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Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região - 1º Grau

Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região - 1º Grau

O documento a seguir foi juntado ao autos do processo de número 0000060-50.2019.5.06.0313


em 27/03/2019 19:55:37 e assinado por:
- LUCIA MARIA CARDOZO GOMES

19032719534402200000036374489
EXMO. SR. DR. JUIZ DA 1ª VARA DO TRABALHO DE CARUARU (PE).

PROCESSO: 0000060-50.2019.5.06.0313

Ref.: Impugnar Documentos:

MARLON SOARES DA SILVA, devidamente qualificado


nos autos em epigrafe vem por esta e na melhor forma de Direito, através de sua
procuradora que esta subscreve, perante V.Exa., IMPUGNAR OS DOCUMENTOS
apresentados pela reclamada, e o faz pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos:
Ad initio, cumpre destacar o descrito em ata de audiência à cerca da
juntada de provas documentais:
Concedido as partes prazo comum e preclusivo de cinco dias para a
juntada de novos documentos, acaso existentes. Depois disso, abrem-se
vistas dos autos às partes, pelo prazo comum e preclusivo cinco dias
para manifestação sobre toda a prova documental. Fica a parte
reclamada cientificada da necessidade de juntada dos controles de
frequência, nos termos do entendimento pacífico desta Justiça
Especializada, sedimentado na Súmula no 338 do TST.

Sendo assim, a presente impugnação de documentos é tempestiva, bem


como todos os documentos juntados pelo Reclamante foram anexados aos autos
dentro do prazo acima destacado.

Passa a parte Reclamante a impugnar as preliminares suscitadas em peça de


defesa, o que faz nos termos seguintes:
PRELIMINAR DE INÉPCIA DOS PEDIDOS “B” E “H” DA PEÇA EXORDIAL:
Vem a parte reclamada protestar pelo julgamento sem resolução meritória
dos pedidos destacados sob às alíneas “b” e “h” do rol de pedidos, alegando em
suma a impossibilidade de defesa da parte Ré quanto ao entendimento do pedido.
O processo do trabalho é baseado, dentre tantos outros princípios
reguladores, no princípio da simplicidade. Em sendo assim, da construção dos
fatos narrados na peça atrial, bem como da causa de pedir, é perfeitamente
possível garantir a parte contrária o exercício amplo do seu direito de defesa
quanto às diferenças e repercussões requeridas na peça de ingresso.
Devendo ser a presente inépcia afastada.

DA ALEGAÇÃO EM PEÇA DE DEFESA DA PRESCRIÇÃO DO FGTS:


É insustentável a tese de defesa no que tange a prescrição do FGTS,
quando relata a Reclamada que a referida prescrição é quinquenal, pois o prazo
prescricional já estava em curso desde antes de 13/11/2014, quando o STF
modulou a prescrição do FGTS no ARE-709212, neste sentido, para o caso dos
autos a condenação às diferenças e repercussões relativas ao FGTS e a multa
fundiária deve considerar toda a contratualidade.

Que os documentos apresentados pela reclamada não representam a


verdade do contrato de trabalho pactuado entre as partes, sendo IMPUGNADOS
pelas razões seguintes:

1. Quanto aos controles de jornada, frisa-se que a


Reclamada deixou de juntar os registros de jornada deixou de juntar os
livros de ponto de Janeiro a Dezembro de 2014, bem como estão faltantes os
registros dos meses de Janeiro, Fevereiro e Maio de 2015, razão pela qual,
presume-se verdadeiros os horários declinados na peça atrial para o período, nos
termos da Súmula 338 do TST.
Considerando os demais registros de ponto anexos, sob os id’s 1cd5383,
9c87ef6, 385893a e 315bc91, “Cartão de Ponto/Controle de Frequência”, são
impugnados inicialmente pelo fato de que os referidos registros são BRITÂNICOS,
requerendo assim a aplicação da disposição constante na Súmula 338 do TST.
Ademais, os poucos registros de jornada que possuem uma variação de
horário, esta variação tem horários identicos em dias diferentes, bem como é uma
alternância inferior a 03(três) minutos, o que, no entendimento deste tribunal
TRT6, implica na aplicação da sanção disposta na referida Súmula, de presunção
de veracidade do horário descrito na peça vestibular, neste entendimento segue a
jurisprudência:
RECURSO ORDINÁRIO. HORAS EXTRAS. CARTÕES DE PONTO COM
HORÁRIOS BRITÂNICOS. No caso dos autos, afere-se que parte dos
cartões de ponto apresentados consigna horários uniformes e outros,
pequenas variações, de modo que prevalece a presunção de veracidade
da jornada de trabalho indicada pela autora na exordial, pois a reclamada
não se desvencilhou do seu ônus de demonstrar a real jornada de
trabalho cumprida pela parte reclamante. Inteligência do item III da
Súmula n° 338 do TST. Recurso empresarial não provido, nesse ponto.
(Processo: RO – 0000780-52.2015.5.06.0282, Redator: Paulo Alcantara,
Data de Julgamento: 13/07/2016, Quarta Turma, Data da assinatura:
22/07/2016).
RECURSO ORDINÁRIO EMPRESARIAL. HORAS EXTRAS E
FERIADOS LABORADOS. Tratando-se de controvérsia envolvendo
jornada de trabalho, a apreciação da matéria depende de documento
essencial a cargo do empregador – cartões de ponto – por imperativo legal
(inteligência do art. 74, §2° da CLT). In casu, a reclamada deixou de juntar
os cartões de ponto relativos a muitos períodos trabalhados pelo obreiro.
O controle de frequencia, em sua maior parte, apresenta horários
uniformes; as variações, quando existentes, de regra, são de pequena
monta, gerando presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho
indicada na exordial, não elidida por prova em contrário. Diversamente, a
prova oral corroborou a inutilidade dos documentos. Recurso ordinário
empresarial desprovido. (Processo: RO – 0000899-82.2014.5.06.0141,
Redator: Eduardo Pugliesi, Data de Julgamento: 04/08/2016, Primeira
Turma, Data da Assinatura: 15/08/2016)

Assim, pugna pela condenação da Reclamada ao pagamento de horas


extras, com a consequente condenação nas repercussões requeridas na peça de
ingresso, repercussões estas sobre todas as verbas descritas na peça de
ingresso.
2. Conforme narrativa exordial, o Reclamante durante toda a
contratualidade percebeu salário superior ao determinado nos contracheques
anexos, percebendo suas comissões por fora sem qualquer registro ou
repercussão, razão pela qual, são impugnados os contracheques tombados sob o
id 2770b33, 3e6d3db, 4864c60, 17f8579, 76c4363. Renovando o requerimento
pela condenação da Reclamada ao pagamento das diferenças das verbas
rescisórias uma vez que foram pagas considerando o salário descrito nos
contracheques, sonegando a repercussão das comissões, além do fato de que,
durante toda a contratualidade a reclamada jamais pagou qualquer valor a título
de horas extras, restando impugnados estes documentos aqui citados, também
por esta razão.
Ante ao exposto, requer a impugnação dos documentos acima
relacionados, conforme fundamentação supra.

Nestes termos,
Pede Deferimento.
Caruaru (PE), 27 de Março de 2019.

Lucia Maria Cardozo Gomes


OAB-PE-16.579

Eduardo Cardozo Gomes


OAB-PE 46.309

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