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COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA: Técnicas para aprimorar relacionamentos

pessoais e profissionais
Marshall B. Rosenberg
2016

1. Do fundo do coração: o cerne da comunicação não-violenta

Temos uma natureza compassiva, mas algo no caminho nos distancia dessa natureza
nos fazendo agir e nos comunicar de forma violenta. Algumas pessoas continuam conectadas
com sua natureza compassiva até nos piores momentos.
Entregarmos de coração através da CNV
Constantemente nossas palavras induzem a raiva e a dor, mesmo sem querer machucamos uns
aos outros através das palavras.
Devemos continuar humanos mesmo em situações adversas, ajudando uns aos outros,
parar de reagir no automático e ter consciência do que falamos. Espremendo com honestidade
e clareza ao mesmo tempo, com atenção e respeitoso ao outro. Identificar o que de fato
queremos da relação.
Perceber a si e aos outros. Observar cuidadosamente os comportamentos que estão nos
afetando.
Perceber as necessidades, mesmo aquelas que estão escondidas numa demonstração de
violência. Dessa forma, reações violentas são minimizadas.
Tirar o enfoque de diagnosticar e juntar, entrando em contato com nossa própria compaixão.
Quando doamos algo a alguém, nos beneficiamos da autoestima de estar contribuindo para a
evolução de alguém.
Quatro componentes do modelo CNV:
1. Observação;
2. Sentimento;
3. Necessidades;
4. Pedido.
"0 truque é ser capaz articular essa observação sem fazer nenhum julgamento ou avaliação–
mas simplesmente dizer o que nos agrada ou não naquilo que as pessoas estão fazendo. Em
seguida, identificamos como nos sentimos ao observar aquela ação: magoados, assustados,
alegres, divertidos, irritados etc. Em terceiro lugar, reconhecemos quais de nossas
necessidades estão ligadas aos sentimentos que identificamos aí". É importante fazer um
pedido específico, sem muitos rodeios para que a mensagem seja entendida.
O que estou observando, sentindo e do que estou necessitando?
"As duas partes da CNV: 1. expressar-se honestamente por meio dos quatro componentes; 2.
receber com empatia por meio dos quatro componentes".

Expressar honestamente e receber com empatia

2. A comunicação que bloqueia a compaixão

A comunicação alienante bloqueia a compaixão como forma, por exemplo, de


julgamentos moralizadores, eles nos afastam de nossa natureza compassiva ao atribuirmos
como errado ou maligna pessoas que não agem de acordo com nossos valores.
Ex: “você é muito egoísta” “Eles são preconceituosos” “Isso é impróprio”
Esta forma de se comunicar nos prende numa dualidade, num cerco de certo e errado,
uma linguagem cheia de rótulos e julgamentos. Ao se comunicar dessa forma, só observamos
o que há de errado com o outro (ou consigo) para que o faça se comporte desta ou daquela
maneira. O foco está na falta e no erro e não na necessidade não atendida.
Ex: mulher solicita mais atenção e cuidado e é julgada como carente. Ao invez de
notar a necessidade de carinho da mulher.
Medo, culpa e vergonha costumam nortear relações baseadas nesse tipo de
comunicação, as pessoas que se comunicam dessa forma acabam ofendendo outras pessoas e
pagando o preço de estar sempre agindo de forma violenta ao fazer o outro “pisar em ovos”.

Classificar e julgar as pessoas estimula a violência

Nas culturas onde a linguagem é pensada nas necessidades há menos violência do que
nas pensadas em rotular as pessoas como “boas” ou “más”
Comparações são uma forma de julgamento, inferioriza a si e aos outros, trazendo
infelicidade.
Negação da responsabilidade, quando atribuímos a alguém ou a um grupo a
responsabilidade de nossas ações e sentimentos, utiliza-se expressões como: “ter de” “fazer
alguém sentir-se”
É importante estabelecer uma linguagem que permita a escolha.
Ficamos perigosos quando não temos consciência de nossa responsabilidade por
nossos comportamentos, pensamentos e sentimentos.
Comunicar desejos como exigências também é uma forma de violência. Não é
possível forças as pessoas a fazerem o que queremos. Pensamentos do tipo "ele merece
aquilo".
É comum aprendermos a comunicar de uma forma que expressamos nossas
necessidades e sentimentos, como exigências, julgamentos e merecimentos. Aprendemos a
nos comunicar de forma a desconsiderar o que sentimos. Quanto mais nós dividimos apenas
entre certo e errado, nos inclimos a buscar orientações superiores.

3. Observar sem avaliar


Deve-se separar a observação da avaliação. Observar para melhor informar a outra
pessoa como estamos. Ao avaliar uma observação somos vistos como críticos. "Às avaliações
devem sempre se basear nas observações específicas de cada momento e contexto". Cuidado
com os rotumos, eles pouco orientam.
A forma mais elevada de inteligência humana
Observar sem avaliar.

4. Identificando e expressando sentimentos


Primeiro observar sem avaliar, segundo expressar como se sente. Somos direcionados a dizer
o que achamos que o outro quer ouvir e não o que verdadeiramente sentimos ou pensamos,
mas essa postura pode ser muito prejudicial, pode nos direcionar a continuar em situações
dolorosas.
Deve-se identificar o que é sentimento do que é pensamento, descrições, suposições,
(Tem atividade nesse cap.)

5. Assumindo a responsabilidade por nossos sentimentos

O que os outros dizem ou fazem são estimulo e não causa de nossos sentimentos. Somos
responsáveis pelo que fazemos para gerar nossos próprios sentimentos.
4 OPÇÕES AO OUVIR UMA MENSAGEM NEGATIVA:
1. Culpar a se mesmo
2. Culpar aos outros
3. Escutar nossos sentimentos e necessidades
4. Escutar os sentimentos e necessidades dos outros.
É importante se expressar de modo a comunicar seus desejos, expectativas e necessidades.
● Saiba diferenciar doar de coração e doar pela culpa
● Ligue seu sentimento a sua necessidade: "Sinto-me assim porque eu…"
○ Ex.: sinto-me realmente enfurecido quando erros de ortografia como esse
aparecem em nossos folhetos para o público, porque eu quero que nossa
companhia projete uma imagem profissional.

AS NECESSIDADES NA RAIZ DOS SENTIMENTOS

Julgamentos dos outros são expressões alienadas de nossas próprias necessidades


insatisfeitas. Julgamentos, críticas, diagnósticos e interpretações dos outros são todas
expressões alienadas de nossas necessidades. Se alguém diz "Você nunca me
compreende",está na verdade nos dizendo que sua necessidade de ser compreendido não está
sendo satisfeita. Se uma esposa diz "Você tem trabalhado ate tarde todos os dias desta semana;
você ama o trabalho mais do que a mim", ela está dizendo que sua necessidade de contato
íntimo não está sendo atendida.

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