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ISSN 1413-389X Temas em Psicologia - 2010, Vol.

18, no 2, 335 – 343

Tratamento psicológico em grupo para dor crônica

Daiane Soares Silva


Psicóloga clínica, Goiânia – GO – Brasil

Eliana Porto Rocha


Psicóloga clínica, Goiânia – GO – Brasil

Luc Vandenberghe
Pontifícia Universidade Católica de Goiás – Goiânia – GO – Brasil

Resumo
O objetivo deste trabalho é identificar algumas dimensões de conteúdo numa terapia em grupo para
dor crônica. Participaram do estudo 15 mulheres com idade entre 30 e 58 anos. Três grupos foram
formados e foi aplicado um protocolo de 12 sessões de cunho misto, psicoeducativo e psicoterápico.
As sessões foram gravadas, transcritas e submetidas a uma análise de acordo com os preceitos da
grounded theory, a fim de identificar os conteúdos do processo terapêutico. Surgiram quatro
categorias: Convivência com a dor; Problemas do cotidiano; Relacionamento com os terapeutas e
Interação ao vivo entre participantes. Em cada uma dessas quatro dimensões, é possível descrever
uma busca das participantes de ajustar suas formas de lidar com suas emoções, com seu passado, com
relacionamentos interpessoais e consigo. As quatro categorias sustentam uma proposta de terapia em
grupo que não só ensina lidar com dor, mas aborda uma variedade de aspectos pessoais e sociais que
influenciam a dor crônica.
Palavras-chave: Psicoterapia de grupo, Dor crônica, Manejo da dor.

Psychological treatment for chronic pain

Abstract
The present study intends to identify content dimensions in group therapy for chronic pain. Fifteen
women between 30 and 58 years old participated in this study. Three groups were formed and twelve
sessions mixing psycho-educational and psychotherapy protocol were applied. The sessions were
recorded, transcribed and submitted to a grounded theory analysis, in order to identify the dimensions
of the treatment process. Four categories emerged: Living with pain; Daily life problems;
Relationship with the therapists and In-vivo interaction between participants. In each of these
dimensions, it is possible to describe the quest of the participants to adjust their ways of coping with
emotions, with their past, with interpersonal relationships and with their self perception. The four
categories support a proposal for group therapy that does not only provide ways to cope with pain, but
mobilizes a variety of personal and social variables that influence chronic pain.
Keywords: Group psychotherapy, Chronic pain, Coping with pain.

_____________________________________
Endereço para correspondência: Daiane Soares Silva - Rua Periatã, Qd. 207, Lt. 07. Parque Amazônia, Goiânia,
GO. E-mail: daianedv@hotmail.com. Luc Vandenberghe – E-mail: luc.m.vandenberghe@gmail.com
Apoio financeiro da CNPQ através de bolsa de iniciação científica
Os autores gostariam explicitar sua gratidão a Rosely Domingues Guimarães de Oliveira e Daniella Batista de
Ataídes Marques, que atuaram como terapeutas na fase piloto e desenvolveram, junto com o terceiro autor, a
primeira versão do protocolo de tratamento. Agradecem também a Daniella e Rosely, por conduzir, juntamente
com a primeira autora, os grupos em que foi obtido o material para essa pesquisa. E finalmente, agradecem a
Daniella, Rosely e Katiúscia Kelly de Andrade pela ajuda na pesquisa bibliográfica, pelo apoio logístico e pelas
contribuições e ajuda em diversos aspectos do projeto.
336 Silva, D. S., Rocha, E. P., & Vandenberghe, L.

A dor é uma experiência sensorial que cada uma dessas. De fato, chama atenção que
contém também aspectos emocionais, os tratamentos psicológicos com apoio
cognitivos e interpessoais. Há uma integração empírico são muito diversos nas suas
profunda entre os processos corpóreos e fundamentações teóricas e técnicas. Nos
psicológicos na produção da dor crônica. parágrafos que seguem, apresentamos algo
Melzack (1998) descreve como o estresse dessa diversidade. Certos tratamentos focam
psicossocial está envolvido nestes processos. especificamente na emoção, outros na
Relacionamentos tensos e conflituosos colocam cognição, outros na interação com o ambiente e
em ação as típicas cascatas neuro-hormonais do ainda outros na aceitação.
estresse. Em resposta à traumatização Existem tratamentos da dor que enfocam
psicológica repetida e a conflitos não resolvidos as respostas de medo relacionadas com a dor.
no dia a dia, o corpo pode vir a liberar Esses tratamentos usam técnicas de exposição
substâncias que agridem os próprios tecidos. ao vivo, pautados no paradigma pavloviano,
Um exemplo conhecido são as citocinas. Estas para extinguir o medo da dor. Pode parecer
promovem a quebra de proteínas para liberar a contraintuitivo que a mera modificação de
glicose que o corpo necessita frente às respostas emocionais possa eliminar um quadro
exigências sistêmicas da resposta de estresse. de dor crônica. Para explicar esse efeito,
Frequentes ataques desse tipo, durante anos, Vlaeyen, Jong, Leeuw e Crombez (2004) se
corroem os tecidos musculares e a mielina das referem à existência de um círculo vicioso que
cápsulas dos neurônios, levando assim a danos é composto (1) pela vigilância excessiva da
permanentes. Além disso, quando a resposta de parte do paciente para detectar sinais que
estresse se torna crônica, a cascata fisiológica podem anteceder a dor, (2) as estratégias de
do estresse inibe a atividade imune, deixando esquiva disfuncionais para evitar as sensações
os tecidos vulneráveis. A própria dor também ameaçadoras, (3) o aumento de estresse e da
causa estresse, que coloca em ação as mesmas tensão corporal por causa desse comportamento
cascatas, gerando assim um espiral de dor e apreensivo e (4) o aumento da sensação de dor,
estresse cada vez mais graves. decorrente da tensão e do estresse, que, por sua
Essa interação entre fisiologia e vez, leva para mais apreensão e hipervigilância.
sofrimento subjetivo mostra como pode ser A eliminação do medo interrompe esse círculo
enganosa a distinção entre dor com causas pelo fato de diminuir a vigilância excessiva, a
físicas e dor com causas subjetivas. Ao tratar tensão e a tendência de recorrer a estratégias de
pessoas com dor crônica, o psicólogo deve esquiva.
considerar o entrelaçamento intrínseco entre Os tratamentos cognitivo-
fatores psicológicos e processos corporais. comportamentais enfocam as distorções
Deslocando a dor que um paciente relata para o cognitivas e as crenças disfuncionais às quais
nível imaginário, dizendo que essa dor não é atribuem um papel causal importante no
física, o clínico pode subestimar o quanto o problema. Tais tratamentos são muitas vezes
sofrimento está inscrito no corpo físico. A estruturados na forma de programas
dicotomia artificial entre dor de origem física e psicoeducativos que ensinam estratégias de
de origem emocional desqualifica a vivência coping adequados. Além disso, lançam mão do
real do paciente, atribuindo a dor dele a um amplo arsenal clínico das psicoterapias
distúrbio mental. Além disso, desconsidera a cognitivas, incluindo as diferentes estratégias
compreensão que construímos acerca dos de reestruturação cognitiva dos pensamentos
processos de estresse e dor (Vandenberghe & automáticos, das suposições e regras acerca de
Ferro, 2005; Ferro & Vandenberghe, 2010). situações concretas do cotidiano e das crenças
É justamente o entrelaçamento da emoção, centrais dos pacientes (Gatchel, Robinson &
da cognição e das dinâmicas interpessoais com Stowell, 2006).
os processos corpóreos que explicam o porquê O trabalho de Fordyce (1976) aborda o
de abordar variáveis psicológicas da dor aspecto interpessoal da dor e enfatiza as
crônica na clínica. A complexidade desse interações entre o paciente e seu mundo social.
entrelaçamento se reflete no campo dos Muitas vezes, a comunidade verbal reforça
tratamentos psicológicos. Se a dor está comportamentos específicos que o autor chama
intimamente relacionada às dimensões de comportamentos de dor. Estes são, muitas
emocional, cognitiva e interpessoal, faz sentido vezes, comportamentos de esquiva. O paciente
que o tratamento psicológico possa agir por se queixa, isola-se, mostra-se irritável ou usa
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expressões faciais ou posições corporais. reconhecimento da dor e o abandono de


Assim, é facilmente liberado de tarefas e de tentativas improdutivas de controlá-lo.
responsabilidades, ou evita esforços Promove-se a disposição de vivenciar os
desagradáveis. Porém, essas estratégias de eventos plenamente como eles são. Ajuda-se o
esquiva têm um custo. O paciente deixa de paciente a identificar seus valores pessoais mais
contribuir de forma significativa para com os profundos, auxiliando a direcionar seus
outros e perde acesso a reforçadores positivos esforços ao alcance de seus objetivos de vida e
mais importantes. a realizar atividades repletas de sentido em vez
Em certas circunstâncias, o de essa oferecer espaço indevido à dor.
comportamento de dor tem como função obter Os quatro tratamentos que revisamos são
privilégios na família, ou de impor o que o muito diferentes. Frente a esta situação, é
paciente deseja. Dessa forma, a pessoa necessário esclarecer porque tratamentos
consegue mais atenção e cuidados. Mesmo psicológicos tão diversos podem ajudar. Faz-se
assim, o comportamento de dor prejudica o necessário aprofundar questões acerca do que
paciente ao assumir posturas corporais rígidas, ocorre durante o tratamento, do ponto de vista
incluindo tensão muscular elevada, dos pacientes. O objetivo deste trabalho é
expressando o sofrimento e esquiva de contribuir para a ampliação da abrangência dos
atividades físicas. As posturas tensas e a falta modelos teóricos revisados, analisando o
de atividade física prejudicam a condição física material que pacientes trazem para a sessão e as
do paciente. Tudo isso o deixa mais sensível à experiências que ocorrem quando trabalham
dor. As pessoas ao redor dele muitas vezes suas experiências de sentir dor constantemente
reforçam esses comportamentos, fazendo isso num contexto terapêutico.
com a intenção de ajudar o paciente. O próprio
paciente, muitas vezes, reforça essas respostas
inadequadas do seu ambiente social, reagindo Método
com uma diminuição temporária do Participantes
comportamento da dor, quando é atendido.
Participaram da intervenção 15 pacientes
O tratamento proposto por Fordyce (1976)
de sexo feminino, portadoras da síndrome da
consiste em desenvolver um novo contrato de
dor crônica. Três grupos psicoterapêuticos
convivência entre o paciente e as pessoas mais
foram formados. O Grupo I foi composto por
próximas dele. O analista do comportamento
cinco participantes (A, B, C, D e E) com idades
orienta estes a reforçarem comportamentos
entre 36 e 45 anos, o Grupo II por quatro
adaptativos do paciente, como fazer exercícios
participantes (F, G, H, e I) com idades entre 41
físicos e aprender a se comunicar de forma
e 51 anos, e o Grupo III, por seis participantes
mais assertiva. Tais comportamentos
(J, K, L, M, N e O) com idades entre 30 e 58
adaptativos devem substituir os
anos. A maioria das participantes recebeu o
comportamentos de dor no repertório do
diagnóstico de fibromialgia. A participante G
paciente. O profissional pode treinar as pessoas
tinha o diagnóstico de osteoporose além de
em torno do paciente a deixar de reforçar o
fibromialgia. A participante I sofria de dores
comportamento de dor. Elas podem aprender a
persistentes depois de uma cirurgia na coluna.
reagir com reforçamento diferencial aos
A participante E recebeu o diagnóstico de
comportamentos alternativos adequados do
síndrome do carpo. A Sra. L sofre da Doença
paciente.
de Chagas acompanhado por dores crônicas no
A proposta de tratamento de Dahl, Wilson, corpo. Todas já haviam passado por
Luciano e Hayes (2005) enfatiza os efeitos tratamentos médicos extensos com o intuito de
prejudiciais da esquiva vivencial. Pessoas controle da dor antes de serem encaminhadas.
tentam evitar emoções e sensações aversivas da
mesma forma que aprenderam a evitar eventos
aversivos no mundo externo. Enquanto é Ambiente e materiais
possível fugir ou esquivar de situações As intervenções aconteceram numa sala
desagradáveis, nossos eventos privados sempre equipada com cadeiras, almofadas e
estão presentes, não importam nossas escolhas. colchonetes na clínica escola de uma
Tentar correr dos nossos próprios sentimentos e universidade no Centro-Oeste. Materiais
sensações permite que estes dominem nossa informativos e psicoeducativos diversos foram
vida. O tratamento inicia-se com o usados. As participantes receberam textos
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diversos, selecionados pelas terapeutas, família, no trabalho e na relação com


tratando de dor crônica, fibromialgia, estresse profissionais de saúde e tarefas para facilitar a
pós-traumático e assertividade. Também foram generalização de novos aprendizados para o
entregues tarefas psicoeducativas escritas e cotidiano.
exercícios comportamentais para serem O protocolo foi desenvolvido a partir de
realizadas em casa. As sessões foram experiências prévias em grupos piloto (Oliveira
registradas com um gravador de áudio (Mp4). & Vandenberghe, 2008). Nesses grupos piloto,
Para a análise dos dados, foram usadas as ocorreu uma integração da abordagem
transcrições das sessões e fichas pautadas que psicoterápica/psicoeducativa (Gatchel et al.,
permitiam organizar os códigos criados durante 2006), com os princípios da abordagem
a interpretação dos dados. interpessoal (Fordyce, 1976), o enfrentamento
do medo da dor (Vlaeyen et al., 2004) e a
promoção da aceitação (Dahl et al., 2005).
Procedimentos
Após a aplicação do protocolo de 12
Os dados para esta pesquisa foram obtidos sessões, foram realizadas duas sessões de
no decorrer das sessões em grupo com follow up, a primeira, dois meses após o
mulheres portadoras de dor crônica. As sessões término do grupo, e a segunda, após cinco
ocorreram no formato de atendimento em grupo meses. O objetivo desse seguimento era de
e foram conduzidas por duas terapeutas. A verificar a permanência dos ganhos
primeira autora esteve presente como terapeuta terapêuticos e fazer um trabalho de prevenção
em todos os grupos. Nos grupos I e II, houve de recaídas.
uma segunda terapeuta fixa. No grupo III, além As duas terapeutas compartilhavam as
da primeira autora, houve rodízio de duas tarefas, efetuando um rodízio dos papéis de
coterapeutas. Para ajudar no recrutamento, terapeuta e coterapeuta. A terapeuta tinha um
foram fixados cartazes informativos em papel mais ativo em direcionar as atividades,
hospitais e na universidade. Convites foram enquanto a coterapeuta anotava sobre as
publicados no jornal local e no flash virtual no interações durante as sessões e a atuação da
site da universidade. O diagnóstico médico de terapeuta. O objetivo dessas anotações era de
dor crônica foi um critério estabelecido para fornecer os pontos a serem discutidos durante
participação na pesquisa. A triagem das as intervisões pela terapeuta e coterapeuta após
participantes foi feita por meio de entrevistas as sessões. Ocorriam supervisões com o
de anamnese, estabelecendo também gravidade orientador de uma a duas vezes por semana.
do problema e motivação para participar do Todas as sessões foram registradas com
tratamento. Três grupos foram formados de gravador de áudio e transcritas literalmente no
acordo com a disponibilidade de horários das formato de uma coluna que ocupava a metade
participantes. da folha A4, deixando espaço para as análises,
Foram realizadas 12 sessões semanais, utilizando a metodologia Grounded Theory na
com duração de duas horas cada. O conteúdo sua modificação proposta por Charmaz
de cada sessão continha um eixo temático, (2006/2009). Esse é um método de análise
como, por exemplo: a psicofisiologia da dor, indutiva, usado para construção de categorias,
atividades prazerosas, assertividade, significado que possibilita desenvolver uma descrição
à dor, relacionamentos interpessoais, teórica de certa realidade. O método é mais
autocuidados e manejo. Iniciava-se com um frequentemente usado para descrever como as
momento psicoeducativo apresentado em pessoas vivem certa realidade e como lidam
diálogo entre terapeutas e participantes, seguido com os problemas presentes nela.
por um momento psicoterápico de acordo com Foram transcritas 42 horas de sessões
as suas necessidades. As técnicas incluíam o gravadas, acrescidas de anotações realizadas
ensino de habilidades sociais, como também de pelas terapeutas. O processo de codificação
habilidades de manejo da dor e de exploração aberto e a construção das categorias ocorreram
de emoções; discussão em grupo; tarefas com durante os encontros semanais (com
modelagem e modelação; trabalho direto com o interrupções durante recessos acadêmicos e
que ocorreu no relacionamento terapêutico; férias) entre os autores no decorrer de um
trabalho com crenças, sentimentos e atitudes período de 22 meses. No primeiro momento, os
interpessoais; tarefas de casa visando à pesquisadores anotaram, na margem direita das
modificação de contingências interpessoais na transcrições, conceitos que podiam resumir
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aspectos de conteúdo relevantes para a intenção ponto de convergência das quatro categorias,
desta pesquisa. Definem-se esses conceitos pois tanto o material do seu dia a dia trazido ao
como códigos abertos, porque foram escolhidos grupo pelas participantes quanto às ocorrências
em função dos conteúdos encontrados nas observadas durante as sessões foram vivências
transcrições e não retirados de um instrumento intensas. Trata-se tanto de vivências positivas,
de análise existente. Para a codificação, foram quanto negativas. A partir disso, procuramos
utilizados intencionalmente conceitos não relatar o que ocorreu nos grupos.
técnicos para poder evidenciar assuntos e
acontecimentos da perspectiva do que ocorreu
Convivência com a dor
no grupo, e não, da perspectiva da aplicação do
protocolo ou dos referenciais teóricos O cotidiano das participantes era marcado
encontrados na literatura. pelo estresse intenso causado pela dor
A partir da recorrência de conteúdos permanente e pelo círculo vicioso em que a dor
similares e relacionados, os códigos foram e o estresse se influenciavam mutuamente. Elas
revisados, muitas vezes, resultando no relataram uma tendência de abandonar bons
agrupamento de vários códigos em outro mais hábitos e autocuidados importantes, pelo fato
abrangente. Depois de desenvolver um de dedicarem-se inteiramente à dor.
conjunto estável de códigos, estes foram Interrompiam atividades prazerosas por causa
examinados quanto às relações e aos contrastes da dor, ficavam desestabilizadas
entre eles para identificar famílias de códigos. emocionalmente e intolerantes à frustração. Sua
Esse procedimento permitiu a emergência de produtividade (quanto a tarefas domésticas,
categorias que resumissem o que essas famílias profissionais e outras), em geral, era baixa, o
tinham em comum. As codificações e as que prejudicava mais ainda a qualidade de vida.
categorias emergentes eram sistematicamente A dor levava a gastos com tratamentos. Em
comparadas entre elas e com os dados dos quais alguns casos, isso gerava também problemas
emergiram, com o intuito de identificar financeiros e consequentemente mais estresse.
diferenças e similaridades, possibilidades de Ser identificada como portadora de dor
juntar ou dividir categorias e entender eventuais crônica levava à perda de autonomia e à
relações entre eles. A partir dessas discussões exposição ao assédio moral em diferentes
foi elaborado um modelo com quatro grandes contextos de sua vida, incluindo família,
categorias ou dimensões que descrevem as trabalho e até o contexto de atendimento
experiências compartilhadas pelos pacientes médico. O assédio moral ocorreu na forma de
nos três grupos. Estes constituem o resultado da acusações diretas e indiretas de impostura e
pesquisa. denúncias injustas. Chamava à atenção como a
própria condição de paciente portadora de dor
crônica às vezes, afastava recursos de apoio
Resultados social, deixando-a mais desamparada
As quatro categorias que resultaram deste exatamente por necessitar de ajuda.
trabalho foram chamadas (1) de convivência Tratamentos problemáticos e dificuldades na
com a dor, (2) problemas do cotidiano, (3) obtenção de direitos por não ter uma doença
relacionamento com as terapeutas e (4) mais objetivamente definida também
processos ao vivo no grupo. Juntas, estas interferiam visivelmente na qualidade de vida.
permitem descrever o que as participantes Tratamentos problemáticos eram os que
trouxeram e vivenciaram no grupo. Cada uma tornaram a pessoa mais debilitada ou
será explanada no decorrer do presente texto. prejudicaram a qualidade de vida por gerar
Ao organizar a descrição dessas efeitos colaterais, ou por não surtir o efeito
categorias, sempre se recorria aos dados brutos. esperado. Os direitos de difícil obtenção
E durante esse trabalho, ficava cada vez mais variavam da simples aceitação de uma licença
claro o quanto os encontros foram médica ao acesso à medicação gratuita pelos
emocionalmente carregados. A experiência das programas do governo e o direito à
sessões de terapia era marcada pela intensidade aposentadoria. A dependência dos remédios e
da vivência da dor, dos problemas do cotidiano, seus efeitos colaterais contribuíam para o
do relacionamento com as terapeutas e das estigma. Algumas participantes sentiam que
interações no grupo. Essa categoria central, suas potencialidades profissionais e pessoais
denominada intensidade emocional, descreve o eram desqualificadas em diversas ocasiões,
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como no relato da Sra. D.: “Fiquei 4 anos e acumulavam rotinas exaustivas e centralizarem
meio trabalhando e aguentando responsabilidades que não precisariam ser
humilhações...”. assumidas por elas: “Eu vou à casa da minha
A exclusão social se manifestava, por mãe, arrumo a casa e faço almoço pra ela,
exemplo, na perda de apoio dos familiares nas chego à minha casa, arrumo minha casa e faço
críticas maldosas no trabalho e na família e por meu almoço, [sempre sou eu que] tenho que ir
comentários que evidenciavam incompreensão. com ela ao médico”. (Sra. F). Várias
Este contexto propiciava que algumas participantes negligenciavam o autocuidado
participantes se sentissem isoladas. para poder cuidar de outras pessoas ou assuntos
Encontravam dificuldades para conversar sobre relativos a elas.
o que ocorria com elas, tanto dentro da própria No início, as participantes não
família, quanto com outras pessoas demonstraram possuir formas adequadas de
significativas para elas. Assim, muitas enfrentamento. As maneiras delas de lidarem
relatavam que a dor as desvalorizava com as suas dificuldades geravam mais
socialmente e algumas vezes sentiam-se problemas no cotidiano. Exemplos de
desqualificadas pelos próprios profissionais de estratégias inadequadas de manejo focado na
saúde, nos quais tinham investido suas emoção usadas por elas incluíam evitar contato
esperanças. social e procurar isolamento. Porém,
Frequentemente, o significado subjetivo da desenvolveram também estratégias adequadas
dor era claramente marcado por um passado de coping focado na emoção. Alguns exemplos
que tipicamente incluía anos de sofrimento e eram o envolvimento com novas pessoas e
perdas. Parecia um peso que a pessoa se atividades, manejo por envolvimento com
obrigou a carregar, limitando as suas atividades religiosas, reavaliação dos
possibilidades atuais ao lidar com cada novo problemas e aceitação emocional.
dia. Relatos de traumas de infância foram A Sra. B. relatou, referindo-se a uma
frequentes nos grupos, incluindo o abuso sexual situação em que ela poderia ter interagido com
e a rejeição pela família. As lentes pelas quais outras pessoas: “As pessoas não entendem.
as participantes se enxergavam eram marcadas Então eu sinto mal e vou ficando só dentro de
por histórias de sofrimento passado. Muitas casa, porque eu evito de sair. Não saio”. Um
vezes imaginavam que os outros as viam exemplo de engajamento em trabalhos sociais
igualmente com o mesmo olhar. como estratégia de manejo da dor foi relatado
As participantes atribuíam o pela Sra. H.:
desenvolvimento do seu quadro de dor crônica, “Tem algo que me tira [a dor] da
muitas vezes, às exigências profissionais e ao cabeça, me ajuda a esquecer a dor. Eu e
sofrimento no seu passado. Porém, quando foi uma amiga montamos algumas fantasias
indagado, na sessão, com quais variáveis atuais da Emília, nos vestimos e começamos a
as variações no nível da dor eram relacionadas, ir às escolas do bairro, a gente ia de
as participantes destacaram a relação com manhã brincar com as crianças”.
emoções, cansaço e irritabilidade, repouso
prolongado, atividades físicas, afazeres A primeira participante esquivava de
domésticos, variações climáticas e o ciclo do emoções negativas, procurando isolamento e
dia. Todos aumentavam a dor. Essas dedicando-se inteiramente à dor. A segunda,
observações feitas pelas participantes se procurava atividades interessantes, entrando em
mostraram assuntos produtivos para discussões contato com situações positivas.
nos grupos, amparando as mesmas na busca de O desenvolvimento de estratégias focados
melhoras formas de lidar com a dor. no problema incluía: cuidar melhor da saúde,
em geral, procurar novas maneiras de lidar com
conflitos interpessoais e com fontes de estresse
Problemas do cotidiano diversos, como pagar dívidas e resolver
O leque de fontes de estresse que foi problemas práticos que tinham sido
trazido nos grupos era muito amplo. Alguns negligenciadas por muito tempo. Percebia-se,
temas recorrentes incluíam: tensões familiares, no decorrer da terapia, uma retomada de
tensões no trabalho, excesso de preocupação atividades prazerosas, busca de melhores
com a família e tentativas rígidas de formas para lidar com os sinais físicos de
autocontrole. Frequentemente, as pacientes estresse e prática de diversas atividades físicas.
Grupo para dor crónica 341

Relacionamento com as terapeutas questionavam. Incentivavam as participantes a


analisarem suas próprias histórias de vida e seu
Essa categoria emergiu dos códigos que
cotidiano atual. Valorizavam expressões de
descreveram momentos de interação entre as
sentimentos e facilitavam a exposição de
participantes e as terapeutas. Os códigos
conteúdos pessoais. Davam frequentemente
mostram tanto as atividades planejadas e
feedbacks ao grupo sobre o processo da terapia
estruturadas (como tarefas e exercícios), quanto
e mostravam às participantes as esquivas
os aspectos do estilo das terapeutas que
emocionais disfuncionais delas. Desta forma,
influenciaram o processo do grupo. O trabalho
compartilharam explicitamente a
psicoeducativo caracterizou-se por atividades
responsabilidade para o progresso do grupo
como: orientar sobre a importância da
com as participantes. As terapeutas
realização de atividades físicas, sobre formas
explicitavam claramente o que observavam e
de manejo da dor e do estresse, incluindo
analisavam o que ocorria. Compartilhavam seus
estratégias de enfrentamento interpessoal e
sentimentos e pensamentos em relação às
prevenção de recaídas. Essas tinham como
participantes e ao grupo. E esse compartilhar
efeito despertar a confiança das participantes
pelas terapeutas mostrou-se válido em ajudar a
nas terapeutas. Os relatos das tarefas de casa e
tornar a relação terapêutica mais intensa.
de auto-observação aproximaram as
participantes das terapeutas, emocionalmente, e
ofereceram um estímulo para abrirem-se para Processos ao vivo no grupo
as mesmas. O esclarecimento de dificuldades e Nas primeiras sessões, as participantes
dúvidas e a realização de ensaios de habilidades evidenciaram pouco autoconhecimento e não
que seriam colocados em prática no cotidiano tinham uma visão clara de seus recursos
tiveram um efeito similar sobre o psicológicos no enfrentamento de seus
relacionamento com as terapeutas. Essas problemas. Algumas se interessavam mais
atividades estruturadas contribuíram para o pelas outras participantes do que pelas suas
maior envolvimento e participação do grupo. próprias possibilidades de crescimento no
Durante atividades não estruturadas, o grupo e frequentemente interpretavam o
envolvimento era mais facilmente comportamento da outra arbitrariamente.
comprometido. Falavam de forma muito detalhista e
Ao analisar as transcrições, verificou-se demonstravam-se perfeccionistas e inflexíveis.
que a atenção passou rapidamente dos sintomas Atitudes de confiança e abertura de
para as variáveis que os influenciavam. As algumas participantes em cada grupo tornaram
terapeutas dedicaram muito tempo e trabalho à o processo mais dinâmico e assim promoveram
promoção da aceitação emocional de perdas interesse e adesão às atividades. Algumas se
passadas, dificuldades e limitações. Do outro sensibilizavam com as histórias das outras e se
lado, muitas intervenções eram direcionadas a apoiavam mutuamente. Certas participantes
apoiar iniciativas espontâneas e provas de tiveram que aprender a perceber e a aceitar o
autonomia das participantes. Isto foi visível apoio oferecido pelas outras. Várias
também quando as participantes não se aprenderam no grupo, pela primeira vez, a
mostraram colaborativas. As terapeutas relatar sentimentos e pensamentos, ou mais
valorizavam os posicionamentos das especificamente, a expressar emoções positivas.
participantes, mesmo quando não concordavam Percebeu-se a importância de conversas que
com os conteúdos programados. Por outro lado, ocorriam fora da sessão, ou antes, de se entrar
foi necessário que as terapeutas no tema programado para o dia. Estas
interrompessem frequentemente discursos promoviam cumplicidade entre os membros.
demasiamente detalhados e sem envolvimento Sra. F: “Tudo que eu aprendi aqui foi bom
emocional, bem como que incluíssem demais, mas o principal foi saber que eu
participantes marginalizadas nas discussões. existia...”
As terapeutas acataram as necessidades A dinâmica do grupo proporcionou um
das participantes mesmo quando não se espaço no qual as participantes relataram
encaixavam no planejamento da sessão e se momentos positivos e negativos do seu
interessaram pelas dificuldades e dúvidas cotidiano. Nas trocas de pontos de vista, elas
apresentadas por elas. Muitas vezes, ajudavam comentavam sobre novas experiências e
a contextualizar as falas das participantes e as desenvolviam novas percepções sobre a
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maneira como as pessoas as viam. Começaram Discussão


a perceber que algumas pessoas se
O aspecto evidenciado como mais
preocupavam com elas e identificavam quando
importante é o fato de que o tratamento de
necessitavam de ajuda. Logo depois, a mesma
pacientes com dor crônica deve contemplar a
mudança também ocorreu nos seus
intensidade emocional envolvida nos problemas
relacionamentos fora do grupo. Como resultado
e no processo de mudança, dado que a dor faz
disso, elas relataram o desenvolvimento de
parte de uma rede complexa de interações que
redes de apoio social no seu cotidiano.
tocam à própria dignidade do portador de dor
crônica.
Períodos não produtivos do grupo foram
relacionados à falta de assiduidade das Muitos aspectos da vida se mostraram
participantes e quando algumas participantes se relevantes. Dificuldades interpessoais e déficits
esquivavam de falar de si, ou quando se de habilidades de coping que subjazem o
identificavam com vivências intensamente quadro de dor precisam ser trabalhados. A
negativas das outras e incentivavam narrativas maneira pela qual algumas variáveis históricas
muito pessimistas entre si. Algumas vezes, uma continuam impactando a vida atual da paciente
ou outra paciente se posicionou como muito precisa ser revista e reconsiderada. Muitas
carente, procurando evocar compaixão por vezes, o paciente necessita ressignificar toda
meio de queixas. Ocorreu também competição uma história de perdas e de maus tratos, o que
quanto a quem sofria mais, como na insistência condiz com o modelo proposto por Melzack
da Sra. A em dizer frequentemente.: “Meu (1998) acerca da relação entre dor e estresse.
problema é um pouco maior.” Além disso, as circunstâncias da vida atual
contêm muitos elementos sem os quais não é
possível entender o quadro de dor.
Em outros momentos, participantes que
até então se colocavam em segundo plano e A história de aprendizagem na família,
negligenciavam suas próprias necessidades inclusive as condições aversivas com as quais
aprenderam com o grupo a dar abertura para muitas participantes tiveram que lidar durante a
serem cuidadas. A situação de estar no grupo e juventude, moldou repertórios interpessoais
de precisar lidar com outras pessoas favoreceu problemáticos. Esses repertórios, por sua vez,
tentativas de colaboração das pacientes que não contribuíram para estilos problemáticos de lidar
tinham muito experiência em fazer atividades com relacionamentos tanto na família, quanto
em conjunto. Assim, habilidades de em outros ambientes. Isso significa que a
enfrentamento, negociação e ajuda mútua paciente precisa desenvolver novas maneiras de
emergiam gradualmente. Tomar iniciativa e interagir com os outros. O abandono do
tentar alcançar um objetivo junto com outras comportamento de dor é aqui apenas um
pessoas, também se contrapôs à tendência de aspecto de uma reorientação interpessoal mais
focar em experiências do passado. ampla. Reconhecemos nestes pontos a
relevância da proposta de Fordyce (1976)
Em decorrência de tais aprendizados, acerca das contingências interpessoais.
ocorreram benefícios no cotidiano fora do No início do trabalho, as participantes se
grupo. Alguns relatos evidenciaram progresso mostraram pouco habilidosas em lidar com a
na compreensão de problemas interpessoais. dor, com situações interpessoais aversivas
Participantes começaram a respeitar suas dentro e fora do grupo. No decorrer do
necessidades, reconhecer suas potencialidades e trabalho, mostraram ganhos importantes nessas
redirecionar sua visão para o futuro. Algumas áreas. Essas observações justificam a atenção
participantes generalizaram as novas atitudes dada não exclusivamente ao coping com a dor,
que aprenderam na interação entre elas, quase mas às habilidades de enfrentamento em geral.
automaticamente para seus comportamentos no Isso justifica o trabalho psicoeducativo
cotidiano. Em outros casos, algumas delas característico da abordagem cognitivo-
identificaram paralelos entre o que acontecia comportamental da dor crônica (Gatchel et al.,
em seu ambiente social e no grupo. Tiraram 2006).
suas conclusões sobre o que aprenderam no A promoção de aceitação de sentimentos e
grupo e como podiam usar esses aprendizados sensações corporais se incorporou quase
para melhorar seus relacionamentos com outras espontaneamente no tratamento. Ao fazer um
pessoas. trabalho psicoeducativo e ao explorar
Grupo para dor crónica 343

relacionamentos, histórias de vida e problemas Referências


atuais, uma atitude de aceitação era facilitada Charmaz, K. (2009). A construção da teoria
de maneira flexível. A aceitação ajuda a fundamentada: Guia prática para análise
paciente a se comprometer com valores e qualitativa. Porto Alegre: Artmed.
objetivos que permitam superar a luta contra a (Trabalho original publicado em 2006).
dor (Dahl et al., 2005). Ao mesmo tempo, essa
aceitação e disposição de enfrentar situações Dahl, J., Wilson, K. G., Luciano, C., & Hayes,
ameaçadoras promovem uma exposição natural S. C. (2005). Acceptance and Commitment
ao estímulo aversivo. Assim, a extinção do Therapy for Chronic Pain. Reno: Context
medo da dor, apontado por Vlaeyen et al. Press.
(2004), como ponto central no tratamento da Ferro, C. L. B., & Vandenberghe, L. (2010). A
dor crônica, acontece espontaneamente. Além prática de Mindfulness na psicoterapia
disso, expor-se a atividades ou situações analítico-funcional em grupo para dor
interpessoais temidas onde poderia sentir mais crônica. In Couto, S., & D. Pires. (Orgs.).
dor permite à paciente entrar em contato com Os contornos da psicologia contemporânea
reforçadores que eram inalcançáveis quando (pp. 73-87). Itatiba: Casa do psicólogo.
priorizava estratégias de esquiva (Fordyce,
1976). Fordyce, W. (1976). Behavioral methods for
Finalmente, um monitoramento contínuo chronic pain and illness. St.Louis: Mosby.
dos processos ao vivo no grupo é necessário Gatchel, R. J., Robinson, R. C., & Stowell, A.
para poder entender e ajudar a guiar o processo W. (2006). Psychotherapy with chronic pain
de mudança. O que não está previsto no patients. In J. E. Fischer, & W. T.
protocolo não pode ser desconsiderado. O O’Donohue (Orgs.). Practitioner’s guide to
terapeuta não deve impor sua agenda ao grupo. evidence-based psychotherapy (pp. 189-
A qualidade das interações entre terapeuta e 195). New York: Springer.
pacientes e os intercâmbios espontâneos na
sessão são dimensões importantes. Fazem parte Melzack, R. (1998). Pain and stress: clues
de como o paciente vivencia a terapia. O toward understanding chronic pain. In M.
terapeuta precisa facilitar as dinâmicas Saborin, F. Craick, & M. Robet (Orgs.).
produtivas que se desenvolvem na interação Advances in psychological sciences (pp. 63-
livre entre os participantes e transformar as 85) (Vol. II). Londres: Taylor and Francis.
interações improdutivas em oportunidades de Oliveira, R. D. G., & Vandenberghe, L. (2008).
aprendizagem ao vivo. Terapia de grupo para dor crônica. I
Apesar de alguns tratamentos Congresso de psicologia de Goiás e
comportamentais e cognitivo-comportamentais Tocantins. Goiânia, GO).
já disporem de evidências empíricas quanto à
sua eficácia, não são sempre bem Vandenberghe, L., & Ferro, C. L. B. (2005).
compreendidos quanto à perspectiva da Terapia de grupo embasada em psicoterapia
vivência do paciente em terapia. Faz-se analítica funcional como abordagem
necessário estudar o processo terapêutico com terapêutica para dor crônica: possibilidades
variados métodos de investigação de cunho e perspectivas. Psicologia: Teoria e Prática,
qualitativo e quantitativo para permitir que se 7, 137-151.
forme uma melhor compreensão do que ocorre Vlaeyen, J. W. S., de Jong, J., Leeuw, M., &
durante a terapia e também para que se conheça Crombez, G. (2004). Fear reduction in
o que contribui para o estabelecimento de um chronic pain: Graded exposure in vivo with
bom processo terapêutico. O presente trabalho, behavioral experiments. In G. J. G.
que segue os parâmetros da teoria Asmundson, J. W. S. Vlaeyen, & G.
fundamentada nos dados, é só um exemplo do Crombez (Orgs.). Understanding and
que pode ser feito. Pesquisas futuras podem treating fear of pain (pp. 313-345). Oxford:
abordar o assunto, usando outros métodos, e University Press.
contribuir com propostas de intervenção mais
afinadas que poderão auxiliar o clínico a ajudar
mais precisamente a população com dor Enviado em Junho de 2010
crônica. Aceite em Outubro de 2010
Publicado em Dezembro de 2010

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