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Sentença 1 -

DA DOSIMETRIA DA PENA – Fulano de Tal (art. 299, caput c.c. art. 71, ambos do CP)

À luz do ordenamento legal verifico que sua culpabilidade restou evidenciada, sendo esta normal a natureza do fato.
O acusado não possui antecedentes, consoante certidão acostada em evento 22. As circunstâncias do delito são
normais ao tipo. Os motivos e as consequências foram normais à espécie. A conduta social e personalidade não
podem lhe prejudicar por ausência de maiores elementos. O comportamento da vítima em nada contribuiu para a
realização do ilícito.

Com base em tais circunstâncias, fixa a pena-base em 1 (um) ano de reclusão e 10 (dez) dias-multa.

Na segunda fase de aplicação da pena não há agravantes ou atenuantes a serem mensuradas.

Na terceira etapa de fixação não se verifica causa de aumento ou diminuição da pena. Assim sendo torno a pena
definitiva em 1 (um) ano de reclusão e 10 (dez) dias-multa no valor unitário de 1/30 (um trigésimo) do salário
mínimo vigente à época dos fatos. Justifica-se que a fixação do dia multa no valor mínimo se deve a ausência de
elementos que indicam a atual situação financeira do denunciado.

Do crime continuado (CP. art. 71) Vislumbra-se que o réu, mediante mais de uma ação, praticou 13 (treze) vezes o
crime da mesma espécie, nas mesmas condições de tempo, lugar (na mesma cidade) e maneira de execução,
devendo o segundo e demais serem considerados como continuação do primeiro. Considerando-se que os crimes
perpetrados são da mesma espécie, aplico a pena de um dos delitos, uma vez que idênticos (art. 71 do CP), acrescido
de 1/6 (um sexto) – esclarecendo o quantum em razão do número de delitos praticados -, do que resulta a carga
penal definitiva de 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, além de 11 (onze) dias-multa, no valor de 1/30 do salário
mínimo vigente à época dos fatos.

O regime inicial de cumprimento de pena, em conformidade com o contido no artigo 33.º, § 2.º, “c”, do Código
Penal, deverá ser o aberto.

Durante o período de cumprimento da pena o réu deverá, sob pena de regressão para regime prisional mais
rigoroso: a) recolher-se diariamente em sua residência, em razão da ausência de Casa do Albergado, das 22:00 horas,
onde deverá permanecer até as 06:00 horas do dia seguinte, e durante todo o dia aos fins de semana e feriados; b)
desempenhar ocupação lícita durante o período no qual lhes é permitido permanecer fora de suas residências, ou
seja, das 06:00 às 22:00 horas; c) não se ausentar da Comarca onde reside sem autorização judicial; d) comparecer
em Juízo, mensalmente, a fim de informar e justificar suas atividades;

DA SUBSTITUIÇÃO DA PENA E DO SURSIS A pena privativa de liberdade quedou-se definitiva em patamar inferior a 4
(quatro) anos e o delito a que foi condenado o réu não foi perpetrado mediante violência ou grave ameaça à pessoa,
sendo que não apresenta circunstância judicial desfavorável e não se trata de reincidente.

Assim, e por entender que a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito mostra-se
socialmente recomendável pelo seu caráter reeducativo e bem reprime a conduta ilícita por ele cometida, substituo
com fundamento no art. 44, § 2º, última parte, do Código Penal, a pena privativa de liberdade acima imposta por
duas restritivas de direito, dentre as quais opto pelas seguintes por entender como a mais recomendável: -
prestação de serviços à comunidade pelo tempo de duração da pena privativa de liberdade acima imposta, durante
8 (oito) horas semanais, gratuitamente, e em local a ser determinado na fase de execução, por ocasião da audiência
de aceitação e advertência a ser designada após o trânsito em julgado desta sentença. - a prestação pecuniária no
valor de três salários mínimos, totalizando a importância de R$ 2.364,00, a qual deverá ser paga em acordo com os
termos da Resolução Conjunta nº 2/2015. Resta prejudicada a suspensão da execução da pena, nos termos do art.
77, inciso III, do Código Penal.
Sentença 02 - Delito previsto no art. 306 da Lei n.º 9.503/97.

Partindo do mínimo legal estabelecido no art. 306, caput, da Lei n.º 9.503/97, ou seja, 6 meses de detenção, 10 dias-
multa e 2 meses de suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor,
passo à análise das circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal.

a) Culpabilidade: a conduta merece censura normal à espécie, não existindo elementos para elevar a pena. b)
Antecedentes: não constam maus antecedentes. c) Conduta social: nada consta sobre a conduta social do acusado.
d) Personalidade do agente: não há elementos que permitam a valoração. e) Motivos: não restaram esclarecidos. f)
Circunstâncias: normais à espécie. g) Consequências: inerentes ao tipo penal. h) Comportamento da vítima: deixo de
valorar. Fixo a pena base em 6 meses de detenção.

Não há circunstâncias agravantes. Presente a circunstância atenuante da confissão (art. 65, III, “d”, do Código Penal).
Reduzo a pena em 1/6, considerando a proporcionalidade existente entre as circunstâncias atenuantes e as causas
gerais e especiais de diminuição de pena (estas possuem maior valor, visto que permitem a fixação da pena abaixo
do mínimo legal). Fixo a pena provisória em 6 meses de detenção, observando-se o mínimo legal (aplicação da
Súmula 231 do Superior Tribunal de Justiça, com o intuito de evitar a incidência da denominada “pena zero”).

Não há majorantes e minorantes, nem causas gerais de aumento e de diminuição de pena.

Fixo a pena definitiva do acusado FULANO DE TAL em 6 meses de detenção. Atentando para o critério da
proporcionalidade entre a pena privativa de liberdade (fixada no mínimo legal) e a pena de multa, fixo esta última
em 10 diasmulta. Diante da ausência de informações concretas acerca da situação econômica do acusado, fixo o
valor do dia-multa em 1/30 do salário mínimo vigente à época dos fatos, corrigido monetariamente na data do
pagamento. Também proporcionalmente (pena privativa de liberdade fixada no mínimo legal), determino ao
acusado a suspensão da habilitação para dirigir veículo automotor por 2 meses, contados da entrega da habilitação
em Juízo ou no DETRAN, nos termos do art. 293 da Lei 9.503/97.

Fixo o regime aberto para o cumprimento da pena, nos termos do art. 33, § 2.º, “c”, do Código Penal, tendo em vista
o quantum fixado e levando em consideração que as circunstâncias do art. 59 do Código Penal são favoráveis e que o
acusado não é reincidente. Estabeleço as condições previstas no art. 115 da Lei n.º 7.210/84 e outras especiais,
fixadas eventualmente na audiência admonitória.

Uma vez presentes os requisitos do art. 44, I, II e III, do Código Penal, substituo a pena privativa de liberdade por 1
pena restritiva de direitos, consistente na prestação pecuniária no valor de 1 salário mínimo vigente à época do fato
e corrigido monetariamente quando do pagamento, em prol do fundo previsto na Instrução Normativa Conjunta
02/14, na forma do art. 45 e §§ do Código Penal, sem prejuízo da pena de multa e da suspensão da habilitação para
dirigir veículo automotor.
Sentença 03 – Art. 33, caput, da Lei 11.343/2006

IV – DOSIMETRIA DA PENA Considerando as disposições do artigo 59 e seguintes do Código Penal, especialmente o


artigo 68 daquele diploma legal, que elegeram o sistema trifásico para a quantificação das sanções aplicáveis à
condenada, passo a fixar a pena.

DO CRIME DE TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS – ART. 33, CAPUT DA LEI 11.343/06 Parto do mínimo legal estabelecido
no artigo 33 da Lei nº 11.343/06, que é 05 (cinco) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa.

1ª Fase: Circunstâncias judiciais (artigo 59 do Código Penal)

Culpabilidade: Analisando a culpabilidade, entendida como reprovabilidade da conduta face às particularidades do


agente e do fato, verifico que a ré agiu com dolo e alto grau de reprovabilidade de conduta, entretanto, não
transborda os limites abstratos considerados pelo legislador, não havendo fundamento para a exasperação da pena.
Antecedentes: De acordo com sua folha de antecedentes (seq. 4.1), o réu é primário. Conduta social: Não há, nos
autos, elementos suficientes para qualquer valoração da vida da ré em seu ambiente familiar e social. Portanto,
deixo de valorá-la. Personalidade do agente: A personalidade do agente, consoante entendimento da doutrina
moderna, deve ser aferida quando existentes nos autos laudos técnicos que demonstrem cabalmente o caráter do
réu, visto que o juiz, embora de formação acadêmica ampla, não dispõe de meios para determinar a personalidade
do agente. Diante disso, deixo de valorar esta circunstância. Circunstâncias do crime: as circunstâncias do crime são
as modalidades da ação criminosa, particularmente no que respeita à sua natureza, à espécie de meios empregados,
ao objeto, ao tempo, ao lugar, à atitude ou estado de ânimo do réu antes, durante ou após o crime. Motivos: Os
motivos do crime não restaram justificados, razão pela qual deixo de valorar. Consequências: As consequências do
crime são normais à espécie, nada tendo a se valorar como fator extrapenal. Comportamento da vítima: Não há que
se falar em comportamento da vítima, pois se trata de crime vago. Natureza da droga: A natureza da droga
apreendida não ultrapassa a prevista ao tipo penal, não podendo tal circunstância ser considerada para majoração
da pena base. Quantidade Apreendida: As quantidades das substâncias apreendidas não devem ser consideradas em
desfavor da acusada.

À vista dessas circunstâncias analisadas individualmente, sopesando-se as diretrizes estabelecidas no artigo 59 do


Código Penal e artigo 42 da lei nº 11.343/2006, fixo a pena-base em seu mínimo legal 05 (cinco) anos de reclusão e
500 (quinhentos) dias-multa.

2ª fase: Agravantes e Atenuantes

Presente a circunstância atenuante da confissão espontânea (artigo 65, inciso III, “d”, do Código Penal), porquanto a
ré confessou em juízo que trazia consigo a droga. Não há agravantes. No entanto, deixo de atenuar a pena-base em
razão de que nesta fase a pena não pode ficar aquém do mínimo legal.

3ª fase: Causas de aumento e diminuição

Da causa de aumento de pena prevista no artigo 40, inciso III da Lei nº 11.343/2006

Inequívoca a incidência da causa de aumento prevista no art. 40, inciso III da Lei 11.343/06, em virtude de o crime de
tráfico ilícito de droga ter sido pratico nas imediações de estabelecimento prisional, conforme depoimentos das
testemunhas, vale dizer, da Cadeia Pública de xxxxx/PR. Por tal razão, aumento a pena fixada na fase anterior em 1/6
(um sexto), ou seja, para 05 (cinco) anos, 10 (dez) meses e 583 (quinhentos e oitenta e três) dias-multa. Da causa de
diminuição de pena prevista no artigo 33, §4º da Lei nº 11.343/2006.

Não se fazem presentes causas de aumento e de diminuição de pena. Saliente-se que, a ré não preenche o requisito
do artigo 33, §4º da Lei nº 11.343/2006. Nota-se que a ré se dedica a atividades criminosas, pois, em que pese ser
primária, já foi condenada por tráfico ilícito de drogas. Assim sendo, por essa razão deixo de aplicar a diminuição.
Pena final Diante do exposto, fica o réu FULANO DE TAL condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade
05 (CINCO) ANOS, 10 (DEZ) MESES E 583 (QUINHENTOS E OITENTA E TRÊS) DIAS-MULTA. Considerando a ausência de
maiores informações a respeito da situação econômica em que se encontra a acusado, fixo o valor do dia-multa em
1/30 do salário mínimo vigente na data dos fatos. Fica consignado que o valor apurado deverá ser corrigido
monetariamente.

V – DO REGIME INICIAL Considerando que a pena imposta a sentenciada supera 4 (quatro) anos de reclusão, de
acordo com o disposto no §2º, alínea “b” do art. 33 do Código Penal, fixo o regime inicial no SEMIABERTO. Como se
sabe, antes da inovação trazida pela Lei nº 12.736/2012, cabia ao Juízo da Execução Penal proceder à detração (art.
66, III, “c” da Lei nº 7.210/1984). No entanto, de acordo com a atual redação do §2º do art. 387 do CPP passou a
vigorar a regra segundo a qual “o tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou
no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade”.

Da leitura do aludido dispositivo legal, extrai-se que a detração na sentença condenatória será necessária quando,
descontado da pena definitiva fixada o tempo que o réu permaneceu custodiado, houver modificação no regime
inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade. Contudo, no caso dos autos, conquanto o réu tenha
permanecido por certo período preso processualmente, vislumbro que a detração em nada alterará o regime fixado,
de maneira a mostrar-se mais adequado que ela seja procedida no juízo da execução, onde há maiores
conhecimentos acerca do tempo de pena já cumprido, além de outras informações subjetivas a respeito dos
sentenciados.

VI – DA SUBSTITUIÇÃO E SURSIS Com base na Resolução nº. 05/2012 do Senado Federal, que decidiu pela
inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos” no julgamento de HC nº.
97.256/RS, restou incontroversa também a possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade pelas
restritivas de direito do artigo 44 do Código Penal, desde que preencha os requisitos necessários para a concessão
do benefício. Contudo, vislumbra-se que a pena privativa de liberdade ultrapassa 04 (quatro) anos. Do mesmo
modo, incabível a aplicação da suspensão condicional da pena, diante do não preenchimento dos requisitos legais.

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