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Codigo 8 - Estivagem de Contêiner PDF
Codigo 8 - Estivagem de Contêiner PDF
Resumo:
O desenvolvimento do transporte marítimo e o aumento da movimentação mundial de
contêineres trouxeram, para o ambiente portuário, os desafios logísticos do planejamento
operacional. Para superar esse desafio, se faz necessário aproximar o conceito logístico
do planejamento à atividade de movimentação portuária. Nesse sentido, o trabalho
demonstrará as características dos navios, equipamentos e implementos utilizados na
movimentação de cargas e apresentará os dois guindastes utilizados na operação de
contêineres nos navios especializados: o Portêiner e o Guindaste Móvel sobre Pneus.
Serão abordadas as tecnologias empregadas nos dois guindastes, bem como as
peculiaridades e condições operacionais de cada um. Dessa forma, o trabalho pretende
contribuir demonstrando as opções para a racionalização e alocação adequada dos
recursos necessários para a execução da tarefa e consequente aumento da capacidade
produtiva dos terminais.
Palavras-chave: Porto. Operação Portuária. Guindaste Portuário.
Abstract
The development of maritime transport and the increasing global movement of containers
brought to the port environment, the logistical challenges of operational planning. To
overcome this challenge, it is necessary to approach the concept of logistical planning for
port handling activity. In this sense, the work will demonstrate the characteristics of
vessels, equipment and implements used in materials handling and make the two cranes
used in the operation of specialized container ships: Portainer and Mobile Harbour Crane.
We will address the technologies employed in the two cranes, as well as operating
conditions and peculiarities of each. Thus, the paper aims to demonstrate the options for
streamlining and proper allocation of resources to the task and therefore increase the
productive capacity of the terminals.
Key-words: Ports, Ports Operations, Port Cranes.
1 Introdução
O avanço da tecnologia do transporte marítimo e o crescimento da movimentação de
contêineres no mundo trouxeram uma nova dinâmica no ambiente de transporte marítimo
e, sobretudo, na movimentação portuária. Com esse cenário, o surgimento dos grandes
navios especializados na movimentação de contêineres obrigou os terminais portuários a
buscar recursos tecnológicos que suprissem essa nova demanda, visualizando
principalmente a redução do tempo de execução da tarefa, minimizando custos e
aumentando o nível de serviço prestado para os clientes.
A grande novidade no transporte de carga conteinerizada foi a adaptação dos navios para
seu transporte, até o surgimento do navio celular, que modificou definitivamente a forma
de transferência de carga do modal marítimo para o terrestre e vice-versa, introduzindo
novas tarefas como acondicionamento e organização do contêiner dentro do navio, bem
como o plano de baias e regras de sequenciamento de contêineres.
O avanço tecnológico nesta área possibilitou o desenvolvimento de um novo equipamento
exclusivo para operações de costado: o Portêiner, criado em diversos modelos para usos
diferenciados. As peculiaridades desse grande equipamento em estrutura de pórtico, seu
market share e sua importância para o desenvolvimento dos grandes terminais de
contêineres são essenciais para o entendimento da atividade portuária hoje.
Outro guindaste para a movimentação de contêineres em navios especializados, o Mobile
Harbours Crane – MHC, também é utilizado para o mesmo fim. De extrema flexibilidade e
complexidade operacional, o MHC não será caracterizado como um concorrente direto do
Portêiner no market share de vendas de equipamentos de costado, mas como uma opção
aos terminais que queiram diversificar suas atividades, principalmente no manuseio de
grandes cargas de projeto e no novo mercado offshore.
3 Equipamentos Portuários
Existem muitos equipamentos disponíveis para a execução de tarefas de organização de
grandes pátios ou armazéns e movimentação de navios. Podem ser máquinas de
pequeno, médio ou grande porte, utilizadas nas interfaces de movimentação entre modais
ou na armazenagem de cargas em pátios, depósitos ou armazéns nos diversos terminais
especializados nas áreas do Porto Organizado (FEMAR, 2001).
Nas áreas denominadas de retaguarda, onde são realizadas operações de armazenagem,
remoção e entrega de contêineres nos grandes pátios, são empregados maquinários de
grande porte que efetuam as atividades de acordo com o tamanho das instalações do
terminal ou capacidade produtiva. Podem ser empilhadeiras de grande porte, guindastes
pórticos sobre trilhos ou sobre pneus.
Nas operações dos navios, são utilizados grandes guindastes nas movimentações de
embarque ou descarga de mercadorias, bem com em remoções a bordo das
embarcações. Esses guindastes são escolhidos de acordo com seu tipo operacional,
capacidade de carga e planejamento da operação. Podem ser guindastes em estrutura de
pórtico sobre trilhos ou guindastes com lança móvel sobre pneus.
4 Navios de Carga
Navios são embarcações empregadas no comércio marítimo do transporte de cargas,
realizando navegação de longo curso, cabotagem ou interior. É dotado de meios de
habitação permanente para a tripulação e são classificados de acordo com sua atividade
ou com o tipo de carga que transportam (FEMAR, 2001). Podem ser navios para carga
geral unitizada, granéis líquidos e sólidos, veículos e navios para cargas especiais
(equipamentos, plataformas e cargas de projeto).
5 Guindastes
Equipamentos mecânicos, hidráulicos ou elétricos, utilizados na movimentação de cargas
especiais, geralmente de grande volume e peso. Podem ser empregados na
movimentação em áreas urbanas, industriais ou portuárias (VOLOSKI, 2010).
Para Martins (2011), atualmente o guindaste é constituído normalmente por torres
equipadas com cabos e roldanas que são usadas para elevar e baixar cargas, além de
tecnologia superior aos primeiros equipamentos fabricados em épocas antigas.
Existem vários modelos de guindastes disponíveis que podem ser classificados de acordo
com sua capacidade de carga, utilização, aparelhagem e sistema operacional. Podem ser
guindastes Pórticos, Automotivos, Fixos de Torre, Flutuantes etc.
5.1 O Spreader
É um implemento que pode ser acoplado aos guindastes para a movimentação de
contêineres padronizados. Há diversos tipos de spreaders no mercado, desde os mais
simples, totalmente mecânicos, até os de alta tecnologia. A escolha adequada do
spreader pode influenciar positivamente em toda a performance operacional do navio
(BERTOLANI, 2004). Sua estrutura é formada a partir de uma base retangular que se
acopla perfeitamente sobre um contêiner. Possuem dispositivos de travamento e
destravamento em cada canto da base que podem ser acionados manualmente
(spreaders mecânicos) ou por sistemas de pistões hidráulicos ou sensores (spreaders
automáticos). Existem ainda spreaders especiais que realizam o movimento de mais de
um contêiner por vez.
O spreader automático pode realizar a operação de contêineres de acordo com sua
estrutura, tecnologia empregada e capacidade de suportar a carga. O modo operacional
mais simples é o estilo Single, ou seja, a movimentação de um contêiner de 20 ou 40 pés
de cada vez. O outro modo de operação é de tecnologia mais avançada, denominado
modo twinlift. Neste formato operacional, o spreader tem a capacidade de movimentar
dois contêineres de 20 pés de uma só vez.
9 Conclusões
A expansão da utilização do contêiner ainda não terminou. Alguns produtos, que há 10
anos não eram considerados passíveis de contêinerização, hoje já cruzam os oceanos
devidamente acondicionados nos navios celulares, desenvolvidos exclusivamente para a
movimentação dos contêineres.
O planejamento das operações em terminais especializados é o ponto de partida para um
trabalho eficiente, no menor tempo e custo possíveis, dentro da realidade de cada
terminal. É no momento do planejamento que se define que equipamentos serão
utilizados, quais as quantidades e capacidades que levem a cumprir os prazos
estipulados.
A escolha do equipamento apropriado depende fundamentalmente do conhecimento
sobre suas características e limitações. Optar pela velocidade do Portêiner em detrimento
da perda de versatilidade do MHC só se justifica quando todas as alternativas são
analisadas criteriosamente.
O objetivo do presente artigo era demonstrar os tipos de guindastes de costado
responsáveis pela movimentação de contêineres em navios do tipo celular e a importância
desses equipamentos para o planejamento das operações.
Dessa forma o presente trabalho reforça o papel do profissional de logística no
planejamento adequado da atividade portuária, com base no instrumental disponível para
a execução da tarefa, com objetividade, eficiência e foco no resultado esperado.
Referências
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