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AVISO

Contém gatilhos que podem ser perturbadores para alguns


leitores.
DEDICATÓRIA
Para o meu grupo muito especial de leitores.

(Romance Junkies do JE)

Estes últimos meses têm sido difíceis, e houve momentos em que


eu duvidava que eu terminaria este livro.

Mas suas amáveis palavras, encorajamento e amor por esses


meus personagens loucos me deu o empurrão que eu precisava para
continuar.

Do fundo do meu coração, obrigado.

Para minha Cupcake.

Ser minha amiga nem sempre é fácil.

No entanto, você me ama mesmo assim.

Obrigado por abraçar a minha marca especial de loucura.

E obrigado por não ir embora.

Você, minha melhor amiga, é minha âncora.

Sempre.
PRÓLOGO
CLARA

B ASTA SE MANTER EM MOVIMENTO .

Coberta de suor e usando apenas um vestido de algodão branco


e sandálias prata, corri pela casa grande de dois andares que eu
chamava de lar nos últimos cinco anos.

Correndo com nada além de medo e adrenalina, eu queria que


minhas pernas fracas bombeassem mais rápidas e exigi que meu
corpo danificado se movesse mais rápido.

O tempo estava passando, o tempo estava se esvaindo. Com


apenas poucas horas de sua partida até que ele voltasse, eu não
tinha um único segundo a perder.

Deslizando em uma parada no corredor, eu peguei a mochila


embalando o que estava colocado junto à porta do quarto principal,
e a puxei por cima do meu ombro. Eu perdi a minha respiração
quando a dor agonizante rasgou através de mim. O peso adicional
era demais para eu manipular. Senti meus ossos como se tivessem
sido partidos, meus músculos como se tivessem sido arrancados a
partir dos ossos.

Eu enterrei meus dentes de volta juntos e me empurro através


do tormento.

Eu não vou deixar, eu disse a mim mesma. Não dessa vez.


—Meninos, —eu chamei ofegante. —Venham aqui.

Meus filhos, Liam, que tinha cinco anos, e Declan, que tinha
quatro se arrastaram para fora de seus quartos depois de olhar para
os dois lados do corredor vazio. Seus olhos examinaram o
comprimento do meu corpo tomando o labirinto de cortes frescos e
hematomas que cobriam a extensão de minha pele nua.

Eu gostaria de poder dizer que foi a primeira vez que tinham


me visto golpeada e ferida, mas isso seria uma mentira. As lesões
que estragavam minha carne pálida era uma ocorrência regular, e
eles sabiam muito bem o mal que o monstro com quem viviam era
capaz.

Eles tinham visto. Eles ouviram.

Felizmente, eles nunca tinham sido o alvo de sua fúria.

E ficaria desse jeito.

Enquanto eu tivesse um único fôlego no meu corpo, eu não


permitiria que eles se machucassem.

Eu morreria primeiro.

Ajoelhando-me diante deles, eu pisquei as lágrimas que


ameaçavam derramar dos meus olhos enegrecidos. —É hora de ir,
um pouco de uma aventura, caras. —Eu sussurrei, minha voz
trêmula.

As sobrancelhas de Declan se franziram em confusão. —Para


onde estamos indo, mamãe? Estamos finalmente fugindo? —A
esperança alinhando em sua voz fez com que minhas mãos
tremessem.
—Sim, bonito, estamos. —Eu respondi. —Nós estamos
correndo muito, muito distante.

Ao lado de Declan, o rosto de Liam endureceu. Meu coração se


apertou com a visão. Meu menino doce era muito jovem para
parecer tão zangado. – Bom. —Ele retrucou. —Porque eu não quero
mais ficar aqui.

Tick Tack.

Tick Tack.

O tique-taque do relógio de cuco antigo no corredor me


lembrou que não tínhamos tempo a perder. A cada segundo que
passava, a probabilidade de nós sermos apanhados e de mim ser
morta, crescia.

Precisávamos nos mover. Agora.

Eu estava com os pés instáveis e segurei a minha mão direita.


—Vamos, bebês. Um novo mundo nos espera.

—Eu quero ver um novo mu.. mundo. —Declan gaguejou,


deslizando sua mão na minha. O sorriso que se espalhou pelo seu
rosto aqueceu a frieza no meu peito, diminuindo o medo paralisante
que me possuiu.

Seja corajosa. Seja forte.

Você pode fazer isso ... Você tem que fazer isso.

Olhei sobre a cabeça de Declan, o olhar bloqueado com meu


filho mais velho. – Liam —eu disse. —Pegue a mão de seu irmão.
Precisamos ir, baby.
Ele pegou a mão de Declan na sua, e juntos nós nos movemos.

Ao chegar à porta da frente, eu hesitei antes de envolver a mão


trêmula ao redor do botão.

O coração batendo forte, eu enviei uma oração silenciosa.

Querido Deus, esta é Clara Rose. Por favor, nos mantenha


seguros. Só desta vez.

—Tudo bem, rapazes. —Eu disse, quieta como um rato. —Aqui


vamos nós.

Com um movimento do meu pulso, eu abro a porta, esperando


ser atendida pela escuridão da noite de verão. Mas não foram as
estrelas cintilantes e o ar úmido da Geórgia que nos cumprimentou.

Não, era algo completamente diferente.

E essa outra coisa era o meu pior pesadelo.

Oh Deus, eu silenciosamente chorei. Isso não pode estar


acontecendo.

Em pé na minha frente, com o rosto torcido de raiva, estava


meu carcereiro, o homem que tinha a chave para a gaiola dourada
onde eu tinha estado presa durante os últimos cinco anos.

Uma gaiola que ele tinha jurado nunca me deixe escapar.

Se você tentar correr, eu vou matá-la, ele tinha jurado.


Dolorosamente. Lentamente. Certamente.

Medo me consumiu quando olho nos olhos do meu marido e o


pai dos meus filhos, um monstro da vida real.
—Colin. —O nome dele era um sussurro aterrorizado em meus
lábios. —Por favor, não...

Eu não tive a chance de terminar a minha frase.

Sem aviso, os nós dos dedos cicatrizados encontram meus


lábios, os dividindo em dois.

O sabor metálico de sangue preenche minha boca, e fragmentos


de um dente partido raspa entre minha língua.

Eu tropeço para trás, perdendo o equilíbrio.

—Mamãe! —Declan grita quando minha mão foi rasgada livre


da sua.

Incapaz de me manter em pé por mim mesma, eu caí. Minhas


costas encontram o mármore em uma batida de ossos. Eu engasgo
para respirar e rolo para o meu lado. Desesperada para tirar os
meus meninos fora de perigo, eu encontrei o olhar aterrorizado de
Liam e murmurou uma única palavra.

Aquela palavra? Esconda.

A sombra de Colin paira sobre mim, mas eu não lhe dou


atenção. Eu estava muito ocupada olhando nos olhos de meu filho
mais velho, esperando que ele faça o que eu disse. Meu castigo,
aquele que pode fazer com que o meu coração não bata, estava
apenas começando.

Ele precisava pegar Declan e sair de vista.

Se não o fizesse, eu não tinha certeza se seria capaz de protegê-


los.
—Vá —eu murmuro novamente, meus olhos imploram para ele
ouvir. —Agora.

Alívio toma conta de mim quando ele recua, puxando Declan


junto com ele. Passo após passo, na ponta dos pés pelo corredor até
que desaparece de vista. Em seu quarto correriam, e em seu armário
que iriam se esconder.

Uma lágrima, a primeiro de muitas, cai.

Por favor, não deixe que seja a última vez que vou vê-los.

Não querendo direcionar a atenção de Colin para os meninos,


eu virei de costas e olhei para ele. Sua expressão provocou uma nova
onda de medo, me consumindo. Eu tinha visto ele com raiva antes, e
eu senti os efeitos de seu temperamento na forma de hematomas e
ossos quebrados.

No entanto, eu nunca tinha visto seus olhos nadar com tanta


raiva.

E era tudo porque eu tentei fugir...

... tentei escapar.

Ele se inclinou sobre mim, os olhos fixos no meu rosto. Ele se


debruçou em meus ombros, me enrolo em mim mesma. —Você
cometeu um erro, esposa, —ele assobiou. Seu sotaque irlandês
estava mais espesso do que o normal, um sinal indicador do quão
zangado estava. —Agora você vai colher as consequências.

Sem perder o ritmo, ele bateu a bota nas minhas costelas. O


osso deu em estalo, rachando. Fogo, seguido por uma intensa
pressão, rasgou meu lado.
Eu gritava em agonia, enrolada em uma bola para me proteger.

O movimento fez pouco para ajudar.

Golpe após golpe, chute após chute.

Cada golpe aterrissou com tanta força que roubou a respiração


de meus pulmões.

—Sua puta estúpida! —Ele gritou. —Como você pôde fazer isso
comigo? —Sua voz tornou-se mais alta, seu tom mais sinistro com
cada palavra que ele falou. Ele pegou em punho meu vestido em sua
mão e me puxou para fora do chão, trazendo meu nariz para
próximo de uma polegada do seu. O cheiro de uísque irlandês
flutuava em meu rosto, fazendo meu estômago embrulhar. —Eu lhe
disse o que eu faria se você tentasse me deixar, não disse?

Eu não tive tempo para responder antes que ele me deixasse


cair de volta para o chão. Balançando a cabeça, ele olhou de soslaio
para mim com uma mistura de ódio e desgosto. —Você trouxe isso
tudo em si mesma, moça, —ele levantou a mão no ar —e você
merece tudo o que você está prestes a receber.

Sem dizer outra palavra, ele bateu com o punho contra a minha
têmpora direita.

O sucesso foi mais difícil do que qualquer outro que veio antes
dele.

Com o impacto, tudo ficou escuro.


V OU MORRER .

Foi o pensamento solitário correndo pela minha mente


enquanto eu me ajoelhei no chão de mármore frio nos pés de Colin.
Semiconsciente, eu flutuava entre estar acordada e dormindo.
Quanto tempo eu estava escorregando de um estado para o outro,
eu não sei.

Minha mente estava confusa, meus pensamentos caóticos.

Uma miríade de lesões dolorosas crivada no comprimento do


meu corpo.

Catalogar cada uma manteve minha mente ocupada, me


ajudando a ficar consciente.

Meus lábios estavam inchados, meu nariz quebrado, minhas


costelas quebradas.

O sangue escorria do meu nariz, meu lábio, e do corte acima do


meu olho direito.

Esmurrada pior do que nunca antes, eu estava perto de


desmaiar novamente. Minha força de vontade era a única coisa que
me mantinha acordada. Minha determinação para manter a raiva
violenta de Colin focada em mim, em vez dos meninos, foi mais forte
do que o desejo de deslizar para a inconsciência, onde não existiam
monstros e dor.

Fique acordada. Não deixe que a escuridão a leve.

Uma única gota de suor deslizou pelo meu rosto quando Colin
agarrou um punhado do meu cabelo, e puxou minha cabeça para
trás, forçando o meu olhar para cima.
Eu grito de dor quando ele puxa mais forte, arrancando fios de
cabelo vermelho do meu couro cabeludo.

—Colin. —Eu implorei. —Por favor... —Um sorriso sádico


inclinou seus lábios para o céu. Ele adorava quando eu implorava.
—... deixe-me i... ir.

—Deixá-la ir? —Ele zombou. —Eu nunca vou deixar você ir.

Suas palavras eram como um picador de gelo direto no meu


coração.

Afiada e penetrante, fere pior do que qualquer surra que ele me


deu.

Contusões, olhos negros, ossos quebrados... eles todos curam.

Mas perder a esperança de que meus meninos e eu um dia


iríamos fugir dele?

Isso estava insuportável.

Eu assobiei em agonia enquanto Colin envolveu sua mão livre


ao redor do meu queixo e apertou.

Eu esperava o osso ceder sob seu controle implacável a


qualquer momento. Mais contusões eram um dado, mas eu orei para
que eu fosse poupada com um maxilar fraturado.

—Você sabe muito bem que eu nunca vou deixar você sair. —
Ele rosnou. —No entanto, você ainda tentou fugir.

Ele tirou as mãos do meu corpo, me liberando.


Desequilibrada e incapaz de me segurar, eu caio para o meu
lado.

Colin ri da minha força minguante e se agachou diante de mim.


—Diga-me, Clara, qual era o seu plano? Você achou que fugiria
enquanto eu estava no trabalho e iniciaria uma nova vida em outro
lugar? Notícia de última hora, você sua puta, você não tem dinheiro,
nem família. Sem mim, você não tem nada.

Suas palavras verdadeiras cortaram profundo.

Desde o dia em que nasci eu não tinha sido nada.

Abandonada no nascimento por minha mãe, eu tinha crescido


como nada além do que uma criança adotiva indesejada. Agora,
vinte e três anos mais tarde, eu tinha me transformado em uma
mulher indesejada, aquela cujo objetivo principal na vida era servir
como um saco de pancadas de seu marido alcoólatra.

—É uma boa coisa eu vir para casa mais cedo, não é, moça?
Imagine se você tivesse escapado. —disse Colin. —Você teria parado
na rua ou viveria em um abrigo dentro de uma semana.

Comparado com o inferno que eu vivia, um abrigo soava como


o céu.

—É isso o que queremos para nossos filhos, Clara?

Tudo que eu queria para os meus filhos era a segurança.

Era algo que eu não poderia dar-lhes enquanto vivesse com seu
pai.
No meu silêncio continuado, Colin puxou meu cabelo. Forte. —
Me responda.

Mesmo que eu esperasse ele me bater de novo, eu me recusei a


falar.

Meu desafio só o fez mais irritado.

Olhando para a foto de casamento que estava pendurada na


parede distante, ele estralou o pescoço e exalou. —Há quanto tempo
você vem planejando isso?

Eu não tive tempo para responder, não que eu teria, antes que
ele estendesse a mão, me atingindo no rosto. Meu cérebro sacudiu
na minha cabeça, e minha pele rasgou aberta, onde os nós dos dedos
encontraram minha carne tenra. Os pontos brilhantes dançaram na
frente dos meus olhos, e eu levantei meus braços para afastar os
golpes adicionais que estavam vindo.

O movimento foi inútil.

Colin bateu minhas mãos com o antebraço, me agarrou pelo


pescoço e levantou-me para os meus pés mais uma vez. Meu pânico
disparou quando ele apertou mais forte, cortando a minha
capacidade de respirar. Eu arranhei as mãos e os pulsos com as
minhas unhas e chutei ele com minhas pernas.

Meus esforços foram em vão. Colin era muito maior, muito mais
forte. Eu não tinha a menor chance contra ele. Nunca tive.

De repente, começamos a nos mover.

Eu estava ocupada lutando por minha vida, eu não prestei


atenção para onde ele estava me levando.
Eu estava muito focada na sobrevivência.

Se ele me matasse, não haveria nada entre ele e os nossos filhos.

Não importava que ele nunca os tinha prejudicado antes.

Se eu não estivesse por perto para ele abusar, ele iria atrás de
meus bebês, e isso era algo que eu nunca permitiria que acontecesse.
Talvez eu tenha falhado em me proteger, mas eu estaria ferrada se
eu o deixasse machucá-los. Não havia uma linha que eu não
atravessaria para mantê-los seguros. Eles eram meu coração e alma,
e eu caminharia até a minha morte com a minha cabeça erguida se
assegurasse a segurança deles.

Eu não era nada, mas eles eram tudo.

No corredor, Colin parou e soltou minha garganta. Engoli em


seco para o ar e atraí tanto oxigênio em meus pulmões famintos
quanto eu poderia. Não foi até que eu levantei meu olhar do chão
que eu notei onde tínhamos parado.

Eu quase caio quando vejo a porta do porão na minha frente. —


Oh Deus, —eu disse, caindo para trás contra a parede. —Por favor,
—eu implorei. —Eu não posso...

Colin abriu a porta, agarrou meu braço e me empurrou em


direção à escuridão.

Enfiei os calcanhares no chão e sacudi a cabeça para trás e para


frente. Lágrimas derramado dos meus olhos inchados. —Não, eu
não vou voltar lá em baixo. Eu nunca vou voltar...

Meu estômago se agitou, e eu estava a segundos de vomitar no


chão.
—Você vai, —disse Colin em um tom perigoso. —E você vai,
porra, ficar lá até eu decidir que eu posso confiar em você
novamente. Eu deveria matá-la pelo que você fez, mas isso seria
demasiado fácil. Não, moça, desta vez eu acho que vou fazer você
ouvir como eu castigo nossos filhos por sua desobediência.

Eu congelo.

—Então, talvez, você vai aprender a não me trair. —Ele se


aproximou, seu aperto firme. —Eu me pergunto qual dos gritos será
o mais alto. Seu, Clara, —ele deu um beijo nos meus ombros – ou os
deles?

Cada instinto maternal que possuía subiu à superfície com suas


palavras, e um ardor que eu nunca tinha experimentado antes se
enraizou no meu intestino. Fogo correu em minhas veias, e
determinação se instalou.

Minha adrenalina subiu.

Minha dor embotada.

Meu medo evaporado.

Eu não vou deixá-lo machucar meus filhos.

Eu vou matá-lo primeiro.

Meu corpo tremia quando eu articulei com as pernas trêmulas


para enfrentar o homem que abusou de mim desde o dia em que nos
casamos. Seu olhar sádico bloqueado com meu determinado, e pela
primeira vez em cinco anos, o medo que me cegava normalmente,
me consumindo quando olhava para ele, estava ausente.
—A única pessoa que vai gritar, Colin ... é você.

Antes que ele tivesse a chance de reagir, bati.

O calcanhar da minha mão bateu em seu nariz. Um rangido


seguido.

A primeira gota de sangue caiu quando eu levantei meu joelho


e o empurrei em sua virilha.

Colin dobrou.

Seus joelhos batem no chão duro, e seu rosto se contorceu de


dor.

Eu só podia imaginar o que ele achava da primeira vez que eu


lutei de volta.

A presa se tornou o predador...

Antes que eu pudesse atacar novamente, Colin se lançou para


mim.

Um grito enfurecido lhe escapou quando eu evitei sua garra.

Eu me virei e corri para a cozinha enquanto eu rezava para que


os meninos ficassem escondidos.

Os passos pesados de Colin me seguiram.

Corra mais rápido!

A voz na minha cabeça gritou.

Quando cheguei à cozinha, eu peguei uma faca de açougueiro


do bloco de madeira descansando ao lado do fogão e virei-me. Eu
levantei meu braço acima da minha cabeça, preparada para matar o
homem cujo o anel eu usava na minha mão esquerda.

O grito que rasgou da minha garganta foi um grito de guerra.

Antes que eu pudesse afundar a lâmina em seu peito, ele bateu


para fora da minha mão.

A faca caiu no chão e deslizou para longe.

Um segundo depois, o punho de Colin conectou com a minha


mandíbula. Minha cabeça se move para a direita, e eu caí. Osso
rachado, e dor explodiu no meu antebraço e meu pulso quando eu
pousei no meu lado direito.

Eu sabia que era uma fratura quando sentia uma.

Colin seguiu-me até o chão. Escarranchando meus quadris,


envolveu ambas as mãos em volta do meu pescoço. Em seguida, ele
apertou. Firme. Pela segunda vez naquela noite, eu perdi a
capacidade de respirar. Pressão construiu em meu peito e meus
pulmões gritavam em agonia.

—Você, puta estúpida! —Ele gritou. —Depois de tudo que eu


fiz para você, depois de tudo o que eu te dei!

Minha visão ficou escura.

Minha audição nublou.

Minha força se esvaiu, eu lutei com ele com toda a força.

Mas não importava o que eu fizesse, nada funcionava.

Seu aperto permaneceu inabalável e forte.


Minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento, e
minhas pernas ficaram dormentes.

O fim da minha vida estava correndo solto em mim, e eu não


podia fazer nada para detê-lo.

E por causa da minha incapacidade de me salvar, eu estava


deixando meus filhos vulneráveis.

Eu sou fraca. Eu falhei agora.

De repente, um grito de gelar o sangue ecoou, cortando meus


pensamentos.

Liam.

Atordoado pelo som, Colin soltou meu pescoço.

Virei-me para o meu lado e agarrei a faca, sugando minha


respiração por fôlego.

Cor retornou para o meu campo de visão, minha audição


retornou.

Uma nova onda de horror caiu através de mim quando eu olhei


para cima e vi Liam lançar-se no local onde eu estava deitada no
chão, Colin agachado em cima de mim.

Não, baby, não!

Ele agarrou nas costas de Colin e bateu os punhos contra os


ombros de seu pai. —Deixe a minha mamãe! —Ele gritou, com o
rosto vermelho. —Sai fora!
Mal brilhou nos olhos de Colin quando ele alcançou por cima do
ombro e agarrou a frente do pijama do meu bebê com uma mão,
ajuntando o material em seus dedos. Ele arrancou Liam de suas
costas e fez girar a seu lado, fora do meu alcance. —Você é igual à
sua mãe. —Sua voz gotejava com malícia. —E agora você vai ser
punido como ela.

De jeito nenhum.

Eu empurrei para os meus cotovelos e chutei Colin no intestino


tão duro quanto eu poderia.

Ele perdeu o equilíbrio, caindo, mas o chute veio um segundo


tarde demais.

Com um forte empurrão, Colin tinha Liam arremessado do


outro lado da sala.

Eu gemia de indignação quando o corpo do meu pequeno rapaz


bateu no armário debaixo da pia. Com o impacto, a bochecha se
partiu e sangue escorria do ferimento do meu pequeno.

Num acesso de raiva, subi para os meus pés e usando o meu


braço não quebrado, eu peguei o primeiro objeto que vi.

Esse objeto? A frigideira de ferro fundido.

Ergui a frigideira para o ar, que tremia para vencer o monstro


diante de mim.

Naquele momento, nada poderia ter me impedido de terminar


sua vida.
Depois de ferir meu filho, ele merecia nada menos do que a
morte.

Eu estava prestes a bater a panela pesada para baixo na cabeça


de Colin quando uma voz profunda que eu nunca tinha ouvido antes,
gritou: —Coloque a arma para baixo, Sra. O'Bannon!

Eu congelei e olhei para cima.

Quando eu vi dois policiais uniformizados fazendo o seu


caminho pelo corredor em direção a nós, suas armas levantadas, a
confusão se instalou. Então eu vi Declan de pé atrás deles, meu
celular que ele segurava entre os dedos começou a fazer sentido.

Um dos meninos tinha chamado a polícia.

O medo momentâneo me consumiu quando os oficiais se


aproximaram. Esse medo, no entanto, evaporou-se quando vi que
nenhum oficial tinha sua arma apontada para mim.

Em vez disso, ambos estavam destinados a Colin.

Tudo o que precisou foi um olhar para o meu tosto danificado


para saberem quem era o verdadeiro criminoso. Eu poderia estar
perto de cometer assassinato, mas já teria sido em legítima defesa.

Essa verdade era óbvia para todos em pé naquela sala.

Sabendo que estávamos finalmente seguros, eu deixei cair a


panela no chão e corri para Liam. – Mamãe. —Ele gritou quando eu
o puxei para perto com o meu braço bom. Seu corpo tremia, e à
frente de sua calça estava molhada de urina.
—Estou aqui, baby. —Eu disse, passando a mão sobre seu
corpo, verificando se há lesões. —Diga-me onde dói. —Ele
choramingou e tocou o corte em sua bochecha. Desgosto e muita
raiva inundou o meu sistema em sua expressão cheia de dor.

—Será que qualquer outra coisa dói? —Eu perguntei, lutando


contra as lágrimas frescas.

Ele balançou sua cabeça. —É preciso pegar Declan. Ele está com
medo.

Eu balancei a cabeça e estremeci quando parafusos de dor


riscam pela minha cabeça. Minha adrenalina estava regredindo, e a
dor retornando. Eu precisava chegar a Declan antes de perder a
capacidade de me mover. —Espera aí, menino doce. Eu vou pegá-lo.

Segurei Liam apertado contra mim e olhei por cima do ombro


para o primeiro oficial. Ele estava agachado sobre Colin, seu joelho
pressionado em sua parte inferior das costas quando o segundo
oficial colocava algemas em torno de seus pulsos.

Foi alívio imediato.

Ele não podia nos prejudicar. Não mais.

—Senhor, meu filho, Declan... —Ele olhou para cima,


encontrando o meu olhar. —Ele está no corredor. Eu preciso dele...

O oficial balançou a cabeça em compreensão. Os olhos dele vão


ao seu parceiro. —Você tem isso sob controle?

—10-4, chefe. Pegue o garoto. Vou levar este pedaço de me... —


O segundo oficial parou de falar e inalou. —Vou levar o Sr. O'Bannon
à viatura e deixar o serviço de emergência saber que a cena é segura.
Ele se levantou, arrastando um Colin em silêncio com ele.

Quando o primeiro oficial partiu para recuperar Declan, os


olhos cheios de ódio de Colin bloqueiam em mim.

—Isso ainda não acabou. —Ele murmurou, baixando o olhar


para um Liam tremendo. Eu empurrei Liam atrás de mim,
bloqueando-o de vista de Colin. As bochechas do meu marido, em
breve encarcerado, avermelhou de raiva quando ele empurrou seu
olhar de volta para mim. —Nem mesmo perto.

Meus joelhos tremiam, minhas pernas ficaram fracas.

Por algum milagre, eu mantive-me na posição vertical até que


o oficial arrastou Colin da cozinha para a porta para o pátio. Uma vez
que ele se foi, eu caí no chão, caindo duro.

Em pânico, Liam agarrou a frente do meu vestido. —Mamãe!

Ao escutar seu grito, o primeiro oficial dobrou a esquina em


uma corrida, puxando um Declan aterrorizado olhando para trás.
Ele caiu de joelhos na minha frente e agarrou meus ombros, me
segurando firme. Olhei para Declan, os olhos cheios de lágrimas. —
Declan, baby...

Seu queixo tremeu. – Liam o deteve, mamãe. Ele o parou desta


vez.

Meu coração se despedaça.

Nenhum dos meus rapazes tinha começado a escola ainda, mas


já tinham aprendido em primeira mão como os seres humanos
poderiam ser cruéis. Por causa da minha fraqueza, eles tinham visto
coisas que nenhuma criança jamais deveria ver.
Eu os deixei passar por tanto tempo.

A única coisa que eu sempre quis era ser uma boa mãe, mas eu
tinha falhado. Não importava se escapei agora ou não, os meus filhos
para sempre carregariam cicatrizes por causa do que tinham sido
forçados a viver.

E foi tudo culpa minha.

Eu nunca me perdoaria.

—Sinto muito, —eu soltei em torno de um soluço, ficando mais


tonta a cada segundo. —Eu sou fraca, falhei rapazes, muito.

Os olhos de Declan se arregalaram, e Liam passou o braço em


volta do meu quebrado. Deve ter doído, mas eu não sentia a dor. A
única dor que eu sentia irradiava a partir do centro do meu peito, o
lugar onde meu coração partido descansava.

As mãos do oficial apertaram meus ombros, mas isso não


importava. Não havia nada que ele pudesse fazer para me impedir
de flutuar para longe. Nem mesmo a culpa e tristeza invadindo cada
célula do meu corpo poderia me manter consciente.

Eu falhei. Eu falhei. Eu falhei.

Com o fim da minha força, cheguei para Declan e o puxei para


mim.

Então, segurando ambos os meus filhos chorando contra mim,


saí discretamente.

***
O SILÊNCIO ERA ENSURDECEDOR .

Dentro das paredes seguras de Abrigo de Mulheres Maltratadas


em Toluca, sentei-me em uma maca rígida, minhas costas
pressionadas contra a parede de bloco cinza atrás de mim. Liam e
Declan ambos dormiam à esquerda de mim, seu berço
compartilhado ficando ao lado do meu.

Fazia três dias desde que tinha escapado de Colin e dois dias
desde que tínhamos chegado ao abrigo. Nesse tempo, o medo de que
ele iria nos encontrar havia se tornado paralisante.

Eu não podia comer. Não conseguia dormir.

Metade do tempo eu não conseguia nem pensar.

Era terrivelmente cansativo, e eu não tinha certeza de quanto


mais eu poderia aguentar. Eu já estava caminhando sobre uma linha
tênue entre a sanidade e a loucura, antes que Colin fosse liberado da
penitenciária do condado um dia depois de que ele foi preso.

Agora que ele estava livre, eu estava perto de me perder.

Não importava que eu tinha conseguido uma ordem de


restrição temporária contra ele, nem importa que estávamos
escondidos. Não havia uma única coisa que ele não faria para nos
encontrar, e uma vez que ele fizesse, ele faria qualquer coisa para
nos levar de volta.

Ele nunca iria parar de olhar. Nunca parar de procurar.

Perdida no temor que corroía meu intestino, eu não vi alguém


parar ao lado da minha cama. Nem ouvi sussurrar meu nome. Mas
eu com certeza senti o de toque de mão em mim.
Meus instintos de luta ou fuga chutou no ligeiro toque.

Assustada, eu puxei minha mão e levantei o braço, preparada


para atacar.

Certo ou errado, eu estava correndo por puro instinto e pronta


para atacar quem quer que tivesse me tocado. Condicionada por
anos de abuso, minha mente gritava que quem estava ali queria me
fazer mal.

Felizmente, esse não era o caso.

Quando meus olhos pousaram em Hop Peterson, uma das


assistentes sociais que tinha feito todo o possível, para ajudar os
meninos e a mim desde a nossa chegada no abrigo, suspirei de alívio.

—Eu sinto muito. —disse ela, seus olhos castanhos nadando


com pesar. —Eu não queria te assustar. Eu não deveria ter tocado
você. Eu sei melhor. Eu só...

—Está tudo bem. —Eu disse, interrompendo-a.

Deixei minha mão relaxada contra a parede.

Ela soltou um suspiro aliviado. —Não consegue dormir?

Eu balancei minha cabeça.

—Sim. —Sussurrei. —Eu duvido que eu seja capaz de qualquer


forma. —Seu olhar deslizou de mim para Liam e Declan. Um
pequeno sorriso enfeitou seus lábios. —Eles são tão bonitos. Esses
caras são bonitos e educados. Você deve estar orgulhosa. —Antes
que eu pudesse responder, ela continuou, —Mas eu sei que você
está. Eu vejo a forma como seus olhos se iluminam quando você olha
para eles.

Ela estava certa. Eu estava orgulhosa deles.

Imensamente por isso.

—Tudo bem, senhorita Clara, —Hop disse, dando um passo


para trás. —Eu vou deixar você descansar um pouco, mas se você
precisar de alguma coisa me avise, ok?

Quando ela começou a se afastar, peguei a mão dela,


impedindo-a.

—Espere. —Eu disse em uma corrida. —Não vá. Ainda não.


Quero dizer... —Eu engulo —Você pode ficar.

Havia algo sobre a presença da Hop que me confortava. Além


de todos os trabalhadores no abrigo, ela era a pessoa que eu
gravitava em torno desde o primeiro dia.

Bondade irradiava dela como um farol.

Era inconfundível, inegável, e naquele momento, eu precisava


de um monte de bondade em minha vida.

Sem hesitar, Hop sentou-se no chão duro ao lado de minha


cama. —Eu vou ficar o tempo que você precisar de mim também.
Você quer conversar? Ou você gostaria que eu fique de vigia
enquanto você dorme um pouco? Eu estou bem com qualquer um.

Eu não tinha certeza do que eu queria.

Meu silêncio era prova disso.


—Tudo bem. —disse ela, sorrindo. —Que tal eu lhe dar o 4-1-1
em todos os funcionários do abrigo? Eu posso ser mais doce do que
uma torta de pêssego, mas eu posso fofocar tão bem como qualquer
mulher.

Uma risada inesperada escapou dos meus lábios. Eu tive um


pressentimento de que Hop só faria fofoca do tipo inofensivo. Eu só
a encontrei, mas eu tinha certeza de que ela não tinha um osso
malicioso em seu corpo.

Há algo especial sobre ela...

—Ok. —Eu respondi, em voz baixa. —Vamos ouvir isso.

—Tudo bem, então, —ela começou, se aproximando. —Eu acho


que eu deveria começar sobre mim mesma. Um, eu sou viciada em
muffins, qualquer tipo realmente, embora eu prefiro de chocolate ou
mirtilo. Dois, eu sou vegetariana, e o pensamento de comer algo que
já foi vivo me faz ter vontade de vomitar.

Ela estremeceu, e eu sorri.

—Três... —ela fez uma pausa – Eu sou apaixonada pelo melhor


amigo do meu irmão. —O sorriso em seu rosto tornou-se forçado.
Mesmo que ela tentou esconder isso, eu ainda vi a dor que dançava
em seus olhos. —Infelizmente, ele não me ama de volta, então eu
estou atualmente sozinha.

Meu coração se apertou com suas palavras.

Vendo o flash de dor em seus olhos me perturbou.

—Qual o nome dele?


—Evan. —Ela olhou por cima do ombro em direção à frente do
abrigo. —Evan Morgan.

Minha boca ficou boquiaberta. —O cara da segurança? —Eu


perguntei, atordoada. —O cara grande e assustador?

Eu conheci Evan, chefe da segurança do abrigo na noite de


nossa chegada. Uma olhada em seu corpo, maior do que a altura
média, em construção muscular, e rosto severo me tinha
aterrorizava. Desde então, eu o tinha evitado o melhor que pude.

—Isso seria ele. —Ela disse, pegando na língua de seu tênis.

—O homem é um idiota gigantesco então. —Eu murmurei,


revirando os olhos. —Como poderia alguém não te amar? Você é
linda, doce e gentil. Sério, o homem é cego ou simplesmente
estúpido.

Apesar do choque gravado em seu rosto, Hop deu um sorriso


ao meu caminho.

—O quê? —Eu perguntei, sentindo uma leveza vir sobre mim.


—Estou falando sério aqui.

Com os olhos brilhando, Hop subiu de joelhos e se inclinou para


frente. —Quer saber de uma coisa, Clara? —Eu balancei a cabeça em
resposta. —Tenho a sensação de que você e eu vamos nos tornar as
melhores amigas.

Acontece que ela estava certa.


CLARA
DOIS ANOS E MEIO MAIS TARDE

O QUE FOI AQUELE BARULHO?

Em pânico, eu me empurrei de pé sobre o sofá onde eu tinha


dormido na noite anterior, e olho ao redor da sala, procurando a
origem do som, um pequeno assoalho rangendo talvez? Foi o que eu
tinha acabado de ouvir.

—Tem alguém aqui?

Meu coração batendo pulou na minha garganta quando alguém


bateu no meu ombro em resposta, assustando a claridade fora de
mim. Eu gritei e puxei a colcha que cobria minhas pernas até meu
peito como se isso fosse me proteger de quem estava atrás do sofá,
seu corpo escondido da minha vista e de olhos arregalados.

Uma risada quebrou o silêncio da sala.

—Declan Michael O'Bannon, —Eu mexia, o medo enraizado no


meu peito subindo e descendo rápido. —Você quase me deu um
ataque cardíaco, seu pequeno delinquente. —Joguei o cobertor no
chão, saltei de joelhos sobre a almofada gasta e olhei por cima do
encosto do sofá de segunda mão que eu tinha comprado em uma
venda de quintal por vinte dólares.

Meu filho mais novo ficou onde ele estava de cócoras e sorriu.
—Desculpe, mamãe, —ele respondeu, rindo. —Eu estava pegando o
controle. —Ele acenou para a TV rachada-mas-ainda-funcionando
com o controle remoto no ar para dar ênfase. – Dormiu no sofá
novamente.

Eu sorri, correndo os dedos pelo seu cabelo bagunçado. —Há


quanto tempo você está acordado? —Eu olhei ao redor da sala,
procurando por Liam. Ele era o primeiro a acordar todas as manhãs.
—E onde está o seu irmão?

Declan apontou para a cozinha. —Preparando café da manhã.


—Ele franziu o nariz um pouco para cima. —Eu queria cereais, mas
estamos sem leite ainda.

Um gemido frustrado escapou de meus lábios.

Nós estávamos sem leite juntamente com apenas todo o resto.

O corretor me quebrou, eu tinha estado presa ao básico durante


a última viagem ao supermercado. manteiga de amendoim, ovos,
pão, sopa. Leite estava muito caro, e por isso não tínhamos uma nova
caixa de cereal. Aquela que estava na nossa despensa acima dos
sacos de feijão tinha que ter um mês de idade.

—Assim que eu encontrar um novo emprego e receber o meu


primeiro salário, vamos comprar alimentos, menino doce. Prometo.

—Está tudo bem, mamãe. —Declan respondeu com um


encolher de ombros. —Eu gosto de torrada.

Era uma mentira. Ele não gostava de torrada. De modo nenhum.


No entanto, ele diria que ele gostava para não me perturbar. Mesmo
aos seis anos de idade, ele era protetor aos meus sentimentos.

Ambos os meus meninos eram.


Liam entrou na sala, com um prato de pão sem estar torrado
coberto de geleia em suas mãos. Seus olhos encontraram os meus.
—Eu não posso fazer a torradeira começar a trabalhar, e o micro-
ondas pipocou novamente quando eu tentei fazer flocos de aveia,
então eu desliguei ele.

Mordi de volta uma série de palavrões.

Tudo no meu apartamento decrépito estúpido estava quebrado


ou em processo de quebra. O aquecedor de água ficava frio, o fogão
só funcionava quando ele queria, o micro-ondas gostava de cuspir
faíscas para nós, e a geladeira não ficava metade do tempo fria.

Precisávamos nos mudar.

O único problema era que eu não tinha o dinheiro para mudar.

Depois de ter minhas horas de trabalho cortado devido a cortes


no orçamento, eu não tinha dinheiro para pagar meu aluguel,
minhas despesas e muito menos móveis.

Embora, eu não poderia ter uma escolha em breve.

Mais um mês e com todas as contas, os meninos e eu estaríamos


enfrentando o despejo se eu não encontrasse alguma coisa
rapidamente. Com nenhuma poupança para contar e nada de valor
para vender, eu estava presa entre uma rocha e um lugar duro.
Lugar duro? Estava prestes a ficar muito mais difícil se eu não
encontrasse um novo emprego.

Frustrada, eu estava correndo as palmas das mãos para baixo e


dos lados do meu rosto.
Mantenha-se junta, eu disse a mim mesma. Os meninos estão
olhando.

—Que tal isso? —Forcei um sorriso e escondi a preocupação


que corroía meu intestino. —Que tal eu torrar o pão no forno e fazer
a vocês farinha de aveia no fogão? Acho que temos chips de
chocolate que sobraram, eu posso adicionar à farinha de aveia, se
quiserem

Ambos os rostos dos meninos se iluminaram.

Boom, Boom, Boom!

—Eu quero aveia de chocolate... —Declan agarrou a boca


fechada quando alguém bateu seu pesado punho contra a porta do
apartamento.

Todos nós três congelamos.

De olhos arregalados, eu levantei minha mão e apertei um


único dedo aos lábios em um pedido silencioso para eles ficarem
quietos. Declan assentiu em entendimento, mas Liam bufou um
suspiro irritado. Pernas dormentes, eu rastejei para a porta,
enquanto rezava para que a pessoa em pé do outro lado não fosse o
meu senhorio.

No fundo, eu sabia que era.

Apenas Hope iria aparecer tão cedo, e ela nunca bate na minha
porta, ainda mais como se fosse a polícia especial pronta para
executar um mandado de busca. Ela iria usar a chave que eu tinha
dado a ela e entrar direto.
Antes que eu pudesse alcançar a porta, mais três batidas duras
soaram. Então, —Abra a porta, Clara. Eu sei que você está aí. Eu ouvi
um de seus meninos falando.

Liam deixou cair o pão no final da mesa pequena ao lado dele,


e correu para a frente, com as mãos em punhos do seu lado. —Não
responda a isso, Mama. —disse ele, olhando para a porta. —Dickie é
um verme.

Palavras mais verdadeiras nunca foram ditas.

Dickie, nosso senhorio com olhos lascivos, era um verme. Com


cabelo penteado para trás gorduroso, a pele cerosa a vista, dentes
amarelos, e suficiente odor corporal para fazer um cão do inferno
vomitar, com cinquenta e poucos anos de idade, pervertido era o
epítome de seu andar, e conversa desprezível. Que ele tinha usado
tão amavelmente e diretamente para me oferecer um método
alternativo para pagar meu aluguel, só aumentou minha antipatia
por ele.

E por método alternativo, quero dizer sexo.

Estremeci com o pensamento.

Ainda assim, apesar do quanto eu odiava Dickie e os muitos


avanços que ele tinha feito para mim, o que me irritou mais foi saber
que eu provavelmente não fui a única pessoa a quem ele tinha feito
tal oferta. O complexo onde eu morava era de baixa renda, e meus
vizinhos consistiam em estudantes universitários quebrados,
lutadores pais solteiros, e inquilinos com deficiência. Pensando que
ele pode ter usado sua posição gerencial como alavanca para torcer
os braços deles, como o que ele tinha tentado fazer comigo, fez
minhas entranhas ferverem de raiva.

Por causa do meu passado, eu tinha zero, e eu quero dizer zero,


tolerância para homens que usavam seu poder para ferir os outros.
Eu não me importava se eu tivesse que enfrentar de cabeça Dickie
por todos, e por mim e eu o faria. Eu tinha enfrentado demônios, um
em particular, mais insidioso do que ele antes.

Dickie bateu com o punho contra a porta mais três vezes.

Cada batida foi mais forte que a anterior.

Boom, Boom, Boom!

Parei de andar quando os dedos de Liam enrolaram no meu


pulso. – Mama. —Sua voz tremia um pouco. —Por favor, não abra.
Eu não gosto deste homem.

Declan aproximou-se ao lado de seu irmão mais velho. —Eu


também não. —Ele sussurrou, sua voz cheia de medo. —Ele é
assustador. Assim como...

Não. Nós não vamos lá. Agora não. Nem nunca mais.

Eu posso ter permitido que pensamentos de meu abusivo ex-


marido invadisse minha mente quando eu estava em um humor
escuro, mas eu não iria deixar que os meninos pensarem sobre ele.
Graças à terapia, e vivendo em uma rotina em casa, mesmo se
estejamos falidos, eles haviam feito tanto progresso nos últimos
dois anos. Eu totalmente manteria o monstro que ajudou a criá-los
a ficar onde ele deveria, no passado.
Eu me dobro pela cintura e aperto um dedo nos lábios de
Declan, cortando suas palavras. —Não, baby. —Eu disse, forçando a
minha voz a permanecer estável. —Nós não falamos sobre ele,
lembra? —Seu queixo tremeu quando ele assentiu. Precisando
confortá-lo e Liam, a ambos, me agachei e coloquei uma mão em
cada um dos seus lados, permitindo que o calor das minhas mãos
passasse para seus corpos —Lembre-se do que eu disse quando
chegamos aqui? O que aconteceu antes de chegarmos aqui
permanecerá no passado, ok?

Uma única lágrima deslizou pela bochecha direita de Declan,


fazendo meu intestino se contorcer.

—Ouça, menino doce. —Eu disse, olhando-o nos olhos. —Eu


juro pela minha vida que eu não vou deixar ninguém te machucar
novamente. Nem Dickie, nem um estranho andando pela rua,
ninguém. Você me entende?

Nenhum dos dois falou, mas eu podia ver as rodas em suas


cabeças girando quando eles digeriam minhas palavras.

Dickie bateu na porta novamente, mas eu o ignorei. Naquele


momento, meus meninos precisavam de mim, e eles sempre vêm em
primeiro lugar. Nunca mais eu me curvo à vontade de um homem.
Eu tinha sido fraca o suficiente para cometer esse erro antes, e
custou a meus meninos e a mim muito caro.

Eu não cometeria o mesmo erro duas vezes.

De agora em diante eu faço as regras.


Acalmei minha respiração. —Eu sei que não fui tão forte no
passado, mas as coisas são diferentes agora. Eu não sou mais fraca.
Mama tem isso, caras. —Eu disse, confiante. —Confiem em mim.

Um silêncio pesado caiu sobre nós, e eu cresci mais nervosa a


cada segundo que se passava. Eu queria, não, eu precisava que meus
filhos acreditassem em mim. Pensando que eles não poderiam
confiar em mim para nos manter seguros me matou por dentro. Sua
desconfiança foi comprovada, mas ainda doía. De verdade.

Abaixei minha cabeça, escondendo as lágrimas que encheram


meus olhos.

Meu coração ferido. Literalmente ferido.

Nós estávamos livres das garras sádicas de Colin por quase três
anos, e o fantasma dele ainda tinha um firme aperto em cada um de
nós. Isso me fez doente, e me perguntei se nós jamais nos
livraríamos dele. A mancha escura na parte de trás da minha mente,
o mesmo lugar onde eu tinha bloqueado cada memória torcida e
dolorosa, eu duvidava.

O passado sempre estará lá.

—Eu confio em você, mãe. —Liam me assegurou, cobrindo meu


rosto. —Eu sei que você vai nos manter seguros.

Alívio passou por mim enquanto eu lutava para manter as


lágrimas.

—Eu também. —Declan adicionou. —Eu ainda não gosto de


Dickie embora. Ele é nojento.
—Não se preocupe. Eu não planejo tocá-lo. —Eu pisquei e
deslizei os dedos pelos cabelos escuros de Declan. —Eu não quero
pegar piolhos.

Boom, Boom, Boom!

—Clara, abra a porta. Se não o fizer, eu vou usar a minha chave


mestra para entrar.

Os olhos de Liam se arregalam enquanto raiva inundava


minhas veias.

Oh. Inferno. Não.

Levantei-me e apontei para a parte de trás do pequeno


apartamento. —Vocês dois vão para o quarto e fiquem lá até que eu
vir busca-los, ok?

Ambos concordaram com a cabeça e se viraram para ir embora.


Liam, no entanto, não chegou a sua porta e olhou por cima do ombro.
—Se você precisar de mim apenas grite bem alto, Mama. Eu não vou
deixar ninguém te machucar novamente. —disse ele, repetindo as
minhas palavras de momentos anteriores. —Nunca mais.

Meu peito se encheu de orgulho quando meu intestino


continuou a torcer em nós.

Liam sempre tinha sido o protetor de Declan e eu, mas desde


que fugiu de seu pai, ele só tinha crescido mais determinado para
nos manter seguros. Eu estava tão orgulhosa dele, mas ele quebrou
meu coração sentindo a necessidade de nos proteger, para começar.
Isso não era um fardo que ele precisava carregar na sua idade.

E foi tudo culpa minha.


Se eu não tivesse sido tão malditamente fraca...

Tomei outra respiração me firmando. —Vá para o seu quarto,


menino doce...

... Antes de eu desmoronar.

—Eu vou buscá-lo uma vez que me livrar de Dickie.

Liam empurrou o queixo para baixo uma vez na afirmação. —


OK.

Sem falar outra palavra, ele virou-se e desapareceu no pequeno


quarto que dividia com Declan. Sua estrutura da cama rangeu
quando ele subiu no colchão, sem dúvida, prestando atenção a
qualquer sinal de perigo.

Limpei as lágrimas nublando a minha visão com as costas das


minhas mãos. Eu não queria enfrentar o pervertido de pé do outro
lado da porta com os olhos cheios de lágrimas. Se eu fizesse, ele
provavelmente o veria como uma fraqueza e tentaria explorá-lo.

Ele era um babaca assim.

Depois de espreitar na sala uma última vez os meninos, eu me


dirigi para a porta.

Dickie deslizou a chave na fechadura, assim quando eu passei


meus dedos ao redor da maçaneta.

Minha raiva junto com a minha pressão arterial subiram


através do telhado.
Coloco a minha melhor a cara de puta, eu desengato a lingueta,
destravo a tranca, e abro a porta. Fiz uma careta quando o rosto
marcado de cicatrizes de Dickie apareceu na minha frente. —Esta é
a sua única advertência, Dickie, —Eu bati em um tom agressivo. —
Se você tentar entrar no meu apartamento sem ser convidado
novamente, vou transformá-lo de um galo em uma galinha sem
pensar duas vezes. —Os olhos do perdedor se estreitaram, mas ele
não disse nada. —E você nunca bata na minha porta assim
novamente, a menos que o prédio esteja em chamas. Entendeu?

A mandíbula de Dickie travou. —O aluguel está atrasado. —


Seus olhos passam de mim e para o apartamento. —Eu estou aqui
para coletá-lo.

—Bem, eu não o tenho. —A raiva transpassou em minha voz.


—Então você pode sair.

Dei um passo para trás, preparado para bater a porta na sua


cara feia, mas antes que eu pudesse, ele enfiou o pé no batente, me
parando. Seu olhar de indução de vômito caiu em meus seios antes
de deslizar mais ao sul para meus quadris arredondados. —Se você
não tem o dinheiro, então eu e você precisamos trabalhar em algo
além.

Bile subiu em meu esôfago com o que ele estava querendo


dizer.

Eu estava a momentos de vomitar em cima dele.

Determinada a manter a compostura, encostei-me à porta.

Não pareça afetada, disse a mim mesma. Não lhe dê poder sobre
você.
—Claro, Dickie. —Forcei um breve sorriso. —Então, você quer
fazer alguma coisa, hein?

Ele balançou a cabeça e lambeu seu lábio inferior.

—Bem. —Eu disse, minha voz mais doce, —aqui está o único
negócio que eu estou disposta a fazer...

Eu endureci minhas características e acrescentei uma mega


dose de vadia ao meu tom. —Se você me deixar agendada no
pagamento para esta segunda, eu prometo não chamar a autoridade
habitacional e denunciá-lo como um senhorio de merda que gosta
de assediar sexualmente seus inquilinos. —Minha mão se contraiu
com o desejo de bater nele. – Embora, é claro que é exatamente o
que você é.

—Você não pode... —Ele começou.

—Eu posso. —Eu lati, interrompendo-o, —...e eu vou. —Os


olhos de Dickie se ampliaram para o tamanho de pires. —Eu não sou
o tipo de mulher que vai rolar e ceder a suas demandas pervertidas,
idiota. Então pare de tentar.

Eu adicionei uma dose saudável de amido para minha coluna e


me endireitei mais.

Eu não permitiria que ele achasse que ele estava me


intimidando.

Meus dias de covardia e fugir tinha acabado.

—A menos que você tenha o dinheiro, você não tem outra saída,
Clara. —disse Dickie, não parecendo afetado pela minha ameaça. —
Enfrente, bonita, a única coisa que está entre você e o despejo sou
eu.

Bonita? Sério?

Ele teve sorte eu não dar uma joelhada em suas bolas por me
chamar assim.

—Ouça você, doidinho.—Eu me inclinei propositalmente. —Eu


lanço meu traseiro ao clube de strip mais próximo e me dobro seca
um poste antes de eu deixar o seu pau infestado de DST chegar perto
de mim.

Dickie cuspiu no chão aos meus pés.

Eu lutei com minha reação instintiva recuar.

Eu não vou me esconder, não vou vacilar.

—Você, estúpida va..

Dickie estalou a boca fechada quando uma voz profunda de


barítono e uma que eu conhecia bem, latiu. —Conclua a porra da
frase, e eu vou acabar com você. – Bem atrás dele.

Eu me inclinei para o lado e olhei ao redor da má influência em


pé na minha frente, procurando a fonte da voz. Quando meus olhos
pousam sobre ninguém menos que Evan Morgan, um enorme
sorriso se espalhou pelo meu rosto. Ao lado dele estava Hop, e em
seus braços estava o seu filho de três semanas de idade, Ryker.

Minha cadela interna saltou de alegria com a visão de Evan,


enquanto a parte de mim que ainda temia os homens,
particularmente instáveis como Dickie, suspirou de alívio.
Evan está aqui. Estou segura agora.

—Momento perfeito, Sr. Alto, moreno e bonito. —Eu disse a


Evan. —Eu tenho um problema que você pode ser capaz de ajudar.

Os olhos de Evan queimaram com raiva quando ele encarou


Dickie e cruzou os braços sobre seu peito enorme. Seus bíceps
incharam quando seu rosto torceu com algo semelhante a fúria
assassina. —Comece a falar, Clara. —Ordenou ele. —Agora.

—Oh, com prazer. —Minha voz estava cheia de alegria. —Este


aqui é Dickie Barnhardt. —Eu apontei diretamente para rosto do
pulha. —Ele é meu senhorio e nós estávamos discutindo, ele está
tentando me extorquir.

Evan, em destaque enfurecido ainda mais. —Como?

—Ao oferecer sexo por aluguel gratuito.

—Filho da puta... —A voz de Evan sumiu quando ele balançou


a cabeça, lutando para controlar seu temperamento furioso. Se ele
não conseguisse ter um freio sobre ele, então Dickie iria acabar
como nada mais do que uma mancha gordurosa no chão.

Na minha frente, Dickie tremia como uma folha.

Eu não o culpo.

Se os nossos papéis fossem invertidos, eu teria ficado


aterrorizada também.

Evan era um grande cara com traços duros, embora bonito.


Mesmo quando ele não estivesse chateado igual agora, ele não
parecia amigável. Foi a razão que eu o temi por tanto tempo depois
de conhecê-lo no abrigo. No entanto, depois de conhecê-lo, percebi
que ele era uma das pessoas mais amáveis que eu já conheci.

Dito isto, se você tentasse ferir alguém que ele amava, você
estava ferrado.

Um ex fuzileiro naval, Evan era letal quando ele precisava ser.

Colin tinha aprendido essa lição da maneira mais difícil.

Pare de pensar nele! A voz na minha cabeça gritou.

Lutando para superar as memórias escuras e medo residual


que apareciam sempre que eu pensava de Colin, eu me concentrei
em Evan quando ele entrou na frente da Hop e Ryker. Ele usou seu
corpo para os proteger do ponto de vista de Dickie e rosnou. —Mova
o inferno longe de Clara. —Sua voz misturada com raiva soou
terrível. —Como, porra agora.

Dickie não podia se mover rápido o suficiente.

Observando-o quase tropeçar em seus próprios pés por sua


pressa de fugir, foi cômico. Ele estava tão aterrorizado que eu
esperava que ele fosse fazer xixi em suas calças a qualquer
momento. Diabos, ele pode ter feito. Eu não saberia. O odor de corpo
rançoso rolando fora dele em ondas, teria mascarado o cheiro de
urina.

Era tão ruim assim.

Os olhos de Evan nunca saíram do pervertido quando ele me


perguntou: —Será que ele te machucou?
—Não. —Eu balancei minha cabeça. —Se ele tivesse, eu teria
arranhado seus olhos para fora. —Era a verdade. Nunca mais eu iria
permitir que alguém, especialmente um homem, colocasse suas
mãos sem ser convidado em mim sem eu retaliar. Eu tinha estado lá,
passei por isso. Recusei-me a fazê-lo novamente.

Hop riu da minha resposta.

Evan, no entanto, não estava tão divertido.

Ele deu um passo para o lado e colocou a mão na parte inferior


das costas de Hop. Ele então apontou para o meu apartamento. —
Leve Ry para dentro, baby. Assim Dickie e eu poderemos ter uma
pequena conversa, e eu vou entrar.

Hop ficou na ponta dos pés e deu um beijo suave ao lado de sua
mandíbula coberta de pelos. —Comporte-se, garotão. —disse ela. —
Eu preciso de você em casa hoje à noite, não na cadeia do condado.

Evan puxou o olhar de Dickie e correu os dedos para baixo ao


lado do rosto de Ryker dormindo. —Leve meu filho para dentro,
pequena.

Meu coração derreteu ao observá-los.

—Tome conta deles por mim, sim? —Evan me pediu.

—Sempre. —Eu disse simplesmente. —Hop pode ser sua noiva,


mas ela é minha melhor amiga. Eu sempre vou cuidar dela e do
pequeno Ry.

Assim como ela sempre tinha cuidado de mim.


Eu empurrei a porta do apartamento aberta ampla e dei um
passo para o lado para que Hop pudesse entrar. Uma vez que ela
passou o limite, eu dei uma última olhada em um lívido Evan
olhando a um Dickie aterrorizado atrás. —Boa sorte, Dickie. —Eu
disse, diversão alinhada na minha voz. —Deus sabe que você vai
precisar.

Sem dizer mais uma palavra, eu fechei a porta.


CLARA
SUSPIREI em contentamento enquanto eu segurava Ryker
dormindo no meu peito. Correndo os dedos pelo cabelo preto
encaracolado, eu sorri para ele, meu coração cheio de amor. Ele era
um lindo bebê, a mistura perfeita de Evan e Hop, e eu o amava tanto.

Meu momento cheio de felicidade, o momento, no entanto foi


quebrado mais tarde, quando Evan entrou no apartamento, o rosto
torcido de raiva. Após a sua entrada, o ar ao redor, tornou-se mais
espesso. Mais pesado. A raiva que o consumia era palpável.

Isso não vai acabar bem.

Depois de fechar a porta, seus os olhos cheios de raiva


encontram os meus.

—Você não matou Dickie, não é? —Perguntei, tentando aliviar


o clima. —Se assim for, o que você fez com o seu corpo? Eu espero
que você não o tenha jogado no lixo. Vai feder todo o complexo.

Evan ignorou ambas as perguntas.

—Você está se mudando. Quero dizer isso, Clara. Eu não quero


você em qualquer lugar perto daquele canalha lá fora. —Ele
retrucou, apontando para a porta. —Aquele filho da puta tem uma
chave mestra para todas as portas neste edifício, e eu não dou a
mínima em arrebentar se eu tiver que arrastá-la para fora daqui
chutando e gritando, você está deixando este lugar.

Apesar de saber que Evan tinha boas intenções, meu


temperamento queimou.
Suas palavras, junto com a finalidade de seu tom de voz atingiu
um nervo exposto.

Sentei-me reta, sustentei seu olhar, e abracei o desafio que


rolou em minhas veias. Com cada célula do meu corpo gritando para
eu defender a minha terra e lutar contra a sua brutalidade, foi um
milagre que eu mantive a calma.

De alguma forma, eu fiz.

A maneira que eu me senti foi ridícula, porque no meu coração


eu sabia que Evan não estava tentando ser um pau de controle.
Ainda assim, minha calcinha torceu em um pedaço de um nó.

—Evan. —Eu disse entre dentes. —Não me diga o que vou


fazer.

Sua mandíbula travou. —Você não vai ficar aqui. Não enquanto
esse filho da pu.. mãe.

Ele estalou a boca fechada, olhando para quarto dos meninos,


onde eles ficaram esperando por mim para lhes dar o ok para sair.
Depois de entrar minutos antes, eu tinha-lhes pedido para ficar em
seu quarto um pouco mais. Eu sabia que Evan teria algo a dizer sobre
Dickie, e eu não queria eles envolvidos.

Eles tinham visto confronto suficiente para durar uma vida.

Eles não precisavam ver mais.

Evan estudou meu rosto por um momento antes de deixar cair


seu olhar para o chão e soprar uma respiração. Ele deve ter
percebido que eu estava oscilando à beira de perder o controle,
porque quando ele olhou para cima, ele apareceu mais calmo, os
olhos menos duros.

—Eu não estou tentando controlá-la, Clara. —Sua voz foi suave.
—Mas você não pode esperar que eu me sente e permita que você e
os rapazes permaneçam em uma situação perigosa. —Ele deu
alguns passos à frente, fechando a distância entre nós. Então ele se
agachou, trazendo-nos olho-no-olho. —Escute, Red. Eu amo seu
burro louco como uma irmã, e você sabe que eu amo aqueles
meninos como se fossem meus. Eu serei amaldiçoado se eu deixar
algo acontecer a qualquer um de vocês.

Toda a minha luta voou para fora da janela.

Esgotando minha energia, meus ombros caíram para a frente.


—Não posso me mudar, Evan. —Constrangimento manchou meu
rosto enquanto eu movi meu olhar sobre Hop. Seu sorriso doce me
confortou, tornando-o mais fácil de expressar meus problemas. —
Dickie estava me perturbando porque eu estou um mês atrasada no
meu aluguel. Se eu não posso pagar isso, como é que eu vou chegar
com dinheiro suficiente para se mudar? —Uma risada sem graça
saiu dos meus lábios. —Embora, eu acho que não terei uma escolha
em breve, já que estamos no rumo de ser despejados.

—Por que você não me disse que você precisava de dinheiro?


—Perguntou Hop. —Você sabe que eu vou ajudá-la com tudo o que
você precisar.

Eu foquei meu olhar sobre Ryker ainda dormindo. A pressão


esmagadora provocou um monte de vergonha enchendo meu peito.
—Porque não é sua a responsabilidade me ajudar, Hop. —Para meu
espanto, minha voz tremeu com cada palavra. —Isso não é o seu
trabalho.

—CLARA

—Você não entende, pequena. —Eu disse, cortando-a. O nó na


minha garganta voltou, tornando difícil de falar. —Eu preciso fazer
isso sozinha. —Eu encontrei seus olhos cor de avelã com meus
verdes e desejei que ela entendesse. —Hop, prometi a mim mesma...

Minha voz se quebrou na última palavra.

Só respire.

Eu respirei fundo, firmando meus nervos.

—Eu prometi a mim mesma que uma vez eu escapasse de Colin,


que eu iria nos manter sozinha. —A sala ficou em silêncio; o ar, mais
uma vez cresceu espesso. —Eu jurei que quando conseguisse ficar
longe dele, eu iria ficar sobre meus próprios pés, e isso pode parecer
estúpido para você, mas é uma promessa que eu tenho que manter.

—Clara, você não tem que fazer isso sozinha. —Evan


interrompeu, seu rosto enrugado com determinação. —Eu sei que
você quer esculpir o seu próprio caminho, mas você nos tem para
ajudá-la. —Seus olhos escuros brevemente esvoaçavam à Hop. —E
pelo amor de Deus eu entendo a necessidade de manter uma
promessa, mas você não precisa se esforçar.

—Eu posso fazer isso, —eu assegurei a ele. —Eu posso. —Eu
não tinha certeza que eu estava tentando convencer mais, eu ou
Evan. —Eu só preciso encontrar um segundo emprego, ou talvez um
novo emprego em tempo integral, e então tudo vai ficar bem.
Os olhos de Hop se enchem de tristeza. —Você está deixando o
abrigo?

A pergunta fez o meu estômago enrolar.

Nos últimos dois anos, eu trabalhei no abrigo de mulheres


maltratadas de Toluca como uma advogada da vítima. Era o mesmo
abrigo onde os meninos e eu tínhamos parado após Colin ser preso
por tentar me matar.

Era onde tínhamos encontrado a segurança quando mais


precisávamos, mas também era onde tínhamos encontrado a nossa
família, algo que até então, nunca tinha tido antes.

Maddie, Shelby, Hop, Evan, Carissa, Heidi... Não tínhamos


nenhum DNA compartilhado, mas eles eram nossa família, todos
igualmente.

O abrigo era a minha casa, o meu refúgio.

Eu não queria sair, mas que outra escolha eu tinha?

—Pare com isso. —Hop colocou a mão no meu joelho, dando-


me um leve aperto. —Eu posso ver as engrenagens em sua cabeça
se movendo, e você precisa pará-lo.

Hop tinha a capacidade de me ler como um livro a partir do


momento em que nos conhecemos.

Eu amei e odiei sua capacidade de fazê-lo.

—Você sabe que nós vamos entender se você passar para um


outro trabalho, certo? —Meu queixo tremeu quando eu lutei para
manter minhas lágrimas na baía. —Nós nunca esperamos que você
ficasse para sempre, Clara. Além disso, não é como se nós nunca
fossemos nos ver novamente. —Ela suavemente me deu uma
cotovelada na lateral. —Você está presa com os loucos de nós,
lembra?

Com suas palavras, a primeira lágrima caiu.

Em seguida, a segunda.

Tentar impedi-las era uma batalha perdida.

—Eu não quero sair, —eu chorei. —Eu não posso suportar a
ideia de não ver todos vocês o tempo todo. Para não mencionar,
devo-lhes muito, pessoal.

Confusão atravessou o rosto de Hope. – Deve a nós pelo quê?

—Por me salvar dele, por dar aos meus filhos o amor que era
necessário, e por cuidar de mim, mesmo quando eu estou sendo uma
idiota teimosa. Como agora. —Dominada pela emoção, todo o meu
corpo tremeu. —Mas o mais importante, por me ensinar como viver
sem estar aterrorizada o tempo todo.

Evan parou. Ombros tensos, ele bateu uma de suas palmas em


toda a sua mandíbula. – Clara. —disse ele, sua rouca voz. —Você
nunca precisa nos agradecer por isso. Ajudar as pessoas é o que
fazemos.

Eu balancei minha cabeça. —Isso pode ser verdade, mas


ninguém além dos meninos já se preocupou comigo antes. Não até
vocês. —Mergulho minha cabeça, eu dou um beijo suave na testa de
Ryker. —Eu duvido que eu seja capaz de retribuir a vocês por tudo
o que vocês fizeram por mim.
As lágrimas rolaram pelo rosto bonito de Hop quando ela disse:
—Você já nos reembolsou.

Confusão me consumiu. – Como?

Hop empurra uma mecha de cabelo do meu rosto e sorri. —


Amando-nos de volta.

Meu coração quase explodiu.

—Segure-se. —Evan agachou novamente, olhando-me nos


olhos. —Você quer me pagar?

—Sim. —Minha resposta foi rápida.

—Então deixe-me te encontrar um novo lugar para morar. Vou


pagar suas contas aqui para o mês, assim teremos tempo para
encontrar para os meninos um lugar agradável. —Ele estampou em
seu rosto um 'não fode comigo'. —Enquanto isso, eu estou
colocando uma nova trava em sua porta. Não lute comigo nesse
ponto, Clara. Eu sou muito maior do que você, e eu vou levar você
para fora daqui sobre o meu ombro se for necessário.

—Evan...

—Eu não quero ouvir isso. —disse ele, me cortando. —Se você
quer me pagar por salvar e amar o seu traseiro louco... —ele sorriu
—...me deixe fazer isso. Vamos, Red. Não me faça implorar.

Hop o bateu na coxa. —Isso é chantagem emocional, Garotão.

—Eu não dou a mínima. Eu vou puxar as grandes armas se for


necessário.
Minhas sobrancelhas sobem na minha testa. —E quais são as
grandes armas?

Quando os olhos de Evan brilharam, eu soube que estava em


apuros. —Eu vou ligar Brantley se eu precisar. Tenho certeza que
ele ficaria mais do que feliz em vir e arrancar sua bunda para fora.

À menção do irmão gêmeo de Evan, eu congelei.

Fazia nove meses desde que eu o conheci, e, desde então, tinha


sido uma luta para não pensar sobre ele o tempo todo. Um flerte
gigante com o sorriso mais lindo que eu já vi, o homem me afetou de
uma forma que nenhum outro tinha feito antes. Eu não entendia
isso, mas tinha essa atração sobre ele que me atraiu.

E essa atração? Era perigosa.

Inferno, Brantley ao redor era perigoso.

Com a capacidade de me fazer ter pensamentos loucos e agir


em impulsos estúpidos, eu precisava ficar longe dele. Se eu não
fizesse, eu temia que eu faria algo irresponsável que eu não poderia
voltar atrás.

Algo como me apaixonar.

O fato de que ele era um pai incrível para sua filha Bella de
quatro anos de idade, Isabella, que eu já estava apaixonada, só o fez
muito mais irresistível.

Um homem forte, com um coração amoroso, ele era tudo que


eu queria, mas nunca poderia ter. Danificada a partir dos anos de
abuso que eu tinha sofrido nas mãos de Colin, eu nunca seria boa o
suficiente para alguém como Brantley.
Onde ele era lindo, eu estava cheia de cicatrizes.

Onde ele estava cheio de amor, eu estava cheia de desconfiança.

Onde ele estava cheio de confiança, eu estava atormentada pela


dúvida.

Tudo nele era perfeito. Diferente de mim.

A dor aguda perfurou meu coração. Toda a minha vida eu soube


das minhas deficiências, e como qualquer outra pessoa, eu odiava
ser lembrada delas. Doeu olhar no espelho e ver apenas falhas e
deficiências.

Na maioria das vezes eu fiz um trabalho decente de esconder a


minha feiura interior, mas em menos de vinte e quatro horas,
minhas deficiências, falhas e cicatrizes levariam o centro do palco. E
era tudo por causa Brantley que estava se mudando de Memphis
para Kissler, a pequena cidade onde eu morava.

Me esconder dele estava prestes a se tornar impossível, e essa


percepção me aterrorizava.

Evan balançou o telefone na frente do meu rosto, me puxando


de volta para o momento. —Eu preciso chamá-lo, Clara?

—De jeito nenhum, você gorila cheio de mato. Não se atreva a


chamá-lo.

—Eu estou com maldita certeza cheio de vontade. —Ele me


assegurou, ainda agitando o telefone ao redor. —Você tem três
segundos para dizer sim, ou eu estou discando o número dele. Um ...
Dois ... Tr...
—Tudo bem! —Eu estava exasperada. —Mas eu o estou
pagando de volta.

Evan resmungou algo baixinho que eu não consegui entender.


Parecido com, —Como diabos você vai.

Eu estava prestes a discutir com ele, Evan poderia ser teimoso,


mas assim poderia eu também, quando Hop bateu no meu braço,
puxando a minha atenção para ela. —Enquanto nós estamos sobre
o tema Brantley... —Ela começou.

Eu gemi. Não ela também.

—Ele é a razão pela qual viemos. —Ela continuou, ignorando a


forma como a minha respiração vinha em ondas rápidas com a
menção de seu nome. —Amanhã é o dia da mudança para ele e Bella.
—Sorrindo de orelha-a-orelha, ela jogou seu longo cabelo preto de
seda para trás sobre os ombros. Ela era tão malditamente linda que
me deixava louca. —E bem, ele precisa de ajuda.

—Ele não vai contratar uma equipe de mudança?

—Ele fez. —Ela balançou a cabeça. —Mas eles só descarregam


o material. Eles não os desempacotam.

Pisquei. —Você está me perguntando, de todas as pessoas, se


posso ajudá-lo?

—Sim. —Ela disse, estalando a língua. —Eu estou.

—Hop...

—Eu ajudaria. —Acrescentou, me cortando. —Mas Evan vai ter


um infarto.
—Você deu à luz ao nosso filho a menos de um mês atrás,
pequenina. —disse Evan. —Você não deveria estar fazendo droga
nenhuma, exceto sentar no sofá e se curando.

Hop revirou os olhos em vez de responder a ele.

—Shelby tem que trabalhar amanhã à tarde, e Maddie não pode


fazer muito desde que ela está para ter o bebê a qualquer momento.
—disse ela, com os olhos suplicantes. —Eu sei que ele é um flerte
ridículo, mas eu juro que ele é inofensivo. Eu o conheço toda a minha
vida. Eu confio nele com você.

—Eu não tenho medo de Brantley, Hop. Eu sei que ele não vai
me machucar.

—Então qual é o problema? —Ela perguntou, cruzando uma


perna sobre a outra. —A última vez que verifiquei você não era
tímida.

O grande problema era que o meu coração disparava quando


ele estava próximo.

—Você tem uma queda por meu irmão, Clara? —Evan brincou.
—Porque de onde eu estou sentado, com certeza, como o inferno,
parece que tem.

Eu quase bati.

—Não. —Eu menti através de meus dentes. —Eu não.

—Tem certeza? —Perguntou Hop, com os olhos brilhando.

Um ou dois segundos de silêncio se passaram antes que eu


bufasse. —Oh meu Deus. —Eu disse, ignorando a pergunta de Hop.
—Eu vou ajudá-lo, mas eu não estou prometendo que não vou
empurrar um nó em sua paquera para trás.

Evan bufou. —Vá para o seu joelho direito. É o seu ponto fraco.

—O que?

—Na escola, ele estourou o joelho durante o jogo do


campeonato estadual. —disse Evan. —É por isso que ele não jogou
bola na faculdade. Ele fez um par de cirurgias sobre ele, mas ainda
incomoda às vezes. Então, se você precisar levá-lo para baixo, vá
para o joelho. Ele vai cair como um saco de batatas.

—Você iria gostar disso, não é? —Hop perguntou a ele. —


Assistir Clara derrubar Brantley?

—Claro que sim. —Evan riu, sem se preocupar em negá-lo. —


Seria engraçado como merda. O filho da puta caindo.

Aparentemente, a rivalidade entre os irmãos gêmeos ainda


estava bem viva.

—Obrigada. Vou me lembrar disso.

E eu tenho certeza de que iria.

—Eles devem estar aqui depois do almoço. —disse Hop. —O


caminhão já está em movimento, chegará algumas horas mais tarde,
uma vez que ele pagou para ter entrega expressa ou o que quer que
seja.

Eu corri um dedo pelo rosto de Ryker. —Eu estarei lá.


Os olhos de Hop brilharam de novo, e eu não poderia ajudar,
mas me perguntei se ela tinha planejado isso. Ela não estava nem
um pouco tortuosa, mas havia algo sobre a expressão dela que me
fez pensar que ela estava tramando algo.

No meu subconsciente, eu sabia que ela estava tramando algo.

Senhor, me ajude.

—Deus. —Ela olhou para o quarto dos meninos. —Agora que


tudo está resolvido, posso ver meus pequenos rapazes? Eu não os
tenho visto em dois dias, e eu sinto falta deles terrivelmente.

Sabendo que ela amava meus meninos tanto quanto eu, meu
coração aqueceu.

—Liam, Declan. —Eu chamei. —Vem aqui seus pequenos


perus.

Parecia que uma debandada estava passando pelo meu


pequeno apartamento enquanto corriam em nossa direção, com
seus pezinhos batendo no chão de linóleo barato, mas limpo.

—Tio Evan! —Liam fez um caminho mais curto para Evan.

—Tia Hop! —Declan correu direto para Hop. —Você está aqui!

Evan e Hop envolveram ambos seus braços em volta dos meus


filhos, abraçando-os. E assim, qualquer ansiedade persistente que
senti desapareceu.

Estávamos seguros, e nossa família nos amava.

Todo o resto iria funcionar. De alguma forma.


—Ei, ei, —disse Declan, deslizando para fora do agarre de Hop
e aproximando-se de mim. —O bebê está dormindo?

—Ele está, por isso precisamos sussurrar, ok?

Ele assentiu. —Okey-doke. —Ele olhou para Liam e apertou um


dedo sobre os lábios. —Temos que ficar quietos, Liam. O bebê está
dormindo.

Liam assentiu em troca antes de envolver seus braços ao redor


da coxa de Evan em algum movimento de luta livre. Evan respondeu
pegando Liam e jogando-o por cima do ombro.

Aqueles dois…

Declan me bateu na perna, agarrando minha atenção. —Hey


Mama, quando podemos ter um desses? —Ele perguntou,
apontando para Ryker. —Porque eu quero um.

Hop fez um barulho de engasgo quando a minha boca caiu


aberta. —Quando podemos ter o quê? Um bebê?

—Sim. Eu quero que nossa família tenha um desses. —Ele


endireitou os pequenos ombros e estufou o peito. —Eu vou ajudar a
cuidar dele. Alimentá-lo e outras coisas.

Eu fiquei sem palavras.

Deve ter sido óbvio que eu estava quase perdendo a cabeça


porque um Evan risonho se aproximou e perguntou: —Você já
tomou café da manhã? – com a menção de comida, o olhar de Declan
se voltou para ele. – Se não, eu posso pegar alguma coisa.

O rosto de todo mundo se iluminou.


—Eu quero panquecas, —Liam sussurrou alto o suficiente para
que todos pudessem ouvir.

—Eu também, —Declan concordou.

—O café da manhã está resolvido então, —disse Evan, puxando


o telefone. —Vou ligar e pedir comida de Ruby. —Seus olhos
encontraram os meus. —Tudo bem com você, Red? —Ainda chocada
com a pergunta de Declan, eu apenas assenti em resposta.

Hop sorriu enquanto Evan pedia comida suficiente para


alimentar um exército e depois seguia os meninos para o seu quarto
para que todos pudessem brincar com o novo GI Joe que Maddie
tinha dado a eles dias antes. Eu não tinha certeza de quem estava
mais animado, Evan ou os meninos.

Provavelmente Evan.

Momentos de silêncio se passaram antes de Hop se inclinar


para frente, envolver um braço ao redor de sua barriga e começar a
rir como uma tola.

Eu enrugo meu nariz. —O que é tão engraçado?

Olhos dançando com diversão, ela respondeu: —Você está com


problemas, Clara. —Sua voz estava cheia de tanta felicidade que
quase compensou as gargalhadas às minhas custas.

Palavra-chave: quase.

—Entre Brantley mudando para a cidade e Declan querendo


um novo irmão, eu diria que você está em apuros. Tipo, enorme.
Eu zombei e fiz um gesto de desprezo em sua direção ao pensar
ao mesmo tempo, que muito provavelmente ela tinha razão.

Chame de previsão, chame de premonição, chame do que


quiser, mas eu sabia que uma vez que Brantley e Isabella pisassem
em Kissler novamente, minha vida nunca mais seria a mesma.

Acontece que, desta vez, eu estava certa.


BRANTLEY
MEMPHIS, TN

ESSA ERA a noite antes de nossa grande mudança.

Eu estava no centro da minha cozinha, segurando um copo


cheio de scotch em uma mão e uma foto vívida na outra. Nos nove
meses desde que eu a tinha tirado com o meu telefone, um único dia
não tinha passado em que eu não olhei para os rostos das duas
mulheres mais bonitas que eu já vi.

O primeiro rosto pertencia à minha filha de quatro anos,


Isabella, e o segundo pertence à mulher que tinha se estabelecido na
linha de frente na minha mente desde que a conheci.

O nome dela? Clara O'Bannon.

Além de sua beleza, armada com uma boca atrevida que faria a
maioria dos homens correm na direção oposta, ela capturou e
prendeu minha atenção como nenhuma outra mulher tinha feito
antes.

Abençoada com cabelo vermelho impetuoso, tentadores olhos


verdes e um corpo com mais curvas envolventes do que uma
estrada, era impossível não a notar. Mas não foi apenas sua beleza e
língua afiada que me fez cair duro por ela.

Não, o que me tinha torcido em tantos nós malditos que eu não


conseguia pensar direito, estava testemunhando em primeira mão
com o quão boa mãe ela era para seus dois filhos. Amorosa e
carinhosa, ela era tudo o que uma mãe deve ser, e tudo o que minha
filha nunca teria.

Frustrado como o inferno com o pensamento, eu corri uma


palma pelo lado do meu rosto.

Desde que terminei o meu divórcio, dois anos antes, tinha sido
apenas a minha pequena princesa e eu. Evan tinha vivido na Geórgia
com Hop desde que recebeu dispensa dos fuzileiros navais e meus
pais se mudaram para a Flórida quando se aposentaram. Um ano
atrás eu comecei o movimento para minha mudança de Memphis
para Kissler, pensando que seria melhor para Bella se estivéssemos
perto da família.

Agora, eu não tinha tanta certeza.

Eu estava animado como o inferno para viver perto de meu


irmão, do outro lado da rua, na verdade, mas meus sentimentos em
relação a Clara estavam no limite do obsessivo, e eu sabia que
quanto mais eu a visse, mais aqueles sentimentos cresceriam.

É algo que eu não tinha certeza se eu deveria permitir que


acontecesse.

Depois do inferno que Isabella e eu tínhamos atravessado nos


últimos dois anos, cortesia da minha ex-esposa, eu estava
determinado a não deixar que outra mulher se aproximasse. No
entanto, parte de mim coçava para correr atrás de Clara com tudo o
que eu tinha.

Mas eu não podia fazer isso.


Não importava se ela não era nada como a bruxa que tinha
brincado com minhas emoções e feriu a minha menina
repetidamente, eu não poderia ir lá.

Arriscar o coração de Bella não era algo que eu estava disposto


a fazer.

Com o coração na minha garganta, sentei-me no início do


balcão, e estudei cada polegada do retrato, memorizando sua
totalidade para o que foi, provavelmente, o tempo de cinco
centésimos.

Na foto, Isabella sentou-se no centro do colo de Clara. Ela usava


um vestido de strass rosa adornado, uma tiara de prata, e um colar
de pérolas. Seu olhar cintilante estava voltado para a mulher cujos
braços se enrolaram na sua pequena cintura.

Era óbvio, pela expressão de Bella, que eu não era o único


apaixonado por Clara, que, por sua vez, usava um vestido de dama
de honra azul claro, um brilho labial colorido rubi, e uma gargantilha
de prata. Ostentando um sorriso que iluminava todo o seu rosto, ela
olhou para a garotinha que era meu mundo inteiro. Elas estavam tão
perdidas uma na outra, que nem tinham notado que eu estava
tirando a foto.

A visão delas juntas queimava meu peito.

Ela olhava para a minha filha como uma mãe deveria olhar. Com
carinho.

Meus pensamentos cessaram quando o som da porta da frente


se abrindo e fechando chegou aos meus ouvidos. Trepidação seguiu
quando o eco de saltos altos clicando contra o chão de mármore
flutuava pela casa.

—Filha da puta. —Eu murmurei para a sala mal iluminada


quando o som se aproximou, trazendo consigo a luta inevitável que
viria. —Eu não tenho tempo nem paciência para esta merda.

Larguei a imagem sobre o topo da ilha da cozinha e corri


minhas mãos pelo meu cabelo, deixando bagunçado os fios curtos.
Seria um milagre se eu passasse isso através dos próximos minutos
sem arrancar cada fio fora.

Cada músculo da minha estatura de um metro e noventa e três


ficou rígido enquanto eu esperava por ela, a cadela mais cruel que
eu já encontrei, aparecer.

Eu não tive que esperar muito tempo.

Segundos depois, ela virou a esquina, com uma nuvem de


perfume caro em torno dela. Usando um vestido azul gelo forma-
encaixe, brincos de prata, e um colar de diamante apto para a
realeza, ela se parecia com a princesa de coração frio que era.

Ao me ver, os cantos de seus lábios se curvaram em um sorriso


malévolo.

Aqui vamos nós.

Chegando a uma parada do outro lado da ilha de grandes


dimensões, Chastity Blair, a mulher que eu abominava mais do que
qualquer outra pessoa no planeta, olhou para mim com uma frieza
que faria a maioria dos homens murchar no local.

Eu não murchei nem vacilei sob seu olhar vicioso.


Eu estava acostumado a isso.

—Bem, bem, bem. —disse ela, colocando sua bolça prata


Valentino no balcão, —se não é meu marido.

Suas palavras fizeram agitar a bile na boca do meu estômago.

Eu olhei de volta para a mulher que era a maldição da minha


existência e deslizei minhas mãos em punhos nos meus bolsos,
enquanto tentava o meu melhor para aparecer calmo e sereno, duas
coisas que eu sabia que a deixaria louca. —Ex-marido. —Eu a
corrigi. —Nosso casamento acabou há dois anos, Chastity. Ele caiu e
queimou na noite que eu te encontrei bêbada e cheirando cocaína,
enquanto nosso bebê gritava no quarto ao lado. Você não a
alimentou, não a trocou, e a deixou sentada sozinha no escuro.
Lembra-se disso?

É uma lembrança que eu tentava esquecer.

Seu sorriso vacilou por um segundo, mas, como sempre, ela se


recuperou rapidamente. —Eu não fiquei mais bêbada. —Ela
respondeu, ignorando o meu comentário sobre seu uso de drogas.

O inferno que não.

Eu ignorei sua declaração. —O que você está fazendo aqui? A


última vez que verifiquei essa não era sua casa.

Não mais. Eu mentalmente acrescentei.

Ela bateu as unhas na bancada e sorriu. —Como mãe de


Isabella, eu tenho todo o direito de passar e verificar a minha filha
sempre que eu achar melhor.
Meu temperamento queimou.

Eu rasguei minhas mãos dos bolsos. —Sua filha? —Eu


perguntei, meu tom mordaz. —Eu odeio dizer isso, mas é preciso
muito mais do que dar à luz para ser considerada uma mãe.
Especialmente quando se trata de minha menina. Além disso, não
vamos esquecer o não tão pequeno fato de que você me deu a maior
parte dos seus direitos de visitação em nossa última audiência de
custódia; portanto, você não tem laços com a Bella nem comigo
nunca-porra-mais...

O rosto de Chastity caiu. Sacudindo seu cabelo loiro pálido


sobre os ombros, ela virou a ilha e manobrou seu corpo na frente do
meu. —Essa menina. —Ela cuspiu, —é tão minha como sua.

—Isabella. —Eu cuspi de volta, —ela tem um nome e se você


não quiser que eu te jogue fora no seu traseiro ósseo, então sugiro
que você o use.

Seu sorriso conivente retornou. —Você está me ameaçando


com danos físicos? Realmente, Brantley? Como um advogado, um
advogado de defesa, eu achei que saberia melhor. —Ela estava
curtindo cada momento disso. —Eu me pergunto o que o juiz do
tribunal de família diria sobre isso? Talvez eu deva chamar meu
advogado e...

Eu tive o suficiente.

—O que você quer, Chastity? Eu sei que você não veio por
nada... — Eu olhei para o relógio na parte de trás do fogão,
verificando. —...à uma da manhã para verificar Bella. Então cuspa.
Eu não tenho tempo para você nem suas besteiras. No caso de você
não ter notado quando você trouxe sua bunda para trazer
problemas aqui, ainda tenho coisas para fazer antes que os
caminhões cheguem aqui, em poucas horas.

Chastity fez bico com seu lábio inferior melhorado com


colágeno.

Ela estava tentando parecer triste. Do jeito mais estranho.

Eu não estava acreditando.

—Achei que você e eu poderíamos passar algum tempo juntos


antes de sair para a Geórgia amanhã. Tem sido a tanto tempo.

—Não é uma chance no inferno. —Eu disse, cortando-a. Mudei-


me para o outro lado da ilha, colocando algum espaço muito
necessário entre nós. —Eu não sei que tipo de jogo você está
jogando, mas você precisa sair... —lutando para manter minha
compostura, eu deixei minhas palavras ficarem no ar. —...Agora.

Como sempre, ela não deu ouvidos.

Com expressão sedutora bloqueada no rosto, ela passeou em


direção a mim novamente.

Os jogos que ela interpreta...

Eu segurei minhas mãos para cima, com a palma para fora, para
bloqueá-la de ficar mais perto. O curto controle que eu tinha estava
escorregando rapidamente. —Eu não vou dizer de novo. Você
precisa ir embora. Mas antes de ir, certifique-se de deixar a sua
chave no balcão.

Um pulsar incessante bateu na base do meu crânio.


—Diga-me, quantas cópias que você fez antes de se mudar para
fora, deixando-me, e abandonando a nossa filha? Uma? Duas? Dez,
talvez? —Sem humor uma risada saiu dos meus lábios. —Sua
loucura não conhece limites, não é?

Ela abriu a boca para responder, mas fechou-a quando seu


olhar caiu para a bancada ao lado dela. Um segundo depois, um olhar
que eu reconheci deslizou sobre o seu rosto.

Aquele olhar? Em linha reta até a raiva.

Sem ter que seguir seu olhar, eu sabia que ela estava olhando
para a imagem que eu tinha estado olhando minutos antes. A mesma
foto que, com apenas um relance despertou algo dentro de mim que
eu nunca tinha sentido antes. Apenas olhando para ela eu fico calmo,
trazendo-me conforto imediato.

Corri para a imagem quando Chastity a agarrou. Ela a pegou um


segundo antes de meus dedos a alcançar. Ela então segurou a foto
na frente de seus olhos e olhou para ela. Sua bochecha direita se
contraiu, suas mãos tremeram.

—Quem é? —Sua voz era calma, apesar do caos dançando em


suas feições. Quando eu não lhe respondi imediatamente, ela
agarrou a foto mais apertado e empurrou-a na minha direção.
Qualquer aparência de calma desapareceu. —Quem é ela, Brantley?

Estendi a mão para a imagem, mas mais uma vez eu não fui
rápido o suficiente. Chastity a agarrou de volta, tirando do meu
alcance. – Isso é problema meu. Não o seu. —Eu tentei o meu melhor
para permanecer no controle, mesmo eu senti que estava o
perdendo. —Agora me dê aqui.
Ela me lançou um olhar gélido. —Ela é a razão pela qual você
está se mudando para a Geórgia?

—Não. —Era verdade. Eu decidi me aproximar do meu irmão


bem antes de eu conhecer Clara. Além disso, estar mais perto dela
me perturbava. Eu não estava pronto para lidar com as emoções que
ela despertava. Inferno, eu nem sabia como lidar com elas. Eu estava
muito fora do meu eu com ela, o que era um primeiro para mim.

Os olhos azuis cheios de raiva de Chastity encontraram os


meus. —Então me diga quem ela é.

Rangi os dentes de trás juntos e lutei contra o impulso para


saltar sobre a ilha e arrancar a foto de sua mão como se arrancasse
dinheiro. Vendo-a segurar, fez meu interior torcer com nojo.

Ela estava contaminando-a com a sua sujeira.

—Ela é a melhor amiga de Hop, —eu disse honestamente. Eu


não vou pedir de novo, Chastity. Me dê a foto do caralho. Agora.

—Você está dormindo com ela?

Eu enrolei meus dedos ao redor da borda da bancada. – Com


quem eu estou dormindo não é da sua condenada conta.

Chastity tornou-se desequilibrada. —O inferno que não é! —


Olhos esbugalhados, ela empurrou a foto para a frente novamente e
apontou para o rosto de Clara com o dedo indicador. —Esta cadela
está segurando a minha filha no colo! —ela gritou. —E eu tenho todo
o direito...

Isso foi a gota d'água para mim.


—Sua filha? —Eu gritei de volta enquanto eu rezava para que
Bella não acordasse e descesse. —Você não quer dizer a munição
viva que você usa contra mim cada chance que tem? A mesma
munição que você não pode ser incomodada para passar algum
tempo a menos que você ganhe mais um par de dólares da minha
conta bancária!

Não afetada por minhas palavras vis, Chastity marchou a bunda


dela ao redor da ilha e apontou um dedo no centro do meu peito. Sua
garra, praticamente escavado em minha pele, mas eu não vacilei
nem me afastei. —Isabella é minha filha também e...

Mergulhei minha cabeça, trazendo meu rosto polegadas do


dela. —Minha filha. —Eu rosnei, —não sua. Você perdeu a chance
de ser sua mãe quando você a usou como uma moeda de troca para
conseguir o que você realmente queria. Lembra do ultimato que
você me deu, Chastity? Lembra como você ameaçou acabar com a
vida da minha menina antes que ela tomasse sua primeira
respiração, se eu não me casasse com você?

Meu sangue estava fervendo.

—E não vamos esquecer como você ameaçou levá-la depois que


ela nasceu e se esconder, nunca permitindo que eu a visse. —Eu fiz
uma pausa —e tudo porque eu lhe pedi para assinar um acordo pré-
nupcial.

Um silêncio pesado caiu entre nós. Nossa respiração pesada e


incessante e o tique-taque do relógio de pêndulo antigo na sala de
jantar adjacente eram os únicos sons que podiam ser ouvidos.
Incapaz de suportar a tensão caindo sobre meus ombros como
um peso de mil libras, apontei para a foto que ela ainda segurava na
mão. —Dê-me a imagem maldita, Chastity.

Minha voz era baixa e ameaçadora.

Os olhos dela brilharam, um sinal indicador que estava prestes


a libertar o mal que vivia dentro dela. —Eu vou dar a você. —disse
ela, com doçura artificial forrando sua voz. —Em pedaços.

Antes que eu pudesse registrar o que ela queria dizer, ela


rasgou a imagem para baixo do centro. Sorrindo, ela assistiu as
peças arruinadas flutuar até o chão sob nossos pés.

Meu peito arfava enquanto eu lutava para respirar.

Eu caí de joelhos e peguei a imagem arruinada com os dedos


trêmulos.

Uma miríade de pensamentos corria desenfreada pela minha


cabeça.

O mais proeminente entre eles: Ela estraga tudo que toca.

Minhas entranhas se alastraram quando eu olhei para a mulher


que eu tinha jurado amar pelo o resto da minha vida. Como eu pude
ser tão estúpido?

—Por quê? —Eu perguntei com os dentes cerrados. —Por que


diabos você faria isso? —Ela abriu a boca para responder, mas antes
que pudesse dizer uma única sílaba, levantei-me e continuei falando,
não lhe dando tempo para responder. —Não importa. Eu não quero
ouvir suas desculpas de merda. —Se meu peito não tivesse tão
apertado do sofrimento brotando dentro de mim, eu teria gritado
com ela, mas eu não podia. O caroço alojado na base da minha
garganta proibia. —Só dê o fora da minha casa, seu pedaço vil...

O som do impacto da carne encontrando a carne ecoou através


da sala quando a palma de Chastity aterrissou em minha bochecha
direita. —Eu te amei! —Ela gritou. —Eu te dei uma bela criança, e é
assim que você me paga? —Ela agarrou a frente da minha camisa
branca, com botão de cima na mão e puxou-o firme. – Me deixando
por uma cadela feia e ruiva.

Eu perdi a paciência com isso.

Louco como foda, eu me abaixei e empurrei meu ombro no


estômago plano de Chastity e a levantei no ar. Depois de pegar sua
bolsa da ilha, eu a levei para a porta da frente.

—Seu filho da puta! —ela gritou, batendo os punhos contra as


minhas costas. —Coloque-me no chão!

Eu permaneci em silêncio.

Uma vez fora, corri para o lado do motorista de seu carro, um


novo da marca Mercedes que eu estava pagando, e abri a porta. Eu
não disse uma palavra quando a deixei no banco e joguei a bolsa no
chão a seus pés. Ela colocou a mão em volta do volante coberto de
couro e tentou levantar de volta para fora, mas eu pressionei minha
mão em seu ombro, segurando-a no lugar. —Se você não sair, eu vou
chamar a polícia e ter sua bunda psicótica trancada. —Dobrando-
me na cintura, me inclinei para mais perto dela. —Eu me pergunto
o que seu pai diria sobre isso? Sua menina ficar presa por assalto e
agressão direita, como ficaria sua arrancada de campanha para
maior reeleição. —Eu faço um som de tsking. —Não seria ótimo para
sua imagem, não é?

—Você, bastardo hipócrita. Como você se atreve?

Dei um passo para trás e bloqueio as palavras de ataque


venenoso que vomitava de sua boca. —Tenha uma boa vida sem nós,
Chastity. —Ela zombou de mim. —Eu diria que Isabella e eu vamos
sentir sua falta, mas isso seria um inferno de uma mentira.

Sem oferecer-lhe uma segunda olhada, eu bati a porta do carro


fechado.

Então, eu me virei e fui embora.


BRANTLEY
ERA um pouco depois das oito da manhã.

Em pé na minha varanda, eu segurava uma xícara fumegante de


café em uma mão e meu celular na outra. Mandíbula cerrada, eu
olhava para a enxurrada de mensagens de texto que eu estava
recebendo de Chastity durante as últimas três horas. Uma após a
outra passou pela tela do meu telefone, fazendo com que a minha
pressão arterial subisse rapidamente.

Rangi os dentes juntos, apagando cada uma quando chegou. Eu


não perdi tempo as lendo. Não havia nenhum ponto. Eu já sabia o
que elas diriam, porque ela enviou a mesma desequilibrada
mensagem dia após dia, semana após semana.

Por favor não me deixe.

Vamos tentar de novo.

Eu sinto muito.

Te odeio.

Eu nunca quis ela.

Nenhuma delas me incomodou exceto a última. Eu amava a


minha menina o suficiente por nós dois, mas ainda me matou por
dentro que sua própria mãe não se importava com ela. Como isso
era possível, eu não tinha a menor ideia.

Embora, eu não deveria ter me surpreendido.


O que eu esperava de uma mulher cuja existência inteira girava
em torno de dinheiro e status? O primeiro era a razão pelo qual ela
ficou grávida em primeiro lugar. Bastou um preservativo sabotado
e um punhado de ameaças bem entregues para ela afundar suas
garras em minha conta bancária bem forrada.

Ainda assim, a piada ficou sobre ela, porque eu tinha levado a


melhor parte do negócio.

Ela pode ter recebido um caminhão de dinheiro, mas eu tenho


Isabella.

Em meus olhos, não há comparação entre os dois, e dada a


chance, eu passo por todas as besteiras novamente se o resultado
final permanecer o mesmo. Contanto que eu tenha a minha menina,
eu sempre serei mais afortunado do que a minha ex-mulher jamais
será.

E esse era o ponto.

Falando de Chastity... Isabella não tinha perguntado se ela


estava vindo para dizer adeus. Após quase cinco anos de nada, mais
as promessas quebradas e mentiras da mulher que deu origem a ela,
minha menina tinha aprendido que sua mãe não a amava como
deveria.

Eu testemunhei em primeira mão a confusão e desejo que


encheu seus olhos quando ela viu Clara com seus filhos. Quebrou
meu coração que ela nunca teve uma mãe assim, mas eu jurei que
iria compensar tudo o que estava faltando.

Até meu último suspiro, eu amo o meu bebé com cada batida de
meu coração e alma. Juro por Deus, venha o inferno ou água, eu iria
acima e além para garantir que ela nunca questionasse meu amor
por ela.

Isso era um fato.

—Papai! —Bella gritou da sala onde ela estava colorindo,


enquanto estava, não muito pacientemente, esperando o caminhão
de mudança para partir. —Venha aqui!

—Estou chegando, princesa. —Coloco minha xícara de café no


corrimão da varanda, me virou e me dirijo para a casa.

No minuto que o olhar de minha menina encontra o meu, seus


olhos se iluminam. —Papai!

Um enorme sorriso se espalha pelo meu rosto ao ouvir o som


de sua voz me chamando de papai. Não importa quantas vezes eu
ouvi isso, a palavra simples combinada com o carinho em que ela
falava isso, fazia meu peito inchar com orgulho.

Bella se levantou do tapete da sala de pelúcia onde estava


sentada e acenou uma peça de grandes dimensões de papel no ar. —
Olha o que eu desenhei! —Seus gritos entusiasmados ecoavam nas
paredes antes de desaparecer.

Sentei-me no chão a seus pés e a puxei para baixo para o meu


colo. Ela apertou suas costas contra meu peito e meus braços
rodearam sua cintura fina. Quando seu cabelo com perfume de
morango fez cócegas na ponta do meu nariz, eu não pude deixar de
fechar os olhos e inalar, puxando o cheiro familiar profundamente
em meus pulmões.
Isabella riu e abaixou a cabeça para a frente antes de empurrar
o desenho colorido na minha mão a espera. —Papai, pare de cheirar
o meu cabelo e olhe para o meu desenho.

Abri os olhos e coloquei o queixo no topo de sua cabeça. —O


que você des...

—Eu desenhei a nossa nova família. —Ela gritou de novo, me


cortando no meio da frase. —Nos esperando na Geórgia.

Nossa nova família... Suas palavras me bateram no peito como


minúsculos pedaços de estilhaços.

A verdade era que além de meu irmão gêmeo, Evan, sua noiva,
Hop e meu sobrinho Ryker, o grande grupo de pessoas rabiscadas
pelas páginas em cores vivas não eram a nossa família.

Não oficialmente de qualquer maneira.

Em vez disso, eles eram um grupo de pessoas que Evan e Hop


tinham se aproximando depois de se mudarem para a Geórgia
quatro anos antes. A maioria, individualmente, eram desajustados
sociais que tinham se reunido por uma circunstância ruim ou por
outro motivo. Alcoolismo, abuso, negligência, morte, nomeie, e
alguém nesse grupo tinha vivenciado. No entanto, apesar de seus
passados, tinham formado laços inquebráveis uns com os outros,
criando uma família improvisada.

E Isabella e eu? Nós tínhamos sido adotados por todo o clã.

Recostando-se contra o meu peito, Bella apontou para as


imagens coloridas que ela tinha desenhado através da página de cor
creme, explicando cada um em detalhes vívidos. —Esta é a tia Hop,
Tio Evan, e o bebê Ryker. —disse ela, deslizando o dedo de um
boneco para o próximo. —E esta é a Maddie, Hendrix, e a bebê
Melody.

Maddie e Hop eram companheiras de quarto durante a seu


tempo de caloura na época da faculdade. Rapidamente se tornaram
amigas, e tinham sido inseparáveis desde então. Agora ambas
trabalhavam como assistentes sociais em abrigo para mulheres
agredidas no concelho ao lado de onde iríamos em breve viver.

Hendrix era o marido de Maddie. Juntos, eles tiveram uma


menina chamada Melody, que tinha um ano e meio. Eles estavam
esperando seu segundo filho a qualquer momento.

Seus lábios se apertaram em uma linha reta, Isabella virou a


cabeça e olhou para mim por cima do ombro. —Quando o bebê que
vive na barriga de Maddie vai nascer? —Sobrancelhas franzidas, ela
franziu o pequeno nariz para cima. – Está lá desde sempreeee.

Eu ri. —Qualquer dia, princesa.

Ela bufou um suspiro irritado antes de voltar sua atenção de


volta para a imagem. —E esta é Shelby, Anthony, Felix e Ashley. E
este. – Ela apontou para uma figura de cabelos pretos curtos duas
vezes—é Lucca. —Seus olhos encontraram os meus novamente. —
Ele é um criador de problemas.

Shelby Moretti trabalhava como uma advogada vítima no


mesmo abrigo onde Hope, Maddie e Clara trabalhavam. Ela também
era irmã de Hendrix. Boca-inteligente e de pavio curto, ela era
casada com Anthony, um detetive de homicídios de Toluca
Departamento de Polícia. Eles tiveram dois filhos: Ashley, que tinha
dezessete anos, e Lucca-o-encrenqueiro, que tinha três.

Felix era um veterano do Vietnã que Shelby tinha amizade


antes de ela conhecer Anthony. Quando ela se mudou de seu duplex
e para a casa de Anthony, tinha levado Felix junto com ela,
instalando-o no pequeno apartamento acima de sua garagem.

Uma garagem que ficava sessenta pés à esquerda da minha casa


fazendo de Moretti, junto com Felix, meus novos vizinhos.

Deus me ajude.

Sem perder o ritmo, Isabella moveu seu dedo para o próximo


grupo de pessoas desenhadas e disse: —Estes são Keith e Charlotte.
—Ela riu, movendo o dedo mais para a direita —e este é Pop. Ele
sempre tem bala de goma no bolso.

Eu quase rolei meus olhos com isso. James Cole, ou Pop como a
maioria das pessoas o chamavam, era o pai de Hendrix e de Shelby.
Um bombeiro que ao longo da vida virou chefe dos bombeiros, ele
era um bom homem apesar de que não tinha sido sempre assim. É
um ex-alcoólatra, foi violento, Pop tinha estado sóbrio por quase
uma década, e ele passou os últimos anos tentando corrigir as coisas
horríveis que ele tinha feito ao beber. Ele tinha um longo caminho
pela frente, mas ele estava lutando como o inferno alcançar a
redenção.

Sua determinação era uma coisa que eu admirava.

Keith era o pai de Maddie, e ele estava saindo com Charlotte,


mãe de Hop. Eu cresci com Hop; portanto, eu conheci Charlotte toda
a minha vida. Ela era como uma segunda mãe para mim, e eu a
amava tão ferozmente como eu amava a minha própria mãe. Eu só
esperava que Keith a tratasse bem, porque se não o fizesse, ele
lidaria comigo.

Isto é, se Evan não chegasse a ele primeiro, ele provavelmente


faria.

Mas eu duvidava que eu tivesse que me preocupar. Pelo que eu


tinha visto Keith tratava Charlotte como ouro, muito parecido como
meu irmão fazia com Hop. Mesmo que eu fosse ciumento como o
inferno, eu estava feliz por ambos os casais.

—E estes. —Isabella gritou quando ela saltou no meu colo e


apontou para uma figura de cabelos selvagens, usando um vestido
florido na altura do joelho e batom rosa brilhante. —É a avó!

Vovó era a avó louca de Maddie. A casa dela estava localizada


entre a de Pop e de Evan, e do outro lado da rua da minha e Shelby.
Louca como o inferno, uma das mais loucas que eu já conheci, e que
estava dizendo algo considerando a minha ocupação. Mas ela
também era de grande coração e protetora, duas coisas que fez com
a loucura que a seguia onde quer que fosse.

No dia que ela conheceu Bella, ela a alegou como sua própria.
Eu não me preocupei em discutir com ela. Qual era o ponto? Se eu
fizesse, seu burro louco iria me bater ou me lançar, dependendo de
seu humor.

Vovó não era para ser fodida.

—E esta. —Bella apontou para uma figura ruiva usando um


vestido longo e batom escarlate —é Clara. —A saudade na voz da
minha menina quando ela falou o nome de Clara me acertou bem no
intestino. —Eu sinto falta dela, papai. —Ela disse, olhando para mim
por cima do ombro. —E eu sinto falta de Liam e Declan também. —
As lágrimas encheram seus olhos. —Tanto.

Entregando-lhe de volta o desenho, eu deslizei minhas mãos


debaixo dos braços e virei seu rosto para mim. —Não chore,
princesa. —Eu disse, esfregando os polegares para baixo e dos lados
de seu rosto. Seus olhos cobertos de lágrimas fizeram meu peito
doer. —Você vai ver Clara e os meninos em breve.

—Vou poder vê-la hoje?

Eu apertei meu maxilar firme e respirei. Eu não sabia se veria


Clara ou não, e pensando que não poderia, quase me matou.

Tem sido tanto maldito tempo...

Eu estava de pé, levando Bella comigo. A imagem permaneceu


agarrada em sua mão quando eu a coloquei em seus pés no chão. —
Eu vou te dizer o quê. Se Clara não estiver na casa da tia Hop quando
chegarmos ao Kissler, então nós vamos procurá-la amanhã de
manhã.

Os olhos da minha menina se iluminaram; suas lágrimas


desapareceram. —Mesmo?

Eu balancei a cabeça. —Sim, querida.

Ela abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas fechou-a
quando o som do caminhão de mudança se aproximando chegou a
seus ouvidos. —Eles estão aqui. —Ela gritou, jogando as mãos no ar.
—Isso significa que nós podemos sair agora?

Eu ri. —Assim que a senhora Johnson chegar, vamos embora.


Não querendo perder mais tempo, eu tinha pago minha vizinha
de bunda intrometida para vir e supervisionar os carregadores
enquanto eles carregassem o caminhão. Eu não tinha intenção de
ficar por aqui, esperando eles terminarem. Uma vez que eu
assinasse os papéis os autorizando a começarem a trabalhar, Bella,
e eu estávamos saindo.

É hora de colocar Tennessee no espelho retrovisor.

O pensamento mal passou pela minha cabeça quando a Sra.


Johnson caminhou pela porta da frente aberta. —Yoo-hoo —ela
gritou. —Alguém em casa?

—Vamos, menina bonita. —Peguei na mão de Bella. —É hora


de ir.

Um sorriso de parar o coração se espalhou pelo rosto de minha


menina. —Estou pronta!

Juntos, fomos para a porta.


BRANTLEY
BEM-VINDO A KISSLER, GEÓRGIA.

—Papai! —Bella apontou para a placa bem-vindo à frente. Ela


saltou em seu assento de carro, um enorme sorriso no rosto, um
rosto bonito quase idêntico ao meu. —Estamos aqui!

Eu diminuí a velocidade do meu SUV e assenti confirmando de


volta. – Estamos. —Virei à esquerda na Magnólia Street. —Em
menos de um minuto, estaremos na nossa casa nova.

—Será que a tia Hop e o Tio Evan estarão lá? —Eu abri minha
boca para responder, mas ela continuou falando, me cortando. —E
quanto a Clara? Quero ver Liam e Declan!

Meu coração pulou com a menção do nome de Clara.

Como eu havia dito a Bella antes, eu não tinha certeza se ela


estaria lá ou não. Quando eu tinha perguntado a Evan se ela e Hop
tinha planos para o dia, ele mudou de assunto, fugindo à minha
pergunta. Eu não tenho ideia do que ele estava tramando, mas cada
vez que eu perguntei a ele sobre Clara ou os meninos, ele dirigiu a
conversa em uma direção diferente. Isso me irritou ao inferno.

—Eu não tenho certeza, princesa. Nós vamos descobrir em


breve.

Um segundo depois, a casa do meu irmão, seguido pela nossa,


veio à tona. Quando Isabella viu ambas as casas, ela bateu palmas e
chutou as pernas descontroladamente. —Papai! —Ela gritou. —
Olha! É a nossa nova casa! —Inclinando-se, tanto quanto seu assento
de carro permitiria, ela apontou para o SUV cinza desbotado
estacionado na frente da casa do meu irmão. —E não é o carro de
Clara?

Apertei o volante de couro firme com minha mão.

Ela está aqui.

Com o meu coração batendo forte, eu fiz a varredura no quintal


do meu irmão por qualquer sinal dela. Quando eu não a vejo em
qualquer lugar, agitação se situa em mim.

Eu passei todo o momento do passeio antecipando o momento


em que meus olhos se encontrariam com os dela novamente. A
última vez que a vi em pessoa foi há mais de três semanas antes,
quando meu sobrinho, Ryker nasceu. Os vinte e quatro dias
miseráveis desde então, têm sido uma tortura.

Passando tanto tempo sem vê-la me fez contorcer e ficar


instável.

Eu estava tão mal quanto um ex-alcoólatra para uma bebida.

Eu queria o som melódico de sua risada, a beleza de seus olhos


verdes brilhantes, o cheiro de seu doce perfume, e observar sua doce
boca espertinha.

Um sorriso passou pelo meu rosto quando eu pensei em seu


atrevimento, que ela regularmente jogava em meu caminho. Seu
espírito ardente e baixa tolerância para a minha besteira de flertar
divertiu o inferno fora de mim.

Eu amei cada pedaço disso.


Quando eu estacionei meu carro ao longo da calçada na frente
da nossa casa nova, eu me perguntava se ela estava esperando por
nós chegarmos. Meu peito se apertou com o pensamento. Eu não
posso te dizer quantas noites eu tinha passado acordado
perguntando se ela pensou em mim tanto como eu fiz por ela.

Confuso, como pode ser, eu esperava que ela fez.

—Papai, depressa, abra a minha porta. Eu quero ver todo


mundo!

Eu soltei meu cinto e saio do carro. Quando eu abro a porta de


Bella, ela salta e endireita o tutu brilhante rosa que usa em volta da
cintura, junto com a coroa de princesa de prata que ela tinha na
cabeça. Depois de empurrar uma mecha de cabelo castanho escuro
que tinha caído livre de suas tranças em seu rosto, ela olhou para
mim com os olhos cheios de emoção. —Estou pronta.

—Tudo bem, menina bonita. —Eu disse, pegando a mão dela na


minha. —Vamos encontrar...

As palavras morreram na minha língua quando o som de um


patinete ou corridas de skate pela calçada chegou aos meus ouvidos.
Sem ter que olhar por cima do ombro em direção ao som se
aproximando, eu sabia quem era. Ficou claro pelo brilho que
acendeu nos olhos de Bella quando ela olhou atrás de mim que era
Liam ou Declan vindo em nossa direção.

Antes que eu pudesse olhar por cima do ombro para descobrir


qual menino que era, Isabella rasgou a mão livre da minha e saiu
correndo como um morcego fora do inferno. Seus tênis Converse
rosa bateu contra a calçada de concreto enquanto corria na direção
oposta, com os braços estendidos em frente a ela. —Declan! Senti
sua falta!

Virei-me, olhando-a correr em direção filho mais novo de Clara.

Parando de correr, Declan pulou do patinete prata que ele


estava andando e ele caiu no chão coberto de grama ao lado dele. —
Bella! —Ele gritou de volta, correndo a toda velocidade. —Você está
aqui!

Prendi a respiração quando seus corpos colidiram, embalando


seus braços um em volta um do outro. Quando nenhum deles caiu
no concreto em um monte de ossos quebrados, eu respirei

Declan virou, seus olhos se encontrando com os meus. —Ei,


Brantley. —Ele gritou, acenando para mim. —Minha Mama tem
estado esperando...

Suas palavras morreram em seus lábios quando Liam gritou,


puxando a atenção para o local onde ele estava no quintal de Hop e
Evan. —Mamãe! —Seus olhos se moveram de Declan para Isabella
para mim. —Eles estão aqui!

Girei o meu olhar para a porta da frente da casa de meu irmão.


Sabendo que Clara estava lá, de pé do outro lado do vidro manchado,
causou uma energia nervosa rasgando através de mim.

Vamos, Clara, meu coração demandou. Apenas um passo fora.

Deixe-me ver você, baby.

Cada músculo do meu corpo ficou apertado quando a porta


lentamente começou a abrir. Juro por Deus, o mundo em torno de
mim diminuiu, e o tempo pareceu parar enquanto o som do meu
coração errático encheu meus ouvidos, tornando impossível ouvir
qualquer coisa diferente do que os pensamentos correndo soltos
pela minha cabeça.

Incapaz de suportar não vê-la por mais tempo, eu dei um único


passo, seguido por um segundo. Quando eu estava prestes a dar um
terceiro, a porta se abriu o resto do caminho, e ela surgiu.

Ao vê-la, eu perdi a capacidade de respirar, muito menos de me


mover. Meu cérebro deu curto-circuito, e todo o meu corpo ficou
dormente.

Lá está ela. Minha menina linda.

Cabelo vermelho longo puxado em cima de sua cabeça em um


nó frouxo, ela usava um vestido longo, de cor coral que caia até os
tornozelos. Uma fenda corria até a frente, parando no meio da coxa.
Lambi meu lábio inferior quando vislumbrei a pele cremosa por
baixo do material suave.

Seus pés estavam descalços, e uma pulseira de prata estava


envolvida em torno de seu tornozelo esquerdo. Esmalte turquesa
adornavam seus dedos das mãos e pés, e brilho labial vermelho-rubi
revestia seus lábios em forma de arco. Brincos de prata pendiam de
suas orelhas e um blush leve manchava sua pele creme de pêssego.

Mais espessa do que qualquer mulher que eu já namorei antes,


seu estômago não era plano, coxas não eram pequenas, e ela tinha
mais bunda do que todas as mulheres que eu tinha estado antes.

Porra eu adorava.
Toda vez que eu a via, a minha boca se enchia de água, e meus
dedos se contraíam com a necessidade de sentir sua pele macia. Não
havia uma polegada de seu corpo que eu não queria explorar com a
minha língua e adorar com as mãos. Eu não queria nada mais do que
cobrir seu corpo mole com o meu rígido, e eu ansiava sentir o
momento, suas curvas movendo embaixo de mim enquanto eu
deslizava dentro dela, dando-me a ela inteiramente.

Um movimento a partir do canto do meu olho me chamou a


atenção. Girei o meu olhar para a esquerda a tempo de ver Declan e
Isabella correndo do outro lado da rua, o bairro tinha o tráfego
calmo, suas mãos entrelaçadas uma com a outra. Calor encheu-me
com a visão, mas não era nada comparado com o calor de gostar que
correu por minhas veias quando Clara pulou os degraus da varanda
da frente, subiu a saia, e correu para a minha menina. Ela parou no
meio do quintal e caiu de joelhos e esperou o meu bebê alcançá-la.

Um momento depois, Isabella bateu no peito de Clara, quase


derrubando-a para trás. Com o impacto, os braços de Clara se
envolveram em torno do pequeno corpo de Bella.

Com o corpo tremendo, os lábios de Clara moviam-se enquanto


falava, mas eu estava longe demais para entender o que ela estava
dizendo. E não importa embora. Eu estava muito focado na única
lágrima que deslizou pelo seu rosto para prestar atenção a qualquer
outra coisa.

Enquanto as vejo juntas, tudo que eu conseguia pensar era que


ela amava Isabella como se fosse sua.
Tirei meus olhos da cena diante de mim quando alguém bateu
no meu braço com o seu próprio. Eu olhei para baixo para ver Shelby
em pé ao meu lado, um olhar que garantia problemas em seu rosto.

Oh inferno…

—De onde é que você veio, Loirinha?

Ela arqueou uma sobrancelha. —Você se esqueceu que eu sou


sua nova vizinha? Senhor, tem piedade, Brantley, eu pensei que você
fosse o gêmeo inteligente. —Seu sotaque sulista era grosso, seu tom
cheio de humor. —Ou será que o seu cérebro deu curto-circuito
quando Clara veio para fora?

Eu sorri. —Eu não esqueci. Eu só não a ouvi chegar.

Shelby cantarolava em resposta. —Então, bem, não posso dizer


que o culpo. Quer dizer, se eu estivesse ocupada observando... —ela
apontou para Clara e Bella. —Eu ficaria alheio ao resto do mundo
também. Vendo as duas juntas é uma coisa bonita. Quero dizer, é que
meio que parece que elas estão destinadas a ficar juntas. Como duas
partes do enigma que apenas se encaixam, sabe?

Eu exalo. —O que você está fazendo, Shelby? Eu sei que você


está aprontando alguma coisa.

Ela encolheu os ombros. —Eu não estou fazendo coisa alguma,


doce. Apenas apontar o óbvio.

Sem dizer outra palavra, ela saiu do meu lado e atravessou a


rua em direção à Clara. Uma vez que ela a alcançou, ela bateu em seu
ombro e apontou na minha direção.

Clara virou a cabeça; nossos olhares colidiram.


—Jesus Cristo. —Eu murmurei sob a minha respiração
enquanto seus olhos verdes bloquearam com o meu. —Esta mulher
será a minha morte.

Clara ficou de pé, levantando a minha menina em seus braços.


Bella envolveu as pernas ao redor dos quadris de Clara e enrolou os
braços ao redor do pescoço. Em seguida, ela descansou a cabeça no
ombro de Clara, fechou os olhos e respirou fundo.

Minha necessidade de estar mais perto delas disparou.

Incapaz de ficar longe um segundo a mais, eu atravessei a rua.


CLARA
MEU PULSO CORRE quando Brantley se aproximou de mim, seu
olhar aquecido bloqueado com o meu próprio. Cada músculo em seu
corpo estava esticado, mas ele ainda se movia com a graça de um
predador. Seus longos e propositais passos devoravam a distância
entre nós, trazendo-o mais perto, com cada segundo que passava,
meu coração ficava em suspenso.

Lambi meu lábio inferior, traçando meus olhos sobre cada


polegada de seu corpo vestido.

Deus me ajude... O homem é sexo em uma vara.

Usando um par de calças pretas sob medida que pendiam baixo


de seus quadris estreitos, uma camisa verde-musgo de gola e
sapatos que provavelmente custavam mais do que a minha renda
mensal, ele escorria poder e riqueza, e eram duas coisas que eu
detestava porque me lembrava do diabo do meu passado.

Não pense sobre ele.

Eu levantei meu olhar para o rosto de Brantley.

Queixo talhado, maçãs do rosto afiados, adoráveis lábios e


olhos penetrantes reforçados e escuros, cílios longos... O homem era
o epítome da beleza masculina. Sua pele em tons de mel, músculos
trabalhados, mais alto do que a altura média, e aparência impecável
só acrescentava o seu apelo.

Pergunto-me se o gosto é tão doce quanto parece?


Rangi os dentes juntos, desejando que meus pensamentos
impróprios se dissipassem. Não era o momento nem o lugar. Eu
percebi. Ainda assim, eu não conseguia parar as imagens que
passavam pela minha mente, um após o outro como um filme em
uma tela de cinema.

Brantley sem camisa.

Brantley nu.

Brantley coberto de suor com a mão forte envolvidas em torno de


mim.

—O que você está pensando, Foguete? —A voz de Brantley


interrompeu a apresentação de slides de imagens sujas correndo
solta por minha cabeça.

Gotas de suor pontilhavam no comprimento da minha espinha


enquanto eu olhava para ele. Seu cheiro, uma mistura de âmbar
quente e baunilha suave, dançavam na ponta do meu nariz, me
deixando tonta com a necessidade.

A necessidade que, até encontrar Brantley, eu nunca


experimentei.

—Responda-me, Clara, —ele exigiu, enviando arrepios


correndo pela minha espinha. Seu sorriso brilhante apareceu,
derrubando seus lábios para cima nos cantos. —Ou você está com
vergonha de me dizer?

Sem eu precisar dizer isso, ele sabia o que eu estava pensando.


Eu supunha que ele era tão talentoso em ler a linguagem corporal
das mulheres como ele era em decifrar o dilema legal que ele se
enterrava a cada dia.

Afinal, Brantley tinha muita experiência com mulheres.

Eu tinha escutado Evan falar. Eu sabia as histórias.

Flertar com as mulheres é o que ele faz.

Persegui-las é o que o deixa alto.

Com esse pensamento, a determinação me atingiu, e meu


coração doía como um dente podre. Como eu tinha sido tão estúpida,
eu não tinha certeza. O olhar aquecido que ele me deu momentos
antes era apenas um jogo, e eu era apenas mais uma conquista.

Com ardor na pele, uma nuvem negra pairou sobre mim,


escurecendo meu humor.

Dei um passo para trás, meus olhos se estreitaram. Endireitei a


coluna, invoquei cada bocado do atrevimento que eu possuía. —Eu
estava me perguntando se você queria meu autógrafo, isso é tudo.
—Meu tom foi cortado.

As sobrancelhas de Brantley franziram em confusão. —Por que


eu iria querer o seu autógrafo?

Dei de ombros. —Você não conseguia parar de olhar. Portanto,


achei que estava dando o golpe da estrela, garoto bonito.

Forcei um sorriso mal-intencionado que se sentiu estranho em


meu rosto normalmente passivo.
Ele abriu a boca para falar, mas fechou-a quando Bella levantou
a cabeça do meu ombro e olhou para o pai. – Clara o chamou de
bonito, papai. —Sua voz estridente era um dos mais belos sons que
já ouvi. Ela virou seu olhar espumante para mim e perguntou: —
Você acha que eu sou bonita também?

O sorriso irritado que eu tinha jogado no caminho de Brantley


desapareceu, e em seu lugar, um genuíno apareceu. —Eu acho,
menina doce. —Eu tirei uma mecha de cabelo do seu rosto. —Você
é uma das meninas mais bonitas que eu já vi. —Ela riu, mas eu não
tinha terminado. —Você não é apenas isso embora. Você é
inteligente e doce e todo monte de coisas boas também.

Bella segurou minhas bochechas. —Você é bonita demais,


Clara! —ela gritou, um segundo antes de suas sobrancelhas
franzirem. —Não, espere. —Ela ficou em silêncio, parecendo
meditar sobre o que ela diria a seguir. Então, —Isso não é o que o
papai diz. Ele diz que você é bo... ni... ta.

Brantley deslizou as mãos nos bolsos. —Ela é linda. —Ele


respondeu. Suas palavras ficando penduradas entre nós enquanto
eu tentava decifrar se ele estava dizendo a verdade ou se ele estava
jogando algum jogo. —A mulher mais bonita que eu já vi.

Meu coração pulou.

Não, não, coração estúpido. Acalme-se.

Ele é apenas mais um playboy rico que pensa que é um presente


de Deus para as mulheres.

Era uma mentira, e eu sabia disso.


Brantley pode ser um jogador de uma noite, mas já não era o
caso.

Ele tinha se casado, se estabeleceram.

Então, novamente, ele também tinha se divorciado.

Será que ele traiu sua esposa?

Era uma pergunta que eu já sabia a resposta.

Chastity era um movimento desprezível, e bem, Brantley não


era desprezível.

Ainda me bateu fora de ordem por suas palavras de momentos


antes, eu debatia para dizer alguma coisa. Quando se tornou
evidente que eu não poderia juntar duas sílabas, Shelby mergulhou
para me salvar. Distraída com a abordagem de Brantley, eu tinha
esquecido que ela estava de pé ao meu lado com Liam e Declan,
ambos ficaram em silêncio, ao lado dela.

Eu estava perdendo minha mente.

—Eu odeio interromper este doce momento e tudo, mas se não


marcharmos nossos traseiros ao lado nos próximos minutos, vovó
vai levantar a bengala.

Com um rolar de meus olhos, eu me concentrei em Bella. —


Você está pronta para ir ver a vovó, princesa? Deus sabe que nós não
queremos fazer com que ela se irrite.

—Sim. —Ela assentiu com a cabeça, com um sorriso. —Eu amo


a vovó.
Eu sorri. —Eu também. —Voltando, eu passo à frente e corro
meus dedos através do cabelo de cada dos meus filhos, bagunçando
seus cabelos grossos. —Vocês dois, pequenos delinquentes, estão
prontos?

Liam assentiu, mas Declan franziu o nariz e estreitou os olhos.


—Hey, —ele disse em um tom de provocação. —Como é que nós
somos delinquentes, mas ela é uma princesa?

Eu levemente o bati no nariz. —Estou quase certa que foi você


a pessoa que começou a chamá-la de princesa, não foi?

Ele balançou sua cabeça. —Não! —Ele apontou para Brantley.


—Foi ele. Eu apenas fiz o que ele fez.

—Papai não me chama de princesa, —Bella disse. —Ele me


chama de princesa.

—Qual é a diferença? —Liam perguntou, confuso.

—Princesa é o espanhol para a princesa. —Brantley explicou,


seus olhos nunca deixando os meus. —Assim como dama Bella é
espanhol para bela mulher.

—Escute, gente. —disse Shelby, sacudindo a cabeça. —Eu sou


casada com um homem que gosta de falar em espanhol para mim
quando ele está chateado. Eu não preciso que vocês falando
espanhol também. Eu mal posso falar correto Inglês metade do
tempo. —Ela brincando mostrou a língua para fora para uma Bella
rindo —então, por favor, pelo amor de tudo o que é santo, pare com
isso.

Era impossível não rir dela.


Não obstante, Shelby era uma das pessoas mais engraçadas e
mais amorosas que eu já conheci. Como Maddie e Hop, ela estava lá
para os meninos e eu, a cada passo do caminho ao longo dos últimos
dois anos.

Uma sobrevivente de violência doméstica por si mesma, ela


totalmente conhecia a escuridão, eu a encontrei depois de escapar
de Colin. Foi ela que me tirou da escuridão cada vez que comecei a
me afogar.

Por isso, eu lhe devia um inferno de um lote.

—Eu... —A buzina soou quando um caminhão passou, me


interrompendo. Ele fez uma volta na entrada da casa de vovó antes
de vir para uma parada.

Eu reconheci a quem pertencia imediatamente.

Ao ver o caminhão familiar, Bella gritou. —Coloque-me no


chão, Clara. Maddie e Melody estão aqui!

Liam fez uma careta. —Eu vou a abraçar Melody primeiro.

—De jeito nenhum. —Bella argumentou, balançando nos meus


braços. —Eu vou abraçar primeiro.

Baixei Bella para o chão e vi quando todas as três crianças


correram para o caminhão que pertencia a Hendrix, o marido de
Maddie.

Já fora do caminhão, Hendrix foi desafivelando Melody de seu


assento de carro. Uma vez que ela estava livre, ele se levantou e a
colocou no chão e viu quando ela ficou nos pés instáveis em relação
aos três garotos que estavam correndo diretamente para ela.
Quando se encontraram, Liam pegou-a em seus braços e
apertou-a com força.

Irritada, Bella mostrou a língua para ele.

Shelby bufou. —Marque minhas palavras, vai ser um problema


nos próximos anos.

Foi a minha vez de ficar confusa. —O que irá?

Dando-me um olhar 'não seja estúpida', ela apontou para Liam


e Melody. —Aquilo.

Eu estava prestes a dizer-lhe que ela era louca quando a vovó


gritou de sua varanda. Quanto tempo ela tinha estado ali, eu não
tinha certeza. Eu não tinha visto que ela tinha saído. —O almoço está
pronto! —Ela gritou antes de sorrir para Hendrix, que estava
ajudando uma Maddie exausta olhando para fora do caminhão. Três
dias de atraso com o bebê número dois, ela estava desgastada ao
extremo.

A vovó virou seu olhar para onde estávamos. Com os olhos


arregalados, seu olhar saltou entre Brantley e eu antes de se fixar
em mim. Seu sorriso cresceu, e eu sabia que o problema estava se
formando.

Shelby me deu uma cotovelada na lateral. —Você sabe que ela


está tramando, certo?

—Ela é louca. —Eu disse, puxando-me de volta ao presente. —


Como, comprovadamente insana.

—Sim, —respondeu Shelby, balançando a cabeça, —o que só a


torna mais determinada. —Piscando o olho, ela enganchou o
polegar e apontou por cima do ombro em direção a casa de Evan e
Hop. —Eu vou pegar Evan, Hope, e o pequeno Ry rapidinho. Você e
Brantley vão lá em cima antes que vovó venha e nos bata na cabeça
com o ‘mata-moscas’. Anthony, Felix, e as minhas crianças já estão
lá.

Eu toquei a mão de Brantley com a minha própria. —Está


pronto?

Seus olhos perfuraram os meus. —Sim, Foguete, eu estou.

Com um aceno de cabeça, eu virei meu foco para o lugar onde


os meninos, Isabella e Melody estavam em um círculo rindo como
pequenos bobões e começamos a andar. O calor de Brantley
banhava minhas costas enquanto ele andava atrás de mim. —Tudo
bem, vocês quatro. —Eu disse. —Vamos entrar. Vovó cozinhou
almoço.

Agarrando a mão de Bella, Declan arrastou-a para a casa,


enquanto Liam seguia, carregando uma Melody rindo em seus
braços. Foi uma das coisas mais doces que eu já vi.

As crianças desapareceram dentro da casa enquanto eu subia


os degraus da varanda e fiquei cara a cara com uma vovó esperando.
As mãos nos quadris engatilhadas, ela olhou para mim com as
sobrancelhas levantadas. —Bem, você com certeza está parecendo
chique hoje. O que é todas essas peças caras por cima? —Um sorriso
conveniente espalhou por seu rosto. —Você se vestiu para alguém
em particular ou você conseguiu um bug acima de seu bumbum e se
embelezou sem nenhum motivo?
Quando eu não respondi, ela se inclinou para o lado e espiou
Brantley.

Assobiando longo e baixo, ela balançou suas sobrancelhas e


piscou em sua direção. —Bem, ei aí, companheiro considerável.
Estou convencida de que você fica melhor de se ver a cada vez que
eu o vejo.

Mesmo que eu não pudesse vê-lo, eu sabia que Brantley piscou


de volta. —E você está mais bonita cada vez que te vejo, vovó.

Vovó riu e bateu no meu braço. —Eu gosto dele. —disse ela,
com uma expressão satisfeita no rosto. —E a partir da aparência
dele, eu tenho certeza que você também.

Negue, negue, negue.

—Vovó, eu...

—E deixe-me dizer... —ela interrompeu, travando a negação


ferrenha que eu estava prestes a soltar no seu caminho —...que faz
o meu trabalho um inferno de muito mais fácil.

—Vovó, quantas vezes é que vamos ter essa mesma conversa?


Eu não estou interessada em...

Com um rolar de seus olhos, ela acenou com a mão na frente do


meu rosto, me cortando. —Não comece. Você acabou de me deixar
fazer o que eu preciso. Você vai me agradecer mais tarde. —Ela se
virou para caminhar de volta para a porta aberta. Antes de ela
entrar, ela acrescentou, —Você pode ser teimosa e ajustada em suas
maneiras, Clara, mas eu posso ser uma montanha de teimosa.

O que ela quis dizer com isso, eu não tinha ideia.


Eu não tive como perguntar a ela o porquê, ela desapareceu
dentro da casa, seu chinelo estofado cobrindo seus pés batiam
contra o chão enquanto ela partia.

Um pouco irritada e muito frustrada, avancei só para parar


meio passo quando a mão quente de Brantley enrolou no meu
antebraço. —Clara, baby. —disse ele. —Espere um minuto.

Minha cabeça girava um pouco com a expressão de carinho.

Virei-me, de frente para ele. —Eu não sou sua Baby, Menino
Bonito.

Embora eu desejasse que fosse.

Brantley olhou para mim de sua altura elevada. Aos meus um


metro e setenta e cinco, eu era mais alta do que a maioria das
mulheres que eu conhecia. Mas a altura de Brantley, juntamente
com seus ombros largos, me fez sentir pequena, algo que eu não
estava acostumada. – Não... – agitação forrou sua voz —...você não é.
—Passou o polegar ao longo de seu lábio inferior, seu olhar ainda
fixo em mim. —Jante comigo esta noite. —Não era uma pergunta ou
uma solicitação. Era uma exigência. —É a primeira noite em nossa
nova casa. Precisamos comemorar. —Ele fechou a pequena
distância entre nós. Meras polegadas separavam nossos peitos. —
Significaria o mundo para Bella e eu.

Com ele tão perto, eu não conseguia pensar o suficiente para


responder.

Droga, eu mal podia respirar.


Um pouquinho tonta, eu descansei minhas mãos em seu peito,
firmando-me. Os músculos duros como pedra lançados sob as
palmas das minhas mãos se contraíram, e meu coração subiu para a
minha garganta.

O que diabos está acontecendo comigo?

A tontura me consumiu. Eu oscilava sobre os meus pés, e


Brantley colocou seu braço musculoso ao redor da minha parte
inferior das costas, segurando-me no lugar. Debrucei-me contra ele,
pressionando meu peito no seu.

Quando os nossos corpos se tocaram, ele respirou duro. —


Clara. —Sua voz era profunda, mais rouca do que antes. —Olhe para
mim, baby.

Havia aquela expressão de carinho novamente.

Cabeça girando, concentrei meu olhar na parte inferior do seu


pescoço.

Um pescoço eu queria beijar.

Brantley deslizou o polegar debaixo do meu queixo e inclinou a


cabeça para trás, forçando meus olhos para encontrar os dele. —
Fale comigo. —Suas sobrancelhas estavam franzidas, com a cabeça
inclinada para o lado. —O que há de errado?

—Nada está errado. Eu...

—Porra, cara, —uma voz familiar, uma que pertencia a


Hendrix, soou por trás de Brantley. —Você acabou de chegar aqui, e
você já deixou Clara sem fala. E isso requer habilidade, cara.
Suas palavras foram como um balde de água gelada no meu
peito. O calor me consumindo desapareceu e, em seu lugar, frieza
emergiu.

Deixei minhas mãos no peito de Brantley e dei um passo para


trás, forçando-o a remover o braço de minha parte inferior das
costas. Bochechas coradas de vergonha e raiva, por que eu o deixei
me afetar assim? Eu mergulhei o olhar para o chão.

Eu não podia suportar encontrar os olhos de ninguém.

—Clara... —Brantley estendeu a mão para mim, mas eu evitei


seu agarre. —Espere.

Eu apontei para a porta. —Vou ver se vovó precisa de ajuda


com qualquer coisa.

Brantley estendeu a mão para mim de novo, mas eu balancei a


cabeça e mudei-me para fora do caminho, mais uma vez fugi dele.

—Caramba, bonitão. —Maddie mexeu de onde Hendrix a


levava em seus braços. —Olhe o que você fez.

Foi a última coisa que ouvi antes de me afastar.


CLARA
EU MARCHO para casa.

Ignoro as escadas da frente e sala de estar, onde todos se


sentaram assistindo TV, eu faço o meu caminho para a cozinha, onde
a vovó estava cortando um tomate.

Na minha abordagem, ela deixou cair os braços para os lados.


—O que há de errado? Parece que você está prestes a ter um grande
chilique. —Movendo-se para mim, ela apertou a faca firme na mão.
—Apenas me diga quem eu preciso apunhalar, e eu vou lidar com
isso. Foi Hendrix, não foi? Eu juro que o menino está com vontade
de ter sua bunda chutada na maioria dos dias.

Se eu não tivesse tão perto de perder minha mente, Deus


abençoado, eu teria rido.

Apontei atrás de mim para a porta da frente. —Aquele homem...


—eu sussurro assobiando, —...me transforma em estúpida. Eu
sempre me envergonho quando ele está por perto.

Vovó revirou os olhos, exasperada. Eu nem sequer precisava


mencionar o nome de Brantley. Ela já sabia de quem eu estava
falando. —Isso é tudo? Porque eu estaria mais preocupada se ele
não a transformasse em estúpida. Basta olhe para ele. É uma
maravilha que você pode até mesmo falar quando ele está próximo
ou à distância. Sinos do inferno, Clara, cada vez que eu o vejo eu não
posso me ajudar, mas imagino como ele se parece nu. Quero dizer,
você pode imaginar o quão duro seus....
Eu joguei meus braços para cima. —Oh meu Deus! Você não
tem permissão para falar de Brantley —me apoio a frente, eu abaixei
minha voz para que só ela pudesse ouvir – E seu ‘pênis’.

Faca ainda na mão, ela cruzou os braços. —Olhe para aquela


cuja mente está na sarjeta. Eu ia dizer músculos, mas agora que você
mencionou suas partes íntimas, eu gostaria de saber.

—Eca. —Shelby interrompeu, entrando na cozinha. —Pare de


ser uma pervertida suja, vovó. Não ninguém quer ouvi-la falar sobre
o relativo de Brantley.

Vovó zombou. —Eu não sou a única sendo uma pervertida. —


Ela apontou para mim com a faca. —Clara é. Ela é a única que o
trouxe, eu só fui para o passeio.

Brantley escolheu aquele momento para entrar na cozinha,


parando atrás de Shelby. Ficou claro pela sua expressão que ele
tinha ouvido tudo.

Me. Mate. Agora!

Os olhos brilhando, ele passou por Shelby e veio na minha


direção. Minha frequência cardíaca aumentou com cada passo que
ele dava, e os arrepios entraram em erupção ao longo dos meus
antebraços.

Quando ele chegou a mim, ele colocou a mão na minha parte


inferior das minhas costas e me levou para a porta de trás. —Vamos.
Você e eu precisamos conversar.

Eu não lutei com ele quando ele me levou para fora, descendo
os degraus de fora da varanda, e através da porta aberta da garagem.
Nem eu lutei com ele quando ele parou, me virou, e pressionou as
minhas costas contra a parede pintada coberta.

Escondidos nas sombras, a escuridão nos cercou.

Eu não gostava disso. Nem um único ponto.

Pânico ameaçou submergir, mas quando Brantley descansou


uma única mão no meu quadril, ele recuou. Sua presença me
ancorando, seu toque me acalmou.

Movendo seu grande corpo dentro de uma polegada do meu,


ele trouxe o rosto mais perto. —Você não respondeu minha
pergunta. —Sua respiração morna, mentolada passou sobre o meu
rosto, eu choraminguei. Ele deslizou uma junta ao longo do lado do
meu rosto, e eu me inclinei para seu toque. —Jante comigo esta
noite, bella dama. —Sua mão agarrou meu quadril apertado. Minha
pele queimou com o contato. —Você sabe que você quer.

Eu queria. Seriamente.

E não só porque eu queria estar com ele, o homem estava se


tornando minha obsessão. Eu queria passar mais tempo com Bella
também. Eu amava aquela menina tanto. Os meninos e eu,
especialmente Declan, tinha sentido falta dela como um louco.

Como o pai dela, eu desejava que ela fosse minha.

Instável em meus pés, eu cavei meus dedos nos bíceps rígidos


de Brantley. Bêbada com uma mistura de luxúria e saudade, ousadia
deslizou pelas minhas veias. Precisando saciar a fome que rugia
dentro de mim, eu tomei a abertura que tinha sido entregue,
bloqueando a voz na minha cabeça que gritava o quão errado as
minhas ações eram, e deixei meu corpo assumir.

Eu queria o corpo de Brantley, coração e alma desde o


momento em que eu o conheci.

Seu coração estava fora dos limites, e sua alma nunca seria a
companheira da minha própria, mas não havia nenhuma razão que
eu não poderia ter uma pequena amostra do homem, que em outra
vida, poderia ter sido meu.

Apenas um pequeno toque, eu disse a mim mesma.

—Eu vou. —Fiz uma pausa, reunindo minha coragem. —Mas


somente sob uma condição.

Ele traçou sua língua em seu lábio inferior. —Diga.

Sem me dar tempo para pensar sobre como imprudente eu


estava sendo, eu deslizei minhas mãos sobre os ombros dele e
entrelacei os dedos na parte de trás do seu pescoço. —Beije-me em
primeiro lugar.

Parte de mim esperava que ele recusasse enquanto a outra


parte orou para que ele me desse este momento, só desta vez, a
experiência que eu tinha sonhado sem parar durante os últimos
nove meses.

Para minha surpresa, ele não recuou.

Ele também não hesitou.

Um rosnado rasgou sua garganta enquanto ele afundou as mãos


nos meus cabelos, inclinou minha cabeça para trás, e bateu os lábios
para baixo no meu. Duro e possessivo, não foi nada suave a forma
como a sua boca se moveu sobre a minha, e com certeza nada gentil
sobre a forma como a língua sondou a costura dos meus lábios,
exigindo entrada.

Era uma exigência e eu me obriguei a permitir.

Nossas línguas se encontraram, e os meus dedos dos pés


descalços enrolaram contra o piso de concreto.

Querendo, não, precisando estar mais perto dele, eu fiquei na


ponta dos pés e pressionei meu peito novamente no dele. Em troca,
Brantley envolveu um braço ao redor da minha parte inferior das
costas, fundindo seu corpo contra o meu, não deixando nenhum
espaço entre nós.

A dureza que alinha à frente de suas calças pressionou contra a


minha barriga inferior, me fazendo suspirar. O pequeno ruído só
estimulou Brantley, tornando-o mais louco e desesperado. Meu
corpo veio à vida com seu toque. O calor inundou minhas veias, e
meu coração bateu mais forte do que nunca.

Boom, Boom, Boom.

O som ensurdecedor do meu pulso encheu meus ouvidos, e por


um momento, eu esqueci quem eu era. Por apenas um mero
segundo, minha identidade desapareceu. Já não era uma filha
adotiva indesejada ou uma vítima de violência doméstica com
cicatrizes.

Lá, de pé no canto de uma garagem escura, eu era apenas uma


mulher beijando o homem dos seus sonhos.
Um homem que, quando o momento terminasse, eu afastaria.

Mesmo que eu não quisesse.

O braço em volta da minha parte inferior das costas


desapareceu, e uma mão apareceu em seu lugar. Moveu-se,
descendo até que deslizou sobre a curva da minha bunda maior do
que o normal.

Brantley desacelerou, avaliando minha reação.

Quando não me opus a ele me tocando tão intimamente, seus


dedos cravaram em mim, amassar minha carne. Uma miríade de
sensações tomou conta de mim, e eu terminei nosso beijo, puxando
meus lábios dos dele.

Deixei minha cabeça contra a parede com a respiração


ofegante. —Brantley... —Não foi possível formar um pensamento
coerente, minhas palavras se apagaram.

O corpo inteiro de Brantley tremeu quando ele pressionou sua


testa na minha. Com os olhos fechados, ele apertou sua mandíbula
firme. —Droga, Clara, —ele gemeu. —Só... caramba... Nunca na
minha vida... —Ele parecia tão fora de controle, como eu me sentia.
—Eu preciso...

Suas palavras foram cortadas quando Maddie gritou de algum


lugar lá fora. —Clara! —Um segundo de silêncio se passou antes que
ela gritasse novamente. —Brantley!

Alguém falou depois dela, mas eu não conseguia distinguir


quem era.

Shelby, talvez?
—Se vocês não trouxerem suas bundas para a casa, eu posso
estrangular ambos. Estou com fome, e vovó não vai nos alimentar
até que todos estejam sentados à mesa.

A língua de Brantley deslizou sobre seu lábio inferior. —


Precisamos ir para dentro.

Desapontada, eu deixei cair meus braços ao meu lado. —Sim.


—Minha voz soou triste para os meus próprios ouvidos. Eu não
poderia esconder meus sentimentos por nada. —Nós temos.

—Hey. – O abraço apertado de Brantley em mim permaneceu.


—Olhe para mim. —Eu fiz o que ele pediu. Nossos olhos se
encontraram. —Isso ainda não acabou.

É aí que ele estava errado.

Tinha acabado. Feito. Acabado.

O beijo que compartilhamos foi ótimo, era melhor do que


ótimo, mas tinha que ser nosso único beijo.

Minha mente, nem meu coração, não poderiam aguentar mais.

Posso parecer fraca, mas eu sabia que se eu continuasse a


deixá-lo me beijar e me tocar, eu ia acabar em queda livre em um
lugar perigoso, um que eu estava com medo que eu nunca fosse
escapar.

Erga suas paredes, guarde o teu coração.

Meu queixo tremeu. Eu não queria nada mais do que ter um


colapso no chão e explodir em lágrimas frustradas, mas me recusava
a fazê-lo. Eu já tinha chorado o suficiente para durar uma vida. Não
importava o quanto empurrasse a ferida, eu não deixaria outro
homem me levar a esse ponto.

Eu nunca deixaria alguém ter tanto poder novamente.

Precisando de espaço, eu dei um passo para o lado e para fora


do abraço de Brantley.

Eu sofria com a perda de seu corpo pressionado contra o meu.

—Então, —eu disse, mudando de assunto, quando eu arrumava


o cabelo que Brantley tinha puxado do meu coque bagunçado. —O
que você quer fazer para o jantar? Os meninos e eu estávamos
pensando em ajudar você e Bella a desempacotar esta noite.
Podemos pedir para viagem, ou eu sempre posso cozinhar. Nós só
precisamos ir ao supermercado em primeiro lugar.

Os olhos de Brantley focam em mim. —Você está me ajudando


a desempacotar?

—Sim. —Termino com o meu cabelo, e endireito meu vestido.


—Hop não te disse?

—Não.

—Claro que ela não fez. —Eu balancei minha cabeça. —Bem,
você está preso comigo esta noite. Eu disse a Hop que eu o ajudaria
a obter tudo em ordem com a mudança, e eu não vou voltar com a
minha palavra.

—Eu não estou reclamando, baby. Confie em mim. —Seu


sorriso apareceu. —Mas você tem que me deixar retribuir o favor.
Com as bochechas coradas, virei-me para o lado, de frente para
a porta aberta. —Feito. Só sei que eu só aceito pagamento em forma
de tacos ou asas de frango. À sua escolha, Menino Bonito.

Eu pisquei para ele e sai para o sol.

Uma explosão dos risos de Brantley me seguiu todo o caminho.


CLARA
CAOS ME CUMPRIMENTOU quando eu pisei na casa.

Uma Maddie sorridente e Hop sentaram-se na mesa de jantar


olhando Liam, Declan, Bella, Lucca, e Melody dando voltas em torno
da ilha da cozinha de grandes dimensões. Eles estavam em torno de
uma briga, vovó e Shelby que estavam terminando de preparar os
alimentos e as bebidas. As crianças soltavam gritos agudos, seguidos
de gargalhadas da sala de estar onde todos os homens, menos
Brantley, se reuniam, ecoando pela casa, batendo nas paredes.

Era um lindo caos.

—Clara. —Maddie chamou meu nome, chamando minha


atenção. —Onde você estava? —Ela tamborilou os dedos contra a
mesa, uma expressão curiosa no rosto. —E onde diabos está
Brantley? Como é que ele não seguiu você para dentro? —Seus olhos
se estreitaram. —Você não o matou, não é? Porque eu estou muito
grávida para ajudá-la a esconder um corpo.

Abelhuda, intrometida, curiosa!

—Não. —Eu disse casualmente, recusando-me a mostrar o meu


constrangimento. —Tenho certeza que ele vai entrar quando ele
estiver pronto.

As sobrancelhas de Maddie elevaram sua testa. – Huh. —


respondeu ela, vendo diretamente através de mim. —Será que você
ouviu isso? —Ela sorriu e voltou sua atenção para a vovó, que estava
assistindo a nós duas, um sorriso divertido no rosto. —Não
demorou tanto tempo quanto eu pensava que seria.
Hop riu, e antes que eu pudesse perguntar a Maddie o que ela
estava falando, Brantley entrou pela porta dos fundos. Meu corpo
reagiu, incapaz de me parar, eu virei minha cabeça e olhei para ele
por cima do meu ombro.

Quando seus olhos encontraram os meus, minha respiração


engatou no meu peito.

Ele piscou antes de olhar para Hop. – Moranguinho. —disse ele,


segurando seus braços para fora. —Eu recebo um abraço ou o quê?

Sem dizer uma palavra, Hop levantou-se e atravessou a sala.


Deslizando os braços ao redor da cintura de Brantley, ela fechou os
olhos e apoiou a cabeça contra seu peito.

Ciúme irracional rugiu para a vida dentro de mim. Era estúpido,


tão estúpido, porque eu não tinha razão para sentir da maneira que
eu fiz. Primeiro, Brantley não era meu, e segundo, a Hop em breve
se tornaria sua irmã perante e lei, e minha melhor amiga. Ainda
assim, apesar de saber essas coisas, eu não poderia acalmar os
sentimentos que se desenrolavam na boca do meu estômago.

Você está agindo como uma idiota, eu me repreendi. Se


recomponha.

Eu rasguei meu olhar deles e fiquei na vovó. Que estava com os


olhos fixos em mim, ela tinha um olhar de compreensão no rosto.
Assim como Hop, a velha louca me lia como um livro desde o
primeiro dia. Ela conhecia os pensamentos correndo pela minha
cabeça.

Entortando um dedo, ela fez sinal para eu chegar mais perto.


Eu me movi, esquivando-me das crianças ainda correndo soltas
em torno da cozinha. —Oi, Clara, —Bella gritou enquanto corria por
mim. – Tchau, Clara!

—Cuidado, bebês. Se um de vocês cair, eu vou chorar.

—Nós não vamos cair. —Liam disse me passado, Declan no seu


encalço. —Promessa!

Eles desapareceram na sala de estar quando eu dobrava a ilha.

Quando eu estava ao alcance de vovó, ela bateu no meu braço.


—Ow, —Eu engasguei, mais surpresa do que com dor. —O que é que
foi isso...

—Você não tem nada com que se preocupar com aquele


homem. — Ela exclamou, apontando para Brantley. —Ele é tão
apaixonado por você, ele não pode pensar em linha reta.

—O que você está falando? —Perguntei, ignorando a forma


como o meu coração acelerou com suas palavras. —Ele não está
apaixonado.

—O inferno que ele não está. —Shelby interrompeu, seguindo


os passos de vovó. —Não importa o que ele está fazendo ou com
quem ele está falando, seus olhos estão sempre em você. Ele
acompanha o seu movimento cada vez, Clara. Os homens não fazem
isso sem nenhum motivo.

Eu belisquei a ponte do meu nariz entre dois dedos. —Por que


vocês estão me dizendo isso? Eu já lhes disse, a ambas, várias vezes
que eu não quero nada com os homens. Tanto quanto eu estou
preocupada, meu futuro é como uma senhora velha, solteirona e
com gatos e isso é tudo, e gravado em pedra.

—Mantenha-se dizendo isso querida. —Vovó murmurou


baixinho.

Estabelecendo a jarra de chá que ela estava segurando, Shelby


virou sua cabeça para a minha. Depois de cruzar os braços sobre o
peito, ela me deu um olhar de sem-besteira que significava o
negócio.

Grande, aqui vamos nós... A boca do Sul está pronta para


desencadear sua fúria em mim.

—Estou prestes a dizer a mesma coisa que Maddie me disse


depois que eu conheci Anthony. Não deixe que o bastardo roube
mais de você do que ele já fez, Clara. Você merece a felicidade, e se
Brantley pode dar a você, em seguida, deixe.

—Shelby, eu não posso...

Ela ergueu a mão, me cortando. —Eu não estou pedindo para


você se casar com o homem. Só estou dizendo, não deixe que o que
aconteceu antes afetá-la agora. Coloque-o no espelho retrovisor e
não olhe para trás. – As mãos quentes de Shelby seguram minhas
bochechas. – Porque, confia em mim, doce, se você não enterrar o
passado, ele vai enterrá-la.

Sabendo que ela estava certa, eu assenti. —Vou tentar.

Ela enxugou os olhos com as costas das mãos. —Isso é tudo que
estou pedindo.
Inclinando-se para o lado, ela olhou por mim para vovó. —
Podemos comer agora, velha louca jararaca? —Ela assentiu com a
cabeça em direção à mesa onde Maddie carrancuda ainda estava
sentada. —Porque se nós não nos sentarmos em breve, a gravizilla
lá pode matar todos nós.

—Ouvi isso, loirinha! —Maddie mexia.

—Tudo bem, todos vocês, —Vovó gritou: —é hora de comer.

Em poucos segundos, a cozinha estava cheia de pessoas.

Hendrix, que carregava uma Melody rindo em um braço e um


Lucca rindo no outro, foi o primeiro a aparecer, seguido por
Anthony, que estava carregando o bebê Ryker. Então veio Felix,
Ashley, e Evan, que tinha Bella sentada em seus ombros.

Com a visão de Evan e Bella juntos, o olhar de Brantley se


iluminou. —Sobre o tempo você arrastou sua desculpa de bu...

Hop bateu em seu braço com a palma da sua mão,


interrompendo-o. —Cuidado com a boca, idiota. As crianças vão
ouvir.

—O que? Eu ia dizer bunda. —Brantley mentiu.

Eu balancei a cabeça e examinei o quarto. —Onde estão meus


pequenos delinquentes? Eles fizeram...

Antes que eu pudesse terminar minha frase, Pop apareceu com


ambos Liam e Declan enfiados debaixo dos braços. —Eu tenho eles.
—Ele balançou a cabeça e sorriu para mim. —Eles me atacaram no
segundo que passei pela porta da frente e não me deixaram desde
então.
Isso não me surpreendeu nem um pouco.

Os meninos tinham se ligado com Pop no momento em que o


conheceram, e ao longo dos últimos dois anos, essa ligação só tinha
aumentado. Ele foi o primeiro modelo masculino positivo que eles
tiveram, e o amavam à morte. E para mostrar seu amor, eles sempre
lhe davam um momento difícil, até chato, deixavam ele a uma
polegada de perder sua sanidade.

—Liam, Declan, vocês dois deixem o pobre Pop sozinho e


sentem-se à mesa das crianças. É hora de comer. —À menção de
comida, ambos os meus filhos conseguiram se libertar do aperto de
Pop e correram para a mesa pequena, multicolorida, onde todas as
crianças se sentavam. Eles logo foram acompanhados por Lucca, que
estava gritando tão alto que eu não podia ouvir nada.

Peru pequeno é um falastrão, assim como sua mãe.

Shelby deve imaginar o que eu estava pensando, porque ela


olhou para mim antes de virar longe das crianças e me ignorar.

Eu mordi de volta um ataque de riso.

Do outro lado da sala, Evan estava com Bella no chão. Ela correu
para a mesa das crianças. Caindo no assento ao lado de Declan, ela
pegou o garfo e olhou ao redor da sala lotada. Quando seu olhar
encontrou o meu, ela sorriu de orelha-a-orelha e deu uma risadinha.

Eu amaldiçoadamente me derreti.

Eu soprei-lhe um beijo quando eu me inclinei para a vovó e


perguntei: —Quem é que falta?
Seus olhos procuraram o quarto. —Carissa e Heidi estão
trabalhando no abrigo, por isso só está faltando Kyle, Charlotte e
Keith. Os dois últimos devem estar aqui a qualquer momento, mas
eu não tenho certeza sobre Kyle.

Ela pegou um enorme prato de frango frito do balcão e fez seu


caminho em direção à mesa. “Hendrix, Kyle vem?

Kyle Tucker era o melhor amigo de Hendrix e companheiro dos


bombeiros. Ambos trabalhavam sob o comando do Pop na estação
24, no centro de Toluca, o condado ao lado de onde morávamos. Kyle
era quieto e fechado, mas eu poderia dizer que ele era um bom
rapaz.

Se ele não fosse, Hendrix não o teria deixado dentro de


cinquenta pés de Maddie. Protetor não era uma palavra forte o
suficiente para descrever Hendrix Cole quando se tratava de sua
esposa.

Falando de Hendrix ... —E Carissa vem? —Ele perguntou a


vovó. Quando ela balançou a cabeça, ele continuou. —Então Kyle
também não. Se ele não está no turno, o que ele não está, então ele
está onde quer que C está.

Shelby franziu o nariz. —Ele é um pouquinho obcecado por ela,


não é?

Hendrix bateu os dedos contra a mesa. —Obcecado não é uma


palavra forte o suficiente. Se fosse qualquer outra pessoa, eu teria
um problema com ele, mas Kyle nunca faria mal a Carissa. Para não
mencionar, que C gosta dele. —Ele olhou para Maddie. —Estou certo
ou estou certo, menina bonita?
Maddie soltou um suspiro. —Eu acho que você pode estar.

Mais uma vez, estúpido, ciúme irracional rugiu para a vida


dentro de mim. Carissa e sua irmã mais nova, Heidi, eram pessoas
bonitas. Doce, bondosas e gentis, as duas meninas mereciam apenas
o melhor. Eu estava feliz que Carissa poderia encontrar a felicidade
em Kyle, mas porra, por que eu não poderia ter encontrado um bom
cara como minhas amigas?

Desde que eu era uma garotinha, tudo o que eu queria era, o


meu príncipe encantado.

Em vez disso, a vida me deu um monstro.

Um monstro que me deixou com cicatrizes, cansada, e também


emocionalmente danificada para me abrir para outro homem, não
importa o quão bom esse cara poderia ser. O medo paralisante
permanente que Colin tinha infligido em minha alma tornou
impossível até mesmo fantasiar sobre amar outro homem, muito
menos realmente fazê-lo.

Só de pensar nisso, fez meu coração doer.

Por que, desde o dia em que nasci, eu tinha tirado a


extremidade curta da vara?

Era uma pergunta que eu nunca tive uma resposta também.

—Ei, Red, —Evan disse, enganchando um braço em volta dos


meus ombros. Eu não o tinha visto ele chegar. —O que você está
pensando tão difícil?
—Coisas que eu não deveria estar pensando. —Não havia
nenhum ponto em mentir para ele. Evan poderia saber se eu fizesse.
—E você sabe o que eu estou falando.

Evan assentiu. —Sim, eu faço. —Após rastrear a língua sobre


seu lábio inferior, ele apertou a mandíbula firme. —Eu quero que
você pare. Aquele filho da puta se foi, Clara, e ele nunca mais vai
voltar. Tenho a certeza disso.

Não pense sobre o passado, eu disse a mim mesma.

Forçando minha mente para me concentrar em outra coisa, eu


olhei ao redor da sala. Como se no automático, meus olhos
gravitavam em torno de Brantley, e o que eu vi fez todo o ar sair
meus pulmões em um sussurro rápido. Segurando o bebê Ryker em
seus braços, ele balançou-o de um lado para outro. Ele olhou para o
seu único sobrinho com tanto amor e adoração que fez a minha
barriga sacudir.

Evan deixou cair o braço de meus ombros e apontou para


Brantley. —Essa dor-na-bunda ali é um bom irmão, mas ele é um pai
ainda melhor. Dê-lhe uma chance, Clara. Prometo que você não vai
se arrepender.

—Evan, eu...

—Basta tentar ser sua amiga. —Insistiu ele, interrompendo-


me. —Eu juro pela minha vida você não vai encontrar um melhor.
Cristo sabe que ele precisa depois de tudo o que sua ex-esposa o fez
passar.

—Não é um fã dela, hein?


—Claro que não, —ele rosnou. – Aquela bruxa nunca mereceu
Brantley, e ela com certeza não merece Bella. Não depois das
besteiras que ela tem feito.

Eu queria perguntar-lhe que tipo de coisas que ela tinha feito.


A pergunta pairou na ponta da minha língua, mas por algum milagre,
eu mantive minha boca fechada. —Certooo. —Eu fingi exasperação.
—Eu acho que eu vou ser sua amiga. —Eu cutuquei no centro do seu
peito. —Mas você me deve. Basta lembrar, eu só aceito o pagamento
na forma de...

—Asas de frango e tacos, eu sei. —Ele bufou um suspiro


divertido.

—Bom. — Eu digo atrevida. —Contanto que você saiba.

—Clara. —A vovó gritou, agarrando minha atenção.


Terminando de dar às crianças seus pratos e se dirigindo para a
mesa. —Vem sentar sua bunda, Senhorita calças extravagantes. Eu
gostaria de comer antes de eu morrer de fome. —Ela cortou os olhos
para Maddie. —Ou antes que uma determinada neta minha me
apunhale com um garfo.

Oh pelo amor de Deus.

—Segure seus cavalos, eu vou.

Movi-me do outro lado da cozinha para o lugar onde Brantley


estava. Quando apenas três pés nos separavam, eu parei. —Ei,
garoto bonito. Desde que você é o novo garoto e tudo, eu pensei que
você pode querer sentar-se ao meu lado, —Eu provoquei, batendo
meus cílios.
—Já estava planejando isso, Clara. —Levantando sua mão, ele
acariciou seu polegar sobre meu queixo. —Eu quero estar onde você
estiver. Sempre. Nada poderia me afastar.

A sala ficou em silêncio.

Juro por Deus, você poderia ter ouvido um alfinete cair.

Não afetado por ter mais do que um par de olhos sobre ele,
Brantley continuou a olhar para mim, sua boca bonita inclinou-se
em um lado em um meio sorriso. Enquanto isso, eu estava perto de
hiperventilar e desmaiar.

Eu abri minha boca para dizer alguma coisa, o que, eu não tinha
certeza, quando a porta da frente se abriu e fechou. —O gelo está
aqui! —Alívio passou por mim ao som da voz retumbante de Keith.
—Espere. Onde está todo mundo?

Vovó limpou a garganta. —Nós estamos na cozinha, meu filho.

Um segundo depois, Keith, juntamente com Charlotte,


entraram na sala.

—O que diabos está acontecendo? Está calmo aqui. —Ele


perguntou, entrando na sala. —E isso não é normal.

De boca aberta, Maddie apontou para Brantley e eu. —Silêncio,


papai. Nós estamos ocupados assistindo Brantley e Clara.

—Vê-los no quê? —Perguntou Keith, confuso.

—Cair de ponta cabeça. —Ela respondeu, saltando os olhos


entre nós.
—Você está hormonal, gravizilla. —Eu disse com um rolar de
meus olhos. —Ninguém está caindo em qualquer lugar. —Ela
apertou os lábios em uma linha reta, e eu sabia que ela estava
prestes a discutir e assim eu continuei falando, cortando-a antes que
ela pudesse começar. – Calada.

Meus olhos pediram a ela para deixar ir.

Felizmente, ela fez.

—Tudo bem. —Ela bufou. —Eu vou parar. —Pegando seu copo
de chá, ela tomou um gole antes de resmungar, —por agora, —sob
sua respiração.

Eu apenas virei minha cabeça para enfrentar Brantley quando


Charlotte, mãe de Hope, apareceu ao lado dele. Ela colocou os braços
ao redor da cintura e apertou-o com força, com cuidado para não
esmagar Ryker. – Já era hora de você chegar. Sr. B. Eu estava
começando a pensar que você não viria.

O olhar de Brantley colidiu com o meu por cima da cabeça de


Charlotte. —Faz muito tempo.

Precisando me sentar antes de desmaiar de cara plantada no


chão de madeira, dei um passo para trás. —Eu vou me sentar.

Sem esperar por uma resposta, virei-me e tomei meu assento


na mesa de grandes dimensões junto ao Pop. Cabeça girando, eu
cerrei os punhos apertados e os descansei no meu colo.

Shelby me chutou por baixo da mesa, pegando a minha atenção.


—Você está bem? —Ela murmurou, com os olhos cheios de
preocupação.
Por um momento, eu considerei mentir para ela. Mas o
pensamento foi fugaz. Mesmo se eu tentasse mentir, o que eu odiava
fazer, Shelby iria ver através de mim. Ela era tão eficiente como Evan
em ler as pessoas.

Ela cheira uma mentira a uma milha de distância.

Eu balancei a cabeça, esperando que ela fosse a única a notar.


Se ela foi, eu não sei. Tudo o que sei é que eu senti como se estivesse
entrando em um território desconhecido, e eu não tinha certeza de
como isso me fez sentir.

Por um lado, eu amava e desejava a emoção de estar em torno


de Brantley, mas eu também odiava porque isso me fazia sentir fora
de controle, algo que eu jurei para nunca mais voltaria a ser.

Minha vida, minhas regras.

Eu fui puxada para fora dos meus pensamentos quando


Brantley puxou a cadeira ao meu lado e sentou-se sem Ryker.
Parecia que Charlotte tinha roubado seu único neto longe de seu tio.

Brantley estreitou os olhos para as minhas mãos em punhos.

Colocando uma de suas mãos pesadas sobre a minha, ele se


inclinou mais perto até que seus lábios pairaram ao lado da concha
da minha orelha. —Eu posso dizer que você está com medo, Foguete,
mas você não precisa estar.

Eu estava apavorada.

Além de aterrorizada, realmente.


O homem estava na cidade há menos de trinta minutos, e eu já
tinha beijado ele como uma prostituta vigorosa na garagem da vovó.
Inferno, se ele tivesse me empurrado um pouco, eu poderia ter feito
muito mais do que apenas beijá-lo.

—Eu não vou te machucar, Clara. —Sua voz suave rolou em


cima de mim, deixando arrepios em seu rastro. —Eu vou deixar
Shelby castrar-me com um serrote enferrujado antes de eu fazer
qualquer coisa para prejudicá-la. Você me entende?

Debrucei-me na minha cadeira e olhei para ele. —É melhor não,


porque se você fizer isso, você não terá que se preocupar com
Shelby, —eu murmurei sob a minha respiração. —Eu vou lidar com
você, eu mesma.

Seu sorriso perfeito apareceu. —Eu não duvido disso nem um


pouco.

—Tudo bem, vocês. —disse a vovó. —Agora que todos estão


sentados, vamos cavar antes que o alimento fique frio. —Ela acenou
com a mão, chamando a atenção de Keith. —Diga a bênção, filho.

Incapaz de me parar, eu abri meus punhos e entrelacei os dedos


com os de Brantley. Ele apertou meus dedos antes de puxar nossas
mãos combinadas para o seu colo, onde os descansou contra sua
coxa.

—Nada a temer, dama bella. Confie em mim.

Eu não tinha certeza do que me assustou mais, se foi o fato de


que eu queria confiar nele, ou a parte de mim que já fazia. Sentindo
como se estivesse sendo puxada em duas direções, meu coração
batia contra a minha caixa torácica.
Minha ansiedade rugiu para a vida.

—Respire, Clara, —Brantley sussurrou junto ao meu ouvido,


apertando minha mão com mais força. —Apenas respire, querida.
—Sua voz firme me acalmou e fiz o que ele disse, eu fechei os olhos
e respirei fundo. —Boa menina. Agora pegue outro.

Sem discutir, eu fiz o que ele disse.


BRANTLEY
ESTOU TÃO FODIDO.

O pensamento passava repetidamente na minha cabeça


enquanto eu estava na varanda da casa de vovó assistindo as
crianças brincando no quintal. Ao meu lado, Evan, Hendrix e
Anthony estavam discutindo sobre futebol, mas eu não estava
prestando atenção em qualquer coisa que eles estavam dizendo.

Eu estava focado em outra coisa.

Que outra coisa? Beijar Clara.

Antes de eu sair de Memphis, prometi a mim mesmo que eu não


iria tocá-la. Eu sabia que se eu fizesse isso, a minha obsessão por ela
iria crescer, tornando minha vida um inferno muito mais difícil.

Com seu sabor em meus lábios, e a memória de suas curvas


suaves pressionadas contra mim ainda frescas em minha mente, eu
percebi que eu tinha razão.

Quando ela me pediu para beijá-la, meu controle estalou.

Agora, uma hora mais tarde, os meus lábios ansiavam por mais,
e os meus dedos coçaram para explorar mais. Oscilando à beira de
perder minha mente desolada, eu estava me tornando um
desequilibrado. Se eu não conseguir um controle sobre a situação,
vou acabar fazendo algo imprudente.

Eu não posso continuar me apaixonando por ela...


Meu telefone tocou, me puxando dos meus pensamentos. Grato
pela distração, eu puxei-o para fora do meu bolso e o apertei contra
meu ouvido sem olhar para o identificador de chamadas.

—Sim? —Eu respondi, o meu peito apertado com a frustração.

—Sr. Morgan, aqui é Ralph da Movers Superior mudanças. Nós


tivemos alguns problemas de motor, e temo que por isso, não será
possível alcançar o nosso destino na hora de chegada prevista. Nós
estamos olhando para um atraso durante a noite.

Meu queixo travou.

—Sinto muito por todos os problemas que isso possa causar,


mas por favor, entenda que falhas mecânicas estão fora de nosso
controle. Eu estou trabalhando para resolver o problema o mais
rápido possível, mas não parece ser uma solução rápida. Mais uma
vez, eu sinto muito por todos os problemas que isso causa.

—Está tudo bem, Ralph, —eu respondi, apesar da minha


irritação. Não era culpa dele o caminhão ter quebrado e eu não iria
soltar minha irritação nele. Minha madre me ensinou melhor do que
isso. —Compreendo. Chame-me quando você tiver uma hora de
chegada atualizada.

—Vou fazer, Sr. Morgan. Eu entendo que você está ansioso para
ter esta mudança concluída, assim eu vou fazer o meu melhor para
obter os itens entregues rapidamente.

—Parece bom. Obrigado, Ralph.

Sem esperar por uma resposta, eu terminei a chamada.


Olhei para cima, meus olhos se encontraram com os confusos
de Evan.

—O que está acontecendo? —Ele perguntou, enfiando as mãos


nos bolsos.

—O caminhão em movimento quebrou. O cara no telefone não


tinha uma previsão, então quem diabos sabe quando eles vão chegar
aqui.

—Figuras. Você e Bella pode ficar com Hop e eu esta noite.


Temos muito espaço.

—Não, —eu respondi. —Lembro-me de como os primeiros


meses com um recém-nascido são. A Hop tem o suficiente para lidar
com isso. Ela não precisa de convidados de última hora em casa. —
Evan estava prestes a discutir então eu adicionei, —Onde fica o hotel
mais próximo? Um agradável. Não um de merda.

—O único hotel na área do condado é o Traveler’s Inn, fora da


estrada 9, e não é bom. Nem de perto, —Hendrix disse, cruzando os
braços sobre o peito. —Se você não quer ficar com Evan e Hop, eu
tenho certeza que a vovó gostaria de tê-lo aqui. Inferno, Pop não se
importaria de você ficar com ele. Ele já está mantendo Lucca e
Melody esta noite.

—Você pode ficar com a gente também. —disse Anthony


depois. —Shelby tem que trabalhar, mas Ashley e eu não nos
importaríamos de companhia.

Comecei a responder, mas bati minha boca fechada quando


Bella apareceu ao lado Hendrix e bateu o pé no chão. Como Hendrix,
ela cruzou os braços sobre o peito e torceu a boca em um beicinho.
—Eu não quero ir para um hotel, —ela reclamou, tendo escutado a
nossa conversa.

Seus olhos corriam ao redor do alpendre antes de aterrar em


Clara, que se sentou no balanço ao lado de Maddie. Como mágica,
sua carranca desapareceu. —Quero que fique com Clara! —Gritou
ela, pulando sobre as bolas de seus pés. —Podemos ter uma festa do
pijama!

—Princesa. —Eu comecei.

—Papaiii. —Ela continuou a lamentar. – Porrrr Favorrrr.

—Menina bonita, não podemos passar a noite com Clara.

—Por que não? —Perguntou Declan, esgueirando-se ao lado da


minha menina. —Bella pode dormir comigo, e você pode dormir
com Mama. Eu tenho um travesseiro extra, e Mama tem tipo cinco.
—Antes que eu pudesse ter uma única palavra, ele virou-se para sua
mãe, e gritou: —Mamãe, podem Bella e Brantley dormir em nossa
casa esta noite?

A expressão que atravessou o rosto de Clara foi cômico.

Hendrix, sendo o idiota que ele é, riu. —Oh, isso é ouro puro.

Constrangimento manchou o rosto de Clara, e eu quase dei um


soco nele, fazê-la desconfortável era o suficiente para desencadear
o meu temperamento, que eu normalmente controlava com
facilidade.

Como se ela pudesse sentir problemas fermentando, vovó


escolheu esse momento para sair para a varanda com Shelby quente
em seus calcanhares. —O que está acontecendo aqui? —Ela
perguntou, lançando um pano de prato por cima do ombro. —Eu
posso ouvir as crianças gritando todo o caminho em casa.

—O caminhão de mudança quebrou, por isso não vai estar aqui


hoje. —Disse Evan, lutando contra o riso. —Brantley estava
querendo ir para um hotel para a noite, mas Bella e Declan tem
outras ideias.

Vovó arqueou uma sobrancelha. —Que tipo de ideia?

Hendrix não se preocupou em esconder o riso. —Eles querem


ter uma festa do pijama na Clara. Aparentemente, Clara tem
travesseiros extras, deste modo Brantley pode dormir com ela.

Shelby fez um som de asfixia e murmurou, —crianças


inteligentes, —sob sua respiração.

—Soa como um plano infernal para mim, —Vovó disse,


sorrindo de orelha-a-orelha. —Tudo bem com você senhorita calças
extravagantes?

Bella se virou, de frente para Clara.

—Por favor, Clara, —Bella perguntou suavemente. —Serei


boazinha. Eu não vou fazer muito barulho. —Seu queixo tremeu, e
meu coração se apertou. Ela torceu os dedos na frente de sua camisa
e trocou seu peso entre seus pés. As lágrimas encheram seus olhos.
—Eu prometo que não vou ser uma pirralha.

O cabelo na minha nuca se arrepiou. —Pirralha? —Eu


perguntei com os dentes cerrados. —Alguém lhe chamou de
pirralha? —Era uma pergunta estúpida, considerando que eu já
sabia a resposta.
Chastity. Essa fodida...

Clara se levantou, me puxando dos meus pensamentos. Ela


usava um sorriso forçado no rosto que fez pouco para disfarçar a
raiva fermentando em seus olhos. Cruzando a varanda, ela se
ajoelhou e segurou as bochechas de Bella. —Bella, menina bonita,
olhe para mim.

Os olhos de Bella encontraram os dela.

Uma única lágrima escorreu pelo seu rosto corado.

—Baby, você não é uma pirralha. Você não é nada, além de doce
e gentil.

Com as sobrancelhas franzidas em confusão, Declan envolveu


uma mão ao redor antebraço de Bella. —Sim, menina princesa. Você
não é uma pirralha.

—É isso mesmo, —Clara acrescentou, balançando a cabeça. —


E para o registro, você está convidada para passar a noite em minha
casa qualquer momento que você quiser. Preciso de outra menina
ao redor para me ajudar a manter os meus meninos em linha.

Liam escolheu esse momento para descer os degraus da


varanda. Um olhar para Bella tinha-lhe deslizando a uma parada
atrás de sua mãe. —Por que Bella está chorando? —Suas mãos em
punhos ao seu lado. —Foi alguém que disse algo a ela?

—E se fosse? —Perguntou Evan. —O que você faria?

A mandíbula de Liam travou. – Eu os socaria no rosto.


—Liam, —Clara se mexeu, olhando por cima do ombro. —Você
não pode simplesmente dar socos no rosto das pessoas.

—Se eles machucarem Bella, eu vou.

Declan concordou. —Eu também.

—Comigo três. —Shelby adicionou a partir da porta, um sorriso


gigante no rosto.

Anthony riu do meu lado. —Você faria, Luz do sol.

—Arruaceiros malditos. —Vovó disse, humor alinhando em sua


voz. —Todos vocês.

Maddie zombou. —Você é uma boa pessoa para falar. Preciso


lembrá-la do incidente na mercearia na semana passada?

Vovó zombou de sua única neta relacionada por sangue. —Isso


não foi minha culpa.

—O diabo que não era, —Maddie argumentou, sua voz cheia de


diversão. – Você ameaçou desenhar com tinta spray pessoas nuas
anatomicamente corretas na frente da mercearia, se o gerente não
honrasse seu cupom. Foi por cinquenta centavos e um pacote de
papel higiênico, vovó. Cinquenta. Droga. Centavos. —Ela se
debruçou adiante no balanço onde ela estava sentada. Sem
mencionar que o cupom expirou. —Ela fez uma pausa. —Por um ano
inteiro.

—Ela fez o quê? —Hendrix perguntou, incrédulo.

—Ouça, aqui, vadia, —Vovó retrucou, batendo o pé contra o


alpendre. —Foi o princípio da coisa. Faço minhas compras naquela
loja maldita desde que abriu há cinquenta anos. O mínimo que podia
fazer era tomar o meu cupom. É chamado de serviço ao cliente. E eu
não teria ameaçado pulverizar homens nus pintados nas janelas se
o gerente não tivesse sido tão idiota. O homem era muito mais
instável do que um urso pardo com prisão de ventre.

Exasperada, Maddie jogou as mãos no ar. —Pelo amor de Deus,


você tentou atropelá-lo com o carrinho de compras motorizado,
carrinho que você estava guiando. Você perseguiu o pobre homem
todo o caminho até o corredor de alimentos congelados, enquanto
balançava a bengala para ele.

Vovó arqueou uma sobrancelha. —Bem, ele levou o meu cupom


maldito, não foi? E é melhor ele esteja feliz por ter feito. Foi difícil
perseguir aquele rapaz. Eu tinha o carro em alta velocidade e ele
ainda estava me ultrapassando. Se eu não tivesse o cortado na frente
das pizzas congeladas, ele teria me superado. Então eu realmente
perdi meu temperamento novinho em folha.

Os ombros de Clara balançavam do riso contido. —Vovó, —


disse ela, seu rosto ficando vermelho. —Um dia você vai ser presa.

—Não, eu não vou. —Vovó ergueu o queixo no ar indiferente.


—Cada policial na área do condado sabe que vou ter um galho de
nogueira em seu traseiro se eles se meterem comigo. —Seu olhar
voltou-se para Anthony. —Não é verdade, Muffin?

Anthony não teve tempo para responder, Clara se levantou,


revirando os olhos. – Ok você, isso é o suficiente. —Pegando a mão
de Bella na dela, ela se virou para mim, ignorando todos ao nosso
redor. —Você não está levando minha Bella Boo a um hotel para a
noite, Brantley Morgan. Meu apartamento pode ser pequeno, mas
pelo menos ele não está infestado de baratas ou percevejos, como o
Traveler’s Inn. —Ela parou, encolhendo-se. —Agora, você vai me
seguir, ou você quer que a gente ande com você? Uma vez que temos
de voltar amanhã, eu não me importo de deixar meu carro aqui.

Eu não hesitei. —Dê-me as chaves. Eu vou deixar o seu carro na


minha garagem para a noite.

Bella puxou a mão de Clara e se jogou em um Declan


desavisado, quase derrubando-o. —Nós estamos tendo uma festa do
pijama, Dec!

Clara sorriu para Bella e Declan depois enrugou o nariz para


mim. —Obrigado pela oferta, Menino Bonito, mas eu vou movê-lo. A
ignição é temperamental.

Sem dizer uma palavra, ela, juntamente com Liam, Declan, e


Bella passaram por mim descendo os degraus. Eu estava prestes a
seguir, não os querendo fora da minha vista, quando alguém agarrou
a frente da minha camisa, me parando.

Irritado, eu balançava meu olhar para a direita, encontrando


Shelby.

—Cozinha. —disse ela, sorrindo. —Encontre-me lá em dois


minutos. Certo, doce? —Ela me soltou, virou e se dirigiu de volta em
casa.

Maddie seguiu, um sorriso malicioso no rosto.

Minhas sobrancelhas franziram. —Eu ainda quero saber?

Anthony balançou a cabeça, os olhos fixos na porta onde sua


esposa tinha acabado de desaparecer completamente. —Você está
prestes a conhecer o louco clube das meninas. Antes você do que eu,
homem.

Louco clube das meninas?

—Nem pergunte. — Evan respondeu, lendo meus


pensamentos. —Basta ir lá dentro, mano. Melhor acabar logo com
isso. Confie em mim, se uma das meninas tem que buscá-lo, ela só
vai piorar as coisas.

—Vocês são todos um bando de maricas. —Eu murmurei baixo


o suficiente para Lucca e Melody, que ainda jogavam no quintal com
Pop, não escutassem. —Elas são apenas mulheres. Quão assustador
isso pode ser?

Hendrix arqueou uma sobrancelha. —Você conheceu a minha


irmã, não é?

Ele tinha um sólido ponto lá.

—Não se esqueça da Vovó, —acrescentou Evan. —Sua bunda


louca ameaçado Anthony com uma espingarda quando ele começou
a perseguir Shelby. Só Cristo sabe o que ela vai fazer com você sobre
Clara.

—Não esqueça... —Anthony começou.

—Brantley, —Charlotte gritou de dentro da casa,


interrompendo-o. —Venha aqui por um minuto.

Eu deslizei minhas mãos em meus bolsos e comecei a andar.


Passando por todos os três homens, meu irmão incluído. —Bocetas.
Cada um de vocês.
—Você diz isso agora, —disse Evan, rindo atrás de mim. —
Apenas espere.

Sem dizer mais uma palavra, eu me movi para a casa e me dirigi


para o corredor. Assobiando, eu escorreguei minhas mãos em meus
bolsos e virei a esquina para a cozinha grande, aberta.

O que eu vi me esperando me fez parar em passos meados.

Em pé na minha frente, uma faca de açougueiro do tamanho do


Texas agarrado em sua mão estava vovó. Ao lado dela estava Shelby,
com os braços cruzados sobre o peito e um olhar mal-intencionado
gravado em seu rosto. Ao lado dela estava uma Maddie de rosto
severo. No canto havia Hop, segurando Ryker em seus braços. Ao
contrário das outras três, ela não parecia que estava a segundos de
distância de rasgar minhas bolas fora com as mãos nuas.

Vovó deixou escapar um suspiro e segurou a faca no ar. —Eu


estou ficando velha demais para puxar minha arma o tempo todo,
então isso terá de ser suficiente hoje. —Ela mudou-se para a frente,
fechando o espaço entre nós. Eu me inclinei para trás, olhando para
ela com os olhos arregalados. —Você me escuta, Brantley Morgan.
Clara Rose pode não ter o meu sangue correndo por suas veias, mas
ela é minha neta e tudo é a mesma coisa. Eu a amo com toda o meu
coração mais velho do que o Matusalém e eu a tomei como minha
própria.

Eu permaneci em silêncio.

—Então me escute quando eu digo... eu vou matá-lo bem morto


se você machucar minha menina. Ela se machucou bastante, e eu
serei amaldiçoada se eu ficar aqui e ver outro homem lhe causar um
pingo de dor. Você me entendeu?

Meu sangue ferveu com a menção de Clara ser ferida. Eu sabia


sobre seu passado com o filho-de-um-cadela que tinha abusado dela
durante anos. Por algum milagre, eu empurrei tudo para fora da
minha cabeça. Eu não tinha outra escolha, porque toda vez que eu
pensava sobre o pedaço de merda, eu queria matá-lo, o que era algo
que eu não poderia fazer.

—Eu não sou nada como aquele filho da puta arrependido. —


Meu peito arfava. —Absolutamente nada.

—Não fique com sua calcinha em uma torção. —disse Shelby


com um rolar de seus olhos. —Se nós pensássemos que você fosse,
você já estaria morto. —Ela mudou-se para a frente, chegando a um
impasse ao lado de vovó. —Além disso, esse não é o ponto. O que
estamos dizendo é o seguinte, se passaram dois anos. —Shelby
parou. —Dois anos desde que Clara apareceu no abrigo, mal
conseguia andar do espancamento que Colin tinha dado a ela
quando ela tentou fugir. —Uma lágrima solitária escorregou pelo
seu rosto. —Dois anos desde que Liam tinha seu rosto aberto
enquanto tentava proteger a mãe do homem que estava tentando
matá-la, seu próprio pai.

Meu corpo inteiro ficou tenso. —O que diabos você acabou de


dizer?

De olhos arregalados, Maddie levantou-se do banco onde


estava sentada e agarrou o braço de Shelby, puxando-a para trás. —
Inferno, Loirinha. Ele não sabia essa parte.
Os olhos de Shelby nunca deixou o meu quando ela disse, —Ele
faz agora.

Raiva como eu nunca tinha sentido antes rolou através de mim.


—Aquele filho da puta feriu Liam?

Quando ninguém me respondeu, eu pisei em direção a Hop. —


Responda-me, Pequeno bolo. Será que esse filho da puta feriu Liam?

Lágrimas se derramaram de seu rosto enquanto ela concordou.

—E sobre Declan? Ele estava ferido também?

—Não, —ela sussurrou. —Mas ele teria feito. Se Clara não...

Eu não precisava ouvir mais nada.

Dei um passo para trás, balançando a cabeça. —Não diga isso,


Hop. Eu não posso porra pensar nisso. Não sem...

Minha voz sumiu quando eu me virei e me dirigi para a porta.

Eu não tinha tempo para ficar ali, conversando com as meninas.


Eu precisava chegar a Clara, precisava chegar ao Liam.

Saber que eles tinham sido feridos tanto, me fez com raiva por
dentro.

Eu tinha que encontrá-los.

Eu precisava ter certeza de que estavam a salvo. Seguros.

—Brantley! —Shelby gritou atrás de mim. —Onde você vai?


Eu parei e olhei por cima do meu ombro. Sem pensar, eu disse
a primeira coisa que veio à minha mente. Que foi? – Encontrar a
minha família.

Um sorriso genuíno se espalhou pelo rosto de vovó. —Você vai


cuidar dos meus netos, Brantley? Você vai ter certeza que ninguém,
incluindo você, nunca os machucará novamente?

—Ninguém vai machucar Clara ou os meninos. —Eu respondi.


—Não enquanto meu coração ainda bater no meu peito.

Eu quis dizer cada palavra.

Eu não entendia isso na época, mas ter o passado de Clara


jogado na minha cara acendeu um fogo dentro de mim, e com cada
segundo que passava só queimava mais. Eu posso não ter conhecido
Clara quando ela era casada, mas eu ainda sentia culpa e um monte
de raiva pelo que ela e os meninos haviam passado. Ela merecia mais
do que tinha recebido, e embora eu não pudesse voltar no tempo e
corrigir alguma coisa, eu teria certeza que seu futuro seria melhor
do que o que ela deixou para trás no passado.

Há apenas uma maneira de fazer isso...

Encerrando a conversa, eu corri para fora da casa, descendo as


escadas e atravessando a rua em direção ao local onde Clara e as
crianças estavam esperando ao lado do meu SUV. Evan gritou
alguma coisa atrás de mim, mas eu ignorei e corri mais rápido.

Clara virou quando ela me ouviu atravessar a rua. – Por que


você está correndo? —Ela perguntou, com os olhos cintilando com
diversão. —Será que a vovó quer te acertar com a sua arma? Se for
isso, corra para lá... —ela apontou para casa de Shelby —...porque
eu não quero levar um tiro.

Parei em frente a ela.

Polegadas separando seu peito do meu.

—Brantley, —ela sussurrou, os olhos procurando o meu rosto.


—O que há de errado? É tudo...

Suas palavras morreram em sua língua quando eu peguei seu


rosto em minhas mãos e inclinei a cabeça para trás. As crianças
ficaram em silêncio. —Nada está errado.

—Então o que no mundo...

—Sinto muito, Foguete.

Confusão tomou conta de seu rosto. —Por quê?

—Por não ver a verdade mais cedo. Por não...

—Papai, você está indo beijar, Clara? —Perguntou Bella, rindo.

—Eca, —Declan disse, engasgando. —Isso é nojento.

Um segundo depois, Liam saltou. —Por que ele iria beijar a


mamãe? Ele não é seu namorado.

Ainda não, eu respondi mentalmente.

—Eu e você. —Eu continuei, deixando cair minhas mãos, —


vamos conversar mais tarde.

Narinas dilatadas, Clara deu um passo atrás e se virou, abrindo


a porta dos fundos do meu Range Rover. Ela descansou a cabeça
contra o vidro matizado quando as crianças subiram, um por um.
Liam me deu um olhar aguçado, os olhos avaliadores colados no
meu rosto antes de desaparecer dentro atrás de Bella.

Era óbvio que ele não confiava em mim, e eu entendia o porquê.

O garoto tem todo o direito de ser desconfiado.

Quando as crianças estavam no meu SUV e se sentaram, Clara


fechou a porta e olhou para mim. Sacudindo a cabeça, ela sussurrou:
—Eu sinto que estou em uma zona do crepúsculo. Juro por Deus, eu
estou esperando que os alienígenas me raptem ou algo assim.

Só de olhar para o seu lindo rosto meu coração se apertou.

—Entre no carro, baby.

Quando ela não se moveu, eu andei até ela e abri a porta do lado
do passageiro. Descansando minha mão em sua parte inferior das
costas, eu lhe pedi para entrar. —Vamos, Clara. Nós precisamos ir.

Ela soltou um pequeno suspiro e recostou-se contra a porta


aberta. —Por que eu tenho a sensação de que quando eu entrar
neste carro tudo vai mudar?

—Porque vai.

Ela mordeu o lábio inferior. —Você não está pensando em nos


sequestrar, não é? —Apesar de tentar ser engraçada, eu ouvi o medo
alinhando em sua voz.

—Não. —Eu respondi, esfregando os dedos sobre a parte


inferior das costas. —Mas eu estou a ponto de roubar algo de você.
—Ah, é mesmo? —Ela arqueou uma única sobrancelha. —E o
que é isso?

Eu fiquei em silêncio enquanto eu a guiava para entrar no carro.


Uma vez que ela estava sentada, eu puxei o cinto de segurança em
toda ela, prendendo-a no lugar. Antes que eu pudesse inclinar para
trás e ficar em pé, Clara agarrou a frente da minha camisa, me
segurando no lugar.

—Responda-me, Brantley, —ela sussurrou. —O que você vai


roubar?

Meus olhos encontraram os dela e meu pulso se acelerou. —Seu


coração. —Ela engasgou, mas eu não parei. —Pode não ser hoje, e
pode não ser amanhã, dama bella, mas um dia em breve eu vou
roubar seu coração direto fora do seu peito.

—Brantley, eu...

—E quando eu segurá-lo em minhas mãos, Clara, eu nunca lhe


darei de volta.

Eu não esperei ela responder antes de recuar para fora do carro


e fechar a porta. Inclinando a cabeça para trás, eu olhei para o céu
da tarde, e enviei uma oração silenciosa.

Querido Deus, eu orei. Por favor, não me deixe foder isso.


CLARA

MEU APARTAMENTO ESTAVA UM DESASTRE .

Caixas de pizza, latas de coca vazias e caixas de suco esmagadas


cobriam a mesa de café que Brantley, Isabella, os meninos, e eu
estávamos sentados em torno segurando cartas de Uno em nossas
mãos. Peças de puzzle e GI Joes estavam espalhados pelo sofá atrás
de mim, e o forte de cobertor mais bem construído que eu já vi,
assentado no canto da sala ao lado da TV sem som.

Parecia que um furacão de categoria cinco passou em terra


firme e na minha sala, não deixando nada além de destruição em seu
rastro. Eu levaria uma eternidade para limpar, mas eu não me
importei. O caos ao meu redor valia os sorrisos estampados nos
rostos de todas as três crianças.

Vendo Brantley sorrir de orelha-a-orelha não doía.

Eu gostava de seu sorriso. Muito. Foi a principal razão pela qual


eu não conseguia parar de olhar para ele. Bem, isso combinado com
as palavras que ele tinha falado antes, quando estávamos saindo da
casa de vovó. Horas mais tarde, eu ainda me sentia em estado de
choque com as coisas que ele disse depois que entrou no carro.

Vou roubar seu coração ...

Parte de mim queria que essas palavras fossem verdadeiras,


tanto que doía. Mas a outra parte, a parte-sábia racional, ela não
queria acreditar. Homens como Brantley simplesmente não se
apaixonam por mulheres como eu.
Alguém tão bonito como ele nunca vai amar alguém tão
quebrado quanto eu.

Lágrimas queimaram meus olhos com o pensamento.

Controle-se, A voz na minha cabeça estalou.

—Tudo bem, —eu disse para Declan, forçando um sorriso. —É


a sua vez, menino.

Ele cantarolava enquanto olhava entre as duas cartas que ele


tinha na mão. Uma delas era um número quatro verde, e a outra era
um desenhado quatro. Ele olhou para Bella, levantando o queixo no
ar. – A carta que você tem? —Declan perguntou ela, provocando. —
É vermelha?

Bella sorriu e saltou sobre o travesseiro em que estava sentada.


—Eu não estou dizendo, Dec —ela respondeu. —Isso é trapaça.

Brantley tossiu na curva de seu braço, escondendo sua risada.


Ele, junto com todos os outros na mesa, sabia que a carta restante
de Bella era azul. Ela mesma mostrou mais de uma vez.

—Hmm... —Declan bateu o dedo no queixo, enquanto olhava


para a carta desenhada quatro que segurava entre os dedos. Eu
respirei fundo, esperando para ver se ele iria colocá-la para baixo,
fazendo Bella descartar quatro cartões. Se o fizesse, ela iria
provavelmente perder, pois todo mundo estava para baixo a um e
dois cartões.

Os olhos de Declan passou rapidamente de volta para Bella. Ele


soltou um suspiro e começou a jogar para baixo as quatro cartas
desenhadas. Fechei os olhos. Eu não queria ver a reação de Bella. Ela
era tão competitiva como seu tio Evan na maioria das coisas, e eu
duvidava que ela fosse de tomar a derrota muito bem,
especialmente quando era Declan quem dava o golpe mortal.

Oh, caro senhor. Ela vai surtar

Bella gritou, e eu abri os olhos a tempo de vê-la jogar o seu


cartão azul para baixo na pilha de descarte. Ela saltou para cima,
com os braços no ar. —Eu ganhei! —Ela gritou alto o suficiente para
acordar os mortos. Atirando-se em Brantley, ela colocou os braços
ao redor de seu pescoço. —Eu ganhei, papai!

Confusa, eu olhei para as três cartas que Declan tinha na mão.


Não querendo que Bella me escutasse, eu me inclinei para ele e
sussurrei: —O que você fez? —Ele obviamente pegou outro cartão
em vez de jogar para baixo seu quatro desenhado. Eu queria saber o
porquê.

Declan encolheu os ombros. —Eu não queria que ela chorasse,


por isso, peguei outro cartão. Não é grande coisa.

Ele estava errado. Foi um grande negócio. Pelo menos para mim
foi.

Incapaz de parar, eu corri meus dedos pelo ar. —Eu estou


orgulhosa de você, Dec, tipo, muito orgulhosa.

Ele sorriu. —Eu sei.

Liam bocejou de onde estava sentado à minha frente. —Estou


cansado.

Olhei para o meu telefone, verificar a hora.


09:06, Dizia.

—Que horas Bella vai para a cama? – Perguntei a Brantley, que


estava segurando Bella apertada contra ele. —Os meninos
geralmente vão depois das oito e meia.

Ele beijou Bella na testa antes de vira-la e colocá-la no colo. Ela


bateu a cabeça contra seu peito e riu quando ele fez cócegas suas
costelas. —Oito. Ela é mal-humorada no período da manhã se ela
não conseguir dormir o suficiente. —Ele fez cócegas nela
novamente. Mais risos seguiu. —Não é verdade, princesa?

—Eu não quero ir dormir, —Bella respondeu em torno de um


ataque de riso. —Eu quero jogar de novo.

—Amanhã —Brantley disse, dando-lhe um olhar que não


deixava espaço para discussão. —Agora é hora de você escovar os
dentes e ir para a cama.

Com uma última risada, Bella saiu do colo de seu pai e olhou
para mim. —Posso dormir com você, Clara? Eu não gosto do escuro.

Declan se aproximou. —Você pode dormir na cama de baixo


comigo. Eu tenho um abajur do Optimus Prime no meu quarto.

—Eu amo o Optimus! —Bella gritou, deslocando seu peso entre


seus pés. —Mas espere. —Ela disse, levantando mais —o que eu vou
vestir? Eu não tenho nenhuma roupa.

—Eu não tenho nenhuma roupa de menina, —Declan


respondeu, curvando seu lábio superior. Ele apontou para mim. —
Mama tem embora.
Eu pisquei para Bella. —Eu vou te encontrar alguma coisa.
Embora... – Eu movi meu olhar para Brantley. —...Eu não acho que
tenho alguma coisa que sirva em você.

Eu posso não ser uma mulher pequena, mas mesmo minhas


camisas folgadas não caberiam na estrutura muscular de Brantley.
Não havia nenhuma maneira. Além disso, eu não o vejo como alguém
que iria usar roupas femininas. Mesmo para dormir.

—Eu estou bem. —respondeu ele, erguendo as mãos em um


gesto apaziguador. —Não tenha ideias sobre mim vestindo roupas
de babado.

Balançando a cabeça, eu ri e foquei para trás nas crianças. —


Ok, vocês três. Tempo para escovar os dentes. —Em jeito de
brincadeira acenei minha mão em direção ao banheiro. —Mexam-
se, pessoas pequenas. Não temos a noite toda. Seus dentes estão
apodrecendo fora de sua cabeça enquanto falamos depois de todos
os doces que vocês comeram hoje. Agora vão.

Todas as três crianças se viram e desceram o pequeno corredor


que levava ao banheiro.

Olhei para Brantley. —Eu estou indo para encontrar algo para
Bella dormir e ajudá-los a escovar os dentes. Estarei de volta em
poucos minutos.

Ele deu um passo para a frente, pronto para seguir as crianças.


—Eu posso levá-la. Você não precisa...

Eu bati a mão suavemente, fazendo-o congelar. —Eu sei que


não é necessário, mas eu quero, Brantley. Eu não passei muito
tempo com ela nos últimos meses. Por favor, deixe-me fazer isso.
Um olhar que eu não podia ler atravessou seu rosto. Ele se virou
para o lado e estendeu o braço. —Fique à vontade, bonita. Apenas
me diga quando ela estiver pronta e eu vou dar um beijo boa noite
nela. —Ele sorriu. —Não é possível deixá-la ter toda a diversão
agora, é?

Com um rolar de meus olhos, eu sigo atrás das crianças.

Quando senti o olhar aquecido de Brantley no meu traseiro, eu


parei e olhei para ele por cima do meu ombro. —Você vai olhar para
minha bunda cada chance que tiver?

Seus olhos nunca deixaram meu corpo quando ele respondeu:


—Eu não estou indo para mentir. Inferno sim, eu vou olhar. Quero
dizer, caramba, Clara, como eu não posso? É apenas tão...

—Grande? —Perguntei, interrompendo-o.

—Eu ia dizer perfeito, espertinha.

Jogando a cabeça para trás, eu ri. Quando eu parei, apontei para


ele com um único dedo. —Comporte-se, Menino Bonito, —Eu
brinquei. —Eu vou gritar para você quando estivermos prontos.

—Sim, senhora. —disse ele, sorrindo. —Eu gosto quando você


está mandona.

—Hmm, —eu cantarolava. —Certifique-se de ficar por aqui


então, porque eu sou desse jeito.

Ele passou a língua sobre seu lábio inferior. Embora ele fazia
isso muito, o movimento nunca deixou de fazer os meus dedos
enrolarem. —Planejo isso, bella dama. Sempre.
Sempre... Há essa palavra maldita novamente.

Com um aceno rápido da minha cabeça, eu andei pelo corredor


em direção ao banheiro, onde as crianças estavam cortando-se e
rindo como hienas bêbadas.

Os olhos de Brantley me seguiu todo o caminho.

E U ESTAVA ENFIANDO as crianças na cama quando Liam agarrou


meu pulso a partir do topo do beliche onde dormia todas as noites.
—Mama, —disse ele. —Você pode dormir comigo se você quiser.

Eu sabia pelo tom de sua voz e o olhar de preocupação em seus


olhos que algo estava errado. —Liam, baby, qual é o problema? —
Perguntei, descansando meu queixo contra a grade da cama. —Você
se sente bem? — Eu coloquei minha mão sobre a sua cabeça, para
verificar sua temperatura.

Ele estava tão frio como um pepino.

—Não estou doente.

—Então, o que é?

—Eu não quero que você fique com medo. —Ele respondeu
calmamente.

Confusão se instalou. —Por que eu estaria com medo?

Ele olhou através do quarto para onde Declan e Bella estavam


de pé, escolhendo uma história de ninar para ler. —Por causa dele...
—Ele sussurrou baixo o suficiente apenas para eu ouvir.
Compreensão atravessou minha mente.

—Liam, querido... —eu disse, correndo os dedos pelos seus


cabelos. —Eu não tenho medo de Brantley. Eu não tenho nenhuma
razão para estar. Confie em mim.

Eu poderia dizer pelo olhar em seu rosto que ele estava


inseguro.

—Menino doce, me escute... – Eu tomei fôlego —...nem todos os


homens são como ele... – Pensar em Colin, e falar sobre ele a Liam
fez meu estômago revirar. Ainda assim, eu continuei. —...A maioria
dos homens são bons e tipo. Basta olhar para os de nossa família.
Hendrix, Anthony, Evan, Pop, Keith, Felix. Eles são todos bons, baby,
e Brantley é como eles.

Uma única lágrima deslizou dos olhos de Liam; meu coração se


partiu.

—Promete?

Meus próprios olhos se encheram de lágrimas. —Eu prometo.


—Inclinando-me para frente, eu pressionei meus lábios em sua
testa. —Eu juro que não vou deixar ninguém nos ferir, Liam. Nunca
mais.

Declan escolheu aquele momento para ficar na cama de baixo e


espreitar a cabeça para ver o que Liam estava fazendo. – O que está
fazendo, Liam?

Liam rolou para suas costas, enxugando as lágrimas. —Deite-


se, Dec. É hora de Mama ler-nos uma história.
Declan curvou o lábio superior no tom irritado de seu irmão e
olhou para mim. —O que se arrastou até sua bunda?

—Declan O'Bannon! —Eu mexia. —Nós não falamos assim.

Ele franziu o nariz. —Shelby faz.

Agora há um modelo, pensei.

—Deite-se, seu pequeno delinquente.

Sorrindo, Declan sentou na cama de baixo ao lado de Bella, que


estava usando uma das camisetas dos escoteiros de Liam. —Tudo
bem, a fuga acabou. —Eu disse, apenas apertando sobre o colchão
ao lado deles. —Liam, você está bem aí em cima?

—Sim. —Ele respondeu, dando-me um polegar para cima para


o lado da cama.

—Tudo bem. —Eu disse, lançando aberto o livro que tinha me


sido entregue. —O que vocês escolheram?

—Lucky. —Bella disse, batendo palmas. —É sobre um cavalo, e


eu amo cavalos.

—Eu também. —Eu respondi, encontrando a primeira página.


—Ok, aqui vamos nós ... Amy e Michele eram...

—Clara, —Bella interrompeu.

—Sim, ervilha doce? —Perguntei, olhando para ela.

—Obrigado por ler-me um livro. Papai lê-me muito, mas minha


mãe nunca faz. —A tristeza que atravessou seu rosto me bateu no
intestino. —Ela não gosta de mim. Ela diz que eu sou uma pi...
pirralha.

—Ela é estúpida. —Declan sussurrou, seu rosto contorcido de


uma forma que eu nunca tinha visto antes. Era claro como o dia que
ele estava chateado. E eu quero dizer muito chateado. —Você não é
uma pirralha. Você é uma princesa.

Com a necessidade de obter o controle da situação, sentei-me e


tomei a mão de Bella na minha. Forcei um sorriso instável em torno
da raiva que me consumia. —Tenho certeza que ela te ama, princesa.
Às vezes as pessoas só têm um tempo difícil para expressar como se
sentem.

Era óbvio pela expressão dela que ela não estava acreditando.

O que tem esta bruxa feito com ela?

—Mas você sabe o que? Eu gosto de você o suficiente para dez


pessoas. – Eu estiquei a minha língua para fora.

Bella riu. —Eu também gosto de você, Clara. —Ela fez uma
pausa. —Eu gostaria de ter uma mãe como você.

Um caroço do tamanho de um pedregulho formou na base da


minha garganta e certo ou errado, tudo que eu conseguia pensar era:
Eu gostaria de ter uma filha como você.

—Bem. —Eu disse, as lágrimas enchendo meus olhos. —Você


pode não ter vindo de minha barriga, bonequinha, mas você sempre
terá a mim. Masss, —eu arrastei para fora a palavra. — Você
também tem Maddie, Shelby, Hope, Charlotte, Ashley, Carissa e
Heidi. E, Querido Senhor, não vamos esquecer vovó.
O rosto de Bella se iluminou. —Eu amo Carissa! Ela sempre
canta para mim. Será que ela vai estar amanhã na tia Hop? Vou
começar a vê-la? Será que Heidi estará com ela? E sobre Ashley? Eu
posso ir para Shelby e vê-la? Eu vou…

Minha cabeça girava. —Calma, Bella Boo. —Eu respondi, rindo.


—Eu não consigo entender quando você fala tão rápido. —Bella riu
e puxou o cobertor, cobrindo metade do rosto. —Ok, então, sim,
você verá Carissa e Heidi ainda esta semana. Ambas estão vindo
para ver seu primo Ryker sempre que tiver algum tempo livre. E
tenho certeza que podemos encontrar Ashley. Afinal de contas, ela
vive na porta ao lado para você.

—Sim! —Ela jogou as mãos no ar quando Declan gemeu.

—Não mais meninas. —disse ele. —Elas estão em todo lugar.

—Mas, primeiro, —eu continuei, sufocando o riso, —temos de


ir dormir. E antes que possamos ir dormir, é preciso terminar o
nosso livro de cavalo, ok?

—OK.

Balançando a cabeça, eu descontraí, pressionando meu lado


para o colchão. —Onde estávamos? —Encontrei meu lugar no livro
de novo, comecei a ler. —Amy e Michele eram irmãs. Amy era mais
velha. Michele gostava de verde...

Em poucos minutos, todas as três crianças estavam dormindo.

E U ESTAVA ESFUMAÇANDO .
Parada no meio do meu quarto, vestindo apenas um sutiã azul
rendado e calcinha combinando, eu andava pelo chão. Meus nervos
estavam uma bagunça, minha raiva foi através do telhado.

Minha mãe não gosta de mim.

Minha mãe não gosta de mim.

As palavras cheias de dor de Bella se repetiam na minha cabeça.

Eu estava perto de jogar alguma coisa. Sério, eu não era uma


pessoa violenta, mas se a ex-mulher de Brantley estivesse de pé na
minha frente, eu teria dado um soco em seu rosto. Que tipo de porca
viçosa.

TOC, Toc, toc.

Três batidas soaram na porta do meu quarto, interrompendo


meu devaneio.

—O quê? —Eu bati, chegando a um impasse.

—Clara. —A voz profunda de Brantley chamou. —Posso


entrar?

Sem parar para pensar sobre como eu estava quase nua e de pé


no meio de um quarto mal iluminado, eu respondi: —Está
destravada.

Eu culpo a minha falta de dar um jeito na minha raiva.

A porta se abriu e Brantley entrou o meu quarto. Quando seus


olhos pousaram em mim, sua boca se abriu. —Porra. Eu...
Pisquei. Uma vez. Duas vezes. Então, —Bem, isso não estava nos
meus planos para a noite.

O olhar de Brantley estalou para cima, encontrando o meu. —


Você está tentando me matar, Foguete? —Ele apertou o peito.
Revirei os olhos para sua auto-excessivamente-dramática
performance. —Sério, você está tentando me dar um ataque
cardíaco?

Eu descansei minha mão em meus quadris. —Oh, por favor.


Como se você ainda não tivesse visto mais do que seu quinhão de
mulheres.

Seus olhos se arregalaram. —Nenhuma delas se parecia... —ele


acenou com a mão na frente dele, apontando para o meu corpo. —
...isso.

—Você está tentando me dizer que você nunca dormiu com


uma menina gorda antes?

Foi a vez de Brantley piscar lentamente. – Gorda? —Ele parecia


confuso. —Você não está gorda.

Eu ri porque, bem, isso foi apenas hilariante.

Peguei minha camisola do pé da cama e deslizei sobre a minha


cabeça. —Engraçado. Última vez que verifiquei um tamanho catorze
em um bom dia, não era exatamente magro.

—Ele com certeza não é de gorda também. —Ele soltou um


suspiro. Então, —Você não tem que se vestir por minha causa, você
sabe.
Recusando o comentário idiota, eu rebolei até onde ele estava.
—Então, eu tenho uma pergunta legal.

Suas sobrancelhas subiram a testa. —Então pergunte.

—Exatamente o quanto de problema eu teria por ameaça e


agressão?

—Do que diabos você está falando?

—Oh, nada, —eu respondi. —Eu só estou fazendo planos, sabe?

—Planos para o que?

Eu empurrei uma mecha de cabelo do meu rosto. —Para chutar


o lixo fora de sua ex-esposa quando eu conhecê-la.

Brantley sorriu. —Posso assistir?

Eu bati em seu braço. —Isso não é engraçado. —Eu sussurro:


—Ela foi quem chamou Bella de pirralha. Você sabia disso? —Eu
pisei em todo o quarto, peguei minha escova da cômoda, e a corri
pelo meu cabelo em cursos longos, duros. —Eu nunca quis bater em
outra mulher tanto quanto eu faço agora. Sério, como ela pôde?

Brantley andou atrás de mim e puxou a escova da minha mão.


—Pare, baby. Você vai arrancar todo o seu cabelo para fora. —
Quando ele passou a escova pelo meu cabelo, formigamento correu
pela minha espinha. —A Chastity é uma cadela, Clara. Não há
nenhuma outra maneira de colocá-lo. Eu não desejo nenhum mal a
ela, mas gostaria que ela não fosse a mãe de Bella.

—Você não é o único. —Eu murmurei sob a minha respiração.


—O quê? —Ele perguntou. —Eu não ouvi muito bem o que você
disse.

Meus olhos se arregalaram quando eu girei para encará-lo.


Nossos peitos quase se tocaram. —Eu disse que é hora de eu ir para
a cama. – Mentindo muito mal, continuei. —Eu coloquei o seu
lençóis, cobertor e travesseiro no sofá.

Sorrindo, eu lhe dei um tapinha no ombro. Eu precisava que ele


saísse. Como agora mesmo. Se ele não o fizesse eu estava com medo
que eu diria algo estúpido como, eu gostaria de ser a mãe de Bella.

—Tudo bem, Foguete, —respondeu ele, calmamente. —Eu vou


para a cama, mas tenho um pedido em primeiro lugar.

Oh garoto. —Nomeie, Garoto Bonito.

—Me beija.

Eu congelo.

Quando eu não me mexi, Brantley levou seu rosto mais perto.


Seus lábios pairaram sobre os meus. —Beije-me, Clara. Eu sei que
você quer, então venha e...

Ele foi silenciado quando eu pressionei meus lábios nos dele.

Meus olhos se fecharam e as mãos de Brantley seguraram meu


queixo.

Isto é perfeito, pensei. Absolutamente perfeitamente.

Momentos se passaram antes de eu puxasse os meus lábios dos


dele.
O beijo tinha sido doce. Parada cardíaca.

—Isso... —disse ele, olhando nos meus olhos —...foi o mais doce
beijo de boa noite que eu já tive. —Ele deixou cair as mãos e recuou.
—A única coisa que me mantém de pedir mais, é saber que não será
o último. —Antes que eu pudesse protestar, ele saiu do quarto. De
pé no corredor, ele piscou para mim, e sussurrou: —Boa noite, dama
bella. Durma bem, baby.

Então ele fechou a porta e foi embora.


BRANTLEY
EU ACORDEI ao som de um choro suave.

Sacudindo ereto no sofá onde eu estava dormindo, esforcei-me


para ouvir de onde ele estava vindo. E me levou apenas um segundo
para perceber que o choramingar estava vindo do quarto de Clara.

Sem pensar, levantei-me e corri pelo corredor até seu quarto.


Eu não me incomodei em bater ou chamar o nome dela antes de
empurrar a porta, que estava entreaberta, a abrindo.

A luz que vinha do corredor, iluminou o quarto pouco


iluminado.

Meu olhar se fixou em Clara, que estava deitada no meio da


cama enrolada em uma bola apertada. Seus olhos estavam fechados,
mas sua pele clara estava coberta de suor. Me movi para o quarto,
tentando avaliar se ela estava tendo um pesadelo ou se alguma outra
coisa estava errada.

Eu tinha dado apenas dois passos quando ela apertou as mãos


em punhos e virou-se para as costas. Ela gritou antes empurrando a
cabeça para a esquerda ofegante. Murmurando incoerentemente,
ela gritou novamente e chutou o cobertor que cobria suas pernas.

Eu me movi.

Cruzando o quarto, subi sobre o colchão ao lado dela e agarrei


seus ombros. – Clara. —Eu disse, balançando-a ligeiramente. —
Acorde.
Ela arqueou as costas novamente e balançou a cabeça para trás
e para frente. – Não. —Ela gritou, apertando o lençol firme em suas
mãos. —Por favor, não. De novo não.

O terror em sua voz era como uma facada direto ao meu


coração.

—Clara... – Eu a sacudiu mais firme —...é apenas um pesadelo,


menina bonita. Acorde para mim. —A única resposta que ela deu
veio na forma de um gemido de agonia. —Clara, maldita seja, acorde.
—Meu aperto em seu ombro aumentou. —Querida volte para mim.
Está...

Seus olhos se abriram, e o medo gritante nadando em seus


olhos é algo que eu nunca vou esquecer. A visão disso vai me
assombrar até o dia que eu morrer. —Você estava tendo...

Antes que eu pudesse terminar minha frase, ela me bateu.

O calcanhar de sua mão se conectando com minha mandíbula e


suas unhas rasparam no meu peito nu. Ela chutou e agarrou minhas
mãos que ainda estavam ancorados em seus ombros. —Não! —Ela
gritou, lutando com mais força. —Eu não vou voltar!

Eu liberei os ombros e a empurrei de volta na cama. Segurando-


a com um braço, eu acendi sua lâmpada de cabeceira com a mão
livre. A luz amarela iluminou o quarto. —É Brantley, Clara. —Eu
disse, agarrando suas mãos.

Ela congelou.

Os olhos arregalados focando em mim e por um momento o


quarto ficou em silêncio.
Liberando uma de suas mãos, eu empurrei os fios suados de
cabelo que estavam presos no seu rosto de volta. —Você está bem,
bella dama. —Eu sussurrei, correndo os dedos trêmulos pelos
cabelos emaranhados. —Você está segura. Foi apenas um Sonho.

Seu lábio inferior tremeu enquanto lágrimas caíram dos seus


olhos. —Brantley?

A agonia laçada em sua voz fez a faca incorporar no fundo do


meu coração e torcer.

Eu segurei seu rosto e passei os polegares sobre suas


bochechas. —Eu estou bem aqui, baby. —Eu não tinha certeza se era
a coisa certa a fazer ou não, mas eu me deitei ao lado dela,
pressionando minhas costas para o colchão. Meus olhos ficaram
trancados com os seus aterrorizados. —Não vou a lugar nenhum,
querida. —Eu deslizei um braço sob as costas e enrolei os dedos por
cima do ombro. —Venha aqui. – Eu puxei ligeiramente, pedindo-lhe
para vir para mim. —Eu não suporto ver você triste, bonita. Isso me
arrasa.

Minha menina não hesitou.

Rolando para o lado, ela se aconchegou contra mim.

Puxou o braço por cima do meu estômago, enganchou a perna


por cima da minha coxa, eu envolvi ambos os braços em volta dela,
segurando-a com força. Ela escondeu o rosto contra o meu lado,
escondendo os olhos de mim. Seu hálito quente passando sobre a
minha pele, e pelo que parecia ser a primeira vez desde que eu entrei
no quarto, eu respirei.
—Você quer falar sobre isso? —Eu queria saber o que ela tinha
sonhado, mas eu sabia que não poderia empurrá-la. Não havia zero
dúvida em minha mente que tinha a ver com o filho da puta do seu
passado. —Ou você só quer que eu te segure enquanto você volta a
dormir?

Tracei meus dedos sobre o braço e para baixo seu lado.

Suas lágrimas molharam meu lado. —Eu não posso escapar


dele. —ela sussurrou, enterrando as unhas em minha pele. —Eu
posso afastá-lo durante o dia, mas à noite, ele está sempre lá, me
provocando. Eu revivo as coisas que ele fez para mim. As palavras
que ele disse, os castigos que ele me deu. —Um único soluço escapou
dela. —Eu na—não sou li—livre.

Punições?

Eu cerrei meus dentes de volta juntos, lutando contra o desejo


de libertar a enorme quantidade de palavrões e perguntas que se
sentaram na ponta da minha língua. —Ele não pode te machucar, —
eu sussurrei, fazendo o meu melhor para confortá-la.

—Eu sei. —Ela puxou o rosto do meu lado e olhou para cima,
encontrando meus olhos. —Porque ele está morto. —Ela disse a
última palavra com força. —Evan o matou. —Ela fez uma pausa
enquanto mais lágrimas caíram de seus olhos. —Seu irmão o matou,
Brantley. Para me proteger. Para salvar Maddie. —Outro soluço,
mais lágrimas. —Você sabe o que ele fez com ela? Para Ma—
Maddie?

Ela estava chorando tanto que ela mal podia falar.


—Eu faço, menina bonita, —eu respondi, segurando-a com
mais força. – Ele a machucou.

Clara sacudiu a cabeça. —Ele não apenas a machucou. Ele


tentou matá-la. —Ela abaixou a cabeça. As lágrimas caindo dos olhos
salpicados no meu estômago. —E era tudo por causa de mim. Se eu
não tivesse ido ao abrigo, ele não teria chegado lá. Ele não teria
encontrado Maddie fora e ela não teria sido forçada a tomar a
decisão de dar a sua vida para proteger a nossa. Ela quase morreu,
Brantley.

Minha raiva aumentou, fazendo minhas mãos tremem.

—Quando ela não quis nos entregar a ele, ele bateu nela tão
ruim que rachou seu crânio aberto. Se Evan não tivesse os
encontrado a tempo, se não tivesse disparado em Colin... —A voz
dela sumiu enquanto ela chorava histericamente. —É tudo culpa
minha e...

Não havia nenhuma maneira que eu iria deixá-la terminar a


frase.

Eu empurrei o pé e passei meus braços em volta da sua cintura.


Puxando-a para o meu colo, eu peguei o rosto dela e a forcei a olhar
para mim. Eu queria que ela me visse quando eu falava as palavras
que ela precisava ouvir. —Olhe para mim, Clara. —Seu olhar verde
esmeralda com lágrimas nos olhos colidiu com o meu. —O que esse
filho da puta fez com você, o que fez com Maddie ... Nada disso é
culpa sua. —Eu deixei de fora o nome de Liam, porque eu não quero
jogar Shelby sob o ônibus. Clara me dirá quando ela estiver pronta.

Esperarei, de qualquer maneira.


Clara tentou sacudir a cabeça, mas meu agarre implacável não
a deixava. —Sim, é —é.

—Como?

Seu rosto se contorceu em agonia. —Porque eu me casei com


um mo -monstro.

Cinco palavras. Isso é tudo o que levou para quebrar meu


maldito coração.

Eu precisava dizer algo, mas eu não conseguia encontrar as


palavras.

Minha mente vacilou, o meu coração batia forte.

Enquanto eu estava casado com uma ingrata, cadela cavadora


de fortuna que não sabia qualquer coisa sobre ser uma boa esposa e
mãe, Clara, uma mulher com um coração maior que o Texas era
casada com um pedaço de merda que batia nela sempre que ele
sentia vontade.

Tudo sobre isso estava errado.

—Brantley, —Clara sussurrou meu nome. —Quanto você sabe?

O suficiente, eu pensei.

—Não muito. —Eu respondi honestamente. —Apenas o


suficiente para me fazer desejar que eu fosse o único a puxar o
gatilho em vez de Evan.

Os olhos de Clara se arregalaram.


—O que? Você acha que só porque eu visto um terno e gravata
para trabalhar que não vou matar alguém? —Eu brinquei, sorrindo.
—Você me fere, Foguete.

Clara mordeu o lábio para não sorrir.

Foi uma bela visão.

—Isso significa que eu não preciso me preocupar com alguém


mexendo comigo desde que eu tenho você em torno?

—Clara. —Eu disse, meu tom sério. —Se alguém levantar a mão
para você de novo, eles vão morrer pela minha mão. —Sua
respiração engatou. —Você me entende?

Abaixando a cabeça, ela enxugou as lágrimas. Quando ela olhou


para cima, ela apareceu mais calma. Mais relaxada. – Cuidado em
dizer coisas assim, Menino Bonito.

—Por que eu deveria ter cuidado?

Um pequeno sorriso inclinou seus lábios para cima. —Porque


se você continuar falando assim eu vou acabar me apaixonando por
você, e vamos enfrentá-lo, homens como você não se apaixonam por
mulheres como eu.

Três palavras. O. Que. Porra?

—É preciso explicar isso, Clara, porque eu não entendo.

Ela soltou um suspiro e colocou uma mecha de cabelo atrás da


orelha. Olhando para o espelho que ficava em cima de sua
penteadeira, ela sussurrou: —Eu não sou o tipo de mulher que um
homem se apaixona, Brantley. Estou muito danificada para o amor.
Eu agarrei seu queixo entre dois dedos e a forcei a me encarar.
Olhos fechados, eu respondi: —Meu coração não concorda.

Eu quis dizer cada palavra.

Se eu não reconhecesse, o simples fato da questão era que eu


estava me apaixonando por Clara nos últimos nove meses. Tudo
começou no momento em que a vi sorrir para a minha filha com
nada além de amor e carinho, e foi crescendo de lá.

Enquanto vivia em Memphis, eu tentei lutar contra isso, tentei


enterrar meus sentimentos na boca do meu estômago, mas eu não
poderia fazê-lo por mais tempo. Com ela tão perto, não havia como
negar a verdade, nunca mais.

Que verdade? Clara era minha.

—Eu sei que você não está pronta para mim, Clara, —eu
sussurrei. —Mas um dia você vai estar, e quando você estiver, eu
estarei esperando.

Eu esperava que ela revirasse os olhos ou me chamasse de


idiota, mas não o fez. Em vez disso, ela colocou os dedos em torno
do meu pulso e puxou minha mão em seu colo. Deslizando a ponta
de seu dedo mindinho sobre a palma da mão, ela respondeu: —Você
pode estar esperando por um tempo. —Seus olhos cerraram
fechados. As palavras obviamente doíam. —Eu não sei se eu vou
algum dia ... Se algum dia eu vou estar pronta para isso de novo. —
Ela virou-se, trocou seu peso, e montou minhas coxas.

Meu coração disparou.


Laçando os braços em volta do meu pescoço, ela apertou sua
testa na minha, e continuou. —Mas eu gostaria de chegar lá um dia.

—Você vai. —Eu disse a verdade. —Eu vou ter certeza disso.

Ela soltou um pequeno suspiro e olhou para o despertador em


seu criado-mudo. —Você ficará? Eu não quero dormir sozinha. Não
após...

Eu pressionei um dedo aos lábios, silenciando-a. —Nada


poderia me manter longe. —Envolvendo meus braços em torno dela
apertado, eu a coloquei de volta na cama, trazendo-a para baixo de
mim.

Seus braços deslizaram do meu pescoço.

De volta pressionado contra o colchão, eu a ajudei a


reposicionar as pernas de modo que ela estava descansando
confortavelmente em cima de mim. —Você está bem?

—M'hm —ela cantarolou, seu rosto pressionado contra o meu


peito.

Eu deslizei meus dedos pelos cabelos com os olhos fechados. —


Vá dormir, bella dama.

Ela deu um beijo suave na minha pele. – Noite, Garoto Bonito.

—Noite linda.

Contentamento fluiu através de mim.

Logo, nós dois adormecemos.


CLARA
EU ESTAVA NA CAMA, deitada de lado quando eu senti mais de um
par de olhos de pessoa em mim. Normalmente, tendo as pessoas
olhando para mim enquanto eu dormia teria me assustado. Mas
naquela manhã era diferente, porque duas das três pessoas
pequenas que tinham o olhar fixamente em mim, pertenciam a mim.

—Liam Nicholas O'Bannon, —eu murmurei. —Você não sabe o


significado de dormir? Eu sei que você é o líder aqui. Seu irmão
nunca acorda tão cedo.

Eu abri uma pálpebra.

Três pares de olhos arregalados encontraram o meu cheio de


sono.

—Ei, mamãe, —Declan disse, sorrindo. —Bella me acordou. Ela


ronca.

—Eu não ronco, —Bella bufou.

—Sim, e você sabe, —Declan argumentou. —Você roubou meu


cobertor também.

Liam revirou os olhos. —Vocês dois roncam. —Ele virou suas


costas para mim. —Desculpe, mamãe. Eu não queria te acordar, mas
Brantley está tentando cozinhar o café da manhã. Eu disse a ele que
a torradeira estava quebrada, mas...

—Merda! —Eu gritei, saltando para fora da cama. Pés apoiados


no chão, eu corri para fora do quarto e no corredor. As crianças
seguiram logo atrás de mim. Chegando à cozinha, virei a esquina a
tempo de ver Brantley apertar o botão de início no micro-ondas. —
Brantley, não!

Eu cheguei tarde demais.

Faíscas voaram, atirando para fora de trás do micro-ondas e


para o azulejo manchado, respingando de volta. Um pop alto
seguido, e eu juro, a coisa estúpida saltou três polegadas fora da
bancada.

De olhos arregalados, Brantley desligou-o e jogou-o no chão da


cozinha. Peito arfante, ele olhou para cima, encontrando o meu
olhar. —Que porra é essa, foguete?

—Uh, —eu disse, olhando para o aparelho arruinado. —Ele faz


isso às vezes.

—Ele faz isso o tempo todo. —Liam interrompeu atrás de mim.


—O mesmo acontece com a torradeira. Bem, ela fazia antes de
morrer.

—Clara. —Brantley rosnou. —Olhe para mim.

Eu bati o meu olhar para cima. —O que?

Ele cruzou os braços sobre o peito, chamando minha atenção


para o fato de que ele estava sem camisa. Como, não havia nada
cobrindo seu peito. Não é a camisa extravagante de botão que tinha
usado durante todo o dia de ontem, nem a camiseta branca que ele
tinha ido para a cama.

Meus lábios se entreabriram, e minha boca secou.


Eu segui meus olhos sobre seus peitorais musculosos, por seu
abdômen bronzeado bem definido, e sobre o V que enfileirava na
frente de suas calças escuras.

—Jesus, Brantley —Eu assobiei. —Onde está sua camisa? —Eu


olhei para cima, vendo os óculos de armação pretos que ele usava.
—E desde quando você usa óculos?

Ele sorriu. —Desde que eu tinha treze anos. Eu mantenho um


kit de lentes de contato em meu SUV. Tirei-as antes de eu ir para a
cama na noite passada.

—Oh.

—Oh? —Ele perguntou, suas sobrancelhas arqueadas. —Seu


micro-ondas maldito quase coloca a cozinha em chamas e isso é
tudo que você tem a dizer?

—Umm, bem... —Eu forcei um sorriso através da corrida de


vergonha através do mim – O micro-ondas gosta de cuspir faíscas
em nós, por isso tente não usá-lo. E uh, como Liam disse, a torradeira
está quebrada sendo que você não pode usar para o que quer. —Ele
olhou para o fogão. —Isso não quer trabalhar. Quer dizer, o forno
tipo funciona, por vezes, mas todos os botões estão queimados com
exceção de um, estão mortos, e até mesmo é imprevisível.

—Por que você não chamou o seu senhorio para corrigir tudo
isso?

Eu amassei meu nariz. —Você obviamente não conhece meu


senhorio se você está fazendo essa pergunta.

—Sim. —Liam acrescentou. – Mama o chama Dickie o pau.


Minhas bochechas coram de vergonha. —Isso é porque ele é um
pau, —eu murmurei sob a minha respiração.

Brantley olhou para as crianças. —Por que vocês não vão ver
desenhos animados por alguns minutos? Eu preciso falar com Clara,
mas depois que falarmos, vamos sair para café da manhã.

—Eu quero panquecas! —Bella e Declan gritaram


simultaneamente.

Eu só sorri para eles. —Vocês dois poderiam muito bem ser


gêmeos.

Torci, olhando para Liam. —O que você quer para o café da


manhã?

Com canto da boca derrubado em um sorriso vacilante quando


ele olhou para Declan e Bella. —Eu vou comer o que quiserem. Eu
não me importo.

Antes que eu pudesse responder, Brantley colocou a mão na


parte inferior das minhas costas e me levou para fora da cozinha. —
Nós estaremos de volta, rapazes. Segurem-se firmes. —No final do
corredor nós andamos e acabamos no meu quarto. Brantley fechou
a porta atrás de nós e se virou, pressionando as costas na madeira
suave.

Seus olhos brilhavam com uma emoção que eu não poderia


descrever.

Eu não posso ler este homem. Parece uma maldição, pensei.


—Por que está aqui? —Brantley perguntou um segundo depois,
seu tom cortante. – Além de todos os lugares em Kissler e Toluca
County, por que este complexo de apartamentos?

Eu fiquei em linha reta, tentando o meu melhor para esconder


as emoções tórridas que estavam me corroendo. —É o único lugar
que eu posso pagar.

Ele não me deu nenhuma chance para explicar melhor. —O que


você quer dizer?

Engoli de volta o caroço alojado na minha garganta. —


Exatamente o que eu disse. Estou quebrada, Brantley. —Dizer essas
palavras me feriram. Muito. —Minhas horas de trabalho foram
cortadas e eu não tenho sido capaz de encontrar outro emprego. Eu
mantive a cabeça acima da água pelos últimos meses, mas agora
estamos afundando. Se Evan não tivesse pago meu aluguel este mês,
os meninos e eu seríamos sem-teto.

Eu não parei para pensar sobre o que eu estava dizendo a ele,


meus problemas ou a facilidade com que rolou minha língua. Apesar
de sua presença dominadora, conversar com Brantley era fácil.
Estranhamente.

O silêncio nos rodeava.

Momentos passaram.

Então, —Você já foi à procura de um novo emprego?

Eu balancei a cabeça. —Comecei a procurar um emprego de


tempo parcial para que eu pudesse continuar no abrigo, mas depois
de não encontrar qualquer coisa, eu comecei a olhar para posições
de tempo integral. Eu vim de mãos vazias em cada turno. —Corri
minhas mãos pelo meu cabelo em frustração. —Agora eu estou
presa. Eu não sei o que fazer. Não podemos continuar a viver assim.

—Que tipo de trabalho que você está procurando? —Ele


perguntou, deslizando as mãos nos bolsos. —Quais são suas
habilidades?

De repente eu senti como se estivesse no meio de uma


entrevista de emprego.

—Qualquer tipo de trabalho. —Eu respondi, olhando para os


meus pés. —Enquanto ele mantenha um teto sobre minha cabeça e
comida na barriga dos meus filhos, eu faço qualquer coisa. Embora,
eu prefiro um trabalho que não requeira eu escalar um poste de
stripper. Eu não sou muito atlética e bem... —Uma risada sem graça
derramou dos meus lábios. —Tanto quanto o conjunto de
habilidades pode ir, eu não fui para a faculdade, mas eu fiz a maioria
das coisas de administradora no abrigo enquanto Maddie estava
fora em licença de maternidade. Eu sou realmente boa no que faço.

Brantley sorriu, e eu não entendia o porquê.

—E se eu lhe disser que tenho um trabalho para você?

Eu arqueio uma sobrancelha. —Eu diria que você precisava


começar a falar.

—Quanto você sabe sobre o meu trabalho?

Uhh... —Eu sei que você é um advogado de defesa, mas é isso.


—Você está certa, eu sou. Mas o que você não sabe é que eu vou
abrir minha própria empresa no centro de Toluca. Eu já aluguei um
escritório no prédio de tijolos em frente ao tribunal.

Fiquei de boca aberta. —Como é que eu não sei disso?

—Ninguém, além de Evan e Hop sabem.

—Sim. —Eu respondi, colocando minhas mãos em meus


quadris, —mas se Hop sabe, significa que eu deveria saber. Parece
que meu pequeno Muffin escondeu de mim.

Brantley sorriu antes de esfregar a palma da mão através de sua


mandíbula coberta de pelos ralos. —Eu preciso de um gerente de
escritório, Clara. —Eu congelei. —Você não teria que fazer um
monte de coisas. Basta atender os telefones, cumprimentar clientes,
manter minha agenda, e fazer coisas administrativas básicas.

Minha mente, junto com o meu coração, correu.

Eu poderia passar o dia todo com Brantley?

—Seu horário seria flexível, para que você possa continuar no


abrigo. Eu vou trabalhar com você sobre isso. —Suas palavras
fizeram minha barriga sacudir. —Os benefícios são excelentes
também. Vou me certificar de que você e os rapazes estão cobertos
sob o mesmo seguro que tenho para Bella e eu.

Eu não precisava que me convencesse mais. —Quanto você está


disposto a me pagar? —Ele riu. —Não ria de mim, Brantley Morgan,
—eu provoquei. —Eu sei que olhar para você durante todo o dia é o
pagamento em si, mas eu preciso de dinheiro também.
Aquele sorriso maldito apareceu novamente. —Como soa vinte
por hora?

Minha mente quase explodiu.

Vinte por hora era mais do que eu sempre sonhei em fazer, e


considerando o custo de vida em Kissler e Toluca, essa quantidade
seria garantir que os meninos e eu vivêssemos acima da linha da
pobreza. Nós não estaríamos rolando em massa, mas pelo menos eu
não teria de me preocupar em pagar o aluguel.

Falando de aluguel... Estávamos tão nos mudando.

—Qual seria o meu horário? Eu vou ter que organizar alguém


para ficar com os meninos.

—A que horas eles vão para a escola?

—Eu os deixo as 7:45 e os busco às 3:15.

Ele assentiu, ponderando algo mais. —Que tal isso? E se eu lhe


pagar para se tornar minha babá, além de minha assistente?

Fiquei de boca aberta. —Uh o quê?

—Bella começará a pré-escola em Toluca na próxima semana.


Ela sai ao mesmo tempo que os rapazes e eu vou precisar de alguém
para olhá-la até eu chegar em casa. Sem pressão, mas se você quiser
fazer ambos...

—Eu vou, —eu interrompi, não precisando pensar sobre isso


ainda mais.
Ser paga para passar tempo com Bella enquanto não tenho que
me preocupar com alguém que fique com os meninos? Essa foi uma
decisão fácil. Para não mencionar, que o trabalho não tomou a minha
capacidade de ajudar no abrigo nos fins de semana.

Aquilo era importante para mim.

Como, realmente importante.

—Quando eu começo?

Brantley sorriu tão grande que chegou a seus olhos. —Próxima


segunda-feira está bom para você, bella dama?

Eu balancei a cabeça. —Eu vou começar amanhã se você


quiser...

TOC! TOC! TOC!

Eu bati minha boca fechada quando alguém bateu com seus


pequenos punhos contra a porta do quarto. —Mamãe! —Declan
gritou. —Estamos com fomeee. Podemos ir tomar café agora? Liam
é mal-humorado porque ele está com fome. Ele está agindo como se
ele se sentou em uma vespa ou algo assim.

Brantley baixou a cabeça contra a porta e riu. Muito.

—Nós estamos indo. —Eu respondi em torno do riso. Fui até a


porta e coloquei a mão em torno da maçaneta. —Mexa-se, Menino
Bonito. Eu preciso deixar as crianças prontas para ir antes que eles
comam os móveis.

Brantley se moveu para o lado. —Exigente, eu gosto.


—Bom. —Eu respondi. —Considerando que você está prestes
a ficar preso comigo quase todos os dias.

Ele sorriu. —Você não vai me ouvir reclamando tão cedo.

Eu pisquei para ele quando eu abri a porta e dou de cara-a-cara


com três pequenos gnomos. —Vocês estão prontos para ir buscar o
café da manhã?

Declan e Liam assentiram, mas Bella me olhou desconfiada. —


O que você e papai estavam fazendo?

Eu tive que me esforçar para não saltar para cima e para baixo
na excitação. Olhando por cima do meu ombro para Brantley,
perguntei: —Posso dizer a ela? —Quando ele acenou com a cabeça,
eu não perdi tempo em mover meu olhar de volta para Bella. —Bem,
princesa, seu pai e eu estávamos discutindo algo importante. E o que
é esse algo tão importante? Trata-se de você.

Seus olhos se arregalaram. —O que é isso? —Ela parecia tão


animada como eu me sentia.

Eu me ajoelhei, trazendo-nos do nível dos olhos uma da outra.


—Como você se sentiria sobre passar um tempo com os meninos e
eu todos os dias?

—Eu quero fazer isso!

—Bom. —Eu seguro sua pequena bochecha. —Porque eu sou


sua nova babá.

Confusão atravessou seu rosto. —O que é uma baba?


Atrás de mim, Brantley riu. —É pronunciado babá, princesa, e
é a mesma coisa que uma babá. Isso significa que você estará
gastando todas as tardes com Clara e os garotos até eu chegar em
casa do trabalho.

Eu só podia descrever o grito que rasgou da garganta de Bella


como vidro quebrando. Ela jogou os braços ao redor do meu pescoço
e eu joguei o meu de volta nela. —Você vai ser a melhor baba de
nunca!

Baba, babá, eu não ligo para o que ela me chamasse enquanto


ela estivesse feliz.

Lágrimas de felicidade encheram meus olhos. —Eu não sei


sobre isso, menina doce, mas eu vou tentar o meu melhor.

Brantley pigarreou atrás de mim. —A maioria dos restaurantes


vai parar de servir café da manhã em menos de uma hora.
Precisamos começar a nos mexer.

Eu beijei a bochecha de Bella antes de deixar cair os braços. De


pé, olhei para baixo para todas as três crianças. —Tudo bem, aqui
está o negócio. Quem tiver os seus dentes escovados e suas roupas
colocadas primeiro, recebe um pedaço de doce. Estou morrendo de
fome e...

Eu não consegui terminar minha frase antes de todos os três se


virarem e sair correndo para o banheiro.

O som de brigas e água corrente chegou aos meus ouvidos


segundos depois, me fazendo sorrir.
Virei-me, de frente para Brantley. —Obrigada, —eu sussurrei,
meu coração cheio. —Eu duvido que eu seja capaz de pagar por isso,
mas eu prometo que vou fazer o melhor que posso no escritório e
com Bella. Você não vai se arrepender.

Brantley passou uma junta pelo lado do meu rosto. —Vendo o


olhar em você e no rosto de Bella é toda a gratidão que eu realmente
preciso, foguete. —Seu rosto mergulhou mais perto do meu e eu
podia jurar que ele estava prestes a me beijar. —Eu cometi um
monte de erros na minha vida, e eu tenho arrependimentos
suficientes para durar uma vida inteira, mas te contratar? Esta é
uma das melhores coisas que já fiz.

Seus lábios tocaram os meus.

Suave. Suavemente. Docemente.

Meus olhos se fecharam.

Meu coração batia acelerado.

Brantley puxou seus lábios dos meus. – Clara. —Ele sussurrou,


—Vá se vestir, baby.

Com os olhos ainda fechados, eu assenti. —Você vai esperar por


mim, certo? —Minha voz estava trêmula e cheia de desespero. —Até
eu estar pronta?

—Sempre. —respondeu ele, beijando minha bochecha. —Nada


pode me afastar.

Com um aceno de cabeça, eu abri meus olhos, e passei por ele


para o meu quarto.
Meu último pensamento antes de fechar a porta? Estou
começando a me apaixonar.
CLARA
EU ESTAVA SENTADA no chão da sala de Brantley.

Todas as três crianças dormiram aqui ao meu lado em um


colchonete que eu tinha feito com uma dúzia de cobertores e
almofadas. Shelby sentou perto de mim, com as pernas cruzadas
estilo índio. Entre nós estava uma garrafa vazia de vinho, dois copos
de plástico de flauta, e várias caixas de comida chinesa.

Correndo os dedos pelo meu cabelo, eu olhei ao redor da sala


para as várias caixas de mudança, algumas delas vazias, a maioria
delas meio cheia, e me encolhi. —Nós ainda temos um longo
caminho a percorrer, mas, pelo menos temos a cozinha e os
banheiros desempacotados

Brantley, as crianças e eu estávamos no meio do café da manhã


quando os caminhões chamaram. Depois de dizerem que eles
estavam apenas a trinta minutos de distância, entrei em seu SUV e
corri de volta para sua casa, na esperança de encontrar o caminhão.

Não aconteceu.

Quando chegamos aqui, o caminhão já estava estacionado junto


ao meio-fio, em marcha lenta se afastando. A tripulação de três
homens parecia ansiosa para fazer outras coisas no começo, mas eu
juro que eles se mexeram mais devagar do que melaço.

Levou oito horas para eles descarregarem tudo.

Oito. Malditas. Horas.


Shelby, abençoada seja, ajudou-me a desembalar as caixas
enquanto Brantley e Pop montavam a cama e moveram os móveis
no andar de cima. Nós teríamos tido mais ajuda, mas Evan, Anthony,
Felix, e Keith tinha que trabalhar, vovó estava jogando Bingo no
centro sênior, e Hendrix estava no apartamento com Maddie
esperando-a entrar em trabalho de parto.

—Ashley e eu podemos vir e ajudá-la mais amanhã. —Shelby


respondeu, dando uma mordida de homem. —Eu não tenho que
trabalhar, por isso estaremos em casa durante todo o dia.

Ouvir o nome de Ashley me fez sorrir.

—O que está fazendo minha adolescente favorita? Eu não


consegui falar com ela ontem na vovó, mas parecia poderosa e feliz.

Shelby sorriu tão brilhante que cegava. —Ela está feliz. —


respondeu suavemente. —E ela está se saindo incrível, se posso
falar assim. Está prestes a obter a sua licença, e Anthony já falou com
Evan sobre a compra do Civic de Hop. Ela nunca mais o dirigiu desde
que Evan comprou-lhe o Toyota Camry. —Ela fez uma pausa,
parecendo pensar em algo mais em sua cabeça. —Eu sei que um
monte de gente diz que estamos estragando-a por fornecer tudo
para ela. —Ela revirou os olhos —mas depois da vida que ela viveu
antes de a adotarmos, eu sinto que ela merece, sabe? Quer dizer, eu
sei que ela não precisa de um carro, mas maldição, eu quero que ela
tenha um.

Eu balancei a cabeça em entendimento. —Entendi. Confie em


mim. Além disso, não há nada de errado em estragá-la. Ela é sua
filha. Para o inferno com o que as outras pessoas dizem.
Os olhos de Shelby brilharam. —Você está certa, —respondeu
ela. —Ela é minha filha.

Um segundo depois, uma expressão solene atravessou seu


rosto, tornando-se claro como o dia que algo estava incomodando.
—Shelby, —eu disse, subindo de joelhos. —O que há de errado?

Ela fechou os olhos e apoiou a mão contra sua barriga. —Você


sabe que eu amo Ashley e Lucca mais do que qualquer coisa neste
mundo. —Eu sabia disso. Sem sombra de dúvida. —Mas tem sido
mais de um ano e eu ainda não estou... —A voz dela sumiu enquanto
seus olhos se encheram de lágrimas. Estabelecendo a caixa que tinha
na mão, ela descansou uma única mão contra sua barriga. —... Eu
ainda não estou grávida.

—Shelby, querida.

—Fomos ver um especialista, há dois meses, —ela


interrompeu. —Ele fez todos esses testes sobre nós, mas ele não
conseguia encontrar uma razão para a minha incapacidade de
conceber ... infertilidade inexplicável é o que ele chamou.

Meu coração se feriu por ela.

Sério, doeu.

Sem dizer uma única palavra, eu fechei o espaço entre nós,


derrubando caixas de alimentos no processo e passei meus braços
em torno dela. Puxei-a para mim, pressionando a cabeça no meu
ombro enquanto o primeiro soluço sacudiu seu corpo. —Está tudo
bem, loirinha, —eu disse, balançando-a para frente e para trás como
ela fez muitas vezes no passado. —Vai dar tudo certo.
Minhas palavras soaram horríveis para os meus próprios
ouvidos, mas eu não tinha a menor ideia do que dizer. Eu sabia que
Shelby queria dar a Anthony um filho seu próprio, mas a verdade
era, ela já havia dado a ele dois. Ashley e Lucca podem não ser
biologicamente dele, mas qualquer pessoa com olhos podia ver que
Anthony Moretti amava aquelas crianças mais do que palavras
poderiam descrever.

Tomando um par de respirações profundas, ela tentou o seu


melhor para se acalmar. —Nós conversamos sobre adoção e eu acho
que é onde estamos indo pa... para o próximo. Eu já chamei a
assistente de Ashley e conversei com ela sobre isso. Desde que
Anthony e eu já somos licenciados fa.. facilita o processo que deve
ser simples. Agora só temos de es.. esperar.

As lágrimas saltaram aos meus olhos.

Shelby pode não ter entendido o quanto as palavras que ela


tinha acabado de falar significava, mas para mim, significou o
mundo. Como uma ex criança adotiva que tinha orado por anos para
me adotarem, ao ouvir que ela e Anthony estavam indo para
resgatar uma criança do sistema, aqueceu meu coração de uma
forma que nada mais podia.

—Obrigada, Shelby, —eu sussurrei, pressionando um beijo no


topo da cabeça dela.

Sugando respiração por respiração, ela se inclinou para trás e


limpou as lágrimas dos olhos com as costas das mãos. —Pelo quê?
—Por dar a uma daquelas crianças uma chance. —Minhas
lágrimas caíram, mas eu sorri através delas. —Você e Tony vão fazer
uma criança de sorte muito feliz.

O queixo de Shelby tremeu. —Droga, Clara, —ela soluçou e


apontou para seu rosto. —Olhe o que você fez. Como se eu não
tivesse chorando o suficiente, você só tinha que dizer isso. —
Abanando o rosto, ela soltou a respiração depois de respiração. – Eu
estava usando rímel hoje, sua idiota. Eu nem sequer tenho que olhar
no espelho para saber que eu pareço como um panda lixo. Eu juro
que eu deveria dizer para Brantley espancar sua bunda.

A ideia de Brantley me espancar deveria ter evocado uma


reação negativa na minha cabeça.

E não fez.

Hã.

Um pequeno sorriso brincou nos meus lábios ao perceber.

—O quê? —Perguntou Shelby, subindo até os joelhos. Cada


traço de angústia desapareceu de seu rosto. —Eu posso dizer, pelo
sorriso de comedor de merda na sua cara, que você não está me
dizendo algo. Derrame, Clara —ela silenciosamente bateu palmas
duas vezes. ‘Toc, toc'.

Plano lançado, recusando-me a explicar as imagens picantes


que minha mente estava conjurando, eu derramei o feijão sobre
outra coisa. —Eu tenho um novo emprego. —Eu respondi, incapaz
de manter a notícia para mim mesma por mais tempo. —Ele paga
um bom dinheiro e tem bons benefícios. Além disso, chega a
permitir meu turno parcial no abrigo. Eu só vou poder trabalhar fins
de semana apenas a partir de agora em diante.

Os olhos de Shelby se arregalaram. —Oh meu Deus. —Ela


sussurra assobiando. —Eu estava esperando como o inferno que
você não teria que parar de trabalhar com a gente. Então... —ela
bateu no meu joelho. —Onde é o novo emprego?

—Uh, —eu disse, rindo. —Você sabia que Brantley estava


abrindo seu próprio escritório em Toluca?

Shelby sacudiu a cabeça. —Não.

—Bem, ele está, e ele meio que me contratou como sua gerente
de escritório ... bem como a babá de Bella.

Shelby cuspiu o chá doce que ela tinha acabado de tomar um


gole. —Você deve estar brincando comigo.

Eu balancei minha cabeça. —Eu não estou.

De olhos fechados, ela bateu as mãos nas coxas, como uma


idiota. Eu estava animada como poderia estar, mas Shelby, parecia
que ela estava pronta para saltar para cima e para baixo. —Eu sabia,
—disse ela. —Eu, merda, sabia!

—Você sabia o que?

Seus olhos estalaram abertos. – Isso de Brantley Morgan estar


apaixonado por você. Tipo, completamente, apaixonado por você.

Acenei uma mão de desprezo em sua direção. —Você é tão


louca quanto a vovó, que é apropriado já que você é sua protegida e
tudo.
—Ha! —Shelby bateu na minha mão. —Eu posso ser mais louca
do que um rato na casinha, mas isso não vem ao caso. Falei quando
vocês se conheceram. A maneira como ele olhou para você ... garota.
—Ela riu —era outra coisa.

—Como ele olhou para mim? — Eu perguntei antes que eu


pudesse me parar.

—Você realmente quer que eu responda isso? —Eu assenti. —


Ok, eu vou te dizer. Aquele homem... —Ela apontou para o teto, onde
podíamos ouvir Pop e Brantley movendo-se acima nós. —Olha para
você como se ele tivesse encontrado o seu para sempre.

Atordoada demais para falar, eu pisquei.

—Não importa. —Eu respondi segundos depois. —Você não é


tão louca como avó. Você a superou por um quilômetro de país. Você
é mais doida do que um bolo de frutas, Shelby Moretti. Eu juro que
precisamos fazer você ser avaliada.

—Seja o que for. —ela bufou, sacudindo o cabelo louro dourado


por cima do ombro. —Mas eu estou dizendo agora. Eu vejo um
casamento, mais bebês, e muito sexo quente no escritório em seu
futuro.

Olhei para as crianças para me certificar de que ainda


estivessem dormindo através da explosão de Shelby.

Eles estavam.

—Sim, claro, Shelby, —eu disse sarcasticamente enquanto eu


subia para os meus pés e virei de costas para as escadas. – Sexo
quente no escritório está no topo da minha agenda. Quero dizer, por
que não estaria? A ideia é quente, não é?

Os olhos de Shelby se arregalaram, mas a minha auto estupidez


não percebeu porque até que fosse tarde demais.

—CLARA. —Ela começou.

—Ei, você acha que eu poderia levá-lo a me pegar na sua mesa?


O que devo fazer? Apenas me curvar e mover minha saia para cima?
Acha que vai o seduzir o suficiente? —Em um rolar de olhos, eu não
parei para tomar uma única respiração. —Se não, eu poderia deixar
um par de calcinhas ainda quentes em sua mesa. Talvez lhe enviar
alguns nudes. Sério, Shelby, não há nenhuma maneira que eu
deveria deixar passar. Você já olhou para Brantley? Eu garanto a
você que ele tem um grande...

Eu bati minha boca fechada quando uma garganta limpou atrás


de mim.

Mortificação me consumiu.

Eu não precisava olhar para ver quem era.

Eu já sabia.

—Ele está bem atrás de mim, não é?

De olhos arregalados, Shelby assentiu. —Uh, sim.

Com a boca mais seca do que o Saara, virei-me e fiquei cara-a-


cara com um Brantley sorrindo e um mortificado Pop.

Oh, isso está ficando cada vez melhor e melhor, pensei.


Pop apontou para a porta. —Agora que eu estou marcado para
a vida, eu estou indo para casa para a noite.

Shelby explodiu em um ataque de riso atrás de mim.

Eu a faço girar de volta.

—Desculpe, Pop, —Eu disse, meio envergonhada de morte. —


Eu não sabia que você estava aí.

—Obviamente. Jesus, Clara. Você é como uma filha para mim.


Agora eu tenho imagens presas na minha cabeça que eu nunca vou
ser capaz de me livrar.

Ainda rindo, Shelby pegou sua bolsa a partir do topo de uma


caixa encostada na parede oposta. —Espere por mim, papai. Você
pode me levar para casa. – Subindo nas pontas dos pés, ela deu um
beijo na minha bochecha. —Só para você saber, eu nunca vou deixar
você viver sem isso.

O que eu não tinha dúvida.

—Vá para casa, Loirinha, antes de estrangulá-la.

Mais risos.

Então, —Te amo, Clara.

—Também te amo, maluca.

Ela caminhou para a frente e parou ao lado de Brantley. —Cuide


da minha menina, B.

—Sempre, —respondeu ele, seus olhos nunca deixando os


meus.
Um segundo depois, Pop e Shelby saíram, fechando a porta
atrás deles, deixando Brantley e eu a sós... bem, exceto por nossos
três filhos dormindo.

Tensão encheu o ambiente, fazendo com que o ar ficasse


espesso. Eu não sabia para onde olhar ou o que dizer. Eu estava tão
envergonhada que eu não conseguia pensar direito.

Brantley de repente caminhou em minha direção.

Tentando fugir dele, o que era inútil, eu pulei uma caixa aberta
e caminhei para trás até meus ombros encostar em na parede. Não
me dando a chance de escapar, Brantley me enjaulou com seus
braços. Em vez de suas ações me aterrorizarem, ele estando tão
perto me fez sentir mais bêbada do que um gambá.

—Sexo quente no escritório, hein?

—Você ouviu isso, não é?

Ele passou a língua sobre seu lábio inferior. —Sim, querida, eu


fiz. —Torcendo uma mecha do meu cabelo em torno de seu dedo, ele
examinou o fio vermelho-fogo. —Mas apenas para referência futura,
você não precisa me tentar se dobrando sobre a minha mesa.

Eu respirei com suas palavras.

—Se você quer o meu grande pau, dama bella, tudo que você
tem a fazer é pedir por ele.

Eu não conseguia respirar.

Não. Podia. Respirar!


—Isso é... —Eu forcei um sorriso instável. —...é bom saber.

Brantley sorriu. —Você vai ficar aqui esta noite? —Antes que
eu pudesse formar uma resposta, ele continuou com: —É tarde,
Clara. Eu não quero você e os rapazes na estrada.

Reunindo toda a força que possuía, eu puxo para baixo a barra


da minha camisa, olhou bem nos olhos dele e sussurro: —Tudo bem.
Só não espere eu me dobrar sobre quaisquer mesas esta noite. —Eu
arqueio uma sobrancelha. —Eu não estou usando minha calcinha
sexy.

Eu estava cem por cento certa.

Eu não tinha um único par de calcinhas sensuais.

Brantley ri quando me abaixei debaixo do braço e me dirigi


para as escadas. Parando no último degrau, eu olhei para ele. —
Desde que eu estou sendo forçada a ficar aqui —Eu franzi o nariz em
falsa exasperação. —Eu vou me fazer em casa no seu banheiro de
vapor dos sonhos. Eu vi isso antes, quando eu estava desembalando
o banheiro e eu estou morrendo de vontade de entrar. Se eu fosse
você, eu não esperaria me ver até de manhã.

—Se importa se eu me juntar a você? —Perguntou Brantley,


deslizando as mãos nos bolsos. —Há muito espaço para dois.

Ele estava brincando. Certo?

—Claro que sim, —eu respondi em tom de brincadeira,


acreditando que ele estava. —Encontre-me lá em dez minutos.

Depois de lançar-lhe uma piscadela flertando, subi as escadas.


Clara
VESTINDO nada além de uma toalha de banho de grandes
dimensões, saí do banheiro de Brantley para seu quarto mal
iluminado. Cantarolando baixinho para mim mesma, eu peguei um
pente de sua bolsa durante a noite, abri e comecei a passa-lo através
do meu cabelo grosso.

Espero que ele não se importe que eu estou usando suas coisas.

Ei, talvez ele vá me deixar dormir com uma de suas camisas.

Eu fui arrancada de meus pensamentos quando Brantley falou


atrás de mim. – Maldição, você é linda. —disse ele, fazendo-me saltar
três pés no ar maldição. Meio morta de medo, eu me virei, ficando
cara-a-cara com ele.

Como eu não o vi antes, eu não tenho a menor ideia.

Vestido com nada mais do que um par de moletom cinza e


óculos, ele sentou-se no final de sua cama-recém-feita-graças-a-
mim, seu olhar aquecido bloqueado em mim.

A visão dele fez minha boca encher de água.

Eu tinha visto homens lindos antes, mas ninguém, e quero dizer


malditamente ninguém, comparado com Brantley Morgan. Todos os
músculos rígidos, vales profundos rasgados e pele bronzeada que eu
queria lamber, ele fazia minha barriga mergulhar cada vez que eu
olhava para ele. Era ridículo, mas eu não poderia me ajudar com a
maneira como ele me afetava.
Droga, eu duvido que qualquer mulher possa.

Sentado em linha reta, ele ergueu o queixo no ar. —Venha aqui.


—Seus olhos viajaram pelo meu corpo. —Agora.

A firmeza de sua palavra ‘agora’ fez minhas costas ficarem


retas.

Com memórias sombrias à tona, os flashes dolorosos


apareceram.

O comando de uma só palavra foi suficiente para me jogar de


volta para um lugar que eu não queria estar. Num piscar de olhos, o
abuso, o cheiro inesquecível de Whisky irlandês e a sensação de uma
mão forte em volta da minha garganta, tudo voltou correndo.

Vulnerabilidade me penetrou.

O medo paralisante subiu.

Sentindo que eu estava perdendo o controle, eu fechei os olhos


e balancei a cabeça. – Não. —Eu disse para Brantley, meu coração na
minha garganta. —Eu não vou aí.

Meu tom de voz era duro, exatamente como eu pretendia.

A cama estalou quando Brantley se levantou e atravessou o


quarto. Seu calor cobriu minha pele úmida quando ele parou na
minha frente, apenas seu corpo grande polegadas do meu. —Abra
seus olhos.

Meus olhos se abriram, minhas narinas se alargaram.

Não se esconda! A voz na minha cabeça gritou.


Com minhas mãos em punho e tremendo, eu me firmei,
recusando-me a vacilar.

—Nunca mais... – minha voz tremeu —...me diga o que fazer.

—Clara. — Brantley sussurrou. —Baby, eu quero que você


tome um fôlego por mim.

Respirar era impossível. Não importa o quão duro eu tente, o


meu corpo não vai cooperar. Pulmões congelados, eu estava
sufocando sob o peso das memórias que arreganham por baixo em
mim.

Meus dedos formigavam, minhas pernas ficaram dormentes.

O pânico e o medo estavam me puxando para baixo, para baixo


para a escuridão de onde eles surgiram. Tão forte quanto eu tentei
estar, meus joelhos estavam perto de dobrar. Em pouco tempo eu
cederia, e vergonha, junto com nojo, iriam se instalar em mim.

Lute! A voz na minha cabeça continuava a gritar.

Meu rosto aquecido, e meu corpo balançava.

Brantley envolveu um braço ao redor da minha parte inferior


das costas, segurando-me no lugar.

Eu empurrei em resposta.

—Você está segura, Clara, —disse ele. —Ninguém vai te


machucar. Não um fantasma do passado e não alguém do presente.
Eu tenho você, bella dama. Por favor, baby, respire por mim. —A voz
de Brantley soou como em pânico, como eu me sentia. —Cristo, você
está assustando o inferno fora de mim. Se você não voltar para mim,
então eu vou ter que correr do outro lado da rua e buscar a Hop.
Foguete, estou implorando, por favor, não me obrigue a fazer isso.
Evan nunca vai deixar-me viver sem essa merda.

Por alguma razão estúpida, a menção de que ele e a rivalidade


de Evan me acalmou.

Tomei um pequeno suspiro.

Brantley soprou um grande em troca. —Boa menina. Agora


você pode tomar um outro por mim?

Eu fiz e como mágica, a pressão em torno de minha garganta


começou a recuar. O cheiro da colônia de Colin desapareceu e em
seu lugar veio o de Brantley. O cheiro me acalmou, me fazendo sentir
segura.

Eu me inclinei para frente, pressionando meu corpo contra ele.


—Sinto muito, —eu sussurrei, sentindo a queda de energia.

Meu pedido de desculpas era desnecessário, mas automático.

Eu poderia ser responsabilizada por um monte de coisas, como


não deixar Colin mais cedo, mas ter cicatrizes não era uma delas.
Depois de passar mais de dois anos em terapia, eu aprendi a aceitar
que, o que me aconteceu não foi culpa minha.

Eu era uma vítima não uma abusadora.

Brantley passou os dedos pelo meu cabelo molhado. —Você


não tem nenhuma razão para se desculpar. Eu sei que você já passou
por alguma merda.
Meu sorriso era instável. —Eu tenho cicatrizes, Brantley. Um
monte delas. —Ele abriu a boca para responder, mas eu continuei
falando. —Estou trabalhando para superar certas coisas, mas eu
tenho gatilhos, e se vamos passar algum tempo juntos, tanto dentro
como fora do trabalho, então você precisa entender algumas coisas.

Brantley assentiu em direção à cama. —Vem sentar-se comigo.

Ele deixou cair o braço de minha volta, pegou minha mão na


sua, e me levou para a cama.

Nós nos sentamos lado a lado no colchão macio.

—Eu estou ouvindo quando estiver pronta. —disse ele,


esfregando o polegar ao longo das costas da minha mão.

O movimento era doce. Reconfortante.

—Eu nem sei por onde começar.

—Tente começar do início.

—Ok. —Eu respirei fundo. —Eu cresci em um orfanato. Minha


mãe me abandonou no nascimento e fui direto para o sistema. Eu fui
colocada para adoção pelo Estado, mas ninguém nunca me escolheu.
Uma das minhas mães adotivas me disse que era porque eu era uma
menina com cabelo vermelho e sardas.

Brantley ficou tenso, mas permaneceu silencioso.

Ainda assim, eu não perdi a raiva que tomou conta de seu rosto.

—Eu cresci odiando-me por causa disso. Agi muito fora quando
eu cheguei na minha adolescência. Eu me rebelei em cada turno.
Faltar à escola e esgueirar-me com os meninos com quem eu não
deveria gastar meu tempo, foram apenas duas das coisas estúpidas
que eu fiz. Por causa do meu comportamento, eu fui transferida de
uma casa de acolhimento para a próxima. Ninguém me tolerado por
muito tempo.

E a verdade ainda dói...

—Quando fiz dezessete anos, fui enviada para um lar de


meninas perto da maioridade. —Fiz uma pausa. —É aí que as coisas
tomaram um rumo para o pior.

A mandíbula de Brantley assinou. —Continue falando, bella


dama. Estou ouvindo.

—Havia esta assistente social que vivia no local. O nome dela


era Casey. —Meu estômago se agitou. —Ela era uma das amigas de
Colin.

Incapaz de suportar a sensação de ser tocada por mais tempo,


eu puxei minha mão da dele. Ele ainda ficou, me dando o espaço que
eu precisava.

—A primeira vez que o vi, pensei que ele era o cara mais bonito
que eu já tinha visto. —Era a verdade. Meu marido pode ter ido
tarde, que ele apodreça no inferno, e tinha um monte de defeitos,
mas sua aparência não era um deles. —Ambos os meus meninos são
parecidos com ele.

Eu estava com a necessidade de me mover, parei.

Andando para lá e para cá, eu continuei: —Ele teve um


interesse em mim imediatamente. Ele nem sequer olhou para as
outras meninas. —Pressão construiu em meu peito enquanto meu
pânico lutou para retornar. —Em pouco tempo, ele estava me
levando para fora em datas comemorativas e gastando cada chance
que ele podia comigo. Era tudo parte do seu plano, o seu jogo. Até o
momento que eu completei dezoito anos e fui lançada a partir do
orfanato, eu estava de cabeça para baixo no amor com ele.

Eu era tão malditamente idiota.

—Então, quando ele me pediu para morar com ele, eu não


hesitei. Não só eu o amava, mas eu não tinha outro lugar para ir. O
terapeuta que vejo agora diz que Colin sabia dessas coisas. É por isso
que ele me escolheu. Minha vulnerabilidade, junto com o meu
desespero, fez-me o alvo perfeito ... A vítima perfeita.

Parei de andar e enfrentei Brantley.

—Eu preciso que você entenda que ele nunca me machucou até
que nos casamos. Se ele tivesse, eu não teria me casado com ele. —
Meu peito apertou, lembrando daquele dia. —Mas no momento em
que ele passou o anel no meu dedo, ele mudou. O homem que ele
era, ou pelo menos o homem que eu pensei que ele fosse, tinha
desaparecido e um monstro tomou o seu lugar.

Lutando por calma, Brantley cerrou os punhos.

—A nossa noite de núpcias foi a primeira vez que ele me


machucou. Depois disso, aconteceu quase todos os dias. Ele nem
sempre me bateu de tirar sangue, mas não havia quase um dia que
passasse em que ele não me batesse, empurrasse, ou prejudicasse
de alguma forma.
Brantley levantou-se e atravessou a sala, dando-me as costas.
Com os punhos das mãos apoiados nos quadris, ele baixou a cabeça
para a frente e olhou para o chão, lutando pelo controle. – Clara. —
disse ele, sua voz gutural. —Em sua noite de núpcias. —Ele tomou
um fôlego profundo —como ele a machucou?

Meu lábio inferior tremeu.

Quando eu não respondi, Brantley virou. Lentamente.

Nossos olhos se encontraram.

—Diga-me, Foguete. O que aquele filho da puta fez?

Minha força vacilou.

Naquele momento, tudo que eu queria fazer era fugir e evitar a


feia verdade de quem eu era e o que eu tinha passado. Mas eu não
podia. A vergonha e desgosto que era a essência do meu ser não
permitiria isso.

Com um olhar, Brantley veria as manchas que marcaram a


minha alma junto com as cicatrizes que cobriam meu coração
esfarrapado. Ambos brilhavam como um farol na escuridão da noite,
revelando como danificada eu era.

Sabendo que eu não podia esconder, eu decidi contar a verdade


hedionda.

Endireitando a coluna, eu tentei o meu melhor para ser forte.


Recusei-me a encolher, e eu me recusei a nadar na autodúvida que
me forçava para baixo como um peso de mil libras. Ser vítima não
me define, mas ser um sobrevivente com certeza faz.
Fique em pé. Ombros para trás. Nada tema.

—Ele me batia. —Respondi, a minha inabalável voz.

Brantley olhou em segundos de explodir, mas isso não me


impediu. Ele queria saber minhas verdades. Bem, ele estava prestes
a obtê-las.

—Não houve nenhuma explicação do porquê. Ele fez isso


porque ele queria. Ele gostava de me machucar e me ver chorar,
mas, acima de tudo, ele gostava de me ouvir implorar. De acordo
com o meu terapeuta, ele era um verdadeiro sádico.

—CLARA —Brantley começou.

—Naquela noite, —eu o interrompi, —ele quebrou minha


clavícula, fraturei meu pulso. Ele quebrou meu nariz e enegreceu
meu olho direito. —Antes que eu pudesse me parar, eu empurrei
para frente, deixando as palavras que ferem pensar, muito menos
falar, rolar para fora a minha língua. —Quando ele acabou de me
bater, eu já não possuía a força para lutar de volta. Foi quando ele
pegou o que eu não dei livremente.

O rosto de Brantley avermelhou quando o significado das


minhas palavras se instalou.

—Ele estuprou você? —Ele olhou a meio segundo de distância


de bater com o tremendo punho na parede mais próxima, enquanto
esperava eu responder.

—Sim. —Respondi. —Mais de uma vez.

Silêncio, grosso e pesado, pendurou entre nós.


Desenhando no último da minha coragem diminuindo, me movi
para frente, fechando o espaço entre nós. Em pé, de igual para igual,
eu olhei para ele com minhas emoções, cruas como eram,
estampadas no meu rosto. —Agora que você sabe um pouco da
verdade sobre mim, eu entendo se você não quer que eu seja a babá
de Bella mais.

Ele agora vê a sujeira me contaminando, eu disse a mim mesma.

—Vai matar-me perdê-la, especialmente desde que eu só tenho


ela, mas eu percebo que eu sou todos os tipos de bagunça. Os
ataques de pânico, a ansiedade... —Eu cerrei meus olhos e balancei
a cabeça. —Eu luto forte para lidar com eles, mas às vezes é uma
batalha perdida. Eu fiz uma tonelada de progresso, mas é fácil para
mim deslizar para trás e perder meu foco. Eu tento muito...

—Posso tocar em você?

Meus olhos se abriram. Confusão se instalou. —O quê?

—Eu quero tocar em você, mas eu não quero fazer você se


sentir desconfortável, ou fazer você ficar chateada de novo. —disse
ele, abrindo e fechando os punhos.

As paredes que cercam meu coração racharam com suas


palavras. —Toque-me, —eu respondi, minha voz quase inaudível. –
Está tudo bem.

Brantley não hesitou.

Colocou um de seus braços em volta da minha cintura enquanto


o outro deslizou ao redor dos meus ombros.

Ele me puxou para perto, pressionando nossos corpos juntos.


Queixo apoiado em cima da minha cabeça, ele sussurrou, —
Você não é uma confusão, bella dama. Você passou por um monte de
merda e tem as cicatrizes para provar isso. Mas mesmo o inferno
que passou? Eles não provam absolutamente nada, exceto que você
sobreviveu.

—Brantley...

—Quanto a você não ser a babá de Bella. —disse ele,


segurando-me mais apertado. —Eu não quero ninguém além de
você para cuidar da minha menina. Se você quiser ir embora, então
eu não poderei pará-la, mas eu vou ser amaldiçoado se eu a
empurrar para fora da porta.

—Eu não estou indo embora. —Mordi o lábio inferior. —Eu


amo Bella. Tenho feito desde o primeiro momento que a conheci. —
Brantley congelou, seus músculos ficaram rígidos. —E eu nunca vou
parar.

—Isso aí... —respondeu ele, seus dedos tensos cavando minha


pele —...é exatamente por isso que não quero ninguém além de você
para mantê-la.

Alívio me inundou.

Precisando ver seu rosto, inclinei a cabeça para trás e olhei para
ele. —Posso te perguntar uma coisa? —Ele assentiu. —O que você
vê quando você olha para mim?

O silêncio reinou quando seus olhos procuraram os meus.

Então, —eu vejo a mulher mais linda que eu já coloquei os


olhos, junto com uma mãe incrível e uma amiga leal. —Eu não me
movi, não falei. —Eu também vejo uma lutadora, alguém que teve o
convés empilhado contra ela desde o início, mas ainda saiu por cima.

Ele mergulhou seu rosto mais perto. Nossos narizes quase se


tocaram.

Lábios pairando sobre os meus, ele deslizou suas mãos no meu


cabelo e sussurrou: —Mas o mais importante, eu vejo a mulher que
eu tenho certeza que está a apenas um beijo de distância de possuir
meu coração.

Todo o ar deixou meus pulmões em um sussurro rápido.

Assim como eu tinha feito na garagem de vovó, eu peguei a


abertura que me foi entregue.

—Brantley... —Eu cavei meus dedos em seu tríceps. —...me


beije.

—Seu desejo é uma ordem, linda.

Foi a última coisa que ele disse antes de pressionar seus lábios
nos meus.
BRANTLEY
EU ESTAVA DEITADO do meu lado no chão.

Bella estava pressionada contra mim, com o rosto enterrado no


meu peito. Próximo a ela estava Declan, e ao lado dele estava Liam,
que estava embrulhado nos braços de Clara. Uma pilha de
cobertores cobria o chão abaixo de nós.

Todos, menos eu, ainda estavam dormindo.

Eu não tinha dormido uma única maldita piscadela toda a noite.

Minha mente corria a louca da porra da conversa que Clara e eu


tivemos na noite anterior, não me permitindo relaxar. Vendo seu
pânico e ouvi-la confessar algumas-mas-nem-todas as coisas que
Colin tinha feito para ela... Eu não podia sequer pensar sobre isso
sem ter um ataque de fúria.

Ele bateu nela.

Ele estuprou.

Ele, porra, quebrou ela.

Se ele não estivesse morto, eu o mataria eu mesmo.

Nenhuma mulher merecia viver através do inferno que Clara


tinha vivido, mas sabendo que tinha sido ela, minha dama bella, que
tinha sofrido nas mãos de um monstro, fez mal ao meu estômago.

Sentindo-me fora de controle, eu não queria nada mais do que


enfiar a mão através da parede mais próxima. Mas eu não podia
fazer isso. Não importa o quão chateado eu esteja, eu não podia
deixar meu temperamento obter o melhor de mim na frente da Clara
e das crianças.

Vendo-me em um ataque de fúria seria aterrorizá-los.

Essa é a última coisa que eu queria.

—Brantley, —Clara sussurrou, puxando-me da turbulência que


girava dentro de mim como um furacão. —Há quanto tempo você
está acordado?

Eu encontrei o seu olhar.

Seus olhos estavam pesados de sono, seu cabelo era uma


bagunça emaranhada de cachos vermelhos, o lado do rosto estava
marcado do travesseiro que tinha dormido. No entanto, eu nunca
tinha visto uma mulher mais bonita na minha vida.

—Apenas alguns minutos, —eu menti. Alcançando em todas as


três crianças, eu acariciei seu queixo com a minha junta dos dedos.
Ela fechou os olhos e exalou. —Você tem alguma ideia de como você
é linda?

Um pequeno sorriso enfeitou seus lábios.

—Coloque seus óculos, menino bonito. Você precisa deles.

—O inferno que você diz. Além de Bella, eu nunca acordei ao


lado de uma menina mais bonita.

Deslizando os braços em torno de Liam, ela virou-se para as


costas e esfregou os olhos com as palmas das mãos. Minha mão caiu
para o peito de Liam. Sentindo seu coração bater em meus dedos
acalmou um pouco da raiva que me possuía. —Quer saber um
segredo?

—Sim, querida, —eu respondi, —eu faço.

Clara virou a cabeça, dando-me uma visão clara de seu rosto


novamente.

A visão dela roubou o meu fôlego.

—Eu não esperava que você fosse assim.

Suas palavras me fizeram parar. —O que você quer dizer?

—Eu costumava pensar que você era um idiota arrogante. Pelo


menos é isso que eu disse a mim mesma hora após hora. Foi como
eu ergui paredes. Toda vez que você flertou comigo quando você
estava visitando Evan e Hop, eu ignorei meus sentimentos, e me
convenci de que você estava apenas tentando entrar em minha
calça.

—CLARA. —Eu comecei.

—O dia em que chegamos aqui. —Ela interrompeu, —Eu repeti


o mantra em minha cabeça. É tão estúpido, mas eu pensei que se eu
pudesse me convencer de que você olhou para mim como apenas
mais uma conquista. —Ela olhou para as crianças. —Que eu poderia
guardar meu coração de você.

—Eu não vou mentir e dizer que eu não tenha pensado nisso,
porque eu pensei. Minha ex-mulher foi o meu primeiro
relacionamento real. As mulheres que vieram antes dela são um mar
de rostos sem nome. Mas depois que me casei com Chastity, eu juro
que nunca a trai. Eu fui fiel a ela, cadela que ela é, até o fim.
—Eu acredito em você. —Ela sussurrou. —Eu só não sei o que
você quer de mim.

Minha resposta foi simples. —O que eu quero é você e os


rapazes.

Seu rosto permaneceu impassível, os olhos desconfiados. —


Mesmo depois de tudo o que eu disse a você na noite passada?

Eu levantei minha mão do peito de Liam e segurei seu queixo,


forçando o seu olhar para ficar trancado com o meu. —Seu passado
não define você. A única coisa para o que eu dou a mínima, é como
você está agora. Suas cicatrizes não me incomodam. —Eu disse,
reiterando o que eu tinha dito a ela na noite passada. —Eu sei que
você tem problemas e gatilhos, mas eu sou um homem paciente. Eu
já lhe disse isso, mas eu vou dizer de novo... Eu não vou machucá-la,
e eu não vou permitir que ninguém mais te machuque. Você está
segura comigo. Sei que você não está pronta para o que eu quero
dar-lhe, mas, baby, isso não é a porra da questão. Eu não vou
empurrá-la para qualquer coisa. Eu vou esperar. Juro por Deus,
Clara, eu não vou a lugar nenhum.

Eu não iria.

Eu passei nove meses com a minha cabeça empurrada na minha


bunda onde Clara estava preocupada. Eu estava decidido
oficialmente. Decidido de lutar por meus sentimentos, de usar a
minha desconfiança para as mulheres como uma razão para não
perseguir a própria coisa que eu queria mais do que qualquer coisa
... Ela.
—Além disso, olhe para mim. Eu não sou perfeito. Eu tenho
meus próprios problemas.

—Sim? —Ela perguntou, com os olhos marejados. —Como o


quê?

—Como uma ex-mulher psicopata que é uma dor constante na


minha bunda.

Clara entrelaçou meus dedos com os dela. —Conte-me sobre


ela.

Foda-me, eu pensei.

Este não era um assunto que eu queria abordar com ela.

—Você quer a versão completa?

Clara deu de ombros. —Eu quero tudo o que você vai me dar.

—Tudo bem. Acho que vou começar do começo. —Respondi,


limpando a garganta. —Eu era um sênior na Vanderbilt quando
conheci Chastity em uma festa da fraternidade. Nós nos
encontramos algumas vezes, mas não foi muito antes de ela
empurrar para mais. Era besteira, porque eu lhe disse no início que
o sexo era tudo o que sempre seria entre nós. Eu estava me mudando
para fora do estado no ano seguinte para ir para a faculdade de
direito da Universidade de Duke. A última coisa que eu queria, ou
precisava, era uma namorada.

Minha pressão arterial subiu.

—Alguns meses depois que começamos a sair ela apareceu no


meu apartamento chorando. Disse que estava grávida. No início, eu
pensei que ela estava cheia de merda, porque eu tinha usado um
preservativo cada vez que eu tinha estado com ela. Eu sei que eles
não são infalíveis, mas eu tive uma sensação ruim.

A mão de Clara apertou a minha firme. A sensação de sua pele


quente contra a minha me confortou, diminuindo a raiva e
hostilidade que fervia em minhas veias.

—Porque eu não confiava nela, eu a fiz fazer um teste de


gravidez na minha frente. Três minutos e duas linhas rosas depois,
minha vida mudou para sempre. —Corri meus dedos através cachos
da minha menina. —Eu queria Bella desde o início. Chastity sabia
disso, e ela usou isso contra mim.

—Como?

—Ameaçando fazer um aborto cada vez que eu não me


dobrasse a sua vontade.

Um olhar de nojo atravessou o rosto de Clara. —Isso foi


doentio.

—Foi, mas vindo de uma mulher que admitiu abrir buracos em


todos os preservativos que eu mantinha em minha mesa de
cabeceira, o que você espera?

—Ela malditamente fez isso?

Eu balancei a cabeça. —E isso foi apenas o começo. Quando ela


chegou longe demais para abortar Bella, ela iria ameaçar sair. Eu não
podia deixá-la fazer isso porque eu sabia que se o fizesse, eu nunca
iria ver o meu bebê. Esse foi um risco que eu não estava disposto a
tomar. Então, eu fiz o que ela exigia de mim. Eu me casei com ela. Eu
comprei uma casa. Dei-lhe o dinheiro.

—Espere, —Clara disse, confusa. —Você ainda estava na


faculdade, escola de direito, qualquer que seja. Como você poderia
comprar todas essas coisas? Sim. —Continuou, —eu estou sendo
intrometida.

Foi a minha vez de ficar confuso. —Você não sabe?

Quando ela balançou a cabeça, minha mente girou.

Ela não sabe que eu tenho dinheiro.

—Clara. —Eu disse o nome dela suavemente, —meus pais


fizeram para Evan e eu, para cada um de nós, um fundo fiduciário.
Gordo. Ganhamos o acesso a eles em nosso vigésimo primeiros
aniversário. Foi como eu paguei a faculdade de direito e como eu
comprei minha primeira casa. —Fiz um gesto para o quarto e
móveis inalterados que nos rodeava. —É como eu comprei esta casa.

A boca de Clara formou um O. – Oh. —disse ela. —Eu sabia que


você tinha dinheiro, mas você é um advogado, então eu pensei... —
A voz dela sumiu.

Eu balancei a cabeça em entendimento. —Eu tenho uma boa


vida, uma vida boa, mas Chastity não dá a mínima por eu me tornar
um advogado. Ela só estava focada em obter os seus ganchos para o
dinheiro que meus pais me deram. Era um fato que ela nunca tentou
esconder. E com a quantidade de pensão alimentícia que eu estou
pagando, ela, com maldita certeza, foi bem-sucedida.

—Como ela sabia que tinha um fundo fiduciário para começar?


—Antes do pai dela entrar na política, ele era um consultor
financeiro. Meu pai, que é um promotor imobiliário, era um de seus
clientes.

—Puta merda. Isso é apenas torcido, —Clara respondeu,


sarcástica. —Ele disse Chastity sobre o seu fundo fiduciário? Ele não
estava nisso com ela, ele estava?

Eu balancei minha cabeça. —Não, eu não acho que ele estava


nisso. Mas acho que ele correu sua boca sobre coisas confidenciais
que ele não tinha nada a falar. Não há outra maneira que ela poderia
ter descoberto. Evan e eu mantivemos nossas bocas fechadas sobre
isso. Inferno, Hop nem sabia até o ano passado.

Clara sentou-se e puxou o cabelo em um coque no alto da


cabeça. —Sinto muito, Brantley. —Sua frustração espelhou a minha
própria. —Eu nunca odiei alguém que eu não conheço, mas posso
dizer com cem por cento de honestidade que eu odeio a sua ex-
esposa. Se eu chegar a conhecê-la pessoalmente, é melhor estar
preparado para me defender em um tribunal porque eu posso
quebrar um de seus joelhos com a bengala da vovó. Depois de tudo
que ela fez para você e Bella, eu tenho um pouco de uma vontade de
enfiar o pé, três pés, para cima do seu traseiro.

Eu ri. —Eu tenho você coberta, Foguete. Não se preocupe.


Porém, é contra a ética representar a minha namorada no tribunal.
Poderia fazer a minha bunda ser expulsa.

Clara deixou cair as mãos e virou seu olhar cintilante para


encontrar os meus. —Namorada?
Eu segurei minhas mãos para cima em um gesto apaziguador.
—Estou apenas dizendo.

—Aimeudeus, Brantley. Você é igual a...

Suas palavras foram cortadas quando alguém bateu na porta da


frente.

TOC, Toc, toc.

—Quem é? —Eu gritei, irritado como o inferno.

A minha pergunta foi respondida um segundo mais tarde,


quando uma voz familiar gritou: —Não use esse tom comigo jovem.
Você pode ser bonito com uma extremidade traseira digna de uma
exposição de arte, mas ainda vou levar um remo para sua deliciosa
parte de trás. Agora levante-se e abra esta droga de porta antes de
eu arrombar a fechadura. —Houve uma breve pausa. Então, —Eu
preciso obter um galho de nogueira?

Rindo, Clara subiu para seus pés. —Eu vou buscá-la. Eu sou
melhor em lidar com a marca única de loucura da vovó do que a
maioria.

Quando ela começou a me passar, eu agarrei-lhe o pulso,


impedindo-a no meio do passo. —Baby, espere. —Eu estava de pé,
deslizei os braços ao redor de sua parte inferior das costas, e puxei-
a contra mim.

Suas mãos voaram para meus ombros.

—O que nós acabamos de falar? Eu quis dizer cada palavra,


bella dama. Você não é apenas mais uma conquista. Você, eu, nós... –
Eu paro para ênfase —...significa algo para mim, e eu espero que um
dia isso vá significar algo para você também.

De pé na ponta dos pés, ela deu um beijo suave para minha


mandíbula. —Já faz.

Com isso, ela se virou e se dirigiu para a porta.


CLARA
EU ESTAVA DE PÉ na cozinha de Brantley, segurando duas xícaras
de café fumegante, uma em cada mão. Na minha frente sentou
Shelby, que parecia que não tinha dormido uma piscadela toda a
noite. Ao lado dela estava Hop, que estava cuidando de Ryker. Os
caras, Brantley, Evan, Anthony, Felix, Keith e Pop incluído, estavam
fora no quintal com as crianças, vendo-os correr ao redor como
galinhas com suas cabeças cortadas.

Graças às panquecas de chocolate da vovó os alimentando no


café da manhã, cada um deles tinha mais energia em seu dedo
mindinho do que eu tinha em todo o meu corpo.

Falando da jararaca velha louca, eu não tinha ideia de para onde


ela desapareceu.

Depois de alimentar as crianças, e beliscar Brantley na bunda


uma vez ou duas, ela tinha desaparecido.

Ela está provavelmente passando pela gaveta de roupas íntimas


de Brantley.

—Aqui, Loirinha, —eu disse, deslizando a Shelby uma xícara de


café. —Parece que você está prestes a desmaiar.

Shelby pegou-a com as duas mãos e apertou o copo aos lábios.


Seus olhos se fecharam quando ela tomou um gole. —Obrigada,
Clara. —Ela respondeu, bocejando.

—Será que você não dormiu muito ontem à noite? —Perguntou


Hop, movendo Ryker em seu ombro. Dando tapinhas nas costas dele,
ela continuou, —é Ashley tendo pesadelos novamente? Se assim for,
posso ir...

Shelby sacudiu a cabeça. —Ashley está bem. Eu estou apenas


paranoica que Hendrix vai chamar porque Maddie está em trabalho
de parto e não vou ouvir o telefone tocar. Eu juro que eu não dormi
mais de cinco minutos malditos em um momento na noite passada.

—Querido Senhor, Loirinha. Você vive do outro lado da rua do


Pop e avó. Se Maddie entra em trabalho de parto e Hendrix não
conseguir encontrar você no telefone, você sabe que eles virão bater
na porta. —Eu disse. —Você não vai perder o nascimento de sua
sobrinha.

Minha cadela interna riu.

Shelby queria um sobrinho tão ruim, mas Hendrix estava


convencido de que o bebê era uma menina.

Shelby estreitou os olhos. —Escute, eu não me importo com o


que meu irmão mais velho diz, ele e Maddie estão tendo um menino
desta vez. Estou certa disso.

Eu ri. —Claro que você está. Hendrix tem o seu coração fixado
em ter outra garota, porém, não é?

—Ele faz. —ela respondeu. —Eu não sei por que eles decidiram
contra a descobrir o sexo. Eles não sabem que isso está me matando?
Eu sou muito impaciente para esperar nove meses para descobrir se
eu estou tendo um sobrinho ou sobrinha. Juro, os dois estão
tentando me dar um ataque cardíaco.

Hop revirou os olhos. —Você é uma rainha do drama.


—Cale-se, pequenina. —Shelby retrucou em tom de
provocação.

Hop mostrou a língua em troca.

Shelby balançou seu olhar de volta para mim. —Tudo bem, Red,
é hora do interrogatório começar. Eu esperei tempo suficiente. Diga-
me o que aconteceu na noite passada depois que papai e eu saímos.
Eu aposto que você encontrou uma mesa para se curvar, não é?

—Shelby, eu juro por Deus, eu vou arrancar um nó na...

Passos soaram no corredor, e Maddie, seguida por vovó


viraram a esquina. – Ooh! O que eu perdi? —Perguntou Maddie,
cambaleando em direção a uma cadeira na ilha. —O que fez a minha
Loirinha para fazer você querer arrancar um nó em sua parte de
trás?

Eu ignorei a pergunta.

Se eu não reconhecer, talvez elas deixem cair.

—Onde está Hendrix e Melody? —Perguntei, sabendo muito


bem que Hendrix não deixaria Maddie fora de sua vista.

Maddie fez uma careta. —Eu o bani para o quintal no minuto


em que puxei para cima. Seu cuidado constante está prestes a me
levar bananas. Você sabia que ele não me deixa nem mesmo me
levantar e urinar à noite por mim mesma? Ele diz que tem medo que
eu tropece em algo e caia no escuro. O homem age como se eu não
soubesse como ligar uma luz maldita.

Hop riu.
—Agora, —Maddie continuou, —Diga, Shelby. Preciso de
detalhes suculentos.

Meu rosto caiu.

Isso não vai acabar bem para mim.

Shelby sorriu, e eu sabia que ela estava a ponto de embaraçar o


diabo fora de mim.

—Shelby, se você abrir a boca grande Juro diante de Deus e de


tudo que é sagrado que eu nunca vou fazer café ou comprar
rosquinhas novamente para você.

Vovó arqueou uma sobrancelha. —Eu vou. Agora derrame o


feijão.

—Felizmente, —Shelby concordou, batendo palmas como uma


idiota. —Vamos apenas dizer que na noite passada Brantley ouviu
Clara falando em se debruçar sobre sua mesa e levantamento de
saias para ele. A julgar pelo olhar em seu rosto, ele ficou um pouco
animado.

Minhas bochechas avermelharam quando todas caíram na


gargalhada.

—Vá em frente, —Eu bufei. – Riam.

—Bem, —Maddie perguntou em torno de um ataque de risos.


—Dobrou-se sobre a mesa na noite passada? Se assim for, eu vou
precisar de mais detalhes.

—Eu também. —Vovó adicionou. —Melhor ainda, e se você


tirar fotos pelado do Sr. Bom de Olhar?
—Oh meu Deus, vovó, —Eu me mexia. —Você é uma
pervertida.

As mãos nos quadris, ela me deu um olhar feroz. – Quantas


malditas vezes eu tenho que dizer-lhe atrevida, que embora eu
possa ser mais velha do que a sujeira, que eu ainda não estou morta.
Eu ainda tenho algumas milhas deixadas em mim. Falando de... —
procurou no bolso do vestido, ela tirou um telefone. —...Keith e
Charlotte me deram um novo telefone. É um desses telefones
morango fantasia.

—Morangos? —Shelby perguntou, quase engasgando. —Vovó


é um iPhone da Apple. Há uma imagem de uma maçã na frente.

Vovó estreitou os olhos, examinando a parte frontal do


telefone. —Huh, você iria olhar para isso? De qualquer forma... —ela
disse, acenando com a mão em um gesto de desprezo. —Eu não sei
como funciona o maldito, mas eu consegui obter o Google. Deixe-me
perguntar a vocês isso, você já foi para o Tumblr?

Oh. Meu. Deus!

—Como você encontrou o seu caminho para Tumblr? Você quis


fotos de paus no Google?

—Claro que não. —Ela virou-se para Maddie. Dando de ombros,


ela acrescentou, —eu pesquisei fotos de pintos. E eu não estou
falando de pintos também.

Shelby riu enquanto Maddie parecia que ela iria morrer de


vergonha em segunda mão.

Hop apenas olhou ... atordoada.


—Eu ainda salvei alguns dos meus favoritos, —Vovó disse com
orgulho. —Quer ver? —Antes que alguém pudesse responder, ela
bateu longe na tela e segurou o telefone para que todas vissem. —
Este menino mau aqui é o meu favorito. Eu chamo isso de Hércules.

Juro por Deus, eu me engasguei.

Eu não tinha certeza se ria ou corria na outra direção. Não


importava embora, porque alguns segundos depois, Hendrix entrou
na cozinha.

Seu olhar pousou na tela do telefone de vovó.

Seus olhos se arregalaram.

Sua boca se contorceu em desgosto.

— Que porra é essa? —Ele gritou.

O pobre homem parecia mortificado.

—Oh, cale-se, Hendrix, —Vovó disse, colocando seu telefone de


volta no bolso. —Você age como se nunca viu um outro homem nu.
Você trabalha em uma estação de bombeiros. Sei bem, e
malditamente bem, que vocês têm grandes chuveiros abertos. —
Seus olhos se aqueceram. —O que me leva à minha próxima
pergunta, quanto eu preciso pagar-lhe para tirar uma foto do
traseiro de Kyle?

—Porra. Vou fingir que essa conversa nunca aconteceu. Além


do mais, posso perder meu café da manhã. —disse Hendrix,
voltando sua atenção para Maddie. —Os caras estão prestes a jogar
um jogo de futebol no quintal. Você vai me deixar levá-la fora,
menina bonita? Eu não quero você andando através desse concreto
quente que rodeia a piscina em nada além de chinelos. Se você cair...
—Sua voz sumiu quando ele apertou a mandíbula firme.

Um sorriso cruzou o rosto de Maddie enquanto ela estendeu os


braços para ele. —Leve-me embora, Bonito. —Quando Hendrix
pegou-a em seus braços estilo noiva eu quase desmaiei.

—Ahhh. —disse Shelby. —Olhe para o meu irmão mais velho


sendo todo doce.

Hendrix ignorou sua irmã malcriada e olhou para mim. —Você


vem, Clara? Carissa, Heidi, e Ashley estão subindo e Charlotte estava
atravessando a rua, vindo para cá. Tenho certeza de que estará lá em
um minuto.

—Estou bem atrás de você.

Hendrix se virou e saiu da cozinha, levando Maddie com ele.

Shelby, vovó, e eu, todas seguimos.


CLARA
EU ESTAVA SENTADA na piscina de Brantley.

Shelby sentou-se à minha direita, Maddie à minha esquerda. A


vovó sentou ao lado de Shelby vestindo um gigante chapéu de sol
rosa e óculos escuros roxos. A um par de pés de distância, Hop
estava sentada na ponta do trampolim, com os pés balançando na
água cristalina abaixo.

Do outro lado, Maddie e Charlotte, que tinham uma Melody


cochilando envolta em seu colo e um Ryker dormindo dobrado em
seus braços. Ao lado dela estava Ashley, Carissa e Heidi.

Bella estava mantendo-se saltando, movendo-se entre os três


últimos, enquanto Liam, Declan, e Lucca assistiam todos os caras
brigando sobre quem seria o que, em determinado time de futebol.

—Eu tenho uma notícia, —eu disse calmamente, aproveitando-


me de ter todas as meninas no mesmo lugar ao mesmo tempo. —
Realmente uma boa notícia.

—Bem, então diga, Clara ursa, —Charlotte insistiu. —Não nos


mantenha esperando.

Tomei um pequeno suspiro. —Eu tenho um novo emprego.

Maddie empurrou seus óculos de sol para o topo de sua cabeça


e voltou seu olhar para encontrar o meu. —O que? Onde?
Eu lutei contra o sorriso que ameaçou levar o meu rosto. – Por
um acaso vocês sabem que Brantley está abrindo seu próprio
escritório em Toluca?

Sacudindo a cabeça, vovó sentou-se em linha reta, os olhos


arregalados.

Engoli em torno da pedra depositada na minha garganta. —


Bem, ele está, e quando eu disse a ele sobre o material de
administração eu venho fazendo no abrigo, ele me contratou para
ser sua nova gerente de escritório. —Fiz uma pausa. —Mas isso não
é tudo. Ele também me contratou para ser a nova babá de tempo
parcial de Bella.

A boca de Maddie ficou boquiaberta. —Brantley está prestes a


ser o seu novo patrão? —Ela engasgou de indignação fingida. —Ele
está roubando você de nós?

—Não, ele não está me roubando, —eu disse, sorrindo como


uma tola. —Eu ainda vou ser capaz de trabalhar no abrigo nos fins
de semana. Só não durante a semana.

—Eu sabia que ele iria contratá-la. —disse Hop, um sorriso no


rosto. —É por isso que eu não disse nada a você sobre ele abrindo o
escritório. Eu não quero que você fique analisando coisas se ele lhe
ofereceu o trabalho. —Ela sorriu. —Eu sei como você é.

Eu não tive a chance de responder antes de Charlotte falar. —


Parabéns, ervilha doce. Tenho certeza que você vai adorar. Brantley
é um bom homem. Eu deveria saber. Eu ajudei a criá-lo —disse ela,
piscando. —E não se preocupe com os seus turnos no abrigo. Eu vou
ter certeza de obter no calendário sempre que você vê o ajuste. Eu
sei o quanto é importante para você.

Antes de se mudar para Kissler alguns meses atrás, Charlotte


tinha conseguido o golpeado abrigo de volta, das Mulheres em
Memphis, onde Hop, Evan, e Brantley tinham crescido. Aqui, ela
estava tomando a posição de gestão que foi deixada aberta quando
Maddie saiu em licença maternidade, duas semanas antes.

Eu gostava de Charlotte como uma chefe, mas eu a amava como


uma pessoa ainda mais. Como Hop, ela era doce, gentil e compassiva.

—Clara! —Bella gritou. —Você disse a todos que você está indo
ser minha nova baba?

—Eu fiz, princesa.

Ela gritou novamente e virou-se para enfrentar uma Carissa


sorrindo. —C, você ouviu isso? Clara vai ser minha nova baba! Eu
vou chegar a vê-la e os meninos todos os dias.

—Eu fiz. —Carissa respondeu, rindo. —E eu estou morrendo de


inveja.

—Ei, Clara, —disse Ashley, chamando minha atenção. —Você


sabe se Brantley está contratando alguém?

Sua pergunta me chocou.

—Eu não tenho certeza, mas eu vou perguntar. —


Normalmente, eu teria dito a ela para falar com Brantley si mesma,
mas Ashley estava aterrorizada com a maioria dos homens e por
uma boa razão, então eu sabia que teria um tempo difícil pedindo-
lhe. —Eu vou deixar você saber logo que eu descobri algo. Isso está
bem?

—Totalmente certo. —Ashley assentiu, um sorriso tímido no


rosto. —Obrigado.

—Qualquer coisa para você, linda.

O ranger do portão que levava do jardim da frente para trás


atraiu olhares de todos à esquerda da casa.

—Quem no mundo é... —Vovó iniciou apenas para tirar a boca


com a dentadura-cheia fechado quando Kyle, seguido por Ty e Chase
Jacobs apareceram.

Ty era amigo íntimo de Kyle, que era o melhor amigo de


Hendrix. Chase era o irmão mais novo de Ty. Ele era um sênior na
mesma escola que Ashley, e, aparentemente, ele era um dos
melhores jogadores de futebol que nunca saiu de Kissler County.

Ele estava indo para Charleston do Sul em uma bolsa de


estudos.

—Bebê, doce Jesus, —Vovó murmurou, olhando Kyle cima e


para baixo como se fosse um pedaço de carne. —O Hulk chegou.

A velha louca jararaca não mentiu sobre Kyle.

Cada gota de sua atenção estava voltada para Carissa.

Como sempre.

Ele deu um passo em direção a ela, mas Hendrix correu até ele,
parando-o em seu caminho. —Já é hora de você aparecer. —Os olhos
dele foi para Ty e sua mandíbula trancou. Aqueles dois tinham
história, história ruim, mas eles estavam tentando colocá-lo para
trás deles. —E aí cara?

Ty ergueu o queixo em reconhecimento, mas não disse nada.

—Hendrix! —Pop gritou a partir do final do quintal. – Vocês,


venham aqui. Nós não temos o dia todo. Alguns de nós tem que
trabalhar mais tarde.

Todos os quatro caras viraram e se dirigiram para o final do


quintal.

Depois de dar alguns passos, Chase olhou para a esquerda.


Quando seu olhar travou em Ashley, seus passos vacilaram. Um
sorriso sedutor derrubou de seus lábios para os lados. —Hey,
Ashley.

Os olhos de Shelby se estreitaram.

Uh-oh.

As bochechas de Ashley inflamaram mais vermelhas do que um


hidrante. – Hey —ela respondeu suavemente, seu olhar
mergulhando no chão.

Chase abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas Ty


empurrou seu ombro. – Deixe-a em paz. —O rosto de Chase se
torceu com raiva, mas não disse mais nada. Ele deu a Ashley um
último olhar apreciativo antes de se afastar.

—O que, em nome de Hades, foi isso? —Shelby sussurrou


assobiando baixo o suficiente para apenas eu e vovó ouvirmos. —
Você viu o jeito que ele olhou para ela? Talvez eu tenha que matá-lo.
—A arma está em minha bolsa, —Vovó respondeu, batendo no
saco cor-de-fúcsia enorme sentado em seu colo. —Eu vou lidar com
isso.

Eu apontei para onde os rapazes estavam. —A julgar pela forma


como Anthony está de cara feia para ele, ele pode bater nele sozinho.
E não se esqueça de Pop. Ele parece que está tentando descobrir o
melhor lugar para esconder um corpo.

—Carissa, —Bella gemeu, cortando a tensão que nos rodeava.


—Vamos sentar na mesa de piquenique e assistir o meu pai. —Ela
virou a cabeça, seus olhos encontraram os meus. Você vai ver o meu
pai, certo, Clara?

Eu sorri. —Claro que vou.

Carissa, junto com Heidi e Ashley se levantaram e seguiram


Bella para a mesa de piquenique ao lado de onde Liam, Declan e
Lucca sentaram na grama assistindo os caras.

Vejo-os irem, eu levanto o copo de chá que estava ao lado de


minha cadeira, só para deixá-lo cair quando Shelby bateu no meu
braço, assustando a vida da luz do dia fora de mim.

Vidro quebrado.

Gelo e chá iam para toda parte.

—Que diabos está acontecendo com você?

Não afetada por meu tom irritado, Shelby apontou para os


caras. —Veja.
Virei a cabeça bem a tempo de ver Brantley colocando sua
camisa por trás de seu pescoço e arrancando sobre sua cabeça.

Minha boca secou.

Meus pulmões ficaram apreensivos.

Eu o vi sem camisa antes, mas a visão de seus peitorais


musculosos e abdômen rasgados ainda me deixou fora de ordem.

Um segundo depois, Anthony, juntamente com Kyle, Ty, e Pop


seguiram o exemplo, rasgando suas camisas fora e as descartando
no chão.

Pele x camisas... Eu acho que eu gosto deste jogo.

—Abdomens —disse Shelby, os olhos arregalados. –


ABDOMENS em todos os lugares.

Se eu não tivesse estado tão ocupada babando, eu teria rido.

—Meu Deus, —Vovó disse, o queixo quase batendo no chão. —


Eu tive um acidente vascular cerebral? Porque estou certa de que eu
morri e fui para o céu.

Boca ainda escancarada, ela puxou o telefone do bolso.

Levantando-o na frente de seu rosto, ela estalou um pic após o


outro.

Maddie e Charlotte explodiram em um ataque de risos em suas


palhaçadas. A Hop, que Deus abençoe seu coração, apenas olhou
para ela como se ela fosse louca.
Vovó moveu a mão, apontando a câmera do telefone em
Brantley. O movimento fez minha calcinha torcer. —Oh não, você
não... —eu disse, de pé. —Você não pode tirar fotos pervertidas dele.

Possessividade irracional me consumiu.

—Por que diabos não? —Perguntou ela, com um sorriso de


comedor de merda no rosto.

—Porque... —Eu me movi e Shelby entrou na frente dela,


bloqueando sua visão. —Você simplesmente não pode. —Eu cruzei
os braços sobre o peito e levantei meu quadril para o lado. —Eu sou
a única que tem permissão para se embasbacar com ele.

Dizer essas palavras fez coisas engraçadas no meu coração.

Não querendo explorar os sentimentos insanos dedilhando em


minhas veias ou as palavras irritadas que fluíam de meus lábios, eu
virei dando um olhar surpresa e minhas costas para vovó.

Meus olhos se encontraram com os de Hope. —Eu disse a você,


—ela disse, tamborilando os dedos em cima da mesa. —Eu lhe disse
que você estava em apuros. Você agiu como se eu fosse louca, mas
olhe para você agora. —Ela sorriu de orelha-a-orelha. —Poderia
muito bem admitir isso, melhor amiga. Seu coração está se
apaixonando rápido. Confie em mim, eu entendo. É a maldição dos
homens Morgan.

Maldição ou não, eu não me incomodei em discutir.

Não havia nenhum ponto, porque as palavras que ela falou


eram verdadeiras.
Eu estava me apaixonando, e caramba, se eu não estava me
apaixonando rápido.

Eu só esperava que Brantley não quebrasse o que restava do


meu coração.
BRANTLEY

E U ESTAVA perto de perdê-los.

Com a mandíbula apertada, eu estava na minha garagem,


minhas costas encostaram no pedaço de merda do SUV de Clara. O
motor estava funcionando, e a porta do motorista estava aberta. Ao
lado dele estava a minha menina e ao lado dela estava seus meninos
e Bella.

Os três primeiros estavam a momentos de partir e eu não


estava lidando bem com isso.

Eles estavam do meu lado desde o momento em que Isabella e


eu chegamos a Kissler, e eu não estava pronto para eles irem. Só de
pensar sobre eles subindo em seu carro e dirigindo de volta por toda
a cidade para o apartamento degradado que chamavam casa, fez
meu intestino torcer em nós. Eu odiava isso, mas depois de chegar
com uma centena de razões para que eles ficassem, Clara era o
inferno em dobro para ir para casa.

A primeira vez que eu mencionei para eles passarem mais uma


noite, ela me disse que não, porque os meninos tinham escola no dia
seguinte. A segunda vez que eu perguntei, ela cavou em seus
calcanhares ainda mais profundos e ameaçou me acertar o joelho
nas bolas se eu continuasse tentando-a.

Minha menina estava firme em sua decisão, mas isso não


significava que eu não poderia tentar dobrar ela uma última vez. –
Clara... —eu disse, apontando para o meu alpendre coberto. —
...Venha falar comigo por um minuto, bonita.
Eu precisava dela fora do tiro do ouvido das crianças, para que
eu pudesse defender minha causa.

Alcançando dentro de seu carro, ela desligou a ignição.

Ela usava um olhar compreensivo no rosto lindo quando ela me


seguiu até a varanda. Quando paramos os passos, eu me virei, dando
as crianças a minhas costas. Todos os três eram inteligentes como o
inferno e avançados para as suas idades. Não teria me surpreendido
se um deles tentasse ler meus lábios enquanto eu perguntava, não,
implorava a minha menina para ficar.

Olhos fechados sobre Clara, eu sussurrei, —Você está me


matando, bella dama.

Seus olhos procuraram meu rosto antes que ela pressionou o


dorso da mão na minha testa. —Você está bem para mim, —disse
ela, com um sorriso espertinho jogando em seus lábios. —Você não
tem sequer uma febre. Portanto, eu duvido que você vá morrer tão
cedo.

Eu ri. Levantando minha mão, eu deslizei meu polegar ao longo


de sua mandíbula em uma carícia suave que fazia seus olhos
deslizarem fechados. Ao longo dos últimos dois dias, eu aprendi o
quanto ela adorava ter seu rosto, pescoço e cabelo tocado.

Eu pretendia fazer todos os três quando eu fizesse amor com


ela pela primeira vez.

—Fique. —Eu disse em um apelo simples.

—Eu não posso. —Ela disparou de volta.

—Você pode... —eu argumentei. —O que está impedindo você?


Seus olhos se abriram; ela soltou um pequeno suspiro. —Todas
as três crianças têm escola amanhã, e é o primeiro dia de Bella. Ela
precisa de todo o sono que ela pode ter.

—Eu vou ter certeza que ela esteja na cama na hora certa. Isso
não é uma questão.

Clara apertou um único dedo nos meus lábios, silenciando-me.


—Eu quero ficar... —ela sussurrou, fazendo uma esperança
incendiar no meu peito. —Mas eu não posso.

A mesma esperança imediatamente morreu.

—Brantley, não temos estado separados por mais de cinco


minutos desde que você chegou aqui. Você não acha que é um pouco,
bem, louco?

—Não. —Minha resposta foi rápida. —Eu não acho.

—Como você não acha?

—Simples, —eu respondi, encolhendo os ombros. – Eu quero


passar mais tempo com você, por isso estou pedindo. Não há nada
insano sobre isso. —Sua expressão permaneceu incerta. —Eu sei
que você acha que isso... —Eu gesticulo entre nós – ...está sendo
rápido, mas Clara, isso não apenas começou quando eu mudei para
a cidade. Essa coisa entre nós tem vindo a aumentar nos últimos
nove meses. Nós nunca tivemos a oportunidade de agir sobre isso
até agora.

Uma emoção que eu não podia ler brilhou em seus olhos,


fazendo o cabelo na parte de trás do meu pescoço ficar em pé. —Fale
comigo, Foguete. O que há de errado?
Seus lábios se apertaram em uma linha reta, ela balançou a
cabeça. —Você não sabe como isso é difícil... —A voz dela sumiu
enquanto ela lutava contra quais quer demônios zombando dela em
sua cabeça. —Você está certo, isto tem vindo a aumentar nos
últimos nove meses. Eu trabalhei tão duro para mantê-lo no
comprimento do braço, mas agora que você está na minha frente,
tudo o que eu quero fazer é pega-lo e nunca o deixar ir.

Suas palavras foram preenchidas com uma honestidade crua.

E fez o meu peito maldito doer.

—Então, me pegue. —Eu respondi, dando um passo mais perto.


—Eu estou bem aqui. Tudo que você tem a fazer é dizer que você me
quer, que você nos quer. Apenas me diga que você terá.

Ela balançou a cabeça. —Você não entende.

—Então me faça entender. Fale comigo. Eu disse que não vou


empurrá-la em algo que você não está pronta, e eu não vou. Eu te dei
minha palavra, e isso significa algo para mim.

—Você me assusta, —ela admitiu em uma confissão rápida que


me atingiu com a força de um trem de carga. Tão compreensível
como era, seu medo ainda me eviscerava. —Eu sei que você não vai
me machucar fisicamente... —ela rapidamente acrescentou: —...mas
você pode me quebrar de uma forma que Colin nunca o fez.

Cerrando os punhos, ela exalou duramente suas narinas. —E eu


odeio admitir isso. Eu odeio isso. Mas você quer saber a verdade por
isso está aqui. Eu quero ficar com você, e eu quero dar... estar com
você em um tiro, mas Brantley, estou tentando tão difícil não me
apaixonar por você que isso está fazendo minha cabeça girar.
—Por quê?

—Porque o que?

—Por que você está tentando não se apaixonar por mim?

—Porque... —ela sussurrou, lágrimas enchendo seus olhos. —


Estou com medo do que vai acontecer se você decidir que não quer
mais manter o meu coração, aquele que você está pensando em
roubar do meu peito. —Seus olhos foram para a calçada onde as
crianças estavam.

A primeira lágrima caiu.

Em seguida, a segunda.

—E se as coisas acabarem mal entre nós, se acabarmos odiando


um ao outro, eu não posso suportar a ideia de perder Bella. Eu
apenas... – Seu corpo balançou do soluço que ela estava tentando
conter. —...Eu não posso lidar com isso. Se você levá-la embora, se
você não me deixar ou os rapazes vê-la...

—Eu nunca vou... —eu disse, interrompendo-a, —...levar Bella


para longe de você ou dos meninos. Eu fiz minha cota de erros no
passado, onde Chastity está em causa, mas não vou destruir a minha
filha por tirar as pessoas que ela ama. —Eu enxugo as lágrimas com
as palmas das minhas mãos. —E eu não vou destruí-la ou os
meninos dessa maneira também. Eu sei o que perder Bella seria
para eles, Declan especialmente. Eu não sou um monstro, Clara.

Eu não sou Colin.

—Eu sei que você não é. —disse ela, olhando para o chão. —Eu
sempre soube disso.
—Como?

Sua cabeça se levantou. —Como eu sei que você não é um


monstro?

Eu balancei a cabeça.

Seu olhar passou rapidamente de volta para as crianças mais


uma vez. —Porque monstros não olham para outras pessoas com
amor em seus olhos. Eles não têm essa capacidade. Colin, ele nunca...
—Ela hesitou. —Ele nunca olhou para os meninos ou para mim da
maneira que você olha para Bella.

Envolvendo um único braço em torno de sua parte inferior das


costas, eu a puxei para perto. Eu queria abraçá-la totalmente,
selando seu corpo contra o meu, mas eu não podia. Eu não tinha
intenção de esconder o que estava acontecendo entre nós, mas eu
não quero confundir as crianças.

Eles eram a prioridade número um.

—Lembra que você disse que está com medo de se apaixonar


por mim?

Com as sobrancelhas franzidas, Clara olhou para mim com os


olhos confusos e assentiu.

—Ouça-me quando eu digo isso de se apaixonar, bonita. Eu vou


estar com você. —Meus dedos acariciaram seu quadril, onde minha
mão descansava. —Confie em mim.

—Eu confio em você. —Seu lábio inferior tremeu. —E é por isso


que eu estou me apaixonando.
E SSA FOI A hora de dizer adeus.

Clara ajoelhou na minha calçada de concreto, os braços em


volta da cintura de Bella. —Eu vou sentir sua falta esta noite, Bella
Boo. —disse ela, reprimindo a emoção consumindo-a. —Mas eu
estou tão animada para buscá-la na escola amanhã. Eu tenho tanta
coisa planejada para nós fazermos uma vez que chegarmos em casa.

O queixo de Bella vacilou. —Prometa que você vai me pegar?

A insegurança da minha menina se mostrou brilhante a clara.

E quebrou meu coração.

Sorrindo, Clara passou as mãos pelos cachos de Bella. —Eu


faço.

Bella levantou um dedo. – Promessa de mindinho?

Clara envolveu seu dedo ao redor de Bella. —É uma promessa


de mindinho, princesa.

Abraçando apertado minha pequena menina, Clara deu um


beijo em sua bochecha. —Chame-me antes de ir para a cama, de
modo que os meninos e eu possamos dizer-lhe boa noite, ok?

Bella acenou com a cabeça. —OK.

Clara se levantou e deu um passo para atrás.

Declan deu um passo adiante, uma carranca estragando seu


rosto. —Vejo você amanhã, menina princesa, —ele sussurrou um
segundo antes de Bella lançar-se contra ele, quase derrubando-o
para trás.

—Eu vou sentir tanto a sua falta, Dec.

Bella abraçou Declan tempo suficiente para virar e bater-se em


Liam. De olhos arregalados, ele tropeçou antes de corrigir-se. —Por
ser tão pequena com certeza ela é forte. —disse ele.

Essa era a maior verdade maldita se eu já ouvi. —Ela é.

—Eu vou sentir sua falta também, Liam, —Bella disse, olhando
para ele. —Mas eu vou vê-lo amanhã.

Envolvendo uma mecha de cabelo de Clara em volta do meu


dedo, eu dei-lhe um puxão suave. —Eu recebo um abraço de
despedida, Foguete?

Ela sorriu, e eu sabia que ela estava prestes a lançar um


punhado de palavras atrevidas para mim. —Claro, mas vai custar-
lhe.

—Oh sim? Que tal eu te comprar tacos para o café da manhã? É


pagamento suficiente?

Seus olhos brilharam. —Combinado.

Atirando-se para mim muito como Bella tinha feito com os


meninos, ela colocou os braços em volta da minha cintura e
encostou a cabeça no meu peito.

Mergulhei minha cabeça e dei um beijo no alto da sua cabeça.


—Eu quero que você me ligue assim que chegar em casa, bella dama.
Ela assentiu com a cabeça contra mim antes de puxar para trás
e olhar para cima. —Eu vou.

Recuando, ela deslizou uma junta pela bochecha de Bella e fez


um gesto para os meninos entrarem no carro. —Tudo bem, meus
pequenos delinquentes. É hora de ir.

Os rapazes subiram no banco de trás do SUV e afivelaram o


cinto de segurança enquanto Clara saltou no assento do motorista e
fechou a porta. —Aperte o cinto de segurança, Clara, —eu disse,
minha voz severa. —Nem sequer brinque assim.

Com um rolar de seus olhos, ela fez como eu disse. —Eu estava
colocando, Senhor Mandão de calças.

Vou mostrar-lhe o mandão, eu respondi mentalmente.

Dando a Bella e eu um último aceno, ela colocou o carro em


marcha ré e recuou até a calçada. Uma vez na rua, ela se moveu na
frente e desceu a janela do lado do passageiro. —Tchau, Bella Boo!
—Ela gritou. —Te amo princesa!

—Eu também! —Declan gritou.

—Comigo três! —Acrescentou Liam.

Eu só poderia descrever a expressão que surgiu no rosto da


minha menina como mágica. Jogando seu braço no ar, ela acenou tão
rápido a mão que parecia se confundir. —Amo vocês também!

Os olhos de Clara encontraram os meus enquanto ela levantou


a mão e me jogou um beijo. – Tchau menino bonito. Vejo você na
parte da manhã.
Vestindo um sorriso no rosto, ela partiu, levando parte do meu
coração com ela.
CLARA
ESTÁVAMOS ATRASADOS.

Graças ao meu pedaço de merda de despertador decidir não


tocar, eu estava indo atrasada deixar os meninos na escola e
começar a trabalhar. No meu primeiro dia maldito.

Adorável, eu pensei. Simplesmente adorável.

—Meninos! —Eu gritei alto o suficiente para acordar os


mortos. —Vamos! Vamos nos atrasar!

Passos soaram e um segundo depois aparecem os meus


rapazes. Nem tinham penteado os cabelos e Declan estava usando
meias desiguais.

Eu amassei meu nariz. —Vocês dois escovaram os dentes?

Ambos assentiram.

—Vocês colocaram cuecas limpas?

Novamente, ambos assentiram.

Dei de ombros. —Bom o suficiente para mim. Venham, vamos.

Abrindo a porta do apartamento, eu enxoto os meninos para


fora. Eles saem correndo para o meu SUV que estava estacionado
quarenta pés afastado no fim do corredor aberto. —Fiquem na
frente do carro, rapazes, —eu gritei atrás deles. —Não se atrevam a
pisar um único pé fora da calçada!
Chave na mão, eu me virei para trancar a porta atrás de mim.

Eu tinha acabado de trancar a trava quando uma mão de couro


agarrou meu bíceps.

Eu congelo.

—Bem, bem, bem, —disse uma voz familiar. —Se não é a


delícia.

Rangendo os dentes, eu puxei a minha chave fora da lingueta e


posicionei-a entre dois dedos, preparada para enfiar a ponta do
metal no globo ocular ensanguentado do Dickie se a necessidade
surgisse.

—Tira a sua mão suja de cima de mim, —eu assobiei, puxando


meu braço para fora do seu domínio.

Virei-me e recuei, colocando distância entre nós.

—Não se atreva a colocar suas mãos nojentas em mim


novamente, Dickie.

O bastardo com cara de rato zombou de mim. —Onde está seu


namorado? —Ele perguntou, desdém alinhando sua voz.

Meu rosto apagou, e Dickie riu.

—Não pareça tão atordoada, Clara. Eu sei tudo o que se passa


em torno deste complexo. Eu o vi chegando e indo do seu
apartamento neste fim de semana. Também vi o extravagante Range
Rover preto que ele dirige. Isso só pode significar uma coisa. —Ele
chupou os dentes da frente e passou a língua sobre seu seco,
descascado lábio inferior. – Parece que só abre as pernas para
homens com dinheiro. Você é uma prostituta de alta classe, você não
é, delícia?

Suas palavras me irritaram.

—Dickie, faça-me um favor, vá se foder. —Certo ou errado, as


palavras, vis simples como elas podem ser, fizeram eu me sentir
poderosa. Uma vez eu teria me escondido de qualquer homem,
mesmo um fraco como Dickie.

Felizmente, esse não era o caso.

Estourando a tampa de remoção fácil da pequena lata de gás de


pimenta que eu mantinha ligada ao meu chaveiro, eu deslizei meu
dedo sobre o gatilho quando o rosto Dickie torceu em fúria. – Sua
boceta de merda. Você vai...

—Existe algum um problema aqui? —Uma voz sensual que eu


nunca tinha ouvido antes, disse atrás de mim.

A boca de Dickie se fechou.

Pela expressão aterrorizada estampada no seu rosto era óbvio


que ele sabia quem era a pessoa em pé atrás de mim.

Em pânico, olhei por cima do meu ombro.

Em primeiro lugar, eu olhei para o meu carro para verificar se


os meninos estavam bem. Eles estavam. Ambos estavam sentados
na calçada olhando para uma pilha do que eu sabia que eram cartões
do Pokémon. Então, eu virei um pouco para a esquerda e bloqueei o
olhar com a mulher, sim mulher, que tinha falado.

Minha primeira impressão dela? Ela era bonita.


Como, um nocaute de bonita.

Com o cabelo encaracolado louro que caía pelos ombros, pele


cor de oliva impecável, grandes olhos azuis, lábios cheios e em forma
de arco e um corpo que me fez lembrar da década de 1950, modelo
pin-up, ela era quente.

Eu estava com ciúmes.

Com as mãos nos quadris curvilíneos, ela me perguntou: —


Dickie está incomodando você, querida? —A voz dela tinha um
pequeno sotaque, mas eu não poderia identifica-lo.

—Sim. —Eu respondi honestamente. —Parece que ele não sabe


como manter suas malditas mãos para si mesmo.

A senhora, seja qual for o nome dela, fez um som tsking. —Bem,
agora não vai fazer mesmo. —Ela deu um passo para Dickie. —
Dickie, sua mãe não te ensinou a nunca tocar em uma mulher sem a
sua permissão?

De olhos esbugalhados, a boca de Dickie ficou boquiaberta.

—Ari, me escute... —ele começou.

—Oh, não, querido. —Ela respondeu, com um brilho perverso


em seus olhos. —Não é assim funciona. Você perdeu a chance de
explicar quando você tocou essa linda mulher sem sua permissão...
—ela deu uma pequena pausa. —...e bem, você sabe como os Kings
se sentem sobre isso.

Antes que eu pudesse tentar descobrir quem eram os Kings que


ela estava se referindo, ela o atingiu. Em um movimento rápido, ela
levantou o braço e bateu o cotovelo diretamente no nariz de Dickie.
Ao som do osso quebrando, eu me encolhi.

Quando Dickie gritou e se inclinou para frente, ela ergueu o


joelho e bateu com ele em sua virilha.

Dickie se curvou.

Caindo no chão ao seu lado, ele puxou seus joelhos em sua


barriga e começou a chorar como um bebê.

A senhora, Ari, eu acho que era o nome dela, então chutou o


lado de Dickie com a ponta do seu salto alto azul. —Lembre-se disso
da próxima vez que pensar em colocar suas mãos em uma mulher
sem sua permissão, Dickie. Porque eu prometo que se eu pegar
vento com coisas assim acontecendo de novo, vou mandar Capone
atrás de você. Nós dois sabemos o que acontecerá então.

Ela chutou Dickie uma última vez fazendo-o gritar antes de


voltar sua atenção para mim.

—Aceite minhas desculpas, querida. Sinto muito que você teve


que lidar com ele tocando em você, mas eu sinto mais pena ainda
que você teve que testemunhar eu ensinar-lhe uma lição.

Olhei para ela e para a Dickie chorando. —Não se desculpe pela


a última parte. Isso foi divertido.

Queria que Shelby estivesse aqui para ver isso.

Ela estaria tão orgulhosa.

A senhora sorriu. —Bom saber. —Enrugou o nariz, ela olhou


em direção ao estacionamento. —Você não tem que ir a algum
lugar? Eu preciso cuidar disto... —ela apontou para Dickie. —
...limpar, e bem, meus limpadores não tendem a gostar de uma
audiência.

O que ela quis dizer com isso, eu não sabia.

—Eu tenho. Eu estou atrasada para o trabalho, na verdade. Uh,


obrigado por... —Eu apontei para Dickie. —...isso.

—Sem problemas. Se ele ou qualquer outra pessoa neste


complexo dá-lhe um tempo difícil novamente apenas diga o meu
nome. Prometo que vão deixá-la em paz.

Ela piscou.

—Qual é o seu nome? Ouvi Dickie dizer ‘Ari’, mas...

—Arianna Ivanova é o meu nome de batismo, mas a maioria só


me chamar de Ari.

Ivanova ... é o que, russo?

—Mãe! —Liam gritou. —Eu pensei que você disse que íamos
chegar tarde?

Porcaria!

—Estou indo!

Olhei para Ari uma última vez, mas ela estava me ignorando
sem pensar. Com seu celular pressionado para seu ouvido, ela
estava de costas para mim. —Donnie, —ela disse para quem estava
do outro lado da linha. —Eu preciso que você e Nikolai venham aos
apartamentos da Golden Oaks na rua 14. Eu tenho um problema.
Não querendo escutar, e não dando a mínima para o que
aconteceria com Dickie, eu virei e fui para os meus meninos.
BRANTLEY
SENTEI-ME ATRÁS DE MINHA MESA.

Dedos entrelaçados atrás da minha cabeça, eu olhava para o


relógio preto e branco que estava pendurado na parede enquanto
eu esperava ouvir a porta do escritório abrir e fechar.

Clara estava uma hora atrasada o que não era normal para ela.

Eu não tinha ideia de onde ela estava, mas se ela não aparecesse
dentro dos próximos cinco minutos, eu estava saindo para encontrá-
la. Eu não tinha clientes na agenda para o dia, mas mesmo que eu
tivesse, eu os teria cancelado para procurar por ela. Perguntas,
seguidas por flashes de imagens que eu nunca quis ver, passaram ao
redor em minha cabeça. Entre elas: Ela está machucada? Ela teve um
acidente? Será que ela mudou de ideia?

Pegando meu telefone, eu rolo através dos meus contatos e


disco o número dela pela décima vez.

Foi direto para o correio de voz. Novamente.

Termino a chamada, eu disquei para Hop depois.

Ela respondeu no terceiro toque. —Ei, B, —ela diz, com sua voz
picada. No fundo, eu escuto Evan falando jargão para um Ryker
chorando. Normalmente isso teria me feito rir. Um inferno de um
lote. Mas naquele momento? Não muito. —Como vão as coisas?

Olhei para o relógio novamente.

Mais um minuto tinha passado.


—Clara não está aqui. —Eu respondi, minha voz em pânico. —
E o telefone continua indo para a caixa postal.

—O quê? —Hop sussurrou, sua voz mudando para


preocupação. —Ela deveria estar aí há uma hora. Clara nunca se
atrasa.

—É por isso que estou ligando. Você acha que ela...

A porta da frente do escritório se abriu, interrompendo-me. O


som de saltos estalando contra o piso frio seguindo. Sem ter que
olhar eu sabia que era ela. Eu poderia dizer pela forma como o ar
deslocou, tornando-se menos pesado.

—Ela está aqui, —eu disse, de pé. —Eu te ligo mais tarde,
moranguinho.

Eu termino a chamada e empurro meu telefone em meu bolso.

Segundos depois, eu dou um olhar esgotado a Clara que entrou


na minha sala como se tivesse feito isso um milhão de vezes. Sua
aparência me colocar na borda. Ela parecia tão bonita como sempre,
mas seu cabelo estava em desalinho, o rosto mais vermelho do que
eu já tinha visto, e ela estava fora do ar.

—Sinto muito. —disse ela, segurando as mãos em um gesto


apaziguador. —Eu sei que estou atrasada, mas tem sido uma manhã
infernal. Primeiro meu despertador não tocou, então eu tive esse
confronto com Dickie na porta.

Minha coluna bateu em linha reta. —O seu senhorio? —Eu


perguntei com os dentes cerrados. —Aquele que você não gosta?
Ela assentiu com a cabeça. —Sim, é idiota, mas ele foi tratado.
Não é grande coisa.

Meu queixo trancou.

Não me preocupar?

Não é grande coisa?

Isso não iria funcionar para mim.

—Como foi tratado? Preciso ir até lá, Clara? Será que ele
colocou suas malditas mãos em você?

Se ele fez, eu iria acabar na cadeia.

O pensamento de alguém tocá-la fez o meu sangue ferver.

—Está tudo bem. —Ela disse, acenando com a mão em um gesto


de desprezo. —Eu disse que ele foi tratado.

—CLARA

—Oh céus, Brantley. —Ela bufou. —Uma senhora chamada Ari


interveio. Ela chutou a merda fora de Dickie por ser tão canalha e
ele, em seguida, caiu no chão, onde ele começou a chorar. Sério, ele
foi tratado. —Com um rolar de seus olhos, ela continuou: —De
qualquer forma, quando eu deixei os meninos na escola, meu carro
estúpido quebrou no estacionamento. Tentei chamá-lo e pedir uma
carona, mas meu telefone, ainda mais estúpido, está morto, e
infelizmente para mim, eu não tinha a minha vassoura no banco de
trás, —uma risada sem graça sai de seus lábios. —Assim eu fui
forçada a caminhar.
Apenas quando eu pensei que a minha pressão arterial não
poderia subir mais...

—Você andou uma milha. —Eu apontei para os saltos sexy-


como-foda, mas desconfortáveis-como-inferno vestida —nestes?

O olhar que ela me lançou poderia derreter aço. – Nããão. —Ela


sussurrou, sua voz cheia de sarcasmo. —Eu os pendia em meus
dedos quando eu, como fada-dançante, andava descalça pela calçada
a centenas de graus.

Eu ri da sua observação espertinha.

—Embora, eu esteja pensando que as solas dos pés queimadas


seriam melhor do que a dor que eu sinto agora. —disse ela,
encolhendo-se. —Meus pés e pernas estão me matando.

Eu sorri, porque ela não percebeu a oportunidade que ela tinha


acabado de me entregar.

Sem dizer uma única palavra, eu me movi para a frente e


peguei-a em meus braços.

Ela guinchou de surpresa, deixou cair a pequena bolsa no chão


e colocou os braços em volta do meu pescoço. —Oh meu Deus! Me
coloque para baixo neste exato segundo, Brantley Morgan, —ela
exigiu. —Estou muito malditamente pesada para você levar!

Virei-me e atravessei a sala, carregando-a com facilidade. —


Baby, eu puxo na academia quatrocentas libras, e no agachamento o
mesmo. Levantar você não é um problema. Confie em mim.

Curvando-me na cintura, eu a deito plana no sofá preto que se


encontra contra a parede do meu escritório. Sentei-me ao lado dela
um segundo mais tarde e puxei as pernas no meu colo. Envolvendo
uma mão em torno de seu tornozelo, eu usei a outra para retirar os
calcanhares do sapato e deixá-los cair no chão um após o outro.

—O que você está...

Clara engasgou e deixou cair a cabeça para trás quando eu


pressionei meus dedos nas solas dos seus pés doloridos.

—Oh Jesus. — Ela disse, esticando a perna. —Isso é tão bom.

Um gemido deslizou por seus lábios e cada gota de sangue


bombeando em minhas veias foi direto para o meu pau. —Sim? —
Perguntei, aplicando mais pressão. – Quanto de bom?

Sua cabeça se levantou. —Bom o suficiente para eu ameaçá-lo


com danos corporais, se você tentar parar.

Enfiei minha mão até seu arco e cavei os dedos profundamente


nas pontas dos seus pés, enquanto eu encaminhava minha outra
mão até sua perna e amassava o músculo em sua panturrilha.

Olhos fechados em movimento, ela mordeu o lábio inferior e


arqueou as costas um pouco. —O que você está fazendo, menino
bonito?

A batida constante aumentou na minha cabeça enquanto eu a


observava, memorizando cada som e movimento dela. —Eu estou
fazendo você se sentir bem, bella dama. —Minha voz soou mais
áspera do que uma lixa. —Como eu sempre farei.

Seus olhos se abriram. —Sim?

—Sim, querida.
Clara se empurrou para os cotovelos; seu pé direito cutucou
meu pau duro.

Ela se acalmou.

—Brantley...

Eu apertei meu maxilar firme. —Ignore-o, Foguete.

Um ou dois momentos se passaram antes de ela falar


novamente.

—Não. —Ela disse, sentado em linha reta e puxando as pernas


do meu colo. —Eu não quero ignorá-lo, —ela fez uma pausa —não
mais.

Prendi a respiração enquanto subia de joelhos, subiu a saia


sobre suas coxas cremosas e montou meu colo. Segurando meus
ombros tensos com as mãos, ela olhou para mim com os olhos cheios
de luxúria. —Beije-me, Brantley. —Ela sussurrou. —Beije-me até
que você fique tão mal para isso quanto eu.

Eu não hesitei.

Deslizando minhas mãos em seus cabelos grossos, eu a puxei


para mim e tomei sua boca em um beijo ardente e possessivo que
fez o homem das cavernas dentro de mim rugir com triunfo.

Nossos lábios se chocaram, nossas línguas se encontraram, e


cada parte maldita de mim se contraiu com a necessidade de
deslizar meu pau dentro dela, cada porra de polegada por polegada.

Soltando seu corpo mais baixo para no meu colo, Clara deslizou
sua boceta coberta com a calcinha por cima do meu pau e gemeu em
minha boca. Eu engoli seu gemido e varri minha língua sobre a dela,
saboreando-a, memorizando-a.

Quando ela arrancou sua boca da minha, eu quase grunhi de


frustração, mas eu me segurei. Tão mal como eu queria seus lábios
de volta no meu, eu tinha que lembrar que Clara era uma vítima de
estupro. Ela tinha sido ferida no mais vil dos caminhos, e ela
precisava estar no controle. Eu disse a ela que não iria empurrá-la
em qualquer coisa que ela não queria, e eu quis dizer isso.

Eu morreria antes de machucá-la.

E isso era um fato.

—Brantley. —disse ela, pressionando mais difícil em mim. —


Eu quero mais. —Jogando a cabeça para trás, ela trabalhou os dedos
na frente da blusa a desabotoando. Atingiu a ponta, ela agarrou a
bainha e puxou o tecido aberto, revelando um sutiã de renda branco.

Porra. Eu.

Não havia nada picante para revelar sobre isso, o que tornou
ainda mais sexy. Clara não tinha planejado isso e sabendo que seu
desejo e necessidade por mim foi espontâneo só me empolgou mais.

—Por favor. —Ela implorou. —Toque me.

Deixei minhas mãos de seus cabelos e as firmei em suas coxas.


—Diga-me onde, bonita. Eu não vou fazer qualquer coisa que você
não queira

Seus olhos se encheram de lágrimas e meu coração se apertou.

—Você realmente quer dizer que, não é?


—Sim. —Eu disse, levantando a mão e colocando em seu rosto.
—Não há nada mais importante para mim do que ter certeza que
você se sinta segura.

Uma lágrima caiu de seus olhos.

Beijei-a fora, roubando sua dor.

—Cada lágrima que você chora me dá coragem. Se eu pudesse


voltar e salvá-la do bastardo antes que ele tivesse a chance de feri-
la, eu o faria. Você tem que acreditar nisso, Clara.

—Eu faço, —disse ela sem vacilar —e é por isso que eu quero
isso com você... Só você.

Juro por Cristo, meu coração parou de bater.

Felizmente, o meu cérebro ainda funcionava bem.

—Diga-me o que você quer que eu faça. Eu preciso que você


diga as palavras. Se você não fizer isso eu não posso...

Inclinando-se, ela colocou um pequeno beijo nos meus lábios.


—Eu quero que você me consuma. —Ela sussurrou. —Eu quero que
você me mostre o que se sente ao ser tomada sem medo e dor. —
Meus punhos apertaram com suas palavras. —E eu quero que você
faça amor comigo da maneira como um homem de verdade deve
fazer. —Ela deslizou suas mãos no meu cabelo antes de mergulhar
o rosto para frente e pressionar um beijo carinhoso no lado da
minha boca. —Leve-me, Brantley, eu sou sua.

Como um elástico puxado muito forte, meu controle se partiu.


BRANTLEY
LEVANTEI-ME DO SOFÁ, LEVANDO CLARA COMIGO.

Agarrando sua bunda em minhas mãos, eu belisco na base do


pescoço. —Pernas ao redor da minha cintura, Foguete. —Enrolando
seus braços e pernas em volta de mim, ela fez como eu disse, sem
argumento.

Eu atravessei a sala e paro na minha mesa.

Segurando-a com força com um braço, eu usei meu outro para


limpar a minha mesa em um movimento rápido, jogando tudo no
chão.

Minhas canetas, arquivos e laptop aberto, tudo caiu no chão.

As canetas laminadas, o conteúdo dos arquivos espalhados, e a


tela do meu novíssimo MacBook rachou com o impacto.

Mas eu não dei a mínima para isso.

Clara desenrolou os braços do meu pescoço e se inclinou para


trás, colocando as palmas das mãos sobre a mesa. Suas pernas
deslizaram sobre meus quadris e para baixo das minhas coxas
exteriores, até que pendiam sobre os lados da madeira polida.

Mãos tremendo, eu desabotoei minha camisa. —Observe-me,


linda.

Afundando seus dentes em seu lábio inferior, ela balançou a


cabeça.
Depois de arrancar abrindo o botão inferior, tirei minha camisa
em tempo recorde e a deixei cair ao chão, deixando o material fazer
uma poça de seda aos meus pés. Minha camiseta de baixo seguiu, e
minhas mãos logo chegaram ao cinto das minhas calças. Eu o
desfivelei e soltei através dos cós, não dando a mínima se eu os
rasguei.

Quando meus dedos pousaram no botão da minha calça, Clara


colocou a mão sobre a minha. —Deixe-me. —disse ela.

Deixei minha mão. —À vontade, foguete.

Ela bateu no botão solto e puxou para baixo o zíper. Espalhando


largamente, ela enfiou a mão dentro da minha cueca e colocou os
dedos em torno de meu pau.

—Foda-se! —Eu não podia parar o palavrão solitário que voou


para fora da minha boca.

De olhos arregalados, ela me lançou tempo suficiente para


agarrar os lados da minha calça e cueca. Com um puxão rápido, ela
os tirou de meus quadris.

Meu grande pau saltou livre e o rosto de Clara ficou branco.

Ela olhou para cima; seus olhos encontraram os meus.

—Como? —Sua voz era pequena e cheia de preocupação.

Inclinado para a frente, eu tomei sua boca em um beijo que fez


seus dedos agarrarem a parte superior da mesa. Segundos depois,
eu arranquei meus lábios de sua boca e pressionei minha testa na
dela. —Eu preciso de você pingando, baby. —Ela respirou fundo. —
E eu pretendo levá-la dessa maneira... – fiz uma pausa, eu sorri. —
...para comer a sua pequena boceta doce.

Clara envolveu suas mãos em torno de meus tríceps e jogou a


cabeça para trás.

Olhos fechados, ela deslizou seus quadris em direção à borda


da mesa. —Brantley, por favor. —Ela implorou. —Eu sofro muito
mal.

Eu não perdi tempo em puxar sua camisa aberta fora de seu


corpo. Ela escorregou para a mesa quando eu cheguei por trás dela
e desabotoei o sutiã com um movimento rápido de meu pulso.

Ele se abriu, e eu o escorreguei para baixo de seus braços.

Quando vislumbrei seus seios nus pela primeira vez, a minha


boca se encheu de água.

Cheio. Pesado. Real.

—Santo Deus, Foguete, —eu disse, colocando um em cada uma


das minhas mãos. —Estes são perfeitos. —Ela gemeu quando eu
deslizei meus polegares sobre a ponta dos seus mamilos. —Posso
provar estes, Clara?

A única resposta que ela deu, veio na forma de sua mão


puxando meu cabelo levando meu rosto para ela. Ansioso como o
inferno para obter o meu primeiro gosto, eu arrastei minha língua
através da ponta cor framboesa de seu mamilo. Quando ela gemeu e
me puxou ainda mais para ela, eu selei meus lábios em torno do
pequeno broto e chupei. Difícil.
—Sim, —ela suspirou, envolvendo suas pernas em volta da
minha cintura. —Por favor.

—Você quer mais?

Ela deu um único aceno rápido.

Mal pendurado pelo meu controle, eu abri o zíper de sua saia e


tirei pelas pernas dela, deixando-a em nada além de uma calcinha
branca pura. Belisquei os lados das tiras finas entre meus dedos e
olhei-a nos olhos. —Diga-me você quer isso, baby. Diga-me que está
tudo bem eu comer sua boceta doce antes de deslizar meu pau
grosso dentro de você.

Clara se contorceu, mas permaneceu silenciosa.

Isso não ajudaria.

—Responda. Diga as palavras que eu preciso ouvir.

—Brantley. —Ela retrucou, estreitando os olhos em frustração.


—Basta tocar-me já.

Eu não precisava ouvir duas vezes.

Sem me incomodar em deslizar sua calcinha para baixo de suas


coxas grossas, eu arranquei os lados e puxei o material para longe.
Quando a renda desapareceu, meus olhos se fixaram na boceta mais
bonita que eu já vi.

—Apenas quando eu pensei que não poderia ficar mais


perfeito... —Minha voz sumiu quando eu deslizei meu dedo para
baixo em sua fenda rosa, saboreando a umidade que cobria seus
lábios nus. —Eu quase não toquei em você e você já está encharcada.
Alcançando atrás de mim, eu agarrei o braço da minha cadeira
com rodas na mesa, a puxei para frente e sentei-me. Agarrando os
quadris de Clara, eu deslizei-a para mim até que sua bunda ficou na
borda da mesa. Então, eu coloquei seus pés em meus ombros. Eu
soprei em sua boceta com lábios úmidos e sorri quando ela
empurrou, levantando os ombros fora da mesa.

—Você está pronta para mim?

—Simmm, —ela gritou, movendo sua muito pequena boceta


mais perto da minha boca que estava esperando.

Sorrindo para mim, eu deslizei minhas mãos debaixo de sua


bunda redonda, a ergui o mais perto do meu rosto, e deslizei a língua
entre suas dobras. No momento em que a minha língua achatada
tocou seu clitóris, Clara arqueou fora da mesa, de costas curvando-
se.

—Oh meu maldito Deus, —ela gritou, lutando para ficar parada
e segurando a madeira. —Brantley!

Ouvir meu nome em seus lábios quando a minha língua lambia


sua boceta causou um rosnado rasgando do fundo da minha
garganta. Sua respiração ofegante incessante chegou aos meus
ouvidos e gotas de humidade decoraram a ponta do meu pau.

Clara torceu os quadris, montando minha língua.

Precisando sentir mais dela, eu escorreguei um dedo


profundamente dentro dela.

Apertado. Molhado. Escaldante.


Eu gemi em êxtase. Deslizando o dedo fora, reuni um pouco de
sua umidade na palma da minha mão, embrulhado minha mão em
volta do meu pau dolorido e bombeado meu punho para cima e para
baixo no meu comprimento latejante, enquanto eu fazia amor com
sua boceta com a minha boca.

Lambendo. Sugando. Mordendo. Devorando.

Clara estremeceu; sua respiração mais rápida.

Dentro de momentos, nós dois estávamos perto de gozar.

Levou toda a força que possuía para rasgar minha boca de sua
vagina, mas de alguma forma, eu consegui. Sem perder tempo, eu
estava de pé e coloquei suas pernas sobre meus ombros. Eu queria
senti-la explodir na minha língua, mas eu queria sentir sua apertada
e pequena boceta no meu pau de vinte e três centímetros quando ela
viesse em cima de mim, ofegante e gritando mais pela primeira vez.

—Você está pronta, baby?

Além das palavras, Clara assentiu.

—Bom, porque eu estou prestes a dar a você.

Alinhando a ponta do meu pau com sua boceta, eu empurrei


estritamente cada polegada dentro, testando a sensação. Ela estava
escorregadia, mas eu ainda precisava ir devagar para não machucá-
la.

Essa era a última coisa que eu queria.

Revirando meus quadris, me empurrei mais, enterrando a


cabeça para dentro.
Gotas de suor deslizaram pelo meu rosto.

Com a necessidade de ir mais profundo, eu tenciono meus


quadris e alimento meu comprimento dentro dela.

—Brantley, —Clara diz ofegante. —Pare.

Eu congelo, meu corpo inteiro parou. —Eu machuquei você?

Ofegante como se tivesse acabado de correr uma maratona,


minha menina balançou a cabeça para trás e para frente. —
Preservativo, —ela disse com esforço.

Droga!

Como eu esqueci do preservativo, eu não tenho a menor ideia.

Eu nunca, e quero dizer nunca mesmo, esqueci de me proteger.

Após o que a Chastity de merda me fez passar, isso deveria ter


sido a primeira coisa que eu faria, mas comparando Clara a Chastity
era irrelevante porque as situações eram diferentes.

Esta era Clara ... Minha Clara.

Surpreendentemente, a ideia de a gravidar não me aterrorizou.

Nem um pouco.

Com um grunhido frustrado, eu escorreguei fora dela, abaixei-


me, arranquei minha carteira fora das minhas calças e tirei um
preservativo. Depois de o rasgar aberto com meus dentes, eu deixei
cair a embalagem no chão e embainhei meu comprimento. —
Pronta?
Ela assentiu com a cabeça.

—Bom. —Eu respondi, uma vez que revesti o meu pau.


Agarrando uma de suas mãos, eu entrelacei seus dedos com os meus
quando eu deslizei para dentro dela. Eu olhei seu rosto por qualquer
indicação de que ela sentia desconforto, mas não vi nenhum.

Polegada por polegada agonizante, eu enterrei-me


profundamente.

Quando cheguei ao máximo e nossos corpos se tocaram, eu


respirei.

Bolas profundas, eu olhei para Clara.

Com a boca aberta, seus olhos estavam fixos em mim quando


seu peito caía e subia em rápida sucessão. – Aqui... —eu disse,
lutando para permanecer imóvel. —...É onde eu pertenço.

Clara mexeu os quadris e gritou quando a veia pulsante que


percorria ao longo do topo do meu eixo roçou seu ponto G.
Apertando sua mão firmemente, eu corri meus dedos para baixo na
parte externa da sua coxa com a mão livre e sussurrei: —Mantenha
seus olhos em mim, Clara. —Mais uma vez, ela balançou a cabeça. —
Segure-se firme, baby.

Eu não dei mais nenhum aviso antes de puxar para fora e bater
de volta, em casa.

Clara gritou, e eu rugi como um animal maldito no aperto de


sua vagina, apertando a vida fora do meu pau.

Gritando meu nome, ela balançou a cabeça para trás e para


frente enquanto eu comecei um ritmo duro e constante. Ela
arrancou a mão da minha quando eu inclinei meus quadris,
mudando o ângulo dos meus impulsos. Arqueando as costas
novamente, ela agarrou-se a meus braços quando eu bati seu ponto
G repetidamente.

Não demorou muito para que sua boca se abrisse, e seu corpo
inteiro ficasse tenso. Sua vagina apertou meu pau com seu orgasmo
iminente. Querendo que ela sentisse cada gota de prazer que eu
poderia proporcionar ao seu pequeno corpo cheio de curvas, eu a
peguei com mais força, mais profundo, mais rápido. Sua umidade
revestindo o preservativo separando nossa carne e, pela primeira
vez na minha vida eu queria rasgar o filho da puta fora e jogá-lo no
lixo.

Resumindo, eu queria a minha menina nua.

Um dia, pensei. Uma porra de dia.

A base da minha espinha arrepiou quando Clara cravou as


unhas em meus braços. – Brantley. —Ela gritou. —Estou prestes a
gozar!

Essas palavras nos seus lábios me fizeram querer bater minhas


mãos em punhos contra o meu peito como um gorila. Esta era a
fodidamente-minha-menina que eu estava prestes a fazer gozar em
todo o meu pau pela primeira vez, mas não a última, com o tempo.

—Deixe vir, Clara, —eu exigi com minhas bolas apertadas. —


Dê-me, bella dama.

Ela curvou as costas da mesa e as pernas tensas sobre meus


ombros quando o rosto contorceu em uma máscara de puro prazer.
Querendo fazer ela ter o melhor orgasmo que ela já teve antes, eu
pressionei meu polegar contra o seu clitóris inchado e o esfreguei
suavemente.

Minha linda menina explodiu.

Gritando. Debatendo-se. Gozando.

—Brantley!

Sua boceta trancada no meu pau era o paraíso para mim.

Empurrando suas pernas para fora dos meus ombros, eu me


inclinei sobre ela, enterrei meu rosto no lado de seu pescoço e gozei.
Muito.

Minha visão esbranquiçou, e minha audição sumiu.

Puro. Porra. Êxtase.

Lutando para respirar, eu deslizei minhas mãos no cabelo de


Clara. —Baby, isso foi...

Bati minha boca fechada e empurrei minha cabeça quando eu


senti a primeira das lágrimas de Clara que atingiu o lado do meu
rosto. Com medo de que eu a machuquei, eu segurei suas bochechas.
—Clara, olhe para mim.

Olhos fechados apertados, ela balançou a cabeça.

Meu coração batia forte quando o medo deslizou por minhas


veias.

—Merda, Foguete. Eu machuquei você?


Seus belos olhos se abriram. —Não. —Um único soluço rasgou
de sua garganta, balançando seu corpo inteiro. —Você não me ma-
machucou ... Você me cu-curou.

—O quê? —Eu perguntei confuso. —Como?

—Ao me dar algo que nenhum outro homem me deu.

—Você precisa ser mais específica, menina linda.

Suas lágrimas caíram mais rápidas.

—Escolha, Brantley, —ela sussurrou. —Você me deu uma


escolha.

Não desperdiçando mais um segundo, eu puxei para fora dela,


descartado o preservativo, peguei-a em meus braços e levei-a para
o sofá pela segunda vez. Sentando-me, eu segurei-a com força contra
meu peito e enterrei meu nariz em seu cabelo. —Eu sempre lhe
darei uma escolha.

—Eu sei. —Ela escondeu o rosto mais fundo no meu peito,


fundindo seu corpo ao meu. —É uma das razões de por que eu estou
me apaixonando por você.

Tanto quanto eu estava preocupado, aquelas eram as palavras


mais doces que eu já ouvi.

Sorrindo, eu passei os dedos pelo comprimento de sua coluna


vertebral.

—Volta para nós, Foguete. Você me tem tão fodi...

Meu celular tocou, me interrompendo.


Quando eu não fiz nenhum movimento para atende-lo, Clara
puxou o rosto do meu peito e olhou para mim com os olhos vidrados
e as bochechas coradas das lágrimas. —Você não vai atender?

Dei de ombros. —Vou deixá-lo ir para a caixa postal. Se é


alguém importante, eles vão deixar uma mensagem. Agora, eu estou
exatamente onde eu quero estar.

—Pode ser a escola. —Antes que eu pudesse levantar-me, ela


saiu do meu colo e atravessou a sala em direção à minha mesa. Sua
bunda redonda balançava a cada passo que dava, e eu não podia
fazer nada além de olhar.

Puxando meu telefone fora das minhas calças descartadas, ela


olhou para o identificador ID e franziu as sobrancelhas. —Você pode
querer atender.

—Quem é?

—Seu irmão.

Levantei-me e me aproximei dela, peguei o telefone da mão


dela e o apertei contra meu ouvido. —O que você quer, cara de pau?
Eu estava no meio de alguma coisa.

—Cale a boca, palhaço burro. Tentei ligar para sua namorada


em primeiro lugar, mas a Hop disse que seu telefone está morto.

Eu sorri com a menção de Clara ser minha namorada.

Ela é muito mais do que isso.

—Diga a Clara que ela precisa chegar ao hospital. Maddie


entrou em trabalho de parto e o bebê está chegando rápido.
—Estamos a caminho.

Eu desliguei e olhei para a minha menina.

—O que está acontecendo?

—Coloque suas roupas, bebê. Precisamos nos encaminhar para


o hospital. —Antes que ela pudesse perguntar por que, eu
acrescentei, —Maddie está em trabalho de parto. E o bebê está
chegando rápido.

—Oh meu Deus, depressa! —Ela guinchou, agarrando a saia do


chão. —Se eu perder o nascimento porque eu estava ocupada
ficando com o seu pau profundamente em mim então eu terei um
chilique para acabar com todos os ajustes de chiliques.

Eu ri. – Pau profundamente?

Pegando minha camisa, ela jogou em mim. —Vista-se, menino


bonito.

Vestindo um sorriso no meu rosto, eu respondi, —Sim, senhora.

Em poucos minutos estávamos ambos vestidos e saindo pela


porta.
CLARA
O CARRO FICOU EM SILÊNCIO.

Nem Brantley, nem eu, tínhamos falado muito desde que


deixamos seu escritório dez minutos mais cedo. Perdida em minha
cabeça, conversa básica estava além de mim, enquanto eu
trabalhava através da miríade de emoções e pensamentos
dedilhando através de mim.

O mais proeminente? Alívio.

Eu ainda não podia acreditar que tinha transado com Brantley,


mas o que eu encontrei ainda mais difícil de acreditar foi a falta de
medo e pânico que senti quando meu corpo estava nu para ele pela
primeira vez.

Quando ele me tocou, eu esperava que os demônios que me


provocavam, e as memórias de cortar o coração que eu mantive
escondidas no fundo da minha mente, assumissem.

Não aconteceu.

Em vez disso, a única coisa que eu senti quando as mãos e os


lábios acariciaram a minha carne mais vulneráveis, foi alívio. Nem
uma vez eu temi seu toque. Confiante de que ele só iria fazer o que
eu permitisse, minha mente manteve-se estável, meu coração forte.
Com cada beijo, cada toque, e com cada curso em meu corpo que
permiti, Brantley tinha destruído o medo emocional que
atormentou minha alma e venceu os demônios que me provocavam.
Por mais bobo que possa parecer, nós sendo íntimos
ressuscitou um pedaço de mim, um que eu tinha perdido há muito
tempo. Pela primeira vez em sete anos, eu senti tudo, e foi tudo por
causa dele, o homem que eu tinha prometido me afastar a todo
custo.

Era uma promessa que eu tinha quebrado, mas também era


uma promessa que eu nunca deveria ter feito.

—Você está bem? —Perguntou Brantley, tomando minha mão


na sua. —Você está muito quieta, dama Bella.

Eu inclinei minha cabeça para trás contra o assento. —Estou


bem. Só pensando.

—Sobre o que?

—Você.

Brantley cantarolava, e eu sabia sem ter que olhar, que ele


estava sorrindo. – O que sobre mim?

Um sorriso brincou nos meus lábios. A autoconfiança em alta.


Virei a cabeça e olhei para ele. Olhos focados na estrada, ele não
retornou meu olhar, mas isso não o impediu de mover o braço e
pegar a minha mão na sua. Dedos entrelaçados, ele acariciou meu
polegar com o seu.

—Fale comigo, bella. Eu não me importo sobre o que é. Eu só


preciso ouvir sua voz.

Suas palavras fizeram coisas engraçadas ao meu coração


batendo. —Você gosta do som da minha voz?
Ele lançou um rápido olhar ao meu caminho antes de
concordar. —Sim, querida, eu faço. É uma das coisas que eu mais
senti falta quando estávamos separados. – Seu aperto sobre a minha
mão ficou mais forte, mais firme. —Isso e sua risada.

—Então por que você não me ligou? —Eu sussurrei.

Outro olhar. —Será que você atenderia?

—Eu não sei. —Eu respondi, minhas sobrancelhas franzidas. —


Provavelmente, caso fosse Bella.

Brantley assentiu em entendimento. —Mas você poderia ter


continuado na linha uma vez que você percebesse que era eu?

—Não. —Eu respondi honestamente. – Ainda teria desejado


falar com você, embora. Talvez eu não teria... —Eu bati minha boca
fechada, com medo de dizer o que dançava na ponta da minha
língua.

Brantley acionou a seta de virar à esquerda antes de olhar para


mim de novo. —Talvez você não teria o quê?

Eu hesitei. Então, —...estado tão solitária.

Nós viramos à esquerda na entrada do hospital e seguimos os


sinais amarelos que nos encaminhava para o estacionamento de
visitantes. Brantley estacionou perto da parte traseira do lote ao
lado de outro SUV preto. Movendo para o parque, ele desligou a
ignição, tirou o cinto de segurança, e se virou para mim.

—Você estava solitária?


Eu balancei a cabeça, sem me preocupar em negar a verdade
que eu tinha acabado de confessar. Com os olhos fixos nos dele, eu
respondi, —Todo o tempo, —antes de parar por um momento. —
Especialmente desde que tudo mudou.

—O que você quer dizer?

Incapaz de olhar para ele por mais tempo, eu quebrei o nosso


olhar mútuo e olhei para fora do para-brisa. —Quando eu conheci
Maddie, ela estava quebrada. Sem Hendrix, ela era uma concha de
uma pessoa, e embora eu não tivesse perdido alguém que eu amava
como ela tinha, eu reconhecia sua dor. Entendíamos. Shelby
também. Antes de Anthony ela andava com o mundo em seus
ombros, e medo em seu coração. E Hop? Você já sabe como perdida
ela era. —Uma única lágrima escorreu pelo meu rosto. —Foram as
suas dores, suas fragilidades que me fizeram confiar nelas. Eu sei
que soa mal, mas é a verdade.

Brantley permaneceu silencioso.

—E então tudo mudou. Elas fixaram seus pedaços,


encontraram a cola que as une. Eu estava tão feliz por elas, mas eu
nunca me senti mais sozinha, porque não me assentei, ainda tão
quebrada quanto eu era quando eu as conheci.

Foi a primeira vez que eu já tinha falado isso em voz alta.

—Enquanto minhas melhores amigas estavam fora, se casando,


tendo filhos, e construindo suas vidas, eu apenas fiquei ali,
observando todo mundo encontrar a paz e felicidade, enquanto eu
lutava para manter meus demônios na baía.

—CLARA.
—E eu estou cansada disso, —Continuei, interrompendo-o. —
Eu estou cansada de ficar sozinha, eu estou cansada de chorar, e
dane-se, eu sou doente e, porra, cansada de deixar aquele bastardo
ditar a minha vida.

—Bella dama.

—Ele está morto, Brantley. O filho da puta se foi, enterrado e


esperançosamente queimando no inferno, mas ele ainda tem uma
algema de ferro folheada em mim, e não importa o quanto eu tente,
eu não posso escapar. Eu quero, eu quero mais do que qualquer
coisa, mas eu não sei como.

—Foguete. —A voz de Brantley estava tensa, seu tom


autoritário. —Olhe para mim.

Eu virei o meu olhar para encontrar o dele.

—Você realmente quer escapar dele, quebrar tudo o que


acredita que ele tem sobre você?

Eu balancei a cabeça. —Claro que eu quero.

—Então deixe sua parede cair e me deixar entrar.

—Tenho certeza de que já deixei você entrar.

Brantley riu do meu comentário pervertido. —Tão bom quanto


afundar em você pode ter sido, isso não é tudo que eu quero.

Meu coração acelerou no compasso, como fez cada vez que ele
se encheu, passando minhas defesas, as minando. Sabendo que o
que ele dissesse a seguir iria destruir qualquer barreira restante que
eu ainda tinha no lugar para mantê-lo fora, perguntei: —O que é que
você quer?

Liberando a minha mão, ele levantou a sua própria e colocou-a


contra o peito, onde meu coração batendo estava. – Isto... —disse
ele, seu olhar bonito trancado com meu próprio, —...é o que eu
quero.

Minhas paredes desmoronaram.

Minhas defesas desapareceram.

—E eu não vou parar até que eu o tenha.

Compreensão me atingiu.

Que compreensão? Que Brantley Morgan já não precisava


roubar meu coração. Porque naquele momento, eu estava pronta
para o entregar a ele em uma bandeja de prata.
CLARA

POP FOI a primeira pessoa que vi quando Brantley e eu saímos


do elevador e no piso da maternidade de Toluca Memorial. Em pé
com as costas pressionadas contra a parede e os braços cruzados
sobre o peito, ele usava um olhar preocupado em seu rosto que me
fez entrar em pânico.

Puxando a mão livre da de Brantley, eu corri pelo corredor em


direção a ele, meus saltos batendo duas vezes no momento que vou.
—Pop! —Gritei fazendo minha voz ecoar nas paredes coloridas
azuis macias. —O que há de errado? Maddie está bem? E o bebê?

Eu estava falando tão rápido que eu mal conseguia me


entender.

Pop ficou em linha reta e deslizou as mãos nos bolsos. —Eles


estão bem, Clara ursa, —ele disse rapidamente, diminuindo meu
medo. —Hendrix e Shelby estão no quarto com ela. A enfermeira
disse que não deve demorar.

Alívio me inundou.

—Por que vocês não vão sentar-se na sala de espera? É no final


do corredor. Carissa, Heidi e Felix já estão aqui. —Ele correu as
palmas das mãos para baixo ao lado de seu rosto. —Vovó, Hop, Evan,
e Keith estão a caminho. Charlotte está trabalhando no abrigo e
houve um homicídio em Toluca na última noite, então Anthony está
preso no distrito, mas os dois vão estar aqui assim que puderem.

—Será que Shelby trouxe Lucca?


Pop acenou com a cabeça, sorrindo. —Sim. Felix o levou e
Melody até o refeitório para fazerem um lanche. Tenho certeza de
que vai estar de voltar com nada além de merdas açucaradas e
refrigerantes.

—Diz o homem que dá a cada criança, incluindo os meus, doces


sempre que eles pedem. —Respondi com uma expressão
desafiadora no rosto.

Pop deu de ombros. —Eu sou o seu Pop—Pop. É claro que eu


os darei doces. Vocês podem se preocupar com a sua alimentação e
coisas saudáveis, porque eu com certeza não serei o único forçando-
os a comer brócolis orgânico. —Ele se encolheu. —Meu trabalho é
estragá-los. Fim da história.

Rindo, Brantley deslizou um braço em volta da minha cintura e


me puxou para o seu lado. —Vamos, bella dama, —ele sussurrou,
pressionando um beijo na minha cabeça. —Vamos guardar a bola
rebentando para outro momento e ir nos sentar.

—Estou bem atrás de você, —Pop respondeu. —Só preciso


fazer uma chamada de telefone em primeiro lugar. —Ele tirou o
telefone do bolso e olhou para a tela. —Estou ansioso para conhecer
meu neto.

—Você quer dizer neta? —Eu brinquei, incapaz de resistir.

De olhos apertados, Pop levantou a cabeça. —Cuidado com a


boca, —ele retrucou, brincando. —Eu já tenho Ashley, Bella, e
Melody para me preocupar para os próximos vinte anos. Isso é
meninas suficiente para mim. Inferno, eu já tenho um menino
farejando Ashley, e isso não está acontecendo.
Uh-oh.

—Você está falando sobre Chase, não é?

Pop sacudiu a cabeça para baixo uma vez na afirmação rápida.


—Esse menino é mais impetuoso do que Hendrix e eu combinados.
Se ele não fosse um atleta estrela, a polícia teria detido o seu
jumento uma dúzia de vezes até agora. Não há nenhuma maneira no
inferno que ele está ficando em qualquer lugar perto da minha neta.

Eu cantarolei. —Tenha cuidado com isso, —eu avisei. —Quanto


mais você tentar mantê-lo longe, mais difícil ele vai lutar para chegar
até ela. —Olhei para Brantley. —Confie em mim, eu sei.

Pop apertou a mandíbula firme, mas não disse nada.

—Vamos lá, baby, —Brantley pediu. —Vamos sentar.

Eu balancei a cabeça. —Vejo você em poucos minutos, Pop.

—Sim. —Ele respondeu, olhando pensativo. —Vejo vocês em


alguns minutos.

O braço de Brantley permaneceu em volta da minha cintura


quando nos movemos pelo corredor para a sala de espera. Os olhos
de Carissa se iluminaram quando nos viu. —Onde estão as crianças?
—Ela perguntou, olhando para trás. —Será que você não os trouxe?

—Não. —respondeu Brantley, levando-me a uma cadeira.


Sentei-me em primeiro lugar, ele seguiu. —Hoje é o primeiro dia de
Bella, então eu não queria tirá-la da escola.

—E nós não poderíamos tirar os meninos sem ela, —eu


adicionei. —Declan teria sido um problema com certeza.
—Faz sentido, —Carissa respondeu. —Mesmo que isso é uma
merda.

Heidi riu. —Ela gosta de Bella, —ela assinou com as mãos e a


boca as palavras. —Muito.

Embora ela poderia falar muito bem, devido à deficiência


auditiva com que ela tinha nascido, Heidi era autoconsciente
quando falava na frente das pessoas que ela não conhecia bem, como
Brantley, e voltaria a usar a linguagem de sinais quando podia.
Carissa uma vez explicou que era porque ela se preocupava que seu
tom e volume não iria traduzir corretamente.

Olhando para ela, eu respondi: —Eu também. —E pisco.

—Hey, Carissa, —uma voz masculina, que eu não reconhecia,


disse a partir da entrada para a sala de espera. Mais do que curiosa,
eu puxei meu olhar de Heidi para ver que tinha acabado de entrar.

Quando eu vi a primeira vez o cara que tinha falado, eu não


estava impressionada.

Não tinha nada a ver com sua aparência também. O homem, ele
estava em torno de vinte e um, vinte e dois, talvez, era bonito o
suficiente, mas havia algo nele que me deixou apreensiva.

O que exatamente era, eu não sei.

Carissa deve ter se sentido da mesma maneira, porque ela


escapuliu de volta contra sua cadeira. —Ei, Tommy, —ela
respondeu, com a voz pequena e plana.

O cara, Tommy, eu acho que era o nome dele, passeou pelo


quarto e se sentou ao lado dela. Inclinando-se demasiado perto para
o conforto-dela e meu, ele disse: —O que você está fazendo aqui,
querida?

O olhar no rosto de Carissa quando ela olhou para Brantley e eu


tinha me feito levantar e sair da minha cadeira, antes que alguém
pudesse piscar. Brantley deve ter visto o que eu vi também, porque
ele se levantou ao mesmo tempo.

Eu abri minha boca para dizer algo, mas as palavras não


tiveram tempo para deixar minha boca. O movimento a partir do
mesmo lugar onde Tommy tinha estado segundos antes, chamou
minha atenção.

—Oh merda, —Brantley murmurou, quando Kyle de todos os


infernos de pessoas, com o rosto torcido de raiva. Sem nenhum
aviso, apareceu.

Agarrando a camisa de Tommy na mão, puxou-o do banco onde


ele estava sentado, empurrando-o a seus pés. —Nunca mais, —ele
retrucou, os olhos arregalados, —chegue perto delas novamente.

Medo preencheu os olhos castanhos lisos de Tommy. —Eu


estava falando com ela, homem, —Tommy respondeu. —Eu não fiz
nada de errado.

Como se possível, o rosto de Kyle ficou ainda mais irritado, mais


sinistro. —Eu sei quem e o que você é. —ele rosnou, —e eu prometo
que eu nunca vou vê-lo atrás de Carissa ou Heidi de novo ou vou
enterrá-lo, porra. Você me entende?

Os olhos suplicantes de Tommy mudou-se para Brantley. —


Cara, me ajude. Por favor. Esse cara é louco.
Brantley não se moveu.

—Ele não vai ajudá-lo. —Kyle provocou. —Se ele souber a


verdade como eu, ele vai querer matá-lo mais do que eu.

Isso foi tudo o que levou para Brantley dar um passo adiante.
—Quem é ele? —Brantley perguntou a Kyle entre os dentes.

Kyle sorriu, mas não havia nada amigável sobre isso. – Pergunte
a Moretti. Cada policial na área do condado sabe. —Seus olhos se
estreitaram. —Não é, Tommy?

—Droga, Kyle, responda-me, —Brantley exigiu.

—Ele, —Kyle disse, mergulhando o rosto mais perto de


Tommy. —É um homem que gosta de machucar mulheres. Ele gosta
de as perseguir, aprender seus padrões e rotinas. Então, quando ele
recebe a primeira chance, ele ataca. Eu sei, os policiais sabem disso.
O único problema é que o último não pode ser provado. Ainda...

O rosto de Carissa empalideceu, e eu perdi a capacidade de


respirar.

Ao ouvir essas palavras, Brantley pisou na minha frente,


usando seu corpo para me proteger de Tommy. Agarrei a parte de
trás de sua camisa de seda em meus dedos e descansei minha cabeça
entre suas omoplatas.

—Respire, baby. —Brantley sussurrou, alcançando atrás dele.


Sua mão pousou no meu quadril e seu calor chegou a minha pele, me
confortando. —Eu tenho você.

Mais uma vez, seu toque me acalmou, sua presença me


ancorado.
—Cara, o que você está falando? Nunca toquei uma cadela sem
permissão.

—Eu tenho três nomes para você, Tommy. —disse Kyle. —Tina
Prescott, Emily Greer, e Lacey Carter. Lembra? Você deve. São as
mulheres que você perseguiu, as mulheres que assediou...

Com as palavras de Kyle, todo o corpo de Brantley balançou; a


mão livre cerrou em um punho.

Por um momento, pensei que ele iria pular para frente.

Com minhas confissões ainda frescas em sua mente, eu sei que


ele estava oscilando em perder o controle.

Felizmente, ele não o fez, e eu gostaria de pensar que ele não


fez por causa de mim. Eu poderia lidar com a violência, eu não tinha
piscado quando Ari bateu em Dickie, mas ver Brantley praticá-la?
Essa era uma situação completamente diferente.

—Eu acho que é melhor você sair agora, Tommy O'Shea, —


Vovó, que eu não tinha visto entrar na sala, disse. —Eu também acho
que é melhor você ficar longe das minhas netas... —ela apontou em
Carissa e Heidi. —...ou então você vai estar lidando comigo.

Tommy zombou. —E o que você vai fazer, senhora?

Vovó deu de ombros. —A mesma coisa que eu fiz da última vez


que alguém tentou ferir uma delas. Eu vou atirar em você.

Eu me encolhi com a memória que veio à tona com suas


palavras.

Hop coberta de sangue. Seus olhos em branco, peito parado.


Não pense sobre isso! Minha mente gritou.

—Agora, deixe-o ir, Hulk, —ela disse para Kyle. —E Brantley


você vai ficar parado. —Ela apontou para Tommy. —Este pedaço de
terra já respirou o suficiente do meu precioso ar, e ele está
assustando todas as três das minhas meninas à morte. Eu sei que
você quer muito matá-lo, mas este não é o momento nem o lugar...
—ela fez uma pausa. —...talvez amanhã.

Kyle jogou Tommy, e ele tropeçou em direção à porta, onde a


avó de pé, com sua bengala em uma mão e uma bolsa cor fúcsia na
outra. Quando ele começou a passar, ela estendeu a vara,
empurrando-o.

Sem conseguir se segurar, Tommy caiu de cara no chão de vinil.

Seu nariz quebrando, e o sangue escorreu pelo seu rosto.

Vovó sorriu e moveu-se para a sala de espera. Sem dizer uma


palavra, ela se sentou em frente de onde Brantley e eu nos
levantamos e colocou sua bolsa de grandes dimensões no colo. —
Você dois pombinhos vão se sentar? Ver vocês em pé, está fazendo
meus pés queridos doerem.

Mãos tremendo, eu liberei a camisa de Brantley e me sentei na


mesma cadeira de antes.

Brantley seguiu. Sentando ao meu lado, ele mais uma vez


passou um braço em volta de mim, me segurando apertado.

Inclinei-me para ele, tomando cada pedaço de conforto que ele


oferecia, enquanto meus olhos voavam para onde Tommy estava se
levantando do chão. Seu olhar encontrou o meu, e tudo que eu vi foi
pura maldade. O sorriso malicioso que derrubou de seus lábios
quando ele passou os olhos sobre o meu rosto, era prova disso.

De repente, eu acreditei em cada palavra que Kyle tinha dito.

Não que eu tivesse duvidado dele antes.

—Kyle. —Carissa sussurrou, pegando sua mão. —Por favor,


sente-se.

Seu rosto suavizou quando ele olhou para ela, e que não
precisou ser chamado duas vezes, ele se sentou ao lado dela.
Atirando um braço por cima do ombro, ele a puxou para perto. Sobre
sua cabeça, ele acenou irritado, procurando Heidi.

—Então, —Vovó disse, estalando um pedaço de chiclete roxo


com sabor de uva, em sua boca como se nada tivesse acontecido. —
Quem está pronto para conhecer o meu novo neto?

FAZIA DUAS HORAS .

Hop sentou ao meu lado, e do outro, um Brantley ainda


fumegando. Evan sentou ao lado de Hop e Pop, que estava
segurando Melody em seu colo, sentado duas cadeiras para baixo.
Felix estava ao lado de Heidi, e Kyle e Carissa ainda estavam lado a
lado.

Keith, que tinha deixado a estação dos bombeiros em sua


mudança de turno, caminhava pelo chão da sala de espera.
—Por que diabos está demorando tanto? —Ele bufou,
passando as mãos pelo seu cabelo selvagem. —Eu pensei que eles
disseram que estava indo rápido.

Vovó revirou os olhos. —Foi apenas um par de horas. Que é


rápido, para um bebê grande, idiota. Agora sente-se antes de eu
puxar o meu mata-moscas. Você está acabando com meus nervos.

Lucca, que estava sentado ao lado de Felix outro lado da sala,


riu.

—Vovó pegue o espanta mosca! Golpeie Pa-pa Keef! —Ele


gritou.

Vovó riu. —Esse é meu garoto.

—Jesus, —Evan disse, inclinando-se para a frente. —Eu não


suporto essa espera de merda.

Brantley concordou com a cabeça. —Nem eu.

—Oh pelo amor de Deus. Vocês são tão... —Hop iniciou apenas
para fechar a boca quando Shelby apareceu, seu belo rosto vermelho
e manchado de tanto chorar.

Todos congelaram.

Segurando Ryker em um braço, Hop agarrou minha mão com a


dela.

Eu apertei a dela em troca.

—Diga logo, Loirinha, —Vovó disse, seus olhos já úmidos.


Shelby assentiu, lágrimas caindo pelo rosto. —Maddie e o bebê
estão bem. O bebê tem três quilos, duzentos e sessenta gramas, e
cinquenta centímetros.

Keith engoliu —É um menino ou uma menina?

Shelby olhou para Pop antes de responder. – É... —Ela fez uma
pausa para dar ênfase —...é uma menina bonita.

Vovó aplaudiu. —Eu sabia!

Pop, no entanto, parecia que ia desmaiar. —Oh inferno.

Foi um desafio não rir dele.

Keith parecia a segundos de se asfixiar. —Minha menina tem


duas meninas agora. —O amor em seus olhos era indescritível. —Eu
vou ser condenado.

—Qual é seu nome? —Perguntou Evan, sorrindo de orelha a


orelha.

—Meus lábios estão selados. —disse Shelby, sorrindo. —


Hendrix vai sair em um segundo e derramar o feijão, mas... —ela
olhou para mim —Maddie quer vê-la e Hop, em primeiro lugar.

—Eu? —Eu perguntei, confusa.

—Sim, você, Red. —Shelby acenou em direção ao corredor. —


Agora, E você se apresse. Ela está exausta. O trabalho de parto pode
ter sido mais curto desta vez, mas teve seus efeitos.
Eu balancei a cabeça e me virei para Brantley quando Hop se
movimentou e entregou Ryker para Evan. —Eu estarei de volta em
um minuto. —Eu sussurrei. —Não desapareça.

Ele sorriu para mim antes de pressionar um beijo suave na


minha testa. —Nunca vai acontecer, bella dama. Estou aqui desde
que você me queira.

—E se eu quiser você para sempre? —Eu sussurrei para que só


ele pudesse ouvir.

Inclinando-se, ele roçou os lábios do outro lado da maçã da


minha bochecha. —Eu estou rezando como o inferno para que você
faça isso.
CLARA
HENDRIX, MADDIE e sua filha recém-nascida, estavam na cama,
ela era um dos mais belos bebês que eu já vi.

Como sua irmã mais velha, ela tinha uma cabeça cheia de
cabelos pretos, rosto gordinho, e um dos mais bonitos beicinhos
malditos. —Maddie, —eu jorrei, abraçando o pequeno pacote doce
em meus braços. —Você fez bem, boneca. Tipo, realmente
malditamente bem.

—Você fez. —Hop concordou de onde ela estava ao meu lado,


olhando para o bebê com nada além de puro amor. —Ela se parece
muito com Melody, mas acho que ela foi mais favorecida.

—Eu também penso assim, —eu adicionei.

Maddie sorriu, e mesmo parecendo que ela tinha atravessado o


inferno, ela nunca pareceu mais linda. —Eu sei que vocês estão se
perguntando por que eu pedi para vocês virem em primeiro lugar.

—Só um pouco. —Eu respondi. —Embora eu não esteja


reclamando.

Maddie fechou os olhos. —Vou tentar passar por isso antes de


Hendrix voltar aqui com Melody. Eu não quero que ela me veja
chorar. Ela fica tão perturbada.

—Maddie, o que é? —Eu interrompi. – Algo está errado?

Ela balançou a cabeça. —Não, nada está errado. Há apenas


algumas coisas que eu preciso dizer.
Abrindo os olhos, ela olhou para Hope. —Vou começar com
você, pequenina.

Hop congelou.

—Você tem sido uma das minhas melhores amigas há mais de


oito anos, e você já esteve ao meu lado durante alguns dos
momentos mais negros da minha vida. – O queixo de Maddie tremeu
quando o que eu sabia que eram más recordações, e dolorosas
passaram por sua cabeça. —Quando a maioria das pessoas teria
corrido para o outro lado, você ficou e me levou através de tudo isso,
nunca me deixando desistir, mesmo quando eu queria.

Oh Jesus, pensei. Eu vou ser uma bagunça chorando antes disso


acabar.

—E é por causa de você, Hop Peterson, que em breve será a Hop


Morgan, que eu ainda estou aqui. Você é a minha rocha, a minha
âncora. Você é minha graça salvadora.

—Maddie, eu... —A Hop começou.

—E é por isso... —Maddie interrompeu, —que Hendrix e eu


demos a nossa segunda filha o seu nome do meio.

Silêncio.

Em seguida, —O quê? —A Hop perguntou em torno de um


soluço. —Você deu a ela o meu nome?

Sorrindo através das lágrimas, Maddie olhou para sua mais


nova menina com muito amor e adoração, e meu coração quase
explodiu. —Sim. Seu nome completo é Maci Elizabeth Cole.
Oh. Meu. Deus!

—Quando eu descobri que você foi nomeada por causa de


Charlotte tornou-se ainda mais adequado, uma vez que tenho a
sensação de que ela está prestes a se tornar minha nova madrasta.

Hop riu quando me virei e coloquei Maci em seus braços. —


Aqui está, tia Hop. —Eu sorri. —Conheça a sua nova sobrinha.

—Obrigado, Ma—Maddie, —Hop gaguejou. —Você não tem


ideia do que isso si—significa para mi—mim.

—Não se preocupe, eu pretendo segurar sobre sua cabeça


durante os próximos vinte anos. Quando a adolescência chegar, não
acho que vou ganhar dinheiro. Mas se você quer me pagar de volta
antes, então você pode se apressar e planejar seu casamento. Eu sou
do tipo ansiosa por isso. —Maddie brincou, com os olhos meio
fechados deslizando a exaustão. Quando suas pálpebras tremularam
e se abriram, seu olhar pousou em mim. —Agora é sua vez.

Como Hop, eu congelei.

—Você, Clara Rose, —Maddie começou – é uma das mais


corajosas, mais gentis, e a mulher mais bonita que eu já conheci. —
Eu não me movi, eu não disse nada. Diabos, eu estou certa de que eu
não respirava. —Eu sei que você se culpa pelo que me aconteceu...

—Maddie, por favor, não...

—Não. —disse ela. —Eu não vou parar, e se você sabe o que é
bom para você, você vai ouvir.

Passando os dedos ao redor da grade superior de sua cama de


hospital, eu acenei uma vez. —Eu vou escutar.
—Bom. —Ela respondeu, colocando a mão em cima da minha.
—Eu sei que você se culpa, mas não é sua culpa. Você não é
responsável pelos atos dele, Clara. O que ele fez, não está em você.
Está sobre ele, e só ele.

—Você está errada. Se eu não tivesse fugido, se eu não tivesse...

—Se você não tivesse fugido, você estaria mais morta do que
uma porta maldita. —Shelby exclamou atrás de mim. Olhei para ela
por cima do meu ombro. De pé na porta com um de seus ombros
encostado ao batente, ela continuou, —e doce, se isso tivesse
acontecido, os seus rapazes estariam ou em um orfanato, ou
tomando surras, já que você não podia protegê-los... Porque você
sabe, você estaria morta e tudo mais.

Meus ombros ficaram tensos com suas palavras.

Nenhuma dessas coisas eram opções para os meus filhos.

Não meus meninos.

Jamais meus meninos.

—Clara, olhe para a minha filha, —Maddie pediu.

Virei a cabeça e olhei para Maci dormindo.

Gah, ela é linda.

—Há algo que você não está vendo, e eu preciso que você veja.
Se você não tivesse fugido, se Colin não tivesse seguido você, se ele
não tivesse me machucado... —Ela fez uma pausa quando um
tsunami de lágrimas escorreu pelo seu rosto. —Se nada disso tivesse
acontecido, Hendrix nunca teria me encontrado de novo.
Minha respiração engatou.

—E sem Hendrix, eu não teria Melody... —outra pausa —...e


agora Maci.

—Mas ele te machucou, Maddie. Ele quase matou você.

—Não importa. —Ela respondeu. – Eu levaria esta surra, e uma


sentença mais parecida com ela, se o resultado final permanecesse
o mesmo. E esse resultado final? Não foi apenas ter Hendrix em volta
e consertar cada pedaço quebrado do meu coração. Essa foi apenas
a metade.

Com meu abdômen torcendo em mil nós, eu perguntei: —Qual


é a outra metade?

Maddie não hesitou. —A morte de Colin. —As palavras dela


pairava no ar. —Clara, eu te amo e aos meninos com cada parte do
meu ser. Mesmo se eu tivesse a chance de voltar atrás e mudar as
coisas, eu não faria. Porque a surra que Colin me deu, a que você se
culpa por eu receber, foi o catalisador para sua morte. A morte, que
foi entregue pelas mãos de Evan. E com sua morte, Colin perdeu a
capacidade de machucá-la e aos meninos fisicamente, para sempre.
Isso... —ela disse com determinação, —...valeu a pena cada parte do
medo e dor que eu experimentei.

—Ainda não o aceitei bem, —eu disse, meus ombros tremendo.

—Não, não, mas isso não é culpa sua para carregar.

—Maddie, eu não sei o que você quer que eu diga. Eu já...

—Eu quero que você diga que você entende, e eu quero que
você prometa deixá-lo ir. Eu assisti você carregar um fardo que não
é seu para carregar por muito tempo, e eu não posso mais fazer isso.
Eu te amo demais para permitir que você continue se prejudicando
assim, não quando a razão que você está sofrendo é a razão pela qual
eu estou curada. —Ela respirou fundo. —Por favor, me diga que
você entenda isso.

Algo dentro de mim estalou e outra de minhas paredes


desmoronaram.

—Eu entendo... Eu realmente entendo.

E era verdade. Pela primeira vez desde a minha noite de


núpcias, eu entendi completamente.

Toda a minha vida eu senti como se tivesse recebido a


extremidade curta da vara. Primeiro por ser jogada no lixo por
minha mãe, então por ser negligenciada ao longo dos meus anos em
um orfanato, e finalmente por me casar com um idiota sádico que
escondia sua verdadeira natureza de mim até que fosse tarde
demais. Mas a verdade era que eu não tinha sido colocada naquelas
situações sem motivo, porque cada uma delas levou a algo maior,
algo mais importante.

Minha dor, tão dura como era, não tinha sido sem motivo.

Ele serviu a um propósito maior; eu servia a um propósito


maior.

E parte desse propósito estava bem na minha frente enquanto


a outra parte estava sentada na sala de espera.

Inclinando-me sobre a cama de hospital de Maddie, eu coloquei


um beijo suave na bochecha dela manchada de lágrimas. —Eu amo
você, Mad. Mais do que você jamais saberá. —Segurei seu rosto com
minhas mãos trêmulas, olhei nos olhos dela. —Obrigada por me
salvar, e por nos amar, mesmo quando você não tinha muito.

Eu não esperei que Maddie respondesse.

Estando em linha reta, eu virei para enfrentar Hop e passei um


dedo solitário abaixo do nariz de botão adorável de Maci. —E você,
meu doce percevejo Maci, valeu a pena...

... E eu passaria por tudo de novo só para ter você, eu


mentalmente acrescentei.

Fechei os olhos, lutando contra a emoção que mexeu no meu


peito, ameaçando me dominar. —Feliz aniversário bebê.

Dei um passo para trás. Meus olhos se encontraram com os de


Hop. —Me ligue mais tarde. Temos planos de casamento para
discutir. —Eu pisquei. —Amo você, pequenina. Até a Lua e de volta.

O sorriso que enfeitou o rosto de Hop era de uma milha de


largura. —Também te amo, Clara Ursa.

Virei-me e fui para a porta.

Shelby e Hendrix, que carregavam uma Melody rindo em seus


ombros estava no limite, me observando. Olhos brilhando de
felicidade, Hendrix sorriu de orelha-a-orelha e perguntou: —já indo
embora?

Eu balancei a cabeça. —Sim. Os meninos e Bella saem da escola


em breve, e eu pensei que vocês poderiam ter um tempo em silêncio
com a senhorita Maci. —Eu amei a forma como o seu nome rolou na
minha língua. Era um nome tão bonito. —Ela é linda, Hendrix. Você
deve estar orgulhoso.

—Eu estou, —respondeu ele, olhando por cima da minha


cabeça em direção a sua família. —Realmente orgulhoso.

Quando Melody viu Maddie, ela gritou. —Ma—ma, —ela gritou,


estendendo os braços. —Da—da, Ma—ma.

Hendrix levantou Melody fora de seus ombros e a colocou no


chão. —Tudo bem, Melly Belly vamos ver mamãe e sua nova irmã.
—Sua voz falhou na última palavra quando ele conduziu Melody por
mim e para a cama onde Maddie estava, segurando Maci em seus
braços.

Hendrix a ergueu sobre a cama com cuidado extra para não


deixá-la subir em Maddie.

—Ei, menina doce. —disse Maddie, envolvendo um único braço


em torno de Melody. —Vamos olhar. —Melody inclinou-se e olhou
para o pacote de dormir que sua mãe segurava. —Esta é Maci. Ela é
sua irmã.

Melody sorriu e olhou para Maddie.

Então, ela olhou para o pai dela.

—Você pode dizer Maci, baby?

Melody inclinou-se para Maci, parecendo inspecioná-la.

Quando ela não disse nada, Hendrix perguntou: —Que tal


Sissy? você pode dizer para o papai?
Meu coração pulou ao vê-los interagir pela primeira vez como
uma família de quatro.

—Is -sy. —Melody disse, tocando o cabelo preto que espreita


para fora sob a tampa de malha que Maci usava. – É, sy ... Minha Is—
sy.

Hendrix parecia que estava prestes a se perder. —Sim, baby,


essa é a sua Sissy.

Eu cobri minha boca com a mão para segurar o soluço


trabalhando o seu caminho até minha garganta.

Hop fez o mesmo.

Ao meu lado, Shelby se virou para a parede. Eu poderia dizer


pela forma como seus ombros balançaram que ela estava chorando.
Aproximando-me do ponto, eu me preparei para colocar a cabeça
para fora da porta. Mas eu parei quando Melody olhou para cima,
travando os olhos comigo.

Prendi a respiração à espera para ver o que ela iria dizer ou


fazer.

Eu não tive que esperar muito tempo ...

—Te, maisi. —disse ela, soprando-me um beijo.

—Tchau, Melly Belly, —eu disse, soprando-lhe um beijo de


volta. —Te amo, baby.

Quando olhei para a família Cole uma última vez, um único


pensamento passou pela minha cabeça.
Esse pensamento? Eles. Estavam. Fazendo. Valer
BRANTLEY

CLARA ESTAVA DANÇANDO NO CARRO .

Quando saímos do hospital, eu a levei direto para o


apartamento dela para que ela pudesse trocar de roupa e substituir
a calcinha que eu tinha rasgado de seu corpo pequeno e tinha
deslizado no bolso antes de sair de meu escritório.

Depois disso, nós viramos à esquerda para pegar as crianças na


escola.

Assim que saímos para fora de seu complexo de apartamentos,


ela abaixou a janela, deixou o cabelo vermelho ondulado para baixo,
aumentou até o volume rádio e dançou para qualquer canção que
veio através dos alto falantes.

Eu não sei o que aconteceu quando ela e Hop foram ver Maddie,
mas ela saiu diferente. Enquanto ela ainda era a mesma mulher
bonita que eu estava caindo de cabeça sobre minha bunda e me
apaixonando, ela ficou um pouco mais forte, andou um pouco mais
confiante. Eu não poderia colocar o dedo sobre isso, mas ela
parecia... mais livre. Era como se o peso que ela carregava em seus
ombros tinha sido retirado.

Porra, eu adorei.

—Quem nós vamos pegar em primeiro lugar? —Perguntou ela,


colocando seu cabelo atrás das orelhas. —Eu estou assim
malditamente animada para dizer a todas as três crianças sobre
Maci. Bella vai pirar.

—Você quer dizer a ela e aos meninos ao mesmo tempo?


—Provavelmente é uma boa ideia. Você sabe que todos eles vão
querer ver ela e Maddie. Eu acho que é melhor esperar até elas
saírem do hospital, embora. Maddie estava tão cansada, —Ela fez
uma pausa. —Além disso, eu sei que ela e Hendrix vão querer passar
algum tempo juntos com as meninas antes de todo mundo cair sobre
elas.

Eu abri minha boca para dizer algo, mas parei quando o rosto
de Clara caiu um pouco. —Falando do hospital, —ela disse, —aquele
cara que apareceu por lá? Tommy?

Raiva instantânea e vermelha fez um tiro quente através do


meu peito.

Eu tinha estado a segundos de distância de pegá-lo e espancá-


lo a uma polpa.

A única razão que eu fiz não foi por causa de Clara.

Eu não era um cara mau, e ela sabia disso, mas eu não iria dar-
lhe alguma razão para me ver como alguém que machuca os outros.
Tendo dito que, se o filho da puta tivesse feito um movimento para
ela, teria sido uma história diferente. Se ela ou os meninos forem
ameaçados, todas as apostas estavam fora, e simplesmente, alguém
morreria.

—Obrigada. —Ela continuou, —por entrar na minha frente. Eu


estava pronta para intervir para afastar Carissa dele, mas quando
Kyle disse a todos o que ele tinha feito a essas três meninas, eu
congelei.

Parecia que uma cobra estava enrolada no meu pescoço,


comprimindo minha voz.
Eu não podia falar, mal conseguia respirar.

—Ouvir o que ele tinha feito, que ele tinha acabado... Ele trouxe
más recordações, e, geralmente, essas memórias me faria cair em
uma espiral, mas hoje elas não fizeram. —Virando a cabeça, ela
olhou para mim. —E é tudo por causa de você.

—Baby, eu...

—Você me fez sentir segura ... E não é a primeira vez.

Engoli em torno do aperto preso minha garganta. —Quando?


—Olhei para ela a tempo de ver a confusão voar em seu rosto. —
Diferente de hoje, quando é que eu fiz você se sentir segura?

Eu queria saber para que eu pudesse continuar fazendo isso.

—Naquela noite, que você ficou no meu apartamento... —A voz


dela sumiu; seus olhos se fecharam. —Quando você me acordou
daquele pesadelo, e depois me segurou em seus braços, Brantley, foi
o mais segura que eu já me senti.

Precisando tocá-la, eu estendi a mão e peguei a mão dela na


minha. —Isso é bom, baby, porque eu planejo segurar você em meus
braços sempre que puder.

Clara abaixou a cabeça e pegou na bainha de seu vestido. —


Você está determinado a me fazer me apaixonar por você, não é?

—É justo, considerando que eu estou apaixonado por você


desde que te vi dançar com Bella na recepção do casamento de
Shelby.
—Eu a amo. —Ela respondeu, com a voz em um mero sussurro.
—Eu sei que ela não é minha, mas eu a amo como se fosse. Eu não
sei como isso aconteceu... —ela fez uma pausa e tomou um fôlego.
—...mas ela roubou meu coração no momento em que a conheci.

Pressionando as palmas das mãos contra os olhos, ela respirou.

—A escola de Bella é em frente até a estrada, não é?

Eu balancei a cabeça, aceitando a mudança na conversa. —Sim,


querida, é. —Eu agarrei o cartão de identificação do carro, que tinha
sido enviado pelo correio quando eu registrei Bella um mês antes, e
o pendurei no espelho retrovisor. Apontando para ele, eu continuei,
—Eu tenho um extra desses em casa para dar-lhe. Quando você a
pegar, tem que ser visível ou os professores fazem você estacionar
e ir para dentro do escritório para mostrar ID.

Ela assentiu com a cabeça. —É o mesmo na escola dos meninos.


—Inclinando-se para frente, ela cavou através de sua pequena bolsa
e tirou um cartão semelhante e entregou para mim. —Evan já tem
um destes no caso de ele precisar pegar os meninos, mas eu preciso
pedir um para você.

Parado em um semáforo, meus dedos se apertaram no volante.


—Isso significa que você confia em mim com os meninos?

—Eu faço. —Tocando os dedos contra as coxas no tempo com


a batida enchendo meu SUV, ela continuou. —Você é um bom
homem, Brantley, mas você é um pai ainda melhor, —ela virou a
cabeça. —Eu não confio em pessoas facilmente com os meus
pequenos rapazes, mas sei que eles estarão em boas mãos com você.

—Eles estão, —eu respondi honestamente.


Ela assentiu com a cabeça uma vez. —Eu sei.

Olhando para trás para fora do para-brisa, ela levantou os


braços no ar. Meu olhar ficou concentrado nela enquanto ela se
movia no banco, balançando seu corpo no ritmo que a canção
infernal estava jogando.

Observá-la era hipnotizante. Intoxicante.

Eu poderia fazer isso por horas, mas eu não tinha esse tipo de
tempo.

A buzina soou atrás de mim, chamando minha atenção de volta


para o semáforo.

Estava verde.

Puxando meus olhos de Clara, eu pisei no acelerador, fiz uma


curva a esquerda, e puxei para o estacionamento da escola de Bella.
A fila para a saída de carros era longa, mas andou com eficiência e
em pouco tempo estávamos nos aproximando da zona de saída.

Parei ao lado de uma professora que falava em um rádio de


duas vias na mão. Ela sorriu para Clara e eu. —Boa tarde, Sr. Morgan,
—ela disse, olhando para a sinalização que eu tinha pendurado
minutos mais cedo. —Eu sou a senhorita Shook, professora de artes
de Isabella. Me desculpe, eu perdi você esta manhã, mas eu queria
dizer-lhe que Isabella teve um incrível dia. Ela estava nervosa no
começo, mas ela pegou o jeito das coisas rapidamente.

Orgulho encheu meu peito. —Obrigado por me deixar saber


sobre seu primeiro dia.

A professora assentiu.
Eu apontei sobre a Clara. – Esta é Clara O'Bannon, ela estará
pegando Bella nas tardes de agora em diante. —Eu odiava dizer seu
sobrenome. Era um lembrete do fato de que ela tinha usado o anel
de outro homem em seu dedo.

Que deveria ter sido o meu anel ...

—Prazer em conhecê-la, Sra. O'Bannon, —Mrs. Shook


respondeu, sorrindo.

Clara devolveu o sorriso. – Igualmente.

Tomando um passo para trás, a Senhorita Shook levantou o


rádio para seus lábios. —Isabella Morgan para o portão de saída, —
ela falou lentamente, para pronunciar cada palavra claramente. —
Isabella Morgan para o portão de saída, por favor.

O tráfego moveu. —Tenha um bom dia, Senhorita Shook.

—Você também, Sr. Morgan.

Puxando para frente, eu procurei o mar de crianças alinhadas


ao longo da calçada na frente da escola, mas eu não vi minha
princesa em qualquer lugar. —Você a vê?

Clara sacudiu a cabeça. —Não, eu não... Espere... Lá está ela! —


Ela apontou para a parte de trás da fila. – A Vê? Ela está atrás daquele
rapaz alto vestindo o boné vermelho. —Eu vi. —Aimeudeus, —Clara
gritou, fazendo-me darr um olhar duas vezes. —Olhe como
malditamente bonita ela está! Você escolheu essa roupa para ela?

Mais orgulho encheu-me. —Eu pego todas as suas roupas para


sair.
Clara bateu no meu braço. —Bom trabalho, papai.

Eu sorri quando nós puxamos para frente. Outra professora


olhou para o meu cartão e apontou para Bella. Bella saiu da fila, seus
olhos procurando entre os carros por um familiar. Quando ela viu
meu SUV seu rosto caiu.

—Que diabos? —Perguntei, antes que eu pudesse me parar.

Parecia que ela estava prestes a chorar.

Quando a cabeça mergulhou para frente, e seus ombros


balançou um pouquinho, eu sabia que ela estava, na verdade,
chorando. —Porque ela está chorando?

Ao meu lado, Clara soltou o cinto de segurança e agarrou a


maçaneta da porta. —Desbloqueie, Brantley. —disse ela, quase em
pânico. Quando não se moveu rápido o suficiente, ela latiu, —Ela
está chorando porque ela vê o seu carro e não o meu. Ela acha que
eu quebrei minha promessa.

Entendimento me bateu, e eu bati o botão de desbloqueio da


porta. – Mer...

Parei antes do palavrão solitário poder rolar para fora da


minha língua, Clara saltou para fora do carro e pisou na calçada. Uma
professora entrou na frente dela, bloqueando-a de ir mais longe,
mas Clara não estava preocupada. Segurando as mãos de uma forma
não ameaçadora, ela disse algo que eu não podia ouvir e contornou
a professora. —Bella!

Bella olhou para cima.


Meu coração torceu quando vislumbrei as lágrimas caindo dos
seus olhos.

A visão delas somente fez Clara se mover mais rápido.

Quando ela foi interceptada por um outro professor, sendo este


um homem, estacionei o carro e abri minha porta. Eu estava pronto
para sair e intervir quando Bella saiu correndo a toda a velocidade
em direção Clara.

Clara se abaixou sob o braço do homem e pegou Bella quando


ela saltou para ela.

Vestindo um sorriso enorme no rosto, ela a levantou no ar.

Bella colocou as pernas ao redor da cintura de Clara, e por sua


vez, Clara deslizou seus braços ao redor de Bella na parte inferior
das costas debaixo de sua pequena mochila, abraçando-a apertado.
Novamente, o professor disse algo para ela, mas ela apontou para o
meu SUV. Alcançando dentro, eu peguei o cartão e o ergui no ar para
ele ver.

Ele balançou a cabeça e deu um passo para o lado, deixando


ambas as minhas meninas passarem.

Subi novamente quando elas chegaram ao carro. Clara abriu a


porta traseira, deslizou Bella dentro e colocou o cinto nela. Então ela
pulou de volta no meu lado. Antes de nos mover ao redor na
unidade, eu olhei para Bella sobre o meu ombro. —Você teve um
bom dia, princesa?

Apesar das listras de lagrimas que marcavam seu rosto, ela


sorriu. Grande.
Seus olhos deslocaram para Clara e depois de volta para mim.
—Ela manteve a promessa, papai. —Ela sussurrou. —Clara manteve
sua promessa.

O olhar em seu rosto fez meu coração bater em dobro.

—Ela fez. —Eu respondi, olhando para Clara. —E ela sempre


cumprirá.

Os dedos de Clara apertaram na maçaneta da porta. – Eu


sempre vou. —Ela respondeu, olhando a segundos de se asfixiar. Ela
virou-se e levantou um único dedo no ar. —E isso, minha doce Bella
Boo, é uma promessa de mindinho.

Bella sorriu e colocou seu dedo em torno do de Clara.

Engasgado de assistir minhas meninas e um grande momento,


um pouco depois olhei para trás e para fora do para-brisa, movi o
carro na unidade. —Tudo bem, vocês duas. Vamos pegar os
meninos.

Bella gritou de emoção e eu pisei no acelerador.

NÓS CHEGAMOS no estacionamento da escola dos meninos cinco


minutos depois.

—Onde está seu carro? – Perguntei a Clara.

Clara apontou para um lugar de estacionamento perto da frente


da escola. —Ele morreu depois que eu os deixei, mas eu ainda estava
me movendo, com o que eu fui capaz de ir a um ponto vazio. Foi pura
sorte.

—Vou chamar um reboque e fazer que ele seja levado para o


mecânico mais próximo.

Clara afundou os dentes em seu lábio inferior. —Eu estava o


levando para a casa do Pop.

Minhas sobrancelhas franziram. —Por quê?

—Porque eu não posso pagar um mecânico. Pop sempre faz


meus reparos por apenas o preço da peça... —ela olhou desconfiada.
—...embora ele não me deixa pagar por isso metade do tempo.

Irracional como era, ciúme ferveu no meu intestino.

Porra eu odiava alguém cuidando dela.

Não me interpretem mal, eu estava grato que Pop estava


olhando por ela, mas não era o seu trabalho. Não mais.

Era. O. Meu.

Ainda assim, tanto quanto eu queria espezinhar e tomar a


decisão de ter seu carro rebocado para o melhor mecânico na
cidade, eu não podia. Clara estava fazendo o seu melhor para ser
independente, e eu não conseguiria abafar isso. A única coisa que eu
podia fazer era expressar minha opinião e apoio em qualquer
decisão que ela fizesse.

—Sobre isso, e se eu o fizer ser rebocado para a concessionária


mais próxima na rua Sycamore? Eu vou pagar pelos reparos.
O olhar que ela me deu foi um teria feito um homem murchar.

—Não, obrigada. —respondeu ela, cruzando as pernas. —Eu já


devo a Evan e Hop por pagar minhas contas este mês. Eu não posso
adicionar mais em cima disso. Eu nunca vou sair de debaixo dela.

Eu apertei meu maxilar firme. —E se eu o consertar?

O olhar que ela me deu foi de descrença. —Você? —Ela


perguntou, as suas sobrancelhas subiram sua testa. —Você sabe
sobre como consertar um carro?

Eu não pude deixar de sorrir. —Baby, meus pais podem ter o


dinheiro do colarinho branco, mas eles levantaram Evan e eu no
colarinho azul. Não há muito que eu não posso fazer.

Ela mordeu o lábio inferior, remoendo minhas palavras. —Eu


não posso pagar pelo trabalho, mas eu posso pagar de volta o
reboque e peças. Você vai me deixar fazer isso sem dar um chilique?

Eu queria gritar: ‘Porra, não.’ mas novamente, eu não podia


fazer isso.

Deixe-a estar em seus próprios dois pés, a voz em minha cabeça


disse.

Tanto quanto doía-me fazer, eu assenti. —Sim, bella dama, eu


vou.

O sorriso que alcançou seu rosto era toda a prova que eu


precisava de que eu tinha tomado a decisão certa.

Toc, toc, toc.


Eu sai do momento assim que uma professora bateu na minha
janela fechada.

Rolei para baixo, tomei o cartão que Clara tinha me entregue


minutos antes e mostrei a ela.

Ela assentiu, mas não disse nada antes de levantar seu próprio
rádio muito parecido com o que a senhorita Shook tinha disse: —Eu
preciso de Liam e Declan O'Bannon no cone vermelho, por favor.

A professora não nos oferecer outro olhar antes de nós


seguirmos em frente. —Cone vermelho? – Perguntei a Clara,
confuso.

—Quando você segue em frente, há seis cones coloridos


diferentes. Você estaciona ao lado de qualquer um que ela chama
pelo rádio. É aí que os meninos vão estar esperando.

Eu balancei a cabeça em entendimento. —Entendi.

—Papai, —Bella disse do banco traseiro. —Certifique-se de


estacionar ao lado do vermelho. Nós não queremos perder os
meninos.

Vendo o cone vermelho, eu guiei o carro em direção a ele. —Eu


tenho isto, princesa. —Respondi, rindo. —Não se preocupe.

Segundo depois Liam e Declan ficaram à vista.

Com os olhares um pouco confusos com a visão do meu SUV.

Clara se inclinou para fora da janela enquanto Bella gritou,


fazendo minhas orelhas doerem. —Os meninos!
Quando parei, Clara saiu do carro e abriu a porta de trás. —
Subam, delinquentes. É hora de ir para casa.

Ambos os meninos entraram.

Clara seguiu.

—Declan! —Bella gritou. —Senti sua falta! Você também Liam!

Declan riu e afivelou o cinto de segurança enquanto Liam se


inclinou e me deu um tapinha no ombro. —O que você está fazendo
aqui? Mamãe sempre nos pega.

Eu apontei para o seu carro. —Seu carro quebrou.

—Novamente?

Jesus Cristo. Quantas vezes tinha quebrado?

—Sim, mas estamos o consertando. Não se preocupe.

Liam assentiu.

—Está todo mundo com cinto? —Perguntou Clara, olhando por


cima do ombro.

Liam afivelou o cinto de segurança. —Estamos bem.

—Tudo bem. —disse ela, olhando para mim. —Leve-nos para


longe, menino bonito.

—Sim, senhora.

Fazendo o que ela disse, eu nos coloquei a caminho.


BRANTLEY

E STÁVAMOS SENTADOS na minha ilha de cozinha de grandes


dimensões.

Mochilas acomodavam-se em uma extremidade da bancada de


mármore, enquanto folhas de lição de casa e livros estavam
espalhados pelo outro. Quando saímos da escola dos meninos, nós
decidimos voltar para a minha casa para jantar. Clara queria levar
as crianças em sua nova rotina da tarde de imediato, e eu não estava
prestes a discutir com ela. Quanto mais tempo eu tivesse ela e os
meninos sob o meu teto, melhor.

O único problema com jantar aqui foi que minha geladeira


estava vazia.

Quando eu disse à Clara, no entanto, ela revirou os olhos e


disse-me que era para o que as mercearias serviam.

A espertinha.

Depois de dar-me indicações para Kroger no centro de Kissler,


ela se ofereceu para fazer todas as minhas compras para a semana.
Tudo o que ela tinha pedido era o meu cartão de crédito.

Vestindo um sorriso no meu rosto, eu entreguei.

Minha única condição era que ela comprasse material


suficiente para ela e os meninos para comerem com Bella e eu a cada
noite. Recusei-me a tê-la preparando o jantar na minha casa e, em
seguida, ter que dirigir para seu apartamento para fazer tudo de
novo.

Além disso, eu tinha visto seu apartamento.


Como ela cozinharia quando tudo estava quebrado?

Uma hora e duas centenas de dólares mais tarde, nós saímos da


loja com um carrinho cheio de compras, e um sorriso no rosto de
todos. Os meninos estavam animados por ter comida de verdade
para comer, suas palavras não minhas e Bella estava prestes a sair
de sua pele de passar mais tempo com Clara.

Ao longo da nossa viagem de compras, Clara a deixou escolher


itens, mostrou-lhe como escolher produtos frescos, e apenas deu
atenção a ela, algo que Chastity nunca tinha feito.

Bella amava a atenção que recebia.

—O que vamos ter para o jantar? —Perguntou Bella, subindo


de joelhos sobre o banco do bar onde ela estava sentada, assistindo
Clara cortar e cortar um pimentão. —E o que é essa coisa verde?

—A coisa verde é um pimentão. —Clara respondeu,


manuseando a faca com eficiência. —E nós estamos tendo
espaguete. Você disse que era um de seus favoritos.

Os olhos de Bella se iluminaram. —Será que terá sobremesa


também?

—Como é o som do cheesecake que você escolheu na padaria?

—Eu amo cheesecake! —Bella gritou, saltando no lugar.

—Eu também, —Declan acrescentou, olhando para cima, a


partir da lição de casa de ortografia que ele estava trabalhando.
Atingindo mais, eu passei um braço em volta dela e puxei-a para
o meu colo. —Se você continuar saltando assim você vai cair,
princesa.

Seus olhos nunca deixaram Clara enquanto ela se inclinou


contra mim, relaxando.

—Eu não entendo essa porcaria. —Liam bufou em frustração


quando ele deixou cair seu lápis para a bancada. —Eu odeio
matemática. É estupido.

—Precisa de ajuda? —Perguntei, olhando para ele.

O olhar que ele me deu foi um de dúvida misturado com


confusão. —Você vai me ajudar?

Suas palavras me fizeram parar.

—Claro, eu vou... – Eu levantei meu queixo no ar —...o que você


está trabalhando?

Ele deslizou para mim, a planilha que ele estava olhando nos
últimos trinta minutos. Olhei para ele e soltei um suspiro aliviado
quando vi que era algo que eu poderia facilmente explicar. —Eu
costumava odiar essas coisas, —eu disse, apontando para os
problemas de valor de lugar que ele estava trabalhando. —Isso e
números de gráficos. Tudo isso me confundiu quando eu tinha a sua
idade.

O rosto de Liam suavizou um pouco. —Eu pensei que


advogados fossem super inteligentes.

Isso me fez rir. —Eu sou super inteligente, assim como você. —
Eu parei para dar ênfase —...mas eu tive que trabalhar por isso.
—Você acha que eu sou inteligente?

Eu balancei a cabeça. —Sim, amigo, eu acho. Mas eu também


acho que você é forte e leal tanto quanto pode ser. —Quando ele não
disse nada, eu abaixei a minha voz, e continuei, —O caminho que
você tomou cuidando de sua mãe e seu irmão mais novo? Isso não é
algo que uma criança normal faria, Liam. Isso é algo que um homem
faria.

Com as minhas palavras, os ombros de Liam endireitaram.


Orgulho brilhava em seus olhos. —Eu não vou deixar nada
acontecer com eles. —Ele respondeu. —Não como…

Em um instante, ele murchou.

Ver era pior do que uma facada no intestino.

—Princesa. —Eu disse, levantando Bella no chão. —Você pode


ir ajudar Clara por um minuto? Eu preciso falar com Liam.

Clara olhou para mim com os olhos curiosos quando Bella


saltou ao redor da ilha e deslizou ao lado dela. —O que eu posso
fazer? —Perguntou ela.

Com os olhos ainda em mim, Clara apontou para a pia. —Lave


as mãos primeiramente, bebê. Então você pode me ajudar a fazer a
salada. —Quando Bella virou-se para fazer o que foi dito, Clara
gesticulou com a boca. ‘O que você está fazendo?’

Eu estava no meu banco e pisquei. —Confie em mim, Foguete.

Então, eu olhei para Liam. —Vamos lá, Liam... —Eu apontei


para a porta. —...dar um passeio comigo. —Ele se levantou e olhou
para Declan, uma pergunta sem resposta os olhos. —Você também,
Dec.

Declan saltou de seu banco. —Tudo bem!

—Vamos estar de volta, bella dama. —Eu disse a Clara, dando-


lhe um olhar tranquilizador. —Os homens precisam conversar.

Seus olhos estavam duvidosos. Ainda assim, ela disse: —Cuide


de meus filhos, Brantley.

—Sempre, baby. —Eu coloquei a mão no ombro de cada


menino. —Sempre.

Um pequeno sorriso inclinou seus lábios para cima. —Quando


você voltar, é preciso contar às crianças a boa notícia.

Eu balancei a cabeça. —Estarei de volta em poucos minutos.

OS RAPAZES e eu ficamos no final do quintal debaixo de uma das


árvores de carvalho altaneiro.

Liam olhou para mim com olhos duros, enquanto Declan pegou
flores dente de leão para Clara e Bella, alheio à tensão que nos
rodeava. Ambos os rapazes eram bons garotos, realmente bons
filhos, mas Declan ainda tinha uma ingenuidade sobre ele. Liam?
Não muita. Com apenas sete anos, ele já tinha experimentado dor o
suficiente para deixá-lo cansado.

É por isso que ele não confiava em mim.


Fiquei de cócoras por isso ficamos mais perto do nível dos
olhos, descansei meus cotovelos sobre os joelhos. —Você realmente
ama sua mãe, não é, Liam?

Ele deslizou as mãos nos bolsos e balançou a cabeça uma vez.

—Sim. —Eu disse, arrancando um pedaço de grama do chão. —


Eu posso ver isso. A maneira como você cuida dela e de Declan diz
muito sobre você como um homem. —Quando ele não falou, eu
continuei. —Eu sei que você já viu coisas ruins no passado como sua
mãe ser ferida, mas você sabe que acabou, certo?

Ele apertou a mandíbula e rasgou o seu olhar do meu. —Não,


não acabou, —ele murmurou.

Inclinei a cabeça para o lado. —O que você quer dizer?

—Ela ainda chora... —disse ele, —...o tempo todo.

—E você não gosta quando ela chora.

Era uma afirmação, não uma pergunta.

Ainda assim, Liam deu uma resposta. —Não. Isso me faz pensar
em Colin, —disse ele, chamando seu pai pelo seu primeiro nome. —
Ele era malvado. Ele gritava comigo e Declan, mas ele gritava com
ela mais.

As batidas do meu coração encheram meus ouvidos.

—Ele fez mais do que gritar com ela, embora não foi?

Mais uma vez, ele concordou. —Ele bateu nela. —Minhas mãos
apertaram. —E ele a sacudia muito também.
—Sacudiu ela? —Eu perguntei antes que eu pudesse me parar.

—Sim, ele segurava seus ombros e a sacudia. Ela caia quando


ele fazia. Às vezes, ela ficava doente e ele a chutava enquanto ela
limpava.

—Eu tem... —ele começou a dizer antes de fechar a boca e se


afastar de mim. Alguns segundos depois, ele continuou, —Eu tentei
ajudá-la, mas ela me fazia me esconder. Eu não queria me esconder,
—ele retrucou. —Eu queria ajudá-la, para que ele não a fizesse
voltar...

Seus ombros tremeram, e eu olhei.

Andei até ele, coloquei a mão em seu ombro. —Voltar para


onde? —Recusando-se a me responder, ele sacudiu a cabeça. —
Liam, amigo, está tudo bem, —eu assegurei a ele. —Você pode me
dizer. Eu só quero ajudar...

—A escuridão, —Declan disse, interrompendo-me.

Girei o meu olhar para ele.

De pé ao lado do balanço da árvore, ele juntou uma dúzia de


dentes de leão em cada mão.

—O que é a escuridão, Dec?

Seu lábio inferior tremeu. —O outro lado na parte inferior da


escada. Onde o monstro vivia.

Meu peito se apertou até o ponto que eu senti como se estivesse


sufocando. —O porão?
Liam assentiu. —É onde ele a machucava mais, —disse ele,
sufocando-se. —Ela iria gritar, mas eu não poderia ajudá-la. Ele
trancava a porta. Eu não podia entrar. Eu tentei.

O mundo em volta de mim parecia desmoronar. —O que mais?


—Eu perguntei olhando de um menino para o próximo. —O que
mais ele fez?

—Ele deixou Mama na escuridão, —Declan respondeu, olhando


para as flores que ele segurava. —Eu senti a falta dela. Eu não a via.
Não por um longo tempo.

Liam se virou para mim. —Eu a ouvia, —disse ele. —Eu ouvia
seus gritos, ouvia-a chorar. E ouvia a corrente.

—Corrente? —Perguntei, incrédulo. Minha voz estava tão


quebrada, tão crua, que eu quase não a reconhecia.

Os olhos cheios de dor de Liam encontraram os meus. —Ele


acorrentava a minha Mama. —disse ele, um rio de lágrimas caindo
pelo seu rosto. —Ele pegava minha Mama na es... escuridão e a
acorrentava lá... lá em baixo. Minha ve... ventilação... é assim que eu
o... o ouvia a machucar.

Sem pensar duas vezes, eu caí de joelhos e o puxei para mim.


Envolvendo meus braços em torno dele, eu segurei-o com força.
Soluço após soluço balançou seu pequeno corpo, fazendo-o
empurrar contra mim. —Eu na... não quero que ela chore mais. —
disse ele, ofegante.

—Liam, eu juro a você e Declan que eu vou fazer tudo o que


posso para tornar a sua mãe a mulher mais feliz do mundo. Vou fazer
o que eu tenho que fazer para ter certeza que ela pare de chorar, e
eu vou fazer o que eu preciso, a fim de certificar-me de que ela se
sente segura. Você tem a minha palavra de que não vou parar de
lutar até que todos os três de vocês estejam livres da coisa que mais
dói em vocês.

Eu o puxei para trás, olhei Liam no rosto e enxuguei as lágrimas


com os polegares.

Ele estava mais vermelho do que um hidrante, ele lutou para


parar de chorar. —Você vai continuar a fazendo so... sorrir?

Minha resposta foi rápida. —Sim, amigo, eu vou.

—Promete?

—Eu juro.

—Você tem que manter suas promessas, —disse Declan do meu


lado onde ele estava. —Isso é o que o Tio Evan sempre diz.

Soltando um braço de Liam, eu o envolvi em torno de Declan e


o puxei ao meu lado. —Tio Evan está certo. —Eu disse, forçando um
sorriso. —Mas não diga isso a ele. Sua cabeça vai ficar ainda maior
do que já é.

Declan riu. —Ei, Brantley, adivinhe?

—O que é isso, pequeno cara? —Perguntei, mordendo de volta


a descrença e raiva que corria em minhas veias.

—Tio Evan me deixou experimentar seu velho capacete de


futebol no outro dia. Tem uma imagem de um leão do lado. Ele disse
que você tem um como ele.
—Eu tenho. —Eu respondi, lutando para manter a compostura.
—Nós dois jogamos futebol juntos. A partir do momento em que
tínhamos a sua idade até todo o caminho até o ensino médio.

—Que posição você jogava? —Perguntou Declan.

—Quarterback.

Liam enxugou o rosto com a parte traseira de seu braço. —Tio


Evan disse que era bom. Tipo, realmente bom.

—Eu era. —Eu respondi, acalmando um pouco. Vendo Liam


menos chateado ajudou a diminuir a fúria que rugia dentro de mim,
fazendo com que o meu coração batesse de forma irregular e minha
adrenalina surgisse.

Mantenha sua merda junta, eu disse a mim mesmo. Os meninos


precisam se sentir seguros.

—Como é que você não jogar na NFL, então? —Perguntou Liam.

—Eu machuquei meu joelho. Rompi meus ligamentos.

—Você tem uma cicatriz? —Perguntou Declan, olhando para as


minhas pernas.

—Eu tenho. —Sorrindo um sorriso genuíno, tirei meus braços


deles, e me levantei. Puxando as minhas calças, eu mostrei a eles a
cicatriz rosa que se estendia abaixo do meu joelho. —É da primeira
cirurgia... – Eu virei, mostrando a eles o lado do meu joelho —...e
essas são da segunda e terceira.

Ambos os rapazes olharam para o meu joelho em reverência. —


Cara, isso é legal! —Declan gritou.
—Hey, —Liam disse, batendo no meu braço. —Você vai ensinar
eu e Dec a jogar futebol? Mamãe disse que vai nos inscrever este ano,
mas eu não sou tão bom.

—Eu quero, —adicionou Declan.

Prêmio, eu pensei.

—Eu vou te dizer o quê. Assim que eu chegar em casa do


trabalho amanhã, vamos começar.

Ambos os meninos iluminaram os rostos.

—Podemos entrar? Eu não posso esperar para contar Mama!


—Declan gritou.

—Espere, —Liam disse, sua voz caindo novamente. —Você não


vai dizer a ela que lhe disse, não é?

—Eu juro que não vou. Vou deixá-la me dizer quando ela estiver
pronta.

Uma emoção que eu não podia ler brilhou nos olhos de Liam.

Então, ele acenou com a cabeça.

Piscando para ele, eu virei em direção à casa. —Vocês dois


sabem que a velocidade é importante no futebol, certo? —Ambos os
meninos assentiram. —Tudo bem, me mostrem o que vocês têm.
Nós três vamos correr. O primeiro que chegar na porta de trás ganha
a primeira fatia de cheesecake.

—Eu vou vencer. —disse Liam, voltando-se para a varanda.

—De jeito nenhum. —Declan argumentou. —Eu vou vencer.


—Vocês dois estão errados. Eu vou ganhar. —Fiz uma pausa. —
Estão prontos? —Quando os dois meninos acenaram, eu me inclinei
para frente, preparando-me. Eles fizeram o mesmo. —Tudo bem...
Prontos. Junto. Vai!

Eu nunca tive uma chance.

Aos vinte e oito anos, eu estava em boa forma. Eu levantava


pesos três vezes por semana, eu corria na esteira todos os dias, e eu
nadava tanto quanto eu podia. No entanto, ambos os meninos me
bateram por cinco pés.

Liam foi o primeiro a chegar na marca, seguido por Declan.

Após a sua entrada, Clara virou, uma colher de pau na mão.

Com os olhos arregalados, ela e Bella pareciam assustadas


como a morte.

—Mamãe! —Declan gritou. —Adivinha?

—Brantley vai nos ensinar a jogar futebol! —Liam gritou antes


que ela pudesse ter uma palavra em primeiro lugar.

—Futebol? —Ela perguntou, olhando para mim quando eu


fechei a porta. —Você estará os ensinando a jogar futebol?

Eu balancei a cabeça. —Inferno sim, eu vou ensinar meus


meninos a jogar futebol.

Andei até onde ela estava, eu envolvi meu braço em torno dela,
segurando-a perto. —Seus meninos?

—Meus meninos.
—Desde quando é que os meus meninos se tornaram seus?

Esfregando a ponta do meu nariz contra o dela, eu sussurrei, —


Como você, eles sempre foram meus. Só me levou um pouco de
tempo para encontrar vocês três. Isso é tudo.

—Brantley...

—Shh, bella dama, —eu disse. —Não pense demais.

—Papai, você está indo beijar Clara? —Bella perguntou do meu


lado.

Olhos trancados com Clara, eu respondi: —Sim, princesa, eu


vou.

Um segundo depois, eu pressionei meus lábios nos dela.

—Isso é simplesmente nojento, —Liam mexeu.

Declan riu quando eu sorri contra os lábios de Clara.

—Não é grave, —Bella sussurrou. —É doce. Vou beijar o meu


namorado amanhã.

Eu arranquei meus lábios de Clara, que cobriu a boca com a mão


para esconder o riso. —Perdoe-me? —Perguntei, olhando para a
minha menina.

—Meu namorado, —repetiu Bella. —Eu vou beijá-lo.

A dor subiu pelo meu peito.

Estou tendo um ataque cardíaco?

—Você não tem um namorado. —Eu disse com firmeza.


—Eu faço. —Ela argumentou. —Eu consigo vê-lo tooodo o
tempo agora.

Aguarde. —Quem é o seu namorado?

—Sim, quem é seu namorado? —Declan perguntou, seus olhos


se estreitaram.

—Oh Deus, —Clara murmurou baixinho. —Aqui vamos nós.

Bella cruzou os braços sobre o peito. —Seu nome é Johnny e eu


o amo.

—Johnny? —Eu olhei para Clara. —Johnny?

—Ele está na minha nova classe, —Bella acrescentou, sorrindo.


—Ele tem uma tatuagem Smurf. Eu gosto de tatuagens. Quando eu
crescer, eu e Johnny vamos nos casar. Ele vai ter uma motocicleta
também.

De repente, eu não conseguia respirar.

—Ok, —disse Clara, intervindo. – Mudança de Assunto —ela fez


uma pausa enquanto ela lutou contra a gargalhada. —Eu disse a
vocês três que eu tinha algo a lhes dizer. Bem, quem está pronto para
ouvir a notícia?

Todos os três filhos gritaram ‘Eu’, ao mesmo tempo.

Clara, que parecia mais animada do que uma criança na manhã


de Natal, saltou nos saltos de seus pés. —Maddie teve o bebê esta
manhã! —Por um segundo, apenas um pequeno momento, o silêncio
nos rodeou. Mas quando Clara acrescentou: —Ela é uma menina
bonita, e seu nome é Maci, —o caos se seguiu.
—Eu quero vê-la! —Bella gritou.

—Uma outra menina? Sério? —Liam gemeu.

—Será que Maddie vai nos deixar ficar com ela? —Perguntou
Declan.

Um após o outro todos os três filhos dispararam pergunta após


pergunta, não dando Clara um segundo para respirar, muito menos
responder. Decidi que já era o suficiente, eu intervi. —Tudo bem,
vocês três. Acalmem-se. —Silêncio. —Vamos ver Maci, logo que
Hendrix e Maddie se instalarem em casa. Sim, uma outra menina, e
não, eu não acho que Maddie vai nos deixar ficar com ela. Na
verdade, eu estou certo de que ela já tem o pai dela enrolado em seu
pequeno dedo de bebê. Eu não acho que ele vai deixá-la fora de sua
vista em breve.

—Isso é verdade, —Clara murmurou ao meu lado, um sorriso


se esticando em seu rosto.

—Agora. —Eu olhei para a minha menina. – O jantar está


pronto, bella dama?

—Quase. —respondeu ela com os olhos brilhando.

Passando os dedos em torno de seu pulso, eu levantei a mão


para a boca e dei um beijo em seus dedos. —Estaremos esperando.

Liberando sua mão, eu andei ao redor da ilha e sentei-me ao


lado de Liam.

—Tudo bem. —Eu disse, apontando para o primeiro problema


em seu dever de matemática. —Isto é como você resolve isso...
CLARA
BRANTLEY MANTEVE SUA PALAVRA.

No dia depois que ele disse aos meus rapazes que iria ensiná-
los a jogar futebol, ele voltou para casa com duas bolas de futebol,
uma para cada um deles, e uma pilha de cones laranja que ele tinha
espalhado em torno do quintal, criando limites para um campo de
futebol em miniatura.

Os meninos estavam tão animados, mas eu estava preocupada


com Brantley treinando-os.

Como um perfeccionista de coração, Liam era facilmente


perturbado se ele não fizesse as coisas direito pela primeira vez e
Declan tinha a atenção de um mosquito. Eu sabia que Brantley nunca
seria cruel com eles, mas eu não queria que ele ficasse frustrado se
as coisas não correrem bem. Se isso acontecesse, e os meninos se
apegasse nele, ele iria devasta-los.

Especialmente desde que eles começaram a olhar para ele.

Eu não sei como isso aconteceu, mas desde o momento em que


todos os três dos meus rapazes deram um passo atrás na casa depois
de falar no quintal, as coisas tinham sido diferentes. Declan tinha
grudado em Brantley como um carrapato, e Liam tinha começado a
confiar nele. Eu não tinha a menor ideia sobre o que eles falaram ou
como Brantley tinha rebentado através das paredes que cercava o
coração deles, mas eu não estava reclamando.
Minha única queixa tinha chegado quando eu tinha perguntado
a Brantley sobre o que eles conversaram e ele me disse que era
informação privilegiada, e que seus lábios estavam selados.

Na minha pergunta, ele e Liam tinha partilhado um olhar dele


acordo.

Apesar de querer cavar para obter mais informações, eu me


segurei. Principalmente porque o sorriso de milhões de dólares que
superou o rosto do meu filho mais velho quando Brantley recusou-
se a derramar o feijão, disse tudo o que eu precisava saber.

Isso tudo? Ele estava feliz e me senti segura.

Isso era tudo o que importava.

À medida que os dias se passaram, e mais sessões de treinos da


tarde aconteceram, eu aprendi que eu não tinha nenhuma razão
para me preocupar. Brantley não era só paciente com meus rapazes,
mas também era amável.

Sempre que eles cometiam um erro ou não faziam algo certo,


ele não fez barulho ou gritou. Em vez disso, ele os instruiu,
reforçando em suas cabeças que não havia problema em cometer
erros, e que por cometer erros só aprendeu a fazer melhor da
próxima vez.

Ele até os presenteou com histórias dos tempos em que ele e


Evan... muito para a ira de Evan, tinham feito asneira ao longo dos
anos. Por causa do cuidado que ele tomou, a paciência que ele
mostrou, e o tempo que passou com eles, ambos os meus meninos
estavam florescendo.
Liam tinha deixado de ser tão duro consigo mesmo, e Declan
encontrou algo que ganhou o seu interesse por mais de cinco
segundos.

Ambas eram coisas bonitas.

—Mama. —Liam gritou do quintal onde estava, segurando uma


bola de futebol na mão. —Vê isto!

Levantei-me da espreguiçadeira onde eu estava sentada ao lado


da piscina de Brantley, observando Bella do pátio de concreto com
giz de cor ao ar livre. Eu tinha oferecido para colorir com ela, mas
ela enxotou-me para longe dizendo que eu iria atrapalhar sua obra-
prima. O olhar em seu rosto doce quando ela disse me fez rir. Ela era
como um garoto fácil de lidar, mas ela estava falando sério sobre sua
arte.

Segurando minha mão sobre os olhos para proteger do sol, eu


gritei de volta para Liam, —eu estou vendo, menino doce.

Liam olhou para Brantley, que estava ao lado dele. —Mama está
assistindo agora. Estou pronto.

Sorrindo, Brantley dobrou a cintura, e colocou as mãos sobre


os joelhos. —Tudo bem, lembre-se do que eu disse. Mude seu peso,
gire seu corpo superior, e mantenha o lance. Mantenha os olhos no
local onde você quer a bola vá e solte. Não pense de mais. Basta jogar
a bola. Você tem isso.

Liam assentiu em entendimento.

Ficando em pé, Brantley recuou alguns passos, e olhou para


Declan, que estava vinte pés de distância. —Prepare-se, Dec. Seu
irmão está prestes a colocá-la no ar. Olhos na espiral, mãos no ar.
Lembre-se do mantra e a pegue, dobre, proteja. Você pode fazer isso,
amigo.

Como seu irmão, Declan concordou. —Pegar, dobrar, proteger.


Deixa comigo!

—Clara, o que os meninos estão fazendo? —Perguntou Bella,


apertando minha saia com sua mão coberta de giz. —Eles estão
jogando fu.. tebol de novo?— Ela franziu o nariz, tornando seu
desagrado óbvio. —Eles fazem isso tooodo o tempo.

Corri meus dedos por seus cachos macios. —Eles gostam de


futebol.

—Por quê? Os faz ficar fedidos.

Eu ri e estava prestes a responder para ela quando Brantley


ficou na frente de Liam, se inclinou, e subiu-lhe a bola. Por algum
milagre, eu puxei meus olhos das calças de moletom perfeitos de
Brantley cobrindo sua bunda, confie em mim, foi difícil, tempo
suficiente para ver Liam cair de volta e jogar a bola.

E o garoto jogou.

No começo, eu não achava que Declan tinha uma chance de


pegá-la, mas eu estava errada. Como um foguete, ele correu pelo
quintal. Ele se virou no momento perfeito e a bola bateu-lhe bem no
peito. Ele pegou-a, e depois a soltou um pouco, mas pendurado
sobre a mesmo. Colocando-o debaixo do braço, ele correu tão rápido
quanto podia para o local onde dois cones laranja representava a
zona do fim.
Uma vez lá, ele parou, virou-se e jogou os braços para o ar. —
Touchdown!

O olhar sobre ele e o rostos de Liam aqueceu meu coração. Eu


tinha os visto felizes antes, mas eu nunca tinha visto sorrir tão
grande como eles faziam quando estavam com Brantley.

Ele roubou seus corações também...

Sorrindo de orelha a orelha Liam saltou para cima, com os


braços levantados.

Brantley fez o mesmo, bombeando seu punho no ar.

Um segundo depois, ambos correram pelo quintal,


encontrando Declan no meio do caminho. Meus meninos colidiram
e caíram no chão onde continuaram a comemorar. Brantley, sendo
a criança de grandes dimensões que era, fez o mesmo.

Sendo os pequenos delinquentes que eram, Liam e Declan


tomaram a abertura que tinha sido entregue a eles e se lançaram
sobre ele. Declan envolvido em torno de suas pernas como uma
videira, e Liam fez o seu melhor para o prender.

Nem tiveram uma chance.

Ainda assim, eles deram o melhor de si.

Eu ri quando Bella olhou para as três caras como se eles fossem


loucos. —Os meninos são estranhos. —disse ela, olhando para mim.
—Tipo, verdadeiramente estranho.
—Sim, e é melhor você se lembrar disso. Melhor evitá-los o
melhor que puder. —Eu pisquei para ela. —Especialmente aqueles
chamados Johnny.

Seus lábios formaram em um beicinho. —Mas eu amo Johnny.


Nós vamos nos casar.

Senhor tenha piedade.

—Que tal falarmos sobre Johnny enquanto você me ajudar a


preparar o jantar?

Seus olhos se iluminaram. —Eu quero ajudar!

—Vamos, princesa, —eu disse, pegando a mão dela na minha.


—Você e eu teremos um tempo menina enquanto os meninos rolam
na grama.

Ela assentiu com a cabeça. —OK!

—Brantley, —Eu gritei, agarrando sua atenção. —Bella e eu


estamos indo cozinhar o jantar. Vamos gritar para todos vocês
quando estiver pronto.

—Eu estarei esperando, bella dama. —Ele gritou de volta,


piscando.

Com um sorriso, a minha menina e eu fomos para a casa.


BRANTLEY
EU ESTAVA SENTADO em meu escritório em casa quando Clara
bateu na porta três vezes.

Toc, toc, toc.

Olhei para cima a partir do cronograma que eu estava revendo


para olhar para ela no batente da porta, ela estava com a alça de sua
bolsa caída sobre o ombro. —Hey, —ela disse, sorrindo. —Eu não
queria incomodá-lo, mas eu queria que você soubesse que os
meninos e eu estamos indo. Eu coloquei as sobras do jantar na
geladeira, carreguei a máquina de lavar louça e dobrei a roupa. Oh,
e Bella adormeceu logo depois que caiu na cama e você a deu o beijo
de boa noite.

Eu levantei meu queixo no ar. —Baby, venha aqui por um


minuto.

Com um rolar rápido de seus olhos lindos, ela atravessou a sala,


contornando minha mesa e parou ao meu lado. —O que é isso?

Agarrando seus quadris, eu a puxei para baixo para o meu colo


e envolvi um braço em volta da sua cintura. —Você sabe que eu não
a contratei para ser uma dona de casa também, certo?

Ela encolheu os ombros. —Eu gosto de fazer isso. Mantém


minha mente ocupada.

Rindo, eu dei um beijo no lado de sua mandíbula. —Se isso te


faz feliz, bella dama, então o têm. —Eu retirei uma mecha de cabelo
do seu rosto, colocando-o atrás da orelha. Então, eu voltei minha
atenção para minha tela do laptop. —Eu preciso falar com você
sobre uma consulta agendada para a próxima semana.

Suas sobrancelhas franziram. —Será que eu estraguei algo?

—Não. —Eu respondi. —Você está indo bem, baby. —Era a


verdade. Nas duas semanas desde que Clara começou a trabalhar
para mim, ela não tinha feito nenhum cancelamento. —Mas você vê
esse cara aqui? —Eu apontei para a tela, pairando meu dedo sobre
o nome Melvin Jenkins. Bastava ver o seu nome e minha veia
principal saltaria, ele era um estuprador e estava procurando
aconselhamento e me fazia querer vomitar ao mesmo tempo,
empurrando minha mão através do drywall.

—Sim. —Ela disse, com os olhos lacrimejantes bloqueado na


tela.

Eu a segurei mais apertado, sabendo que ela precisava de


conforto. —A próxima vez que um cliente potencial chamar
buscando representação para este encargo ou um semelhante a ele,
eu preciso que você faça algo para mim.

Ela tirou os olhos da tela e virou-se para olhar para mim. —O


que você quer que eu faça?

Eu levantei a mão, passando o meu polegar sobre a maçã de seu


rosto. —Eu quero que você lhes diga para ir se foder e então eu
quero que você bata o telefone na sua orelha. Entendeu?

Os olhos de Clara se ampliaram, ainda assim ela permaneceu


em silêncio.
—Clara, dama bella, me escute. Eu posso ser um advogado de
defesa, mas eu não represento a escória da sociedade. Tanto quanto
eu estou preocupado, abusadores de crianças, molestadores, e
estupradores todos podem pular do prédio mais perto e alto.

Um pequeno sorriso brincou em seus lábios. —Isso inclui


homens que agridem as mulheres?

Meu punho fechou, e eu tentei como o inferno esconder a raiva


correndo por mim. —Cada um. Por uma questão de fato, sempre que
você falar com um cliente potencial, se eles fizerem você se sentir
desconfortável ou você acreditar que eu os representar iria criar
discórdia entre você e eu, você pode mandá-los a outro lugar.

—Brantley. —Disse ela, com os olhos ainda arregalados. —Não


cabe a mim decidir quem você pode e não pode assumir como um
cliente.

—O inferno que não, —retruquei. —Foguete, você trabalha


nesse escritório todos os dias, e eu vou ser amaldiçoado se eu
representar alguém que faz você se sentir desconfortável ou
assustar você.

—Por quê? —Ela soou como se não pudesse acreditar.

—Porque você é minha garota... —eu respondi suavemente


apesar da raiva fervendo sob a superfície, —...e porque eu prometi
mantê-la segura fisicamente, mentalmente, emocionalmente.

—Falando de estar segura... —Sua cabeça caiu quando ela


pegou em um pedaço invisível de fiapos na minha camisa. —Quer
saber um segredo?
Meu coração acelerou. —Sempre.

Seus olhos se levantaram até que ficaram trancados com os


meus. —Eu já lhe disse que a primeira vez que você me segurou em
seus braços eu me senti segura. —A suavidade se espalhou por seu
rosto e levou cada grama de controle que eu possuía para não tomar
sua boca com a minha própria. —Mas o que você não sabe é que
naquele momento eu percebi que minha casa tinha um batimento
cardíaco.

Eu não conseguia respirar. —Eu sou a sua casa?

Mordiscando o lábio inferior, ela balançou a cabeça. – Você é.

—Clara... —eu sussurrei, minha voz tensa, —...me beije.

Não precisava pedir duas vezes para a minha menina.

Torcendo a cintura, ela deslizou seus dedos no meu cabelo, e


apertou seus lábios nos meus em um beijo que fez o resto do mundo
cair. O tempo parou, e, naquele momento, nada além dela, eu, e a
frequência cardíaca de nossos corações batendo existia.

Pelo menos não até ...

—Mamãe! —Liam gritou da sala de estar que chegou ao meu


escritório, quebrando o momento. —Onde está você?

Com os olhos ainda fechados, Clara rasgou os lábios dos meus


e sorriu. —Ele tem esse timing perfeito, —ela disse, sua voz cheia de
sarcasmo. —Se ele não está me acordando no início da madrugada
de um sábado, ele está interrompendo um dos melhores beijos que
eu já tive.
Eu ri. —Não se preocupe. —Eu respondi, deslizando minhas
mãos sob a parte traseira de sua camisa. Eu precisava sentir sua pele
cremosa na minha. —Há muito mais de onde isso veio.

Ela colocou um último beijo em meus lábios antes de puxar-se


do meu abraço relutante. De pé, ela endireitou a simples regata e
saia de algodão que ela usava. —Espero que sim... —ela fez uma
pausa —...porque você se tornou meu vício, Brantley Morgan, e eu
não quero entrar em apuros. —Antes que eu pudesse respondeu, ela
continuou: —Agora, seja um cavalheiro e me acompanhe.

Sorrindo como um idiota, eu permaneci no lugar. —Eu tenho


uma pergunta a fazer-lhe em primeiro lugar.

Ela reajustou a bolsa em seu ombro. —Então pergunte.

—Eu estou levando Bella para o festival no centro de Toluca


amanhã. Eu quero que você e os rapazes venham com a gente.

—Vamos. —Ela respondeu sem hesitação. —Tem mais alguém


vindo?

Eu balancei minha cabeça. —Ainda não. Eu estava planejando


chamar Evan mais tarde para ver se ele e Hop querem ir. E você pode
querer perguntar Shelby também. Eu sei que Hendrix e Maddie
provavelmente não irão desde que Maci ainda é tão pequena, mas
podemos pegar Melody no caminho se eles nos deixarem.

Clara arqueou uma sobrancelha. E quanto a avó?

—Eu vou andar por lá mais tarde e perguntar a ela. Tenho


certeza que ela vai marcar adiante. Cristo sabe que ela não vai
perder nada.
Minha menina sorriu. —Isso é verdade.

—Mamãe! —Liam gritou novamente, chamando a atenção de


Clara.

—Estou no escritório de Brantley, baby, —ela disse, olhando


por cima do ombro em direção à porta. —Eu estarei lá.

Virando-se para me encarar, ela colocou as mãos nos quadris.


—Desde que amanhã é sábado e eu não estou trabalhando, você vai
nos pegar? Ou você quer que a gente o encontre lá?

—Eu vou te buscar.

Mesmo que eu tinha reparado seu SUV no dia seguinte que ele
quebrou, trocando o alternador, eu ainda não queria que ela o
conduzisse mais do que ela tinha que fazer. Ele era velho e tinha
quase trezentos mil milhas sobre ele. Ela precisava de um carro
novo, e eu queria comprar-lhe um, mas eu sabia que se eu abordasse
o assunto, ela iria lançar um chilique e provavelmente com um golpe
de karatê me cortar as nozes.

—Que horas?

—Seis, tudo bem com você?

Ela assentiu com a cabeça. —Sim, basta ligar para mim...

—Mamãe!

—Oh pelo amor de Deus, Liam, —Clara disse com estardalhaço


sobre seu ombro. —Segure seus cavalos, garoto, eu já vou. —Ela
olhou para mim. —Ele é mal-humorado porque ele está cansado,
então eu preciso levá-los para casa. Mas como eu disse, seis é bom.
Chame-me quando você estiver a caminho. Estaremos esperando.
Agora, por favor, eu vou antes de Liam gritar a casa abaixo do
inferno.

—Sim, senhora.

Colocando uma mão em sua parte inferior das costas, eu dei um


beijo em sua testa.

Então, eu a levei para fora da porta.


CLARA

E U IA VOMITAR.

Sério, eu ia vomitar em todos os lugares, e em seguida, uma vez


que terminasse, eu iria desmaiar e cair morta.

—Ashley. —Eu disse, agarrando seu braço firme. —Se eu


sobreviver a esta, eu juro que nunca vou te perdoar.

Ashley, que estava sentada ao meu lado, seu lado pressionado


contra o meu, jogou a cabeça para trás e riu. Muito. Seu corpo inteiro
tremeu quando seu rosto se iluminou com diversão genuína.

—Não é engraçado, —Eu mexia, apesar da felicidade que


inchou em meu peito ao vê-la rir tão livremente. —Eu não sei como
no mundo que você me convenceu, a pessoa que morre de medo de
alturas, para um passeio no inferno da roda gigante.

—Eu fiz uma promessa à Dominadora de comprar-lhe um prato


de asas de frango, lembra?

Eu bufei para ela referindo-se a Shelby como a dominadora.

Se o sapato servir…

—É melhor que seja um grande prato, —eu disse, segurando a


barra de segurança, —Eu estou falando enorme. Porque isso...

Um grito de pânico rasgou da minha garganta quando o


carrinho que estávamos sentadas sacudiu quando a roda se moveu
novamente, levando-nos cada vez mais para o alto no ar.
Chupei uma respiração irregular. – Além de todos os passeios
do parque, você tinha que escolher este, não é? —Gotas de suor
formaram ao longo do meu couro cabeludo. —Sua mãe que te falou
sobre isso? Porque se ela fez, então que Deus me ajude...

—Ela não fez. —Ashley interrompeu, um sorriso furtivo no


rosto. —Mas o Dominador fez.

Meu rosto caiu.

Enroscando meus olhos fechados, eu inclinei minha cabeça


sobre o trilho de segurança e inclinei o rosto para o chão.

Faça o que fizer, eu disse a mim mesma. Não abra seus olhos.

—Anthony Moretti! —Eu gritei alto o suficiente para ele me


ouvir no chão abaixo. —Quando eu sair desta armadilha mortal
esquecida por Deus, você e eu vamos nos acertar...

Outra sacudida. Outro grito.

Ashley apenas riu mais forte quando eu me inclinei para trás na


cadeira, abri meus olhos, e agarrei a frente da minha camisa. —
Estou certa que meu coração está prestes a bater direto para fora do
meu peito.

—Não se preocupe. —disse Ashley. —Eu vou pegá-lo se ele


fizer. Talvez então... —A voz dela sumiu quando algo, ou alguém,
chamou sua atenção no chão abaixo.

O rosto dela caiu.

Todos os sinais de riso desapareceram.


—Ashley, baby. —Eu sussurrei. —O que há de errado?

As lágrimas encheram seus olhos azuis, fazendo meu coração


apertar.

Quando ela não me respondeu, eu me forcei a seguir seu olhar.

Minha barriga bateu, e medo invadiu cada célula do meu corpo


graças ao ar estar suspenso, mas eu tinha que saber qual era o
problema.

Quando vi o que, ou quem Ashley estava olhando, entendi a


situação.

Uh-oh.

—Você gosta dele? —Eu perguntei, apontando para o outro


senão Chase Jacobs, irmão mais novo de Ty.

Ashley encolheu os ombros. —Ele é bom para mim. —Ela disse,


com os olhos fixos em Chase. —Mas ele tem uma namorada... —ela
fez uma pausa. —...e bem, ela não é agradável.

—Ah... —eu respondi. —Deixe-me adivinhar, chefe de líder de


torcida, rainha do baile, líder da tripulação garota de classe média?

Ashley assentiu. —Todos acima.

—Eu percebi. —Envolvendo um braço tremendo em suas


costas, eu a puxei para mais perto. —Eu sei que é difícil, mas não
deixe que as meninas gostem de chegar até você. A única razão pela
qual elas agem como bruxas pequenas é porque elas são inseguras.

—Como você sabe?


—Porque as pessoas que são seguras de si mesmas não saem
por aí maltratando os outros. Você conhece o velho ditado, a miséria
adora companhia? Bom, é verdade. Algumas pessoas, não são todos
que estão feridos em seu interior que vão tentar colocar os outros
para baixo ao seu nível. É horrível, mas é como algumas pessoas
operam.

Ashley deixou escapar um suspiro. —Eu odeio o colegial. Eu


vou ficar tão feliz quando acabar.

—Eu odiava o ensino médio também, mas a vida fica melhor.

—Será que ficou melhor para você? —Seus olhos se


arregalaram. —Depois que você... você...

—Você quer dizer depois que eu escapei do meu sádico marido,


abusivo?

—Sim. —Ela respondeu, com a voz pequena.

Eu apertei com mais força. —Ashley, ouça. Não é nenhum


segredo que eu já passei por algumas coisas horríveis e eu sei que
você também. Não há problema em falar comigo e fazer perguntas.
Não há nada que você possa dizer que vai me fazer ficar chateada.
—Isso era cem por cento verdade. —Para responder à sua pergunta,
sim, as coisas ficaram muito, muito melhor.

Seu sorriso voltou. —Você gosta de Brantley?

Maneira de virar o jogo, esta Ash...

—Eu gosto... —eu respondi honestamente.

—Ele é bom para você?


Eu balancei a cabeça. —Ele é.

—Ele não a machuca?

Eu balancei minha cabeça. —Não. Ele nem mesmo levanta a


voz. Eu juro que o homem tem a paciência de um santo.

—Isso é bom. —Ela respondeu, ainda olhando para Chase. —


Você conseguiu descobrir se ele está contratando alguém?

Um sorriso furtivo se espalhou pelo meu rosto. —Bem, agora


que você mencionou, sim, ele está contratando, ele só não sabe
ainda.

Os olhos de Ashley se arregalaram. Era quase cômico. —O que


você quer dizer?

—Deixo o trabalho às duas e meia todos os dias para pegar as


crianças da escola. Brantley geralmente organiza o escritório
depois, uma vez que não esteja muito ocupado, mas ele está
ganhando mais clientes a cada dia, e ele não será capaz de manter-
se por muito tempo. —Fiz uma pausa, respirando. —Como você
gostaria de entrar por um par de horas depois da escola? Tudo que
você tem a fazer é responder às chamadas telefônicas e
cronogramas. É muito fácil.

Suas sobrancelhas franziram. —Será que Brantley estará lá?


Quer dizer, eu sei que ele vai estar lá, mas eu estarei onde ele possa
me ver?

Saber onde isso estava indo, eu a dirigi fora do pensamento


antes que ela pudesse entrar em pânico ou recusar o trabalho.
—Sim, ele pode ver a recepção de seu escritório. —Eu disse. —
E Ashley, de uma sobrevivente para outra... —fiz uma pausa —
...você pode confiar, Brantley. Ele não vai deixar nada acontecer com
você.

—Você tem certeza?

—Você acha que eu iria colocá-la em uma situação que eu não


tenha certeza?

Mordendo o lábio inferior, um hábito que nós compartilhamos,


ela balançou a cabeça. —Não.

—Bom. —Eu disse, sorrindo. —Estou feliz que chegamos a um


esclarecimento. Agora, você quer o trabalho? Porque eu não estou
acima de implorar se for necessário.

A cabeça de Ashley mergulhou.

Foi a primeira vez que ela tirou os olhos do Chase.

—Sim. —Ela sussurrou. —Eu quero o trabalho.

Eu joguei meus braços no ar. —Sim! —Eu gritei, chamando a


atenção das pessoas no carro acima de nós. —Eu não posso
acreditar que você está indo trabalhar no escritório. É o seu
primeiro emprego, diabos, e eu estou assim, malditamente,
orgulhosa de você!

O rosto de Ashley avermelhou, e eu não pude deixar de rir.

—Estou envergonhando Vocêeee?

Seus olhos se arregalaram. —Apenas um pouquinho.


—Ok, tudo bem, —eu bufei. —Vou tentar diminuí-lo.

Talvez.

—Ei, Clara...

—Sim?

—Obrigada.

—Por que você está me agradecendo?

—Por ser minha amiga.

Eu sorri tão grande o meu rosto quase dividiu. —Sempre,


Ashley Jo. —Eu respondi. —Sempre.

BRANTLEY ESTAVA ESPERANDO por Ashley e eu quando saímos da


roda-gigante.

Em pé, no final da rampa de saída, ele usava um par de calças


de moletom escuro que abraçava seus quadris estreitos, uma
camiseta cinza desbotada que estava esticada em seu peito largo e
bíceps protuberantes, um boné de bola incrementado, e os óculos de
armação pretos. Ele parecia diferente do seu habitual, mas, querido
Senhor, ele era tão bonito que fez as borboletas no meu estômago
fazerem o cha-cha-cha.

Tomando a mão de Ashley na minha, eu a puxei para baixo da


rampa. —Vamos. Vamos conhecer o seu novo chefe.

Ashley não respondeu, mas ela não se afastou no tanto.


—Ei, você aí, menino bonito. —O sorriso em meu rosto era
enorme. – Você com certeza está muito bonito hoje.

Seu sorriso espelhou o meu próprio. —Venha aqui, —ele disse,


envolvendo um braço em volta da minha cintura e me puxando para
ele. Nossos corpos se tocaram, o aroma de seu perfume misturado
com o meu perfume, e seu hálito de menta passou por meu rosto. –
Vi você pirando lá em cima, —ele continuou quando Ashley soltou
minha mão, —pensei que eu teria que subir lá em cima para chegar
até você.

—Você teria subido lá para chegar a mim?

—Num piscar de olhos. —Ele respondeu. —Onde quer que você


precisar de mim, eu estarei lá. Sempre, Clara.

Eu desmaiei. Mentalmente. Fisicamente. Emocionalmente.

Sentindo-me como se estivesse perto de me asfixiar, eu levanto


o polegar e aponto por cima do meu ombro para Ashley. —Quero
apresentá-lo a alguém.

—O quê? —Ele perguntou, confuso. —Eu já conheço Ashley.

Eu balancei a cabeça e pulei de seu abraço.

Dando um passo para trás, eu estava ao lado de Ashley, e bati


em seu ombro com o meu próprio. —Isso pode ser verdade, mas eu
acho que é hora de você conhecer a sua mais nova funcionária. —
Antes que ele pudesse me perguntar o que diabos eu estava falando,
eu continuei falando. —Como auxiliar de escritório. —Eu sorri
afetado. —Tomei a iniciativa e a contratei. Ela vai trabalhar por
algumas horas cada tarde depois de eu sair. Dessa forma... – Eu fiz
uma pausa. —...você não vai estar correndo por aí como uma galinha
com a cabeça cortada. Além disso, ela poderia usar a experiência de
trabalho, e bem, ela precisa trabalhar em algum lugar onde ela se
sente segura.

Ashley ficou tensa.

Ainda assim, eu continuei falando.

—Expliquei-lhe que você é um cara sólido e que você não iria


deixar que nada acontecesse a ela. Agora, eu gostaria que você
confirmasse o que eu disse, estou falando como alguém que também
precisa se sentir segura, a necessidade que você já cumpriu, devo
acrescentar, eu sei o quanto é importante ouvir para ter confiança.

Brantley não hesitou. Olhando para Ashley, ele disse


calmamente: —Nada vai acontecer com você enquanto eu estiver
por perto, Ashley. Se alguém ainda olhar para você engraçado, eu
vou intervir.

Ashley mudou seu peso entre seus pés. —Você não vai deixá-
los me tocar?

Arrepios correram pela minha espinha.

Embora diferente, alguém tinha ferido Ashley na mais vil das


formas, assim como eu.

Eu entendi a sua pergunta, mas ela quebrou meu coração, mais


como dilacerado eu ouvi-la perguntar uma coisa dessas.

A mandíbula de Brantley assinalou, e eu sabia que ele estava


lutando contra a raiva. —Se alguém coloca um único dedo em você,
eu vou quebrá-lo fora. Entendeu?
Os olhos de Ashley queimaram. Em seguida, um pequeno
sorriso inclinou seus lábios para cima. —Sim, —respondeu ela. —
Eu acho que eu faço. —Ela virou a cabeça, o olhar fixo com o meu. —
Quando eu começo?

Lutei contra o impulso para bombear o meu punho no ar.

Eu já a envergonhei o suficiente para uma noite...

—Como é que segunda-feira soa?

Ashley assentiu. —Eu estarei lá... Obrigada, Clara. —Braços em


volta de sua barriga, ela timidamente olhou para Brantley. —
Obrigada, B.

Brantley assentiu. —A qualquer hora, A.

Ashley sorriu. —Eu vou encontrar minha mãe e meu pai. Eu


tenho certeza que eles vão querer ouvir isso.

Brantley virou para o lado e deu um passo para trás, dando-lhe


espaço para passar por ele. —Eles estão perto da limonada gelada,
com Lucca e Melody. Eu vou te ver daqui para certificar-me de você
chegue lá bem.

Ashley saiu correndo.

Acenando por cima do ombro, ela gritou, —Tchau Clara! Tchau


B!

Nós dois acenamos de volta.

Quando ela fez isso para sua família, Ashley pegou Shelby pelo
braço e falou animadamente. Segundos depois, Shelby colocou os
braços ao redor dela, puxando-a para um abraço, enquanto Anthony
olhou por cima da cabeça em direção ao lugar onde Brantley e eu
estávamos.

Com um olhar de gratidão no rosto, ele articulou as palavras: —


Obrigado.

Eu sorri, e Brantley deu-lhe um polegar para cima.

—Você é outra coisa, você sabe disso?

Olhei para Brantley. —Isso é uma boa coisa ou uma coisa ruim?

Novamente, ele passou um braço em volta de mim e me puxou


para ele. Descansando sua testa contra a minha, ele me segurou
perto. —Deus, Clara. Sempre boa. —Os olhos trancados com os
meus, ele traçou as pontas dos dedos para baixo do comprimento da
minha espinha. —Você tem alguma ideia do quanto eu quero te
beijar agora?

As borboletas que faziam cha-cha-cha em minha barriga


chutaram em alta velocidade.

Me apaixonando, me apaixonando, me apaixonando...

Eu passei meus braços em volta do pescoço. —Então me beije.

Uma batida de coração mais tarde foi o que ele fez.

QUINZE MINUTOS MAIS TARDE ...


—Papai! —Bella gritou acima do som dos jogos do festival que
nos rodeava. – Ganhe para mim o ursinho de pelúcia rosa! —Ela
apontou para um urso de pelúcia rosa que usava um tutu espumante
e coroa. —Eu quero isso para meu quarto!

Puxando o dinheiro do bolso, Brantley entregou ao atendente


do jogo uma nota de cinco dólares. Em troca, recebeu um punhado
de dardos. —Quantos eu preciso acertar? —Ele perguntou ao
atendente.

O atendente, um homem de dentes amarelos em seus sessenta


anos, sorriu. —Para o ursinho de pelúcia você tem que acertar todos
os seis. Tem que ser na mesma cor, ou não vale.

Brantley deu um passo para trás, um olhar presunçoso


estampado em seu rosto. —Não é um problema.

Eu estendi minha mão. —Bella, querida, venha ficar comigo.

Tão cheio como o festival era, eu estava com medo de perder


Bella entre o mar de pessoas. Eu sentia o mesmo sobre os meninos,
mas eles estavam com Evan, indo em todos os brinquedos que Bella
e eu nos recusamos a ir.

Rosto alinhado em concentração, Brantley levantou a mão e


jogou o primeiro dardo.

Bella e eu aplaudimos quando ele espetou um balão azul, o


estourando.

—Faça novamente, papai!

Erguendo a mão, Brantley jogou outro dardo, estourando um


segundo balão azul.
Então ele o fez novamente.

E de novo.

E mais uma vez.

—Você não vai acertar este, rapaz. —O atendente disse quando


apenas um dardo permaneceu.

Rapaz? Ele chamou a Brantley, de todas as pessoas, de rapaz?

Brantley mostrou ao homem que não mentia quando ele


levantou a mão e atirou o dardo final.

Ataque direto.

O balão explodiu, e Bella gritou.

Envolvendo os braços ao redor da perna de seu pai, ela saltou


para cima e para baixo. —Você ganhou meu ursinho, papai! Você é
o melhor paizinho de nunca! Obrigada, muuuito!

Brantley sorrindo correu os dedos pelo cabelo de Bella. —Você


é bem-vinda, princesa.

O atendente de aparência irritada agarrou o urso e entregou à


Bella com um grunhido.

Eu atirei punhais para ele com os olhos, mas como Brantley


tinha feito com ele segundos antes, ele não me deu nenhuma
atenção.

—Vamos lá, —disse Brantley para mim quando ele pegou Bella
e seu novo ursinho no colo.
Ela gritou, e meu coração aqueceu. Eu poderia assistir ela e
Brantley juntos durante todo o dia. Ambos estavam tão bonitos, tão
apaixonado um pelo o outro. —Vamos encontrar os garotos.

Eu me aproximei. —Vamos lá.

Com isso, fomos para os carrinhos de bate-bate.

DEZ MINUTOS DEPOIS

Eu não conseguia parar de rir.

—Quem diabos pensou que seria uma boa ideia deixar a vovó
ir nos carrinhos de bate-bate? —Hendrix perguntou do meu lado.

Maddie, que estava do outro lado dele segurando Maci com três
semanas de idade em um portador de bebê sobre o peito, deu de
ombros. —Ela está feliz. Isso é tudo que importa.

Hendrix olhou para ela como se ela fosse louca. —É claro que
ela está feliz. Ela está pegando as pessoas com um carro de plástico.
Basta esperar até que ela fazer essa merda na vida real com seu
carro. Eu não estou resgatando sua bunda louca fora da cadeia.

Pressionando um beijo no gorro de policial na cabeça de Maci,


Maddie sorriu. —Sim você irá.

Hendrix franziu a testa, mas ele não se preocupou em discutir.

Qual era o ponto? Todo mundo sabia que Maddie estava certa.

—Mamãe! —Liam gritou. —Me veja!


Acenei, deixando-o saber que eu estava assistindo.

Segundos depois, ele bateu com o carro na frente de um que


Evan estava dirigindo.

—Oh, você vai pagar por isso. —disse Evan, sorrindo.

Fazendo uma curva à direita, Evan iniciou a perseguição.

Declan, que tinha uma Bella gritando sentada ao lado dele,


seguiu, e vovó, Senhor a abençoe, ultrapassando-a. Tenho certeza de
que as pessoas no município mais próximo podiam ouvi-la cacarejar
como uma pessoa louca quando ela virou à esquerda, depois à
direita, batendo em cada pessoa possível.

—Isso vai acabar em desastre. —Eu disse para Brantley, que


estava atrás de mim, seus braços em volta da minha barriga. —Eu
vejo uma visita de PS no nosso futuro esta noite. Se vai ser a partir
de uma das crianças quebrando um membro ou de vovó quebrando
um quadril, eu não sei.

Apoiando o queixo no topo da minha cabeça, ele riu. —Espero


que não.

—Hey, Mad, onde está todo mundo? Eu não vi Pop, Keith,


Charlotte ou Felix.

—Papai, Pop, e Charlotte estão todos no trabalho. Felix não se


sentia muito bem então ficou em casa, e Carissa e Heidi estão na
roda-gigante. —Ela olhou para mim, nossos olhos se encontraram.
—Não se preocupe, Kyle está com elas.

—Claro que ele está... —eu respondi. —...Onde mais ele estaria?
Hendrix bufou. —Onde está Ashley? —Ele me perguntou. —Ela
não estava com você? Não me diga que você perdeu minha sobrinha,
Clara.

Ele parecia perto de entrar em pânico.

—Não, eu não a perdi. —Eu apontei em direção à linha dos


food-truck a cerca de 50 pés de distância. —Ela, Hop, o bebê Ry, e
Lucca estão na linha do bolo ali.

Ele soltou um suspiro aliviado.

Os braços de Brantley apertaram ao meu redor. —Você está


com fome, bella dama? Se assim for, basta dizer a palavra. Vou pegar
o que quiser. Eu vi um food-truck de tacos.

—Estou dentro!

—Alguém de vocês quer alguma coisa? —Brantley perguntou a


Hendrix e Maddie quando nos viramos para ir embora.

Ambos balançaram a cabeça dizendo não.

—Não, mas se você ver Anthony ou Shelby, diga e eles que


estamos prestes a sair e que eles precisam devolver a minha filha
mais velha. Eles a sequestraram. —disse Maddie, rindo. —Nós
vamos manter um olho sobre as crianças até vocês voltarem.

—Vou dizer a eles!

Foi a última coisa que eu disse quando Brantley arrastou-me


para longe.
TRINTA MINUTOS MAIS TARDE

Estávamos sentados em uma mesa de piquenique comendo


tacos.

Sentei-me de um lado da mesa com Bella e Declan ao meu lado


enquanto Brantley sentou-se no outro lado com Liam e vovó ao lado
dele. Todos os outros no nosso grupo tinha encerrado a noite e
foram para suas casas minutos antes. Depois que terminarmos de
comer, faríamos o mesmo. Estava ficando tarde e as crianças,
juntamente com Brantley e eu, já estávamos exaustos.

Vovó, no entanto, parecia ter uma fonte infinita de energia.

Deve ser todo o moonshine que ela bebeu...

—Então, —Vovó disse, dando uma mordida de seu taco. —Será


que todo mundo teve um bom momento?

Bella acenou com a cabeça. —Vovó, olha o que papai ganhou


para mim, —disse ela, segurando seu novo urso. —Não é bonito?

Vovó sorriu. – O urso mais bonito que eu já vi, se eu posso dizer


isso. —Ela olhou de Liam para Declan. —O que vocês dois dizem? O
Sr. Bom de ver ganhou a vocês alguma coisa?

Ambos os meninos balançaram a cabeça.

—Não, ele me pegou bilhetes extras de passeios. —disse Liam,


sorrindo de orelha-a-orelha. —Isso é tudo o que eu queria.
—Ele me deu um bolo e casquinha de sorvete. —Acrescentou
Declan.

Um olhar de aprovação deslizou sobre o rosto de vovó. —E ele


me comprou alguns dos melhores tacos queridos que já comi. Eu
diria que você ganhou alguns pontos de bônus esta noite, B.

Ela piscou, e ele sorriu de volta.

—Ei, Brantley, —Declan disse, com a cabeça inclinada para o


lado.

—E aí, amiguinho?

—Podemos vir aqui de novo? —Antes de Brantley pudesse


responder, Declan continuou. —Porque eu gosto de estar com você
e Bella.

—Eu também. —Liam acrescentou, com a voz hesitante.

Prendi a respiração, à espera de Brantley para responder.

—Meninos, olhem para mim. —disse Brantley, sua voz suave.


Ambos os meus pequenos rapazes olharam para cima. —Vocês
podem passar mais tempo com Bella e eu quando quiserem. Não
importa se estamos aqui, em casa, no cinema, ou no parque. Se nós
queremos, nós estaremos lá. Sempre.

—Promete? —Perguntou Liam, esperançoso.

—Eu juro.

A julgar pela expressão no rosto de Liam, ele acreditava em


cada palavra que Brantley disse.
E assim eu também fiz.
BRANTLEY
MINHA CABEÇA ESTAVA PRESTES A EXPLODIR.

Agarrando meu celular na minha mão, eu olhei para a tela do


meu laptop, relendo o mesmo e-mail para o que tinha que ser a
décima vez nos últimos dois minutos. – Clara. —gritei de onde eu
estava sentado atrás de minha mesa. —Obtenha seu muito pequeno
traseiro aqui.

Eu vi pela janela do meu escritório quando ela murmurou algo


que eu não entendi baixinho, rolou a cadeira para trás, empurrou de
sua mesa e se levantou. Seus saltos clicado quando ela atravessou a
sala, fazendo seu caminho para o meu escritório.

Cinco segundos depois, ela avançou pela minha porta.

Mesmo irritado como eu estava, a visão dela me roubou o


fôlego.

Maldição, ela é linda.

As mãos nos quadris, ela parou na frente da minha secretária


executiva e inclinou-se um pouco. —O que é isso agora? —
Perguntou ela, com a voz beirando a irritação. —Eu simplesmente
me sentei.

Meu queixo assinalou. —É o horário vazio?

Seus olhos se estreitaram. —Você não deveria ter pensado


nisso antes de gritar pelo prédio abaixo? —Ela disse atrevida.

—É? —Perguntei novamente entre os dentes.


Bufando um suspiro, ela balançou a cabeça uma vez. – Sua
reunião das duas e meia foi remarcada para a próxima semana,
então sim, ele está vazio. Agora, o que no mundo tem você torcido
tão apertado como um pretzel? —Mordiscando o lábio inferior, seus
olhos incertos dispararam para o arquivo aberto deitado na minha
mesa ao lado do meu laptop. —Eu dei baixa em algo errado? Foi
Ashley? Se assim for, eu vou consertá-lo. Basta dizer-me...

Minha irritação desapareceu.

Remorso tomou o seu lugar.

Eu odiava a fazer duvidar quando ela tinha nenhuma razão para


isso.

Contratá-la foi uma das melhores decisões que já tinha feito.

Por mais razões do que uma.

—Não, —eu disse, minha voz mais calma. —Você não estragou
nada. Você nunca fez.

—Então, o que é? Eu estava tentando digitar todas as notas que


você me deu antes de eu ter que sair para pegar as crianças em
poucos minutos.

Eu levantei meu queixo no ar. —Venha aqui. —Quando ela


arqueou uma sobrancelha e não se moveu, eu sorri. —Por favor.

—Assim é melhor. —disse ela, sorrindo.

Olhos fixos em mim, ela contornou minha mesa. Eu me inclinei


na minha cadeira, e sem me ter que pedir, ela sentou-se de lado no
meu colo. Meus braços circularam sua cintura enquanto ela se
inclinou contra mim, descansando a cabeça no meu ombro. Seu
peito subiu quando ela respirou fundo, relaxando em mim.

Virei o rosto, escovando os lábios contra sua testa. —Por que


você não me disse que você foi à caça de apartamento?

As pontas dos dedos traçaram meu antebraço, deixando


solavancos frio em seu rastro. —Como você sabia que eu estive
procurando apartamentos? Você está me espionando, Menino
Bonito?

—Não. —Eu sussurrei. —Renee, o Gerente do Complexo de


apartamentos em Green Haven me enviou há poucos minutos uma
solicitação de verificação de emprego para você em resposta a um
pedido de aluguel que você enviou.

Seus dedos se acalmaram. —Você vai enviar e-mail de volta?

—Sim, —eu respondi. —Se é o que você quer.

Sentando reta, ela torceu na cintura, e deslizou seus braços ao


redor do meu pescoço. —Os meninos merecem melhor do que onde
vivemos agora. —Ela respondeu, com seus olhos olhando para os
meus. —Agora que eu posso pagar, eu quero passar para algum
lugar melhor, mais seguro. De preferência um com uma piscina e um
parque infantil. Talvez até mesmo uma quadra de basquete. —Seus
dedos serpenteavam no cabelo pressionando acima do meu
colarinho. Foi uma luta para manter os olhos abertos com a
sensação. —Bem, eu posso pagá-lo, contanto que você não esteja
pensando em me demitir em breve.

Seu tom sugeria que ela estava brincando; seus olhos contavam
uma história diferente.
—Eu não estou pensando em dispensar você. —Eu respondi.
Levantando uma mão, eu deslizo meu polegar sobre o lábio inferior,
acariciando a carne tenra. —Na verdade, eu estou prestes a
oferecer-lhe uma promoção.

Confusão passou pelo seu rosto. —Uma promoção?

—Isso é o que eu disse, não é?

Seus lábios inclinaram para cima em um lado em um meio


sorriso. —Você é um espertalhão.

Eu, malditamente perto, revirei os olhos. —Se isso não é o roto


falando do esfarrapado, então eu não sei o que é.

—Qual é a promoção? —Seu tom estava cheio de curiosidade e


apreensão combinada.

—Você gosta de ser babá de Bella, não é?

Seus lábios se apertaram em uma linha reta. —Eu não vou


brindar essa pergunta ridícula com uma resposta.

Eu ri. —É justo. —Fazendo uma pausa, eu enviei uma oração


silenciosa para a pergunta que eu estava prestes a fazer não ser
respondida com a resistência de um exército de um milhão de
homens. – O trabalho aqui está aumentando. Nós ganhamos novos
clientes quase todos os dias.

Clara assentiu. —Eu sei. Eu sou a pessoa que organiza sua


agenda, lembra?

Vejam? Espertinha.
—Eu vou estar trabalhando até tarde, por vezes, —eu disse.

Mais uma vez, ela balançou a cabeça. —Eu sei isso também.

—O que significa, você estará trabalhando até tarde cuidando


de Bella.

—Obviamente, —ela bufou. – Nobre e gracioso, Brantley,


apenas diga já. Gosto de dançar, mas não em círculos e certamente
não verbalmente.

Foda-se, eu pensei. Basta dizer isso.

—Venha morar comigo.

Os olhos de Clara se arregalaram para o tamanho de pires. —O


que você acabou de dizer?

—Você me ouviu.

—Você perdeu sua maldita...

—Eu quero que você se torne uma babá que mora junto, —eu
disse, interrompendo-a antes que ela pudesse soltar mais além do
que ela já disse. —Você já está na minha casa até às oito todas as
noites, os meninos fizeram amizade com as crianças da rua, você vai
começar a ver Bella mais, e duas das suas melhores amigas, além de
vovó, Pop, Keith e Charlotte estão dentro de cuspir uma distância.

Clara permaneceu muda.

Eu continuei falando. —Você não tem que jogar fora dinheiro


em aluguel nem utilitários, e o trajeto seria mais curto do que se
você se mudasse para Green Haven. E eu tenho toda essa merda que
quiser. Há uma piscina no quintal, um balanço ajustado sob as
árvores de carvalho, uma cesta de basquete no topo da calçada, e eu
sei o quanto você ama meu chuveiro. —Eu sorri. —O que quer que
você queira ou precise, eu vou comprar ou ter colocado.

—Brantley, eu não posso...

Droga! Eu mentalmente gritei.

—Você não tem que dormir comigo, se é isso com o que você
está preocupada. —Eu continuei. —Eu tenho cinco quartos. Você e
os meninos podem ter os três extras. Eu não estou tentando
empurrá-la para qualquer coisa... —era uma mentira. —...e eu vou
respeitar qualquer escolha que você fizer... —isto era a verdade: —
...mas morar com Bella e eu é melhor do que se mudar para um
apartamento.

Foi um corajoso, contudo exato, comunicado.

Desenrolando seus braços de mim, Clara começou a se levantar.

Apertei o meu domínio sobre ela em resposta.

—Brantley, deixe-me, —ela exigiu.

Eu a soltei mesmo que eu não queria.

Uma vez em seus pés, ela caminhou para o outro lado da sala.
Voltou à minha frente, ela levantou as mãos e correu as palmas das
mãos para baixo e aos lados de seu rosto. —Você tem alguma ideia
do que você está pedindo de mim?

Acenei, mas permaneci no lugar, dando-lhe o espaço que ela


precisava. —Eu sei que estou pedindo muito, dama bella, —eu
respondi. —Mas eu juro por Deus que não têm segundas intenções
aqui. – E não tinha. —Eu só quero o que é melhor para todos os
envolvidos.

Ela virou-se, de frente para mim. —E você acha que é melhor


para os meninos e eu, morar com você?

Não houve hesitação da minha parte. —Sim.

—Então, o que, nós seriamos como companheiros de quarto ou


algo assim?

—Algo parecido.

Mordendo a unha do polegar, ela mudou seu peso entre seus


pés, as rodas em sua cabeça chegando quando elas estavam girando
muito rápido. —Você me deixaria dormir em um quarto separado
do que você está?

Levantei minhas mãos, colocando-os na parte de trás da minha


cabeça. —Clara, eu disse que eu nunca iria forçá-la em qualquer
coisa que você não queria. Eu quis dizer isso. Se você não quer
dormir na minha cama, está tudo bem. E se você não quer que eu
coma sua boceta doce e a foda para dormir todas as noites, então
isso está bem também. Vou apenas me aliviar no chuveiro. Eu venho
fazendo isso há anos. Sou praticamente um especialista nisso agora.

Os olhos da minha menina brilharam, e eu sabia que ela estava


prestes a dizer algo que me balançaria.

Eu tinha razão.
—Mas eu pensei que seu pau era um extra? Como a piscina e
cesta de basquete. Quero dizer, qual é o ponto de viver com você, se
eu não uso... —ela apontou para a frente da minha calça. —...isso.

Eu ri. —Eu já disse isso antes e vou dizer de novo, se você quer
o meu pau, baby, tudo que você tem a fazer é pedir por ele.

Com os olhos ainda brilhando, ela balançou a cabeça. —Certo,


mas pelo o que eu entendo, eu sou livre para voltar para o meu
quarto e dormir sozinha, sim?

Estreitei os olhos, eu cruzei os braços sobre o peito. —Eu nunca


me senti mais insultado na minha vida maldita, —eu provoquei. —
Você quer usar meu pau, mas nem sequer me dar a satisfação de ver
você cair no sono na minha cama? Isso é frio, Foguete. Simplesmente
frio.

Jogando a cabeça para trás, ela riu. Muito.

Foi um dos mais belos sons que eu já ouvi.

—E se eu prometer guardá-lo antes de eu ir?

—Isso vai diminuir a picada, mas ainda estou muito ofendido.


—Ela riu um pouco mais, e eu continuei correndo minha boca,
disposto a fazer qualquer coisa para mantê-la do jeito que ela estava
naquele momento. Prometi os meninos que eu iria continuar a fazê-
la sorrir... —Não é engraçado. Eu me sinto usado.

Sacudindo a cabeça, Clara deu um passo adiante. —Vou fazer


um trato.

—Inferno. —Eu gemi, esfregando a palma da mão sobre o peito.


—Aqui vamos nós.
Ignorando meus dotes teatrais, Clara colocou as mãos nos
quadris e me deu um olhar similar ao que minha madre usava para
dar a Evan e eu quando ela queria que nos calássemos e
escutássemos o que ela tinha a dizer. —Eu vou morar com você, mas
apenas sob três condições.

—Nomeie-as, —eu respondi rapidamente, provando minha


ânsia de levá-la sob o meu teto.

—Um... —ela disse, —...Os meninos e eu teremos os nossos


próprios quartos como você ofereceu.

—Feito.

—Dois... —ela continuou, —...Eu tenha acesso ao... —ela


apontou para a frente da minha calça. —...sempre que eu quiser.

Eu ri. —Eu não acho que te dar meu pau vai ser um problema.

—Três... — Ela sorriu —...você tem que concordar em me


deixar convidar as meninas para a noite de meninas uma vez por
mês. —Ela fez uma pausa. —Começando amanhã.

Merda. —Isso inclui Shelby e avó?

—Bem, duh. Isso também inclui, Maddie, Charlotte, Hope,


Carissa, Heidi e Ashley.

—Você tem certeza que quer convidar a velha louca jararaca?


Minha bunda já está coberta de hematomas de todos os beliscões
que ela me dá. E não me fale sobre Shelby.

Clara deu de ombros. —Nós somos um pacote, Menino Bonito.


Eu, os meninos, o louco clube das meninas.
Eu soltei um suspiro exasperado falso. —Acho que vou ter que
engolir. Mas não diga que eu nunca me sacrifiquei por você. Quero
dizer, droga Foguete, o louco Club das meninas? Na minha casa?
Todo mês? Não é suficiente que a metade delas vivam dentro de
cinquenta pés de mim?

—Nós. —Acrescentou. —Elas vivem dentro de cinquenta pés


de nós. —

Minhas mãos começaram a suar. —Você está dizendo que sim?

Ela assentiu com a cabeça uma vez. —Eu estou dizendo sim.

—Clara, você... —eu comecei.

—Espere um momento. —Ela interrompeu. —Eu tenho mais


uma condição.

—Diga.

—Toda sexta-feira. Você, eu, teremos um encontro.

Meu coração batia tão forte que eu estava surpreso que não
estourou direto para fora do meu peito. Movendo-me em torno de
minha mesa, eu fechei o espaço entre nós. Parando na frente dela,
eu deslizei minhas mãos em seu cabelo, e inclinei sua cabeça para
trás. —Você só me fez o homem mais feliz do mundo, bella dama.

Amassando o nariz, minha menina sorriu. —Sinta-se livre para


me pagar em asas de frango e tacos. Minha bunda não consegue este
tamanho por si só e é preciso trabalhar para manter o meu corpo.

Foi a minha vez de rir.


Esta mulher... Só, droga....

—Vá pegar nossos filhos, Clara. Estarei em casa daqui a pouco.

Ela arqueou uma sobrancelha. —Você vai me pedir tacos hoje à


noite?

—Claro, querida. Não quero que você perca uma polegada de


sua fabulosa bunda agora, não é?

Eu não dei a ela uma chance de responder antes de pressionar


meus lábios nos dela.
BRANTLEY
CLARA TINHA IDO EMBORA por menos de cinco minutos, quando
meu celular tocou, e Ashley, que só deveria chegar daqui a trinta
minutos no relógio, ainda não tinha chegado.

Puxando meu telefone do meu bolso, eu olhei para a


identificação de chamadas.

Meu bom humor desapareceu.

Mandíbula apertada firme, eu olhei para o nome piscando em


toda a tela com desdém. —Filha da puta... —coração batendo, meu
polegar pairou sobre o botão ignorar. Eu estava tentado a dizer para
se foder e enviar a chamada diretamente para o correio de voz.

Mas eu não podia fazer isso.

Se eu fizesse, ela teria continuado ligando.

Ou pior, aparecendo.

Irritado como o inferno, eu levantei o telefone no meu ouvido.


—Bem, se não é minha ex-mulher, —eu respondi, minha voz cheia
de desgosto. —Não se escuta falar de você em mais de um mês,
Chastity. Acho que você não se importava o suficiente para chamar
e descobrir se a nossa filha chegou à Geórgia bem. —Fiz uma pausa.
—Oh, sim —Eu ri sem humor —Eu esqueci que você não dá a
mínima para a minha menina. Não se preocupe, porém, eu me
importo o suficiente por nós dois.

—Seu filho da puta. —Ela rosnou, me irritando ainda mais.


Eu não tenho tempo para isso.

Eu realmente não o tinha.

Eu tinha trabalho para terminar, um escritório para fechar, e


uma família para chegar em casa também. A última coisa que eu
queria, ou precisava, era ter Chastity trabalhando para me colocar
para baixo.

—O que você quer, Chastity?

—Você mentiu para mim!

Eu inclinei minha cabeça para trás contra a minha cadeira e


fechei os olhos. —Eu não menti para você sobre qualquer coisa, —
eu respondi com os dentes cerrados. —Eu não sei que tipo de ilusão
em que você está neste momento, mas eu vou ser amaldiçoado se eu
sentar aqui e te entreter. Se você quiser alguém para ouvir suas
besteiras, chame o seu pai. Ele sempre foi bom em mimar você.

—Você levou a minha filha de mim!

Meus olhos se abriram. —Você quer dizer a minha filha? —Eu


senti a veia na minha testa saltar quando minha pressão arterial
subiu. —A que você não gastou mais de dez minutos nos últimos
dois anos? —Levantei-me e me inclinei, apoiando a mão livre em
cima da minha mesa. —Você desistiu de seus direitos de visitação,
Chastity. Você não tem nenhuma pretensão na minha filha. Não
mais. Por que você está me chamando com essa merda, eu não tenho
a menor ideia. Eu não ligo para descobrir qualquer coisa. Durante
anos, eu te dei a chance de fazer a coisa certa, para ser uma boa mãe,
mas você não se importava de fazer qualquer coisa. A única coisa
que você já se importou foi o dinheiro, e você escolheu-o sobre Bella
em cada turno. Então me escute quando digo isso, Eu. Porra.
Terminei. Não me ligue, não mande textos. Apenas esqueça que
ainda existo.

Comecei a encerrar a chamada, mas parei quando Chastity


disse: —Você me disse que não estavam se mudando para estar com
ela.

Eu congelo. —Do que você está falando?

—Eu sabia que você estava mentindo, —ela sussurrou a última


palavra. —E as fotos postadas por sua prostituta no Facebook esta
manhã prova que eu estava certa.

Eu estava perdido.

Completamente confuso.

Bella tinha estado na escola todo dia.

Ninguém tinha tirado fotos dela.

—De quem é você mesmo falando?

Chastity rosnou antes de gritar, —Clara, fodida, O'Bannon!

Minha pele se arrepiou.

Campainhas de alarme disparou.

Algo não está certo, pensei.

—Como você sabe o sobrenome de Clara?


—Não importa! —Ela retrucou. —O que importa é que você
mentiu e agora você tem alguma outra mulher que joga de mamãe
para Isabella quando deveria ser eu!

Isso foi tudo o que levou para eu perder o meu controle.

—Nunca deveria ter sido você! —Eu gritei de volta. —Bella


pode ter vindo de seu útero, Chastity, mas ela nunca foi concebida
para ser sua!

—E o que? Você acha que ela deveria ser de Clara?

Eu nem sequer precisei pensar sobre a minha resposta antes


que as palavras saíram da minha boca. —Ela é de Clara.

—Que diabos isso significa?

—Isso significa que Clara ama Bella, Chastity, algo que você
nunca fez. Clara cuida dela, ela nutre seu amor. Ela garante que ela
coma regularmente, tem roupas limpas, e toma um banho todas as
noites. Ela lê para ela, brinca com ela, e lhe ensina sobre o mundo.
DNA compartilhado ou não, Clara é mãe de Bella. Você não.

—Seu filho da pu...

—Puta. —Eu terminei por ela. —Eu já sei. Eu ouvi a mesma


linha mil vezes desde que eu cometi o erro de me casar com o seu
rabo de cavar ouro.

—Eu não vou deixar você fazer isso, Brantley! —Ela continuou
a gritar. —Eu não vou deixar alguma outra mulher ficar com minha
filha!
Eu ri. —Oh, você vai, —eu respondi. —É apenas uma questão
de preço.

Silêncio.

Eu sabia… —Chamou sua atenção, não é?

Mais silêncio.

—Diga-me, você venenosa cadela quanto é que vai custar para


você ir embora definitivamente? Obviamente, os pagamentos de
pensão alimentícia não estão satisfazendo mais você desde que você
está me chamando para fora do azul com essa merda. Então, basta ir
em frente e cuspi-la. Nós dois sabemos que é a verdadeira razão por
que você ligou. —Eu exalo tão duramente minhas narinas. —
Nomeie. Sua. Porra. De. Preço.

Ela levou menos de três segundos para responder. —Cem mil.


Dinheiro.

Eu fechei em punho minha mão livre e cerrei os dentes de trás


com tanta força que eu estava surpreso que eles não racharam. —
Você quer cem mil de mim? —Perguntei. —Então você
voluntariamente entrega todos os seus direitos parentais na frente
de um juiz do tribunal de família. Quero que cada corda que une você
à minha filha cortada. Você me ouviu?

—Eu não estou pagando por um advogado.

Meu estômago torceu em nós. —Não se preocupe, sua puta


gananciosa. —Minha voz estava cheia de tanto veneno e ódio que eu
não a reconhecia. —Eu vou pagar por isso. Eu vou pagar por tudo.
—Meu peito apertou, tornando-se difícil para eu respirar. —Meu
advogado entrará em contato. Quanto a mim, não me ligue. Se fizer
isso, nosso negócio está desfeito, e eu vou arrastá-la através do
sistema judicial e obter seus direitos despojados dessa forma. A
escolha é sua, Chastity. Fique quieta e tenha o seu dinheiro ou cause-
me problemas e não recebe nada.

Eu não dei a ela uma chance de responder antes de desligar.

Batendo o meu telefone para baixo na minha mesa, eu apertei


minhas mãos, e virei-me, pronto para bater o punho no gesso até
meus dedos sangrarem. Eu tinha alcançado o meu ponto de ruptura.

—Filha da... —Eu gritei.

—Brantley...

A voz suave de Clara me fez congelar.

—... por favor, não.

Eu respirei fundo e lutei como o inferno para apertar para baixo


a raiva que ferveu no meu intestino e deslizou por minhas veias.
Relaxando a minha mão, eu me forcei a permanecer imóvel quando
eu tentei o meu melhor para me acalmar. Clara tinha chegado tão
longe me deixando entrar. Se eu não pudesse me controlar, então eu
poderia muito bem ter encharcado todo o progresso que fizemos em
gasolina e acender um fósforo.

—Clara. —Eu sussurrei, minha voz mais áspera do que uma


lixa. —Baby, eu não vou...

Minhas palavras morreram na minha língua, quando a sua mão


trêmula tocou meu ombro.
—Brantley... —disse ela, com a voz pequena, —...vire.

Eu balancei a cabeça, recusando-me. —Eu não posso.

Eu tinha me acalmado um pouco, mas eu sabia que minha raiva


ainda era visível. Era evidente a partir da maneira como meu corpo
tremia e o conjunto tenso da minha mandíbula. Eu posso ter forçado
as minhas mãos a abrir, mas eu não podia forçar a dureza alinhada
em cada polegada do meu maldito rosto desaparecer.

Eu estava muito zangado. Muito desgostoso.

A segunda mão tocou minhas costas, e meu queixo assinalou.


—Eu sei que você não vai me machucar. —Ela sussurrou, —mas eu
preciso que você vire. Eu preciso ver seu rosto. Por favor, me deixe
ver.

Tomando uma respiração profunda, eu me virei.

Seus olhos verdes lacrimejantes encontraram os meus.

Minha menina parecia vulnerável, mas corajosa como o inferno.

Levantando as mãos, ela as pairou sobre o meu peito. —Posso


tocar em você? —Perguntou ela, com a voz trêmula. —Eu preciso te
tocar.

Vê-la cheia de dúvidas e medo me matou por dentro.

Eu balancei a cabeça.

—Você pode me tocar, bella dama —eu respondi. —Sempre.

Lágrimas deslizaram pelo seu rosto enquanto ela levantou as


mãos trêmulas e as colocou no meu peito. Minha pele queimava com
o contato, mas o calor suave de suas mãos me acalmou. —Eu não
vou te machucar... —Eu coloquei minhas mãos em cima das dela —
...não agora. Nem nunca.

Olhos presos nos meus, ela mordeu o lábio inferior. —Eu sei
que você não vai. —Um breve silêncio caiu sobre a sala. —Esse não
é o motivo por eu estar cho... chorando.

Minhas sobrancelhas franziram como a confusão se instalou. —


Você não tem medo de mim?

Ela balançou a cabeça. —Não. Eu sei que você nunca iria me


machucar. Brantley, você não...

Quando sua voz se apagou, eu levantei a mão e segurei seu


queixo. —Eu não o quê? Fale comigo, Clara.

Era a sua vez de tomar uma respiração profunda pelo nariz e


para fora através de sua boca.

—Somente monstros machucam outras pessoas... —ela fechou


os dedos, cravando as unhas em minha pele. —...e você não tem um
desses em você. Você não é como ele. Eu sei disso.

Ouvi-la dizer essas palavras fez minha raiva diminuir.

Ela finalmente entende...

Eu aproveitei a chance e envolvi um braço ao redor de sua parte


inferior das costas.

Quando ela não vacilou em pânico, eu puxei-a para mais perto.

Passos de bebê…
—Deixei o cartão de motorista de carro de Bella na minha mesa,
então eu voltei para o pegar, e quando entrei na porta, eu o ouvi. —
Ela continuou. —Eu não sou o pastel mais brilhante da caixa, mas eu
entendi, pelo menos parcialmente o que estava acontecendo. —Suas
mãos deslizaram do meu peito aos meus ombros, onde os dedos
massageavam os músculos tensos que estavam debaixo da minha
carne. —Eu entendo a sua raiva, porque eu sinto isso também, mas
não é por isso que estou chateada. Tanto quanto você odeia sua ex-
esposa, eu sei que você é mais do que capaz de lidar com ela.

Sua confiança em mim me fez ficar mais alto.

—Se você não tem medo de mim, e se você não acha que eu sou
um monstro, então por que você está chorando? —Eu me inclinei
para baixo, pressionando minha testa na dela. —Eu odeio vê-la
perturbada. Cada lágrima que você chora me mata, Clara.

Como alguém poderia fazer alguém tão bonita como ela chorar?

—Porque eu ouvi o que você disse, —ela sussurrou, repetindo


o que ela disse segundos antes.

—Qual parte?

—A parte em que você disse que eu era mãe de Bella.

—É a verdade. —E era. —Baby, você não entende. Quando eu


vi você... —Minha voz sumiu quando eu engasguei. —Quando eu vi
você olhar para ela, e ela para você pela primeira vez, naquele dia,
algo clicou no lugar, e eu sabia... Eu sabia, porra.

—Você sabia o que? —Ela perguntou, segurando meus ombros


como se sua vida dependesse disso.
Removendo o braço dela para trás, eu segurei seu queixo e
inclinei a sua cabeça para trás. —Eu sabia que a minha menina tinha
acabado de encontrá-la para sempre.

—Brantley...

Eu mergulhei meu rosto; menos de uma polegada separava


nossos lábios. —A Chastity não era nada mais do que um navio,
Clara. A conivente e manipuladora, sempre com fome por dinheiro.
Ela deu à luz a minha princesa, mas isso é tudo o que ela fez. Mesmo
tão jovem como ela é, Bella sabe disso. —Meus polegares
acariciaram sua mandíbula. —Ela sabia que não tinha ganhado uma
mãe como a maioria das crianças. —Eu tomei um fôlego profundo –
Por isso ela escolheu uma para si mesma. E, bella dama, ela escolheu
você.

O lábio inferior de Clara tremeu. —E você?

—E eu o que?

—Será que você me escolher também?

Eu não hesitei. —Eu te convidei para a minha casa há menos de


vinte minutos atrás. Eu acho que eu deixei claro como me sinto. —
Ela sorriu, e meu coração aqueceu. —Eu sei que eu errei por não vir
atrás de você mais cedo, mas você tem que entender, Clara, a coisas
que Chastity fez me deixaram exausto.

Exausto ou não, eu nunca deveria ter sido estúpido o suficiente


para deixar meu passado me impedir de perseguir o que eu sempre
soube que era meu.
—Eu estraguei tudo lutando contra meus sentimentos, mas a
maneira que eu me sinto por você, a maneira como Bella se sente
sobre você... Isso me assusta.

Emoções na mesa, eu me senti vulnerável. Cru.

E se ela for embora?

—Mas eu não posso mantê-la no comprimento do braço por


mais tempo. Eu quero você, eu preciso de você. Eu sei que estou
pedindo muito de você hoje, mas, Foguete, eu estou implorando
para você, me dê o seu coração.

Clara envolveu suas mãos em torno de meus tríceps coberto


por uma camiseta e manteve-se firme quando um único soluço
sacudiu seu corpo inteiro. – Brantley... —chorou, as lágrimas caindo
mais forte. —Ele já é seu.

Três pequenas palavras... Isso é tudo o que precisava para


mudar minha vida.

Para sempre.
CLARA
—QUANDO BRANTLEY VAI ESTAR EM CASA? —Liam perguntou,
olhando para fora da janela pela porta da frente. Girando uma bola
de futebol em suas mãos, ele virou-se para a sala de estar onde eu
estava sentada no sofá dobrando roupa. —Ele normalmente estaria
aqui agora.

Olhei para o meu telefone para me certificar de que eu não tinha


perdido uma chamada ou texto.

Eu não tinha.

—Ele estará aqui em breve. —Eu respondi, o meu peito


apertado com preocupação. Eu temia, e eu quero dizer temendo, a
conversa que eu precisava ter com os meninos sobre a mudança. Eu
já tinha dito a Brantley que iríamos morar com ele, mas se os
meninos não quisessem, então eu teria que ir para trás na minha
palavra. Por mais que eu me preocupasse com Brantley, e tanto
quanto eu queria passar cada segundo possível com Bella, eu me
recusava a forçar meus pequenos rapazes em uma situação onde
eles não estivessem confortáveis.

Estivemos lá, já fiz isso.

Não o faria novamente.

Liam deixou escapar um suspiro antes de marchar para mim, a


bola de futebol que Brantley tinha lhe dado debaixo do braço. A
única vez que colocava para baixo era quando ele tomava um banho
e ia para a cama à noite. Qualquer outra vez, ou estava em suas mãos,
ou debaixo do braço. Pelo amor de Deus, ele mesmo jantava com ela
sentada em seu colo.

De acordo com Evan, Brantley tinha feito o mesmo quando


criança.

Saber esse pequeno detalhe me fez sorrir de orelha-a-orelha.

Eles são semelhantes em muitas maneiras...

Declan, que estava sentado no sofá ao lado de uma Bella


cochilando, olhou para o irmão como se ele fosse louco. —Pare de
pisar em torno de nós como um troll. – Ele zombou. —Você vai
acordar Bella, e então ela vai ser mais rabugenta do que um urso.

Eu sorri, porque era a verdade.

Deus sabe que eu amava Bella à morte, mas a menina amava o


sono, e ela não gostava de ser acordada antes que ela estivesse
pronta.

Liam revirou os olhos e se sentou na poltrona à minha frente.


—Estou entediado.

Depois que dobrei a última toalha, coloquei-a no cesto de roupa


suja que estava no chão perto dos meus pés. Decidi aproveitar o
sossego, eu olhava de um menino para o outro. —Eu preciso falar
com vocês meninos, sobre algo importante.

Seus olhos se arregalaram.

—Seja o que for, eu não fiz. —disse Declan, apontando para o


irmão. —Ele fez isso.
—Cale essa boca, Dec.

—Liam Nicholas O'Bannon, —Eu bati. —Nós não usamos esse


tom e nós não dizemos para calar. Você me entende, meu jovem? —
Ele assentiu. —Bom. Agora peça desculpas a seu irmão.

Declan sorriu enquanto Liam murmurou, —Desculpe, —sob


sua respiração.

—Tudo bem, —eu comecei, meu coração na minha garganta. —


Eu tenho algo importante para perguntar a vocês, mas antes de eu
fazer, eu preciso que vocês entendam que não importa qual seja a
resposta, não vou ficar chateada.

As sobrancelhas de Liam franziram. —O que é isso?

Eu respirei. —Vocês conhecem Brantley, certo?

Ambos assentiram.

—E vocês gostam de passar o tempo aqui, nesta casa, com Bella


e ele também, correto?

—Sim, —Declan sussurrou. —Eu gostaria que vivêssemos aqui.


Eu não gosto do apartamento, não mais.

—Nem eu. —Liam adicionou, seu olhar caindo para o chão.

Com essas palavras, o peso e medo que estava pesando meu


peito se dissipou. —Será que vocês gostariam de viver aqui? —
Perguntei, fazendo com que ambos os meninos levantassem as
cabeças.

Liam olhou para mim com os olhos arregalados. —Sério?


—Sério, —eu respondi, sorrindo. —Brantley descobriu que
estávamos procurando um lugar novo para viver, e ele nos ofereceu
para morarmos com ele e Bella em vez de em outro apartamento.

Declan levantou-se do sofá. —Nós começaremos a viver aqui?


—Ele perguntou, sua descrença clara.

Eu balancei a cabeça. —Se vocês quiserem.

—Eu quero! —Ele gritou, e depois olhou para baixo em uma


Bella ainda dormindo. —Oops.

Eu ri e girei o olhar para Liam. —Fale comigo, Liam. —Eu


sussurrei. —Você vem em primeiro lugar, baby. Se você não quer
ficar aqui, não vamos. Vou encontrar-nos um apartamento. Um
agradável. Então nós podemos...

—Vocês estão se casando? —Liam interrompeu.

Sua pergunta bateu-me fora de ordem. —Oh não.

—Por quê? —Ele perguntou, confuso. —Você não o ama?

Antes que eu pudesse tentar responder, Declan falou. —Eu o


amo, —disse ele, com a voz mais calma do que a minha. —Porque
ele brinca comigo e essas coisas —Ele olhou para cima de onde ele
estava olhando para o seu colo; seus olhos encontraram os meus. —
Ei, mamãe...

—Sim, menino doce?

—Será que Brantley pode ser meu pai?


Eu podia jurar que o mundo em torno de mim parou de girar.
—Você quer que ele seja?

Ele assentiu. – Sim. —disse ele, com o olhar mais uma vez
caindo de volta para seu colo.

Eu não sabia o que dizer, o que fazer.

A conversa não foi uma que eu estava esperando ter agora, ou


alguma vez.

—Quanto tempo para nós começarmos a viver aqui? —


Perguntou Liam, mudando de assunto.

—Por enquanto, quando nós quisermos. —Eu respondi,


esperando como o inferno que eu não estava dizendo uma mentira.

Liam continuou. —Brantley não vai nos fazer sair? Nem mesmo
se fizermos algo errado?

—Não. —Foi uma resposta que eu estava confiante de. —Ele


não vai.

—Então eu quero viver aqui também.

As palavras tinham acabado de sair da boca de Liam quando o


som da porta da garagem sendo aberta ecoou pela casa, anunciando
a chegada de Brantley, e acordando Bella. Sentando-se, ela jogou a
manta que eu tinha colocado em seus pés no chão e esfregou os
olhos com as palmas das mãos.

—É papai que chegou em casa? —Perguntou ela, esticando os


braços sobre a cabeça.
—É ele, princesa. —Eu respondi, de pé. —Por que você não...

A porta na cozinha que ligava a casa para a garagem, que estava


atrás de mim, de repente abriu, interrompendo-me. Os olhos de
Bella se iluminaram quando Brantley entrou pela porta. —Papai! —
Ela gritou. —São para Clara?

—Elas são, —ele respondeu.

—Você tem todas aquelas para Mama? —Perguntou Declan, de


olhos arregalados.

Mais do que curiosa, eu estava do sofá e virei-me para a cozinha.

Quando meus olhos pousaram em Brantley, e o que ele tinha na


mão direita, minha barriga silvou.

Rosas vermelhas. Pelo menos duas dúzias. Talvez três.

—Brantley...

—Desculpe o atraso, bella dama. —disse ele, colocando um


saco branco para baixo na bancada ilha. —Eu tinha algumas paradas
para fazer. Eu teria chamado, mas eu não queria estragar a surpresa.
—Ele sorriu tão brilhante que cegava. —Eu espero que você goste
de vermelho.

Tomando a mão de Bella na minha, eu nos movi em torno do


sofá e para a cozinha, seguindo atrás dos meninos. —Papai, eu gosto
de flores também. — Disse Bella, nas pontas dos pés para obter um
melhor olhar para o belo buquê que Brantley ainda segurava. —
Posso ter um pouco?
Seu olhar caiu para sua menina. —Claro que você pode. —Ele
respondeu, rindo.

Delicadamente deitando o pacote grande de rosas sobre a


bancada, ele desembrulhou o papel celofane decorado de coração
cobrindo os caules. Foi quando eu vi que não era um buquê gigante,
mas dois combinados. Um maior, um menor. Os olhos de Bella se
iluminaram novamente quando Brantley ofereceu-lhe as rosas. —
Estas são para você, princesa.

Eu quase me derreti.

Ostentando um sorriso de parar o coração, Bella pegou as flores


da mão de Brantley e levantou-os para o nariz. —Mmm, —ela disse,
cheirando-as. – Estas têm um cheiro bom, e são tão, tão bonitas. Eu
posso mostrar a vovó mais tarde, papai? Ela amaaa flores.

Brantley assentiu. —Claro que você pode, menina bonita. —


Colocando seu rosto em suas mãos, ele deu um beijo doce para sua
testa. —Eu te amo, Isabella. Você nunca se esqueça disso.

—Eu não vou. —Ela sussurrou, antes de se virar para me


encarar. – Clara. —Ela gritou. —Olhe o que papai me deu. Não são
bonitas?

—Elas são lindas, —eu respondi, correndo os dedos pelos seus


cabelos. Minha voz era pequena e tranquila. Esmagada pelo homem
que estava a menos de cinco passos de mim, eu estava à beira de
sufocar. —Assim como você.

De pé, Brantley pegou o grande saco branco que ele colocou no


balcão minutos antes. —Prontos para ver o que tenho para vocês
dois? —Ele perguntou a Liam e Declan.
Ambos os meninos assentiram.

Com um sorriso no rosto, Brantley abriu a bolsa e tirou dois


pacotes de tecido branco embrulhados. Ele entregou um para cada
um dos meninos e recuou, esperando que eles os rasgassem para
abrir.

Ele não teve que esperar muito tempo.

Os pedaços de tecido escorregaram para o chão, quando o som


do material rasgando encheu a sala. Liam teve o seu aberto primeiro.
Seus olhos se arregalaram ao máximo quando ele segurou o seu
presente no ar, inspecionando-o. —Brantley, cara! —Ele gritou, em
sua excitação palpável. —Você me deu uma camisa do Peyton
Manning!

Eu ri por ele chamar Brantley de cara.

Eu tinha ouvido Declan usar a expressão antes, mas nunca


Liam.

—Eu tenho uma também! —Declan gritou depois, assim como,


se não mais, animado que seu irmão mais velho. —Mamãe, olha, —
acrescentou ele, segurando a camisa no ar para eu ver. – É uma
camisa do Bronco!

—Eu vejo, baby. —Eu ri. —Você gosta disso?

Ele balançou a cabeça, os olhos ainda colados ao seu presente.

—Podemos experimentá-los? —Liam perguntou, saltando o


olhar de Brantley para mim.
Braços cruzados sobre o peito largo, Brantley apontou para as
escadas. —Vá em frente. —Ele respondeu, sorrindo. —Sua Mama e
eu iremos descobrir o que vamos fazer para o jantar, enquanto vocês
estiverem lá em cima.

Ambos os rapazes decolaram.

Liam, no entanto, parou depois de cinco passos.

Vendo seu irmão parar, Declan fez o mesmo.

Olhando para trás, para Brantley por cima do ombro, Liam


sorriu. Grande. —Ei, Brantley. —disse ele, mais feliz do que eu já vi.
—Quer saber de uma coisa?

Brantley assentiu. —Sim, amigo, eu faço.

—Se você quiser se casar com a minha mãe, eu estaria bem com
isso.

—Eu também, —Declan adicionou. —Então você poderia ser


nosso pai.

Minha respiração ficou presa no meu peito, e um zumbido


encheu meus ouvidos enquanto eu esperava Brantley, que parecia
atordoado, responder. Vários segundos se passaram, e meu pulso
aumentou à medida que meu coração bateu contra meu peito. Então,
quando eu me sentia à beira de um ou outro, desmaio ou vomito, ele
respondeu. Essa resposta? —Nada me faria mais feliz, amigo.

Me apaixonando, me apaixonando ... Eu continuo me


apaixonando.
Os olhos de Declan brilharam. —Ei, Brantley. —disse ele,
repetindo a mesma coisa que seu irmão tinha dito momentos antes.
—O meu novo quarto pode ser o único no final do corredor?

Brantley congelou.

Ele olhou para mim, uma pergunta não formulada em seus


olhos.

Eu sorri em resposta. —Eles sabem... —eu sussurrei, referindo-


se a nós morar com ele e Bella, —...e eles estão felizes com isso.

Se possível, o sorriso que apareceu nos lábios de Brantley era


maior do que o de Declan. —Você pode ter qualquer quarto que você
quiser.

—Legal!

Sem tanto como outra palavra, os dois rapazes desapareceram


subindo as escadas, e os sons de seus passos pesados, ao fundo do
corredor, onde três quartos vagos ficavam.

—Papai, —Bella disse, cortando o silêncio que nos cercava. —


Do que foi que Dec estava falando? Por que ele precisa de um
quarto? Os meninos estão passando a noite?

—Brantley, —eu sussurrei. —Diga a ela. Por favor.

Sabendo que sua reação iria causar emoção extra através de


mim.

Ele piscou para mim antes de olhar para Bella. —Princesa, o


que você acha de Clara e os rapazes viverem com a gente?
Silêncio.

Silêncio total e absoluto.

Então, —Os meninos e Clara estão vindo de verdade viver com


a gente? —Ela gritou alto o suficiente para quebrar o vidro. —Como
para todo o sempre? – Antes que Brantley ou eu pudesse responder,
Bella partiu para as escadas, deixando as flores na bancada ao lado
das que eu assumi que fossem as minhas. —Meninos! —Ela gritou.
—Nós vamos viver juntos! Nós vamos ser uma família!

Seus gritos animados seguiram até as escadas e pelo corredor


em direção onde os rapazes tinham provavelmente desaparecido.
Mordendo o riso, eu olhei para Brantley. —Eu diria que ela é um
pouquinho animada.

Sem aviso, Brantley envolveu seus dedos ao redor de meu pulso


e me puxou em direção a ele. Eu tropecei, caindo nele.

Suas mãos agarraram meus quadris, me firmando.

—Cuidado, bella dama. —Ele sussurrou sobre minha cabeça. —


Nós não queremos que você caia. —Ele colocou um dedo embaixo
do meu queixo, inclinando meu rosto. —Você não tocou suas flores
ainda, —ele sussurrou, seus olhos procurando os meus.

—Isso é porque você não me deu ainda, —Eu disse atrevida.

Sorrindo, Brantley estendeu a mão e pegou o maço de rosas


frescas.

Ele deu um pequeno passo para trás e colocou-as em meus


braços esperando.
—Elas são lindas. —Eu respondi, sentindo minhas emoções
bem no fundo do meu peito enquanto eu acariciava as pétalas
macias com os meus dedos. —Obrigada, Menino Bonito.

—Não tão bonito como você. —Ele fez uma pausa. —Então,
novamente, nada é.

—Você continua elogiando e eu posso acabar em sua cama esta


noite.

Ele cantarolava. —Você não vai me ouvir reclamar.

—Bom, porquê...

Minha boca se fechou quando alguém tocou a campainha.

Ding, ding, ding!

—Fique aqui, Foguete. Vou ver quem é.

Ele deu um beijo suave na minha testa antes de se virar e ir


embora.

Depois que ele foi embora, eu alcancei sob a ilha e tirei dois
vasos de vidro; ambos os quais pareciam tão caros quanto poderiam
ser. Eu apenas preenchi o primeiro com água, quando ouvi a porta
da frente abrir, seguido pelo som de uma voz familiar.

—Ei você aí, Sr. Bom de Ver. Vejo que você está vestindo uma
camisa hoje. —Ela fez uma pausa. —Isso é uma vergonha maldita.

Brantley riu. —O que você precisa vovó? Clara e eu estávamos


prestes a fazer planos para jantar.
—Bem. —disse ela, falando alto o suficiente para eu ouvi-la por
todo o caminho até a cozinha, —Eu vim para roubar meus netos. Eu
decidi ter uma festa do pijama na minha casa e eu estou os
sequestrando. Eu já peguei Lucca, Melody e Ashley. Eles estão lá na
minha casa assistindo TV, esperando o jantar ser feito. —Ela fez uma
pausa. Brantley permaneceu silencioso. —Eu tentei falar com Hop
para me deixar levar Ryker para que ela pudesse descansar um
pouco, mas o irmão maldito de vocês rosnou para mim. O grande
bastardo. Eu quase acertei ele com minha bengala. E eu nem sequer
me preocupei em perguntar a Maddie sobre deixar-me ficar com
Maci. Hendrix Cole, homem maldito, sendo o peixe de cabeça grande
que ele é, teria tido um aneurisma.

Mordi o lábio inferior para não rir.

Pobre Evan e Hendrix ... Ambos estão na lista negra de vovó.

—Então o que você tem a dizer? Você vai me deixar levá-los


para a noite? Ou que eu preciso perguntar à minha ruiva favorita?
Eu posso convencê-la a dizer que sim, lançando uma asa de frango
ou duas para ela.

Dessa vez, eu me ri. Muito.

Se a vovó achava que eu posso ser comprada com asas de frango...

...Ela estava certa.

—Vou mandar as crianças daqui a poucos minutos. —Brantley


respondeu, ainda rindo. —Os meninos estão no andar de cima
experimentando as camisas de futebol que eu comprei para eles
enquanto Bella sem dúvida supervisiona.
—Huh, —Vovó respondeu. —Será que estou vendo isso? Se
comprometendo já. Bom trabalho. —Outra pausa. —Bem, eu vou
para casa. Os envie assim que terminarem. E lembre-se, não os
alimente, porque eu tenho coisas cozinhando.

—Vou fazer. —Brantley respondeu. —Mais tarde, vovó.

Ele não lhe deu uma chance de responder antes de fechar a


porta.

Segundos depois, ele voltou para a cozinha, um enorme sorriso


no lugar.

—O que este sorriso quer dizer? —Eu perguntei, embora eu já


sabia a resposta.

—Isto... —disse ele, apontando para os lábios sorrindo. —...é


porque eu te tenho só para mim durante a noite.

Eu coloquei o vaso cheio de água no balcão e olhei para ele por


cima do meu ombro. —Parece que você estava esperando por uma
noite como esta.

—Só toda a minha vida, bella dama.

Eu também, eu respondi mentalmente. Eu malditamente


também.
CLARA
EU ESTAVA SENDO SORRATEIRA.

Realmente sorrateira.

De pé no centro do quarto escurecido de Brantley, eu olhava


para a porta aberta do lavabo onde ele estava tomando banho, com
meu coração na minha garganta. Nuvem de vapor encheu o quarto,
embaçou o espelho, bloqueando qualquer chance que eu tinha de
vislumbrar seu reflexo nu.

Era desanimador.

Sem saber quanto tempo eu tinha ficado até que ele terminou,
eu saí das minhas roupas e as chutei para seu armário, onde se
juntou a sua em uma pilha no chão ao lado do cesto.

Coração batendo forte, eu peguei o saco branco que eu tinha


colocado em sua cama minutos mais cedo e despejei seu conteúdo
sobre o colchão.

Velas. Isqueiro. Preservativos.

A visão dos preservativos fez minha barriga sacudir.

Não pense demais, eu disse a mim mesma. Basta fazer.

Agarrando as pequenas velas e isqueiro, coloquei-os ao redor


do quarto, iluminando-os conforme os espalhava. Quando isso foi
feito, eu me mudei para o armário de Brantley onde tirei uma de
suas camisas pretas de um cabide. Sem hesitar, eu vesti. O tecido
caro sentia-se como manteiga colidindo contra a minha pele fria e
sabendo que era a camisa de Brantley que eu estava vestindo me fez
sentir mais sexy do que qualquer peça de lingerie faria.

Desligando a luz, eu me mudei para fora do armário e para o


final da cama, onde eu apoiei minha bunda na borda do colchão.
Jogando os preservativos novos e de marca em direção à cabeceira
da cama ao lado dos travesseiros, eu virei e olhei para a porta do
banheiro.

Então, eu esperei.

Depois do que pareceu uma eternidade, Brantley desligou o


chuveiro.

A porta de vidro fez um barulho clicando quando ele a


empurrou e saiu. Ele limpou a garganta quando pegou a toalha de
banho do rack de parede e envolveu-o em torno do seu, grande e
sexy como poderia ser, corpo. Em seguida, ouvi a torneira, seguido
pelo som dele escovar os dentes.

Fiquei mais nervosa a cada segundo, eu orei para ele se


apressar em seu ritual antes que eu perdesse a cabeça.

Eu queria ver seu rosto quando ele entrasse em seu quarto e


me visse sentada no final de sua cama, vestindo apenas sua camisa,
esperando por ele.

Ele não tem ideia que eu estou aqui...

Mais cedo, após o envio de todos os três filhos para a casa da


vovó para a noite, tínhamos solicitado a entrega para o jantar.
Mexicana para ser exata. Ele pediu fajitas; eu pedi tacos. Depois que
terminamos de comer, ele se virou em algum filme de ação, o nome?
Eu não tenho a menor ideia, e eu adormeci com a minha cabeça em
seu colo.

Quando acordei era depois das nove.

Eu disse a ele que precisava ir para casa porque eu queria


começar a organizar a mudança o mais rápido possível. Ele lutou
comigo com unhas e dentes, mas quando ele percebeu que eu não
cedi, ele desistiu. Ainda assim, ele tentou obter o seu caminho
através da oferta de ir para casa comigo e me ajudar.

Dizer-lhe que não era difícil.

Mas mentir para ele era ainda mais difícil.

Você vê, eu não tinha intenção de ir para casa.

Em vez disso, entrei em meu carro e dirigi até a rua. Depois que
cinco minutos se passaram, eu dirigi de volta para sua casa, eu
ganhei um olhar confuso de Evan, que estava sentado com Hop em
frente a varanda e acabei usando a chave que ele tinha me dado
semanas antes.

Era uma jogada arriscada, mas Brantley era uma criatura de


hábitos e eu sabia onde ele estaria, e o que ele estaria fazendo.

O que me leva ao agora.

Eu, vestida apenas em sua camisa de seda, sentada em sua


cama.

Deus. Me. Ajude.


Meus nervos estavam uma bagunça, mas meu desejo por ele era
forte, dando-me a força que eu precisava para me fazer passar por
isso e reivindicar o que eu queria.

E o que eu queria era Brantley.

Obviamente, nós tínhamos tido relações sexuais antes, mas eu


queria fazer que isso fosse diferente.

Antes tinha sido para expulsar meus demônios e recuperar


meu corpo e mente do monstro que tinha infligido tantas cicatrizes
em mim, mentalmente, fisicamente e emocionalmente.

Desta vez era apenas para Brantley e eu.

Eu não vou deixar Colin se intrometer nesta noite.

Eu não vou deixá-lo roubar mais felicidade de mim.

Ele já tomou o suficiente.

A multiplicidade de pensamentos tinha apenas passado pela


minha cabeça quando a porta do banheiro se abriu todo o caminho,
e ele, o homem que de alguma forma ultrapassou meu passado,
minhas defesas e conseguiu seu caminho em meu coração, apareceu.

Vestindo apenas uma toalha branca enrolada na cintura, ele


parecia de dar água na boca. Sua pele com profundo tons de mel
brilhavam quando gotas de água caíram de seu cabelo, caindo sobre
seus ombros. Elas deslizaram sobre o peito e para baixo seu
abdômen de granito, criando trilhas forradas de água que eu queria
seguir com a minha língua.

Jesus, pensei. Não deve ser legal para um homem ser tão bonito.
Sobrancelhas franzidas, o olhar de Brantley estava trancado no
telefone que ele tinha na mão, em vez da sala que o cercava. Por
causa disso, ele não me viu, nem as velas acesas decorando sua
cômoda e mesinhas de cabeceira.

Balançando a cabeça, ele virou-se, dando-me as costas.

Encostado no batente da sua porta do banheiro, ele bateu


afastado na tela do seu telefone antes de o levantar ao ouvido.
Alguns segundos se passaram. Então. —Clara, dama bella, sou eu.
Me ligue quando você receber essa mensagem então eu sei que você
está em casa e bem. —Ele baixou a cabeça, deixando cair seu olhar
para o chão. —Eu queria que você tivesse ficado, Foguete. Esta casa
é muito grande... —ele fez uma pausa. —...muito tranquila, sem você
e as crianças aqui. —Outra pausa. —Me ligue de volta. Eu preciso
saber que você está segura, baby.

Seus ombros caíram quando ele terminou a chamada e deixou


cair o braço para o lado dele. —Deus-fodido-Droga, —ele
amaldiçoou. —Eu não deveria tê-la deixado sair.

Uma carranca marcou meu rosto.

Mesmo que eu não pudesse ver sua expressão, ficou claro a


partir de sua linguagem corporal e suas palavras quase inaudíveis
que ele não estava feliz.

Eu não gostei disso. Nem um pouco.

Precisando confortá-lo, eu iria.

—Brantley... —Seu nome era um apelo sussurrado para ele


para me encarar. —Vire-se, querido. Estou bem aqui. —Ao som da
minha voz, ele se virou, os olhos bloquearam com o meu. – Surpresa.
—Eu disse, estendendo os braços.

Sua mandíbula assinalou mesmo quando o alívio dançou em


seus olhos. —Pensei que você tinha voltado para casa?

Determinada a não vacilar, apesar da borbulhante energia


nervosa debaixo da minha pele, eu estava firme e dei de ombros, um
sorriso furtivo enfeitou o meu rosto. – Não. —Eu disse com
sinceridade. —Eu dirigi até a estrada e voltei. Eu sabia que você
estaria no chuveiro, então eu usei minha chave e sorrateiramente
entrei.

—Por quê? —Ele perguntou, sua voz gutural.

—Eu fiz planos para nós e queria surpreendê-lo.

—Sim? —Ele deslizou seu olhar sobre o meu rosto antes de


baixá-lo, sua verificação escaldante com o olhar no meu pescoço, em
meu peito, sobre meus quadris, e para baixo em minhas pernas nuas.
Olhos fixos nas minhas coxas, ele deslizou a língua pelo seu lábio
inferior. Eu mordi de volta um gemido. —E o que você tem em
mente?

Os meus mamilos endureceram contra a seda cobrindo meus


seios e a dor pulsante entre as pernas intensificou três vezes. Sem
dizer uma palavra, eu caminhei em direção a ele, balançando os
quadris com cada passo. Parando quando estava a apenas um pé
separando o seu corpo do meu, eu levantei minhas mãos e libertei
cada botão na camisa que eu tinha roubado de seu armário.

Um por um eles foram desfeitos, expondo minha carne.


Brantley prendeu a respiração irregular com a visão de meus
seios pesados.

Apertando as mãos em seus lados, ele mudou seu peso entre os


pés. —Diga-me, baby. —Ele sussurrou. —Diga-me que eu posso
tocar em você... que eu posso te provar.

A única resposta que dei, veio na forma de envolver os dedos


ao redor de seus pulsos e levantar as suas mãos para o meu peito.

Era a única garantia de que ele precisava.

Fechando suas mãos, ele espalmou meus seios, e passou os


polegares sobre os meus mamilos doloridos. —Droga, Clara. —Ele
assobiou. —Eu não acho que eu me cansarei de tocar em você.

Deixei minha cabeça para trás e arqueei em seu toque. Meus


olhos se fecharam. —Oh Deus, —eu gemi, —por favor, não pare.

—Eu nunca vou parar. —Ele rosnou, dobrando na cintura,


trazendo seu corpo mais perto do meu. Levantando meu peito, sua
cabeça caiu, e sua boca desceu. Meus olhos se abriram quando eu
senti seu hálito quente na minha pele. Eu empurrei minha cabeça
para baixo; seu olhar se chocou contra o meu. —Olhe para mim,
Foguete, —pediu ele. —Observe-me provar você.

Umidade reuniu entre as minhas pernas e um peso formou em


minha barriga.

Sua língua sacudiu meu mamilo e minhas mãos voaram para o


seu cabelo molhado. Agarrando, segurando, mantendo perto,
recusando-me a deixar ir.

Brantley riu do meu desespero e caiu de joelhos.


A visão dele ajoelhado diante de mim, o seu rosto no nível do
meu peito, fez minhas pernas tremerem.

—Brantley, —eu implorei, —Menino Bonito, por favor.

Eu não estava acima de implorar o que eu queria.

Não, necessitava.

Era surreal porque em um ponto na minha vida eu tinha


implorado para não apanhar, mas agora, eu implorei para ter prazer,
ser tocada, e tomada.

Obrigado pelo meu apelo, Brantley sugou um mamilo em sua


boca enquanto seus dedos hábeis deixaram o outro, acendendo meu
corpo em chamas. Mais umidade surgiu entre as minhas pernas, e
novamente, eu gemi.

Alto.

Tremendo da cabeça aos pés, eu rolei meus quadris, meu corpo


em busca de seu.

—Brantley, —eu repeti seu nome como um mantra: —Eu


preciso de você dentro de mim.

Meu mamilo ficou livre de sua boca.

—Não antes de eu sentir sua boceta doce, bebê. Nunca antes


disso.

Eu gemia com suas palavras, mas esses mesmos gemidos foram


cortados quando Brantley levantou-se e me jogou por cima do
ombro. Eu gritei de surpresa, mas ele me nem se importou.
Cruzando o quarto, ele me deitou em cima de sua cama.

Eu esperava que ele me seguisse para baixo, mas não o fez.

Em vez disso, ele se levantou, colocou uma mão em cada um dos


meus joelhos, e forçou-os abertos. Em seguida, ele passou os dedos
em torno de meus tornozelos e posicionou os pés na beira do
colchão. —Não se mova, —ele rosnou. —Não até que eu diga para
você.

Normalmente, ter dito o que fazer já teria me irritado. Mas,


naquele momento, ele só me ligou.

Como, muito.

—Eu não vou me mover. —Eu respondi, mordendo o interior


da minha bochecha. —Não até que você me diga.

Brantley sorriu antes de agarrar a toalha branca fazendo tenda


enrolada na cintura. – Boa... — Ele a retirou em um suave
movimento. —...menina.

Ele deixou cair a toalha, e vi quando ela caiu no chão a seus pés.
Então, meu olhar se ergueu, pousando LÁ em seu pau enorme.

—Jesus, Brantley. —Eu sussurrei, paralisada pela visão. —Isso


não pode ser normal.

Ele sorriu enquanto corria as pontas de seus dedos ao longo dos


lados dos meus seios, sobre a minha barriga macia, e para baixo nas
laterais de minhas coxas. —Talvez não, mas é melhor você se
acostumar com isso, dama bella, porque é o único pau que você vai
ver, tocar, provar ou sentir de novo.
Sua possessividade rolou em cima de mim em ondas.

Considerando o meu passado, eu deveria ter ficado com medo,


apavorada mesmo, em uma declaração dessa, mas eu não estava.

Nem mesmo perto.

Este é Brantley, pensei. Isto é diferente.

Ao lado da cama, ele caiu de joelhos.

Sua respiração passou sobre meu sexo e minhas coxas


tremeram em resposta.

—Diga-me que você é minha, Clara, —ele sussurrou antes de


pressionar um beijo suave no interior do meu joelho. —Diga-me que
posso te manter, baby. —Quando eu não respondi de imediato, ele
continuou. —Diga.

Suas palavras foram enérgicas ainda que faltando malícia.

—Eu sou sua... —eu respondi, empurrando os cotovelos. —


...Sempre.

Suas mãos voaram para o meu centro, os polegares espalharam


meus lábios nus. —Foda-se, sim, você é... —Ele olhou para a minha
carne reluzente —...e eu não vou deixar você esquecer disso
também.

Antes que eu pudesse tomar uma única respiração, sua cabeça


mergulhou para baixo, e sua língua encontrou meu clitóris.

Minha cabeça voou de volta, meu pescoço arqueou, e eu gritei.


Alto.
—Brantley, —Eu choraminguei, meus quadris voando para
fora da cama.

Segurando meus quadris ainda com seus braços musculosos,


ele chupou a minha carne como um animal faminto.

Mordiscando, lambendo, chupando, beliscando.

Apenas ... Oh. Meu Deus!

Brantley cantarolava contra a minha carne, e a bola pesada que


estava se formado no início da minha barriga, cresceu. Ele me
consumiu, me deixando sem palavras. Debatendo minha cabeça
para trás e para a frente, eu agarrei a colcha com meus dedos e
afundei meus dentes em meu lábio inferior com tanta força que eu
esperava provar sangue.

Felizmente, eu não fiz.

Deslizando seus braços até minha barriga, Brantley beliscou


meus mamilos entre seus dedos enquanto ele espetou sua língua
dentro de mim, dando-me um gosto de prazer que eu nunca tinha
sentido antes.

Minha boca se abriu enquanto minhas mãos voaram para sua


cabeça, onde eu coloquei meus dedos nos fios sedosos e puxei.
Firme.

Brantley grunhiu, mas ele não empurrou longe, nem me disse


para parar.

Ele pressionou a sua língua grossa contra mim mais forte,


batendo no pequeno botão de nervos que me enviaria
arremessando a cabeça em um orgasmo explosivo me rasgando
para além de dentro para fora.

—Brantley, —Eu engasguei. —Baby, eu estou go...

As palavras morreram na ponta da minha língua quando meu


corpo inteiro ficou tenso e a bola ponderada na minha barriga
explodiu. Minhas costas inclinaram, e minhas coxas se fecharam
totalmente, segurando-o no lugar. Seus braços enrolaram em torno
de meus culotes e seus músculos flexionaram contra a suavidade da
minha pele.

Luzes brilharam atrás de minhas pálpebras fechadas e eu gritei.

Alto.

Prazer, branco, quente e ofuscante consumiu cada polegada de


mim quando onda após onda caiu sobre mim, me dando choques na
minha energia e me deixando sem osso. Réplicas deslizaram através
dos meus nervos quando eu relaxei no colchão, lutando para
recuperar o fôlego e recuperar a energia.

Brantley, no entanto, não estava tendo isso.

Serpenteando um braço sob meus quadris e outro atrás dos


meus ombros, ele me levantou da borda da cama, e me colocou no
centro do colchão. Seu corpo grande pairava sobre o meu quando o
seu pau enorme projetava-se, a cabeça olhando vermelha e irritada.
Gotas brancas decoravam a ponta e minha boca encheu de água para
prová-lo...

...para prová-lo.
Brantley deve ter lido os pensamentos correndo pela minha
mente, porque um segundo depois, ele sacudiu a cabeça. —Não hoje,
bella dama. Você quer chupar meu pau, você pode ficar de joelhos
qualquer hora que quiser, mas agora eu quero sentir a sua pequena
boceta apertada em volta de mim.

As palavras sujas que derramou de seus lábios fez minhas coxas


apertarem.

Deslizando minha mão entre nossos corpos, eu passei meus


dedos ao redor de seu pênis, e deslizei a palma da mão para cima e
para baixo do seu comprimento impressionante. —Então pare de
falar e me foda. —Eu respondi, surpreendendo-me. —Se você quer
estar dentro de mim tanto assim, Menino Bonito, o que você está
esperando?

Não era uma pergunta. Era um desafio.

Um desafio que Brantley respondeu.

Agarrando meu pulso, ele rasgou a minha mão de seu pênis,


sentou-se sobre os joelhos, e colocou a mão trêmula em meus
quadris. Então, ele me puxou para ele, descansando minha bunda
em suas coxas musculosas. Liberando meus quadris, ele segurou seu
pênis, levantou-se, e correu a coroa inchada pela minha entrada.

Parando na minha entrada, ele olhou para mim. —Você quer


isso, Clara? —Ele não me deu chance de responder antes de
continuar, —Você quer que eu fique até as bolas profundamente
dentro de você, baby?

Meus lábios se separaram, eu assenti.


—Diga, —ele exigiu. —Diga que está tudo bem eu tê-la.

Com os olhos fixos nos dele, eu respondi, —Me tenha, Brantley.


Sou sua. Sempre.

Ele não esperou um segundo.

Sem hesitar, ele entrou em mim.

Rude. Rápido. Sem remorso.

Meus seios saltaram, minhas pernas apertaram, e meu queixo


caiu enquanto eu observava todo o torso de Brantley tenso cada vez
que ele empurrava profundamente, entrando mais e mais em
direção a felicidade que eu desejava.

Cavando minhas unhas em seus braços, eu segurei firme


quando ele se movia em mim, suas pesadas bolas batendo contra a
minha bunda com cada impulso violento. Precisando ver o que
estava fazendo para mim, eu forcei meus olhos para permanecerem
abertos e levantei minha cabeça. Quando olhei para baixo para o
lugar onde ele estava dirigindo dentro e fora de mim, suor
escorrendo de sua testa e peito, minhas entranhas cerraram.

Eu nunca tinha visto nada mais magnífico na minha vida.

Mas espere…

Merda!

—Brantley! —Eu gritei, chamando sua atenção. Olhos


esvoaçando ao meu, ele continuou batendo-se dentro de mim. Eu
gritei quando ele bateu o meu ponto G, fazendo todo o meu corpo
sacudir. – pre... preservativo. —Eu meio que gaguejei, meio gemi.
Sua mandíbula travou.

Ainda assim, ele continuou me fodendo quando ele revirou os


quadris, atingindo onde eu precisava dele.

Meu cérebro deu curto-circuito, e eu perdi a capacidade de


argumentar.

—Eu gosto de você nua. —respondeu ele com os dentes


cerrados. —Sentir sua pele na minha... Eu estou fodidamente
arruinado, Foguete. Eu nunca…

Levantando meus quadris um pouco mais altos, ele afundou


mais profundo.

Rapidamente chegando ao ponto de não ser capaz de falar mais


nada, eu disse uma palavra que eu pensei que iria chegar até ele por
razões óbvias. —Grávida…

Meu prazer cresceu, o peso construiu.

O rosto de Brantley torceu em uma emoção que eu não


conseguia ler. —Você não está no controle de natalidade?

Eu empurrei minha cabeça para a esquerda, depois à direita. —


Não.

Mais uma vez, ele revirou os quadris e meu corpo ficou tenso.

Mais perto, mais perto, mais perto...

Inclinando-se para frente, ele deslizou um braço sob a minha


parte inferior das costas, e o outro sob os meus ombros. Minhas
costas saíram da cama e de repente estávamos cara a cara, ele me
segurando apertado, e ainda me empalado em seu pênis.

Eu choraminguei quando ele girou seus quadris, me esticando.


—Você quer que eu pare? —Perguntou. —Tudo que você tem que
fazer é dizer as palavras e eu vou puxar para fora.

Eu queria que ele parasse?

Era uma pergunta que eu deveria ter uma resposta, mas eu


descobri que eu não tinha.

Ele diminuiu o ritmo, permitindo que um pouco do nevoeiro


que nublava meu cérebro, desaparecesse.

Meus braços circularam seu pescoço e eu me inclinei para


frente, pressionando meu peito ao seu enquanto ele continuou a
deslizar dentro e fora de mim, devagar, suavemente,
apaixonadamente. —Eu vou... – Ei engasguei sem fôlego —...ficar...
—arfei de novo —...grávida.

—Eu... – pressão —...não... – pressão – me importo.

Ele estava errado, assim fodidamente errado, mas meu sexo se


apertou com suas palavras.

Os olhos de Brantley se arregalaram.

O peito dele inchou.

—Oh foda-me... —Ele gemeu. —...Você gosta da ideia de eu dar-


lhe o meu bebê, não é, bella dama?

Eu não poderia responder-lhe.


—Clara, responda-me. —Deslizando uma mão em meu cabelo,
ele puxou, forçando o meu olhar para encontrar o dele. Seu rosto se
contorceu de prazer, ele apoiou os lábios macios contra os meus. —
Baby, eu estou a segundos de gozar em sua boceta apertada,
desprotegido. Se você quer que eu pare, o diga agora. Se não, então
você está prestes a obter uma porrada de mim dentro de você.

Apertando os braços em volta de seu pescoço, eu ofeguei.

—Diga-me, Clara, —ele exigiu, empurrando seus quadris em


mim mais forte. —Diga-me se você quer que eu...

—Eu... —Eu não posso pensar!

Serpenteando uma mão entre nós, Brantley pressionou um


dedo solitário ao meu clitóris, acariciando meu mamilo. Seu toque
era gentil, mas ele fez fogo rugir para a vida dentro de mim. Eu tinha
apenas alguns segundos de gozar também...

—Diga —ele exigiu novamente. —Apenas me diga o que você


quer!

Debatendo minha cabeça para trás e para frente, eu gritei


quando meu orgasmo tomou conta. —Brantley!

Seu dedo se moveu mais rápido, seus quadris bombeado mais


firmes.

—Vamos, bella dama, eu preciso saber o que...

Dane-se, eu pensei.

—Goze em mim! —Eu gritei, não me preocupando com porra


nenhuma mais.
Brantley tornou-se desequilibrado.

Em um movimento sem falhas, ele me levantou do seu colo, me


jogou nas minhas costas sobre a cama, subiu em cima de mim,
viciando minhas pernas sobre seus quadris, e dirigiu seu pau grosso
profundo. Quando seu dedo encontrou meu clitóris novamente foi
meu fim.

Eu explodi.

Gritando. Sacudindo. Gozando.

Brantley me seguiu em meu orgasmo, dando-me tudo o que


tinha para dar. —Clara! —ele gritou, —baby...

Seus quadris se sacudiram de forma irregular, suas estocadas


cresceram desleixadas, e seu pau inchou. Enterrando-se tão
profundamente quanto podia, ele agarrou meus culotes e apertou
com força. Cabeça atirou para trás de prazer, o rosto inclinado para
o teto, ele rugiu como um animal quando ele se esvaziou dentro de
mim, me banhando com seu sêmen quente.

Aniquilada de energia, eu fechei os olhos e derreti na cama.

O peso de Brantley me cobriu, me confortando.

—Isso foi... —ele começou.

Prendi a respiração enquanto esperava que ele dissesse que o


que tínhamos acabado de fazer, era um erro.

Que fazer sexo sem preservativo, e que gozar em mim eram


ambos grandes erros.
Sua ex-mulher tinha engravidado de propósito, e se ele pensou...
Merda!

—...perfeito.

Eu sorri enquanto meu coração acelerado se acalmava. —Você


sabe o que nós fizemos, certo?

Empurrando os cotovelos, Brantley olhou para mim. —Sim,


linda, eu faço. —Ele deslizou uma junta do lado do meu rosto,
fazendo meus dedos ondular. Eu adorava quando ele me tocava tão
docemente. —Eu posso ter acabado de dar-lhe uma enorme parte
de mim.

Um nó se formou na minha garganta.

—Parece apropriado desde que eu já lhe dei um enorme pedaço


de mim.

As sobrancelhas de Brantley franziram em confusão. —Do que


você está falando?

Eu coloquei minhas mãos em suas bochechas. —Meu coração,


Brantley. Eu te dei meu coração.

Sorrindo, ele passou a ponta do nariz para baixo na coluna


sensível da minha garganta. —E eu estou o mantendo, bella dama.
—Ele sussurrou em resposta. —Sempre.
CLARA
DUAS HORAS DEPOIS

EU ACORDEI GRITANDO.

Acima de mim, uma sombra apareceu, suas mãos enegrecidas


enroladas no meu pescoço.

Pânico oprimiu meu sistema quando o medo me consumiu.

Com medo e fora da minha mente, eu torci de lado a lado e


agarrei a escuridão que tomou conta da minha garganta, cortando o
meu oxigênio, e apertando a vida fora de mim.

Meus dedos não encontraram nenhuma resistência.

Minhas mãos não encontraram nenhuma matéria.

Uma familiar risada e uma que estava fria e sinistra encheu o


quarto escuro e ecoou pela minha mente, sacudindo-me para o
núcleo.

Eu reconheci a quem pertencia imediatamente.

Colin...

Meu coração apertou, terror cortou por mim como um bisturi


cirúrgico. Afiado e preciso, esculpindo fora as camadas de confiança
e felicidade que eu tinha trabalhado tão duro para construir,
destruindo-os um por um.

A força que eu tinha lutado para ter, desapareceu.


Em seu lugar fraqueza se infiltrou.

A espessa sombra me oprimiu com o cheiro metálico de sangue


e cheiro de uísque irlandês me agredindo, me impulsionando direto
para um lugar que eu jurei que nunca iria voltar. O som de gritos
aterrorizados ecoou pelas paredes como fotografias Polaroid, igual
ao inferno que eu tinha sofrido, passaram diante de meus olhos.

Os espancamentos.

Os estupros.

A corrente.

A escuridão.

Imagem após imagem, tudo voltou correndo.

Eu agonizando e implorando.

Os gritos de pânico de Liam.

Os gritos terríveis do Declan.

As palavras ameaçadoras de Colin...

…Eu nunca vou deixar você ir. Se você correr, eu vou te matar.

Meu estômago torceu, minha pele queimou, os meus ossos


doíam.

Lute com ele! A voz na minha cabeça gritou. Lute!

Chutei a sombra com minhas pernas, a bati com minhas mãos.


Meu coração martelava, arqueei meu pescoço e lutei com tudo
que eu tinha.

Mas, como sempre, meu tudo não foi suficiente.

Mesmo na morte, o meu marido morto era forte, seu aperto


inflexível.

Eu não posso respirar, pensei. Eu não posso...

Meus pensamentos se dissiparam quando um par de mãos mais


fortes do que aqueles da sombra agarrou meus ombros. – Clara... —
uma segunda voz familiar gritou. —Volte para mim!

Brantley...

—É apenas um sonho, Foguete... —continuou ele, parecendo


em pânico. —Você está segura. Ele não pode feri-la. Não mais, baby.

A corrente no meu pescoço desapareceu.

A sombra pairando acima de mim começou a recuar.

Em seu lugar, Brantley apareceu.

Seu calor, seguido por sua força se estabeleceram em mim,


dando-me coragem.

—Respire, Clara, —pediu ele.

Me agarrando a sua presença com as duas mãos, eu respirei


fundo.

—Boa menina. —Elogiou. —Agora faça de novo.

Fiz o que ele disse.


Respire... Apenas respire.

A sombra se dissipou. A presença que senti no torno


desapareceu.

—Brantley, —Eu sussurrei enquanto lágrimas enchiam meus


olhos e corriam pelo meu rosto. —EU…

Brantley soltou um suspiro enquanto se levantava da cama


onde ele pairava sobre mim e me pegou em seus braços musculosos.
Embalando-me como um bebê, ele me segurou firme. —Não fale,
bella dama. —Ele sussurrou, com a voz trêmula. —Apenas respire,
baby. Eu tenho você.

Mas eu não conseguia respirar. Não livremente.

E eu não seria capaz de respirar até que ele soubesse a verdade.

Toda a verdade.

—Eu ainda posso sentir isso. —Eu sussurrei, meu coração


pesado de tristeza.

Brantley me segurou mais apertado. —Sentir o que?

Vergonha passou por mim.

Ele nunca vai olhar para mim igual novamente...

—As correntes que... que me seguravam no lugar... —eu


gaguejei. —A escuridão me... me rodeando.

O corpo inteiro de Brantley se acalmou. —Diga-me, Clara.


Eu passei meus braços em torno dele e enterrei meu rosto em
seu pescoço.

Então, eu respirei fundo.

—A escuridão era meu castigo, —eu expliquei. —O abuso


diário, os estupros... aqueles eram apenas para a necessidade de
Colin em me dominar e me humilhar. —Fiz uma pausa, tomando
outro fôlego. —Mas a escuridão era o lugar onde ele me levava
quando ele queria me machucar... Quando ele queria me quebrar.

Os lábios de Brantley tocaram o topo da minha cabeça. —Eu


estou bem aqui, bella dama.

Meus olhos se fecharam. —Eu juro que eu lutei com ele cada
vez... — Minha voz sumiu. —Mas ele era tão forte. Ele ria enquanto
ele me arrastava para baixo pelos degraus do porão e na escuridão
que nos aguardava. Na parte inferior da escada, ele me jogava no
concreto e me arrastava para o canto.

Meu estômago torceu, eu senti como se fosse vomitar.

Ainda assim, eu continuei.

—Ele iria colocar a algema em torno de meu pulso e prendê-lo


com um bloqueio pesado.

Na minha cabeça eu ainda podia ouvir o bloqueio clicando no


local. Ele iria me assombrar até o dia em que morresse.

—O que ele fez, Clara? —Perguntou Brantley, aninhando a


coroa da minha cabeça. —Deixe sair, Foguete.
—Ele fez a mesma coisa, que sempre fazia. Ele me machucou. A
única diferença era que a dor não parava quando eu estava na
escuridão. —Meu estômago continuou a rolar e torcer. —Quando
ele estava satisfeito de me bater ou me violar, ele iria me deixar
sozinha no silêncio. Estava tão escuro, eu não podia ver, mesmo
quando meus olhos se ajustaram. —Outra pausa. —Mas eu podia
ouvir. Eu ouvia tudo.

—O que você ouviu?

—Meus meninos. —Eu disse em torno de um soluço. —Eles


eram apenas bebês, e eu podia ouvi-los chorando por mim. Declan
gritava tão... ...alto. —Tanta vergonha, tanto desgosto. Eu me odiava
tanto. —Colin nunca bateu neles, mas ele não iria alimentá-los, não
iria cuidar deles. Se não tivesse sido por Liam, se ele não tivesse sido
tão malditamente forte...

... Eles teriam morrido.

—Eu quebrei meu pulso tentando chegar a eles, e eu arranhei


minha pele cada vez, a fazendo sangrar porque eu pensei que o
sangue iria me ajudar a me libertar. Mas nunca ajudou. A corrente
era muito apertada.

A respiração pesada de Brantley encheu a sala.

Sua raiva era palpável, sua fúria inconfundível.

Por mais confuso que possa parecer, sua raiva me confortou.

Ele está com raiva porque ele se preocupa...


—Era assim que ele quebrava você? —Perguntou Brantley,
com o peito arfando. —Ao fazer você ouvir como os meninos
gritavam por você, sabendo que você não poderia chegar até eles?

Eu balancei a cabeça contra ele. —Tudo o que eu sempre quis


foi ser uma boa mãe, mas eu falhei. Eu não podia nem os proteger.
Eu era fraca, eu...

Eu bati minha boca fechada quando, de repente, ele atravessou


o quarto. Me reajustando em seus braços, Brantley me sentou em
cima de sua cômoda. Suas mãos segurando meus quadris, ele me
olhou nos olhos.

—Você não é um fracasso, Clara. Você, porra, me entende?

Eu balancei minha cabeça. —Eu sou. Eu fiquei por tanto tempo.


Eu deixei meu medo me prender, e por isso meus filhos sofreram. —
Não era possível olhar para ele por mais tempo, eu deixei cair a
minha cabeça quando soluço após soluço sacudiu meu corpo inteiro.
Trabalhando em conjunto com cada verdade feia que eu tinha
mantido escondida de todos, até mesmo de Hop, vindo à tona. —Eu
não mereço meus meninos. —As palavras tinham um gosto ácido em
minha língua. —Assim como eu não mereço Bella, e eu não mereço
você.

As mãos de Brantley sobre meus quadris apertaram. —Clara,


inferno, ele... ele começou.

—Eu merecia morrer... —eu interrompi. —Por não protegê-los,


por não me preservar, por me dar tão fácil... Eu deveria ter morrido
naquele porão!
Eu estava regredindo, deslizando de volta para o inferno do
qual eu tinha escapado. Eu vim de tão longe, tinha lutado tanto.

No entanto, eu deslizei para trás com tanta facilidade.

—Diga-me. —Brantley vaiou entre os dentes. —Diga-me você


não acreditar nisso.

A parte lógica de mim não fazia.

No entanto, a escura, a parte com aversão de mim acreditava.

Eu deveria ter partido mais cedo... Eu deveria ter os protegido


melhor.

Quando eu não respondi, Brantley tirou as mãos dos meus


quadris e segurou meu rosto. —Eu nunca vou te machucar, Clara,
mas você vai ouvir quando digo isso... —ele fez uma pausa —...você
não merece morrer.

A parte danificada de mim queria trancar suas palavras com as


duas mãos e mantê-la firme até que cada medo, cada dúvida, cada
parte mínima de auto-ódio que me consumia desaparecesse.

Mas não era assim tão fácil.

—Tanto quanto os meninos, Bella, e eu estamos preocupados,


você merece todos os quatro de nós, porque sem você, nenhum de
nós seria o mesmo. Você me entende?

—Brantley, você não pode...

—Não... —ele retrucou. —...Você não consegue fazer isso por


mim, por nós.
Confusão se instalou.

—Você não consegue se esconder, e você não consegue se


afastar dessa família antes mesmo de começar por causa dos medos
que ele plantou dentro de você.

—Você não...

—Pare... —ele disse, me cortando novamente. —Você não vai


começar a discutir comigo. Você não consegue deixar a sua auto-
dúvida te influenciar nisso. —Suas mãos deslizaram do meu rosto e
no meu cabelo. Seu toque era gentil. Calmante. —Foguete, você é
linda, forte como o inferno, e inteligente o suficiente para tomar suas
próprias decisões. Não vou retê-la, e eu não vou passar por cima de
você, mas no momento que você começar a deixar que o seu ex-
morto, o filho da puta apague a luz dos seus olhos, eu tenho certeza
que as fodas vão entrar em cena. Você me ouviu? —Quando eu não
respondi, seu tom se tornou mais forte. – Me. Responda.

—Sim.

—Boa menina. —Ele respondeu, seu rosto se suavizando.

Eu levantei minhas mãos trêmulas e as descansei em seus


ombros.

O calor de sua pele aqueceu minhas palmas, se sobrepondo à


frieza que consumia cada polegada de mim. —Sinto muito... —eu
sussurrei, minha culpa me comendo viva por um motivo diferente
do anterior. —Eu tento ser forte, mas eu sempre pareço desmoronar
na sua frente.
Um pequeno sorriso brincou nos lábios de Brantley. —É
porque você sabe que está segura comigo.

Era a verdade, e eu sabia disso.

—Ter alguém que te ama, e amar em troca é uma força


poderosa, dama bella.

Meu corpo inteiro congelou. —Você me ama?

Ele não hesitou. —Mais do que você jamais irá saber. Você,
Bella, Liam, Declan... Nunca pensei que pudesse amar alguém tanto
quanto eu amo vocês quatro.

Lágrimas encheram meus olhos, mas pela primeira vez durante


toda a noite, elas não estavam ligadas à dor.

—Você ama meus meninos?

—Nossos meninos. —Ele corrigiu. —Você pode não ser a minha


mulher ainda, mas um dia você vai ser. E quando esse dia chegar, eu
pretendo mudar o ultimo nome dos meninos, bem como o seu,
porque como você, eles são meus.

Meu lábio inferior tremeu. —Eu não sei o que dizer sobre isso.

—Você pode começar por dizer que me ama.

Foi a minha vez não hesitar. —Eu te amo.

As mãos de Brantley voltaram para o meu rosto, suas mãos


seguraram meu queixo. —Essa é minha garota. —Ele sussurrou,
mergulhando o rosto mais perto do meu. —Minha bela, corajosa,
menina forte.
Meus olhos se fecharam quando seus lábios roçaram minha
bochecha.

—Diga isso de novo. —Eu implorei. —Brantley, por favor.

Eu o senti sorrir contra mim. —Eu te amo, Clara Rose. Sempre.

Esse foi o momento que meu coração esfarrapado começou a


curar.

Ponto por ponto.

Peça por peça.


BRANTLEY
EU ACORDEI com os lábios de Clara passando ao longo das minhas
costelas.

Com meus olhos estalando abertos, eu deslizei minhas mãos em


seu cabelo vermelho, ancorando meus dedos nas ondas
desarrumadas. —O que você está fazendo, dama bella? —Eu
perguntei, minha voz cheia de sono.

Um sorriso malicioso apareceu em seus lábios quando ela se


soltou das minhas mãos, subiu de joelhos e montou meus quadris.
Inclinado para a frente, ela descansou uma mão no meu peito
enquanto ela usou a outra para arrastar as pontas dos dedos para
baixo, nos sulcos profundos do meu abdômen em movimentos leves
como penas. —Eu não tinha obtido a minha vez ainda, —ela
sussurrou, olhando para mim com olhos aquecidos. —E isso não
pode acontecer, Menino Bonito.

Eu resmunguei quando suas as unhas escavaram em minha


pele sem cortar. A pequena mordida de dor foi direto para o meu
pau, o tornando mais duro do que já estava. —Sua vez de quê?

—De tocar em você. —Ela respondeu, deslizando pelo meu


corpo. Descansando a bunda em minhas coxas, ela arrastou as mãos
mais para o sul até que descansou contra o meu cinto de Adônis. Sua
respiração engatou quando ela traçou o cume proeminente visível
acima do topo da minha cueca preta. —Ambas as vezes que fomos
íntimos, você tomou o controle. —Ela arrastou seu olhar do meu
corpo duro e encontrou meus olhos. —Nenhuma vez eu comecei a
explorar o caminho que você me explorou.
—Você quer me tocar, Clara?

Seus olhos verdes bonitos se preencheram com uma mistura de


desejo e curiosidade, ela balançou a cabeça.

Com o coração batendo em antecipação, eu deslizei minhas


mãos atrás da cabeça, entrelaçando os dedos juntos. —Então me
toque, bonita.

Levantando de volta, ela afundou seus dentes brancos em seu


lábio inferior e se inclinou para frente, apoiando as mãos no meu
peito. Fixou o olhar na minha boca, ela mergulhou o rosto, tocando
seus lábios nos meus. Meus dedos tremiam com a necessidade de
tocá-la, mas sabendo o que ela queria, o que ela precisava, eu me
controlei, permanecendo imóvel.

A dê espaço, disse a mim mesmo. Deixe-a explorar.

Ela gemeu contra a minha boca quando seus seios pesados


pressionaram no meu peito. Incapaz de me segurar, eu lambi a
costura de seus lábios com a língua em um pedido silencioso para
mais.

Clara sorriu contra a minha boca antes de me dar o que eu


queria. Seus lábios se separaram, nossas línguas se tocaram, e meu
bíceps flexionaram.

Deslizando as mãos no meu cabelo, ela ancorou-se quando ela


se abaixou, cobrindo meu corpo com o dela. Suas unhas cravaram
em meu couro cabeludo enquanto ela esfregou sua boceta molhada
contra o meu pau coberto pelo tecido da cueca, absorvendo seus
sucos.
Meu controle quase estalou.

—Clara. —Eu rosnei, rasgando minha boca da dela. —Baby, eu


preciso mover minhas mãos. —Precisando sentir sua pele nua
contra a minha, eu queria que o algodão que a separava de mim se
fosse. —Tenho que me livrar da...

Antes que eu pudesse terminar minha frase, ela se levantou e


passou pelo meu corpo mais uma vez. Enganchando os dedos no
lado da minha cueca, ela puxou para baixo para as minhas coxas
apenas o suficiente para expor meu pau e bolas.

Ela deu ao meu pau um olhar apreciativo antes de envolver a


mão ao redor da base e apertar.

Meus olhos se fecharam ao sentir seus dedos me cercando. —


Foda-se, —amaldiçoei, o musculo do meu pescoço pulou quando ela
bombeou sua mão fechada para cima e para baixo no meu
comprimento em um ritmo lento e constante.

—Você já pensou nisso? —Ela perguntou, sua velocidade


crescendo. —Sobre eu te tocar assim?

—Sim. —Minha voz era crua, agonizante quando eu abri meus


olhos e a observei me trabalhar mais. —Toda a porra do tempo.

Sua língua deslizou sobre seu lábio inferior, deixando uma faixa
de umidade em seu contorno. —Você pensou em mais do que minha
mão envolvida em torno de você?

Meu pau se contraiu diante da sua pergunta. —Sim.

—Você pensou em minha boca?


Eu puxei meu queixo para baixo uma vez na afirmação.

Um pequeno sorriso enfeitou seus lábios. —É isso que você


quer agora?

—Claro que sim.

Pressão construiu em meu peito enquanto eu esperei para ver


o que ela faria.

Graças a Deus eu não tive que esperar muito tempo.

Posicionando-se entre as minhas pernas, ela olhou para cima,


encontrando o meu olhar. —Peça-me, Brantley. —Ela sussurrou,
com os olhos vidrados. —Peça-me para lhe dar o que você quer.

—Chupe meu pau, Clara, —eu respondi, minha voz gutural. —


Por favor.

—Isso soou mais como uma ordem. —brincou ela. —É uma


coisa boa que eu gosto quando você está mandão.

Eu não tive tempo para responder antes que ela abaixasse a


cabeça, espalhasse seus lábios, e tomasse meu pau profundamente
em sua garganta no meu primeiro acidente vascular cerebral. Meus
ombros voaram para fora da cama quando eu sentei no meio do
caminho em um movimento rápido. Apoiando-me sobre um
cotovelo, eu prendi um punhado de seu cabelo, com cuidado para
não puxar.

—Porra!

Revirei os quadris, empurrando-me mais profundo. Por um


segundo, eu esperava que a minha menina me mordesse, mas não o
fez. Em vez disso, ela colocou uma mão ao redor da base do meu pau
enquanto colocou minhas bolas na outra.

Em seguida, ela chupou. Firme.

Cada músculo do meu corpo ficou tenso.

Fogo líquido lambeu na base da minha espinha.

—Clara: —Eu resmunguei, fechando minha mão livre. —Baby,


você tem que...

Minha voz sumiu quando sua língua traçou a veia grossa ao


longo do meu eixo antes de enrolar os lábios sobre a cabeça, com
especial atenção para as partes mais sensíveis de mim. Minhas bolas
ficaram apertadas quando o fogo queimando na base da minha
coluna foi substituído por uma sensação de formigamento que fez a
veia do lado da minha testa inchar.

Eu não iria durar. Assim não. Não com a mulher que eu amava
ajoelhada entre as minhas pernas, meu pau enfiado no fundo de sua
garganta. —Bella dama, eu estou prestes a.. —Eu suguei em um
fôlego irregular —...gozar!

Em vez de me liberar, Clara aplicou mais pressão, sugando mais


firme.

Oh foda isso, pensei.

Escorregando minhas mãos debaixo dos seus braços, eu a


levantei, puxando-me de sua boca.

Em um movimento rápido, eu rolei nós dois, lançando Clara à


sua volta.
—O que diabos você...

Eu a silenciei tomando sua boca com a minha própria.

O meu gosto permaneceu em seus lábios, me deixando louco.

Ofegante e chegando ao ponto de perder o controle, eu quebrei


o nosso beijo e rasguei minha cueca de minhas coxas. Depois de a
jogar no final da cama, eu cobri o corpo de Clara com o meu próprio.
Espalhando suas pernas, fiz espaço para meus quadris entre suas
coxas quando meu, quente como o inferno, pau se projetava para a
frente, tentando alcançar a perfeita buceta da minha menina.

Entrelaçando os dedos juntos, eu bati as mãos para baixo sobre


o colchão em sua cabeça. —Eu preciso... – para minha perda de
controle, tomei um fôlego —você quer ficar por acima?

Os olhos incertos de Clara procuraram os meus. —Você


realmente não se importaria de ter um bebê comigo? —Sua voz era
pequena. Mansa. Ela me quebrou. —Mesmo depois de ontem à
noite?

Minha mandíbula apertou quando suas palavras de horas antes


inundaram minha mente.

Eu não mereço meus meninos.

Eu não mereço Bella.

Eu não mereço você.

Eu deveria ter morrido naquele porão.

Cada palavra que ela tinha falado era uma besteira completa.
Desenrolando meus dedos dos dela, eu segurei suas bochechas.
—Clara, tanto quanto eu estou preocupado, você e eu já temos três
filhos juntos. —As lágrimas encheram seus olhos. —Liam e Declan
são meus e Bella é sua. E sim, eu quero pelo menos mais um.

—Brantley... —ela começou.

—Você vai se casar comigo, Foguete, —eu interrompi. —Talvez


não hoje, talvez não amanhã, mas um dia, você, junto com os
meninos, vai tomar o meu sobrenome. —Eu quis dizer cada palavra.
—Se você quiser esperar até que estejamos casados para
engravidar, embora depois da noite passada, possa ser tarde
demais, então eu vou respeitar isso. Mas eu estou dizendo a você,
você e eu? Nós somos um negócio feito, menina bonita. —Movendo
uma mão ao seu peito, eu a coloquei sobre o lugar onde seu coração
batia um ritmo constante. —Você me deu isso. —Continuou, —e eu
não estou dando-lhe de volta.

Clara colocou as mãos nos meus ombros e me cutucou.


Compreendendo o seu pedido não dito, eu rolei para minhas costas.
Determinação alinhada suas feições quando ela montou em mim,
pegou meu pau na mão, e guiou-a para sua entrada.

Quando o meu pau beijou sua umidade, eu mordi de volta um


gemido.

Clara olhou para cima, seu olhar encontrando o meu.

Meus pulmões congelaram.

—Diga-me que você me ama. —Ela sussurrou.


Sentei-me, trazendo-nos peito a peito. Minhas mãos foram para
suas bochechas. —Eu te amo. —Eu escovei meus lábios em sua
mandíbula. —Sempre, foguete.

—Eu também te amo. —respondeu ela, descansando a testa


contra a minha. —Sempre.

Sem dizer outra palavra, ela afundou, levando-me dentro dela.


Corpos ligados, nossos olhares conectados, ambos respiramos.

Então, com nossos corações batendo em sincronia, minha


menina começou a se mover.
BRANTLEY
ERAM SEIS E MEIA quando o toque do meu celular me acordou pela
segunda vez.

Deitado de lado na cama, meus braços estavam envolvidos em


torno Clara, segurando-a perto. Sua lateral estava pressionada ao
meu peito nu, meu rosto estava enterrado em seu cabelo, e uma das
minhas pernas estava jogada sobre a dela. Dedos entrelaçados, ela
agarrou minhas mãos firmes quando os pequenos suspiros quentes
de sua respiração, passavam por meus dedos.

—Brantley, —Clara choramingou, seus olhos ainda fechados. –


O atenda antes de eu o quebrar.

Eu sorri contra seu cabelo. —Se você quer que eu atenda isso,
você precisa deixar minhas mãos irem.

Ela gemeu antes de desatar os dedos dos meus.

Eu desenrolei os braços de seu corpo, empurrado para o meu


cotovelo esquerdo e cheguei sobre ele, agarrando o telefone da mesa
de cabeceira. Inclinando-me para baixo, eu dei um beijo em sua
têmpora. —Volte a dormir, bella dama.

Em poucos segundos sua respiração ficou estável quando ela


adormeceu.

Escalando para fora da cama, peguei um par de shorts de


basquete da minha cômoda, coloquei-os, e fiz meu caminho para o
corredor. Depois de fechar a porta atrás de mim, olhei para o
número piscando em toda a tela do meu telefone. Eu não o
reconheci, mas isso não significava nada. Os clientes me chamavam
de números diferentes o tempo todo. Assumindo que seria um
cliente, eu atendi.

—Morgan falando, —eu disse, bocejando.

Houve uma breve pausa.

Então, —Eu quero ver minha filha.

Minha pressão arterial disparou ao ouvir a voz arrastada de


Chastity. Ela estava bêbada, talvez até mesmo drogada, em um
instante eu soube que este telefonema iria transformar meu dia em
merda antes dele mesmo começar.

Carrancudo, me movi para longe da porta, desci as escadas e


entrei na cozinha. —O que eu te disse sobre me ligar, Chastity?
Cristo, foi a menos de vinte e quatro horas de merda. —Olhei por
cima do meu ombro para me certificar de que Clara não tinha
acordado e me seguiu. Ela não tinha. —Você quer seu maldito
dinheiro, eu vou dar a você. Mas você nunca vai ver a minha filha de
novo.

—Você não pode me parar. —Ela rosnou.

Reconhecendo o motivo da chamada, eu me encostei ao balcão


e apertei a ponte do meu nariz entre dois dedos. —Basta dizer isso,
você está louca cadela. Eu sei que você quer alguma coisa. Diga-me
o que diabos é, assim nós podemos botar isso para fora. Eu disse que
não estava jogando esses jogos com você mais, e eu quis dizer isso.

Como a última vez que tinha falado, Chastity não hesitei. —Eu
quero mais dinheiro.
Eu travei meus dentes de volta juntos em frustração. – Você...
—Eu assobiei —...não está recebendo um centavo a mais do que
discutimos. Eu vou dar-lhe os cem mil para assinar o encerramento
dos seus direitos, e eu vou pagar todas as contas legais, mas se você
acha que eu vou ficar aqui e deixar você me sacudir para baixo por
mais dinheiro, então você está mais louca do que eu pensei.

—Se você não quer que a gente acabe de volta no tribunal você
vai. —Ela ameaçou, sua voz subir vários decibéis. —Vou apresentar
para obter os meus direitos de visita de voltar. —Ela fez uma pausa
—talvez eu vá até mesmo pedir a guarda conjunta. Tenho certeza
que Bella adoraria gastar metade do seu tempo comigo e não com
você e aquela prostituta que você está brincando de casinha.

Minha cabeça vai explodir em 3 ... 2 ... 1 ...

Uma risada sem graça derramou dos meus lábios. —Vá em


frente, Chastity. Se você quer mijar todo o seu dinheiro pelo ralo em
uma batalha de custódia que você não vai ganhar, então o têm. Você
não vai me machucar e você com certeza não vai ganhar a guarda
conjunta de Bella.

Eu propositadamente não disse nada sobre seus direitos de


visitação, porque a verdade era, que se Chastity pedisse aos
tribunais, poderia passar por um teste de drogas, ela provavelmente
ganharia alguns, se não todos, de volta. Embora ela não tivesse
tirado proveito deles no passado, ela tiraria agora só para me irritar.

—O dobro do dinheiro, Brantley. Você faz isso e eu vou assinar


os papéis. Com as conexões que você pode ter para nós na frente de
um juiz dentro de um mês. Eu vou abrir mão dos meus direitos, e
você nunca vai ouvir de mim novamente. Tudo que eu quero é
duzentos mil. Dinheiro.

Minhas narinas se alargaram. —Chastity, —eu disse, fervendo


de raiva. —Eu lhe dei minha resposta. Aceite e siga em frente ou me
leve ao tribunal. Essas são suas únicas duas opções aqui.

Um silêncio antinatural seguiu quando eu esperei por ela


responder. Juro por Cristo, eu podia sentir sua raiva deslizando
através do telefone.

—Você vai se arrepender disso. —Ela sussurrou, sua voz calma.


—Eu lhe dei a oportunidade de jogar justo, mas agora você está
forçando a minha mão.

—Jogou limpo? —Perguntei, exasperado. —Você não sabe o


significado da palavra justa.

—Você vai ver. —ela continuou como se eu não tivesse falado.


—Quando o castelo de cartas que você construiu desmoronar, não
diga que eu não avisei.

Desconforto serpenteava através de mim. —Do que você está


falando?

—Eu estou falando de destruir sua vida perfeita um pouco! —


Suas palavras soaram roteirizadas como se ela as ensaiou uma
centena de vezes. —Não me empurre, Brantley, ou então eu juro que
vou fazer você se arrepender tentando me parar.

Eu não tinha palavras. Nenhuma.

A Chastity era mentalmente instável.


Bebida, drogas, o que quer que ela perdeu sua mente maldita.

—Sim? —Perguntei, meus dentes cerrados. —E como é que


você vai fazer isso?

—Você vai ver... —Ela sussurrou, repetindo a si mesma, uma


pitada de diversão alinhada à sua voz, —...você vai ver.

Eu não tive tempo para responder antes que ela encerrasse a


chamada. Com as sobrancelhas franzidas, eu olhei para a tela em
branco.

—Foda-se... —eu sussurrei rosnando para a cozinha vazia,


sabendo muito bem que o problema estava se formando no
horizonte.

Eu podia sentir isso no fundo do meu intestino.

Apenas quando tudo estava perfeito...

Percorrendo meus contatos, eu bati em nome do meu irmão e


levei o telefone até meu ouvido. Ele respondeu no terceiro toque. —
Você tem alguma ideia de horas são, palhaço burro? O sol está pouco
para cima.

—Evan... —eu respondi, minha voz gutural. —Cara, é Chastity.


Ela...

—O que ela fez agora? – Ele me interrompeu, furioso. —Ela


apareceu por aí?

—Não, mas ela está planejando algo. Eu não sei o quê, mas... —
Minha voz sumiu quando a raiva apertou minha garganta, me
sufocando. —Eu tenho que chegar à frente dela antes que ela faça
alguma coisa. Ela estava bêbada, provavelmente ainda drogada. Eu
não posso deixá-la perto da minha família. Ela está chateada com o
dinheiro, e eu não sei o que diabos ela vai fazer.

—Acalme-se. —Confusão forrou a voz de Evan. —O que quer


dizer que ela está planejando algo? E o dinheiro?

Frustração brotou no meu peito. —Só venha aqui... —Eu bati.


—Eu não posso fazer isso por telefone.

Sem dizer mais uma palavra, eu desliguei.

Batendo o meu telefone para baixo na ilha da cozinha, eu me


dirigi para a porta. Eu só dei três passos quando uma colagem de
fotos pendurada na frente da geladeira chamou minha atenção. Um
nó se formou na base da minha garganta enquanto eu olhava para
os rostos das quatro pessoas, uma grande e três pequenas que eram
meu mundo inteiro.

Nunca na minha vida eu achei que seria possível amar uma


única pessoa, muito menos quatro delas, tanto, mas lá estava eu,
com a cabeça dando saltos no amor por cada um deles.

Quanto tempo eu fiquei ali, olhando, eu não sei.

Tudo o que sei é que o som de Evan batendo na porta da frente


veio muito cedo. Por mais ridículo que seja, eu não queria desviar o
olhar, não queria puxar meus olhos dos deles.

Quando não me movi, mais três batidas veio.

TOC, Toc, toc.


Com um último olhar para a colagem, mudei-me para atender a
porta.
BRANTLEY
O ROSTO PUTO DE EVAN cumprimentou-me quando eu abri a porta.
—Comece a falar, —ele exigiu com os dentes cerrados.

Pisando para a varanda ao lado dele, eu olhei para cima em


frente às escadas para Clara, esperando como o inferno não a bater
para não acordá-la.

Pelo que pude dizer, não tinha a acordado.

Eu fechei a porta e atravessei o alpendre.

Encostando-me ao corrimão, eu esfreguei as palmas das mãos


para baixo no meu rosto. —A Chastity me ligou ontem enquanto eu
estava no escritório. —Fiz uma pausa, lutando para conter a minha
raiva. —É a primeira vez que ela fez contato desde que nos
mudamos.

—E? O que diabos ela queria? —Evan rosnou, seu


temperamento queimando.

Meu peito se apertou quando minha raiva continuou a subir. —


A mesma coisa que ela quer sempre. Dinheiro, o que mais. – Com a
mandíbula travada, eu olhei para a porta da frente. —Eu quero ela
fora do quadro, Evan. Quero seus direitos encerrados e que
qualquer laço que ela tenha com minha filha seja cortado.

—B, não há nada que você possa fazer. A Chastity é...

—Não se atreva a porra dizer, —eu bati. —A Chastity não é a


mãe de Bella.
—Concordo que ela não tenha maternidade nela em tudo. —
disse ele, as sobrancelhas franzidas. —Mas os tribunais não vão vê-
lo assim, bro. Ela deu à luz a sua filha, isso significa que Bella é dela
tanto quanto ela é sua. Vamos lá, cara. Você é um advogado, você
sabe disso.

Eu sabia disso.

—Eu me ofereci para pagar a ela.

Silêncio.

Então, —Você fez o quê?

Limpei a garganta antes de cuspir na grama. —Ela queria


dinheiro, cem mil para assinar sobre os direitos dos pais na frente
de um juiz do tribunal de família. Eu concordei.

—Pelo amor de Deus. —Evan fez uma pausa. —Então o que


aconteceu?

—Ela acabou de ligar. Disse que queria mais, me disse para


dobrar os cem mil. —Meu estômago rolou com desgosto. —
Ameaçou me levar de volta para os direitos judiciais e visitação
segura se eu não pagar a ela. Mesmo assim mencionou dar entrada
para a guarda conjunta.

Minha cabeça latejava.

—E ela chamou Clara de uma prostituta. Chastity, a mulher que


ficou grávida para garantir seu status financeiro chamado minha
bella dama de uma prostituta. —A vontade de bater em alguma coisa
era forte, mas eu o sufoquei para baixo. —Antes que ela desligasse
na minha cara, ela jorrou fora sobre eu lamentar não lhe dar o
dinheiro, e alguns outros disparates sobre o meu castelo de cartas
desmoronar-se.

Como eu, Evan parecia pronto para colocar a mão através da


parede mais próxima. Olhos levantados para o teto da varanda, ele
cruzou os braços sobre o peito. —Acha que ela está brava o
suficiente para aparecer aqui?

—Sem dúvida.

Evan concordou com a cabeça. —Sim, é isso que eu estava com


medo que você diria. —Fazendo uma pausa, ele olhou para sua casa.
—Única questão é, o que é que ela vai fazer uma vez que ela chegue
aqui?

A resposta à pergunta de Evan fez uma mistura de raiva e


desgosto agitar a boca do meu intestino. Incapaz de expressar as
palavras, eu permaneci em silêncio. Ele não se importou embora.
Evan já sabia. Desde que éramos crianças, ele sabia o que eu estava
pensando sem eu ter que dizer.

—Clara, —ele sussurrou. —Ela vai vir atrás de Clara.

Eu balancei a cabeça em concordância. —Provavelmente. Ela


sabe que não pode fazer nada à Bella. Mas Clara? Não há nada que a
impressa.

Nada além de mim, eu respondi mentalmente.

—Filha da puta. —Evan amaldiçoou, entrelaçando os dedos


atrás da cabeça. —Clara não precisa desta merda, Brantley. Ela
passou o suficiente sem ter que lidar com sua ex louca.
—Você não acha que eu sei disso? —Meu temperamento
queimou. Novamente. —Você não tem porra de pista de quanto
progresso que ela fez, o quanto ela lutou... – Com um aperto no peito,
virei-me, de frente para a estrada. Passando os dedos ao redor do
corrimão, eu apertei o corrimão de madeira até que meus dedos
ficaram brancos e traços de dor atravessou minhas palmas. —Eu
prometi que eu iria mantê-la segura, que eu iria protegê-la.

Ambas eram promessas que eu pretendia manter.

Quer se trate de minha ex-mulher louca ou o fantasma de seu


marido morto, ninguém, e eu quero dizer ninguém, sobre o meu
maldito cadáver, iria prejudicar a minha menina ou nossos filhos.

—Eu segurei sua mão através dos ataques de pânico, a


ansiedade, o medo... Eu disse a ela que o passado não podia tocá-la
e ainda assim, aqui estamos. A única diferença é que este é o meu
passado, não o dela, que poderia desfazer tudo o que ela lutou tão
difícil para superar.

—E sobre a apresentação de uma ordem de restrição?

Eu balancei minha cabeça. —Eu poderia obter uma ordem de


proteção temporária, mas isso só vai durar dez dias. Depois, eu
tenho que provar que Chastity cometeu um ato de violência ou está
em perigo de cometer um. Nós dois sabemos que ela é instável, mas
provar não é tão fácil. No papel, Chastity parece ser boa. Ela nunca
esteve em conflito com a lei, paga seus impostos, e é filha do prefeito
de Memphis. Eu teria um tempo difícil em convencer um juiz a
conceder-me uma ordem permanente.

—Foda-se, —Evan amaldiçoou. —Então o que você vai fazer?


Minha resposta foi rápida. —Eu vou manter minha promessa.
—Virando-me para enfrentar o meu irmão, eu continuei, —Se é de
palavras vis de Chastity ou qualquer outro plano maluco, ou
qualquer merda que ela inventar, não vou deixá-la machucar minha
bella dama. – Meus dentes de trás moeram juntos, eu balancei minha
cabeça. —De jeito nenhum eu vou deixá-la infligir uma cicatriz, seja
só emocional ou física em Clara.

Um olhar de compreensão cruzou o rosto de Evan. —Você a


ama, não é?

Novamente, não houve hesitação. —Ela é minha única, Evan. —


Tocando meu peito com a minha mão fechada, eu engoli todo o nó
que se formava na minha garganta. —Eu nunca soube como o amor
verdadeiro era até que segurei Bella em meus braços. Depois disso,
eu nunca pensei que fosse possível amar alguém tanto quanto eu a
amo, mas, em seguida, Clara e os garotos entraram na minha vida e
eu percebi que estava errado.

—Você está pensando em reivindicar os meninos também?

—Já fiz. Como sua mãe, Liam e Declan são meus.

—Isso significa que você está pensando em adotá-los?

Eu balancei a cabeça. —Eles são meus filhos, Evan. Ponto final.

—É melhor você tomar cuidado...

As palavras de Evan foram interrompidas quando a porta da


frente abriu. Meus olhos se moveram para a porta, com a visão da
minha garota.
Sobrancelhas franzidas, ela olhou para mim com confusão em
seus olhos. —Posso falar com você por um segundo?

—Claro, bella dama. —O aperto no meu peito aumentou três


vezes quando eu reparei na preocupação que se alinhava seu belo
rosto. —Eu estarei lá em apenas um minuto.

—Ok. —respondeu ela antes de mudar seu olhar para Evan. —


Ei, Ev.

Meu irmão levantou o queixo em saudação. —Ei, Red. —Ele


apontou para mim. —Este merdinha está te tratando bem? Se não,
basta dizer a palavra. Eu vou lidar com isso.

Fiz uma careta. —Eu gostaria de ver você tentar.

Clara sorriu. —Se ele não estivesse, eu iria lidar com isso
sozinha. Confie em mim.

Evan e eu rimos. —Eu acredito nisso. —disse ele. —Basta


lembrar o que eu disse a você sobre seu joelho. Uma batida e ele está
comendo sujeira, sim?

—Que porra é essa? —Eu lati quando Clara começou a rir.

—Eu me lembro. —Ela respondeu, com os olhos balançando de


volta para os meus. —Embora, eu duvido que eu vou ter que me
preocupar em derruba-lo tão cedo. —Ela fez uma pausa; seu sorriso
cresceu. —Ele prefere se jogar no tráfego do que me machucar.
Certo, Menino Bonito?

—Eu disse que ia deixar Shelby castrar-me com um serrote


enferrujado antes de eu te machucar. —Eu assegurei a ela. —Eu quis
dizer isso, foguete.
Evan se encolheu. Segurando as mãos para cima, ele deu um
passo para trás. —Essa é a minha deixa para sair. A última coisa que
quero é pensar em Shelby castrar alguém. —Ele olhou para Clara. —
Eu te vejo mais tarde, quando eu deixar Hop aqui.

Olhando para mim, ele sorriu. —Boa sorte com o clube das
garotas loucas em sua casa, bro. Cristo sabe que você vai precisar.
Basta lembrar, se elas ficarem turbulentas apenas jogue um
punhado de chocolate nelas e role um par de garrafas de vinho
barato em seu caminho. Prometo que vai acalmar o inferno para
baixo. —Ele brincou, fazendo Clara sorrir.

Sorriso caindo, seu tom de voz ficou mais sério quando ele
continuou. —Eu vou voltar para casa, mas eu vou fazer uns
telefonemas, algumas chamadas e falar com Moretti. Ver o que
podemos fazer sobre você sabe quem. —Ele olhou para Clara a
partir do canto do olho. —Vou verificar você depois de um tempo.

Eu toquei a minha nuca com a mão. —Sim cara. Apenas me ligue


mais tarde.

Com um aceno de cabeça, Evan acenou na direção de Clara,


virou-se e desceu os degraus.

O silêncio se seguiu.

Segundos passavam.

Momentos passaram.

—Então, —minha menina disse, passeando por mim. —Você


vai me dizer por que você e Evan estavam tendo uma reunião
esquilo secreto e falando em código? Ou você apenas vai continuar
olhando para mim?

Um sorriso inclinou meus lábios para cima. —Não posso


simplesmente olhar?

Clara revirou os olhos. —Diga, Menino Bonito. O quão louca é


sua ex-esposa e em quantos problemas eu estou?

Meu coração se apertou. —Você ouviu isso, hein?

Ela assentiu com a cabeça. —Eu fiz. Agora eu estou querendo


saber o que exatamente você acha que ela vai fazer para mim.

Eu não tenho uma resposta para ela.

—Ela não vai te machucar, Clara, —Eu sussurrei enquanto o


aperto em meu peito voltou. —Eu não vou deixar.

—Eu não estou preocupada sobre ela me machucando. —disse


ela com um sorriso de escárnio. —Eu já enfrentei monstros maiores
do que ela antes.

Suas palavras eram como um tiro direto no meu intestino.

Fique calmo, eu disse a mim mesmo.

—Então com o que você está preocupada?

Um sorriso triste enfeitou seus lábios. —Você me pedir para


sair.

Minha cabeça empurrou de volta como se eu tivesse levado um


tapa. —O quê? —Eu estava tremendamente confuso agora. – Clara...
—Eu balancei a cabeça —...por que diabos você pensaria que eu...
—Porque... —ela interrompeu. —...Contanto que eu esteja ao
seu redor, sua ex vai empurrá-lo tanto quanto ela pode. É como as
pessoas como ela funcionam. Se você acredita ou não, ela é uma
abusadora, Brantley. Ela não pode feri-lo como Colin me fez, mas ela
se alimenta da dor que ela causa e a manipulação que ela cria. —Um
milhão de pensamentos passaram pela minha cabeça, mas eu
permaneci em silêncio, esperando que ela continuasse. —Agora que
os meninos e eu estamos em sua vida, ela vai intensificar seus
ataques e vir atrás de você ainda mais firme.

Seu queixo tremeu.

Ainda assim, ela continuou falando.

—Isso me assusta até a medula dos meus ossos. Estou com


medo que você vai ficar enjoado do drama que ela provoca por nossa
causa e acho que os meninos e eu somos mais problema do que
valemos. Então você vai nos empurrar para longe, e nós vamos
perdê-lo.

Atordoado demais para falar, eu estava lá como se fosse mudo.

Será que ela acha que eu vou deixá-la?

—Então... —Clara balançou seu ombro —se você acha que é


uma possibilidade, eu preciso saber agora, porque Brantley, perder
você iria me rasgar, mas destruiria meus filhos também. —Os olhos
dela se encheram de lágrimas. —E isso não é algo que eu posso
permitir que aconteça. Meus pequenos rapazes... —ela fez uma
pausa. – Já foram feridos o suficiente, e ao contrário de Colin, eles te
amam. Se eles... – A sua voz sumiu, ela mergulhou o olhar para o
chão. —... te perderem, eles vão quebrar seus corações além do
reparo.

Eu tinha ouvido o suficiente.

Fechando o espaço entre nós, eu segurei o rosto de Clara com


as mãos e inclinei a sua cabeça para trás, forçando os olhos para
cima. —Eu não vou a lugar nenhum. —Eu respondi com os dentes
cerrados. – Não agora. NEM nunca.

Uma única lágrima deslizou livre do seu olho.

—Não há uma única maldita coisa que a Chastity poderia fazer


para me fazer deixá-los. Entendeu? —Quando Clara não falou nem
acenou, eu continuei. —A única maneira que eu vá me afastar de
vocês é se você me pedir para partir. —Uma dor aguda perfurou
meu coração com o pensamento. Sobrecarregado com a dor, tanto
física e emocional, que dizer essas palavras criou, eu fechei os olhos.
Então, eu respirei fundo. – Afastar-me de você me mataria, mas eu
dei-lhe a minha palavra de que não iria empurrá-la em algo que você
não queira. – Abri meus olhos —...e eu quis dizer isso, baby.

—Brantley... —Mais de suas lágrimas caíram.

Limpando-as com meus polegares, eu beijei a ponta do seu


nariz. —Você me possui, Clara. Corpo, coração, mente e alma. E eu
serei amaldiçoado se eu deixar alguém, vivo ou morto, ter uma
oportunidade para ficar entre nós.

Seus ombros tremeram. —Eu amo você, menino bonito. Muito.

Soltando as mãos de seu rosto, me inclinei para a frente e


peguei-a no estilo noiva.
Seus braços circularam meu pescoço enquanto ela escondeu o
rosto coberto de lágrimas contra meu peito. Segurando-a com força,
levei-a para casa, subi as escadas e fui para o nosso quarto.
Deitando-a na cama, subi ao lado dela e puxei o cobertor sobre nós
dois. Então, com os braços em volta dela, eu pressionei meu rosto
em seu cabelo, e sussurrei quatro das palavras mais doces que eu já
tinha falado.

Aquelas palavras? Eu também te amo.


CLARA
ERA QUASE HORA DO JANTAR.

Com minhas mãos cobrindo meu rosto, eu estava sentada no


chão da sala, meus lados queimavam de lutar contra uma onda de
risos. Lágrimas encheram meus olhos e sem ter que olhar em um
espelho, eu sabia que meu rosto estava vermelho beterraba.

Mas eu não poderia me ajudar.

E a razão pela qual eu não podia ajudar, era porque a vovó


estava a menos de cinco pés na minha frente, seu rosto se contorceu
em uma careta irritada. As mãos nos quadris, seus lábios estavam
diluídos em uma linha reta quando ela olhou para Hop, que estava
sentada ao meu lado, as pernas cruzadas estilo indiano.

Batendo o pé no chão, vovó latiu, —Isso significa que você não


quer nenhuma despedida de solteira, Pequenina? Essa é a melhor
parte maldita de se casar!

Maddie, que estava sentada do outro lado da sala segurando


Maci nos braços escolheu aquele momento para interpor. —Oh por
favooor —disse ela, revirando os olhos. —Você só quer que Hop
tenha uma festa de despedida para que você tenha uma desculpa
para bater Shelby em toda a face com outro vibrador do tamanho de
um monstro. —Seus olhos se estreitaram. —Nem tente negar isso
também.

—Eu não vou negar isso! —Jogando as mãos no ar, vovó deixou
escapar um suspiro. —Quando uma das minhas meninas se casa eu
chego para comemorar fazendo uma viagem até a loja de
brinquedos adultos e encontro o item maior e mais obsceno que eles
tiverem. Então, eu começo a bater na Loirinha com ele. É uma
tradição maldita. Claro que eu estou ansiosa por isso. Para mim, não
seria má sorte.

Charlotte que estava sentada ao lado de Shelby sobre o sofá


explodiu em um ataque de riso.

Shelby fez uma careta. —Vocês se calem. As crianças estão aqui


e mesmo com os homens. Podem ouvir. Além disso, ninguém está
me batendo com um vibrador... —disse ela, dando a vovó o olhar de
lado —...muito menos a idosa louca jararaca lá.

—Que tal se eu...

Carissa, Heidi, e Ashley escolheu aquele momento para entrar


pela porta da frente, interrompendo todo o discurso que a vovó
estava prestes a soltar. – Há... o resto das minhas meninas. —disse
Charlotte, de pé. —Eu estava me perguntando quando vocês iriam
chegar aqui.

Shelby se levantou e entregou todas as três meninas uma lata


de refrigerante, enquanto Charlotte abraçou cada uma delas.

Bebida na mão, Heidi e Carissa sentou ao lado de Hop e eu


enquanto Ashley se espremeu entre Shelby e Charlotte no sofá. Meu
coração pulou uma batida quando vi Ashley sorrir e deitar a cabeça
no ombro de Shelby antes de fechar os olhos.

O amor entre as duas era forte.

Inabalável.
Isso me fez tão feliz.

—Então... —disse Carissa, ficando confortável. —Sobre o que


estamos conversando?

—Planos para o casamento de Hop, —eu respondi. —E sua falta


de entusiasmo para uma festa de despedida. Vovó... —Eu ri. —
...estava angustiada sobre isso.

Os ombros de Hop caíram para a frente quando ela exalava. —


Escute, eu não quero fazer uma grande festa. Isso não é de mim e
vocês sabem disso. —Essa era a verdade. —Tudo que eu quero é
uma pequena cerimônia na praia, seguida de uma recepção no
quintal da vovó.

—Que tal um jantar de família grande, em vez de uma festa de


despedida? —Perguntou Maddie, reajustando Maci em seus braços.
—Isso soa mais como você e Evan, de qualquer maneira. Além disso,
poderíamos fazê-lo na casa da vovó. Tenho certeza que ela não se
importaria de cozinhar.

A carranca gravada no rosto da vovó desapareceu. —Que eu


posso fazer. —respondeu ela, balançando a cabeça. —Apenas me
diga o que você quer e eu vou colocar em ordem.

Tocando com os dedos sobre suas coxas, Hop limpou a


garganta. —Na verdade, eu esperava que você pudesse atender a
recepção também. Quer dizer, não parece direito ter qualquer outra
pessoa fazendo isso, desde que você é a matriarca da família e tudo.

Vovó sorriu; seus velhos olhos enrugados nas laterais.


Estufando o peito com orgulho, ela respondeu: —Que eu posso fazer
também.
Fundindo para fora uma respiração, Hop balançou seu olhar
para encontrar o de Charlotte. —E Mama, eu estou esperando que
você vai assar nosso bolo de casamento. —Sabendo onde isso estava
indo, eu respirei rápido. —Ele não tem que ser algo extravagante.
Na verdade, eu esperava que você nos fizesse um simples bolo de
veludo vermelho. Mesmo que não seja tradicional. —Hop se deteve
quando uma enorme quantidade de lágrimas deslizou por sua face.
—Ele era o favorito do papai e Ryker, e bem, eu preciso de uma parte
deles lá.

Ryker era o irmão mais velho de Hop. Ele também tinha


conhecido Evan e era o melhor amigo de Brantley. E pelo que eu
tinha escutado, ele foi um dos melhores caras, engraçado e amável,
que já existiu, embora eu não poderia confirmar isso pessoalmente.
Um fuzileiro naval como Evan, ele morreu em ação antes que eu
conhecesse Hop.

Sua morte trágica quase destruiu ela e Evan.

Brantley também.

Ele nunca falou sobre ele e saía sempre que o nome de Ryker
era mencionado. Seu desgosto teria sido óbvio para uma pessoa
cega.

Mas tão ruim quanto foi perder Ryker, não foi a única tragédia
que Charlotte e Hop tinham sofrido.

Dez anos antes da morte o seu único filho, Charlotte também


havia perdido seu marido, e Hop havia perdido seu pai para o
câncer. Foi horrível, devastador, e francamente injusto.

Eu não posso sequer imaginar a dor...


—Eu sei que eles estarão olhando por mim do céu, —Hop
continuou, —mas Mama, eu re... realmente preciso deles pre...
presentes. —Incapaz de suportar o seu choro por mais tempo, eu me
inclinei para o lado e passei um braço ao redor da parte inferior das
costas de Hop. Em troca, ela pegou minha mão e apertou-a firme.

Como Hop, Charlotte começou a chorar.

—Oh, ervilha doce... —Charlotte disse com um soluço. —Você


sabe que eu vou fazer sua von... vontade.

—Merda, —Maddie rosnou. —Por que vocês sempre têm que


ficar assim malditamente emocionais na minha frente? —As
lágrimas encheram seus olhos verdes de jade. —Eu só tenho um
bebê. Eu tenho zero de sono e eu estou hormonal. E agora olha para
o que vocês fizeram. —Ela apontou para o rosto com a mão livre. —
Agora meu rosto vai ficar todo inchado e Hendrix vai exigir saber
por que estou chorando... —ela fez uma pausa —...novamente.

Vovó, que parecia perto de se sufocar em si mesma, sacudiu a


cabeça. —Eu vou te dizer o que eu preciso, uma bebida. É uma coisa
boa que eu recarreguei minha garrafa antes de vir aqui —Ela virou-
se.; seus olhos procuraram o quarto. – Onde, em nome de Hades,
deixei minha maldita bolsa desta vez?

Ao meu lado, Carissa riu. —Verifique em seu ombro, vovó. Você


não deve ter a tirado quando você chegou aqui.

—Bem, deixa eu ver... —Vovó disse, olhando para a bolsa que


ela não tinha percebido antes. —...Parece que eu estou perdendo
minha mente mais rápido do que eu pensava.

—Deus nos ajude. —Shelby murmurou baixinho.


A vovó virou e apontou para ela. —Cuidado, Loirinha. Eu sei
onde você mora e eu tenho uma chave para sua casa. —Os olhos de
Shelby se arregalaram. —Você não mexa comigo, vadia.

Antes que Shelby pudesse responder, Charlotte levantou-se e


limpou as lágrimas do rosto. – Ok. —Ela tomou um fôlego profundo
—por isso estamos fazendo uma cerimônia simples na praia,
seguido de uma pequena recepção em casa. Certo?

Hop assentiu.

—Tudo bem, —Charlotte continuou, entrando em modo de


mãe da noiva. —Quem é a dama de honra? E sobre damas de honra?

Certo ou errado, eu cruzei meus dedos enquanto eu rezava para


que a Hop me escolhesse para ser sua dama de honra. Era uma
disputa acirrada entre Maddie e eu, mas eu esperava que eu seria a
vencedora.

Por favor, Deus, eu orei. Deixe que ela me escolha.

Não houve hesitação da parte de Hop. —Clara é a minha dama


de honra e todo mundo é uma dama de honra... —ela fez uma pausa
—...até a vovó.

Eu joguei minhas mãos no ar e gritei alto quando boca de vovó


caiu. Juro sua mandíbula quase bateu o tapete. —Eu? —Ela
perguntou, os olhos arregalados. —Eu cheguei a ser uma dama de
honra?

Hop sorriu de orelha-a-orelha. —Claro que sim, vovó. Você não


acha que eu ia deixar de fora a minha velha jararaca favorita, não é?
—Diabos, Hop. —Ela respondeu, chicoteando um lenço de seu
bolso da frente do vestido. —Você não está indo para ser feliz até
que você me faça chorar, não é?

De pé, Hop fechou o espaço entre ela e vovó. Envolvendo os


braços ao redor dos ombros da Vovó, ela puxou-a para um abraço.
—Você se esqueceu que você salvou minha vida, juntamente com
Evan no ano passado? —Ela sussurrou. —Sem você nós estaríamos
mortos. Tornando-a uma dama de honra é o mínimo que posso
fazer.

Lágrimas escorriam pelo rosto envelhecido de vovó. —Relação


de sangue ou não, você e Evan são meus netos, Pequenina. Poupar-
lhe não é uma opção. É algo que eu tenho que fazer.

Fechei os olhos, lutando contra as memórias horríveis que


ameaçavam vir à tona.

Hop baleada... Hop sangrando.

Felizmente, vovó dirigiu a conversa em uma direção diferente,


poupando-me de um colapso no meio da sala de estar. —Falando
nisso, —ela disse, olhando para Carissa. —Tem esse pequeno verme
do hospital, o Jimmy O'Shea, ele te incomodou novamente, Carissa?

Engolindo, Carissa sacudiu a cabeça. —Não. não o vi.

—Espere... —Shelby interrompeu. —...Você está falando sobre


o garoto da faculdade que eles suspeitam que estuprou aquelas
meninas em Toluca?

O olhar de todos se dirigiu a Shelby.


—Você sabe algo que nós não, Loirinha? —Vovó perguntou,
com as mãos para trás em seus quadris. —Se assim for, cuspa.

O rosto de Shelby escureceu. —Bem, se esse é o mesmo cara de


que você está se referindo, então você não tem que se preocupar
com ele incomodando C mais, porque ele está morto.

As palavras que ela falou pairaram no ar.

—O quê? —Perguntou Carissa, surpresa. —O que quer dizer


que ele está morto?

Os olhos de Shelby se arregalaram. —Ele está morto. Tipo, seu


coração não bate mais.

—Como? —Perguntei.

Shelby se levantou e deslizou as mãos nos bolsos de trás de seus


shorts. —Anthony recebeu um telefonema duas noites atrás. Um
policial pelo rádio, em um homicídio depois de encontrar um corpo
na vala na Highway 9.

Oh meu Deus.

—Quando Anthony chegou lá, encontrou Jimmy. Alguém o


torturou antes de colocar uma bala na parte de trás de sua cabeça.

Hop, Ashley, e Heidi todas engasgaram.

Eu me encolhi.

—Eu estou falando de feridas de facadas, queimaduras, várias


lacerações, fraturas, dedos ausentes, dentes quebrados. —Shelby
continuou. —Tipo, ele realmente tinha sido torturado.
—Quem no mundo iria fazer algo assim? —Perguntou
Charlotte, horrorizada.

Shelby deu de ombros. —Anthony diz que sabe quem fez isso.
O problema é que eles nunca vão ser capazes de provar isso.

—Quem fez isso? —Perguntou Carissa, batendo-me à pergunta.

Shelby olhou para fora da porta do pátio, antes de voltar seu


olhar para nós. —Você já ouviu falar dos Fallen Kings? Eles são um
sindicato do crime fora de Charleston.

Meu coração batia forte contra meu peito quando uma


memória saltou para a frente da minha mente.

Você perdeu a chance de explicar quando você tocou essa linda


mulher sem sua permissão ...

...E bem, você sabe como os Kings se sentem sobre isso.

—Ari. —Eu sussurrei seu nome em voz alta sem perceber que
eu tinha feito isso.

Puta merda.

Ela é parte deles... Dos Kings...

Será que ela matou Jimmy?

—Clara. —Anthony, de todas as pessoas malditas, latiu,


assustando-me. Perdida em minha cabeça, eu não tinha escutado ele
entrar, nem Brantley, que estava ao lado dele, entrando pela porta
de trás.

Eu congelei.
Como, seriamente congelei.

—Uh. —Eu respondi, sem saber o que dizer.

Com os braços cruzados sobre o peito, Anthony inclinou a


cabeça para o lado e lançou um olhar escrutínio na minha direção.
—Você disse Ari?

Silêncio.

Silêncio maldito puro.

—Como em Arianna Ivanova?

Meus olhos queimaram. —Uh, sim. —Eu disse, sabendo que eu


não seria capaz de ficar em silêncio para sempre.

A mandíbula de Anthony assinalou. —Como você conhece ela?

—Eu não a conheço. —Eu respondi honestamente. —Na


verdade não. Eu a vi uma vez, mas isso é tudo.

—Continue falando. —Anthony estalou, ganhando um rosnado


de Brantley.

—Cuidado, Moretti. —Brantley disse, dando um passo para a


frente e colocando-se entre Anthony e eu. —Ninguém fala com
minha dama bella assim. Especialmente outro homem maldito em
nossa casa.

O ar carregado com a tensão, tornou difícil de respirar.

Anthony soltou um suspiro audível. —Desculpe, Clara... —disse


ele. —...Eu não queria gritar com você, querida. Ari é só... —Sua voz
sumiu por um momento. —...Como você conheceu ela?
Eu passei meus braços em volta da minha barriga. —...Ela
mostrou-se fora do meu apartamento quando Dickie, meu senhorio
estava me dando um tempo difícil, e ela, uh, colocou um fim a isso.

E eu quero dizer, ela realmente pôs um fim nele.

Desde que Ari confrontou Dickie, ele nem se quer deu um olhar
para mim. Ele manteve a cabeça baixa e os olhos colados ao chão
maldito.

—Como é que ela colocou um fim a isso? —Perguntou Brantley.

—Ela chutou a merda fora dele. Eu disse isso, lembra? —Eu


respondi. – Depois que ela lidou com Dickie, ela me disse que, se ele
ou qualquer outra pessoa me desse um tempo difícil era para deixar
cair o nome dela e eles me deixariam em paz.

—Eles já teriam. —Anthony respondeu, com a voz mais


profunda do que o normal. —Quer saber por quê?

Será que eu quero saber? Na verdade, não.

Anthony disse-me de qualquer maneira.

—É porque ela é uma assassina, Clara.

—O quê? —Eu guinchei de surpresa.

Anthony se movimentou atrás de Brantley, dando-me uma


visão clara dele. —Ari pode parecer como se ela saiu na capa de uma
revista masculina, mas ela é uma das cinco principais pessoas mais
mortais que eu encontrei. E seu namorado, Capone? Ele está entre
os três primeiros.
Capone... Merda! Eu conhecia este nome também.

—A julgar pelo olhar em seu rosto, eu estou supondo que ela


deixou cair o nome de Capone sua frente.

Eu balancei a cabeça.

—De quem mais ela falou?

—Uh... – Eu vasculhar em meu cérebro. —...Donnie e Nicholas,


eu acho?

—Nikolai?

—Sim. Ele.

—E sobre Casper? Ela o mencionou?

Eu balancei minha cabeça. —Não.

—Espere um maldito minuto... —Brantley interrompeu. —


...Isto é algo que precisamos nos preocupar? Estes idiotas virão atrás
de Clara por causa do que ela viu, essa garota Ari fazer?

—Não. —respondeu Anthony, com confiança. —Se eles


estivessem atrás dela, ela já estaria morta. Ari sozinha é mais letal
do que todos nós juntos. Adicione o resto dos Kings e... —Seus olhos
piscaram com uma emoção que eu não conseguia ler, sua voz sumiu.

—Então, o que, esta menina Ari é parte de uma gangue de


bandidos que se chamam Kings? —Perguntou a vovó, sua voz mais
alta do que tinha sido o dia todo.
Anthony balançou a cabeça. —Ari não é apenas uma parte dos
Kings. Ela é a Princesa. Seu pai, Arturo é o Pakhan, ou chefe,
enquanto seu namorado, Capone, é um Avtoritet, ou executor.

—Foram eles que... que? —Eu gaguejei, meu coração na minha


garganta. —Que mataram Ji... Jimmy?

Anthony assentiu. —A julgar pela coroa esculpida no único


pedaço de pele que permaneceu em seu peito, eu diria que é uma
suposição justa.

—Ari fez isso?

—Não. —respondeu Anthony. —Torturar um homem desse


jeito. —Ele estalou a língua contra o céu de sua boca. – Este é o
cartão de visita do Reaper.

—Reaper? —Perguntou Carissa, empalidecendo.

Mais uma vez, Anthony assentiu. —Nikolai é o Reaper.

Ai Jesus, eu pensei, sentindo meu estômago embrulhar.

—Por que eles o mataram? —Perguntou Charlotte, com a voz


trêmula.

A resposta de Anthony foi imediata. —Porque ele perseguiu,


estuprou, e bateu em três mulheres. —Silêncio. —Os Kings
trabalham com um monte de coisas de drogas, ladrões, assassinos,
mas eles não lidam com o tráfico ou a prostituição humana. Quanto
a Jimmy, eu estou supondo que Ari ficou sabendo do que ele tinha
feito e ela pediu um acerto sobre ele.
Certo ou errado, se a teoria de Anthony fosse verdade, parte de
mim respeitava Ari.

Alguém deveria colocar todos os estupradores para baixo como


os cães doentes que são.

O silêncio caiu sobre a sala.

Até…

—Clara, dama bella, olhe para mim. —Meu olhar encontrou o


do Brantley. —Você não vai voltar para o seu apartamento sozinha.
Compreende?

Eu balancei a cabeça. —OK.

Com os olhos presos nos meus, Brantley fechou o espaço entre


nós, rondando em minha direção. Após me encontrar, ele espalmou
a parte de trás do meu pescoço com uma mão enquanto
descansando a outra no meu quadril. me puxando para mais perto,
ele baixou o rosto para o meu. – Você não vai a lugar nenhum... —ele
ordenou: —...sem mim.

Apesar do medo e nervosismo que rolou na boca do meu


ventre, a superproteção de Brantley fez minha pele formigar. Mais
uma vez, eu assenti. —Eu não vou. Prometo.

Sua mandíbula travada em uma linha dura, ele inclinou a


cabeça para o lado e deu um beijo suave na maçã do meu rosto.

—Ahhh. —disse Hop. —Olhe para B sendo todo doce.

Shelby não tinha dito a mesma coisa sobre Hendrix?


—Parece que vamos estar planejando um segundo casamento
em pouco tempo. —Shelby acrescentou. —Ou então um chá de bebê.

O rosto de Brantley amoleceu; um sorriso enfeitou seus lábios.

—Falando de planejamentos, —Vovó disse, chamando a


atenção de todos. —Agora que Clara conheceu essa bandida Ari,
talvez pudéssemos levá-la a lidar com a ex-mulher do Sr. Bom de
olhar.

Maddie respirou.

—Vovó, você perdeu a sua mente de algodão doce? —Charlotte


perguntou, antes de apontar sobre a Anthony. —Você tem um
detetive de homicídios a menos de dez pés na sua frente. Eu não
acho que é uma boa ideia discutir a contratação de um acerto em
alguém quando ele está na mesma sala. Você acha?

—O quê? —Vovó parecia ofendida. Depois de ficar sabendo


tudo o que Chastity tinha feito no passado em combinação com o
telefonema que Brantley recebeu mais cedo naquela manhã, ela
estava pronta para fazer rolar a cabeça de Chastity. —Não estou
dizendo que ela tem que matá-la, mas você não vai me ver chorar no
enterro daquela maldita. Talvez ela possa apenas assustá-la.

—Para a causa do céu... —Maddie começou.

—Shelby! —Hendrix gritou, interrompendo sua esposa a partir


da porta do pátio aberta de onde ele estava. —Venha pegar Lucca. O
pequeno monstro apenas puxou as calças para baixo e fez xixi na
piscina maldita.

A tensão enchendo o ar evaporou.


Risos entrou em erupção.

—Lucca Moretti. —Shelby gritou quando ela se moveu em


direção à porta com Anthony e Ashley rindo seguindo logo atrás
dela. —Você sabe melhor do que fazer xixi na piscina. —Ela fez uma
pausa. —Se você está tão apertado assim, então faça xixi no mato. Já
não te ensinei nada?

Eu balancei minha cabeça. —Eu estou cercada por pessoas


loucas.

O polegar de Brantley raspou em todo o canto do meu maxilar.


—Sim, você está. —respondeu ele. —É melhor se acostumar com
isso, porém, bella dama, porque você está presa com a gente. —O
sorriso no seu rosto cresceu. —Sempre.
BRANTLEY
MAL ESTAR AGITOU MEU INTESTINO.

Sentado no sofá, eu rolo através do registo de chamadas no meu


celular, seguido por cada mensagem de texto que eu recebi ao longo
dos últimos dias. Sobrancelhas franzidas, eu bati meus dedos ao
longo do lado da minha coxa quando a apreensão me bateu.

Tinha se passado uma semana desde que eu tinha falado com


Chastity. Desde então, eu não tinha recebido uma única chamada,
nem sequer um texto dela. Enquanto deveria acreditar que parecia
ser uma boa notícia, não era. Isso significava que ela não estava
parada. Muito provavelmente conspirando. Mas o que ela estava
tramando, porém, eu não tinha a menor ideia maldita.

—Ei, Brantley. —Liam disse do outro lado da sala, agarrando


minha atenção. —Você acha que poderíamos ir a um jogo de futebol
neste outono?

Deslizando meu telefone de volta no bolso, dei-lhe toda a minha


atenção. —Que tipo de jogo de futebol? Ensino médio ou NFL?

Seus olhos se arregalaram. —Você me levaria para um jogo da


NFL?

—Sim, amigo, eu levaria num piscar de olhos. —Eu respondi. —


Atlanta e Charlotte estão ambos a uma curta distância. Panthers ou
Falcons, à sua escolha.

—Podemos ir para qualquer um que está jogando contra os


Broncos? Eu quero ver se Peyton Manning aparecer. Eu sei que ele
não joga mais, mas meu professor disse que ele ainda vai para os
jogos.

Eu balancei a cabeça. —Eu vou fazer isso acontecer. Embora,


nós vamos ter que levar Tio Evan conosco. Cristo sabe que ele faz
uma birra do tamanho do Texas se nós o deixarmos para trás.

Liam sorriu, fazendo meu coração apertar.

Como a mãe dele, ele percorreu um longo caminho desde que


ele, Declan, e eu conversamos no quintal. Como, um inferno de um
longo caminho.

—Você vai levar Dec também, certo?

Mais uma vez, eu assenti. —Não sairia sem ele.

—Tudo bem! —Pulando fora do sofá, Liam correu para a


cozinha, onde Clara estava cozinhando o jantar. —Mama, Brantley
vai nos levar a um jogo de futebol!

O rosto inteiro de Clara se iluminou. —Posso ir?

Liam congelou, amassando o nariz. —Se você quiser.

—Claro que eu quero. Não posso deixar que os meninos tenham


toda a diversão agora, eu posso? —Sorrindo, ela acenou com a
cabeça em direção às escadas. —Vá lá em cima e traga o seu irmão e
Bella para mim, baby. O jantar está pronto.

Sem outra palavra, Liam saiu correndo para as escadas.

Entrando na cozinha, eu contornei a ilha e cheguei por trás da


minha menina. Envolvendo meus braços em torno dela, eu dei um
beijo em seu ombro nu. Meus lábios se demoraram. —Eu senti sua
falta depois de sair do trabalho, bella dama.

Respirando, Clara recostou-se contra mim. – Senti sua falta


mais. Mas pelo menos você teve Ashley lá para lhe fazer companhia.

Eu sorri contra sua pele cremosa. —Eu fiz. Ela me contou uma
piada hoje. Surpreendeu o inferno fora de mim. Inferno, eu nem me
lembro do que era, mas eu ri até que eu pensei que eu ia vomitar. —
Eu ri. —Ela percorreu um longo caminho.

—Ela fez. Eu acho que ela...

Toc! Toc! Toc!

Clara fechou a boca ao ouvir o som de alguém batendo seu


punho contra a porta da frente.

—Fique aqui, Foguete. —Eu disse, deixando cair os braços de


sua cintura. —Eu vou ver...

—Clara! —Ashley gritou, sua voz em pânico. —Clara!

Deixando cair a colher de pau no chão, que ela estava


segurando, minha menina decolou em direção à porta da frente.
Movendo mais rápido do que eu já vi antes, ela chegou à frente da
casa em tempo recorde.

Com o coração na minha garganta, eu segui logo atrás dela.

Imagens horríveis, que eu tentei bloquear passaram pela minha


mente.

Aconteceu alguma coisa com Anthony estando em serviço?


Lucca está ferido?

E vovó está bem?

—Clara! —Ashley gritou novamente, enquanto ela continuava


a bater na porta.

BOOM! BOOM! BOOM!

Com um movimento rápido de seu pulso, Clara destrancou a


porta da frente e abriu-a.

Com o rosto manchado de lágrimas Ashley imediatamente


entrou em exibição. – Clara. —gritou ela, apontando para a casa dela.
—Ela pre... precisa de você ... Minha Ma... mama precisa de vo... você.

Clara não hesitou.

Olhando para mim por cima do ombro, ela disse: —Fique com
as crianças!

Então, ela atravessou a varanda, desceu os degraus e correu


para a casa de Shelby tão duro quanto podia. Ashley ficou bem ao
seu lado, chorando mais forte a cada passo que ela dava.

Cada célula do meu corpo gritou para eu persegui-las, mas eu


não podia deixar as crianças. Especialmente não com a minha ex
psicopata ainda escondida em algum lugar nas sombras. Eu virei de
costas apenas um segundo...

—Brantley! —Evan gritou, correndo para fora de sua casa. —


Que diabos está acontecendo?

Eu apontei para a casa de Shelby. —Leve sua bunda lá e veja!


Como Clara, ele não hesitou antes de correr a toda velocidade.

Um segundo depois, a vovó saiu na sua varanda para ver o que


era todo o tumulto. Quando ela viu Clara, Ashley, e Evan correndo
em direção de Shelby, o pânico varreu suas feições.

Então, ela se moveu.

Batendo o tamanco para baixo em sua calçada de concreto, ela


fugiu do outro lado da estrada sem tráfego em um ritmo mais rápido
do que eu já vi qualquer velhinha se mover antes. Não demorou
muito antes que ela, juntamente com a minha menina, irmão, e
Ashley desaparecessem da minha vista.

Saí para a varanda, tentando como o inferno ver alguma coisa.

—Vem merda, —eu murmurei para mim mesmo.

—Onde Mama foi? —Perguntou Declan, chegando a ficar ao


meu lado.

Olhei para ele e coloquei a mão em seu ombro. —Tia Shelby


precisava dela para alguma coisa.

—Para que ela precisa dela? —As sobrancelhas de Declan


franziram; seu rosto amassou em preocupação. —Ela está bem?

Sabendo que eu precisava manter todos calmos, eu forcei um


sorriso. —Sim, amiguinho. —Respondi enquanto orava como o
inferno que eu não estivesse mentindo. —Por que não vai para
dentro? Você pode me ajudar a conseguir a mesa posta para o jantar
enquanto esperamos sua mãe voltar.

Declan hesitou.
Então, —Ok... – Ele prendeu seus olhos nos meus. – Promete
que nada está errado?

Meu peito apertou.

Era uma promessa que eu não poderia fazer.

—Eu vou dizer-lhe uma coisa... —eu respondi, evitando a


pergunta. —...Se ela não estiver de volta em cinco minutos, vou ligar
para a tia Shelby e ver o que está acontecendo. Combinado?

Declan acenou com a cabeça, com um pequeno sorriso em seu


rosto. —Combinado.

—Vamos, Dec... – Eu apontei para o interior da casa. —...vamos


arrumar a mesa.

Com um rápido aceno de cabeça, meu filho mais novo voltou


para dentro. Depois de olhar por cima do ombro uma última vez
para a casa de Shelby, eu o segui pela direita logo atrás dele.
CLARA
EU NÃO CONSEGUIA RESPIRAR.

Com o coração quase saindo no meu peito, eu estava no meio


da sala de estar de Anthony e Shelby com as palmas das mãos
cobrindo minha boca. Lágrimas, uma série inteira, escorriam pelo
meu rosto e eu juro que eu senti minhas pernas tremerem.

Ao meu lado, todo o corpo de Ashley sacudiu com a força de


seus gritos silenciosos.

Ao lado dela, Evan ficou congelado no lugar, sua boca aberta.

Vovó, que tinha acabado de entrar a alguns momentos pela


porta dianteira, estava ao lado da parede, as costas pressionadas ao
batente. Como Ashley e eu, lágrimas escorriam pelo seu rosto
enrugado, enquanto olhava para a cena diante de todos nós,
segurando a frente de seu vestido floral na mão.

O quarto estava silencioso; o ar carregado de emoção.

Puxando meus olhos de Shelby, que estava sentada no centro


do sofá, um pequeno pacote rosa em seus braços, eu olhei para Patty
Thompson, ex assistente social de Ashley. Vestindo um sorriso
gigante no rosto, ela piscou para mim antes de passar ao redor do
sofá e sentar ao lado de Shelby.

—Eu pensei em você e Sr. Moretti no momento em que recebi a


chamada. —disse ela. —Eu tinha o seu nome, juntamente com
alguns outros na lista antes que eu chegasse ao hospital. Mas no
momento em que coloquei os olhos nela... —ela apontou para a linda
menina que Shelby tinha retida contra seu peito. —Eu sabia que só
havia um lugar que ela deveria ir. —Ela fez uma pausa. —E esse
lugar é aqui... —outra pausa. —...com você.

Shelby, que não tinha nos olhado uma vez, segurou a menina
mais apertado. —Qual é seu nome? —Perguntou ela, com a voz
trêmula.

Patty endireitou a coluna. —Neste momento, ela não tem um.

Confusão desfigurou o rosto de vovó quando ela deu um passo


para a frente. —Eu não entendo.

—Nem eu. — Evan adicionou. —Como ela pode não ter um


nome?

—Quando uma criança é abandonada ao nascer, o estado


atribui-lhes uma identidade temporária. —explicou Patty. —Por
enquanto, esta menina doce... —ela acariciou um dedo abaixo da
bochecha inchada do bebê —...é conhecida como Menina bebê.

Abandonada no nascimento?

Oh Deus, eu pensei. Apenas como eu…

Ao meu lado, Ashley fez um som que parecia um rosnado


angustiado. – Isso é uma gran... —ela gaguejou. —Podemos no...
nomeá-la?

Patty assentiu. —Sim, senhorita Ashley. Se a sua mãe e seu pai


aceitarem a colocação, quer seja como um adotivo temporário ou
algo mais permanente, em seguida, sua família vai ter a
oportunidade de nomeá-la.
Pressão construiu em meu peito quando Ashley deu um passo
adiante. – Mãe. —gritou ela, mal conseguindo falar. – Por.. por
favor... —A voz dela sumiu, e eu aproximei-me e passei um braço em
torno de sua cintura. Ela se inclinou para mim, deixando-me tomar
um pouco do seu peso. —Podemos man... mantê-la?

Shelby olhou para cima, encontrando o olhar de Ashley.

Prendi a respiração enquanto esperava que ela respondesse.

De repente, um barulho na porta chamou a minha atenção. Um


segundo depois, um Anthony de aparência frenética entrou na sala
de estar. Seus olhos em primeiro em Ashley, em seguida, para
Shelby, e finalmente para o bebê dormindo que sua bela esposa
segurava em seus braços. – Luz do sol. —Ele disse, sua voz gutural.
—Baby, o que está acontecendo?

Shelby permaneceu parada.

—Tony. —Ela sussurrou, seu peito subindo e descendo em


rápida sucessão. —Eu encontrei a nossa razão.

Anthony avançou. —Fale comigo, Shelby. —Ele sussurrou,


confuso.

—A razão pela qual não posso engravidar... —disse ela, a


primeira lágrima caindo —...é por causa dela.

O significado das palavras dela bateu em mim com a força de


um trem de carga.

—Oh foda-me. —Evan murmurou antes de entrelaçar os dedos


atrás da cabeça.
—Eu sei que parece loucura, mas eu não sou louca. —Shelby
continuou, seu tom de voz um pouco desesperado. —Eu sinto isso.
—Segurando o bebê com um braço, ela colocou sua palma no lugar
onde seu coração estava. —Eu sinto aqui. Este bebê é para ser o
nosso.

Anthony respirou fundo e virou seu olhar para Patty. —Fale


comigo, Patty. Eu quero saber tudo.

Patty assentiu. —O bebê foi entregue sob a lei Safe Haven da


Geórgia. Dois dias atrás, sua mãe, uma adolescente não identificada,
a deixou com uma enfermeira na sala de emergência em Toluca
Memorial Hospital, quando ela tinha apenas algumas horas de
idade. —Patty limpou a garganta. —Antes que a mãe se afastasse
dela, fez a enfermeira prometer que encontraria uma boa casa para
ela, algo que ela não poderia fornecer.

Ouvir aquelas palavras me quebrou.

Deixando Ashley, eu entrei no foyer fora da linha de visão de


todos e coloquei minhas mãos na parede para apoio. Encostando a
minha cabeça para a frente, eu deixei os soluços que eu estava
lutando para segurar livre. Eles sacudiram o meu corpo, fazendo
meus ombros tremerem e minhas pernas se sentirem fracas.

Os braços fortes de Evan ne envolveram por trás, me


surpreendendo. —Respire para mim, Red. —ele sussurrou em meu
ouvido. —Apenas respire para mim.

Minha força desapareceu, minhas pernas cederam.

Eu comecei a cair quando Evan me pegou e me levantou em


seus braços.
—Ev, —Eu chorei, segurando a frente de sua camisa em minhas
mãos. —Eu preciso dele. —Meu peito se apertou, meus pulmões
queimaram. —Eu não posso respirar... —Eu cerrei os olhos fechados
firmes. —...sem ele.

—Ele está vindo. —Evan me assegurou. —Vovó sabia que


precisava dele e ela foi buscá-lo.

Eu não sei quanto tempo passou, um minuto ou dois, talvez?


Antes que o som de passos se aproximando chegou aos meus
ouvidos. Sem ter que olhar, eu sabia quem era. A calma que tomou
conta de mim, descongelando meus pulmões e firmando minhas
mãos trêmulas eram as únicas pistas que eu precisava.

Brantley ...

Me segurando firme, Evan se virou.

Em um movimento rápido, o calor do seu corpo saiu do meu


lado quando Brantley me levou em seus braços fortes. Seu cheiro
familiar fez cócegas na ponta do meu nariz e as batidas do seu
coração me aqueceram. Com ele me segurando perto, e com a
segurança de sua presença ao meu redor, eu respirei.

Então eu respirei de novo.

E de novo.

Até que finalmente, finalmente! A dor que brotou dentro de


mim recuou.

Abri os olhos para encontrar Brantley sorrindo para mim. —Se


você queria a minha atenção, bella dama, tudo o que tinha que fazer
era pedir. Não havia necessidade para quase dar a vovó um ataque
cardíaco. —brincou ele, tentando o seu melhor para me puxar mais
longe dos pensamentos sombrios que viviam na minha cabeça. —Eu
não tenho a menor ideia do que está acontecendo... —ele cortou os
olhos para o quarto. —...mas tenho a sensação de que tem algo a ver
com a menina bonita que vi Shelby segurando quando eu entrei.

Sabendo que precisava voltar para lá, que eu precisava dar a


Anthony, Shelby, e Ashley meu total apoio, eu disse: —Ponha-me
para baixo, Menino Bonito. Eles precisam de mim.

As mãos de Brantley foram para meus quadris enquanto ele me


colocava no chão.

Mantenha-se firme, eu disse a mim mesma. Você pode


desmoronar depois.

Endireitando minha coluna, eu caminhava de volta para a sala


e enfrentei Anthony e Shelby.

—Sinto muito. —Eu sussurrei a todos menos a vovó, que deve


ter ficado na casa de Brantley com as crianças. Apontando para mim,
continuei, —Como um ex-bebê lata de lixo, ouvindo o que a... —Eu
apontei para o bebê. — Abnegada mãe fez e disse, me pegou.... —
Forçando um sorriso trêmulo, eu acenei com a mão desconsiderado
no ar e soltei um suspiro. —...Eu estou sendo louca. Me pegou sem
pensar.

Os belos olhos cinzentos de Anthony ficaram trancados em


mim. —Você não é louca, Clara. —Ele me assegurou. —Você é
emocional, Boneca. Há uma diferença.

O silêncio caiu sobre a sala.


Momentos se passaram.

Então, —Bee! – O vozeirão do Pop ecoou pela casa quando ele


invadiu a sala e dirigiu-se para onde todos nós estávamos. Quando
viu Shelby, ele parou. Seus olhos se moveram para a bebê, em
seguida, para Anthony. Ele olhou ao redor da sala, uma vez antes de
concentrar seu olhar para trás sobre o bebê. —O que diabos está
acontecendo? Onde está o meu neto?

Ashley agarrou a minha mão, entrelaçando os dedos com os


meus. —Lucca está com Hendrix e Maddie. —Ela respondeu. —
Quanto ao que está acontecendo... —A voz dela sumiu quando ela
olhou para Shelby.

—Nós a encontramos, papai. —Shelby sussurrou enquanto um


sorriso inclinou seus lábios para cima nos cantos.

As sobrancelhas de Pop subiram a testa. —Você achou quem?

—Gracelyn. —Ela respondeu, dizendo o nome que ela e


Anthony tinha guardado para quando tivesse outra filha. —Eu
encontrei a nossa Gracelyn.

Patty parecia perto de se desfazer em lágrimas. —Isso significa


que você está aceitando-a para a colocação? —Ela perguntou, sua
voz esperançosa.

Anthony olhou para sua esposa e, a partir da aparência dele,


para sua mais nova filha. – Sim. —Ele disse simplesmente. —Nós
vamos.
Alívio tomou conta do rosto de Ashley quando ela deixou cair a
cabeça para trás e olhar para o teto. – Obrigada. —Ela sussurrou
para os céus acima. —Muito obrigada.

—Merda, Abelha. —Pop disse, com os olhos cheios de lágrimas.


—Então você está mantendo-a?

Shelby olhou para Anthony.

Anthony olhou de volta para ela.

Nenhum dos dois falou com o outro, mas eles não precisavam.
Era óbvio, a partir das expressões em seus rostos, que sabiam que
isso era pra ser.

É o destino, pensei. Por que mais eu estaria aqui para


testemunhar isso?

—Estamos. —disse ela. —Talvez tenhamos de começar como


sua família adotiva, mas sei que esta menina vai se tornar nossa
permanentemente.

O rosto de Pop suavizou e eu juro que seu peito expandiu


quando ele se encheu de orgulho.

Enquanto isso, Patty caminhou ao redor do sofá, pegou um saco


preto, que estava sentado no chão, e tirou um envelope pardo
grosso. —Temos de passar por cima de algumas coisas, preencher
alguns papéis. Quanto ao seu nome, você está decidida em Gracelyn?

—Sim. —Shelby afirmou o assunto com naturalidade. —Ela é


Gracelyn... Gracelyn Rose.

Meu corpo inteiro parou.


O olhar de Shelby encontrou os meus.

—Sempre vai ser você. —Ela sussurrou, respondendo à


pergunta silenciosa que dançou nos meus olhos. —A partir do
momento que Anthony e eu começamos a tentar ter um bebê,
decidimos que, se tivéssemos uma filha, que queria chamá-la em
homenagem a alguém forte, alguém bonita. E isso é você, Clara.

Segurando Gracelyn mais apertado, ela sorriu.

—Eu não estava lá para salvá-la quando bebê e eu não estava lá


para salvá-la quando foi uma adulta, mas eu prometo salvá-la, Red.
Eu não vou deixá-la se machucar, e eu não vou deixá-la sentir a dor
ou solidão que você fez quando uma criança abandonada crescendo
sozinha no sistema. Eu juro pela minha vida eu vou dar-lhe tudo o
que você deveria ter tido.

Eu não duvidei disso.

Nem por um segundo.

—Por que eu te dou minha palavra... —Shelby continuou. —...A


única coisa que peço em troca é que você deixe-me dar-lhe o seu
nome.

-Shelby... —Um nó se formou na base da minha garganta,


tornando impossível para mim falar.

—Apenas diga sim, Clara. —Shelby implorou. —Por favor.

Eu não hesitei. —Sim.


Brantley envolveu um braço em volta de mim por trás e me
puxou de volta em seu peito. —Estou tão orgulhoso de você... —ele
sussurrou junto ao meu ouvido. —Tão malditamente orgulhoso.

Eu estendi meus braços. —Posso segurá-la?

Shelby sorriu enquanto fechava o espaço entre nós e colocou


Gracelyn em meus braços. Calor irradiada através do meu peito
antes de se espalhar por meus membros.

—Oi, Gracelyn. —Eu sussurrei, correndo meu dedo indicador


para o lado de seu rosto gordinho. —Eu sou sua tia Clara. —Eu me
inclinei mais contra Brantley, o deixando compartilhar o momento
comigo. —Tenho a sensação de que você e eu vamos ser as melhores
amigas.

Os olhos de pálpebras pesadas de Gracelyn se abriram.

Quando seu olhar desfocado encontrou os meus, meu último


pedaço quebrado, voltou para o seu lugar, e eu sabia, sem sombra
de dúvida, que eu finalmente estava curada. Eu já não era uma filha
adotiva indesejada, marcada pela violência doméstica, vítima ou
sobrevivente quebrada. Não, em vez disso, naquele momento, eu me
tornei a pessoa que eu sempre fui concebida para ser.

E essa pessoa era bonita, feliz e livre.


BRANTLEY
ERA UMA SEXTA-FEIRA, três e meia da tarde, e o escritório estava
vazio.

Evan tinha concordado em buscar nossos três filhos na escola,


Ashley tinha tomado o dia de folga do trabalho para passar tempo
com sua família, e minha agenda estava limpa para o resto do dia.
Isso levou a Clara e eu ficando sozinhos, e nós ficarmos sozinhos
levou a Clara ser dobrada sobre a minha mesa.

Calcinha rasgada. Bunda à mostra.

Perfeito, porra.

A saia de seu vestido estava amontoada em volta da sua cintura,


o peito estava pressionado contra a superfície lisa, e seus dedos
estavam enrolados em torno da borda da madeira quando eu dirigi
meu pau grosso profundamente dentro dela.

Gotas de suor cobriam minha testa e meus dedos se afundaram


em seus quadris. —Levante-se, bella dama. Eu quero seus seios em
minhas mãos. —Quando ela não se moveu rápido o suficiente, eu
deslizei minhas mãos debaixo dela, segurei os seus seios e forçei-a
de volta ao arco levantando-a algumas polegadas.

Todo o seu corpo estremeceu em resposta.

—Oh Deus. —Ela gemeu, moendo de volta contra mim. – Com


mais força, Brantley. Por favor.
Batendo nela com tanta força que a minha pesada mesa moveu
um par de polegadas, dei-lhe o que queria. Debatendo a cabeça de
um lado para o outro, minha menina gritou de volta.

—É isso que você quer? —Eu perguntei com os dentes


cerrados.

Ofegante, ela conheceu cada um dos meus impulsos. – Com


mais força!

Sentindo a base da minha espinha formigar, eu mudei o ângulo


de meus quadris e bati nela tão duro quanto eu podia, batendo o
ponto G quando a mesa continuou a deslizar polegadas a frente.
Sabendo que não seria muito tempo antes dela explodir em torno de
mim, eu belisquei os seus mamilos apenas como ela gostava e me
inclinei sobre ela. De volta ao peito, eu aumentei o agarre que eu
tinha em seus seios perfeitos e cobri suas mãos suaves com a minha
própria.

Então, meus lábios encontraram seu pescoço.

Sua vagina vibrou por cima do meu pau latejante e eu mordi o


seu lóbulo da orelha com os dentes. —Goze para mim, bella dama.
—Eu exigi, fazendo-a tremer debaixo de mim. —Goze para mim
agora, baby.

Uma tacada.

Duas pancadas.

Três...
—Brantley! —Seu corpo ficou tenso e ela arqueou em mim
quando sua boca se abriu e ela agarrou a madeira com as unhas
pintadas-turquesa.

Porra, perfeita, pensei.

Removendo uma das minhas mãos das dela, eu deslizei sobre


seu quadril e para baixo em sua boceta encharcada. Deslizando os
dedos por sua umidade, eu encontrei o clitóris. Roçando o cerne
sensível no tempo com cada um dos meus golpes, eu desenhei seu
orgasmo até que todo seu corpo ficou mole abaixo de mim.

Sabendo que a minha menina estava satisfeita, por agora eu me


deixei ir. Enterrando meu rosto no lado de seu pescoço, me esvaziei
dentro dela, dando-lhe tudo o que tinha para dar. Respirações se
misturando umas com as outras, eu dei um beijo em sua pele suada
e plena.

—Isso... —disse ela, sem fôlego. —...pode ser a melhor pausa


para o almoço tardio que eu já tive.

Eu sorri contra sua pele antes de beliscar a coluna de sua


garganta com os dentes. —Melhor do que os tacos que eu te
alimentei ontem?

—Agora você está me empurrando. —Ela brincou, sua voz


cheia de humor.

Sem entusiasmo, empurrei nela uma última vez, belisquei seu


pescoço novamente. Ela gemeu em resposta. O pequeno som foi
direto para o meu pau, forçando-o de volta à vida. —Não seja uma
espertinha quando meu pênis ainda está dentro de você, Foguete.
Então você pode ser fodida até a morte.
Olhando para mim por cima do ombro, ela sorriu. —Soa como
um inferno de um caminho a percorrer.

Incapaz de resistir o canto da sereia em seus lábios, eu toquei a


minha boca na dela. Mas tão rapidamente como começou, o beijo
doce que nós compartilhamos terminou quando meu celular tocou.

Puxando os lábios do meu, Clara tocou a ponta do meu nariz


com o ela próprio. —Atenda, Menino Bonito. Pode ser Evan. Eu disse
a ele para chamar quando ele e as crianças estivessem no caminho
para cá.

Em pé, me puxei de seu corpo.

Pode parecer doente, mas o homem das cavernas em mim


queria bombear seu punho no ar quando vislumbrei meu sêmen
vazando de sua boceta doce. Olhos fechados sobre a visão, eu enviei
uma oração silenciosa que levaria raiz.

Por favor, Deus... Deixe essa merda fazer o seu trabalho.

Clara se levantou e se virou para mim.

Suas pesadas mamas saltaram do ligeiro movimento e eu mordi


de volta um gemido.

—Brantley. —Ela mexeu. —Pelo amor de Deus, atenda o


telefone do inferno.

Eu sorri. —Sim, senhora. —Depois de puxar para cima as


calças, eu cruzei a sala e peguei meu telefone a partir do local no
chão, onde eu tinha descartado depois de encontrar Clara curvando-
se sobre minha mesa, esperando por mim. – É Evan. —Eu respondi
sem olhar para a identificação de chamadas.
—As crianças e eu estamos a caminho, palhaço. —Meu irmão
idiota disse. – Devemos estar aí em cerca de cinco minutos.

No fundo, Liam e Declan riram enquanto Bella discutia. —Nós


não dizemos essa a palavra, Tio Evan!

—Desculpe, princesa. —Evan respondeu, fazendo-me rir.

Naquele momento, minha menina soou tão parecida com a


minha Foguete que fez meu coração inchar. Sério, Bella pode se
parecer comigo, mas ela estava se transformando em uma miniatura
de Clara.

Falando em…

Olhei para Clara, que estava no banheiro que ligava para o meu
escritório, se limpando. —Nós estaremos esperando lá fora. Basta
estacionar ao lado do meu Rover. O local deve estar vazio desde que
Clara está comigo hoje.

—Sim, vou fazer.

Foi a última coisa que ele disse antes de terminar a chamada.

Colocando minha camisa em minhas calças, eu abotoo minha


calça, e prendo meu cinto. —As crianças estarão aqui em cinco
minutos. —Eu encarei, hipnotizado quando Clara correu os dedos
pelos cabelos bagunçados, fazendo o seu melhor para suavizar as
ondas de fogo. —Eu disse a Ev que nós os encontraríamos lá fora.

Balançando a cabeça, minha menina se virou para mim.

Endireitando seu vestido, ela caminhou em minha direção.


Seus quadris arredondados balançavam a cada passo que ela
dava, chamando minha atenção.

Prendendo minhas mãos para não estender a mão e agarrá-la,


eu levantei meus olhos, concentrando-me o meu olhar em seu rosto
bonito. —Eu estou pronto para conseguir este feito, dama bella.

E por isso que eu quis dizer completar sua mudança.

Fazia três semanas desde que ela concordou em viver comigo e


três dias desde que começamos a transferir o material de seu lugar
ao meu. O fato de que ele estava demorando malditamente tanto
tempo era frustrante como o inferno, mas eu sabia que este era um
grande passo para ela, e tanto quanto eu queria, eu não poderia
apressá-la.

Não muito de qualquer maneira.

—Eu também. —respondeu ela, envolvendo os braços em volta


do meu pescoço. —Eu não quero nada mais do que cair no sono em
seus braços todas as noites para o resto da minha vida.

O sorriso que se espalhou pelo meu rosto era enorme.

Ridiculamente assim.

—Você me faz tão malditamente feliz. —Eu disse, descansando


minhas mãos nos seus quadris.

Nas pontas dos pés, Clara deu um beijo suave nos meus lábios.
—Espero que sim. —respondeu ela, segundos depois. —Porque
você está preso comigo daqui em diante.

Eu sorri. —Eu deveria reclamar?


—Não, se sabe o que é bom para você. —Ela e sua boca
espertinha replicou para mim.

—Atrevida. —Eu respondi, esfregando os nós dos dedos para


baixo sua mandíbula. —Eu gosto disso.

Com um rolar de seus olhos, Clara deixou cair os braços do meu


pescoço e recuou. —Vamos lá. Evan vai estar aqui a qualquer
segundo, e eu sinto falta dos meus filhos algo como ferozmente.

—Nossos filhos. —Eu a corrigi.

Ela reprimiu um sorriso e fingiu exasperação. —O que você


disser, Menino Bonito. —Agarrando sua bolsa fora do canto da
minha mesa onde estava, ela puxou-a por cima do ombro e se voltou
para a porta. Sem dizer outra palavra, ela saiu do escritório.

Como o tolo doente de amor que eu era, eu segui atrás dela,


meus olhos colados em suas costas.

Deslizando minhas mãos em meus bolsos, eu assobiava


enquanto nos dirigíamos para fora da porta, no corredor, e no
estacionamento, onde a caminhonete de Evan seguia em marcha
lenta ao lado do meu SUV. Preenchido com nada além de paz e
contentamento, eu estava andando nas nuvens.

Mal sabia eu que estava apenas a momentos de distância de


uma mudança.
CLARA
ISSO FOI um pouco depois das quatro quando Brantley
estacionou seu SUV na frente do meu apartamento pelo que seria a
última vez. Sentimentos mistos batiam na minha barriga com o
pensamento. Por um lado, eu estava tão malditamente feliz por estar
indo morar com ele e Bella, mas por outro lado, eu sentia que estava
perdendo uma pequena parte de mim.

Meu apartamento era um aterro, mas ele continha uma série de


memórias.

Memórias que eu segurei perto do meu coração.

Deslocando o carro na vaga, Brantley pegou minha mão na sua,


e deu os meus dedos um aperto suave. —O que você está pensando,
Foguete?

Um pequeno sorriso brincou nos meus lábios. —Eu estou


pensando sobre o quanto eu vou perder neste lugar.

Brantley olhou para mim como se eu fosse louca. —O que no


in... – mal parando a maldição que quase soltou de seus lábios ele
olhou no banco de trás em todos os três dos nossos filhos. Com a
atenção voltada um para o outro, eles nem deram a Brantley nem a
mim qualquer pensamento. – Do que diabos você está falando?

—Não te faça de surpreso, Menino Bonito, —eu provoquei. —


Eu não estou dizendo que quero ficar ou nada. Eu só estou dizendo
que os meninos e eu fizemos um monte de memórias aqui. —O
sorriso deslizando nos meus lábios para o céu cresceu. —Você e eu
fizemos um par aqui também.
Brantley sorriu. —Nós fizemos, não foi?

Eu balancei a cabeça. – Lá... —Eu apontei para o tijolo


dilapidado do prédio, —...é onde eu adormeci em seus braços pela
primeira vez. Ou você se esqueceu disso?

—Não, bella dama, eu não. —respondeu ele, com os olhos


presos nos meus. —Enquanto eu viver eu nunca vou esquecer
aquela noite. —Ele fez uma pausa. —Foi uma das melhores noites
da minha vida.

—Minha também.

Eu suspirei quando olhei para fora do para-brisa. —Essa foi a


noite que você soube...

Inclinando a cabeça para trás contra o encosto de cabeça, eu


parei meus dedos sobre as costas de seus dedos. Sua pele se
contorceu sob o meu toque tornando o exército de borboletas que
viviam em meu estômago voar livre. Eu amei como um simples
toque dele me afetou tanto.

—Foi a noite em que o quê? —Perguntou.

Virei a cabeça; nossos olhares se encontraram. —Essa foi a


noite em que comecei a me apaixonar por você. —Era a verdade
simples. —Quando você me acordou daquele pesadelo e me segurou
em seus braços... selei o meu destino.

Passando uma palma da sua mão sobre sua mandíbula coberta


por barba, Brantley olhou para fora do para-brisa muito parecido
com o que eu tinha feito segundos antes. —Não foi para mim... —ele
respondeu. —Você pode não saber, menina bonita, mas você já
possuía meu coração antes de eu ter pisado em seu apartamento.

Levantando minha mão, eu empurrei uma mecha de cabelo que


tinha caído sobre sua testa de volta no lugar. —Eu te amo, Brantley
Morgan, —eu sussurrei, arrastando meus dedos para o lado de seu
rosto. —Sempre.

Seus olhos se fecharam. —Clara, Baby...

—Papai! —Bella gritou do banco traseiro, interrompendo-o. —


Quando papa Keith vai estar aqui com seu caminhão grande? Vovó
disse que ia ajudar Clara e os meninos mudarem suas coisas para a
nossa casa.

Torcendo em seu assento, Brantley olhou para as três crianças.


—Ele e Anthony devem chegar a qualquer momento. Vocês querem
ir para dentro, para que possamos começar a embalar?

Bella e Declan concordaram.

Liam, porém, perguntou: —Como é que Tio Evan não veio com
a gente?

—Ele teve que trabalhar, amigo. Assim como Hendrix, Pop e


Felix.

—Isso é péssimo. —Liam respondeu, desapontado que todos os


caras não estariam lá.

Amassando o nariz para cima, Bella rebolou em sua cadeira


fazendo uma dança que eu reconheci. —Você precisa ir ao banheiro,
baby?
Ela assentiu com a cabeça.

—Tudo bem. —Eu disse, desafivelando meu cinto de


segurança. – Vamos, todos vocês.

Em segundos todos estavam fora do SUV e de pé sobre a


calçada. Estávamos prestes a seguir pela passarela que levava ao
meu apartamento quando o telefone de Brantley tocou. – Droga. —
Ele amaldiçoou, puxando-o para fora do seu bolso. Olhando para
baixo na tela, ele apertou a mandíbula firme. —Clara, dama bella,
você pode levar as crianças para dentro? Eu preciso atender isso...
—seu o olhar caiu para Bella. —...sem orelhas pequenas presentes.
—A confusão deve estar escrita por todo o meu rosto, porque um
segundo depois, ele continuou. —É o meu advogado. O que eu
contratei para lidar com você sabe quem...

Como um relâmpago em uma tarde de verão tempestuoso, a


compreensão me atingiu. Balançando a cabeça, olhei para as
crianças. —Vamos, pequenos. Vamos para dentro. Nós temos um
milhão de coisas para fazer e nós estamos perdendo a luz do dia.

Sem a necessidade de ser pedido duas vezes, as crianças


começaram a andar.

Eu segui atrás deles, deixando Brantley em pé na calçada.

—Clara.

Chegando a um impasse, olhei por cima do meu ombro para


Brantley. Segurando o telefone ao ouvido, seus olhos vigilantes
estavam trancados em mim. —Tranque a porta no momento em que
você pisar dentro. Eu vou bater.
Sabendo que ele ainda estava preocupado com a situação de
Ari, embora eu não acho que ele deva estar, eu sorri e acenei com a
cabeça em sua direção, em vez de jogar um punhado de palavras
atrevidas em seu caminho. —Eu vou. Não se preocupe.

—Clara. —Bella choramingou, puxando minha atenção para


ela. Dançando no lugar, ela segurou a frente de seus shorts jeans, e
se remexeu. —Eu tenho que fazer xixi.

—Tudo bem, meninos, movam suas botas. —Insisti, tomando a


mão de Bella na minha. —A princesa tem que ir ao banheiro.

Os meninos riram, pois ambos decolaram em uma corrida


completa pela passarela e para a nossa porta do apartamento. Sem
poupar Brantley um segundo olhar, Bella e eu seguimos logo atrás
deles.

Em poucos segundos, nós chegamos na porta familiar.

Soltando um suspiro, enfiei a chave na fechadura. Focada em


estar dentro o mais rápido possível, eu nem sequer percebi que o
bloqueio já estava desengatado. E sem perceber, eu torci a maçaneta
e abri a porta, sem saber da situação que as crianças e eu estávamos
andando em direção.

Uma situação que só iria terminar de uma maneira.

De que forma? Muito, porra, mal.


CLARA
ALGO ESTÁ ERRADO.

O pensamento solitário ecoou pela minha cabeça no momento


que as crianças e eu pisamos dentro do meu apartamento. Nada
parecia fora do comum, mas o ar estava carregado com uma
maldade que eu não tinha experimentado desde a morte de Colin. A
escuridão preenchendo o espaço em torno de mim era muito mais
forte, muito mais aterrorizante do que o medo que me consumia
quando sonhei com o meu marido morto ou sentia sua presença
fantasmagórica durante um ataque de pânico.

Eu não tinha a menor ideia de onde se originou, ou a partir de


onde, e eu não me importava para descobrir qualquer um. A única
coisa que importava era levar as crianças para fora.

O único problema era, já era tarde demais.

A fonte do mal que irradia através do ar como ondas nucleares


estava à vista deles, e não estava disposto a nos deixar ir.

Não sem um confronto e uma luta que se seguiu.

Eu tinha acabado de dar um passo para trás em direção à porta


quando o movimento do lado esquerdo da sala de estar, de repente,
me chamou a atenção.

Em um instante, eu balancei meu olhar nessa direção.


Quando vi o que, ou melhor, quem, tinha capturado a minha
atenção, mal-estar misturado com medo serpenteava pela minha
espinha.

—Bem, bem, bem, —a pessoa, uma mulher que eu nunca tinha


visto antes, disse. —Se não é Clara O'Bannon.

No momento em que Bella respirou trêmula, eu fodidamente


sabia quem era que estava a menos de quinze pés na minha frente,
seu cabelo loiro gelado puxado para cima em um rabo de cavalo
elegante.

—Chastity. —Eu respondi, o meu coração na minha garganta.


—O que você está fazendo aqui?

—Eu vim para ver você. —Ela disse, não poupando à sua filha
apavorada um único olhar. —Parece que você e eu temos muito o
que discutir... —ela fez uma pausa —...começando com o meu
marido.

—Mãe... —Liam disse ao meu lado. —...Quem é ela?

Chastity zombou de meu filho mais velho, mas não disse nada.

Agindo por instinto, eu silenciosamente agarrei o braço de


Liam e o puxei atrás de mim, usando meu corpo para protegê-lo do
ponto de vista de Chastity. Eu fiz o mesmo com Bella, e depois com
Declan.

Eu não tinha certeza do que ela estava fazendo ali, mas não
havia nenhuma maneira que eu iria deixá-la em qualquer lugar
perto as crianças. Para chegar a eles, ela teria que passar por mim, e
ao contrário do passado, eu não era fraca.
Se ela queria me levar, ela ia ter um inferno de uma luta em suas
mãos.

Adicionando uma força em minha coluna, permaneci em pé.


Levantando o queixo no ar, olhei diretamente nos olhos dela, e disse:
—Você e eu não temos nada para discutir. Se você tiver um
problema com Brantley, você precisa levar a ele pessoalmente. —
Liguei um polegar e apontei por cima do ombro em direção à porta.
—Ele está bem lá fora. Por que você não vai falar com ele?

Quando a Chastity não se mexeu, eu cegamente alcancei a porta


atrás de mim, procurando a maçaneta. Antes que eu pudesse
envolver meus dedos em torno dele, um rosto contorcido, em uma
expressão que só poderia ser descrita como raiva descontrolada,
dançou em suas feições perfeitas.

Merda, pensei. Isso não é bom.

Alcançando dentro da bolsa de grandes dimensões que estava


pendurada no ombro, uma que eu não tinha notado até aquele
momento, ela tirou um pequeno objeto que ela agarrou firmemente
na mão.

Vislumbrei algo metálico e por um momento, eu pensei que


fosse uma arma.

Felizmente, eu estava errada.

—Chastity. —Eu disse, minha frequência cardíaca acelerada. —


Abaixe a faca.
Com as minhas palavras, Bella gemeu e agarrou a saia do meu
vestido em seus dedos. Chastity ainda não tinha olhado para ela, o
que me perturbou tanto quanto a arma que tinha na mão.

—Você não vai começar a fazer exigências de mim. —Ela


retrucou, seu tom cheio de malícia. —Não quando você é a única que
está tentando tirar tudo de mim.

Era estúpido, assim malditamente estúpido, mas eu reagi: —Eu


não estou tirando uma coisa maldita de você. Tudo o que eu tenho,
você jogou fora. —Certo ou errado, era a verdade. —Então não fique
aí agindo como se eu roubei algo de você, quando você nunca se
importou em manter em primeiro lugar.

Agindo como uma completa cadela para a mulher, obviamente,


louca segurando uma faca, provavelmente não foi a coisa mais
inteligente que eu já tinha feito, mas porra, ela ficar lá insinuando o
que ela queria fez sangrar vermelho no canto da minha visão.

A cada segundo que se passava, eu não queria nada mais do que


enfrentá-la, a faca que ela tinha na mão que se dane, e arrancar seus
olhos para fora com minhas unhas recém-pintadas. Só de saber o
que ela tinha feito para Brantley e Bella, combinado com o fato de
que ela tinha quebrado meu apartamento e tramou esperando eu
chegar, fez a cada gene louco que eu possuía, e reconhecidamente
havia muito pouco, surgirem à superfície, exigindo sangue.

Quem diabos essa mulher pensa que é?

Sentindo o medo que eu tinha experimentado no primeiro pisar


em meu apartamento se dissipar, eu cruzei meus braços sobre o
peito e estampei em meu rosto o melhor olhar de cadela, o mesmo
que eu reservava para usar com Dickie.

—Só vou pedir isto uma vez, Chastity. —Eu disse com os dentes
cerrados. —Por favor saia.

Um sorriso cruel passou por seus lábios quando ela apontou a


faca para mim. Ela estava tentando o seu melhor inferno me
intimidar, mas eu não estava com nem um pouco de medo. A faca
insignificante que ela tinha na mão era nada comparado com os
punhos do meu marido morto. No pior cenário, poderia me cortar,
talvez até me esfaquear, mas eu não iria morrer.

A faca era muito pequena, a lâmina muito frágil.

Não me interpretem mal, ia doer como o inferno se cortasse


minha pele, mas não iria me ferir mortalmente. Não, a menos que
ela acertasse uma artéria, o que não aconteceria. Para isso ela teria
que chegar perto, e bem, eu me recusava a deixá-la entrar dentro de
cinco pés de mim ou das crianças.

—Eu não vou a lugar nenhum. —Ela respondeu, sua voz gelada.
—Não até que eu conseguir o que quero.

A vontade de revirar os olhos era forte. Sério. —Este não é


Burger King, Chastity, —Eu bati. —Você não consegue ter o seu
caminho. —Eu ri para mim mesma, provando que eu na verdade
perdi minha mente. Quer dizer, lá estava eu, olhando para ex
psicopata de meu namorado, me empunhando a faca, e eu estava
rindo de uma piada estúpida.

Sim, eu totalmente perdida.


A expressão de Chastity mudou de raiva para confusão. —Eu
não entendo. —Ela sussurrou, quase como se ela estivesse falando
para si mesma mais do que para mim. —O que ele acha tão
intrigante em você? —Seu olhar passou por cima do meu corpo,
avaliando cada polegada de mim. – Você não é nada como eu.

Ding, ding, ding! Temos uma vencedora senhoras e senhores.

Forçando um sorriso, eu alcancei para trás e toquei cada um


dos ombros dos garotos. Eles ficaram em silêncio e, provavelmente,
apavorados, mas eu queria que eles soubessem que eu os tinha. Não
importava quão assustador do bastão de merda da senhora louca
segurando a faca poderia ser, eu morreria antes de eu deixá-la, os
machucar. —Eu tenho vocês, bebês. —Eu sussurrei para que apenas
eles pudessem ouvir. —Confiem em mim.

Bella se inclinou para mim, pressionando o rosto para o lado da


minha coxa.

Então, pela primeira vez desde que entrou no apartamento,


Chastity tomou conhecimento da criança que ela tinha dado à luz
também. Quando ela viu seu aconchego em mim, seus olhos
brilharam, e uma máscara de puro mal deslizou sobre seu rosto.

Minha irritação instantaneamente subiu.

—Isabella.... —Ela sussurrou, —...venha aqui. Agora.

Eu imediatamente agarrei o braço de Bella, a impedindo de


qualquer movimento que ela poderia fazer.

—Bella... —eu rebati, —...não vai a lugar nenhum.


Os olhos Chastity queimaram, mas ela não puxou o olhar de
Bella. —Vem, Isabella. Eu não vou dizer de novo.

Envolvendo seus braços ao redor de minhas pernas, Bella


balançou a cabeça com veemência.

O único movimento da puta Chastity foi adicional.

—Você me escute, sua pirralha! —Chastity gritou. —Eu sou sua


mãe e você vai fazer o que eu digo!

Esse foi o momento em que Declan falou pela primeira vez


desde que entrou no apartamento. —Ela não é uma pirralha! —Ele
ferozmente gritou de volta, me surpreendendo. —Bella é uma
princesa e você é uma bruxa média!

Chastity estalou.

Balançando seu olhar maníaco ao meu filho mais novo, ela


levantou a faca no ar. Um grito enfurecido escapou de sua garganta
enquanto ela avançou para ele, sua intenção brilhando em seus
olhos.

Assim como aconteceu na noite Colin ameaçou prejudicar meus


filhos, algo dentro de mim estalou. instinto maternal assumiu e a
necessidade de proteger o meu filho rugiu para a vida no meu peito.
Meu coração batia forte, minha adrenalina subiu, e os meus pés se
moveram.

Minha mente apagou enquanto eu deixava meu corpo assumir.

Sem pensar no que eu estava fazendo ou o perigo que eu estava


me colocando, eu encontrei Chastity no meio da sala e bati meu
corpo no dela. A Chastity era alta, provavelmente perto de um metro
e oitenta três, mas eu tinha uns bons trinta quilos a mais que ela. Ela
não tinha a menor chance de ficar na posição vertical quando eu bati
nela com a força de um linebacker do NFL.

Com o impacto, Chastity passou a faca cortando em meu


antebraço, mas, francamente, eu não dei a mínima.

Quando seu corpo bateu no chão um segundo mais tarde, a faca


escorregou de sua mão.

Ela deslizou pelo chão, completamente fora de seu alcance. Foi


quando ela ergueu a cabeça e olhou para mim. O medo encheu seus
olhos me fazendo sorrir como uma louca.

Eu não sou uma vítima.

Meus filhos não são vítimas.

Sem parar para pensar sobre o que eu estava fazendo, eu a


segui no chão e coloquei a mão em seu pescoço delgado. Suas unhas
acrílicas cavaram em meu pulso, rasgando minha pele, mas eu não
me importei.

Certo, então a única coisa que dei a mínima, era em neutralizar


a cadela que tinha ameaçado meus filhos.

Uma vez eu tinha sido fraca o suficiente para permitir que um


monstro prejudicasse não só a mim, mas um dos meus bebês. Eu não
cometeria o mesmo erro duas vezes.

Eu não me importava se eu tivesse que matar Chastity com


minhas próprias mãos. Ela não iria causar mais danos à minha
família do que ela já tinha.
Espremendo tão apertado quanto eu pude, eu observei quando
seu rosto ficou vermelho. —Eu não vou deixar você machucá-los. —
Minha voz se manteve surpreendentemente calma quando lágrimas
de raiva brotaram nos meus olhos. —Eu não vou nunca deixar
ninguém machucá-los. Nunca mais!

Atrás de mim, a porta do apartamento abriu.

Então, —Clara!

Alívio passou por mim ao som da voz de Brantley.

Ainda assim, eu não soltei da garganta de Chastity.

Ela nunca vai parar, eu disse a mim mesma. Eles nunca fazem.

Antes que eu pudesse terminar o que tinha começado, um par


de braços fortes deslizou sob os meus, e de repente eu estava sendo
levantada no ar. Minhas mãos foram rasgadas da garganta de
Chastity e eu gritei em indignação. —Não! —Lutando para voltar
para ela, eu tentei me soltar do agarre de Brantley, mas ele era muito
forte.

—Droga, dama bella. —Brantley amaldiçoou, parecendo em


pânico. —Pare!

Isso não era uma opção.

Eu não iria parar.

Não até Chastity estar morta e a ameaça à minha família


erradicada.
O agarre de Brantley em mim apertou quando eu lutei com mais
força. —Baby, pare, —ele exigiu. —Por favor!

Lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Assim como com Colin, eu tinha falhado.

A Chastity não se foi, ela não estava morta, e eu sabia, sem


sombra de dúvida, que ela estaria de volta, porque os monstros
sempre voltavam. E quando eles voltavam, eles machucavam as
pessoas que amávamos.

Imagens de Maddie coberta de sangue passou diante de meus


olhos.

—Brantley, deixe-me ir. —Eu gritei, agarrando suas mãos bem


como Chastity tinha feito com a minha. —Eu tenho que pará-la. —
Naquele momento, eu estava histérica, na fronteira da insanidade.
—Eu não posso deixar alguém que eu amo ser ferido. Não
novamente... —Eu balancei a cabeça. —...nunca mais.

—Acabou, Foguete. —disse Brantley, ainda me segurando


firmemente e me balançando de um lado para o outro. —Olhe para
ela, baby.

Através das lágrimas nublando a minha visão, eu fiz o que ele


disse.

Meu corpo inteiro se acalmou com o que vi diante de mim.

Anthony se ajoelhou ao lado de Chastity, um par de algemas na


mão. Eu não o tinha visto, nem Keith, que estava atrás dele,
chegando.
—Ela vai para a prisão, Clara, —Brantley sussurrou em meu
ouvido quando Keith andou até nós e se ajoelhou ao meu lado. Com
um toque suave, ele inspecionou meu braço cortado. —Esse corte
no seu braço significa que ela está prestes a ser presa por assalto e
agressão com intenção de causar danos corporais. Isso combinado
com invasão de domicílio e ela está indo embora por um longo
tempo, baby. —Ele continuou a me balançar de um lado para o
outro. —Agora, respire para mim, menina bonita.

Fazendo o que ele disse, eu respirei.

—Boa menina. Agora faça de novo.

Novamente, eu fiz o que ele disse.

Quando o nevoeiro em torno de mim recuou, uma pergunta


surgiu na minha cabeça.

Aquela questão? – Brantley. —Eu chorei, ignorando a dor


trabalhando o seu caminho até meu braço agora que a adrenalina
estava começando a desaparecer. —Onde estão meus filhos?

—Do lado de fora na passarela. —Ele respondeu rapidamente.


—Vovó veio com Keith e Anthony para ajudá-la a embalar. Eles
estavam comigo quando ouvimos gritos do lado de fora.

—É apenas uma ferida superficial, B. Apenas um arranhão. —


disse Keith para Brantley quando ele continuou a inspecionar meu
braço. —Não precisa de muito. Apenas limpá-lo com um pouco de
peróxido e tapar com um grande Band-aid. Ela vai ficar bem.

—Deixe-me ir, —eu exigi, não dando a mínima para o corte no


meu braço.
Escutando, Brantley me liberou.

Livre, eu arranquei meu braço da retenção de Keith, saltei para


os meus pés e corri para fora.
CLARA
EU SEGUREI minha respiração quando eu entrei no corredor
aberto.

Sabendo que as crianças estariam assustadas com o que tinham


visto, e possivelmente com medo de mim, eu diminuí meus passos e
me aproximei cuidadosamente. Ao chegar a eles, eu caí de joelhos, e
apesar do desejo de estender a mão e tocá-los, eu coloquei minhas
mãos em minhas coxas.

Eu não conseguia parar as lágrimas que caíram dos meus olhos.

Eu não tinha certeza do que eu faria se eles estivessem com


medo de mim.

Apenas o pensamento me eviscerou.

Engolindo em seco, olhei para cima e encontrei o olhar de vovó.

Como eu, lágrimas caíram de seus olhos, criando marcas


molhadas por onde passavam em suas bochechas. Depois de passar
as mãos tremendo por todos os três cabelos das crianças, um após o
outro, ela estendeu a mão e com uma mão segurou meu rosto. —Eu
sabia. —Ela sussurrou, sua voz tão baixa que eu mal ouvi. —Eu sabia
que quando chegasse o momento você lutaria. E você fez. —Seu
queixo tremeu, fazendo meu peito apertar. —Estou tão
malditamente orgulhosa de você.

—Eu errei. —Eu sussurrei, expressando o meu maior medo. —


Eu mostrei a eles o que eu nunca queria que eles vissem novamente.
—Meus olhos esvoaçavam para Bella —...e agora eu sou responsável
por cicatrizes novas.

Vovó sacudiu a cabeça. —Você fez o que era suposto. O que


qualquer boa mãe faria. Você protegeu seus filhos. —Um sorriso
esticou em seu rosto. —Desta vez, Clara Rose, você não deixou o
monstro vencer.

Meu coração batia forte mais uma vez.

—Mama. —Liam disse, puxando minha atenção da vovó para


ele. —Eu estou orgulhoso de você também. —Seus olhos
lacrimejaram; o lábio inferior tremeu. —Ela ia machucar Dec. Assim
como Colin me machucou. —Suas palavras doeram pior do que uma
faca no coração. Meu bebê tinha sido ferido porque eu não era forte
o suficiente para partir, para protegê-lo. —Mas você a parou. —Eu
quase perdi quando a primeira lágrima caiu dos olhos de Liam. —
Você manteve sua promessa... —ele fez uma pausa —...você nos
manteve seguros.

Sem aviso, Liam atirou-se para mim, envolvendo os braços em


volta do meu pescoço.

Incapaz de contê-lo, um soluço trabalhou seu caminho até


minha garganta. —Eu te amo tanto, Liam. —Outro soluço. – Assim,
inferno, muito.

Os braços de Liam apertaram-me mais firme. —Eu também te


amo.

Eu não sei quanto tempo passou, um minuto talvez, antes que


ele me soltasse e desse um passo atrás. Enxugando as lágrimas dos
olhos com a parte inferior de sua camisa, ele sorriu para mim. —Eu
queria que a tia Shelby estivesse aqui.

Eu ri com isso.

—Bem lembrado. —disse a avó. —Ela vai ficar orgulhosa como


todos, quando eu disser a ela. Você pode estar apenas nadando em
asas de frango e tacos de agora em diante, Senhorita calças fantasia.

Eu deveria ter rido, mas não o fiz.

Minha atenção se voltou e eu me concentrei em um Declan em


silêncio e Bella. Ao contrário de seu irmão mais velho, Declan não
estava chorando. Em vez disso, ele usava uma expressão ilegível em
seu rosto que fez a minha ansiedade aumentar em três vezes. —
Declan, baby, eu estou então... —eu comecei.

—Eu não gosto dessa mulher. —Ele bufou, interrompendo-me.


—Ela faz Bella chorar. —Sua voz era severa, seu tom sério. —Eu não
gosto quando Bella chora.

—Eu sei bebê. —Eu respondi, correndo um único dedo para o


lado de seu rosto. —Eu não gosto quando minha princesinha chora
também.

Ao lado de Declan, o olhar cheio de lágrimas de Bella caiu para


o chão.

—Eu não quero vê-la nunca mais, —Declan disse, jogando os


braços no ar. —Ela é uma bruxa e eu não gosto de bruxas. —Bufando
um suspiro, ele continuou. —Eu não gosto quando as pessoas são
más para a minha irmã. Não é legal e...
Bella riu através das lágrimas e Declan agarrou a boca fechada.
—O quê? —Ele perguntou, confuso. —O que é engraçado?

—Você disse que Bella era sua irmã, idiota. —disse Liam,
revirando os olhos. —É por isso que ela está rindo.

A confusão de Declan só cresceu. —Bem, ela é, não é?

—Você quer que ela seja? —Perguntou a avó, colocando uma


mão em seu ombro.

Mais uma vez, Declan jogou os braços no ar. —Eu pensei que
ela já era!

Bella escolheu aquele momento para bloquear os olhos comigo.


Suas lágrimas tinham abrandado, mas elas ainda caiam, quebrando
meu coração. Delicadamente tomando suas mãos nas minhas, eu
sussurrei, —Eu te amo, princesa. Mais do que você jamais saberá. —
Ela permaneceu em silêncio e assim eu continuei falando. —Eu sinto
muito se eu a assustei, baby. Eu não queria fazer isso. Eu não queria
ferir a sua... —Minha voz sumiu. Eu não tinha ideia do que chamar
Chastity. Certo ou errado, eu não poderia trazer-me a referir a ela
como a mãe de Bella. Isso era um título que ela não merecia. —... eu
estava tentando mantê-la segura.

O queixo de Bella vacilou. —Estou com medo. —Ela sussurrou,


esmagando minha alma.

Sabendo que eu tinha medo de tê-la quebrado algo em mim.

Tornei-me tudo o que eu jurei nunca mais ser...

—Baby, eu não queria te assustar. Eu apenas...


—Eu não te... tenho medo de você. —Ela interrompeu,
gaguejando. —Ela fez.. fez ... Ela tentou ma... machucar De.. Dec. –
Suas lágrimas caíram mais rápidas —Eu não quero que... que ela o
machuque.

Eu apertei suas mãos delicadamente. —Ela não vai, Princesa, —


eu disse. —Eu prometo.

Bella acenou com a cabeça. – Ok. —Ela disse, com oscilando o


queixo. —Eu quero ir pa.. para casa.

—Vamos para casa. —disse Brantley atrás de mim, me


assustando. —Agora.

Deixei as mãos de Bella, me levantei e me virei para encará-lo.


– Brantley...

A expressão estampada em seu rosto me fez manter minha


boca fechada.

Ele parecia chateado.

E eu quero dizer muito chateado.

—Não diga uma palavra, Clara. —disse ele com os dentes


cerrados. —Vamos falar sobre isso quando chegarmos em casa.

Instantaneamente triste, meus ombros caídos para a frente, e o


medo se instalou.

Ele vai levar Bella de mim ...

—Papai, —Bella remexia, sua voz beirando ao choro. —Não


seja ruim com a Cla... Clara. Ela vai cho... chorar de novo. —Ela
soluçou. —Eu não quero que ela cho... chore. —Afundando meus
dentes em meu lábio inferior, eu fechei os olhos. —Minha barriga
do... dói quando ela cho... chora. —Ela continuou. —Porque eu... Eu
a amo.

Meus olhos se abriram.

Minha respiração engatou no meu peito.

Girando, eu caí de joelhos na frente dela. —Você me ama?

Bella virou a cabeça para baixo uma vez. —Sim.

Segurando seu rosto, eu sorri através das lágrimas. —Você não


está com medo de mim?

—Não. Só... Só dela.

—Ela nunca vai te machucar, menina doce, eu prometo.

—Eu sei. —Bella respondeu, tomando uma respiração instável.


—Porque eu tenho você. —Sem falar, eu permaneci em silêncio. Não
importa embora porque Bella continuou falando. —Clara...

Seus olhos passavam de Brantley antes de voltar para mim.

—Sim, menina doce?

—Você... Você vai ser... ser minha ma... mãe agora?

Com o coração quase explodindo, eu refletia as palavras de


Declan para a menina que tinha se tornado a minha filha do meu
coração. —Eu pensei que eu já fosse.

Sem dizer uma palavra, Bella se jogou em mim.


Em troca, eu passei meus braços em torno dela, segurando-a
com força enquanto ela apertou o rosto contra o meu peito e chorou.
Muito. Enterrando meu rosto em seus cachos macios, eu esfreguei
minha mão para cima e para baixo nas suas costas. —Eu te amo,
Bella Boo. —Eu disse a ela. —Sempre, Princesa.

Eu quis dizer cada palavra.


BRANTLEY
ERA QUASE MEIA-NOITE.

Minha casa estava em silêncio, o ar espesso.

Clara estava no chuveiro e no corredor, as crianças estavam


dormindo no quarto de Liam, deitados com segurança na cama
queen size que tinha comprado para ele dias antes. Depois do que
aconteceu no apartamento de Clara, não queria deixar nenhum
deles sozinhos. Eu não os culpava. O conforto que encontraram um
no outro era semelhante ao que eu tinha experimentado com Evan
quando éramos crianças.

Mais uma prova de que eles estão destinados a ficar juntos...

Sentado na beira da minha cama, eu batia meu joelho para cima


e para baixo quando eu esperava por Clara para ficar pronta. Eu
estava perto de perder minha mente, caramba, eu estava pronto
para entrar lá e tirá-la, ou me juntar a ela. Ela passou os últimos
trinta minutos lá se escondendo de mim.

Eu não gostava disso.

Nem um pouco.

Minha menina estava aterrorizada com a minha reação ao que


aconteceu mais cedo, mas eu pouco podia fazer para confortá-la. Mal
era capaz de manter meu temperamento sob controle, eu estava
oscilando à beira de perder a minha merda. Durante as últimas oito
horas, eu estava caminhando por uma fronteira tênue; uma que eu
não tinha certeza se seria capaz de aguentar por muito mais tempo.
Toda vez que eu fechava os olhos, via Clara com as mãos
embrulhadas em torno da garganta de Chastity, os olhos cheios de
determinação, enquanto as crianças se encolhiam contra a parede
perto da porta.

Bem, não tinha se encolhido nem chorado.

Liam...

Estava frenético blindando Declan e Bella do que estava


acontecendo, ele não teve tempo para ter medo. Em vez disso, ele
ficou na frente deles, bloqueando a luta de Chastity e Clara a partir
de seu ponto de vista. Foi por causa dele que os dois mais novos não
viram Clara voar em uma raiva instintiva que a levou a quase sufocar
minha ex-mulher até a morte com as mãos nuas.

Eles sabiam que estavam lutando, mas realmente não tinham


visto.

Na minha cabeça que fez um inferno de uma diferença.

Eu só esperava que eu pudesse fazer Clara entender isso


também. A culpa pelo que ela tinha feito e como tinha feito isso
estava comendo-a viva.

Eu soube que a partir do momento que a vi ajoelhada no


corredor aberto na frente das crianças, vergonha e desgosto estava
escrito em seu rosto. No momento, eu não queria nada mais do que
pegá-la em meus braços e apenas segurá-la, mas eu não podia fazer
isso. Moretti estava a segundos de distância de levar Chastity fora
do apartamento de Clara em um par de algemas.

Isso era algo que as crianças não precisavam testemunhar.


Só de pensar sobre o que Chastity tinha feito, todo o meu corpo
tremeu com fúria. Se Moretti e Keith não tivesse corrido para dentro
do apartamento, ao mesmo tempo que eu, eu a teria matado,
malditamente, eu mesmo. Eu nunca levantei a mão para uma
mulher, mas Chastity foi atrás Declan com uma faca, o que mudou as
coisas. Não há uma coisa que eu não faria para proteger todas as três
crianças, incluindo os dois que eu tinha toda a intenção de fazer
meus legalmente. Se um adulto crescido era mau o suficiente para
causar-lhes danos, então todas as apostas estavam fora.

E essa era a linha de fundo maldita.

A água no chuveiro desligou, fazendo-me sentar reto. Meu


intestino se agitou, eu olhei para a porta abrindo para o lavabo.
Segurando minha respiração, eu esperei que minha garota
aparecesse.

Eu não tive que esperar muito tempo.

Vestindo apenas uma toalha branca em volta dela, Clara surgiu.

Seu rosto estava vermelho, as bochechas inchadas, os olhos


injetados de sangue.

Um cego poderia ter visto que ela passou todo o banho


chorando.

Eu duvidava que ela mesma se lavou.

Antes que eu pudesse dizer uma única palavra, ela colocou os


braços em torno de sua barriga e baixou o olhar para o chão. Seus
ombros tremeram quando o primeiro de seus soluços escapou. —
Sinto muito... —disse ela, com a voz alinhada com tanta angústia que
fez meu peito doer. —...Eu sei que você está chateado comigo e eu
não o culpo, mas Brantley, eu não podia...

—Eu não estou bravo com você... —eu interrompi, de pé. —


...Nem um pouco.

Uma lágrima caiu de seu rosto antes de pousar no chão


atapetado sob seus pés. —Como?

—Como o que?

Ela olhou para cima, mas ainda evitou o meu olhar. Isso me fez
contorcer inquieto.

—Como você pode não estar com raiva de mim? Olhe o que eu
fiz. —Seus olhos encontraram os meus. —Tornei-me a mesma coisa
que eu jurei nunca mais ser... —Ela fez uma pausa —...e eu fiz isso
na frente das crianças.

—O que você acha que você se tornou? —Perguntei, já sabendo


que a resposta dela seria diferente da minha.

—Um monstro. — Ela disse enquanto seu corpo inteiro tremeu.


—Tornei-me ele.

Esse foi o momento que o meu controle diminuiu bruscamente.

Movendo-me pelo quarto, eu não pedi sua permissão antes de


segura-la em meus braços. Voltando-nos ao redor, eu nos levei para
a cama onde eu a depositei no centro do colchão. Deitando de lado
ao lado dela, eu envolvi um braço em torno de sua barriga e puxei-a
para mim. Então, eu segurei seu queixo na minha mão e virei a
cabeça para que seu rosto que estava diretamente em frente ao meu.
Nossos narizes quase se tocaram.

Meras polegadas separavam nossos lábios.

—Você não é, nem você nunca vai ser uma merda de monstro.
—Eu disse com firmeza. —Você não machucou um inocente e você,
com certeza, não fez para seu próprio prazer doente e torcido. – A
ouvindo se comparar com aquele anormal do Colin fez o meu
interior torcer. —O que você fez é o que qualquer mãe decente em
sua situação teria feito. Você protegeu nossas crianças de um adulto
instável que estava o inferno em dobro para ferir alguém.

—Eu a sufoquei... —ela respondeu, com os olhos cheios de


tristeza. —Na frente das crianças.

Eu balancei minha cabeça. —Declan e Bella não viram nada.

Suas sobrancelhas franziram em confusão. —Como?

—Liam entrou na frente deles, blindado seus corpos com o seu


próprio. Quando Anthony e eu corremos pela porta do apartamento,
ambos tinham as mãos cobrindo os olhos. Vovó estava bem atrás de
nós e ela agarrou nossos três filhos e os puxou para o corredor. —
Uma risada sem graça derramou dos meus lábios. —Mas, primeiro,
quando ela viu o que estava acontecendo, ela foi para a bolsa. Eu
estou supondo que ela estava pronta para retirar sua arma e fazer
um buraco ou dois no cu ossudo de Chastity.

Um pequeno sorriso inclinou os lábios de Clara para cima nos


cantos. —E você não a deixou?

Senti meus olhos se arregalarem. – Inferno, não. Vovó não


enxerga muito bem nestes dias. Ela teria me acertado, você,
Anthony, e aquele feio porco de pelúcia que você mantém na ponta
da mesa ao lado do sofá por engano.

Clara de brincadeira bateu no meu braço. O aperto embutido no


fundo do meu peito diminuiu. —O nome dela é Penny, a porca, e ela
não é feia. Ela é apenas caseira.

Foi a minha vez de rir. —O que você disser, bella dama.

Minha menina levantou a mão e correu um único dedo pelo


lado do meu queixo. —Eu achei que jamais iria ouvi-lo me chamar
assim de novo... —Ela parecia que precisava dizer mais, então eu
permaneci em silêncio. Poucos segundos depois, ela continuou: —
Eu estou tão assustada, Brantley. Estou com medo de que as crianças
fiquem com medo de mim e que você esteja levando Bella para longe
de mim. —Seu queixo tremeu novamente. —E eu tenho medo que
você esteja partindo, e levando meu coração com você.

Eu a segurei mais apertado. —Você tem alguma ideia do quanto


eu te amo, Foguete? —Antes que ela pudesse responder, eu
continuei falando. —Bem, deixe-me te dizer... Eu não posso respirar
sem você, Clara. Fugir de você não é uma opção. Não, a menos que
você exija que o faça.

Por favor, Deus, eu orei. Nunca deixe essa merda acontecer.

—Eu não quero que você vá embora.

—Bom. —Eu disse antes de pressionar um beijo suave na sua


testa. —Porque eu não estou muito interessado em deixá-la ir. —
Deslizando minha mão sobre a parte inferior de sua barriga, eu
sorri. —Especialmente desde que você pode transportar uma
grande parte de mim dentro de você.
Um pequeno sorriso cruzou seu rosto. Foi fugaz. —O que
acontece agora? Existe uma chance de eu ir para a cadeia? Porque
eu não posso. Os meninos...

Eu pressionei um dedo nos seus lábios, silenciando-a. —Você


não vai a lugar nenhum. O promotor vai acusar Chastity de invasão
de domicílio, assalto e agressão com intenção, de ameaçar a vida.
Desde que ela a cortou com a faca em vez de apenas ameaçá-la com
ela, ela está pegando de dez a vinte anos na penitenciária do Estado
da Geórgia. —Clara respirou. —Uma vez que ela não tem nenhuma
passagem pela polícia, ela provavelmente vai ficar dez anos, mas
ficará apenas cinco se ela se comportar. Não importa, porque
embora ela esteja indo embora, o pequeno truque que ela tentou
hoje, tornou possível para mim ter seus direitos de mãe finalizados.

—Como?

—A lei da Geórgia permite que os tribunais encerrem os


direitos de um dos pais devido à má conduta ou incapacidade. O que
Chastity fez hoje, combinado com o seu comportamento passado, faz
com que o meu argumento vá para o encerramento de uma causa
ganha. Vai demorar um ano, mas eventualmente ela não vai ter
qualquer vínculo com a minha princesa.

Clara virou-se para seu lado. —Eu quero ser a mãe de Bella. —
Ela sussurrou tão baixo que eu mal a ouvi. —Eu não quero que
Chastity seja. —Ela fez uma pausa; seus olhos trancados com os
meus. —Menino Bonito, estou implorando, por favor deixe-me ficar
com ela.

Toda a raiva e ódio que tinha raízes em meu peito desapareceu.


E foi tudo por causa de Clara.
Minhas bella dama.

—Eu vou fazer um acordo. —Eu disse, roçando a ponta do meu


nariz contra o dela. —Se você concordar em me deixar adotar os
meninos, então eu vou deixar você adotar Bella. —Um sorriso puxou
seus lábios. —Claro, você tem que me deixar colocar meu anel em
seu dedo e meu bebê em sua barriga antes disso. Eu tenho que
bloquear o seu pequeno traseiro para baixo e ameaçá-la em mim em
todos os sentidos possíveis.

Jogando a cabeça para trás, Clara riu.

O som melódico flutuou pela sala, saltando fora das paredes.

E era tremendamente bonito.

—Só com uma condição. —disse ela, afundando seus dentes em


seu lábio inferior.

—Sim? E o que é isso?

Deslizando as mãos no meu cabelo, ela ancorou seus dedos em


meus cabelos. —Beije-me primeiro então.

Eu não hesitei.

Em poucos segundos meus lábios se encontraram com o seu e


o resto do mundo desapareceram.

Naquele momento, era só eu, ela e o amor que passava de seu


coração ao meu.

Pelo menos até…


—Eca! —Uma voz familiar gritou da porta do quarto aberta. —
Eles estão se beijando!

Clara arrancou os lábios dos meus.

Rosnei em resposta.

—Declan O'Bannon! —Clara mexia. —Você estava nos


espionando?

Declan, seguido por Bella, e então, Liam entraram em nosso


quarto.

O nariz de Bella estava enrugado. —Por que Clara está vestindo


apenas uma toalha?

As bochechas de Clara se tornaram vermelho brilhante. —


Porque eu acabei de sair do chuveiro e não tinham me vestido ainda.
—Olhando para o meu caminho uma última vez, ela saiu da cama. —
Mas agora estou prestes a fazer.

Bella riu enquanto Liam revirou os olhos. —Declan e Bella


querem dormir com vocês... —disse ele. —...mas eles são muito
covardes para pedir, e eles estão me pedindo para interceder.

Clara olhou para mim, uma pergunta em seus olhos.

—Está tudo bem por mim. —Eu respondi.

Olhando para as crianças, Clara assentiu em direção à cama. –


Venham.

Sentei-me quando Declan e Bella avançaram, deixando Liam


sozinho.
Declan atingiu o lado da cama em primeiro lugar. Lançando-se
para mim, ele passou os braços em volta do meu pescoço e passou
por cima dos meus ombros como um macaco-aranha maldito antes
de cair para o colchão atrás de mim. —Ei, Brantley. —disse ele,
saltando para trás e para a frente de mim. —Está tudo bem se eu te
chamar de pai agora?

Juro por Cristo, o mundo em torno de mim parou de se mover.

Dois segundos se passaram antes que eu juntasse meus


pensamentos.

Então, —Depende. Está tudo bem se eu te chamar de filho


agora?

O sorriso que ele mandou em meu caminho era ofuscante. —


Sim! —Ele gritou antes de olhar para o armário onde Clara estava se
vestindo na escuridão. —Ei, mamãe, adivinhe?

—O que, baby? —Ela perguntou entrando na luz vestindo uma


das minhas camisas de vestido.

—Liam e eu temos um pai agora!

A boca de Clara ficou boquiaberta.

No entanto, ela não disse nada.

—E quanto a mim? —Disse Bella, saltando sobre as bolas de


seus pés. —Posso chamar Clara mãe agora?

A seguir minha liderança, Clara sussurrou: —Só se eu começar


a chamá-la de minha filha.
Bella gritou tão alto que eu estava surpreso meus tímpanos não
estourarem. De pé sobre o colchão onde ela tinha acabado de se
sentar, ela saltou para Clara. Felizmente, Clara pegou antes que ela
batesse no chão. —Eu te amo, princesa. —disse Clara antes de
enterrar o rosto no cabelo de Bella.

—Eu também te amo. —Bella respondeu. —Assim tanto!

Clara e eu nos olhamos, e viramos o olhar para Liam.

Sorrindo de orelha-a-orelha, ele deslizou as mãos nos bolsos de


suas calças de pijama e se balançou sobre seus calcanhares. —Nós
somos uma família agora... —disse ele. —Uma família real.

Clara assentiu em direção à cama. —Você vai dormir aqui com


a gente?

—Onde mais eu iria dormir?

Sem dizer outra palavra, ele correu e saltou sobre a cama.


Tomando seu lugar ao lado de Declan, ele esperou por Clara e Bella
se juntarem a nós.

Poucos segundos depois elas fizeram.

Foi um caos quando todos os cinco de nós disputava quem


estava dormindo ao lado de quem.

Declan acabou perto de mim e Liam acabou ao lado de Clara.


Bella dormiu no meio, entre os meninos. Eu odiava estar tão longe
de Clara, mas eu estaria mentindo se eu dissesse que não adorava
ter todas as três crianças entre nós.

Onde eles estavam seguros.


Onde eles estavam protegidos.

Onde pertenciam.

Logo, todas as três crianças tinham adormecido.

Clara não estava muito atrás, mas antes que ela fugisse, nossos
olhos se encontraram. Alcançando através das crianças, eu atei
meus dedos com os dela. —Eu amo você, bella dama. Mais do que
você jamais saberá, Foguete.

Fechando os olhos, ela inalou.

—Eu também te amo, Menino Bonito. —Seguindo os dedos


sobre a palma da minha mão, ela acrescentou, —Sempre.
EPÍLOGO
OITO MESES MAIS TARDE

EVAN E HOP SE casaram oficialmente.

Horas antes, eles tinham começado na costa de Gold Beach. A


pequena, mas bela cerimônia tinha tomado o lugar certo ao pôr do
sol, dando a todos a visão perfeita do sol mergulhando abaixo do
horizonte. Vestida com um vestido branco simples que pertenceu à
Charlotte, Hop era mais bela noiva que eu já vi. Quero dizer, Maddie
e Shelby tinha sido noivas bonitas também, mas a visão de Hop tinha
roubado o meu fôlego.

A julgar pelo olhar que atravessou o rosto de Evan quando


Keith andou com ela pelo corredor, alinhado coberto de areia, ele
tinha perdido a capacidade de respirar direito. Sua expressão tinha
quase derretido meu coração, me transformando em um caso
perdido emocional. Embora, para ser justa, a maioria das coisas me
transformava em uma confusão quente emocional recentemente.

Estando grávida de seis meses faz isso a você.

Estando de seis meses de gravidez de uma menina vai


realmente fazer isso com você.

—Clara! —Shelby gritou da mesa da recepção que foi criada no


meio do quintal da vovó. —Tire sua bunda grávida daí!

Mãos em meus quadris, eu caminhei em direção a ela, com


cuidado para não esbarrar em ninguém ou tropeçar em meus
próprios pés, algo que eu fazia muito ultimamente. Era a principal
razão que Brantley estava colado ao meu quadril a cada minuto do
maldito dia.

Na verdade, a única razão pela qual ele não estava ao meu lado
direito e a segunda, era porque ele estava dançando com sua mãe,
ou madre como ele a chamava, juntamente com todos os nossos três
pequenos.

Eu conheci seus pais, Robert e Maria uma semana após o


incidente com Chastity. Quando Evan chamou-os e explicou o que
aconteceu, eles tinham saído da Flórida onde eles estavam
desfrutando de sua aposentadoria. Depois disso, eles haviam
passado duas semanas com a gente, quando nós trabalhamos em
deixar no passado o que Chastity tinha feito, e nos tornando uma
família. Era um período de transição difícil, mas eles tinham nos
guiado através, ajudando-nos com o necessário. Eles até
concordaram em voltar em seis semanas, quando o julgamento de
Chastity começasse.

Um julgamento que eu tinha sido assegurada que iria acabar


com ela sendo enviada para a prisão.

Por anos.

Só se pode esperar...

Desnecessário será dizer, que os meninos e eu amávamos os


pais de Brantley. Muito. E, em troca, eles amavam os meus meninos
e eu até à lua ida e volta.

A partir do momento que conheceram Liam e Declan, eles os


aceitaram como seus próprios. Não importando que Brantley não
era seu pai biológico. Quando ele informou que tinha a intenção de
se casar e adotar os meninos, eles não tinham piscado. Em vez disso,
eles tinham nos acolhido para o rebanho de braços abertos. Foi
incrível e encheu meu coração com nada além de amor.

—Vamos, Gravidinha, —Shelby brincou. —Você pode se mover


mais rápido do que isso.

Se não estivéssemos cercados por tantas crianças, eu teria


xingado ela.

Mas desde que chegamos, eu me comportei.

Pelo momento.

Estatelando minha grande bunda na cadeira ao lado dela, eu me


inclinei para trás e fechei os olhos. – Ainda faltavam dezesseis
semanas e eu já estou exausta. Eu não posso fazer isso, Shelby.

Shelby riu. —Bem, pelo menos você não está grávida de


gêmeos.

Meus olhos se abriram; um sorriso passou pela minha face. —


Não, eu não estou, mas sei bem quem está.

Shelby pressionou um dedo em meus lábios. – Zíper nos lábios.


—Ela sussurrou, sorrindo em troca. —Não podemos derramar o
feijão. Ainda não. Se o fizermos, você sabe quem está sujeita a nos
matar.

—Tudo bem, —Eu bufei. —Mas a espera está me matando.

Shelby assentiu. —Concordo.


Um segundo depois, Maddie puxou a cadeira em frente a nós e
se sentou. Segurando Maci em um braço e um Ryker desmaiado no
outro, ela olhou de Shelby para mim. – Sobre o que vocês duas estão
fofocando? —Seu olhar passou rapidamente para os assentos vazios
ao lado de nós. —E onde estão os maridos de vocês?

Eu arqueei uma sobrancelha. —Eu não tenho um desse ainda.

Shelby apontou para o quintal. – O meu roubou Gracie de mim,


como de costume, e caminhou pela linha da cerca de onde Pop, Felix,
Keith e Charlotte estão conversando. —disse Shelby, um olhar de
aborrecimento em seu rosto. —Ele deveria estar mantendo um olho
em Melody e Lucca, mas eu suspeito que ele e Pop estão ocupados
tramando a morte de um certo alguém.

Sabendo muito bem o quê, ou melhor, de quem Shelby estava


se referindo, Maddie revirou os olhos. —Oh, pelo amor de Pete, —
ela disse, —Ashley tem dezoito anos agora. É normal ela ter um
namorado.

—Ele não é seu namorado, —Shelby interrompeu, franzindo o


cenho. —Eles são apenas amigos.

Maddie olhou para ela como se ela fosse louca. —Mantenha-se


dizendo isso, Loirinha. Quero dizer, você viu a maneira como ele
olha para ela? Esse menino está com a cabeça sobre seus
calcanhares.

—Cale-se. —Shelby estalou. —Eu não quero ouvir isso.

—Por que não? —Perguntei, confusa.


Sacudindo a cabeça, Shelby olhou para o lugar onde Ashley
estava com seu encontro. Um encontro que só atendia pelo nome de
Chase Jacobs.

Senhor ajude-nos a todos...

—Porque esse menino tem desgosto escrito sobre todo ele, —


Shelby respondeu, com os olhos fixos em sua filha mais velha. —E a
minha menina vai ser aquela que vai acabar se machucando. Então
eu vou acabar na prisão, porque eu vou matá-lo... —Ela fez uma
pausa. —... isso é, se meu marido não encontrar com ele primeiro.

Eu não me preocupei em discutir com ela porque não havia


nenhum ponto. Anthony e Shelby eram totalmente contra Chase e
Ashley namorando. Embora, a partir da aparência dele, nem tinham
uma escolha na questão.

—Olha... —disse Shelby, batendo no meu braço. Apontando


pelo pátio em direção à pista de dança, ela riu para si mesma: —Olhe
para a expressão no rosto do Hulk.

A pessoa que ela estava apontando também não era outro


senão Kyle. Que estava perto de Pop e Anthony, seu olhar aquecido
estava trancado em uma Carissa dançando. Com as mãos nos bolsos,
sua mandíbula estava apertada firme. O pobre rapaz parecia que
estava a cerca de três segundos de distância de lançá-la por cima do
ombro e leva-la para fora de lá.

—Por que diabos não fez um movimento em C ainda? —Eu


perguntei, mais do que curiosa. —Já faz mais de dois anos desde que
ele começou a segui-la como um cachorrinho perdido e ainda assim
eles não estão juntos.
Descansando o queixo no topo da cabeça de um balbuciante
Maci, Maddie sorriu. —Ele disse a Hendrix que ele estava esperando
por ela terminar seu grau. —Ela fez uma pausa. —Ela se gradua em
duas semanas; por isso, estou certa de que seu tempo está quase
acabando.

Oh garoto…

—O tempo de quem está terminando? —Vovó interrompeu por


trás Maddie, quando ela apareceu do nada. Puxando uma cadeira ao
lado de Maddie e sentando-se, colocando a reluzente bolça roxo
cana, sim, com glitter, em cima da mesa na frente dela. – Bem,
melhor alguém começar latir. Preciso de detalhes suculentos.

—Estamos falando de Kyle e Carissa, velha louca jararaca. —


Shelby respondeu, sorrindo.

Vovó sorriu. Grande. —Oh sim? Dou-lhe um mês, dois a mais,


antes que ela esteja grávida ou usando uma pedra em seu dedo.
Aquele rapaz esperou tempo suficiente. Pobre rapaz parece que ele
está prestes a sair de sua pele maldita. —Vovó fez uma pausa
enquanto seus olhos vasculharam o quintal. —Embora, eu não diria
que ele é de qualquer forma pior do que Ty. Aquele grande idiota
não tirou os olhos da Heidi toda a noite. Eu estou achando que ele
pode ser um pouco obcecado.

Levantando um copo de água da mesa, Shelby murmurou, —


Isso é porque ele é.

Eu abri minha boca para dizer algo, mas a fechei quando


Hendrix, que estava parado na varanda dos fundos de vovó passou
os dedos entre os lábios e assobiou alto o suficiente para acordar os
mortos. Ao lado dele estava Evan e, do outro lado estava Hop.

—O que no mundo o mastodonte está fazendo? —Perguntou a


vovó, que ondulou seu lábio superior.

Maddie sorriu. —É hora de jogar o buquê.

—E Hendrix, de todas as pessoas, está anunciando isso? —


Perguntou Shelby, de olhos arregalados.

Maddie encolheu os ombros. —Ele tem a maior boca.

Essa era a maldita verdade.

Depois que Hendrix gritou e disse a todos, as mulheres solteiras


saíram da pista de dança, todos os três de meus bebês correram em
minha direção. —Mamãe! —Bella gritou. —Você vai pegar o buquê
da tia Hop?

Meus olhos se arregalaram. —Eu?

—Sim, você, —Vovó disse, olhando para mim como se eu fosse


louca. —Agora tire sua bunda grávida fora dessa pista de dança
antes que eu tire o meu mata-moscas.

—Onde está o seu pai? – Perguntei a Declan, ignorando a vovó.

Sorrindo, ele apontou por cima da minha cabeça. —Atrás de


você.

Antes que eu tivesse a chance de olhar por cima do ombro a


sombra de Brantley apareceu ao meu lado. Tomando uma das
minhas mãos na dele, ele me ajudou a levantar. —Vamos, bella dama
—disse ele, sorrindo para mim. —Todas as meninas estão
esperando por você.

Revirei os olhos. —Temos três crianças e eu estou grávida de


seis meses com o nosso quarto. Tenho certeza de que não preciso
pegar um buquê.

—É divertido, Foguete.

Incapaz de dizer não, eu o deixei me levar para a pista de dança,


onde Carissa, Heidi, Ashley, e Charlotte estavam de pé quando Liam,
Declan e Bella seguiu atrás de nós.

—Tomou-lhe tempo suficiente. —Ashley disse atrevida, com as


mãos nos quadris.

Eu arqueei uma sobrancelha. —Você está se transformando em


sua mãe, você sabe disso?

Meu comentário a fez sorrir de orelha-a-orelha. – Bom.

Rindo, eu ocupei o meu lugar no grupo de senhoras.

Brantley deu um beijo na minha testa. —Eu amo você, menina


bonita. —disse ele, correndo o dedo ao longo da minha mandíbula.
—Mais do que você jamais irá saber.

Um nó se formou na minha garganta.

Não importa quantas vezes eu o ouvi dizer isso, eu sempre fico


emocional quando ele me diz que me ama. Desde que eu vivo, eu
nunca canso de ouvi-lo.
Pressionando um último beijo em minha bochecha, ele se virou
e cruzou a pista de dança antes de parar ao lado de seus pais, nossos
filhos, e Evan, todos tinham os olhos fixos em mim.

Uhh...

—Tudo bem, senhoras lindas. —Hendrix disse, seu sorriso


cheio travado no rosto. —Preparem-se.

Hop, que tinha descido os degraus da varanda, virou dando a


todos nós senhoras suas costas quando tocou halo da Beyoncé sobre
os alto-falantes que rodeavam a pista de dança.

Olhei para Brantley uma última vez.

Com os olhos brilhantes, seu olhar nunca se desviou de mim.

Ele está tramando algo...

—Tudo bem, vocês! —Hop gritou. —Na contagem de três. —


Ela fez uma pausa, levantando o buquê no ar. —1…

Atrás de mim, Ashley gritou.

—Dois... —Hop continuou.

—Oh meu Deus, aqui vamos nós... —disse Carissa, sua voz cheia
de alegria.

Hop espiou para mim por cima do ombro, com um sorriso


furtivo em seu rosto antes de voltar ao redor. —Três!

Braços estendidos, eu me preparei para pegar o buquê. O único


problema era que Hop não o lançou no ar.
OK, Pensei, quando ela se virou e se dirigiu em meu caminho,
com o buquê ainda na mão. Fiquei totalmente confusa.

Sorrindo como o gato que obteve o creme, ela parou bem na


minha frente. – Isto... —disse ela, deslizando o buquê na minha mão
direita, —...é para você, Red.

—O que? Hop, o que você...

Eu bati minha boca fechada quando Brantley se dirigiu em meu


caminho.

Atrás de mim, todas as quatro mulheres, Carissa, Ashley, Heidi,


e Charlotte, gritaram de emoção.

No momento que Brantley me alcançou, ele caiu de joelhos.

Todo o ar deixou meus pulmões em um sussurro rápido e eu


podia jurar que meu coração parou de bater.

—Brantley... —eu sussurrei. —Querido, o que você está


fazendo?

Atrás dele, Maria agarrou o peito com ambas as mãos, quando


uma torrente de lágrimas caiu pelo seu belo rosto. Ao lado dela,
Robert parecia perto de derramar uma lágrima ou duas também.

Hop com lágrimas nos olhos, que se moveu para ficar ao lado
de seu novo marido e me deu um sorriso.

Oh meu Deus, pensei. Ela estava nisso...

Tomando minha mão esquerda na dele, Brantley pigarreou. —


Todos os dias durante os últimos oito meses, eu pensei sobre a
melhor maneira de fazer isso... —disse ele. —Eu tenho escrito para
baixo um milhão de palavras e construí um punhado de poemas.
Mas a verdade é, bella dama, nenhum dos que escrevi é digno de
você.

Eu não conseguia respirar.

Não. Conseguia. Respirar!

—Então, eu estou indo só para dizer como me sinto e espero


como o inferno que você diga sim. – Com a mandíbula cerrada, ele
respirou fundo. —Você é meu tudo, minha alma gêmea, e o amor da
minha vida, Clara. A partir do momento em que te conheci, eu sabia
que você estava destinada a ser minha.

Um rio de lágrimas deslizou pelas minhas bochechas.

—Você é uma amiga incrível, uma bela mãe e a melhor parceira


que eu poderia pedir. Você me segura e é por sua causa que me torno
um homem melhor a cada dia que passa.

Uma das meninas atrás de mim gritou em voz alta.

Quem foi, eu não tinha a menor ideia. Charlotte, talvez?

—E é por causa de você... —Brantley continuou —que eu tenho


dois filhos, e uma outra menina no caminho. Mas também é por
causa de você que Bella agora tem uma mãe, algo que ela nunca teve,
até você entrar em nossas vidas.

Puxando uma caixa negra de anel fora do bolso da calça, ele


abriu-o, mostrando-me o que estava dentro.

Engoli em seco quando minha boca se abriu.


Rosa com faixa de ouro. Um diamante enorme corte de
princesa. Lindo.

—Oh Deus, —eu murmurei, me sentindo um pouco fraca.

—Clara, baby, eu estou te implorando, por favor me conceda a


honra de ser o seu marido para sempre. Case-se comigo, baby.

—Diga não, Red! —Evan gritou, brincando.

—Cale a boca, seu grande bebê idiota! —Vovó gritou em troca.


– Se não, estou usando um galho de nogueira!

Ignorando os dois, eu empurrei minha cabeça para baixo uma


vez em uma afirmação rápida. —Eu vou me casar com você. —Eu
respondi, minha voz saiu repleta de felicidade.

Vestindo um sorriso maior do que eu já tinha visto antes,


Brantley não perdeu tempo em deslizar o anel no meu dedo.

Era o ajuste perfeito.

Em pé, meu noivo passou os braços em volta de mim e me


puxou para perto quando os nossos três filhos caíram sobre nós,
jogando seus braços em torno de nossas pernas à medida que
pulavam e riam de excitação.

Descansando sua testa contra a minha, Brantley deixou suas


próprias lágrimas deslizarem livres. Foi a primeira vez que eu o
tinha visto chorar. —Obrigado, Foguete. —Ele fez uma pausa,
respirando. —Obrigado por me fazer o homem maldito mais feliz
que já andou na face da Terra.
Em torno de nós, a nossa família aplaudiu e gritou, mas eu não
lhes dei nenhum pensamento. Porque naquele momento, era só ele.
Apenas eu. Apenas a nossa família.

—Eu amo você, bella dama. —disse ele. —Para sempre Baby.

Deslizando meus braços em torno de sua parte inferior das


costas, eu cavei minhas unhas em sua pele, ancorando-me.

—Eu também te amo Menino Bonito... Sempre.

FIM

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