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COMO LIDAR COM A SEXUALIDADE

I Tessalonicenses 4.1-8

Uma das maiores dificuldades do ser humano é lidar com sua sexualidade. Especialmente
os impulsos sexuais, que a todo instante fazem o corpo sentir sensações que muitas vezes, se
não dominados corretamente, geram sérios problemas.

Há quem diga: “O corpo é meu, faço o que quiser com ele!”. Mas, será que é assim
mesmo? Podemos fazer o que quisermos com o nosso corpo? No prefácio do livro “Aprenda a
viver bem com Deus e com seus impulsos sexuais”, o pastor Josh Macdowell diz que “Deus
estabeleceu leis físicas - como a da gravidade. Mas criou também leis espirituais e quando
violamos essas leis sofremos as consequências dessa violação”. Lidar com isso não é fácil, pois
como diz o referido autor: “nossas paixões não dão ouvidos a nenhum tipo de argumentação.
Elas gritam dentro de nós, exigindo satisfação, seja qual for o preço a pagar”.

Para o jovem cristão é ainda mais difícil lidar com esse desejo que assalta a todos, sem
exceção. Assim, alguns questionamentos surgem ao longo do caminho, como:

 Sexo antes do casamento é pecado?

 Qual o limite do meu namoro?

 Ficar é certo?

 O crente pode masturbasse?

 O que Deus pensa sobre homossexualismo, masculino e/ou feminino?

Uma vez que não podemos nos entregar à promiscuidade sexual, devemos entender
alguns princípios bíblicos sobre este assunto.

1. Sexo antes do casamento é pecado?

A bíblia não dirá nada do tipo: “Sexo só depois do casamento”, contudo, ela dá claros
indícios desta questão. Assim, para entendermos melhor este assunto vamos à alguns textos
das Sagradas Escrituras, partindo da premissa de que o propósito de Deus sempre foi o
casamento (Gênesis 2.18, 24).

Uma vez que o propósito Divino sempre foi o casamento, isso significa dizer que qualquer
relação sexual fora dele é pecado (Hebreus 13.4). O apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios e
preocupado com a impureza, visto que Corinto era uma cidade portuária e, portanto, a

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prostituição e a impureza sexual eram extremas, orienta seus leitores quanto à essa questão ao
afirmar: “Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher; mas, por
causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido. E
aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também
eu vivo. Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver
abrasado” (I Coríntios 7.1-2; 8-9).

2. Posso namorar uma pessoa que não é cristã?

Veja, a questão não deveria ficar em: Posso namorar uma pessoa que não é cristã? Mas,
que tipo de namoro terei com alguém que não é cristão?

O ponto levantado acima é importante, pois uma pessoa não-cristã, certamente não terá
os mesmos princípios e valores morais, éticos e espirituais que você e isso pode ser um sério
problema. Neste sentido, veja o que o apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios: “Não vos ponhais
em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a
iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno?
Ou que união, do crente com o incrédulo?” (II Coríntios 6.14-15)1.

Lembremos ainda que um dos pecados cometidos pelo povo da Aliança no cativeiro
babilônico foi seu envolvimento com pessoas estrangeiras (Esdras 9.1-7). Porque era um pecado
tão horrendo? Porque Deus havia proibido tal união, visto que ela poderia levar o povo à idolatria
(Êxodo 34.11-16; Deuteronômio 7.1-4; Números 25.1-9; I Reis 11.1-6, 16.28-33).

Talvez alguém diga: “Mas, eu não pretendo casar com a minha namorada”. Lembre-se,
portanto, o propósito de Deus para nosso relacionamento é o casamento. Alguém ainda pode
dizer: “Quando eu casar minha esposa ou marido se converterá”. Lembre-se do que diz o
apóstolo Paulo em I Coríntios 7.16-17.

Através da oração e conhecimento da Palavra de Deus, é possível saber a vontade de


Deus para sua vida, inclusive a este respeito.

3. Qual o limite do meu namoro?

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Embora Paulo não esteja falando de relacionamento amoroso aqui, o principio estabelecido não muda.

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O namoro é um período de conhecimento mútuo. Na cultura judaica não existia o namoro,
apenas o noivado e logo depois o casamento, pois para eles, o noivado já um tempo de
conhecimento recíproco e preparação para uma vida conjugal.

Deve-se ter muito cuidado com a ideia de namorar apenas por namorar, pois como vimos
anteriormente, o objetivo de Deus para nós é o casamento e não o abrasamento. É muito comum,
especialmente entre as mulheres, o entregar-se completamente à paixão, acreditando que “ele”
é o homem ideal, porém, não são poucas as que se decepcionam e acabam rompendo o
relacionamento. Quando uma jovem se entrega a determinadas intimidades, ela sofre muito mais
quando o namoro acaba, do que seu namorado. Desse modo, é preciso esclarecer, que tempo
de namoro ou relacionamento sério, não são permissão para ir além, mesmo que seja o famoso
e vulgar “amasso”.

Mas, e quando passamos do ponto, quando o namoro está em um nível de intimidade em


que certas permissões já foram dadas, o que fazer? Neste caso, de maneira a santificar seu
namoro e fugir dos excessos, devem evitar ficar a sós e sob muita oração e leitura das Escrituras,
buscar em Deus ajuda para vencer seus impulsos (cf. Filipenses 4.8-9). Detalhe: nunca somos
fortes o suficiente para enfrentar o desejo sexual, sem a graça de Deus. Lembre-se que José
preferiu fugir a enfrentar a tentação sexual (Gênesis 39.10-12). Veja ainda o que nos ensina I
Coríntios 6.12-20. Devemos igualmente atentar para o que é asseverado por Paulo em Efésios
5.1-12: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também
Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma
suave. Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre
vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas
essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. Sabei, pois, isto: nenhum
incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.
Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os
filhos da desobediência. Portanto, não sejais participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas,
porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em
toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais
cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem
em oculto, o só referir é vergonha”.

4. Ficar é certo?

Ficar não passa de um relacionamento sem compromisso. E a cada dia cresce o número
de adolescentes e jovens gravidas por haverem “ficado” com alguém na noite anterior, sem nem
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mesmo saber, em grande parte das vezes, quem é o pai da criança que está esperando. Neste
aspecto, alguém pode dizer: “Mas, como crentes não mantemos relações sexuais quando
ficamos; apenas beijamos e pronto”. Seria um argumento interessante, caso não fugisse ao
propósito final de Deus: o casamento. Além disso, existe a questão do testemunho pessoal (I
Timóteo 4.12). Por outro lado, entenda que seu corpo é templo do Espirito Santo: “Acaso, não
sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte
de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois,
glorificai a Deus no vosso corpo” (I Coríntios 6.19-20).

A questão é que a regra é clara: Deus não nos criou para ser objetos de ninguém, nem
para desfrutarmos de prazer desenfreado e sem compromisso. Veja o que ensina Colossenses
3.5-6: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva,
desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os
filhos da desobediência”.

Não saia por aí ficando com ninguém, valorize-se. Você é melhor que isso, você é filho(a)
do Senhor de tudo o que existe. Lembre-se do que diz II Coríntios 5.10: “Porque importa que
todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem
ou o mal que tiver feito por meio do corpo”.

5. O crente pode masturbar-se?

Com relação a esse assunto há, na verdade, muita polêmica. Alguns defendem que a
masturbação é pecado, portanto, não deve ser praticada; outros, mais liberais acreditam que ela
deve ser praticada como forma de autoconhecimento; e outros ainda, entendem não ser pecado,
porém por uma questão de prudência e santificação pessoal, deve ser evitada.

Veja, o simples ato de manipular os órgãos genitais não são o problema em si, mas
quando alguém se masturba, via de regra, está pensando em outra pessoa ou em alguma cena
de cunho sexual e/ou erótico. Diante disso, é desaconselhável o crente masturbar-se.

É fato que a Bíblia não fala nada a esse respeito. Contudo, devemos entender alguns
princípios. Gálatas 5.19-21, elenca uma série de práticas que estão em desconformidade com a
vontade de Deus e dentre elas constam: prostituição, impureza e lascívia. E nos versos 24 e 25,
lemos: “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e
concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”.

Como já dissemos, quem se masturba, mormente está pensando em outra pessoa ou em


alguma cena erótica e isto também tem suas implicações. Veja Êxodo 20.17 e Mateus 5.28.

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Estes princípios valem para ambos os sexos. Portanto, cuidado com o que você faz. Você pode
esconder todos os seus atos de quem quer que seja, mas Deus está no trono, contemplando sua
vida e vendo os suas ações e intenções.

Lembre-se: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me
são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (I Coríntios 6.12).

Conclusão

Algumas características são comuns a todos os que caem:

 Eles flertam com o pecado;


 São vaidosos
 Se acham autossuficientes;
 Criam a falsa ideia de que Deus irá livrá-los;

Se, porventura, você está vivendo em algum destes pecados, não pense que é o fim, que
não há solução ou salvação para você, pois a Palavra de Deus nos ensina que “o que encobre
as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará
misericórdia”. Você pode vencer pecados dessa natureza ao observar algumas regras básicas,
apresentadas em Efésios 5.1-12:

 Seja imitador de Deus, isto é, seja discípulo e não apenas seguidor (verso 01);
 Sacrifique seus desejos, para glória de Deus (verso 02);
 Evite conversas impuras. O verbo grego ονομαζω (onomazo: nomear), neste
contexto, dá a ideia de uma conversa inadequada e erotizada (versos 03-04);
 Tenha consciência de que Deus rejeita a impureza ((verso 05);
 São siga os maus exemplos (versos 06-09);
 Não se conforme com o pecado, antes aborreça-o de todo coração, buscando o
que agrada a Deus (versos 10-12);

Por fim, para concluir, devemos refletir no que diz o Salmo 119.9: “De que maneira poderá
o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra”. E ainda em Mateus
7.13-14: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a
perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho
que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela”.

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