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olá Alberto,

“Fazer o que se ela gosta de sofrer e só se relaciona com


homens cafajestes?” — você possivelmente conhece alguém
assim, ou já escutou essa expressão.

Pois é, se pararmos para refletir sobre as escolhas amorosas


que fazemos, não encontramos respostas óbvias: o que
desperta nosso interesse em outra pessoa? Quais características nos
atraem? Qual é o nosso verdadeiro desejo: segurança e
estabilidade emocional ou aventura, intensidade e paixão? Aqui
pairam as interrogações!

Mas, por trás de todas essas dúvidas se revela uma certeza: não
conseguimos compreender nossos próprios desejos, eles são
concebidos por detalhes e regidos pelo inconsciente. Então,
vamos explorar um pouco mais esse tema? Continue a leitura!

O que significa ser um homem cafajeste?

O termo “homem cafajeste” sugere uma característica negativa,


uma falha de caráter. Mas, se seguirmos além dessa dicotomia
de “certo e errado, bom e mau”, veremos que o que existe é
uma diferença de valores e a incompatibilidade de objetivos.

O cafajeste não é uma pessoa totalmente mal intencionada, que


pretende destruir corações por onde passa. É mais fácil
compreendê-lo como um aventureiro, guiado por suas emoções
e pelo prazer de viver intensamente.

Ao entrar em uma relação, o homem cafajeste está desfrutando


do sentimento que o impulsiona aqui e agora, sem visão de
futuro, sem avaliar consequências. Mas, quando o fogo começa
a abrandar, ressurge também o seu jeito característico de agir,
baseado em:

 inconstância;
 falta de comprometimento e dedicação de tempo;
 pluralidade de compromissos que não incluem a parceira;
 não priorização da relação;
 foco apenas nos próprios prazeres;
 desconsideração do sentimento alheio;
 incongruência entre falar e agir.

Alguns homens que se enquadram nessa definição podem agir


de forma proposital, enquanto outros têm boas intenções, mas
simplesmente não conseguem mudar seus hábitos e
personalidade.

As escolhas amorosas são influenciadas


pelas vivências da infância?
As experiências vividas nas primeiras relações afetivas, estabelecidas
desde o nascimento, ficam arquivadas em nosso inconsciente e
são refletidas nos relacionamentos que construímos ao longo da
vida.

Nas relações primárias, começamos a internalizar o significado


do amor, a segurança que ele pode (ou não) nos proporcionar, e
se somos dignos e merecedores desse afeto.

Acolhimento, rejeição, carinho, proteção, abandono — tanto as


boas sensações quanto as angústias vividas na primeira
infância são referências que temos para a formação de novos
vínculos afetivos. Assim, ou buscamos no parceiro sensações
semelhantes às que tivemos no passado, ou esperamos
encontrar uma versão idealizada dessas relações.
Quais outros conceitos estão relacionados
à preferência por homens cafajestes?

Bom, um tema tão complexo quanto esse requer uma análise


aprofundada para total compreensão. Contudo, podemos
abordar alguns conceitos que estão associados às nossas
escolhas:

Autossabotagem

Freud acreditava que possuímos um campo de “irracionalidade”


em nosso aparato psíquico, que dá origem aos padrões de
pensamento e comportamento que prejudicam a nós mesmos,
mesmo que de forma inconsciente.

Ainda que nos tragam sofrimento, tendemos a repetir os


mesmos erros, o que nos coloca num ciclo de busca pelo prazer
— frustração — desprazer.

De modo simbólico, Freud atribuía tal irracionalidade à


prevalência de Tânatos (pulsão de morte) sobre Eros (pulsão de
vida), definidas como duas forças opostas que agem em nossa
mente.

Narcisismo
Existem, segundo Freud, dois caminhos que nos levam a uma
escolha amorosa: o tipo “anexador” — a escolha de alguém que
protege, ampara — e o narcisismo.

A escolha narcisista nos leva à procura de alguém semelhante a


nós, ou de como gostaríamos de ser, o nosso “eu idealizado”.
Isso indica que buscamos no outro o reflexo de nós mesmos,
mas sem os nossos defeitos.
Masoquismo

Partindo desse conceito, mulheres que preferem homens


cafajestes estariam dispostas a manter relacionamentos não
saudáveis pelo pouco ganho e prazer que representam, apesar
das dores que estão assimiladas aos prazeres.

A relação entre prazer e poder, domínio e submissão, também


pode ser avaliada por esse prisma. Contudo, para conhecer
profundamente a origem da preferência por homens cafajestes,
é necessário desnudar a si mesma e descobrir as verdades que
estão guardadas em cada interior. E, nesse sentido, a análise é o
melhor caminho para o autoconhecimento e para a formação de
vínculos saudáveis!

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