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FATEG – FACULDADE TEOLÓGICA GUARAPARI

Teologia Pastoral
E
Ética Cristã

Prof.: Ezequias Ferreira

Outubro/Novembro/2016

“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
FATEG – FACULDADE TEOLÓGICA GUARAPARI

UNIDADE I - TEOLOGIA PASTORAL

A Bíblia Sagrada registra que é necessário que seus servos busquem em Deus o
levantamento de obreiros, para a Seara do senhor. Essa é a recomendação de Jesus em Mateus 9.
38. No livro “ÉTICA PASTORAL - o comportamento do pastor diante de Deus e da
sociedade/CPAD - Nemuel Kessler”. Afirma que de modo nenhum a escolha do ministério por
parte daquele que almeja, jamais deve resultar do desejo de um ganho pessoal, ou de uma
disponibilidade maior de tempo para gozo pessoal, ou mesmo a vaidade de exercer um maior
controle sobre as pessoas. O pastor deve ser convicto de que foi chamado por Deus, como Paulo,
por exemplo, que declarou que a sua escolha não fora resultado de motivação humana, “mas por
Jesus Cristo, e por Deus Pai, que ressuscitou dos mortos (Gl 1. 1).ver Atos 9. 15. “ O testemunho
das Escrituras e a recomendação dos Líderes cristãos, através dos séculos concordam em que, a
menos que aquele que aspira ao ministério sinta que é um enviado de Deus”, ele não deve
procurar o cargo.
Deus, quando chama o homem para cumprir o seu proposito universal, lhe confere
qualidades de dons e talentos que serão úteis ao seu ministério, a fim de produzir a unidade, a
maturidade e a perfeição da Igreja. “Ninguém toma essa honra para si mesmo, mas deve ser
chamado por Deus, como de fato o foi Arão.” (Hb. 5. 4).

1. TEOLOGIA PASTORAL

POIMÊNICA - O termo "poimênica" vem do grego "poimen" que significa "pastor". Sendo
assim, a poimênica tem a ver com o trabalho pastoral de um modo geral.
A poimênica é uma disciplina da teologia pastoral. Daí, a importância de iniciarmosnosso curso
dando uma definição de Teologia Pastoral. A. Thomas C., define a Teologia Pastoral como o
ramo da Teologia Cristã que define, de forma sistemática, o ofício, serviços, dons e tarefas
do ministério.
Podemos definir o que é a Teologia Pastoral como: É o segmento da Teologia cristã que visa
cuidar da aplicação prática dos ensinos da teologia cristã na ação ou no campo pastoral da Igreja,
assim como na vida quotidiana de cada crente, mais importante ainda na formação dos fiéis
(leigos ou clérigos) enquanto filhos do Pai e membros congregantes da Igreja, conduzindo-os no
caminho da Palavra de Deus e da salvação em Jesus, através dos ensinamentos emanados pela
Igreja.
Esta teologia denominada pastoral, está englobada pela teologia prática, que contém vários
sub-campos co-relacionados como a Teologia de Missões, a Teologia de Evangelização, a
Psicologia pastoral ou Psicologia da religião, e outras áreas similares.
A. Teologia Pastoral é considerada uma teologia prática por tratar de aspectos práticos do
ministério vinculando a exegese, história, teologia sistemática, ética e ciências sociais.
B. Teologia Pastoral é uma disciplina tanto teórica quanto prática.

1. Na Teologia Pastoral articula-se um construtor teórico do ministério proveniente da Escritura,


da História e da Teologia Sistemática.
2. A Teologia Pastoral objetiva não apenas elaborar uma definição do trabalho e tarefas
pastorais, mas prover auxílio prático para sua implementação.
3. Em um primeiro momento, a Teologia Pastoral providencia informação bíblica e suporte
teológico acerca do ministério. Em seguida, fomenta a prática do ministério na igreja.
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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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4. Argumenta-se que o ministério só é aprendido na prática. Deus, porém, na Bíblia, fornece


informações sobre o ministério, possibilitando uma investigação sistemática que oriente
uma prática ministerial consistente com os propósitos divinos.

A Teologia Pastoral e o Ministério da Palavra envolve uma visão compreensiva e


abrangente das implicações do ministério da palavra. A distinção entre a tarefa da pregação e os
outros elementos do ministério é mais fluida do que parece, há uma estreita relação entre a
teologia do cuidado pastoral e a proclamação da palavra. Como teologia prática, a Teologia
Pastoral é uma teologia da palavra.

1. A teologia histórica se preocupa em coletar, através da exegese, os dados da palavra que Deus
falou através dos profetas e apóstolos. A partir de então, ela verifica como tais dados foram
compreendidos e aplicados na vida da comunidade cristã, no decorrer dos séculos.

2. Embora a teologia de cuidado pastoral não esteja alicerçada na Teologia Sistemática, trata-se de
uma teologia da palavra.

TEOLOGIA PASTORAL OU PRATICA


PASTOR – UMA NOBRE FUNÇÃO
“Esta afirmação é digna de confiança: Se alguém deseja ser bispo deseja uma nobre
função.” (NVI) 1 Timóteo 3.1. O Ministério Pastoral na Bíblia: No Antigo Testamento: Vê-se na
história dos hebreus a criação de rebanhos de ovelhas. Quando Deus é chamado de pastor faz-se
menção ao cotidiano dos pastores que cuidavam, guiavam e protegiam esses rebanhos. O salmo
23 retrata a excelência do pastoreio divino por Israel. “O pastor é autoridade e solicitude, poder e
carinho, vigor e ternura ...” (Ronaldo Sathler - Rosa citando Libanio, p.17) .
“Ser pastor em Israel é ser fiel a vocação do povo. Daí que os dirigentes da nação eram
chamados pastores: Jeremias, por exemplo, critica os maus pastores de Israel, culminando com
um discurso através do qual foi fustigando, sucessivamente a família real de Judá, aos reis
Joacaz, Joaquim e Jeconias (cf. Jr 21.11 - 23.2) ” (Julio de Santa Ana, p.35). Para Julio de Santa
Ana, a figura pastoral vetero–testamentário tem haver com a liderança política da época, pois
esses tinham condições de guiar, proteger e cuidar do povo ou rebanho. (Livro: Pelas Trilhas do
Mundo a Caminho do Reino). No Novo Testamento: - No novo pacto ou aliança Jesus Cristo é o
Bom pastor. Toda sua vida é a atividade pastoral. Ele é o modelo excelente e perfeito “A pessoa
e prática de Jesus é modelo por excelência do ministério da igreja e do ministério do pastor e da
pastora” (Ronaldo Sather-Rosa, p.29). - “O Objetivo central de toda ação pastoral é que Cristo
seja formado, ou seja, que Cristo permeie toda a vida das pessoas e seus múltiplos
relacionamentos: com Deus, com o próximo, com a natureza e com elas mesmas (cf João
10.10)”. Ronaldo Sather-Rosa p.31 citando Bonhoeffer, 1955, p.55-78).
- Não tem como entender o ministério pastoral na Bíblia sem refletir na atuação de Iavé
em Israel e de Cristo no mundo. Deus presente na história, cuidando do seu rebanho. Lendo
Sobre o Dom
“Ele mesmo concedeu uns para (...) pastores e mestres.” Ef 4.11 “Neste texto parece se
referir a mesma função. Pastorear e ensinar são habilidades que se sobrepõem, no entanto são
distintas. Emissários (apóstolos) fundavam congregações. Profetas falavam a palavra de Deus.
Proclamadores das boas-novas (evangelistas) comunicam as boas-novas de modo que as pessoas
se voltem do pecado e aceitam o perdão de Deus por intermédio do messias. Pastores
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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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prosseguem a partir desse ponto, discipulando e aconselhando os crentes novos e maduros para
viverem a vida messiânica. Mestres comunicam e aplicam a verdade bíblica. Nenhum deve se
orgulhar quanto a sua posição, mas sim preparar o povo de Deus, conforme explicado nos vv.
12-13” . (David H Stern, p.637.)

I. VOCAÇÃO PASTORAL
 Vocação é: chamamento, ato de convidar ou solicitar.
 Vocação Geral: Toda humanidade, de maneira indistinta, é convocada a participar
gratuitamente dos benefícios do Evangelho com base nos méritos da morte de Cristo.
 Vocação Específica: Embora todos sejam convidados a usufruir dos meios da graça, nem todos
serão convidados a exercer o ministério da Palavra. É um chamado que depende única e
exclusivamente dos desígnios e da soberania de Deus.
 Liderança Espiritual - Liderança e serviço estão intimamente ligados na proposta bíblica
espiritual. Aqueles a qual Deus chama para o ministério da Palavra, i.é., Pastoral, exercem
liderança espiritual. Essa liderança é algo que de alguma maneira relaciona-se com a vida e
missão dos crentes. A ação dessa liderança muitas vezes não está clara no meio evangélico, na
maioria das vezes é relacionada a administração, organização e preocupações institucional e
não com a palavra.
 Liderança terrena tem haver com chefia, comando, representante de um grupo de pessoas,
aquele que exerce influência sob outros.

Liderança espiritual tem haver com conduzir, guiar, orientar, influenciar, tudo com base na
palavra de Deus.

COMO PODE SER UM PREPARO DO PASTOR

A necessidade de uma preparação a vocacionados é muito mais exigida hoje do que antes.
Dennis Bickers tratando sobre esse assunto afirma: “O ministério é árduo. Os pastores de hoje se
deparam com questões que seus predecessores nunca enfrentaram: AIDS, cristãos divorciados,
aborto, problemas sociais, violência entre jovens e distorção de valores são apenas algumas das
questões difíceis que devem ser tratadas pelos pastores de hoje.”
“Fomos chamados para pastorear, para conduzir homens e mulheres a Cristo, a se conformarem
à imagem dele. Esta é a nossa tarefa, é para isso que nos preparamos, estudamos e ministramos.
Para ver pessoas sendo cada vez mais semelhante ao filho de Deus, refletindo sua glória, sua
humanidade perfeita.”
A igreja sempre teve a preocupação de ter pastores preparados na sua edificação. Caso
contrário não teria tantas orientações, no Novo Testamento dirigida exclusivamente a essas
pessoas que pastoreiam. Podemos afirmar que preparação é a exigência do Senhor Jesus (dono)
da Igreja para o pastor.
Preparo significa:
1. Obedecer aos Princípios Bíblicos pastorais
2. Manter a espiritualidade através da Oração, Leitura e Meditação bíblica.
3. Cito aqui também leituras extras: livros e jornais.
4. Estar contextualizado e atualizado.
5. Estudar Teologia. O estudo da teologia é o estudo sobre a palavra de Deus.

QUEM É O PASTOR?
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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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1. É um Vocacionado por Deus.


2. Recebeu Dons Espirituais a fim de produzir:
A. A Unidade,
B. A Maturidade, e
C. A Perfeição da Igreja
D. É um Presente de Deus à Igreja

O que deve fazer o Pastor?


1. Buscar cumprir a vontade de Deus: “O aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério,
para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12)
2. Ficar no firme propósito de promover o crescimento espiritual da igreja, executando a missão de
Jesus Cristo (Ler: Ef2.21-22)
3. Lembrar sempre que a glória e a honrado sucesso ministerial são só Jesus, porque todas as
coisas procedem dEle e “a Ele seja a glória e o poderio para todo o sempre” (1 Pe 5.11)
4. Reconhecer que sendo ministro “homem” é separado para cumprir o propósito de Deus na
Igreja, porém sujeito às paixões da carne e por isso deve estar sempre vigilante, como exemplo
aos fiéis. (Ler:Rm 7.15-23)

II. PRINCÍPIOS ÉTICOS BÁSICOS


1. Estar consciente de que seu ministério é uma vocação divina e que o alcançou não por seus
próprios méritos, mas através da convicção de sua chamada por Deus “Deste evangelho me
tornei ministro pelo dom da graça de Deus, a mim concedida pela operação de seu poder.” Ef3.7
(Hb5.4; 2 Co 3.5-6; Gl1.15-16; Mt 4.21 e 1 Tm 1.12)

2. Apesar da posição elevada que exerce, deve sempre lembrar-se de que está na condição de
servo do Senhor Jesus Cristo “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que embora
sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas
esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo (tomando a forma de servo)...humilhou-se a si mesmo
e foi obediente até a morte e morte de cruz!” Fl 2.5-8.

5. Por ser a atividade pastoral estritamente de cunho espiritual, a sua mensuração deve ser
qualitativa e serviçal, e nunca voltada para o lucro financeiro. “Não trabalhem pela comida que
se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes
dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação.” Jo 6.27

A ÉTICA DA VIDA DO PASTOR - ÁREA PESSOAL


ÉTICA NA ÁREA PESSOAL
1. O pastor deve conservar-se fisicamente saudável e viver no equilíbrio do sentimento, porque o
corpo é o templo do Espírito Santo para que possa cumprir a gloriosa missão que lhe foi
confiada por Deus nesta vida.

“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que
lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?” 1 Co 6.19
2. O pastor deve cultivar seu crescimento espiritual diário, orando, estudando, meditando e
possuindo um coração cheio do fruto e dons do Espírito Santo e consagrar toda a sua vida ao
trabalho do Evangelho.

“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste
mundo mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de
experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm 12.1-2
3. O pastor deve abster-se dos costumes adquiridos que prejudicam a eficácia de seu ministério ou
a sua influência pessoal.

“ Embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine
novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite e não de
alimento sólido!” Hb 5.12
4. O pastor deve esforçar-se para viver dentro dos limites de seu orçamento e com honestidade
saldar integralmente seus compromissos financeiros.

“Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama seu
próximo tem cumprido a Lei.” Rm 13. 8
5. O pastor deve ter o coração cheio de confiança na providencia paterna de Deus, em todas as
circunstancias, sabendo que esta é a vontade dEle para sua vida. “Busquem, pois, em primeiro
lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” Mt 6.33
6. O pastor deve considerar a Bíblia como a Palavra de Deus, a única regra de fé e prática e usá-la
como a substância de seu ministério docente e profético, bem como zelar pelo Ministério da
Palavra. “Procure apresentar -se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se
envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade.” 2 Tm 2.15

 A Ética da Vida do Pastor Área Familiar

O pastor tem o dever fundamental de certificar-se de que suas relações familiares são
justas e que constituem exemplo de viver piedoso para toda a comunidade.
“Ele deve governar bem a sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a
dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja
de Deus?” ( 1 Tm 3.4-5)
1. O pastor deve buscar no matrimônio uma pessoa apta para auxiliá-lo no ministério,
considerando a ação permanente de Deus na vida do lar. “As mulheres igualmente sejam
dignas, não caluniadoras, mas sóbrias e confiáveis em tudo.” 1 Tm 3.11
2. O pastor deve agir honesta e corretamente com sua família, dando-lhe o sustento adequado, o
vestuário, a educação, a assistência médica e espiritual, bem assim como o tempo que esta
merece.
3. “É preciso que o presbítero seja irrepreensível, marido de uma só mulher e tenha filhos crentes
que não sejam acusados de libertinagem ou insubmissão.” Tt 1.6 “Lancem sobre ele toda a sua
ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês. Estejam alertas e vigiem. O diabo, o inimigo de
vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.” 1
Pe 5.7-8
4. O pastor sempre deve usar uma linguagem sã para com os seus, nunca xingar seus filhos ou
discutir com a esposa perante eles, principalmente no que diz respeito à sua disciplina.
“Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os
outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem.” Ef4.29

 A Ética nas Relações Eclesiásticas (Igreja)


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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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1. Sendo a igreja o corpo de Cristo, do qual é a cabeça, e o pastor ou líder um membro em


particular e portador de um dom especial, deve tratá-la com grande estima.

“...Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador.” (Ef 5.23)
2. Deve dedicar tempo integral à igreja, se por ela for sustentado, e ter o seu consentimento se
desejar aplicar-se à outra atividade material.

“Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles
cujo trabalho é a pregação e o ensino... o trabalhador merece o seu salário”. 1 Tm 5.17, 18b
3. O pastor deve, por princípio, ser absolutamente imparcial no seu trabalho pastoral, não se
deixando levar por indivíduos ou facções, bem como não pretender levar a igreja afazer tão-
somente a sua vontade. Ler: 1 Pe 5.1-3
4. Deve ter prudência ao desejar acumular, a convite, o pastorado de outra, a fim de que não
venha descumprir compromissos com a própria igreja e venham a lhe exigir esforço além de
seus limites; antes deve buscar a direção de Deus. “Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam,
disse o Espírito Santo: “Separem –me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.”
At 13.2.
5. Reconheça o momento certo de se afastar da igreja quando perceber que seu ministério está
findo e não insista em permanecer retardando o processo de crescimento da igreja. Se já
chegou o momento, solicite a sua honrosa jubilação. “Combati o bom combate, terminei a
corrida, guardei a fé.” 2 Tm 4.7
6. O pastor ou líder não deve fazer ou aprovar qualquer manobra política para manter-se em seu
cargo ou para obter qualquer posição denominacional; antes deve colocar-se exclusivamente
nas mãos de Deus para fazer o que a Ele aprouver. “Tudo é permitido, mas nem tudo convém.
Tudo é permitido, mas nem tudo edifica. ...façam tudo para a glória de Deus.” 1 Co 10.23, 31b
7. O pastor ou líder deve ser o primeiro a acatar as deliberações da igreja, procurando sempre
esclarecer ao rebanho do Senhor as tomadas de decisões acertadas. “Pastoreiem o rebanho de
Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como
Deus quer...Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos
para o rebanho.” 1 Pe 5.2-3
8. O pastor ou líder deve ser cuidadoso no modo de cumprimentar e no relacionamento com as
pessoas do sexo feminino, e revelar nos seus gestos a pureza do seu serviço ministerial
“Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na
palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.” 1 Tm 4.12
9. Pastor ou líder deve manter o respeito para com os membros de sua igreja, e reservado quanto
às confidências dos que se aconselham em aflições ou problemas pessoais. “Todos tropeçamos
de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também
capaz de dominar todo o seu corpo.” Tg 3.2
10. O pastor ou líder deve ter o cuidado em suprir gastos de viagem de seus pregadores convidados,
da forma a mais discreta possível. “Da mesma forma, o Senhor ordenou àqueles que pregam o
evangelho, que vivam do evangelho.” 1 Co 9.14
11. O pastor ou líder não deve assumir compromissos financeiros de monta considerável sem o
prévio consentimento da igreja, nem usurpar o dinheiro da igreja para fins pessoais, mas, antes,
prestar-lhe contas de todos os seus gastos. “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e
quem é desonesto no pouco, também é desonesto no muito.” Lc 16.10

“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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A VISÃO ESPIRITUAL

O pastor deve ser homem de visão. Cumpre-lhe lançar os olhos pelos campos ao redor,
sentido que estão maduros para a ceifa, esperando apenas a foice. É necessário que inspire a
Igreja no desejo de grandes realizações para Deus e a salvação das almas perdidas. Para Deus
tudo é possível, e Ele mesmo recomendou que pedíssemos, afim de que a nossa alegria fosse
completa. Não temos porque não pedirmos. Mas, é da vontade de Deus que prossigamos ao seu
lado. O desafio lançado por Guilherme Carey: “tentai grandes coisas para Deus, esperai
grandes coisas da parte de Deus”, soa aos nossos ouvidos até hoje, e nos acena, convidando-
nos a avançar.
Grande é a diferença em ter alguém a visão espiritual e ser um visionário (que tem idéias
extravagantes, intuitivo). No planejamento das conquistas futuras a imaginação espiritual deve
ser equilibrada e de bom senso… Deve-se tentar aquilo que está dentro do terreno das
possibilidades, para em seguida lançar-se a maiores empreendimentos. Esse modo de agir, via de
regra parecerá mais de acordo com a orientação dada pelo Senhor e com o plano relativo às
Igrejas locais, quando prudentemente damos um passo de cada vez em novos projetos. Se o
próprio Deus concedeu ao pastor a visão, a fé para tais realizações, então inspirará igualmente a
outros, com a mesma visão e fé, para que o acompanhem em tempo oportuno, garantindo o
sucesso.

O MINISTÉRIO E O CRESCIMENTO

Os elementos principais do ministério do pastor já foram esboçados, e, juntamente com


eles, há duas considerações gerais a frisar: “… que mediante a grandeza da obra de Deus,
devemos ter consciência da nossa própria incapacidade e total insuficiência”. … não que por nós
mesmos sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós…” ( II Co 3.5).
“…sem mim nada podeis fazer…” (João 15.5).
Em contraposição a essa falta de aptidão pessoal, temos, todavia, a bendita certeza que
diz: “… pelo contrário a nossa suficiência vem de Deus” (II Co 3.5) disse o Senhor: “A minha
graça te basta…” (II Co 12.9). A confiança nessa exortação inspirou o apóstolo Paulo a
exclamar: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4.13). “Somos mais que vencedores, por
meio daquele que nos amou” (Rom 8.37).

UNIDADE II - ÉTICA GERAL E CRISTÃ


A história da ética teve sua origem, pelo menos sob o ponto de vista formal, na
antigüidade grega, através de Aristóteles (384 - 322 a.C.) e suas idéias sobre a ética e as virtudes
éticas. Na Grécia porém, mesmo antes de Aristóteles, já é possível identificar traços de uma
abordagem com base filosófica para os problemas morais e até entre os filósofos conhecidos
como pré-socráticos encontramos reflexões de caráter ético, quando buscavam entender as
razões do comportamento humano.
Sócrates (470-399 a.C.) considerou o problema ético individual como o problema
filosófico central e a ética como sendo a disciplina em torno da qual deveriam girar todas as
reflexões filosóficas. Para ele ninguém pratica voluntariamente o mal. Somente o ignorante não é
virtuoso, ou seja, só age mal, quem desconhece o bem, pois todo homem quando fica sabendo o
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que é bem, reconhece-o racionalmente como tal e necessariamente passa a praticá-lo. Ao praticar
o bem, o homem sente-se dono de si e conseqüentemente é feliz. A virtude seria o conhecimento
das causas e dos fins das ações fundadas em valores morais identificados pela inteligência e que
impelem o homem a agir virtuosamente em direção ao bem.
Platão (427-347 a.C.) ao examinar a idéia do Bem a luz da sua teoria das idéias,
subordinou sua ética à metafísica. Sua metafísica era a do dualismo entre o mundo sensível e o
mundo das idéias permanentes, eternas, perfeitas e imutáveis, que constituíam a verdadeira
realidade e tendo como cume a idéia do Bem, divindade, artífice ou demiurgo do mundo.
Para Platão a alma - princípio que anima ou move o homem - se divide em três partes: razão,
vontade (ou ânimo) e apetite (ou desejos). As virtudes são função desta alma, as quais são
determinadas pela natureza da alma e pela divisão de suas partes. Na verdade ele estava
propondo uma ética das virtudes, que seriam função da alma. Pela razão, faculdade superior e
característica do homem, a alma se elevaria mediante a contemplação ao mundo das idéias. Seu
fim último é purificar ou libertar-se da matéria para contemplar o que realmente é e, acima de
tudo, a idéia do Bem.
Para alcançar a purificação é necessário praticar as várias virtudes que cada parte da alma
possui. Para Platão cada parte da alma possui um ideal ou uma virtude que devem ser
desenvolvidos para seu funcionamento perfeito. A razão deve aspirar à sabedoria, a vontade deve
aspirar à coragem e os desejos devem ser controlados para atingir a temperança. Cada uma das
partes da alma, com suas respectivas virtudes, estava relacionada com uma parte do corpo. A
razão se manifesta na cabeça, a vontade no peito e o desejo baixo-ventre. Somente quando as três
partes do homem puderem agir como um todo é que temos o indivíduo harmônico. A harmonia
entre essas virtudes constituía uma quarta virtude: a justiça. Platão de certa forma criou uma
"pedagogia" para o desenvolvimento das virtudes. Na escola as crianças primeiramente têm de
aprender a controlar seus desejos desenvolvendo a temperança, depois incrementar a coragem
para, por fim, atingir a sabedoria. A ética de Platão está relacionada intimamente com sua
filosofia política, porque para ele, a polis (cidade estado) é o terreno próprio para a vida moral.
Assim ele buscou um estado ideal, um estado-modelo, utópico, que era constituído exatamente
como o ser humano. Assim, como o corpo possui cabeça, peito e baixo-ventre, também o estado
deveria possuir, respectivamente, governantes, sentinelas e trabalhadores. O bom estado é
sempre dirigido pela razão.

CORPO ALMA VIRTUDE ESTADO


Cabeça Razão Sabedoria Governantes
Peito Vontade Coragem Sentinelas
Baixo-ventre Desejo Temperança Trabalhadores

É curioso notar que, no Estado de Platão, os trabalhadores ocupam o lugar mais baixo em
sua hierarquia. Talvez isto tenha ligação com a visão depreciativa que os gregos antigos tinham
sobre esta atividade. A ética platônica exerceu grande influência no pensamento religioso e
moral do ocidente, como teremos oportunidade de ver mais adiante.
Aristóteles (384-322 a.C.), não só organizou a ética como disciplina filosófica mas, além
disso, formulou a maior parte dos problemas que mais tarde iriam se ocupar os filósofos morais:
relação entre as normas e os bens, entre a ética individual e a social, relações entre a vida teórica
e prática, classificação das virtudes, etc. Sua concepção ética privilegia as virtudes (justiça,

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caridade e generosidade), tidas como propensas tanto a provocar um sentimento de realização


pessoal àquele que age quanto simultaneamente beneficiar a sociedade em que vive. A ética
aristotélica busca valorizar a harmonia entre a moralidade e a natureza humana, concebendo a
humanidade como parte da ordem natural do mundo, sendo portanto uma ética conhecida como
naturalista. Segundo Aristóteles, toda a atividade humana, em qualquer campo, tende a um fim
que é, por sua vez um bem: o Bem Supremo ou Sumo Bem, que seria resultado do exercício
perfeito da razão, função própria do homem. Assim sendo, o homem virtuoso é aquele capaz de
deliberar e escolher o que é mais adequado para si e para os outros, movido por uma sabedoria
prática em busca do equilíbrio entre o excesso e a deficiência:
A excelência moral, então, é uma disposição da alma relacionada com a escolha de ações
e emoções, disposição esta consistente num meio termo (o meio termo relativo a nós)
determinado pela razão (a razão graças à qual um homem dotado de discernimento o
determinaria). Trata-se de um estado intermediário, porque nas várias formas de deficiência
moral há falta ou excesso do que é conveniente tanto nas emoções quanto nas ações, enquanto a
excelência moral encontra e prefere o meio termo. Logo, a respeito do que ela é, ou seja, a
definição que expressa a sua essência, a excelência moral é um meio termo, mas com referência
ao que é melhor e conforme ao bem ela é um extremo. (ARISTÓTELES, 1992, p.42)

I- CONCEITUAÇÃO E DEFINIÇÕES

1- A Ética Como Ciência Secular:

SISTEMAS DA VISÃO FILOSÓFICA DE SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES


Procura definir quais são o caráter, a natureza e os alvos do governo ideal
a) Política
ou satisfatório.
Aborda os princípios do raciocínio, sua capacidades, seus erros e suas
b) Lógica maneiras exatas de expressão."O raciocínio lógico leva você de 'a' a 'b'. A
Imaginação leva você a qualquer lugar". (Albert Einstein).
c) Estuda o conhecimento em sua natureza, origem, limites, possibilidades,
Gnosiologia métodos, objetos e objetivos.
Procura definir qual seja o propósito ou ideal orientador das artes. (filosofia
d) Estética
das belas-artes)
e) Estuda causas não materiais como DEUS, Alma, Livre Arbítrio,
Metafísica imortalidade, o mal, etc...
É a investigação no campo da conduta ou modo de viver e se comportar de 2-
f) Ética
maneira ideal. Orig
em
da Palavra:

 Ethos (grego) = Costume, hábito, disposição.


 Mos (latim) = vontade, costume, uso, regra.
 Daí temos que Ética é a disposição ou vontade de se seguir bons costumes ou hábitos.

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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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3- Definição:

Ética Cristã é o conjunto de regras de conduta, para o cristão, tendo por fundamento a
palavra de DEUS. Para nós, crentes em JESUS CRISTO, o certo e o errado devem ter como
base a Bíblia Sagrada, a nossa regra áurea de fé e prática.
II- VISÃO GERAL DA ÉTICA SECULAR E DA ÉTICA CRISTÃ:

Visão Ética Secular Ética Cristã


1- Depende da pessoa e das circunstâncias.Pv 14.12 Há caminho que ao
Antinomismo O homem é seu próprio deus. Cada um homem parece direito, mas o fim
age como quer. dele são os caminhos da morte.
Devemos viver de acordo com a
palavra de DEUS.
2- A conduta de alguém deve ser julgada Mc 13.31 Passará o céu e a terra,
Generalismo de acordo com seus resultados. É o fim umas as minhas palavras não
justificando os meios. passarão. Os pecados separam o
homem de DEUS.

Como já podemos ver acima a Ética é um aspecto da filosofia. A Filosofia está segmentada
em seis sistemas tradicionais: Política, Lógica, Gnosiologia, Estética, Metafísica e Ética Para
compreendermos melhor o sentido de Ética, vejamos, de forma sintética, em que se constituem
os outros aspectos aos quais ela está agregada no contexto filosófico.
Dentre suas muitas acepções, filosofia é o saber a respeito das coisas, a direção ou orientação
para o mundo e para a vida e, finalmente, consiste em especulações acerca da forma ideal de
vida. Em suma, é a história das ideias. Tudo isto sob a ética humana. Precisamos aferir o
pensamento humano com os ditames da Palavra de Deus que são terminantes, peremptórias,
finais. O homem, seja ele quem for, é criatura, mas Deus é o Criador (Os 11.9; Nm 23.19; Rm
1.25; Jó 38.4).
Todos os campos de pensamento e de atividades têm suas respectivas filosofias. Há uma
filosofia da biologia, da educação, da religião, da sociologia, da medicina, da história, da ciência
etc. Consideremos entretanto, os seis sistemas acima mencionados que foram sistematizados por
três antigos pensadores: Sócrates, Platão e Aristóteles.

a) Política — Este vocábulo vem do grego polis e significa “cidade”. A política procura
determinar a conduta ideal do Estado, pelo que seria uma ética social. Ela procura definir quais
são o caráter, a natureza e os alvos do governo. Trata-se do estudo do governo ideal.
b) Lógica — É um sistema que aborda os princípios do raciocínio, suas capacidades, seus erros e
suas maneiras exatas de expressão. Trata-se de uma ciência normativa, que investiga os
princípios do raciocínio válido e das inferências corretas quer seja partindo da lógica dedutiva
quer seja da indutiva.
c) Gnosiologia — É a disciplina que estuda o conhecimento em sua natureza, origem, limites,
possibilidades, métodos, objetos e objetivos.
d) Estética — É empregada para designar a filosofia das belas-artes: a música, a escultura e a
pintura. Esse sistema procura definir qual seja o propósito ou ideal orientador das artes,
apresentando descrições da atividade que apontam para certos alvos.

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e) Metafísica — Refere-se a considerações e especulações concernentes a entidades, agências e


causas não materiais. Aborda assuntos como Deus, a alma, o livre arbítrio, o destino, a liberdade,
a imortalidade, o problema do mal etc.
f) Ética — É a investigação no campo da conduta ideal, bem como sobre as regras e teorias que a
governam. A ética, o homem distanciado de Deus por sua incredulidade e seus pecados, a estuda,
entende e até se propõe a observá-la, mas não consegue, por estar subjugado pelo seu eu, pelos
vícios, pelo mundo, pelo pecado (Rm 2.15-19). Já os servos de Deus, pelo Espírito Santo que
neles habita, triunfam sobre o pecado (Rm 8.2).
Existem inúmeros argumentos e considerações acerca deste tema, que será tratado aqui do
ponto de vista da ética bíblica a qual expõe Deus como fundamento e alvo da conduta ideal.
Origem da palavra. Ética vem do grego, ethos, que significa “costume”, “disposição”, “hábito”.
No latim, vem de mos(mores), com o sentido de vontade, costume, uso, regra.

O termo Ética, ethos, aparece várias vezes no Novo Testamento, significando conduta,
comportamento, porte e compostura (habituais).
Ética é, na prática, a conduta ideal e reta esperada de cada indivíduo. Na teoria, é o estudo dos
deveres do indivíduo, isolado ou em grupo, visando a exata conceituação do que é certo e do que
é errado. Reiterando, Ética Cristã é o conjunto de regras de conduta, para o cristão, tendo por
fundamento a Palavra de Deus. Para nós, crentes em Jesus, o certo e o errado devem ter como
base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”.
A ética cristã deve ser fundamentada no conhecimento de Deus como revelado na Bíblia,
principalmente nos ensinos de Cristo, de modo que “...ele morreu por todos, para que os que
vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5.15; Ef
2.10).

1. Antinomismo. Esse ensino errôneo é humanista e secular. Tudo depende das pessoas, e das
circunstâncias. O filósofo incrédulo e existencialista Jean Paul Sartre, um dos seus promotores,
afirma que o homem é plenamente livre. Num dos seus textos, ele escreve: “Eu sou minha
liberdade; eu sou minha própria lei”.
a) Posicionamento cristão. Esta teoria não serve para o cristão. Nela, o homem se faz seu
próprio deus. A Bíblia diz: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os
caminhos da morte” (Pv 14.12). “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os
seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec 12.13). O antinomismo é
relativista, isto é, cada um age como quiser. É o que ocorria com o povo de Israel quando estava
desviado, sem líder e sem pastor (Jz 17.6 e 21.25).
2. Generalismo. Essa falsa doutrina prega que devem haver normas gerais de conduta, mas não
universais. A conduta de alguém para ser chamada de certa ou errada depende de seus resultados.
É o que ensinava, no século XV, o descrente, político e filósofo italiano Nicolau Maquiavel: “Os
fins justificam os meios”.
a) Posicionamento cristão. O generalismo não se coaduna com a ética cristã, pois, para o crente
em Jesus, não são os fins, nem os meios, que indicam se uma conduta ou ação é certa ou errada.
A Palavra de Deus é que é a regra absoluta que define se um ato é certo ou errado. Ela tem
aplicação universal. O dever de todo homem é temer a Deus e guardar seus mandamentos (Ec
12.13). A Palavra de Deus não muda de acordo com as circunstâncias, os meios ou os resultados.
Deus vela para a cumprir (Jr 1.12b; Mc 13.31).

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Há outras modalidades, formas e expressões da ética secularista, como o situacionismo, o


absolutismo e o hierarquismo, mas nada disso se coaduna ou se enquadra na ética bíblica,
tanto a declarativa, como a tipológica e a ilustrativa. Estamos mencionando estas formas aqui
porque o mundo fala muito nelas, mas não as cumpre.
O cristão ortodoxo na sua fé, e fiel ao seu Senhor, terá sempre no manancial da Palavra de Deus
tudo o que carece sobre a ética, na sua expressão prática em forma de conduta, compostura,
costumes, usos, hábitos e práticas diuturnas da nossa vida para agradar a Deus e dar bom
testemunho dEle diante dos homens.
Podemos concluir que As abordagens éticas humanas são todas contraditórias. Como seus
autores, humanos e falhos. Uma, como vimos, procura suprir as deficiências das outras. As
abordagens éticas conflitam entre si, deixando um rastro de dúvida e confusão em sua aplicação.
Por isso, devemos ficar com a Palavra de Deus, que não confunde o crente, nem pode ser
deixada de lado ao sabor dos meios, dos fins ou das situações. A Palavra de Deus satisfaz
plenamente.
A Ética é o tratado dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, do ponto de
vista do bem e do mal. Conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser
humano. Nesta etapa do nosso estudo, falaremos sobre a Ética aplicada à vista ministerial do
obreiro. Abordaremos suas implicações na conduta deste, enquanto líder eclesiástico, e ainda
mostraremos a importância da Ética no relacionamento com Deus, com a igreja e com a
comunidade. Mas, para isso, é importante conhecermos alguns conceitos sobre Ética.

Ética é o ramo da Filosofia que tem como objetivo moral o conjunto de princípios pelos
quais os indivíduos devem pautar seu proceder no desempenho de sua profissão. Série de normas
que leva à aquisição de hábitos e a formação do caráter dos indivíduos para que possam cumprir
seus deveres e viver corretamente. Ética pode ser definida como o estudo crítico da moralidade.
Consiste da análise da natureza da vida humana, incluindo os padrões do “certo” e do “errado”,
pelos quais sua conduta possa ser guiada e dirigida. Em resumo: “ética” é na prática aquilo que
você pensa e faz.

A Ética trabalha com os seguintes conceitos:

– Errado – desviado, afastado da verdade.


– Certo – Exato, infalível, evidente em que não se acha erro.
– Verdadeiro – o que realmente pode ser comprovado com o que foi dito, exatidão, qualidade
daquilo que é verdade.
– Valores – grau de utilidades das coisas.

Particularmente, “ética cristã”, no contexto evangélico é um somatório de princípios que


formam e dão sentido à vida cristã normal. É a marca registrada de cada crente. É o que cada
crente pensa e faz. Por aquilo que o crente é e faz, portanto, evidencia-se a sua dependência de
Deus e do próximo. Aqui está a fundamental diferença entre “ética cristã” e Ética” em sentido
genérico, como simples estudo crítico da moralidade. Como dinâmica de vida, a ética cristã pode
ser manifesta através do conceito de julgamento que se faz a respeito de determinados valores
que integram o nosso dia-a-dia. Como investigadora da conduta ideal, a ética propõe questões
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que avaliam os passos do homem apreciados do ponto de vista do bem e do mal. Sendo assim,
seu estudo foge do âmbito estritamente humano e passa a ser motivo de aferição fundamentada
na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada que não muda ao sabor das circunstâncias. Ética é uma
questão pessoal ou coletiva? Quais as implicações decorrentes do comportamento antiético para
a Igreja local, para a comunidade onde ela está inserida e para a comunidade cristã como um
todo? É possível ser ético sem afastar-se do convívio com não crentes? Isolar-se seria uma
solução? A não observação dos preceitos éticos é a mesma coisa que pecar? Estas e outras
perguntas serão respondidas durante o estudo desta disciplina.

A ÉTICA CRISTÃ

É o conjunto de regras de conduta, para o cristão, tendo por fundamento a Palavra de


Deus. Para nós, crentes em Jesus, o certo e o errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, a
nossa “regra de fé e prática”. O termo “ética”, vem do grego “ethos”, aparece várias vezes no
Novo Testamento, significando conduta, comportamento, porte e compostura habituais. A ética
cristã deve ser fundamentada no conhecimento de Deus como revelado na Bíblia, principalmente
nos ensinos de Cristo, de modo que “…Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam
mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” – 2ª Co 5.15; Ef 2.10. Nos dias
atuais, não difere das definições já expostas, tais como conduta ou prática de vida. Temos uma
boa referência em 1ª Co 15.33 quando Paulo diz que: “as más conversações corrompem os bons
costumes”. Este texto apresenta as exigências da Ética Cristã. O conceito que nós estudamos,
encontramos fundamentalmente na Bíblia Sagrada; que nos ensina a maneira de vida e conduta.
A conduta é considerada uma manifestação do comportamento da pessoa, ela vai ser o que
identifica a pessoa e o caracteriza, vejamos os três principais desenvolvimentos da conduta:

1. A conduta moral

A ética traz os argumentos básicos para que se possam conhecer os princípios de tomadas de
decisões, como também a introdução à revolução moral. Leva também ao conhecimento moral
das obrigações, dos direitos humanos, das punições impostas aos infratores, do sexo e
casamento. O que faz do homem um ser imoral? Teologicamente como resposta cabal podemos
dizer que é a ausência de Deus na vida. Quem tem a mente de Cristo não mente, não mata, não
rouba, não comete adultérios, etc. 1ª Co 2.16 “Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o
possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo”.

3. A conduta cristã

Normalmente quando alguém se identifica como cristão; o nome já requer atitudes éticas, tendo
em vista que o livro texto do cristão é a Bíblia Sagrada. Esse conceito pode nos deixar pensativos
no que tange ao que não devemos fazer. Mas o propósito do nosso viver deve ser aquele que
Pedro repetiu em sua epístola: “Sede santos, porque Eu Sou Santo” 1ª Pe 1.16. O conceito de
viver de uma forma santa significa mostrar nas suas boas ações de cristão o exemplo encontrado
na vida e ensinamentos de Jesus.

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4. A conduta pessoal

Mateus 5.16 ensina: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. A ética é
a ciência da conduta ideal. Aborda a conduta ideal do indivíduo, isto é, nossa responsabilidade
primária. Os evangelhos nos ensinam que a transformação moral nos conduz as perfeições de
Deus Pai, Mateus 5.16. E daí, parte-se para a transformação de acordo com a imagem do Filho
de Deus, Rom 8.29 “Portanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem
conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”; 2ª
Co 3.18 “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do
Senhor, somos transformados, de glória em glória na sua imagem”. Precisamos cuidar de nosso
próprio desenvolvimento espiritual como indivíduos. Essa transformação reflete em nossa
conduta pessoal, pois a conversão cristã gera essa transformação na vida do ser humano
direcionando-o a ética pessoal, 2ª Co 5.17 “Se alguém está em Cristo, é nova criatura as coisas
antigas passaram, eis que tudo se fez novo”, Numa sociedade corrompida, a Ética Cristã, gera
impacto em todos os sentidos. Quando um cristão se recusa a mentir, se droga ou comete
adultério, revela a sua submissão ao Espírito Santo, Lc 14.33 “Assim, pois todo aquele que
dentro vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”. Nesse caso, a Ética
Cristã supera as demais éticas pelo fato de ser gerada pela presença do Espírito Santo, Gl 5.25
“Se vivermos no Espírito, andemos também no espírito”. Vejamos também alguns impactos que
a Ética Cristã causa em alguns grupos pessoais:

√ Nos Novos convertidos – Um novo convertido demonstra sua nova vida através da ação do
Espírito de Deus no seu interior, como disse Paulo “nova criatura” 2ª Co 5.17, ou como disse o
Senhor Jesus: “Aquele que não nascer de novo” João 3.3. O maior impacto da ética no novo
convertido surge através da mudança de comportamento.
√ Na sociedade – Jesus disse em Mateus 5.13,14: “Vós sois o sal da terra, e a luz do mundo”. Os
dois valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O cristão, portanto, deve ser
exemplo para o mundo e, ao mesmo tempo, deve militar contra o mal e a corrupção na
sociedade. O sal também representa as ações de ordem e equilíbrio que os cristãos exercem na
sociedade.
√ No Lar – A tragédia dentro do lar começa quando perdemos alguns valores Lc 15.9. Quando
há prioridade para a Palavra e a Oração, certamente, os valores éticos ressurgem. Para encontrar
a moeda perdida, a mulher, em Lucas 15, teve de fazer três coisas fundamentais: “acender a
candeia; varrer a casa e buscar até achá-la”.

1. CONCEITOS DE ÉTICA CRISTÃ.

Como dinâmica de vida, a ética cristã pode ser manifesta através do conceito ou julgamento
que se faz a respeito de determinados valores que integram o nosso dia-a-dia. Vejamos os
conceitos da ética cristã quanto ao lar, a propriedade, a igreja, a família cristã, ao bem, ao mal, à
nova moralidade, ao comportamento e ao caráter.

O Lar.
O lar é a expressão física do casamento e da família. Quando pensamos no lar, logo nos
vêm à mente, um homem, uma mulher, filhos, casa, alimento, disciplina, ordem, etc. O lar é de

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inestimável valor às nossas conclusões quando nos propomos estudar o comportamento sócio-
religioso das pessoas. O lar é a célula máter, o principal núcleo da sociedade, da religião e da
pátria. Aquilo que for o lar há de determinar o que será a sociedade, a Igreja e a Pátria. Se os pais
são pessoas responsáveis e tementes a Deus, por certo que seus filhos serão criados no caminho
do bem, contribuindo assim para o fortalecimento da sociedade, da Igreja e da nação.
Infelizmente se acontecer o contrário os resultados negativos serão igualmente de se esperar.
Particularmente entre os salvos, o que Deus espera dos nossos lares? Deus espera que como pais
sejam exemplo para nossos filhos, na fé, na comunhão com Deus, no respeito, na autoridade e no
temor, criando-os sob disciplina, e conduzindo-os a uma experiência pessoal com Deus. Dos
filhos, Deus espera que eles respeitem e honrem a seus pais, que o temam e que tenham prazer
nos seus mandamentos. Só assim o lar será fortalecido, a sociedade e a pátria preservadas e o
nome do Senhor glorificado.

A Propriedade.
É Deus quem livremente distribui entre os homens aquilo que lhe pertence, como a posse
da terra, da água, dos animais, e de todos os demais bens materiais e até os espirituais.
Deus é supremo, é pleno e ilimitado. Tudo o que há no Universo é de Deus e todas as
coisas d’Ele provêm. Tiago 1.17 “ Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo
do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”.
Deus é o Criador. A Bíblia diz que: “No princípio criou Deus os céus e a terra” Gn 1.1. A
força desta expressão não nos deixa dúvida alguma de que nada existe que se possa igualar ao
poder criador de Deus e à força e segurança da Sua palavra. Hebreus 11.3 “Pela fé, entendemos
que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das
coisas que não aparecem.”
O propósito divino na Criação. Deus criou todas as coisas boas e perfeitas, pois ao
concluir sua gigantesca obra, incluindo Adão e Eva, as Escrituras afirmam que Gn 1.31 “viu
Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom”; Dt. 32.4 “Eis a Rocha! suas obras são
perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é
justo e reto.”
A criação do homem à imagem de Deus foi acompanhada da entrega de grande
responsabilidade. Nenhuma outra criatura recebeu tantos privilégios de Deus como o homem.
Deus concedeu ao homem domínio sobre toda a terra e sobre todos os animais, Gn 1.26
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha
ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre
toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”
Dessa forma o homem tornou-se propriedade de todas aquelas coisas boas que Deus
havia criado, com plenos poderes para sujeitar todas as coisas e dominar sobre tudo. Como já foi
dito anteriormente, todas as coisas, incluindo o homem, pertencem a Deus, que é Todo-Poderoso
e Criador. Salmo 24.1.
Dispondo de todas as coisas existentes- Um dos princípios básicos da propriedade é que
ao criar o mundo, foi desejo de Deus colocá-lo à disposição do homem para dominá-lo e
governá-lo, Gn 1.26.

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A propriedade individual de bens

O instinto de aquisição foi concedido por Deus ao ser humano para despertar-lhe o desejo
de possuir bens, de adquiri-los para o seu bem estar e conforto. Isto faz parte da vida do homem.

a) O assunto tratado no Antigo Testamento. O Antigo Testamento expressa não somente o direito
de propriedade individual como também registra muitas leis que tem por objetivo a proteção da
propriedade do homem ( Nm 26.52-55; Dt 19.14; 17.17; Pv 22.28; OS 5.10).

b) O assunto tratado no Novo Testamento. Jesus em seus ensinos, sempre defendeu o direito de
alguém possuir bens terrestres, Mt. 6.25 “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida,
quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir.
Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?”

Sem negar tal direito, Jesus lembrou também a posição de mordomia que o homem deve
ocupar em relação aos bens adquiridos e ainda advertiu quanto ao perigo de se colocar o coração
nas riquezas terrestres esquecendo-se, assim, das riquezas espirituais e passando a amar mais os
bens terrenos do que os tesouros celestiais. Mt 6.19-21; 19.24; Lc 12.15.

A propriedade Coletiva
Existem coisas que foram criadas para o bem comum de todas as pessoas que convivem
em uma mesma terra e compartilham de um mesmo ambiente, sendo para isso necessário haver a
colaboração de toda a comunidade no sentido de conservar todos esses bens. É interesse coletivo
um dos aspectos que proporcionam condições para se formar uma comunidade, uma sociedade,
um estado, uma nação.

A. A divisão dos bens entre o povo de Israel. Deus havia prometido uma terra abundante
e fértil aos descendentes de Abraão, para que eles pudessem se constituir em nação, Gn 12.2 “de
ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!” Não
uma pequena nação, mas uma grande nação. E Ele cumpriu tal promessa.
B. O espírito que operava na Igreja primitiva. No princípio da fé, quando os primeiros
cristãos começaram a reunir-se formando a Igreja, havia um forte espírito de cooperação e
unidade entre eles, como podemos ler em Atos 2.44,45.
Com o crescimento da Igreja e a propagação do Evangelho efetuada pelo apóstolo Paulo
e os demais apóstolos, vão constatar que as normas mudaram e foi instalado um novo sistema de
recolhimento de ofertas para serem distribuídas aos mais necessitados ( 1ª Co 16.1; Rm 15.26; Gl
2.10)
Em nossos dias o sistema continua o mesmo. Os crentes tem o dever de levar suas ofertas
e seus dízimos para o sustento da obra e auxílio aos necessitados.

A prestação de Contas
A vida da humanidade vem passando por inúmeras transformações, e à medida que o
homem, abusando dos poderes que lhe foram concedidos por Deus, vai dominando a natureza de
forma incontrolável e impiedosa, ele próprio colabora para um terrível desequilíbrio, que é
notado em todos os aspectos da vida.
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Ninguém deve pensar que Deus está alheio aos acontecimentos. Chegará um dia em que
todos serão julgados ( 1ª Co 2.12-15; Ap 20.11,12). Nem mesmo os crentes fiéis ficarão sem
julgamento ( 1ª Co 3.13-15).
Jesus ensinou através de parábolas que ao homem são dadas condições de administrar bem tudo
aquilo que lhe é responsabilidade (Mt 25.15-30). O homem foi constituído mordomo das
riquezas que pertecem a Deus e como tal, um dia deverá prestar contas de como administrou tais
riquezas ao verdadeiro proprietário, que fará justiça a todos.

OS FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA ÉTICA CRISTÃ.

O ministério do ensino se expõe de maneira incisiva e clara nas Escrituras (Ex 18.20; Lc
19.47). O propósito e os métodos deste ministério podem ser vistos tanto no Antigo como no
Novo Testamento. Jesus disse: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (Jo
7.16). Esta declaração veio dos lábios do próprio Jesus, revelando o propósito da Palavra como
manual de ensino.

 Nos tempos da Lei


O Antigo Testamento, não tenta ensinar apenas para desenvolver o intelecto, mas comunicar,
ensinar a viver de acordo com suas crenças e de acordo com suas necessidades éticas ( Ex 20.1-
17; 21.1-16). O conceito que se tem a simples vista do ensino do Antigo Testamento, é que
apenas os israelitas tinham que aprender longos relatos de seus antepassados e históricos de suas
experiências na trajetória até a terra de Canaã (Dt 4.1). Porém se olharmos para o conceito que se
tinha do ensino do aprendizado veremos que isto vai muito além do que sabemos.

 Na vida de reis e principes


Muitos reis e príncipes foram beneficiados pela Palavra de Deus. Pv 3.13-16. Os vários
desvios da nação de Israel surgiram em consequência da ignorância da Palavra (II Cr 36.16) Por
outro lado, quando o rei buscava ao Senhor e voltava-se para a Palavra, a nação prosperava (II Cr
26.5). Essa é uma constante na História de Israel “queda e levantamento”. Na época de Juízes,
tem vários relatos das consequências desastrosas da desobediência de Israel (Jz 21.25). Josué
recebeu sérias recomendações para observar os preceitos da Lei do Senhor (Js 1.7,8). Sua
obediência lhe valeu o sucesso.

 Nos tempos de Esdras


Conforme o plano de Deus, Zorobabel conduziu um grupo de remanescentes judeus exilados
de volta à Palestina. Alí, o Senhor encarrega Esdras, o sacerdote para promover a maior
reconstrução espiritual: o retorno à Bíblia ( Ne 8). Esse capítulo descreve um dos maiores
avivamentos da história. A Palavra de Deus remodelou seu povo e gerou em seus corações uma
grande fome espiritual, mudando suas atitudes pecaminosas e renovando suas forças (Ne 8.5-6,
10).

 No Novo Testamento

A palavra “DIDASKO” é geralmente usada quando se trata de instrução verbal, no


entanto, também pode ser usada para dizer: “mostra-nos”. Outras vezes esta palavra tem duplo
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sentido: “fazer e ensinar” (Mt 5.19; At.1.1). Também pode ser traduzida como se instruir
mutuamente (Cl 3.26). Entretanto, a palavra “PAIDEÚO”, dá idéia de educar uma criança (Pv
22.6). Também implicam neste ensino, disciplina e correção (1ª Co 11.21; 1ª Tm 1.20; Tt 2.12).

Não somente o Novo Testamento, como toda Bíblia está repleta de exemplos éticos,
tendo em vista que ela é um manual de todas as éticas. Procuraremos demonstrar apenas três
exemplos de ética no Novo Testamento, mas devemos procurar outros exemplos éticos em toda
Bíblia, afinal ela é nosso manual por excelência.

 O exemplo de Zaqueu
A confissão genuina do pecado e a verdadeira fé, que produz salvação em Cristo resultam
na transformação da conduta externa da pessoa Rm 10.9 “Se com a tua boca confessares ao
Senhor Jesus, e em seu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo”. Zaqueu
demonstrou arrependimento e conversão com uma atitude espontânea de restituir e repartir os
bens. A presença de Cristo em sua vida o transformou em um homem ético com exemplos
práticos de uma nova vida (Lc 19.8).

O exemplo de Paulo a Filemom


Paulo escreveu esta “carta da prisão” (Fm 1.9) a um homem chamado Filemom, mais
provavelmente durante sua primeira prisão em Roma. Filemom era um Senhor de escravos (Fm
1.16) e membro da Igreja de Colossos. Onésimo era um escravo de Filemom que fugira para
Roma; alí, teve contato com Paulo e entregou sua vida a Jesus. Paulo dentro da ética devolve a
Filemom o seu escravo Onésimo com uma carta de intercessão. Certamente Onésimo seria muito
útil a Paulo na prisão, mas não era ético ficar com ele.

A cobrança de uma postura ética


A Bíblia mostra Ananias e Safira que combinaram vender uma propriedade e entregar
parte do valor como se fosse o todo (At 5.1). Seu verdadeiro objetivo era obter prestígio e
mentiram diante da Igreja a respeito de suas contribuições (At 5.3). Deus considerou um delito
grave contra o Espírito Santo disciplinando-os com a morte (At 5.5). Já pensou se todos os
crentes infiéis morressem iguais a Ananias e Safira? (At 5.10). Que tragédia! As mortes de
Ananias e Safira ficaram como exemplos perpétuos da atitude de Deus para com qualquer
coração enganoso entre aqueles que professam ser cristãos (At 5.11).

Na atualidade
Na atualidade, pela graça de Deus temos métodos diversificados de ensino bíblico. O
Espírito de Deus tem despertado vidas novas para darem ênfase a esse ensino. Historicamente,
na Idade Média, houve algumas barreiras religiosas por parte da Igreja Católica e algumas
ideologias amedrontadoras àqueles que liam a Bíblia: “Dizia-se que quem lesse a Bíblia ficava
doido”. Felizmente, houve um despertamento progressivo desde que Deus levantou Lutero, o
reformador, para devolver a Bíblia às nações. Compreender a origem, propósito e alcance da
Bíblia é condição indispensável a todos quantos buscam compreender a boa, santa e agradável
vontade de Deus, a fim de estarem habilitados para toda boa obra (2ª Tm 2.15). Assim como o
corpo físico necessita de alimentos e proteínas, também, o nosso espírito necessita de alimento
espiritual e esse alimento é o estudo pessoal da Palavra de Deus (Sl 1.1-3)
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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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1 “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho
dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.

3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e
cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.

Seria interessante fazer uma auto-avaliação e verificar quanto tempo do dia, estamos
dedicando ao estudo pessoal da Palavra de Deus. Jesus disse: Nenhuma hora pudeste velar
comigo? (Mt 26.40b).

CONCEITOS DE ÉTICA CRISTÃ BASEADOS NA BÍBLIA:

 Vejamos Alguns:

1. O CRISTÃO, A EUTANÁSIA E O SUICÍDIO

O término da vida provocado pelo homem, sua abordagem pelo crente não deve basear-se em
raciocínio, filosofias e justificativas puramente humanas, mas nas Escrituras respeitante ao vasto
assunto da vida. (Ética Cristã — Confrontando as questões morais -Elinaldo Renovato de Lima).
“O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela” (1 Sm 2.6).
Ler: Jó 2.7,9,10; Provérbios 31.6.
A vida é dom de Deus concedido ao homem. Toda concessão continua sendo de domínio do seu
proprietário. Assim, não é da competência deste homem decidir o momento em que sua vida, ou de
quem quer que seja deva ser extinta. O conceito de misericórdia aplicado à eutanásia é equivocado, pois
o exercício daquela implica em prestar socorro até às últimas consequências, e isto não inclui tirar a vida
com a pretensa justificativa de estar aliviando o sofrimento de alguém. Quanto ao suicídio, é um ato de
extrema covardia. O ser humano sentindo-se incapaz de lidar com suas próprias limitações busca refúgio
na morte. Não seria mais fácil permanecer vivo e admitir que fracassou? Qualquer forma de morte
induzida é a legitimação de desistência da vida e, por extensão, da fé e da crença nos valores eternos.

I. O CRISTÃO E A EUTANÁSIA

1. O que significa? A palavra “eutanásia” vem de dois termos gregos: eu, com significado de “boa”
e thánatos, que significa “morte”. Do que resulta o termo eutanásia, sugerindo a ideia de “boa morte”.
Tal conceito é aplicado aos casos em que o médico, usando meios a seu dispor, leva o paciente à “morte
misericordiosa”, pondo fim ao seu sofrimento.
2. A eutanásia ativa. É aquela em que o médico, a pedido do paciente, ou de familiares, através da
aplicação de algum tipo de agente (substância, medicamento, etc.) leva o doente à morte, evitando o
seu sofrimento. Há quem defenda essa prática, sob o argumento de que “não se deve manter
artificialmente a vida subumana ou pós-humana vegetativa”, e que se deve evitar o sofrimento dos
pacientes desenganados, com moléstias prolongadas tais como câncer, AIDS e outras.
3. O posicionamento bíblico.
a) “Não matarás”. A Bíblia diz: “Não matarás...” (Êx 20.13). Daí, a ação do médico, tirando a vida do
paciente, equiparar-se a um assassinato, a um homicídio. “Tradicionalmente, se reconhece que a
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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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eutanásia é um crime contra a vontade de Deus, expressa no decálogo, e contra o direito de vida de
todos os seres humanos”. Lemos em 1 Sm 2.6: “O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à
sepultura e faz tornar a subir dela”. A vida do homem não lhe pertence. Recebeu-a para administrar e
deve fazê-lo como bom administrador ou mordomo, a fim de, no futuro, prestar contas ao seu legítimo
dono, Deus.
b) Há a possibilidade do milagre. E se Deus quiser realizar um milagre? A fé passa por cima de todas as
impossibilidades. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que
não se veem. Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho” (Hebreus 11.1,2). Certamente, o
Juramento de Hipócrates, proclamado pelos médicos, deve ser considerado, prescrevendo que os
mesmos não devem “dar remédio letal a quem quer que o peça, tampouco... fazer alguma alusão a
respeito”.

O argumento em favor da eutanásia, alegando que deixar alguém sofrendo sem a mínima
perspectiva de sobrevivência é menos moral do que acelerar a morte para tal pessoa, é humano e não
tem base bíblica. “Matar por misericórdia”, mesmo com consentimento de quem está sofrendo, não é
moralmente correto, e tal pedido equivale ao suicídio. Assim, quem pratica esse tipo de eutanásia é
cúmplice de suicídio. A vida é santa em si e em sua finalidade. Somente Deus pode e tem o direito de
dar a vida e de tornar a tirá-la. O nosso dever é aliviar o sofrimento das pessoas por outros métodos e
não tirando-lhes a vida.
Ao contrário, devemos envidar todo esforço na tentativa de sua cura, seja por medicamentos,
seja pela oração da fé “...e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver
cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos
outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.15,16).

II. O CRISTÃO E O SUICÍDIO

1. O suicídio na Bíblia. Nas Escrituras, encontramos o registro de alguns casos de suicídio. Em todos
eles, vemos que seus protagonistas foram pessoas que deixaram de lado a voz do Senhor, e
desobedeceram à sua Palavra:

a) O exemplo de Saul. Foi um rei fracassado, que deixou o Senhor, e foi em busca de uma médium
espírita (cf. 1 Sm 28.1-19; 31.1-4; 1 Cr 10.13,14).
b) O exemplo de Aitofel. Foi um conselheiro de Absalão, orgulhoso, que se matou por ver que sua
palavra fora suplantada por outro. (2 Sm 17.23).
c) O exemplo de Zinri. Um rei sem qualquer temor de Deus, que usurpou o trono por traição e matança,
e que por fim se matou, quando se viu derrotado pelo exército inimigo (1 Rs 16.18,19).
d) O exemplo de Judas Iscariotes. Após trair Jesus, foi dominado por um profundo remorso, e, ao invés
de pedir perdão ao Senhor, foi-se enforcar.

2. O caso de Sansão. Ele caiu nos braços de uma prostituta, chamada Dalila (Jz 14.3; 16.11). Traído por
ela, foi levado ao cárcere. Numa festa ao deus Dagon, foi apresentado como troféu, e fez o templo
desmoronar sobre ele e seus inimigos.
Há quem cite o caso de Sansão (Jz 16.30) como exemplo de suicídio aprovado por Deus. Quem
pensa assim desconhece toda a história de Sansão e sua era teocrática. Há casos em que uma pessoa
morre, sacrificando-se por outra ou por outras. Um bombeiro entra no fogo e salva várias pessoas, mas
ele morre; um soldado lança-se sobre uma granada, impedindo que muitos companheiros pereçam. Isso
não é suicídio. É sacrifício. Ver o caso da rainha Ester (Ef 4.11-15).
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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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3. Sugestão de uma esposa sem fé. A mulher de Jó sugeriu, diante de seu sofrimento, que ele
amaldiçoasse a Deus e morresse (se suicidasse). Ele, porém, não aceitou tal ideia, e de modo resignado,
confiou integralmente no Senhor.

4. O posicionamento cristão. A vida é sagrada e somente Deus pode dar e tirar a vida. Moisés pediu a
Deus que tirasse a sua vida (Nm 11.15). O profeta Elias também fez o mesmo pedido (1 Rs 19.4) e da
mesma forma o profeta Jonas (Jn 4.3). Deus não atendeu a nenhum desses pedidos. Isso mostra que a
vida pertence a Deus e não a nós mesmos. Deus sabe a hora em que a vida humana deve cessar, e Ele é
o soberano de toda a existência.

As Sagradas Escrituras condenam o suicídio pelos seguintes motivos:


a) É assassinato de um ser feito à imagem de Deus (Gn 1.17; Êx 20.13; Jo 10.10);
b) Devemos amar a nós mesmos (Mt 22.39; Ef 5.29);
c) É falta de confiança no Deus, visto que Ele pode nos ajudar (Rm 8.38,39);
d) Devemos lançar as nossas ansiedades sobre o Senhor, e não na morte (1 Jo 1.7; 1 Pe 5.7).

O ser humano deve respeitar seu corpo como propriedade de Deus. Por isso, não compete ao
homem tirar a sua vida. Ao contrário, tudo ele deverá fazer para protegê-la.
Esperamos que estes subsídios contribuam para uma reflexão mais aprofundada dos assuntos
estudados, na busca de respostas mais consistentes em relação aos problemas éticos que são
verdadeiros desafios à igreja do Senhor, principalmente no início de um novo milênio, quando os mais
diversos e inusitados questionamentos inquietam os servos de Deus.

2. O CRISTÃO E A SEXUALIDADE

Ao criar o ser humano, Deus dotou-o de sexualidade plena e diferenciada, macho e fêmea, segundo
seus propósitos. Essa sexualidade era normal no princípio. (Ver Gênesis 1.27; 2.24; 1
Coríntios 7.2,3,5; Provérbios 5.18; Eclesiastes 9.9.)
Quando Deus formou o primeiro casal, dotou-o de estrutura físico-emocional e instinto sexual que o
capacitam para a reprodução e preservação da espécie humana. O propósito de Deus é que os filhos
procedam do casamento e não de outra maneira. A quebra dessa lei resulta em frutos amargos para a
família. Deus assim dotou o homem para propósitos específicos, puros e elevados. Portanto, a
sexualidade é parte natural e integrante do ser humano. No casamento, a sexualidade exerce papel
fundamental e indispensável para o bom relacionamento entre os cônjuges e, como já foi dito, para a
perpetuação do gênero humano, circunscrita ao plano de Deus para o matrimônio. Vamos refletir um
pouco nesta lição sobre esse importante assunto.

I. VISÃO BÍBLICA DO SEXO

1. O sexo foi feito por Deus. Deus fez o homem, incluindo o sexo e “viu que tudo era bom” (Gn 1.31). As
mãos que fizeram os olhos, o cérebro, também fizeram os órgãos sexuais. Aquele que criou a mente,
criou também o instinto sexual. No princípio, ao ser criado, o sexo era puro e sem pecado. Mas, com a
transgressão de Adão no Éden, todas as faculdades do homem foram afetadas pelo pecado, inclusive o
sexo.

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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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2. O homem participando da criação. Deus quis em sua soberania que o homem desse continuidade à
espécie, macho e fêmea, indicando a clara e inequívoca diferenciação entre os sexos (ver Gn 1.27).
3. A intimidade e interação sexual é privativa dos casados. A ordem de crescer e multiplicar não foi
dada a solteiros, mas a casados (Gn 1.27,28). Deus não quis que o homem vivesse só e lhe deu uma
esposa, já formada, preparada para a união conjugal. O ensino bíblico é que o homem deve desfrutar o
sexo com a esposa de modo normal, racional, sadio e amoroso não com a namorada ou noiva. Em
Cantares de Salomão, tem-se a exaltação do amor conjugal. Este, não ocorre entre solteiros (Ct 4.1-12;
Ef 5.22-25). Pesquisas indicam que 50% dos jovens evangélicos já praticaram sexo antes do casamento.
Isso é pecado grave contra o próprio corpo, contra o Criador, contra a Palavra de Deus, contra o
próximo, contra a Igreja e contra a família.

II. O SEXO E A VIVÊNCIA CRISTÃ

1. Sua natureza. Quando terminou de criar todas as coisas (incluindo o homem), “viu Deus tudo quanto
tinha feito, e eis que era muito bom e foi a tarde e a manhã: o dia sexto” (Gn 1.31). O sexo, como já
afirmamos, fez e faz parte da constituição físico-emocional do ser humano, desde a criação. Logo, não é
correto concebê-lo como algo imoral, feio, vulgar e pecaminoso. Deus não faria nada ruim. Ele planejou
e formou o homem, a “coroa da criação”, numa totalidade, incluindo o sexo. O que tem arruinado o
sexo e o tornado repulsivo por muitos é o seu uso ilícito, antibíblico, antinatural, anticristão, antissocial
e sub-humano. Demônios podem atuar no ser humano na área do sexo (Os 4.12; 5.4).
2. Suas finalidades. A união conjugal pautada nas Sagradas Escrituras propicia:
a) A procriação (Gn 1.27,28; Sl 139.13-16). A procriação é o ato criador do Eterno através do homem.
Ele dotou o homem de capacidade reprodutiva, instituiu o matrimônio e a família, visando a legitimação
desse maravilhoso e sublime processo que a mente dos mortais jamais poderá explicar. “Frutificai e
multiplicai-vos”, foi a ordem do Criador (Gn 1.27,28).
b) O ajustamento do casal. Em 1 Coríntios 7.1-7, vemos uma orientação bíblica muito importante do
apóstolo Paulo no que diz respeito à intimidade conjugal. O apóstolo, nesta passagem, considera os
seguintes princípios:
• Prevenção (v.2): “mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher e
cada uma tenha o seu próprio marido”. Com isso, evita-se o adultério e a prostituição.
• Mútuo dever (v.3): “O marido pague à mulher a devida benevolência e, da mesma sorte, a
mulher ao marido”. É o dever do amor conjugal, no que tange ao atendimento das necessidades
sexuais, a que tem direito cada cônjuge.
• Autoridade mútua (v.4): “A mulher não tem poder sobre seu próprio corpo, mas tem-no o
marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre seu próprio corpo, mas tem-
no a mulher”. Não se trata aqui, da autoridade por imposição, pela força, mas sim pelo amor
conjugal. Diga-se também que o marido não pode abusar da esposa, praticando atos ilícitos, carnais,
abusivos e sub-humanos, ou vice-versa.
• Abstinência consentida (v.5): Isto é importante no relacionamento do casal. Os cônjuges
podem abster-se, por algum tempo, da prática sexual, mediante o consentimento mútuo. Não pode
haver imposição de um sobre o outro. Caso decidam separar-se no leito conjugal, devem fazê-lo sob
as seguintes condições: que haja concordância entre ambos, e que haja sabedoria quanto ao tempo
determinado para dedicarem-se à oração e à disciplina da vontade (de ambos).
c) A satisfação amorosa do casal. Existem seitas ou religiões e, até evangélicos, que proíbem o prazer
do sexo alegando que a finalidade deste é somente a procriação. Isso não tem base na Bíblia. Vários
textos nos mostram que Deus reconhece o direito de o casal usufruir desse prazer. Em Provérbios 5.18-
23, o sábio recomenda aos cônjuges que desfrutem do sexo, sem referir-se, neste caso, ao ato
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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
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procriativo. Nesta passagem, porém, o homem é advertido quanto à “mulher estranha”, a adúltera; e é
incentivado a valorizar a união conjugal honesta e santa, exaltando a monogamia, a fidelidade (ver Ec
9.9; Ct 4.1-12; 7.1-9). No Antigo Testamento, a “lua de mel” durava um ano! (Dt 24.5).
3. Ante a lei divina. A vida sexual do casal, na ótica bíblica:
a) Deve ser exclusiva ou monogâmica. Deus condena de forma veemente a poligamia (Gn 2.24; Pv
5.17).
b) Deve ser alegre. O casal tem direito de usufruir do contentamento propiciado pela intimidade
matrimonial (Pv 5.18).
c) Deve ser santa (1 Pe 1.15 e 1 Ts 4.4-8). A santidade se aplica também ao nosso corpo, uma vez que o
Espírito Santo habita em nós (1 Co 6.19,20), razão pela qual toda e qualquer prática sexual ilícita
(aberrações, bestialidade etc.) não devem ser permitidas; além de pecaminosas, não contribuem para o
ajustamento espiritual do casal.
d) Deve ser natural (Ct 2.6; 8.3). As relações sexuais anal e oral são antinaturais e sub-humanas,
portanto, reprováveis. Os pecados do sexo são responsáveis por muitas doenças, inclusive as
denominadas “sexualmente transmissíveis (DST) que vêm ceifando milhões de vidas no mundo inteiro,
principalmente a AIDS”. Essas práticas sexuais reprováveis estão sujeitas a juízo (Hb 13.4).

III. O SEXO FORA DO CASAMENTO É PECADO


Sexo premarital é pecado e, igualmente o extramarital.
1. Fornicação. Prática do sexo entre solteiros ou entre casado e solteiro. O fornicário não entra no
céu (Ap 21.8; Gl 5.19 e 1 Co 6.18).
2. Adultério. Relação sexual de casados com pessoas que não são seus cônjuges (Mt 5.27; Mc 10.9 e
Rm 13.9). É grave e desastroso pecado (Pv 5.1-5).
3. Prostituição. Em sentido geral, envolve todas as práticas sexuais pecaminosas. Em sentido estrito,
é a intimidade sexual com prostitutas e a infidelidade conjugal. Deus a proíbe com veemência (Dt
23.17); é grave pecado (1 Co 6.16); é insanidade, loucura, estupidez e torpeza (Pv 7.4-10; 1 Co 6.15-
18).
4. Homossexualismo. É a prática sexual entre pessoas do mesmo sexo. Contrariando a opinião de
muitos, a Bíblia condena, pois é abominação ao Senhor (Lv 20.13; 18.22; Dt 23.17,18), perversão
sexual de Sodoma — sodomia (Gn 19.5). Deus destruiu cidades por causa disso (Dt 23.17). Não
entram no Reino de Deus os que praticam tais atos (1 Co 6.9,10).
5. A masturbação. Há ensinadores que não a consideram pecado de forma alguma. Outros, dizem
que é totalmente errado. Outros, ainda, dizem que, se não for por vício, mas por necessidade, torna-
se moralmente justificável. De qualquer forma, é pecado, por contrariar o plano de Deus, pois o sexo
não deve ser egoísta, mas partilhado com outra pessoa, no âmbito do casamento. A masturbação
está sempre associada a fantasias sexuais.
Observamos que os preceitos bíblicos que dão conta da sexualidade se identificam com o que Jesus
chamou de “caminho estreito”, o qual poucos se dispõem a palmilhar. No mundo hodierno, onde os
meios de comunicação em massa aprovam, promovem, incentivam e exaltam o erotismo,
sensualidade, a prostituição e o sexo fora do casamento, de modo irresponsável e pecaminoso é
necessário que o cristão tome posição firme e consciente. Ele deve orientar-se pelos princípios
morais e éticos, para a sexualidade, à luz da Palavra de Deus.

3. O CRISTÃO, OS VÍCIOS E OS JOGOS

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Com a lassidão dos costumes e o relaxamento constante dos padrões de conduta da sociedade
sem Deus, os jogos, os vícios e as diversões e práticas imorais estão sendo legalizados e considerados
como coisas normais e naturais.
Não existe argumento que justifique o envolvimento do crente com nenhuma espécie de vício.
O corpo do salvo é o templo do Espírito Santo. Se levarmos em conta que um abismo chama outro
abismo, podemos perfeitamente supor que, ao envolver-se em um tipo de vício, o homem estará
perigosamente abrindo uma brecha para que toda espécie de pecados ocupe espaço em sua vida e o
domine completamente contaminando assim o templo de Deus. A Bíblia diz: “Mas o justo viverá da
fé; e, se ele recuar, a minha alma não terá prazer nele” (Hb 10.38). A fé que move o cristão deve
estar depositada unicamente nas promessas divinas, nunca nas práticas perigosas, mundanas e
carnais que levam à ruína espiritual.
Os vícios, inclusive os morais, destroem vidas e famílias. Eles também prejudicam lares cristãos.
Na época em que vivemos, há uma onda de liberalismo que não vê pecado em quase nada, e
favorece práticas perigosas, que podem levar à destruição espiritual, disfarçadas de “coisas que não
têm nada a ver”. O verdadeiro cristão não se deixa levar por esta degeneração do mundo. O crente
precisa saber que tais coisas vêm do Príncipe deste mundo — o Diabo.

I. O ALCOOLISMO À LUZ DA BÍBLIA

1. Doença ou pecado? A Bíblia — O Livro do Senhor, vê o alcoolismo de modo diferente do


mundo. Nela, verificamos que o alcoolismo, a bebedeira e outros vícios, são vistos como atos
pecaminosos. Em Isaías 28.1, vemos a condenação de Efraim (Israel) pela soberba de seus
embriagados. No mesmo capítulo, vemos que “até o sacerdote e o profeta erram por causa da
bebida forte; são absorvidos do vinho” (Is 28.7). A primeira embriaguez foi experimentada por Noé
logo após o Dilúvio e causou um grande mal à sua família, resultando em maldição para seu filho
Canaã (Gn 9.21-25).
2. Condenação à bebedice. Diz a Palavra: “Ai dos que se levantam pela manhã e seguem a
bebedice! E se demoram até à noite, até que o vinho os esquenta! Harpas, e alaúdes, e tamboris e
pífaros, e vinho há nos seus banquetes; e não olham para a obra do SENHOR, nem consideram as
obras das suas mãos” (Is 5.11,12). Aí, vemos um tipo de festa, no Antigo Testamento, semelhante ao
que se passa nos jogos, nos bares, nos clubes, e shows mundanos, em que a bebida alcoólica é fator
indispensável para sua motivação.
3. O sofrimento dos viciados. O escritor de Provérbios anotou que os viciados são vítimas de
sofrimento, pesares, violência, queixas, adultério, prostituição, linguagem perversa, desequilíbrio
mental (“delirium tremens”), câimbras, vômito, derrame, hipertensão, que são apenas algumas das
danosas consequências do alcoolismo (Ler Pv 29.29,30,33-35).
4. O alcoolismo no Novo Testamento. Advertindo sobre sua vinda, Jesus proferiu uma parábola
sobre a vigilância, condenou o servo infiel, comedor, espancador, e beberrão dizendo que sua parte
seria com os infiéis (Lc 12.45,46). O apóstolo Paulo colocou no mesmo nível de condenação os
bêbados, os devassos, os idólatras, os homossexuais, e os ladrões, os quais não herdarão o reino de
Deus (1Co 6.9,10). Ver Rm 13.13; 1Pe 4.3-5.

II. POSICIONAMENTO CRISTÃO

1. Condenação ao vício. Segundo o ensino das Escrituras, o cristão não tem outra alternativa a
não ser reprovar de modo claro e direto o uso de bebidas alcoólicas. Grande parte dos acidentes de

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trânsito são provocados por motoristas alcoolizados; cerca de 80% das agressões têm na bebida sua
motivação; a ausência ao trabalho por causa do vício causa enormes prejuízos.
2. O vinho que Jesus bebeu. Jesus transformou água em vinho numa respeitável festa de
casamento (Jo 2.1-11). Há quem use esse texto para dizer que não há nada errado em se beber
vinho. Sim! Mas o vinho que Jesus faz! Do vinho embriagante para as demais bebidas alcoólicas pode
ser apenas um passo. É melhor não tomar o primeiro gole. Na Santa Ceia (Mt 26.29), Jesus não
tomou vinho embriagante. No texto original, Ele tomou “do fruto da vide” (do gr. guenematos tês
ampèlou), indicando tratar-se do suco fresco da uva. Se fosse vinho fermentado a palavra seria oinos.
Anotemos o que diz a Bíblia: “Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando
resplandece no copo e se escoa suavemente” (Pv 23.31ss).
3. Nenhuma concessão. O cristão não deve tomar vinho, cerveja, champanhe ou qualquer outra
bebida, considerada leve, tendo em vista os males físicos, sociais, morais e espirituais que envolve tal
prática. Lembremo-nos de que “o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e
alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17).

III. O CRISTÃO E O FUMO

1. O fumo é uma droga. No cigarro existem inúmeras substâncias prejudiciais ao organismo


humano. Metais tóxicos, como cádmio, manganês, cromo, zinco, ao lado do alcatrão e da nicotina
acabam matando os viciados.
2. Mata mais do que muitas guerras. A cada 10 minutos, morre um brasileiro de câncer no pulmão,
de enfisema pulmonar, ou de doença cardiovascular, por causa do fumo. A cada ano estima-se que
morrem mais de cem mil pessoas, no Brasil, por causa desse vício, que é um suicídio lento. Mais de
dois milhões e quinhentas mil pessoas morrem por ano, no mundo, vitimadas pela epidemia do
cigarro.
A Bíblia tem razão quando afirma: “Mas os homens maus e enganadores irão de mal a pior,
enganando e sendo enganados” (2Tm 3.13).

4. Posicionamento cristão. O vício é pecado, e fumar é um vício. Logo o fumante não tem como
escapar: está pecando. O fumo destrói o corpo, que é templo do Espírito Santo (1Co 3.17).
Graças a Deus, são inúmeros os casos de pessoas que aceitam a Cristo e ficam libertas do vício
do fumo. Na conversão do pecador, efetuada por Jesus, os vícios, como coisas da velha vida,
ficam para trás (cf. 2 Co 5.17).

IV. O CRISTÃO E AS DROGAS

1. Agentes do diabo. As drogas são agentes utilizados pelo Diabo para a destruição de vidas,
principalmente de adolescentes e jovens.
2. Motivos que levam às drogas. Além da ação demoníaca velada, concorre para isso a curiosidade,
imitação do grupo, aventura, mas, principalmente, o desajuste familiar. O melhor preventivo: o andar
com Deus, o amor cristão entre pais e filhos, o diálogo, o bom relacionamento, o Culto Doméstico desde
cedo como está escrito, “Instrui o menino no caminho em que deve andar e, até quando envelhecer,
não se desviará dele” (Pv 22.6).

V. O CRISTÃO E OS JOGOS DE AZAR

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1. A ilusão do jogo. A propaganda das loterias, dos bingos e outros meios da jogatina, ilude os incautos,
prometendo-lhes riqueza fácil. Contudo, nenhum desses jogos é de sorte, mas de azar. Milhares de
pessoas jogam, mas só uma ou poucas ganham “a bolada”. E o restante? Fica no azar. Perde dinheiro e
energias, esperando o ganho fantástico! Quanto mais pessoas jogam, menos chances cada uma tem de
ser sorteada.
2. O amor ao dinheiro. O jogador põe o coração no dinheiro. Torna-se escravo da ideia de ganhar de
qualquer maneira. Deus condena a avareza (1Tm 6.10). Em Provérbios 28.22, lemos: “Aquele que tem
um olho mau corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a pobreza” (Pv 28.22).
3. O desprezo ao trabalho. Se o crente resolve jogar pensando em deixar de trabalhar, isso não é
correto. Em Efésios 4.8, lemos: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as
mãos o que é bom para que tenha o que repartir com quem tiver necessidade” (Ef 4.28).
4. O problema do vício. O vício do jogo leva a pessoa a uma compulsão, que a obriga a jogar cada vez
mais, na esperança de superar as perdas. O indivíduo torna-se um escravo do jogo. Começa com
dinheiro, depois entrega a roupa, os sapatos, o relógio, os bens, e por fim, a honra, a dignidade.
5. A ilusão da contribuição social. O argumento de que parte do dinheiro vai para as obras sociais não
justifica a jogatina. O correto seria o governo proporcionar oportunidade de emprego honesto, e não de
incentivo ao jogo. Muita gente, principalmente das classes mais humildes, é explorada pela jogatina.
Os jogos de azar, oficializados ou não, são instrumentos prejudiciais à vida moral e social, pois
levam as pessoas a confiarem na sorte, em lugar de se dedicarem com mais afinco ao trabalho honesto.
Os vícios são meios destrutivos que o Diabo usa para ceifar vidas preciosas, principalmente entre os
jovens, e empobrecer as famílias. Que Deus guarde a Igreja, e de modo especial a juventude para que
não enverede pelos tortuosos caminhos dos jogos e dos vícios. Até o futebol de clubes e campos, que no
passado era primeiro esporte e depois jogo, hoje é apenas jogo e não mais esporte como arte. Além de
jogo, o futebol é, hoje, também campo de batalha entre torcidas fanáticas e a força policial.

“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o
dever de todo homem”(Ec 12.13).

O cristão, como sal da terra e luz do mundo, não só deve ser diferente, mas seu
comportamento como cristão deve ser um referencial para a sociedade. Nesta era pós-moderna
devemos como cristãos manter o nosso alvo sem perdermos o foco, refletindo Cristo Jesus
através de nossas condutas e ações. A ética como ciência secular é a disposição ou vontade de se
seguir bons costumes ou hábitos. Ética cristã é para nós, crentes e servos em Jesus, o certo e o
errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”. Somente a Palavra
de Deus é a maior e melhor referencial ético do mundo. Assim podemos afirmar que a ética
cristã deve ser fundamentada no conhecimento de Deus como revelado na Bíblia.

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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)
FATEG – FACULDADE TEOLÓGICA GUARAPARI

BIBLIOGRAFIA:
─ LIMA, Elinaldo R. Ética Cristã: confrontando as questões morais de nosso tempo. Rio de
Janeiro: CPAD.
─ GEISLER, Norman L. Ética Cristã. São Paulo: Vida Nova, 1988.
─ GRENZ, Stanley. A Busca da Moral. São Paulo: Vida 2006.
─ GUNDRY, Stanley, Editor. Deus mandou matar? 4 Pontos de vista sobre o genocídio cananeu.
São Paulo: Vida, 2006.
─ HARE, John. Por que ser bom? São Paulo: Vida, 1988.
─ KESSLER, Nemuel. Ética pastoral. Rio de Janeiro: CPAD.
PROFESSOR: EZEQUIAS FERREIRA DO NASCIMENTO
 Bacharel em Teologia – Graduado Pela Faculdade Unida de Vitoria (MEC-Ministério da Educação
e Cultura).
 Pós-Graduado STRICTO SENSU Mestre em Bíblia e Teologia.
 Médio em Teologia pela EETAD e Instituto Teológico Daniel Berg (Vila velha).
 Pós-Graduado LATO SENSU Especialista em Educação com Habilitação em Educação dos Direitos
Humanos (Faculdade de Pedagogia Afonso Cláudio-CESAP).
 Pós-Graduado LATO SENSU em Psicologia Pastoral.
 Formação em Missiologia - Escola de Missões das Assembleias de Deus no Brasil.
 Curso em Gestão Pedagógica (ESESP)
 Cursando complementação Pedagógica em Filosofia.
 Diretor Teológico no Núcleo do CETADEB/PIÚMA-ES.
 Professor em varias matérias nos cursos de Teologia Básico, Médio e Avançado (EETAD, ESUTES,
CETADEB E FATEG).
 Pastor Presidente na Assembleia de Deus – PIÚMA-ES.
 Pastor/Fundador do Ministério “Vida Abundante”, em PIÚMA-ES.
 Ministro Evangélico ordenado e credenciado pela CADEESO/CGADB.
 Vogal na SEMINE - Secretaria de Missões Nacional e Estrangeira/CADEESO-ES.
 Capelão Evangélico e Juiz de Paz.
 Militar Estadual PMES - Policial Instrutor do PROERD (Séries iniciais, 5º, 7º Anos do Ensino
Fundamental e médio e Proerd para Pais).
 Palestrante nas áreas de prevenção e orientação contra as Drogas e a violência na família.
 Membro da comissão de monitoramento dos Direitos Humanos (10ª Cia Ind.)na Diretoria
Direitos Humanos e Policia Comunitária da PMES.

Email: ezequiashebert@yahoo.com.br – (28) 99985 6262


Page / Facebook: Rosy e Ezequias Ferreira/AD VIDA ABUNDANTE-
PIÚMA-ES.

“Simplesmente servo, servindo O Rei dos reis, Jesus, O Cristo, e contribuindo para o
crescimento do Reino de Deus na terra.”

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“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pe 3. 18)

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