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O Desafio do Pós-modernismo

Albert Mohler Jr.

Hoje em dia, uma preocupação comum parece surgir onde quer que os
ministros se reúnam: o ministério pastoral está mais estranho do que
costumava ser. Não que o ministério esteja mais difícil, mais cansativo ou mais
exigente... está apenas diferente – e cada vez mais estranho.

Esse sentimento de estranheza deve-se à propagação da cultura e da filosofia


pós-modernista; provavelmente, o movimento cultural e intelectual mais
importante do atual século XXI. Que diferença o pós-modernismo tem
causado? Para saber, basta olhar para a mídia moderna, para a cultura popular
e para a forma como algumas pessoas arregalam os olhos, desconcertadas,
quando falamos sobre a verdade, o sentido da vida e moralidade.

O pós-modernismo desenvolveu-se entre os acadêmicos e artistas, mas


rapidamente se espalhou para toda a cultura. O pós-modernismo refere-se
basicamente ao desaparecimento da modernidade e ao surgimento de um
novo movimento cultural. A modernidade, cosmovisão dominante desde o
Iluminismo, foi suplantada pelo pós-modernismo, que tanto amplia, como nega
certos princípios e símbolos centrais da era moderna.

É claro que muito da literatura a respeito do pós-modernismo é absurda e difícil


de ser levada a sério. Quando a maioria dos personagens eminentes do pós-
modernismo fala ou escreve, geralmente o resultado é uma linguagem
inarticulada que se parece mais com um teste de vocabulário do que com um
argumento bem fundamentado. No entanto, o pós-modernismo não deve ser
deixado de lado como algo sem importância ou irrelevante. Essa não é uma
questão de preocupação somente entre os acadêmicos e a vanguarda – esse
novo movimento representa um desafio crucial à igreja cristã e ao pastor.

Na verdade, o pós-modernismo pode não ser considerado como um movimento


ou uma metodologia. Ele pode ser melhor descrito como uma disposição
mental que se afasta das certezas da era moderna. Essa disposição mental é o
cerne do desafio pós-moderno.

O que delineia essa disposição mental pós-moderna? Esse novo movimento é


útil para a nossa proclamação do evangelho? Ou a era pós-moderna traz um
grande afastamento da verdade cristã? Uma olhada nos aspectos
fundamentais do pós-modernismo pode ser útil.

A Desconstrução da Verdade

Ainda que a natureza da verdade venha sendo debatida ao longo dos séculos,
o pós-modernismo tem transformado esse debate em seu carro-chefe. Embora
a maioria dos argumentos ao longo da história tenha se focalizado nas
afirmações antagônicas acerca da verdade, o pós-modernismo rejeita até
mesmo a mera noção da verdade como algo imutável, universal, objetivo ou
absoluto.

A tradição cristã compreende a verdade como algo estabelecido por Deus e


revelado através da auto-revelação de Deus nas Escrituras. A verdade é
eterna, imutável e universal. Nossa responsabilidade é regrar a nossa mente
em conformidade com a verdade revelada de Deus e testemunhar essa
verdade. Servimos a um salvador que identificou-se como sendo "o Caminho, a
Verdade e a Vida" e exigiu fé nEle.

A ciência moderna, em si mesma um produto do Iluminismo, rejeitou a


revelação de Deus como fonte da verdade e colocou o método científico em
seu lugar. A modernidade tentou estabelecer a verdade baseada na precisão
científica, através do processo do pensamento indutivo e da investigação. As
outras disciplinas tentaram seguir o exemplo dos cientistas, estabelecendo uma
verdade objetiva por meio do pensamento racional. Os modernistas estavam
confiantes de que a sua abordagem produziria verdades universais e objetivas
por intermédio da razão humana.

Os pós-modernistas rejeitam tanto a abordagem dos cristãos quanto a dos


modernistas no assunto da verdade. Conforme a teoria pós-modernista, a
verdade não é universal, não é objetiva ou absoluta e não pode ser
determinada pelos métodos normalmente aceitos. Ao invés disso, os pós-
modernistas argumentam que a verdade é construída socialmente, que ela é
plural e inacessível à razão universal.

Conforme afirma o filósofo pós-moderno Richard Rorty, a verdade é fabricada e


não descoberta. De acordo com os desconstrucionistas, uma ramificação
influente dos pós-modernistas, toda verdade é construída socialmente. Ou seja,
os grupos sociais constroem a sua própria "verdade" para servir aos seus
interesses. De acordo com o argumento de Michel Foucault, um dos teóricos
pós-modernistas mais importantes, toda reivindicação da verdade é construída
para servir àqueles que estão no poder. Dessa forma, o papel do intelectual é
desconstruir a reivindicação da verdade para libertar a sociedade.

Aquilo que tem sido entendido e afirmado como sendo a verdade, declaram os
pós-modernistas, nada mais é do que uma estrutura de pensamento
conveniente, planejado para oprimir aqueles que não estão no poder. A
verdade não é universal, porque cada cultura estabelece a sua própria
verdade. A verdade não é objetivamente real, pois toda verdade é meramente
construída – como afirmou Rorty, a verdade é fabricada e não descoberta.

Não é preciso ter muita imaginação para perceber que esse relativismo radical
é um desafio direto ao evangelho cristão. A nossa reivindicação não é pregar
uma verdade entre muitas. Não cremos que o evangelho cristão é uma verdade
construída pela sociedade, mas sim a Verdade que liberta pecadores do
pecado – e ela é objetiva, universal e historicamente verdadeira. E como o
falecido Francis Schaeffer nos instruiu, a igreja cristã deve lutar pela verdade
verdadeira.

A Morte da Metanarrativa

Visto que os pós-modernistas acreditam que toda verdade é construída


socialmente, devemos resistir a qualquer apresentação de uma verdade
absoluta, universal e estabelecida. Todas as vastas e maravilhosas
asseverações acerca da verdade, do sentido da vida e da existência humana
são rejeitadas como "metanarrativas" que reivindicam muito mais do que aquilo
que podem oferecer.

Jean-François Lyotard, provavelmente o mais famoso pós-modernista europeu,


definiu o pós-modernismo nestes termos: "Simplificando ao extremo, pós-
modernismo é a incredulidade contra as metanarrativas".[i] Assim sendo, todos
os grandiosos sistemas filosóficos estão mortos, e todas as asseverações
culturais são limitadas; tudo o que resta são histórias aceitas como verdade por
diferentes grupos e culturas. As afirmações sobre uma verdade universal – as
metanarrativas – são opressivas, "totalitárias" e devem ser rejeitadas.

O problema nessa questão, é lógico, é que o cristianismo não faz sentido sem
o evangelho – que é uma metanarrativa. Na verdade, o evangelho cristão é
nada menos do que a Metanarrativa de todas as metanarrativas. Para o
Cristianismo, abandonar a reivindicação de que o evangelho é uma verdade
universal e objetivamente estabelecida é o mesmo que abandonar o ponto
essencial da nossa fé. O cristianismo é a grandiosa metanarrativa da redenção.
Nossa história começa com a criação do Deus soberano e onipotente; continua
por meio da queda da humanidade no pecado e da redenção dos pecadores
por intermédio da obra substitutiva de Cristo na cruz; e promete um duplo
destino eterno para toda a humanidade – os redimidos, para sempre com
Deus, na glória; e os não-redimidos, no castigo eterno. Essa é a mensagem
que pregamos – e ela é uma metanarrativa gloriosa e transformadora de vidas.

Não pregamos o evangelho como se fosse uma narrativa dentre muitas


narrativas verdadeiras ou como a "nossa" narrativa, paralelamente às
narrativas autênticas dos outros. Não podemos recuar, afirmando que a
verdade bíblica é simplesmente para nós. A nossa reivindicação é que a Bíblia
é a Palavra de Deus para todos. Isso é profundamente ofensivo para a
cosmovisão pós-modernista, que ataca, com imperialismo e opressão, a todos
quantos asseveram verdades universais.

O Falecimento do Texto
Se a metanarrativa está morta, logo, os maravilhosos textos por detrás das
metanarrativas também estão mortos. O pós-modernismo afirma que é uma
falácia atribuir significado a um texto, ou mesmo ao que o autor disse. O leitor é
quem estabelece o significado, e nenhum controle limita o significado da leitura.

Jacques Derrida, líder da literatura desconstrucionista, descreve essa mudança


nos termos "morte do autor" e "morte do texto". O significado fabricado, mas
não descoberto, é criado pelo leitor no ato da leitura. O texto deve ser
desconstruído para que possa libertar-se do autor e permanecer um texto vivo,
como uma palavra livre.

Esse novo método de hermenêutica explica muitos dos correntes debates na


literatura, na política, no direito e na teologia. Todos os textos – quer sejam as
Sagradas Escrituras, a Constituição dos Estados Unidos ou as obras de Mark
Twain – são submetidos ao criticismo e à dissecação esotérica, tudo em nome
da libertação.

Segundo os pós-modernistas, os textos revelam uma mensagem oculta, com


intenções opressoras da parte do autor e, por essa razão, devem ser
desconstruídos. Essa não é uma mera questão de importância acadêmica. É o
argumento por detrás das muitas interpretações contemporâneas da
Constituição, feitas pelos juízes; das apresentações dos assuntos na mídia e
da fragmentação da erudição bíblica moderna. O surgimento de escolas de
interpretações voltadas para grupos de interesse como o das feministas, dos
liberalistas, dos homossexuais e vários outros é a questão central desse
princípio pós-moderno.

Conseqüentemente, a Bíblia é submetida à uma reinterpretação radical,


geralmente com pouca ou nenhuma consideração pelo significado óbvio do
texto ou pela intenção evidente do autor humano. Os textos que não agradam a
mente pós-modernista são rejeitados como opressivos, patriarcais,
heterossexuais, homofóbicos ou deturpados por outros preconceitos
ideológicos ou políticos. A autoridade do texto é negada em nome da
libertação, e as interpretações mais fantasiosas e ridículas são celebradas
como "convincentes" e até mesmo "autênticas".
É claro que a noção de "morte do autor" assume um significado completamente
novo quando aplicado às Escrituras, pois reivindicamos que a Bíblia não é
meramente palavras de homens, mas sim a Palavra de Deus. A insistência
pós-modernista na morte do autor é inerentemente ateísta e anti-sobrenatural.
A reivindicação de uma revelação divina é descartada como apenas mais uma
das exteriorizações do poder opressivo. Quando a verdade é negada, o que
prevalece é a terapia. A questão crucial muda de "O que é a verdade?" para "O
que faz com que eu me sinta bem?". Essa tendência cultural tem se
desenvolvido ao longo do século, mas agora tem alcançado proporções épicas.

A cultura que confrontamos está quase que completamente submissa ao que


Philip Reiff chamou de "triunfo da terapêutica". Num mundo pós-moderno,
todas as questões acabam girando em torno do eu. Portanto, tudo o que resta
como alvo de muitas abordagens educacionais e teológicas é elevar a auto-
estima. Categorias de palavras como "pecado" são rejeitadas como opressivas
e prejudiciais à auto-estima.

As abordagens terapêuticas são dominantes numa cultura formada de


indivíduos que não têm sequer a certeza de que a verdade existe – mas que
estão convictos de que nossa auto-estima deve permanecer intacta. O certo e
o errado são descartados como lembranças obsoletas de um passado
opressivo. Em nome de nossa própria "autenticidade", rejeitaremos todos os
padrões morais inconvenientes e substituiremos a preocupação com o certo e
o errado pela afirmação dos nossos direitos.

A Teologia é igualmente reduzida à terapia. Sistemas teológicos inteiros, bem


como suas abordagens, são construídas de modo a reduzir o seu alvo a nada
mais do que à elevação da auto-estima de indivíduos e grupos especiais.
Essas teologias do "sentir-se bem" dispensam a "negatividade" dos textos
bíblicos ofensivos ou até mesmo a Bíblia inteira. Categorias de palavras como
"perdição" e julgamento ficam de fora. No lugar delas estão as vagas noções
sobre aceitação sem arrependimento e completude sem redenção. Podemos
não saber (ou nos importar) se somos salvos ou perdidos, mas certamente nos
sentimos bem melhor acerca de nós mesmos.
O Declínio da Autoridade

Visto que a cultura pós-moderna está comprometida com uma visão radical de
libertação, todas as autoridades devem ser subvertidas. Dentre todas as
autoridades destronadas estão: textos, autores, tradições, metanarrativas, a
Bíblia, Deus e todos os governos no céu e na terra. Exceto, é claro, a
autoridade dos teóricos pós-modernistas e dos personagens eminentes da
cultura, que exercem o seu poder em nome dos povos oprimidos em toda
parte.

Segundo os pós-modernistas, aqueles que estão em posição de autoridade


utilizam seu poder para continuarem no poder e servirem aos seus próprios
interesses. Suas leis, tradições, textos e "verdade" nada mais são do que
aquilo que é projetado para mantê-los no poder.

Assim, a autoridade dos líderes governamentais passa a ser corroída, da


mesma forma como a autoridade dos professores, dos líderes comunitários,
dos pais e dos pastores. Enfim, a autoridade de Deus é rejeitada como sendo
totalitária e autocrática. E como os pastores são representantes dessa deidade
autocrática, devemos resistir à autoridade deles de igual modo.

Doutrinas, tradições, credos e confissões de fé – tudo deve ser rejeitado e


taxado como algo que limita a auto-expressão e representa &a autoridade
opressiva. Os pregadores são tolerados, contanto que apóiem as mensagens
terapêuticas que elevam a auto-estima; e resistidos, sempre que introduzem
reivindicações sobre a autoridade divina ou à verdade universal em seus
sermões.

A Destituição da Moralidade

Ivan, na novela de Fyodor Dostoyevsky, Os Irmãos Karamasov, estava certo;


se Deus está morto, tudo é permissível. O Deus permitido no pós-modernismo
não é o Deus da Bíblia, mas sim uma vaga idéia de espiritualidade. Não há
tábuas da lei, nem os Dez Mandamentos... não há regras.
A moralidade, juntamente com outros alicerces culturais, é descartada como
opressiva e totalitária. Um relativismo moral abrangente é a marca da cultura
pós-moderna. Não estou dizendo que os pós-modernistas relutam em utilizar
uma linguagem moral. Ao contrário, a cultura pós-modernista está recheada de
discurso moral.

A homossexualidade, por exemplo, é abertamente defendida e aceita.& O


avanço dos estudos sobre gays e lésbicas nas universidades, o aparecimento
do poder político homossexual e as imagens eróticas homossexuais, agora
comuns na cultura popular, marcam essa dramática reviravolta moral. A
homossexualidade não é mais considerada um pecado. A homofobia é
criticada como se fosse pecado, e as reivindicações por tolerância aos "estilos
de vida alternativos" agora se transformaram em reivindicações públicas para a
celebração de& todos os estilos de vida como moralmente iguais.

Michael Jones descreveu a modernidade como "promiscuidade sexual


racionalizada", e a pós-modernidade é a sua extensão lógica. Michael Foucault,
que argumentou que toda moralidade sexual é um abuso de poder, clamou
para que o pós-modernismo celebrasse a "perversidade polimorfa". Ele viveu e
morreu dedicando-se a esse estilo de vida, e sua profecia tem se cumprido
nesta década.

O Ministério Cristão numa Era Pós-moderna

O pós-modernismo representa o único desafio a ser encarado pelo


Cristianismo nesta geração. Walter Truett Anderson descreveu a realidade pós-
moderna em seu engenhoso livro Reality Isn't What it Used to Be (A Realidade
não é Como Costumava Ser).[ii] Walter Truett Anderson, Reality Isn't What it
Used to Be. San Fran">[ii] Esta é a reivindicação central do pós-modernismo: a
realidade não é o que costumava ser, e jamais o será novamente. Agora, a
humanidade é maior de idade; faremos nossa própria verdade; definiremos
nossa própria realidade e nos empenharemos pela nossa auto-estima.

Nessa cultura, o ministério pastoral é mais estranho do que costumava ser.


Atualmente, os conceitos pós-modernos de verdade reinam na era pós-
moderna, e até mesmo nos bancos das igrejas pós-modernas. Pesquisas
indicam que a maioria crescente daqueles que professam ser cristãos rejeitam
até mesmo a noção de uma verdade absoluta.

A "morte do texto" fica evidente pela resistência à pregação bíblica em muitas


igrejas. Os ouvidos pós-modernos não querem mais ouvir o "assim diz o
Senhor" do texto bíblico. Uma vez que a verdade é fabricada e não descoberta,
podemos projetar a nossa própria religião ou espiritualidade pessoal e omitir
doutrinas e mandamentos morais inconvenientes. O pós-modernismo promete
que o indivíduo pode construir uma estrutura pessoal de espiritualidade, livre
de interferências ou autorização externas. Sob o lema: "Não existe outra
verdade como a minha verdade", as crianças do pós-modernismo
estabelecerão seu próprio sistema doutrinal e desafiarão a correção.

Gene Veith, deão da Faculdade Ciências Humanas, na universidade de


Concórdia, contou-nos sobre um jovem que afirmava ser cristão, professava
crer em Cristo e amava a Bíblia, mas também cria na reencarnação. Seu pastor
confrontou sua crença na reencarnação dirigindo o jovem para Hebreus& 9.27.
O texto foi lido: "E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só
vez, vindo, depois disto, o juízo". O jovem voltou o olhar para o seu pastor e
respondeu: "Bem, essa é a sua interpretação".[iii]

Em nome do pós-modernismo, qualquer coisa pode ser explicada como uma


questão de interpretação. O conceito dos jogos de linguagem wittgenstein
declara que cada sentença deve ser avaliada com cuidado. Um conceito tão
claro e óbvio como a primeira linha do Credo Apostólico: "Creio em Deus Pai,
Todo-poderoso, Criador do céu e da terra" deve ser analisado nos termos das
intenções do falante. Essa confissão assevera a crença de que Deus é, de fato,
o criador do céu e da terra ou essa afirmação é um mero sentimento pessoal?

A estranheza do ministério pastoral na era pós-moderna pode ser vista em


estudos bíblicos que não estudam a Bíblia, mas são exercícios psicológicos de
auto-conhecimento, com o tipo de moralidade self-service, praticada por muitos
membros de igreja; e a crescente aceitação de outras religiões como caminhos
válidos para a salvação.
A cultura moderna é revoltada contra a verdade, e o pós-modernismo não é
nada senão a forma mais recente dessa revolta. Nesses tempos estranhos, o
ministério pastoral clama por convicções não diluídas e por uma apologética
fiel. As tentações para comprometer a mensagem são grandes, e a oposição
que se levanta contra todo aquele que tem a pretensão de pregar a verdade
absoluta e eterna é severa. Entretanto, essa é a tarefa da igreja cristã.

Precisamos compreender o pós-modernismo, ler os escritos de seus teóricos e


aprender sua linguagem. Isso é muito mais um desafio missionário do que um
exercício intelectual. Não podemos nos dirigir a uma cultura pós-moderna a
menos que entendamos sua mente.

Devido a sua própria natureza, o pós-modernismo está condenado à auto-


destruição. Seus princípios centrais não podem ser aplicados de maneira
consistente. (Apenas peça para que um acadêmico pós-moderno aceite "a
morte do texto" nas cláusulas de seu contrato). A igreja deve continuar a ser o
povo da verdade, apegando-se às reivindicações de Cristo, e batalhando pela
fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. O pós-modernismo rejeita
qualquer menção a uma verdade que foi entregue "uma vez por todas", mas a
igreja não pode comprometer o seu testemunho.

O ministério pastoral está mais estranho do que costumava ser. No entanto,


esta é uma era de grandes oportunidades para evangelização, pois à medida
que os deuses do pós-modernismo morrem, a igreja testemunha a Palavra da
Vida. Em meio à uma era pós-moderna, nossa tarefa é testemunhar a Verdade
e recolher os cacos à medida que a cultura se despedaça.

[i] Jean-Francois Lyotard, The Postmodern Condition: A report on Knowledge,


trans. Geoff Bennington and Brian Massumi, "Theory and History of Literature,"
vol. 10. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1984. p. 24.

[ii] Walter Truett Anderson, Reality Isn't What it Used to Be. San Francisco:
Harper and Row, 1990.
[iii] Gene Veith, "Catechesis, Preaching, and Vocation," in Here We Stand, ed.
James Boice and Ben Sasse. Grand Rapids: Baker Book House, 1996. pp. 82-
83.

Traduzido por: Waléria Coicev

Revisão: Tiago Santos

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