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Exemplo 2
Exemplo 3
Usando o Exemplo 3 como modelo para explicar o gestual de duas maneiras bem
distintas:
1. Quando o tempo musical for rápido: o processo do gesto é normal, com a
regência dos tempos inteiros. Neste caso como a Anacruse está localizada
sobre parte do terceiro tempo, o gestual sai do segundo tempo em direção ao
terceiro tempo (início do tempo está ausente da escrita) como se fosse um
ictus (primeiro tempo com gesto descendente), com o objetivo de destacar o
início do terceiro tempo – neste caso a subdivisão acontece naturalmente sem
precisar indicá-la – seguindo o quarto tempo e assim sucessivamente. Já o
processo de chamar a atenção começa um pouco antes, com a elevação dos
braços sobre o espaço dedicado ao primeiro tempo. Em resumo: todo o
processo de início envolve duas ações: o de chamar a atenção e o movimento
preparatório culminando no Anacruse musical;
2. Quando o tempo musical for lento, a regência poderá ser subdividida para
favorecer a exatidão musical, indicando-se todas as colcheias. O processo do
gestual segue de forma análoga ao modelo acima, só que ao invés de dirigir a
integra do tempo o regente irá indicar a subdivisão do tempo (a colcheia). O
processo de chamar a atenção acontece sobre o segundo tempo e a anacruse
utiliza-se do movimento do segundo tempo para o início do terceiro tempo,
(ausente da escrita musical), com o movimento do gestual partindo da
esquerda para a direita onde estará sendo indicado o início do terceiro tempo
(ausente da escrita musical) culminando com a subdivisão do terceiro tempo
onde se encontra a primeira nora escrita, seguindo para o quarto tempo e sua
consequente subdivisão escrita.
Outra forma de indicar esta subdivisão é através de gestos opostos: indica-se o
terceiro tempo à direita com movimento para a esquerda para indicar a subdivisão do
terceiro tempo, seguindo-se para a direita novamente para indicar o quarto tempo,
seguindo-se para a esquerda em ascensão para culminar na saída para o primeiro
Técnicas de regência – Emanuel Martinez
tempo que acontece na linha imaginária horizontal, tendo claro o foco do ictus do
primeiro tempo, a indicação mais importante.
Exemplo 4
Antes de o maestro levantar o braço para a primeira admoestação, deverá ter certeza
das informações que deverá transmitir através do gestual. Alguns maestros afoitos ou
inexperientes, ao se virarem para o grupo musical já levantam as mãos e depois de
começar, querem modificar alguma coisa que não deu certo, o que dificilmente
conseguirão, portanto, quando o maestro se posiciona, antes de iniciar deve ter o
tempo necessário para observar todos os músicos se estão prontos e de refletir sobre
o que vai dirigir.
O processo inicial deve passar pelos seguintes pontos:
1. A preparação do maestro e do grupo. O maestro deve certificar-se
todos os músicos estão prontos e atentos;
2. A indicação clara por parte do maestro, do levare, que é a respiração
de todos;
3. Culminando com o início da obra, ou reinício de uma passagem, com
a consequente produção sonora.
Todo o início de gesto deve ser preparado. Eu sugiro a meus alunos que o
posicionamento das mãos deve ficar em dois tempos antes da nota escrita, ou seja, a
primeira posição é de atenção, a segunda posição é o movimento de respiração que
antecede o som. Em outras palavras, o ato de reger inicia-se com o sinal de atenção,
seguido da respiração que culmina com a realização do som.
Técnicas de regência – Emanuel Martinez
Cabe ao maestro deixar claro o fim do gesto e deixar claro que todos os músicos, sem
exceção, deverão seguir este gesto e interromper o som ao mesmo tempo, sem deixar
“um rabo” para traz, como se diz na gíria. Na maior parte das vezes os ditos “rabos”
são ouvidos em movimentos lentos ou em dinâmicas suaves. Cabe ao maestro
observar e exigir que todos façam corretamente o corte do som, se precisar, deve ser
ensaiado para se ter firmeza na execução. Vale se observar, que há obras musicais
onde pode acontecer de a maioria dos músicos cortarem, enquanto que outros devem
permanecer soando para um corte posterior. Isso precisa ficar claro para a orquestra
ou conjunto musical, já que no caso dos grupos instrumentais cada músico possui
apenas a sua parte, assim não sabe o que ocorre com os demais instrumentos. Lógico
que após a primeira passagem toda a orquestra saberá o que está acontecendo. Nas
partes vocais, em geral, cada cantor possui a grade vocal das demais vozes, o que
facilita esta leitura de primeira vista.
Gestos imprecisos com certeza trarão finalizações imprecisas, respostas duvidosas, por
isso cabe ao condutor propor, mostrar, induzir a todos os músicos a uma resposta
coordenada, homogenia e precisa. Isso é fruto de muito trabalho que demonstra a
qualidade de seu diretor.
Assim podemos classificar basicamente em quatro tipos de corte:
1. Corte final imediato: especialmente ao final de uma obra, ou depois de
fermatas pode haver a necessidade de um gesto que defina a suspensão de um
som. Este sinal precisa ser bem definido para não confundir os músicos para
um sinal de impulso. Quando o sinal de corte é realizado sem fermatas, o gesto
do corte é uma conseqüência natural da seqüência de gestos anteriores, e
pretende-se que este gesto seja horizontal na sua maioria das vezes, de dentro
para fora partindo do ictus para a direita, quando realizado com a mão direita,
e para a esquerda quando realizado com a mão esquerda em um movimento
circular (veja sugestão abaixo), no entanto dependendo do contexto musical
outras formas de corte são passíveis de ser utilizadas, como um gesto para
cima, ou para baixo, além dos já mencionados acima, o importante é que as
mãos parem firmemente sem se movimentar. A interrupção do gesto define o
ponto exato do fim do som.