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UFMS

Curso de história

Professor:
Aluno (a) .....
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul-UFMS/CPNA História-
História do Brasil I
26/06/2022

As correlações entre sodomitas, infames e o rei

Resumo:

A religião sempre teve um papel importante em meio a sociedade e se

olharmos para trás, era colocada como um dos pilares para ela, porém até
onde nosso olhar religioso deve interferir no nosso julgamento sobre nós
mesmo e também sobre os outro? Tendo como base três textos estudados em
sala e lidos atentamente para a elaboração deste trabalho, faremos uma breve,
porém sucinta relação entre os textos, vendo seus pontos de convergências e
alguns de divergência. Entendendo que cada um deles se passa em um lugar e
períodos um pouco distintos, vamos procurar relacionar ao máximo seus
assuntos e compreende-los a fundo.

Introdução:

O mundo moderno em que vivemos hoje nos da a sensação de liberdade, mas

não para todos nós, apenas para uma grande maioria, mas e essa minoria que
não tem essa sensação? Por muitos foram perseguidos e mesmo com o passar
dos anos, ainda são e se mesmo com toda a evolução que nossa sociedade
passou, ainda muitos de nós carregam tanto preconceito e julgamento
referente a outros. O que nos leva a pensar sobre nosso passado, mas
precisamente sobre como lidavam com o preconceito em uma época em que o
que mais existia eram pessoas preconceituosas e isso perante a sociedade era
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aceitável e nunca condenável, condenando a penas as pessoas que por muitos

eram consideradas infames ou homossexuais.

O julgamento para que as pessoas fossem consideradas infames era breve e

não se precisava de muito, considerando a cultura e moral da época, entende-
se o porquê, já que os bons costumes eram importantes e ainda mais para as
mulheres, a fama que tinham dizia muito sobre quem eram. Trazendo épocas
diferentes, mas importante destacar que nenhuma se trata da nossa sociedade
atual, da modernidade que vivemos, todas trataremos como “passado” e
veremos as diferenças e semelhas dentro do assunto aqui tratado. Se
acreditavam em uma “cura” para essas pessoas e os que deveriam “cura-los”
eram os que mais os condenavam e muitas vezes os entregavam ao rei, para
que ele os julgasse e os punisse como achasse melhor.

Com base em três importantes textos, sendo eles: “A vida dos homens
infames” - Michel Foucault, “A arte de curar os males da colônia” - Roberto
Machado e “Cripto-sodomitas em Pernambuco colônia,” - Luiz Mott, vamos nos
aprofundar nos assuntos trazidos por eles, mostrando a intertextualidade que
existe em suas obras e fazendo relação com o tema deste trabalho que é
mostrar o preconceito e como lidavam com ele na época, o que está presente
de formas diferentes em cada um dos textos. Através da leitura de cada um
deles e do entendimento de que cada um se passa em um período histórico
diferente, a relação feita entre os textos será sucinta.

Desenvolvimento:

É necessário que comecemos com uma breve contextualização sobre o tema

dos textos bases citados para o desenvolvimento deste trabalho, temos então
em um deles um texto que se resume basicamente em uma parte do livro de
Foucault, seguimos então para um que nos leva para a Colônia, onde é
retratado alguns dos males da época e a arte de cura-los ou tentar curar e por
último, somos levamos ao Pernambuco colonial para compreendermos a
homossexualidade neste período e melhor dizendo, nesta região. Tendo em
comum a igreja e a monarquia em todos os textos, são citados um rei ou o
período monárquico absolutista, como um poder maior.
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Lendo atentamente o texto “A vida dos homens infames” podemos perceber

que parar ser considerado infame na época, não se precisava de muito. Eram
julgados e “condenados” como pessoas infames, aquela que muitas vezes não
seguiam os parâmetros impostos pela sociedade e Foucault deixa claro que
esse julgamento tem seu início nas instituições religiosas, onde por exemplo,
as pessoas tem que comparecer para confessar seus pecados com o intuito de
conseguirem o perdão. Como por exemplo na época da inquisição onde as
mulheres que eram consideradas bruxas, foram queimadas, sendo um exemplo
de mulheres infames para a época. Deixando em evidencia que o monarca que
detinha o poder e comandava tudo, inclusiva o olhar sobre a vida dos
indivíduos, os julgando, como a maioria fazia.

Já no segundo texto estudado: “Cripto-sodomitas em Pernambuco colonial”,

vemos sendo retratado a chegada de um visitante do santo tribunal a cidade,
sendo ele quer irá ouvir os pecados dos moradores e os ouvindo, chegando a
conclusão que para essa população o mais grave deles, era a sodomia.
Também apresenta a diferença na época, entre a sodomia e o fanchono, pois a
relação de um homem com outro, não era considerado sodomia se não
houvesse a penetração e ejaculação. Eram clandestinos, a homossexualidade
era clandestina, vivam tudo por de baixo dos panos e tudo leva a crer que
possuíam sinais ou algum tipo de código para que pudessem se reconhecer.

No terceiro texto usado para basear este trabalho, temos a enfatização da

importância dos médicos para curar a população, em uma época onde as
doenças epidêmicas alcançavam seu auge, a população se encontrava em
desespero atrás de alguém que pudesse os curar, escreviam cartas solicitando
ao rei que lhes enviassem um médico. Tendo que passar pelo rei os pedidos e
sendo a sua decisão sobre cuidar ou não de seus súditos, se encontrando num
lugar de máxima autoridade, o rei tinha poder sobre tudo e todos. Visto que,
todos os textos tem particularidades em comum, como a religião ou a figura
monárquica de um rei, os dois primeiros tratam de pecados, de pessoas que
eram consideradas pecadoras, no caso do primeiro, infames e no caso do
segundo, os sodomitas. Como para ser considerado infame, bastava pouco, os
sodomitas também se encaixariam e fariam parte deste povo, seus pecados
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sendo ouvidos e julgados por uma instituição religiosa, também são

convergências.

No segundo e terceiro textos temos convergências em relação ao rei como um

poder supremo, o que é deixado bem claro ao longo dos textos, já que tudo
tem que passar por ele, ser aprovado. O que nos leva a entender que as
convergências em cada um deles, são diversas, sendo bem encaixados um
texto ao outro, servindo algumas vezes de complemento, já que como vistos,
muitas vezes falam de assunto parecidos, como o dos sodomitas e das
pessoas infames, que poderiam ser colocados um ao lado do outro, servindo
como complemento e para um entendimento maior sobre como a sociedade
passada encarava algo “desconhecido”, seus preconceitos e julgamentos sobre
isso, tendo que ter sempre uma opinião religiosa em seu meio.

Conclusão:

Com tudo, podemos concluir que as convergências dos três textos citados, são
grandes, fazendo com que possamos usa-los como “complemento” um do
outro. As passagens mesmo que não escritas pelo o mesmo autor,
principalmente do primeiro e segundo texto, tem muito em comum, os temas
em si se relacionam, mostrando sempre o preconceito e o julgamento que a
sociedade exercesse sobre todas, evidenciando a igreja como um dos
principais percursores desse preconceito, sempre fazendo com que o julgar
seja maior que o perdão e mesmo quando recorriam a ela em busca dele, já
esperavam que primeiro, seriam julgados para depois se arrependerem de
seus pecados.

Tendo em vista que esses acontecimentos não tratam de uma sociedade

moderna, mas de uma monarquia, onde tudo passava pelo o rei, o que não os
impediam de serem julgados, muito pelo o contrário, só intensificava esse
julgamento. O monarca controlava tudo, como no terceiro texto citado, até na
medicina seu controle se estendia, já que os seus súditos só poderiam ter
acesso a ela, se tivessem sua autorização. O que hodiernamente não mudou
muito, já que ainda muitos de nós colocam políticos como deuses, sendo um
tema que se encaixa bem na nossa atual conjuntura da sociedade.
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Referências bibliográficas:

“A vida dos homens infames” - Michel Foucault

Acessado em: 26/06/2022

“A arte de curar os males da colônia” - Roberto Machado

Acessado em:26/06/2022

“Cripto-sodomitas em Pernambuco colônia,” - Luiz Mott

Acessado em:26/06/2022