Você está na página 1de 10

Comida e cozinha do Orixá

­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­
EXU
Exu é um dos Orixás, sobre o qual, ainda hoje, mais se fala. Ele permanece no dia-a-dia
dos terreiros como aquele mais enigmático sobre o qual, nada traduz seus feitos,
artimanhas e armadilhas. Como na África, colocado nas estradas, no mercado, na frente
das casas, entradas das cidades, Exu é quem governa a frente da porta de entrada do
terreiro. É o grande controlador das entradas e saídas. Daí serem seus domínios,
encruzilhadas, esquinas, portas, janelas, ruas, etc. Dele depende a comunicação, o
trânsito, o sucesso nos negócios, nos jogos...
Se acredita, no terreiro, que Exu coma tudo, contando que esteja regado com muito
azeite-de-dendê e ataré, pimenta. Exu recebe ainda, pratos á base de milho vermelho
torrado, feijão preto torrado no dendê e farofas de vários tipos: farofa de mel, de água,
de cachaça, de vinho, de champanhe, de cerveja, embora se saiba que, como “dono do
azeite”, a farofa de azeite é sua iguaria preferida.

Pade: Misturar a farinha de mandioca com o ingrediente: Agua, mel, ou dendê. Estas
são as principais farofas de Exu. Podemos fazer também com: Cachaça, azeite doce,
terra de estrada ou encruza, cravinho com açúcar,

Outros pratos: Farofa de dendê e um bife cru ou frito em cima, cebola cortada rodelas,
e pimenta ataré e dendê. Axes crus com dendê ou refugados no dendê.

CIGANOS
A comida dos ciganos baseia-se em cestas de fruta, vinho, maças encantadas (maça
vermelha com calda de açúcar, cravinho, canela e anis estrelado). Algumas ciganas e
pomba giras, também podem comer corações de galinha refugados cebola e dendê,
colocados em cima de farofa de dendê.

OGUM
Ogun, é um dos Orixás mais populares no Brasil. Segundo a teologia dos terreiros, ele
marcha à frente de todos os cortejos, rememorando a chegada dos novos tempos, sob a
marca do ferro. Ogun é o senhor das coisas cortantes. É o patrono dos ferreiros e
lembrado como pai da metalurgia. Representa a ousadia do homem em domesticar o
fogo, trazendo-o para a casa, inventando a forja e construindo cidades.
No terreiro é sob a forma de desbravador e guerreiro que Ogun vai ser lembrado,
empunhando sempre uma espada.
Além da famosa feijoada, Ogun come inhame assado e descascado regado com azeite-
de-dendê, ou o inhame assado e espetado com palitos de dendezeiro, como também
come o inhame simplesmente cortado ao meio, passado mel e dendê. Recebe feijão
preto, milho vermelho torrado e enfeitado com coco. Acredita-se que os Orixás
guerreiros comem também cru ou torrado pois eles não tem tempo de esperar...

EFUN - Farofa de mel - mistura-se a farinha de mandioca com mel de abelhas e pronto.
Pode-se colocar num Oberó, nos pés de Ogun, ou nas estradas, pedindo a Ogun que
adoce os seus caminhos e suas estradas.

ERAN - O Eran de Ogum é feito com miúdos de boi, cortados bem pequenos e cozidos
no Azeite-de-Dendê. Depois, eles são passados num refogado de cebola ralada e
dendê, e estão prontos.

1
Comida e cozinha do Orixá
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­

FEIJOADA - Cozinha-se o feijão preto só em água, aproveitando a água de cozer o


feijão para o refugado…
Em seguida, faz-se um refogado de cebola ralada, azeite doce ou dendê, sal. Depois de
puxar um bocadinho, colocar o feijão cozido, e alguma agua de o cozer. Ir mexendo e
adicionar a água de o cozer. Coloca-se num alguidar de barro.

INHAME - Ou se usa um inhame acará (grande) ou 7 dos pequenos, coloca-se num


tabuleiro com casca, rega-se com algum dendê e leva-se no forno para assar. A meio
dá-se uma virada para poder cozinhar do outro lado. Não deixar queimar. Servir em
cima de farofa doce. E regar com dendê. Pode-se colocar espetado no inhame palitos
de mariow (lascas das folhas da palmeira ou mariow). Também se pode em vez do forno
fazer em brasa. O inhame em ambos os casos pode ser com casca ou sem ela.

TORRADOS - Feijão preto, frade ou m ilho torrado, servido em prato de barro e mel em
cima. Lavar os ingredientes, escorrer e colocar na sertã, e ir mexendo ate dicar
dourados.

OXOSSI
Oxossi aparece intimamente ligado à Ogun. No terreiro, diz-se que é seu irmão. Orixá
caçador, Oxossi liga-se à terra virgem àquela não pisada, descoberta pelo pioneiro
prudente que enfrenta o mistério e o segredo das florestas. Além de Ogun, Oxossi liga-
se à Ossain, às folhas, ao segredo das plantas e remédios. De acordo com alguns
mitos, Ele teria sido enfeitiçado por este Orixá, se embrenhado no mato de onde nunca
mais saiu.
Oxossi representa o recolher dos grãos, a produtividade, as actividades colectoras e à
caça. A ele são oferecidas frutas, além de comidas à base de milho e feijão fradinho
torrado.

AXOXO - É a comida mais comum de Oshóssi - cozinha-se o milho vermelho somente


em água, depois deixa-se esfriar, coloca-se num Oberó e enfeita-se por cima com fatias
de côco com casca.

OSSAIN
Ossain participa de toda a vida do terreiro, mantendo relações com todos os Orixás. Ele
é as próprias folhas (Ewé), indispensáveis à medicina.
Ao lado das comidas oferecidas a este Orixá, vão aparecer oferendas obrigatórias como
moedas: o pedaço de fumo, o mel e o vinho colocados na sua cabaça. Acredita-se que,
sem estas prendas, ninguém ousaria penetrar no seio das matas, no âmago da floresta,
domínio de Ossain.
Ossãe vai comer pouco por ser considerado um vegetal. Em algumas casas, recebe um
prato de milho branco, temperado com cebola, dendê e camarão e enfeitado com duas
maçãs verdes, cortadas em cruz.
Ossain também come, além de frutas, comidas à base de feijão fradinho, torrado ou
cozido, milho e batata-doce cozida, amassada e refogada com azeite-de-dendê. Come,
também, farofa de mel temperada com fumo de rolo desfiado e enfeitado com folhas da
costa.

2
Comida e cozinha do Orixá
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­
Cozinha-se a batata-doce descascada só em água. Depois amassa-se feito puré,
mistura-se num refogado de cebola ralada com Azeite-de-Dendê, e coloca-se tudo num
oberó.

OMOLU / OBALUAIE
Obaluaiyê ou Omolu é conhecido por vários nomes: médico dos pobres, meu avô, o
velho. Diante dele todos são obrigados a se curvarem. Ele liga-se, directamente, à terra
e com ela aos antepassados, nascidos para uma outra vida. No Novo Mundo, várias
histórias de curas se juntaram aos mitos trazidos pelos africanos e africanas
escravizados, sobre suas conquistas e guerras vencidas. No barracão do terreiro, o
guerreiro valente vai apresentar-se sob palhas que caem sobre seu corpo, escondendo
a varíola e todas as espécies de doenças contagiosas. Só os preparados podem tocar
neste Orixá. Dele só se ouve o grito ou o assobio que intercala sua dança principal, o
opanijé, quando somente os atabaques tocam. Em Yorubá, tal palavra traduz a marca
forte deste Orixá temível e respeitado por todos: “Ele mata qualquer um e come.”
Obaluaiyê come tudo! A comida dos outros e a dele. Come deburu torrado, isto é,
pipocas, coco, feijão preto, milho torrado e o afufurá que é uma farofa de milho,
temperada com coco, açúcar, tudo torrado e enrolado tipo cartucho. Ele come o que
Ogun come.

DEBURÚ - Colocar em uma panela de ferro, areia lavada, deixar esquentar para em
seguida por um punhado de milho de pipoca. Após pipocar, retirar as que estiverem
mais abertas, colocar numa peneira de forma a serem batidas ligeiramente pra soltar
alguma areia.

FEIJOADA - -FEIJÃO FRADINHO - se for agrado, -FEIJÃO PRETO - se for obrigação.


Deixar feijão preto de molho, lavar a carne de porco, linguiça de porco. Colocar tudo
para cozinhar como uma feijoada quando passar para o alguidar deitar azeite-de-dendê
e enfeitar com rodelas de cebola roxa e camarão seco. Entregar no cruzeiro das almas.

Cozinha-se o feijão preto, só em água, e depois refoga-se cebola ralada, camarão seco
e Azeite-de-Dendê

OXUMARE
Oxumarê é a cobra e o arco-íris ao mesmo tempo. Dan, na língua fon, ou Oxumarê para
os yorubás, que dança fazendo os movimentos de uma cobra, apontando para cima e
para baixo, ou arrastando-se no chão, é macho e fêmea. Nesta última posição aparece
com o nome de Ewá.
Em algumas estórias, Ewá foi a mulher bonita que teria enganado a morte quando esta
procurava Orunmilá, o testemunho do destino. Como Oxumarê, Ewá é considerada um
dos Orixás que exigem muito saber e conhecimento para que se realize a sua iniciação.
As suas comidas são à base de banana da terra e batata-doce. Há casas, todavia, onde
ele recebe feijão fradinho torrado ou cozido e folhas de mostarda.
Sobre estas comidas não se comenta muito também. Verdade é que, assim como este
Orixá macho e fêmea, de difícil fundamento. Suas comidas são consideradas também
escassas.

COBRA - Descascar batata-doce, cozer em água simples. Depois de cozinhada, passar


num passe-vite de forma a moer a batata. Juntar a massa um pouco de dendê e mel, e
amassar com as mãos. Num prato de barro, moldar duas cobras, de forma a cabeça de
uma ficar no rabo da outra. Colocar dois feijões frades crus para fazer os olhos e um

3
Comida e cozinha do Orixá
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­
pouco de verdura para a língua. Colocar no centro 7 ou 14 ovos cozidos descascados.
Regar com mel.

OUTRAS COMIDAS:

Maneira de Fazer: Cozinha-se o feijão fradinho em água. Separado, cozinha-se o milho


vermelho também em água. Depois, juntar o feijão e o milho, num refogado de cebola
ralada com Azeite-de-Dendê.

Maneira de Fazer: Cozinha-se o milho só em água. Separado, cozinha-se o feijão


fradinho, também só em água. Refoga-se o feijão com Azeite-de-Dendê, cebola ralada e
camarão seco socado. Coloca-se o feijão em metade de um oberó e, na outra metade o
milho vermelho. Frita-se um inhame e coloca-se por cima em fatias, em volta, enfeita-se
um ovos cozidos em rodelas, fatias de côco e coloca-se bastante mel de abelha por
cima.

NANA
Outro Orixá que é cercado de muito mistério, respeito e temor é Nanã. Ela, juntamente
com Obaluaiyê, é um Orixá muito antigo.
Diante da Anciã que domina os pântanos e territórios lamacentos, com seu cajado ritual,
seus passos lentos, sua sabedoria, as pessoas se curvam como se dobrassem o corpo
perante a própria morte.
No terreiro, diz-se que ela é mãe de Omolu e Oxumarê. Tiras longas de búzios caem de
seu ombro, assim como em seus filhos. Colocada sempre junto à Oxalá, Nanã guarda
nas suas cores escuras, o segredo e o mistério da existência.
Nanã come dandoró, feijão fradinho descascado um por um, após ter ficado de molho
por algum tempo. Depois tempera-se com cebola, camarão e dendê. Ela gosta também
de mingaus
Nanã também recebe milho branco temperado com azeite doce e camarão, enfeitado
com folhas de mostarda, assim como arroz bem cozido, temperado com mel, ou arroz
com casca, “estourado” no fogo como pipoca, além da sobra da pipoca, pilada, feito, pó,
refogada no azeite-de-dendê.
Diz-se ainda que a Velha é o celeiro do mundo, todos os grãos lhe pertencem. A ela
nosso respeito!

Cozinha-se bem a folha de taioba ou mostarda, e em seguida tempera-se num refogado


de cebola ralada, camarão seco socado e Azeite-de-Dendê.

Mungunzá – Coze-se canjica branca em agua, depois de escorrida, coloca-se um litro


de leite e uma embalagem de leite coco num tacho, 200 grs. de açúcar e a canjica
dentro e deixa-se cozer ate formar uma papa grossa.

OXUM
Oxum é conhecida por sua vaidade, riqueza e beleza. Ela é a grande responsável pela
vida uterina, daí suas relações com as feiticeiras, mães ancestrais. Cultuada nos rios,

4
Comida e cozinha do Orixá
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­
nas águas correntes das cachoeiras, Oxum come Omolocum, mas seu prato predilecto
mesmo é o ypeté, seu segredo feito com camarão ou peixe. Oxum come também ovos,
efó e vatapá.
O Omolocum é considerada a comida sagrada de Oxum, e possui muito mistério. É feito
com feijão fradinho cozido, temperado com azeite-de-dendê, cebola, camarão e um
pouco de sal. Depois de pronto, é arrumada numa vasilha e enfeitada com ovos cozidos,
símbolo por excelência de Oxum.
O efó é uma comida feita com folhas. Consiste em folhas aferventadas no vapor e
refogadas no azeite-de-dendê com um pouco de sal.
O vatapá pode ser feito de farinha de trigo, de mandioca, ou de pão. É uma comida
onde se mistura ao leite de côco, a farinha, o azeite-de-dendê, a cebola, o camarão, a
castanha, o amendoim, o coentro, o tomate e o pimentão bem triturados.

OMOLOCUN - Cozinha-se o feijão fradinho só em água, aproveitando a água de cozer o


feijão para o refugado. Em seguida, faz-se um refogado de cebola ralada, azeite doce
ou dendê, sal, e camarão seco. Depois de puxar um bocadinho, colocar o feijão cozido,
e alguma agua de o cozer. Ir mexendo e adicionar a água de o cozer. Coloca-se em
uma tigela e enfeita-se por cima com 5 ou 8 ovos, descascados.

ADO - Milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê
e/ou mel. Servir em barro ou louça.

LOGUM
Entre os velhos, guerreiros e grandes mães, Logun Edé é colocado como menino,
príncipe. De acordo com algumas estórias, é filho de Oxum com Oxossi. A dona dos rios
ter-se-ia travestido em samambaia para conquistar o velho caçador que pescava às
margens deste. Desse casamento nasceu Logun, um caçador que possui os atributos
de seu Pai e de sua Mãe.
Dos Orixás trazidos pelos africanos de Ijexá ao Brasil, só restou Logun Edé, o menino
que seis meses vive na terra e caça e seis meses vive debaixo d’água e se alimenta de
peixes. A terra que sustenta o leito dos rios, na verdade é a sua representação por
excelência.
No terreiro, as oferendas que lhe são servidas, são acompanhadas das comidas de
Oxum e de Oxossi misturadas. Logun come o que Oxosse e Oxum comem. Come
misturado o axoxô com o Omolocum.

Para agradar Logunedé - Assa-se, num braseiro, 7 espigas de milho verde.


Cozinha-se, à parte, uma porção de feijão fradinho misturado com a mesma
quantidade de amendoim. Pega-se o feijão cozido com o amendoim e coloca-
se num alguidar; arruma-se as espigas assadas com as pontas para fora;
rega-se com mel de abelhas; azeite de dendê e vinho branco. Deixa-se por três
dias diante do igbá do Orixá e despacha-se dentro de uma mata.

IANSA

5
Comida e cozinha do Orixá
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­
A senhora dos ventos e das tempestades e do rio Níger, que na África chama-se Odò
Oyá, esposa preferida de Xangô, o rei dos trovões, popularmente conhecida por um dos
seus títulos, Iansã, em terras brasileiras é um dos Orixás mais festejados.
Embora associada às águas, Iansã divide o elemento fogo com o rei. De acordo com um
mito, esta teria esta poção mágica, a pedido deste, mas no meio do caminho comeu
parte dela, dividindo-a a partir de então, com o senhor que arremessa pedras de raio, tal
poder.
A comida preferida de Oyá é o akará, o famoso acarajé. Mas ela come também, caruru
em rodelas

ACARAJÉ - O acarajé é feito com feijão-frade, que deve ser partido num moinho em
pedaços grandes e colocado de molho em água para soltar a casca, após retirar toda a
casca, lavando em diferentes aguas, passar novamente no moinho, desta vez deverá
ficar uma massa bem fina, e deixar a escorrer numa peneira. A essa massa acrescenta-
se cebola ralada e um pouco de sal. O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo
que se bate a massa. Quando a massa estiver no ponto ela fica com a aparência de
espuma, para fritar use uma panela funda com bastante azeite de dendê.

EKURU ou ABARA - A massa é preparada da mesma forma que a massa do acarajé,


feijão-frade sem casca triturado, envolta em folhas de bananeira como o acaçá e cozido
no vapor.

OMOLOCUN - Cozinha-se o feijão fradinho só em água, aproveitando a água de cozer o


feijão para o refugado.

Em seguida, faz-se um refogado de cebola ralada, azeite doce ou dendê, sal, e camarão
seco. Depois de puxar um bocadinho, colocar o feijão cozido, e alguma agua de o cozer.
Ir mexendo e adicionar a água de o cozer. Coloca-se em uma tigela.

MAÇÃS PARA IANSÃ – Ingrediente: Nove maçãs, ½ quilo de milho amarelo,


Nove rosas vermelhas, ou coral ou lírio coral. 1 Vela coral de 7 dias, Uma garrafa de
champanhe.
Modo de fazer Cozinhar com água as maçãs. Cozinhar o milho Colocar em um alguidar,
em cima, as maçãs e as rosas vermelhas ou Coral ou lírio coral Acender a vela no meio,
abrir a champanhe e deixar ao lado.

IEMANJA
Iemanja é a mãe de todos os Orixás. Nas estórias, Iemanja possui vários nomes. Todos
querem dizer algo sobre a mulher cujos seios partidos deram origem aos dois maiores
oceanos e cujo ventre esfacelado a fez mãe de todos os Orixás.
A paciência é uma de suas características, o rigor sua marca; a beleza e a serenidade
lembram a grande mãe que, quando dança nos seus filhos e filhas, balança os braços
as mãos como ondas que outrora embalaram o mundo. Iemanja é a mãe de todos.
Princípio da fertilidade, várias passagens lembram seu trabalho ao lado de Ajalá, o
modelador do ori, a cabeça. Iemanja encontra-se naquele período primordial de cada
ser humano, quando seu odu, destino, herança ligada aos seus ancestrais míticos e
antepassados é dado, amparando tudo e todos. A ela são consagradas todas as
cabeças. A inteligência e o equilíbrio do mundo lhe pertencem.
A principal comida dada a Iemanja chama-se Ya Ebô, ou seja, milho branco refogada
com cebola ralada e camarão moído e um pouco de camarão inteiro. Em determinadas
casas, faz-se com azeite de oliva em razão de Iemanja está muito próximo a Oxalá.
Iemanja recebe também manjar, um prato feito com leite de coco e creme de arroz.

6
Comida e cozinha do Orixá
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­

EJÁ - Material Necessário: Peixe tipo sargo, tainha ou dourada, Azeite Doce, Camarão
Seco Socado, Cebola Ralada.

Maneira de Fazer: Limpar o peixe tirando as escamas e tripas, atenção deixar guelras, e
barbatanas. Num tabuleiro colocar cebola ralada, azeite, e algum camarão ralado.
Coloca-se o peixe, e alguma cebola em cima e dentro dele, regar com azeite e deitar
algum pó de camarão em cima. Levar ao forno sem deixar queimar. Preparar numa
travessa canjica refugada e farofa de azeite refugado, metade de cada da travessa no
sentido do comprimento e coloca-se o peixe em cima.

EBOIÁ - Material Necessário: Canjica Cozida, Azeite Doce, Cebola Ralada


Maneira de Fazer: Faz-se um refugado de cebola ralada e azeite doce, sal, depois de
puxar um bocadinho, coloca-se a canjica e mexe-se de forma a refugar por todo. Servir
em taça branca.

FAROFA - Cebola ralada, azeite e fazer um refugado leve, colocar a farinha mandioca,
e mexer bem ate ficar bem solta. Serve para forrar travessa com peixe.

ARROZ REFUGADO – Previamente cozer arroz em agua. Faz-se um refugado de


cebola ralada e azeite doce, sal, depois de puxar um bocadinho, coloca-se o arroz
cozido e mexe-se de forma a refugar por todo. Servir em taça branca ou travessa

MANJAR SALGADO - Num tacho colocar 4 colheres de pau, cheias, da farinha


Maizena, juntar um litro de água, uma pitada de sal (pouco) (e não colocar sal se for
para Oxalá), e mexer bem, ate ganhar ponto e ficar translucido. Colocar em forma
alumínio e deixar arrefecer antes de servir em prato branco.

MANJAR DOCE - Num tacho colocar 4 colheres de pau, cheias, da farinha Maizena,
juntar um litro de leite, 3 colheres leite de coco, açúcar, e mexer bem, ate ganhar ponto.
Começa por ficar tipo retalhado e mexer sempre. Colocar em forma alumínio e deixar
arrefecer antes de servir em prato branco.

ARROZ DOCE - Numa panela colocar meio litro de leite, 3 colheres de leite coco,
açúcar, 2 paus de canela, uma pitada de erve doce, e 6 cravinhos. Deixar ferver.
Colocar o arroz cozido só em água, e mexer ate ficar o arroz aberto. Servir em travessa.

XANGO
Xangô é rei. Este Orixá é de tanta popularidade que, no Recife, seu nome diz respeito a
todos os cultos africanos praticados em Pernambuco.
Conhecido como juiz e princípio da justiça, Xangô, que odeia a mentira, pune com rigor
e violência todos os seus inimigos. Na sua dança, relembra sua majestade, mas
também sua criatividade diante do fogo. Pai de muitos filhos e homem de muitas
mulheres, Xangô é comemorado ao redor de sua comida preferida, o amalá, prato
regado com um molho de quiabos. Além disso, Xangô gosta de comer inhame, bola de
arroz e acaçá.

AGEBÔ ou AGEGBÔ - Separar 6 quiabos de lado. Cortam-se os quiabos em rodelas


finas para uma tigela branca. Juntar 6 colheres de água e 6 de açúcar amarelo ou

7
Comida e cozinha do Orixá
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­
mascavado, e amassar com as mãos, ate fazer uma baba. Colocar os 6 quiabos em
cima com a ponta mais fina pra cima.

AMALÁ -. Separar 6 ou 12 quiabos inteiros, para depois colocar no refugado. É feito


com quiabo cortado as rodelas finas, fazer refugado de cebola ralada, sal, azeite de
dendê ou azeite doce, pode ser feito de várias maneiras. Refugar tudo e ir adicionando
agua aos poucos. É oferecido numa gamela forrada com massa de acaçá ou farinha de
mandioca (pirão)

OXALA
Na lista dos Orixás, Oxalá ocupa uma posição incontestável. É o rei do pano branco. Por
baixo da alvura de suas vestes vela-se o segredo da existência, da vida e da morte. Ele
é as águas imemoriais que enchiam a terra. Quando se fala em Oxalá, pensa-se em
Deus, numa coisa universal, no Universo, feminino e masculino, pois, Deus não tem
sexo. É um dos Orixás mais antigos.
Apoiado num cajado ritual, o opaxôro, ou árvore da vida, o Ancestral da Criação surge
sob duas formas. A primeira, como um ancião que se movimenta apoiado com a ajuda
das pessoas e a outra como um guerreiro, amante de inhame pilado que luta armado de
escudo, espada e exibe numa de suas mãos, sua insígnia, a mão de pilão.
Uma de suas comidas, o Ebô, nomeia também a sua festa. O Ebô é uma comida feita
de milho branco simplesmente bem cozido. Oxalá come também inhame cozido
amassado, acaçá, uma pasta feita de milho, enrolada na folha de banana, e ekuru,
iguaria à base de feijão fradinho, cozida no vapor.

EBÔ - Cozinha-se a canjica somente em água. Depois de bem cozida, coloca-se numa
vasilha branca, coloca-se bastante mel de abelhas e cobre-se com algodão. Pode-se
fazer sem o mel.

ACAÇÁ - Moesse o milho de canjica, cozinha-se até dar até dar o ponto de ficar bem
durinho e enrole os bolinhos na folha da bananeira.

INHAME ACARÁ - Cozinha-se o inhame e depois amassa-se feito um puré com um


pouco de mel. Faz-se bolinhos na mão e coloca-se em pratos brancos. Oferece-se a
Oxalá OXAGUIAN 8 bolos.

ARROZ DOCE OXAGUIAN - Ingredientes1 tigela branca grande, arroz, mel, 1 litro de
leite de cabra.

Cozinhe o arroz com 2 litros de água. Deixe cozinhando, até que toda água evapore.
Junte, na própria panela, o leite e o mel a gosto. Coloque esse arroz na tigela,
previamente lavada com água e mel. Decore com um ramo de boldo.

Nota: Todos os Orixás do Candomblé comem acaçá branco. Em cima da comida do


Orixá, antes de oferecer-lhe, deve-se abrir um acaçá branco.

CABOCLO

8
Comida e cozinha do Orixá
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­
Material Necessário: Alface, Farinha de Mandioca, Mel de Abelha, Azeite de Oliva,
Carne Crua, 01 Travessa de Barro

Maneira de Fazer: Faz-se uma salada de alface, com uma farofa d'água ou de mel,
carne crua e azeite de oliva por cima, coloca-se tudo numa travessa de barro.

Outras Comidas:
Abóbora moranga, assada na brasa, com mel de abelha.
Aipim ou mandioca, assado na brasa, com mel de abelha.
Ebô (canjica) com fumo de rolo desfiado e côco.
Mingau de milho vermelho com côco e fumo de rolo.
Milho vermelho com côco e fumo de rolo desfiado.
Amendoim cozido em água, com mel de abelhas.
Vinho branco, moscatel e cachaça.

EGUM
OGUIDÍ - Coloca-se de molho, numa panela de barro, uma quantidade de farinha de
milho bem fina (milharina). Esta farinha deverá permanecer de molho por dois ou três
dias até que fermente. Uma vez fermentada, acrescenta-se canela em casca; anis
estrelados em pó, baunilha, e açúcar mascavo. Cozinha-se em fogo lento.
Quando tudo tiver adquirido a consistência de uma massa, retira-se do fogo e enrola-se
em folhas de mamona. Depois de enroladas e bem amarradas para que não se abram,
coloca-se uma panela com água para ferver. Assim que a água estiver fervendo, coloca-
se dentro, as trouxinhas, deixando que cozinhem durante quinze minutos, retirando-se
em seguida e colocando-se de lado para que esfriem. Quando estiverem frias, retira-se
o invólucro de folhas e arruma-se numa travessa de barro, regando-se com bastante
mel.
Deve-se fazer sempre, um número de nove oguidís ou então, o número correspondente
ao Odu que determinou a oferenda.
Entrega-se a Egun na porta do cemitério ou nos pés de uma árvore seca.

OLELE - Deixar, por 3 dias, uma porção de feijão fradinho, de molho na água.
No terceiro dia, moem-se o feijão fradinho no liquidificador usando a menor quantidade
de água possível, para que a massa resultante fique bem espessa.
Refoga-se, numa panela à parte, uma cebola, pimentão vermelho, cominho, orégão e
tomate. Quando tudo estiver bem refogado, junta-se 2 ovos e deixa-se no fogo por mais
um tempo, mexendo sempre, com uma colher de pau. Tira-se do fogo e coloca-se, com
a colher, pequenas porções em folhas de mamona, embrulhando-se em forma de
trouxinhas. Coloca-se as trouxinhas para ferver durante 25 minutos, depois do que,
retira-se da água e deixa-se esfriar. Depois de frias, retira-se as folhas de mamona,
arreia-se nos pés de Egun e, no terceiro dia, retira-se e enterra-se num terreno baldio ou
dentro de uma mata.
Importante: As comidas oferecidas a Egun não levam sal, com excepção daquelas feitas
para o consumo das pessoas, das quais retira-se uma pequena porção para oferecer a
Egun

ERES

9
Comida e cozinha do Orixá
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­
CARURU - É uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana. É preparado com
quiabo cortado em quatro de comprido e depois em rodelas, cebola ralada ou batida no
processador, pó de camarão, sal, azeite de dendê, castanha-de-caju torrada e moída,
amendoim torrado sem casca e moído. Preparação: Numa panela coloque azeite de
dendê, a cebola e o sal, refogue um pouco, em seguida coloque o quiabo cortado,
colocar um pouco de água e deixar cozinhar, quando estiver cozido colocar aos poucos
a castanha e o amendoim acrescentando um pouco mais de dendê, depois de pronto é
colocado numa gamela.

10

Você também pode gostar