossas limitações emocionais e afetivas: desaprendemos as trilhas do amor e
nos perdemos do destino da felicidade relacional.
Se “curarmos” o ser humano, a intimidade do casamento não será apenas
suportável, mas promotora de felicidade e saúde autênticas! Casais felizes
vivem inclusive alguns anos a mais que casais infelizes, e também são mais
resistentes a doenças e mesmo ao temido câncer!

Assim então nasce a Casamentologia, de uma dor (minha história pessoal) e


também deste sonho de ajudar casais a encontrarem as trilhas do amor que
levam à fonte do amor que se renova eternamente! Queremos contribuir para a
realização do vínculo amoroso de milhares de casais, compartilhando, treinando
e distribuindo os recursos seguros que os estudiosos têm encontrado ao estudar
a ciência do amor e os casais felizes.

Sendo assim, todas as ferramentas e recursos da Casamentologia para


empoderar relacionamentos estáveis é produzida a partir de uma metodologia
embasada no melhor da ciência pró-relacionamentos e comprovada pela
experiência dos casais saudáveis e longevos. E todo e qualquer casal que aplicar
essa mesma metodologia, com devido empenho e os ajustes necessários da
realidade de cada um, poderá também desfrutar da tão almejada felicidade no
amor!

Não se trata de uma “receita de bolo” ou de um “efeito mágico” que se obtém


ao pronunciar palavras misteriosas, mas de práticas seguras que podem ser
repetidas e aprendidas pelos que caminham numa relação estável.

Assim como os “trilheiros experientes” deixam totens nas encruzilhadas do


caminho para que os caminhantes novatos que vêm atrás não se percam, cada
uma das trilhas que irei compartilhar agora formam as pistas seguras do
caminho para que os viajantes que buscam a FONTE DO AMOR que se renova
eternamente, não acabem no POÇO DA NEGATIVIDADE que envenena e mata a
relação.

Mas, ainda antes de explicar as trilhas, deixe-me falar sobre a maior ameaça aos
relacionamentos estáveis que é o “POÇO DA NEGATIVIDADE”. Esse é o “lugar”
onde relações morrem pois o amor é envenenado pela toxicidade dessas
atitudes anti-amor: a crítica, desprezo, defensividade e o silencio sepulcral.
Gottman também as chamou de “Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse”, ou seja,
eles anunciam que o fim da relação se aproxima, na medida em que cada um
deles vão se instalando na relação. Cada um deles é ainda mais agourento que o
anterior, e juntos, servem para prever com mais de 94% de acerto que o casal
irá se separar em mais alguns anos, se não se “afastarem desse lugar medonho”
e retomarem o caminho seguro das quatro trilhas do amor.

Então, para cada um dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse que levam o casal a se
perder do amor que os uniu, indo parar no poço da negatividade, temos as
Quatro Trilhas da Casamentologia, que conduzem de forma segura os parceiros
à fonte onde o amor se renova e floresce!

1ª TRILHA: PRESENÇA
“Amor se soletra A-T-E-N-Ç-Ã-O”. Isso mesmo, a pressa, mente agitada,
ansiedade desmedida fazem os amantes se perderem da estrada do amor.
Agitados, ainda que só mentalmente, afinal, existem os ‘falsos calmos’:
aparentemente calmos por fora, mas por dentro cheios de julgamentos,
presunções e inseguranças.

Por nossa formação ocidental ter privilegiado demais nossa dimensão “mental”,
nos desconectamos do corpo, da presença no aqui e agora. Ao tempo em que a
mente imaginativa e racional é um recurso, a mente agitada nos leva para
lugares distantes de onde estamos.

Sem a utilização plena da consciência, perdemos a habilidade sutil do cérebro e


tão necessária para comunicarmos o amor: a atenção. Desatentos ou ainda
pretensamente “multifocados” perdemos a conexão. O cabeção agitado produz
estresse para si mesmo, mas também aciona a insegurança do outro: a relação
fica estressada.

Geralmente o que chamamos de atitudes de “desamor”, são também atitudes


de inconsciência. Não estamos totalmente presentes para nós, e por
conseguinte, nos desconectamos da pessoa que vive no lugar mais íntimo de
nossa vida. Isso acaba produzindo a solidão a dois, e consequentemente, o
afastamento.

Longe de mim mesmo, da percepção de meu corpo, sensações e emoções,


também deixo de perceber o outro: “a distância que tenho do outro é a
distância que tenho de mim mesmo”.

O pai da Inteligência emocional, o professor de Harvard Daniel Goleman, afirma


que “a base da inteligência emocional é a autoconsciência”, que por sua vez é o
que propicia a empatia e a autocompaixão. O estado de presença, atenção e
autoconsciência diminui o número de conflitos, pois faz o EGO perder um pouco
sua força que vem do medo e exerce controle. Só num estado de presença
paramos de ver o outro como adversário e progressivamente o vemos como
companheiro de jornada.

A mente entulhada de pensamentos e julgamentos bloqueia a comunicação do


afeto e aciona no outro um estado de apreensão e defensividade. Tomados de
adrenalina e cortisol (hormônios do estresse) ficamos mais irritativos e reativos.
Já viu esse filme? Gostou?

Antes de querermos que o amor volte a jorrar de suas fontes, é necessário


desobstruí-las. Informação demais é entulho; pressa é entulho; agitação é
entulho, e assim o amor não pode fluir e irrigar o jardim da relação, que
terminará esturricado pela negatividade.

Aprender a acalmar-se, respirar com consciência, deixar cair as tensões é o


fundamento do amor efetivo. Tensos, ainda que com boas intenções, o amor
não atinge o coração do outro e a relação fica sobrecarregada emocionalmente.

“Cegos, surdos e insensíveis para nosso corpo e nosso mundo interior, não
conseguimos compreender a nós mesmos, que dirá ao outro”. É a falta de
presença que nos leva a não perceber o impacto de nossa própria personalidade
em nosso relacionamento. Vemos o outro e seus “defeitos”, mas não
enxergamos os pontos cegos em nossa própria maneira de agir que afasta o
outro de nós.

O amor não é um mistério. Ele não é complicado. Existe um caminho seguro e


comprovado para ele, e a primeira trilha chama-se “PRESENÇA”. Sem ela até
podemos amar muito, mas não amaremos bem! Resgatá-la é a ordem do dia
para as relações que querem de fato se distanciar do POÇO DA NEGATIVIDADE e
se aproximarem mais e mais da fonte do amor.

Isso é PRESENÇA!

2ª TRILHA: PROPÓSITO
Trata-se do resgate da alma da relação, de um sentido de transcendência.
Muitos casamentos falham pela falta de uma espiritualidade da relação. É
comum, por exemplo, uma atitude do tipo “desejo me dar bem”, quando um
sentido e propósito na relação produzem a atitude tipo “desejo fazer o bem”.

Mais bens e dinheiro não nos farão mais felizes! Dinheiro e estrutura ajudam,
mas não trazem significância. Foi o grande psiquiatra vienense Viktor Frankl,
que perdeu toda a sua família no campo de concentração nazista, tendo ele
mesmo milagrosamente sobrevivido, que afirmou que “a felicidade é resultado
de nossa dedicação a algo maior que nós mesmos”. Felicidade real é maior que
o umbigo! É “ser alguém” para “alguém”!

Envolve perceber e cuidar da essência da relação, que é amar e ser amado. Para
isso é necessário vermos o outro como pessoa inteira, em seu valor intrínseco, e
não como um objeto.

O Propósito da relação é a descoberta, proteção e valorização daquilo que


construímos juntos em nossa história. É também o cuidado com a tradição
familiar do cônjuge, seus valores, significados, símbolos.

É a partir disso tudo que encontramos o grande “porquê” que torna a relação
algo sagrado, que nos sacrificaremos para preservar e cuidar, que não
desistiremos fácil. Afinal, como se diz, “quem tem um ‘porquê’, encontra o
‘como’”.

Os obstáculos do relacionamento são mais facilmente superados quando há


uma razão maior que une o casal, pois são vistos como ‘oportunidades’ de nos
conhecermos ainda mais, e assim, nos amarmos com uma profundidade ainda
maior. Os problemas superados passam a fazer parte de uma espécie de “sala
de troféus” da relação, onde podemos sempre voltar e nos lembrar com orgulho
do que vencemos juntos, o que cria uma mentalidade de “nós”, “time ou
equipe”. Trata-se do sentimento de pertencer, tão necessário para o
desenvolvimento em todas as dimensões do nosso ser.

São os valores e o propósito maior que nos fazem vivenciar a relação como uma
‘ESCOLA DE VIDA’ e não como ‘PORTAL DE FELICIDADE’. Pensar assim cria
bússulas e faróis para que o barco do amor não se despedace quando nos
aproximamos dos rochedos da problemática humana criada por nosso ego ou
personalidade. É no embate das personas que o maior câncer das relações se
manifesta: o EGOísmo. Somente um sentido de transcendência e de sagrado,
nos leva a resiliência necessária para atravessarmos os tempos difíceis pelos
quais qualquer relação passa, diante dos quais podemos não somente
sobreviver, mas nos tornarmos ainda mais efetivos e experientes na arte de
permanecermos juntos.

Em nosso cônjuge está a humanidade inteira. Como disse numa de suas canções
o músico Tom Zé, chamada “Unimultiplicidade”, ‘todo ser humano é a casa da
humanidade’. Como trato meu cônjuge reflete, no fundo, a maneira como trato
a todos os outros, inclusive a mim mesmo!

O desafio que está posto em todas as relações, em especial a mais íntima de


todas que é o casamento, é também o grande teste da humanidade: podemos
aprender a viver juntos com cuidado, amor e cooperação?

Não apenas nossos amigos e familiares torcem e desejam por nós e por si
mesmos que cresçamos em amor, mas o próprio universo está em suspenso
diante das encruzilhadas da relação: optaremos pelo rompimento ou pelo
crescimento? A decisão de amar nos une ao todo, afinal, é o amor compassivo
que sustenta toda a realidade, seja de nossas células ou mesmo das estrelas e
galáxias que nos rodeiam!

O seguinte raciocínio faz muito sentido para mim e é parte do que compõe o
grande ‘porquê’ de minha relação estável: um dia ‘devolverei ela para O
Criador, O universo (pode dar o nome com que mais se identifica), e desejo
entregá-la melhor, mais evoluída e curada do que quando a conheci’. E ela se
dispõe ao mesmo comigo. Sendo assim, a relação ganha um sentido de
evolução e potencial de crescimento, ganha grandeza e deixa de ser refém da
atitude infantil e egóica que diz “o que estou ganhando com isso?”.

Isso é PROPÓSITO!

3ª TRILHA: PAIXÃO
Aqui corremos o perigo de cair no engano do senso comum difundido pelos
filmes românticos de Hollywood e da indústria no cinema em geral, que mostra
o amor como uma “paixão obsessiva”. Esse conceito não é uma trilha segura,
mas um desvio da fonte do amor.

A ‘paixão’ a qual me refiro é a que se manifesta como fruto dos aspectos mais
fundamentais do amor saudável: amizade e respeito. Sim, esses dois elementos
geram a confiança e a confiabilidade necessárias para que nos entreguemos
cada vez mais a uma paixão sem limites, que é resultado da percepção que
temos de que o outro realmente deseja e trabalha para o meu bem-estar e de
nossa relação.

Amizade e respeito são profundamente excitantes, pois quando o medo cessa e


desistimos das estratégias de controle e jogos de poder, nos entregamos ainda
mais, de corpo e alma ao amor.

Uma relação em que a paixão esfria tem provavelmente problemas na métrica


da confiança, que é a percepção que temos do quanto o outro é confiável: se
alegrando com nossa felicidade e sofrendo junto quando nos vê passar por
momentos difíceis, ou seja, se ombreia ao invés de ‘dar de ombros’.

Um relacionamento que cresce na métrica da confiança também crescerá na


intensidade e profundidade da entrega na paixão! E, o contrário é verdade: ao
percebermos que o outro não se importa e não está verdadeiramente
comprometido com a relação, começamos a desembarcar dela, a tirar lenha da
lareira do fogo da paixão, o qual termina em fumaça e não em labaredas. A casa
esfria, em especial, a cama do casal.

Alguém protestará e dirá: “Fabi e Filipe, mas nossa relação esfriou exatamente
porque nos tornamos apenas bons amigos”. Então, olha, você infelizmente
nunca viveu uma amizade de verdade ou se esqueceu como era. Um amigo é
alguém com quem vamos crescendo em confiança e vulnerabilidade. Por causa
da confiança que gera a intimidade, nos confessamos cada vez mais um ao
outro e simplesmente adoramos estar juntos, no muito ou no pouco. Um amigo
é alguém que protege, anima, encoraja chora junto e festeja nossas vitórias
como se fossem suas. Então, me responda: “vocês são realmente os melhores
amigos um do outro”?

Importante, infelizmente, lembrar: muitas relações extraconjugais começam


exatamente com uma amizade. Proximidade, interesse, carinho, preocupação,
confiança e por fim, CAMA! Ficou claro porque numa relação em que haja
“AMIZADE e RESPEITO”, a paixão genuína brotará e acenderá o fogo do
erotismo?

Ainda importante ressaltar: os mesmos motivos que levam ao adultério são os


motivos que levam ao divórcio – desprezo, indiferença, frieza. E, um dado
importante: 70% das pessoas que se divorciam já estão conectados
emocionalmente com outra pessoa. Entende?

Um dos grandes desafios da relação estável é manter acessa a fogueira da


paixão. Como disse Esther Perel: “É possível desejar aquilo que já possuo?”. O
fogo da paixão tende a naturalmente arrefecer na estabilidade do casamento.
Temos uma inclinação que é “desprezar aquilo que já conquistamos”. Envolve
aquela atitude tipo “cachorro de casa não se corre atrás”. Paramos de prezar,
considerar, ficamos desatentos, indiferentes, enfim, acomodados.

O fogo da paixão é alimentado pela lenha do carinho, atenção, interesse e


curiosidade. Ele precisa do combustível da gentileza, da surpresa, do mistério e
da diversão e brincadeira. Interessante, muitas mulheres comentam que é o
bom humor uma das coisas mais atraentes num parceiro. É comum quando nos
acostumamos com a dádiva do amor do outro, deixarmos de entregar o nosso
melhor. Isso apaga a libido! Marido grosseiro, seca a vagina da esposa! Esposa
estúpida, esfria o tesão de seu marido!

Isso é PAIXÃO!

4ª TRILHA: POSITIVIDADE
É certo que ‘casar’ é quase sinônimo de ‘conflitar’. Colocou dois seres humanos
juntos, haverão disputas, discordâncias e divergências. Isso é de certa forma
natural e esperado. Casais brigam, como irmãos, colegas de trabalho, pais e
filhos, etc. É coisa de humanos!

Nos decepcionamos mais quando não aceitamos a realidade de como as coisas


são. Aceita que dói menos, e, contando com as dificuldades, também podemos
nos preparar melhor para enfrentá-las! “Foco na solução”, não é assim que se
diz?

Os estudos mostram duas coisas interessantes sobre os conflitos. Primeira, os


casais têm estilos diferentes de enfrentamento das divergências. Existem os,
 CONCILIADORES – são aqueles que quando surge um conflito, logo
procuram uma conciliação;
 EVITADORES – são os que evitam, fogem do conflito a todo custo. Eles
literalmente “evitam-as-dores”;
 CONFRONTADORES – são os que não perdem uma boa briga, são
passionais e viscerais na hora do conflito. Rosnam com facilidade!

E em segundo, observou-se que nenhum desses estilos é pior ou melhor para o


sucesso do casamento. Na verdade, uma pequena vantagem para os casais
passionais foi percebida, os que não fogem dos problemas. Mas claro, ninguém
aguenta viver brigando e a sobrecarga emocional que muita confusão traz torna
a relação inviável.

Entre os “casais de sucesso” encontramos os três estilos de discussão, e eles


têm também os mesmos tipos de problemas que os casais infelizes. Então, não
é nem a forma de discutirem (resguardadas as devidas proporções do respeito e
agressividade, claro!) e nem a fato de não enfrentarem certos problemas que
faz a diferença nos casais que não se perdem da fonte do amor que se renova
eternamente! Qual então é o segredo deles?

As pesquisas mostraram que o que faz a diferença é a POSITIVIDADE. Eles


prezam por ela e intencionalmente buscam praticar mais interações positivas do
que negativas. No momento de uma discussão na proporção de 5:1, ou seja,
para uma mancada, eles fazem 5 coisas legais para o cônjuge; e no decorrer de
24 horas eles mantem a proporção de 20:1, ou seja, no espaço de um dia todo,
para cada deslize e falta de jeito no relacionamento, eles praticam “vinte”
gestos de consideração, carinho e gentiliza com o cônjuge.

Entende por que eles não caem facilmente no “Poço da Negatividade”? Eles se
mantem atentos ao GPS da “POSITIVIDADE” e dão passos firmes e precisos na
direção da “Fonte do Amor”! Eles são intencionais para buscar a “reparação”
quando erram: sorriso, desculpas, atos de gentileza, mensagem amorosa,
toques físicos não sexuais, bom humor, etc, etc, etc. A lista de atos que trazem
de volta a positividade a relação é infinita. As que trazem a negatividade é bem
limitada, mas altamente tóxica: CRÍTICA, DESPREZO, DEFENSIVIDADE E
SILÊNCIO.

Aprendemos com o casais bem-sucedidos na relação que o amor não é um


grande “sentir”, mas um grande “fazer”, as coisas certas, todos os dias, muitas
vezes!
Espero que tenha gostado de nosso e-book que apresenta a metodologia que
embasa todos os recursos que produzimos. Acreditamos firmemente que o
amor pode dar certo, basta saber “como” e praticar!

Nos siga e apoie em nossas redes sociais para que nossa missão atinja muitas
pessoas em muitos lugares! Nada mais belo que um casal verdadeiramente feliz
e saudável! O amor reverbera e se espalha! Um bom casamento é o melhor
empreendimento da vida e se tiver o devido investimento, é o que no final fará
tudo ter valido a pena: amamos e fomos amados, aprendemos e crescemos, nos
apoiamos em nossa missão e sonhos, por fim, deixamos um legado que durará
eternamente e abençoará mil gerações!!!

Que amor cresça!

Fabiane e Filipe

CASAMENTOLOGIA: PORQUE O AMOR TEM CIÊNCIA!!!

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