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CAPITULO I – BURGUESES E PROLETÁRIOS


O comunismo já é conhecido por toda a Europa e está ganhando uma força popular considerável,
sendo agora tempo de apresentar para o mundo inteiro seus objetivos, tendências e ideologias.
A história da sociedade é a historia da luta de classes. Antigamente o homem livre oprimia o
escravo; na Roma Antiga, os patrícios faziam o mesmo com os plebeus; no período feudal os servos
eram oprimidos pelos senhores feudais; e na época em que o manifesto foi escrito, os opressores
eram os burgueses e os oprimidos, os proletários.
A transição do modo de produção feudal para o capitalista deu-se devido ao aumento da demanda
de produtos e o aumento da população urbana, já que os camponeses foram expulsos de suas terras
– fenômeno conhecido como putting out. Os mestres de corporações de ofícios foram logo
substituídos pelos burgueses e rapidamente surgiram as máquinas a vapor. Era o inicio da era da
indústria moderna.
Nessa fase ocorre a substituição da classe média industrial pelos chamados de “capitães da
indústria”, senhores donos do que Marx e Engels chamam de verdadeiros exércitos de proletários,
formando a burguesia moderna..
A existência da burguesia só seria possível através de revoluções nos meios de produção, na
sociedade e nas relações de produção.
Conforme o mercado vai crescendo, junto com a demanda comercial, as fronteiras devem ser
expandidas e a burguesia estende-se por todo o globo. As antigas indústrias nacionais são trocadas pelas
novas, que já não usam mais a matéria prima local. Tais indústrias são criadas para abastecer não só o
mercado interno, mas também a necessidade mundial..

A medida que a burguesia “evolui” o proletário faz o mesmo, sendo obrigados a vender sua força e se
sujeitarem a todo tipo de mudança no mercado e concorrência, além de não terem direitos garantidos.
As diferenças entre idade e sexo não importam também, já que são todos mercadorias.

As máquinas tornam cada vez mais impessoal o trabalho do homem, que antes executava todas as
tarefas para a transformação da matéria prima em objeto de consumo e agora nem se vê mais no produto
final.

O proletário passa por fases de desenvolvimento, e a luta contra a burguesia nasce lentamente: primeiro
proletários assumem isoladamente a causa, depois o número de “guerreiros” vai aumentando e alcança o
nível de uma fábrica, depois para uma mesma localidade contra o burguês responsável.

Não basta apenas atacar o burguês, é necessário atacar o meio de produção burguês, destruindo
mercadorias e máquinas – movimento conhecido como Ludismo – e lutam para reconquistar a posição
perdida do artesão da Idade Média.

Com o desenvolvimento da indústria, a classe operaria cresce em número e conscientemente,


descobrindo sua força, através de concentrações cada vez maiores.

Os sindicatos são fundados, tornando-se associações permanentes contra a burguesia e a favor dos
direitos proletários. A luta vai tomando cada vez mais força, que não tem êxito imediato porém
aumenta, cada vez mais, o exército de trabalhadores contra a classe dominante.

Os choques entre as classes antigas favorece a luta dos proletários. A guerra da burguesia contra a
aristocracia e contra a própria burguesia e a de outros países. Qualquer um que entrasse em choque com
o desenvolvimento industrial era problema para a burguesia.

Todos se voltam contra a burguesia, porém apenas os trabalhadores tem coragem de lutar contra ela. Os
outros sentem-se ameaçados e não podem ser considerados revolucionários mas sim conservadores e até
reacionários.

As sociedades são baseadas no antagonismo entre classes, porém a minoria nunca deve ser privada de
suas necessidades básicas, nem mesmo os escravos. O problema é que os operários são cada vez mais
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rebaixados, ao invés de evoluírem com o desenvolvido da indústria, sendo uma relação inversamente
proporcional.

A burguesia só cresce se houver o acumulo de capital, que no caso só pode ocorrer caso haja trabalho
assalariado, que precisa exclusivamente dos operários e da necessidade imposta a esses de vender sua
força em troca de dinheiro para sobreviver.

CAPITULO II – PROLETÁRIOS E COMUNISTAS

O interesse do movimento comunista é unir todo o proletariado do mundo e promover a luta contra a
burguesia. A sociedade burguesa surgiu pela Revolução Francesa quando foi extinto o feudalismo. O
comunismo deseja abolir a propriedade burguesa.

O trabalho assalariado cria capital e o mesmo é uma força social, e não individual. No comunismo o
trabalho exalta o proletariado, já na burguesia o capital é independente e individual.

Os comunistas propõem o fim da propriedade privada e da família. A abolição da propriedade privada


existe quando nem todos tem o direito de usufruir. A abolição da família tradicional, acabar com a
exploração infantil, educação pública e social.

Comunismo quer extinguir o conceito da mulher como meio de produção, o proletariado pretende ser a
nação, a partir de que o homem deixa de ser exploradas, as nações também deixam.

As ideias dominantes de uma época são sempre ideias de classes dominantes. È necessário a ruptura
mais radical com as relações tradicionais e, deve ser postas em pratica, a expropriação da propriedade
territorial e emprego da renda e proveito do estado; imposto totalmente progressivo; abolição do direito
de herança; confisco da propriedade de todos os emigrantes e sediciosos; centralização do crédito nas
mãos do estado, por meio de um banco nacional com capital do estado e com monopólio exclusivo;
centralização dos meios de comunicação e transporte nas mãos do estados; multiplicação das fabricas e
meios de produção possuídos pelo estado, o cultivo das terras improdutivas e o aprimoramento do solo
em geral, segundo um plano; trabalho obrigatório para todos, estabelecimento de exércitos industriais,
especialmente para a agricultura; combinação da agricultura com as industrias manufatureiras e abolição
gradual da distinção entre cidade e campo, or meio de uma distribuição mais igualitária da população
pelo pais; educação gratuita para todas as crianças, em escolas publicas, abolição do trabalho infantil nas
fabricas, tal como é feito atualmente, combinação de educação com a produção industrial. Tudo isso se
torna necessário na teoria para o livre desenvolvimento de todos.

CAPÍTULO III – LITERATURA SOCIALISTA E COMUNISTA

A) SOCIALISMO FEUDAL

Em busca da simpatia popular, a antiga nobreza medieval foi forçada a demonstrar abandono de seus
interesses em prol do bem geral, aparentemente colocando-se do lado do proletariado. Assim surgiu o
socialismo feudal, sendo uma mistura de reclamações e críticas aos senhores e à burguesia.

Os aristocratas tentaram levantar a bandeira do pobre para conseguir o apoio do povo, porém não deu
certo. O povo, ciente do passado nobre feudal explorador desses aristocratas, rejeitou essa aproximação.

Quando afirmam que o modo de exploração feudal difere do modo burguês, os líderes do feudalismo
ignoram o fato de que o primeiro operava e circunstancias diversas e sem sentido atualmente. Ao
salientarem a inexistência do proletariado no período feudal, ignoram o fato de que a burguesia moderna
descende do regime social feudal.

A aristocracia afirma que os burgueses são responsáveis pela criação do proletariado, entretanto, o
problema entre elas é o fato da burguesia ter transformado a já existente classe proletária em uma classe
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revolucionária. A fim de reprimir a classe operária, os aristocratas participam ativamente do meio


político.

B) SOCIALISMO PEQUENO-BURGUÊS:

Os pequenos burgueses e pequenos camponeses foram os percursores da burguesia moderna. Entretanto,


nos países subdesenvolvidos, essas classes apenas sobreviviam entre a burguesia em ascensão.

Já nos países mais desenvolvidos, a classe de pequenos burgueses emerge entre o proletariado e a
burguesia, se renovando constantemente. Entretanto, devido à concorrência, muitos desses pequenos
burgueses se tornando proletários.

O socialismo pequeno-burguês surgiu quando o intelectuais, que defendiam as causas proletárias e eram
contra os grandes burgueses, assumiram a causa e passaram a fazer suas críticas baseados nos critérios
pequenos-burgueses e camponeses.

O objetivo real desse socialismo é a restauração do modo de produção e troca e o antigo sistema de
propriedade, sendo então um socialismo reacionário e utópico. A proposta para a manufatura é um
regime corporativo e para a agricultura, patriarcal.

C) SOCIALISMO ALEMÃO – “VERDADEIRO SOCIALISMO”

Ao importarem a literatura socialista francesa para Alemanha, os responsáveis não consideraram as


diferenças das condições sociais de ambos os países. Além disso, a tradução foi feita de forma literal e
foram enxertados filosofismos dos filósofos tradutores, esvaziando as teorias, transformando tal
literatura em apenas informação literária e, consequentemente, levando o chamado “verdadeiro
socialismo” à perda de influência.

A luta da burguesia prussiana contra o feudalismo e o absolutismo deu força ao liberalismo, dando
chance do verdadeiro socialismo se mostrar como movimento político e se reinventar, apresentando
reinvindicações verdadeiramente socialistas.

O verdadeiro socialismo então se desprendeu das origens francesas, criando uma ideologia própria. Se
tornou uma arma do governo contra a burguesia, onde o pequeno burguês utilizava de suas teorias para
justificar as mesquinharias que cometia.

SOCIALISMO CONSERVADOR / BURGUÊS

A fim de fortalecer a sociedade burguesa e aumentar a produção e consumo, parte da burguesia tentar
resolver os problemas sociais da época. Os socialistas burgueses buscam usufruir os privilégios da
modernidade sem os perigos e conflitos envolvidos, ou seja, visam uma sociedade sem elementos
revolucionários, sem proletariado. A burguesia almeja um mundo perfeito, onde os proletários possam
participar do sistema sem que haja ódio e conflito com os burgueses. Esperam que a classe operária não
se envolva em movimentos revolucionários.

Essa forma de socialismo não prega a abolição das relações burguesas de produção e transformação das
condições de vida – que só seria possível por meio revolucionário -, mas sim que essas reformas
ocorram de forma pacífica, sendo apenas de ordem administrativa. É uma simples figura de retórica.

O SOCIALISMO E O COMUNISMO CRÍTICO UTÓPICO

Os iniciadores desse movimento compreenderam bem os antagonismos entre as classes e a ação dos
fatores que provocariam a dissolução da sociedade dominante, mas não reconhecem no proletariado
nenhuma iniciativa histórica e nem capacidade de organizarem um movimento.
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Defendem a classe operaria, já que essa é a mais sofredora. Se acham superiores aos antagonismos e
consideram rudimentar a luta de classes, algo que deve ser superado. Anseiam por melhores condições
matérias à todas as classes, mesmo as mais altas. Afastam a possibilidade de ação política
revolucionária, buscando seus objetivos de forma pacífica.

É possível notar os elementos críticos das obras socialistas e comunistas, que atacam a sociedade nas
suas bases. Entretanto, essas mesmas obras forneceram matérias para esclarecer o proletariado. O
socialismo / comunismo pretende eliminar o antagonismo entre classes, por isso é definido como
utópico. Sua importância aumenta conforme se acentua a luta de classes, já que a desigualdade gera
maior desejo de acabar com ela.

Muitos dos discípulos dos fundadores revolucionários do socialismo e comunismo crítico utópico
acabam se tornando reacionários pois, ao tentar colocar em prática seus planos utópicos, utilizam de
verbas vindas de cofres filantrópicos burgueses. São completamente opostos a ações políticas da classe
operária.

CAPITULO IV – POSIÇÃO DOS COMUNISTAS DIANTE DOS DIVERSOS PARTIDOS DE


OPOSIÇÃO

Em diversos países europeus durante a segunda metade do século XIX, os Partidos Comunistas uniram-
se a diversos outros partidos que possuíam pensamentos e teorias diferentes aos dos comunistas na
tentativa de fortalecerem-se. Algumas alianças, como a ocorrida na Alemanha eram, para um leigo, até
absurdas.

Na França a alianças dos comunistas eram com os democratas-socialistas tentando desmentir algumas
ilusões do período revolucionário. Na Suíça a união eram com os radicais, que entretanto era formado
também por democratas-socialistas. Na Polônia apoiavam o partido responsável pela insurreição da
Cracóvia e que possuía caráter camponês.

Na Alemanha o apoio era em favor da burguesia, pelo fato desta classe estar começando sua revolução
contra o poder absolutista e o modelo feudal vigente até então. Entretanto o proletário já nasceria muito
mais desenvolvido que os proletários franceses e ingleses e a revolução burguesa seria apenas um
prelúdio pra revolução do proletário.

Apesar das diferentes alianças em cada país, todos os partidos comunistas buscam a todo momento o
melhor para o proletário e a união internacional dos países comunistas para tornar a luta dos
trabalhadores mais fortes. Os comunistas entendem a necessidade da violência para poder chegar de fato
ao poder e desta forma acabar com a classe dominante que é a burguesia e o sistema de classes.

CONCLUSÃO:

O livro se tornou um objeto de estudo por apresentar a teoria que acaba com a exploração dos
oprimidos. Ideias do livro são eficazes contra o acumulo de capital, as mazelas que o mesmo provoca, o
compartilhamento de tudo em relação a concentração do poder e do capital com o estado para ser
repartido igualmente e não ocorrer a desigualdade. O livro busca o equilíbrio de uma economia para não
existir miséria, mão de obra explorada demasiadamente e promover uma equidade social

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