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TERAPIA POR CONTINGÊNCIA DE

REFORÇAMENTO

Armando Rezende
Mestre em Psicologia – PUC/CAMP
Prof. Adjunto UNINOVE
O QUE É TERAPIA
COMPORTAMENTAL:

 Processo que envolve aplicação de


procedimentos ou técnicas
comportamentais específicos, utilizados
com o objetivo de alterar exemplos
particulares dos comportamentos da
queixa apresentada pelo cliente ou por
pessoas relevantes do ambiente social em
que ele está inserido.
MAS NÃO É SÓ ISTO

 Noção de cada técnica é um exemplo de


Terapia Comportamental ou um a maneira de
lidar com a queixa.
PROBLEMA É MAIOR QUE A QUEIXA –
FESTER (1972):

 O desconforto que traz o paciente para


terapia vem principalmente de
comportamentos não verbais. P. exp.: Ele
permanece em casa em vez de ir ao
trabalho ou ele não fala com as pessoas
quando as vê. Isso sugere que a
efetividade e a adequacidade geral do
repertório operante do paciente são uma
dimensão mais importante de seu
problema, do que fobias ou medos
específicos.
O QUE CONTROLA O
COMPORTAMENTO DO TERAPEUTA

 O terapeuta antes de propor qualquer ação


terapêutica, deve ficar sob controle dos
excessos, dos déficits e das reservas
comportamentais do cliente, não sob controle
exclusivo da queixa.
 QUALQUER TÉCNICA, VOLTADA DE
INÍCIO PARA AS FOBIAS, RESULTARÁ EM
FRACASSO E NÃO TRARÁ BENEFÍCIOS
PARA AS DIFICULDADES
SIGNIFICATIVAS E FUNDAMENTAIS DA
CLIENTE.
(PÁG. 05 – 1º. Parágrafo – baseado no caso
clínico).
O QUE DEVE SER FEITO?

 Ênfase do terapeuta na ampliação dos


repertórios deficitários e não aos
comportamentos de fuga-esquiva que vem
apresentando.
 A pessoa pode ficar sob controle do próprio
comportamento e dos estados corporais, sem
atentar para os aspectos do ambiente externo a
ela, que produzem esses comportamentos e
estados.
 Por exemplo: frequência aumentada de batimentos
cardíacos, dores na nuca, zumbido no ouvido,
sensação de estranheza no corpo etc., podem controlar
a pessoa e funcionar como estímulos discriminativos
para verbalizações como: Vou ter um ataque cardíaco;
Vou ter um derrame.

 Neste caso a pessoa não relaciona os estados corporais


com a atuação de contingências coercitivas, as quais
produzem comportamentos operantes de fuga-esquiva
e, ao mesmo tempo, eliciam reações respondentes.
 QUANDO A PESSOA NÃO FICA SOB O
CONTROLE DOS EVENTOS AMBIENTAIS
QUE COMPÕEM AS VARIÁVEIS
CONTROLADORAS DAS MUDANÇAS
COMPORTAMENTAIS E OS ESTADOS
COPORAIS SENTIDOS:

 O TERAPEUTA TERÁ QUE ENSINÁ-LA A IDENTIFICAR E


DESCREVER AS RELAÇÕES funcionais entre os
comportamentos e as variáveis ambientais que os determinam.
IMPORTANTE

 O PROCESSO TERAPÊUTICO JAMAIS SE


RESTRINGE AO EMPREGO DE TÉCNICAS
ESPECÍFICAS PARA MANEJAR
PROBLEMAS ESPECÍFICOS.
ORIGEM DO TERMO: TERAPIA POR
CONTINGÊNCIAS

 Mais descritivo do envolvimento conceitual;


 Experimental e aplicado;
 Menos envolto em equívocos e impropriedades.
O QUE TRATA A PSICOTERAPIA?

 Os subprodutos (ou produtos colaterais) do


controle que incapacitam o indivíduo ou são
perigosos, seja para o indivíduo, seja para os
outros.
O QUE É A TERAPIA?

 A terapia consiste, não em levar o paciente a


descobrir a solução para o seu problema, mas
em mudar o seu paciente, de tal modo, que seja
capaz de descobri-la.
O QUE FAZ O TERAPEUTA

 O terapeuta não trabalha apenas o


comportamento, mas também as
contingências: o comportar-se dentro de
contextos.
 Estuda as contingências em seu efeito
cumulativo sobre o desempenho dos
organismos.
UNIDADE DE ANÁLISE DO
TERAPEUTA

 Situação antecedente (a relação entre a


resposta e os estímulos que a antecedem e que
estavam presentes na ocasião em que ela foi
consequenciada);
 A resposta;
 A consequência (a relação entre a resposta e os
estímulos produzidos por ela e que a
influenciam).
COMPORTAMENTO

 Comportamento é um processo, uma mudança


contínua;
 Somente após a demonstração das relações
funcionais entre as ações e os contextos
ambientais antecedentes e conseqüentes, pode-
se falar em comportamento.
 Comportamento é interação.
COMPORTAMENTO OPERANTE

 Comportamento sensível aos efeitos que ele


próprio produz no ambiente.
 Origina alterações no ambiente e é modificado
por essas mudanças.
INSTRUMENTO PARA MUDAR O
HOMEM E O MUNDO

 Produzindo ou reorganizando contingências de


reforçamento: é seu próprio comportamento
operante.
 Instrumento do terapeuta: seu próprio
comportamento.
 Comportamento é poder: para transformar e se
transformar.
IMPORTÂNCIA DOS
SENTIMENTOS

 Terapeutas se preocupam tanto com o que


fazem tanto com o que sentem seus pacientes.

 O QUE O PACIENTE SENTE:


 É o seu próprio corpo e entre as coisas que ele sente é seu
próprio comportamento, enquanto ele foi afetado por suas
conseqüências.
O QUE É O SENTIMENTO

 Sentimento é um fenômeno físico, é


manifestação do organismo.

 Não há dualismo – dicotomia entre


sentimento (de natureza mental) e
comportamento-ação (de natureza corporal). O
sentimento deixa de ser a causa dos
comportamentos, o que antecede e produz as
ações humanas. Passa a ser evento a ser
explicado.
 Comportamento e sentimento é um conjunto,
um processo indissociável, produzido e fazendo
parte das contingências de reforçamento.

 “... volte aos eventos ambientais antecedentes


para explicar o que alguém faz e, ao mesmo
tempo, o que essa pessoa sente enquanto faz
alguma coisa. Para cada estado sentido e
designado pelo nome de um sentimento,
presumivelmente existe um evento ambiental
anterior do qual esse estado é produto”.
O QUE PRODUZ OS SENTIMENTOS

 “Não são os sentimentos que produzem ou


causam comportamento; o comportamento é
determinado pelas contingências (tanto quanto
é o sentimento – ou melhor, o sentir o é)”.
 O sentimento de prazer, por exemplo, começa a ser
entendido a partir da análise dos estados corporais
produzidos por contingências de reforçamento positivo.
O QUE EXPLICA OS SENTIMENTOS

 Os estados corpóreos que são sentidos ou


observados merecem reconhecimento, mas a
ênfase deve ser dada às condições ambientais a
que estão ligados e deve-se insistir que são as
condições e não os sentimentos que nos
habilitam a explicar o comportamento.
 Não há necessidade, é um equívoco conceitual
– falar-se em comportamento e sentimento.
TUDO É COMPORTAMENTO

 EXEMPLO:
 Senti-me contente ou Senti-me aliviado:

 A diferença entre sentir um estado corporal nomeado de


uma forma ou de outra deve ser buscada na história de
contingências de cada indivíduo: alívio seria um termo mais
provável se, na história de contingência da pessoa, o
comportamento de perder um objeto fosse, usualmente,
punido. Assim, ao achar o objeto, ela estaria se esquivando
da punição prevista: o comportamento seria reforçado
negativamente e o estado corporal sentido poderia ser
chamado de alívio.
 Cada contingência produz um estado
corporal correspondente e a pessoa
responde aos componentes da
contingência, ao estado corporal e
aos controles da comunidade verbal.
O QUE É O ESTADO DA MENTE

 O estado corporal resultante de


condicionamento respondente é usualmente
chamado de sentimento e o estado resultante
do condicionamento operante, observado pela
introspecção, geralmente é chamado de estado
da mente.
CONSCIÊNCIA X CAUSA

 Conscientização (= auto-observação e
autodescrição) tem um papel relevante no
processo terapêutico, pois, embora não cause
comportamento, pode nos levar às causas, ou
seja, colocar o terapeuta e o cliente sob o
controle dos determinantes dos
comportamentos relevantes.
AMBIENTE É EXTERNO À AÇÃO

 Para o behaviorista radical, ambiente é o


conjunto de condições ou circunstâncias que
afetam o comportar-se, não importando se
estas condições estão dentro ou fora da pele. O
ambiente é externo à ação, não ao organismo.
PENSAMENTO

 O pensamento, enquanto comportamento,


também precisa ser explicado. Nas relações
entre o organismo e ambiente devem ser
buscadas as explicações causais e nunca nas
relações organismo-organismo.
COMPORTAMENTO E AMBIENTE

 Quando dizemos que o comportamento é


função do ambiente, o termo ambiente,
presumivelmente, significa qualquer evento no
universo capaz de afetar o organismo. Mas
parte do universo está encerrada dentro da
própria pele de cada um.
NEGAÇÃO DA MENTE

o O conceito de mente, capacitada a causar todo


comportamento e sentimento humano é estranho à
Terapia por Contingências.
COMPORTAMENTO E AMBIENTE

 Quando dizemos que o comportamento é


função do ambiente, o termo ambiente,
presumivelmente, significa qualquer evento no
universo capaz de afetar o organismo. Mas
parte do universo está encerrada dentro da
própria pele de cada um.
EVENTOS PRIVADOS

 Um evento é privado quando não está acessível


à comunidade e, como tal, essa não pode
empregar, em relação ao evento, contingências
tão efetivas como nos eventos públicos.
 É a comunidade que ensina o indivíduo a se
conhecer.
O QUE É MAIS DIFÍCIL NA
TERAPIA

 O mais significativo e difícil para aprender a


observar é a relação funcional entre o
comportamento da própria pessoa e o elemento
do ambiente que o controla. Em geral, um
relato dos fatos que aconteceram é muito pouco
útil se comparado com as relações entre os
eventos e a parte do ambiente que os controla.

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