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Mobiliários Urbanos

MOBILIÁRIOS
URBANOS
CAROLINA ARAÚJO | FABIANA FONTANA

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Mobiliários Urbanos

O espaço está para a


arquitetura concebida como arte,
como a literatura está para a poesia;
constitui sua prosa e lhe dá caracterização [...]
no espaço coincidem vida e cultura,
interesses espirituais e responsabilidades sociais.
Porque o espaço não é só cavidade vazia,
“negação de solidez“:
É vivo e positivo.
Não é apenas um fato visual:
é, em todos os sentidos, e,
sobretudo num sentido humano e integrado,
uma realidade vivida.

(Bruno Zevi 1996, p. 217)

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Mobiliários Urbanos

Introdução

Seja bem-vindo ao Ebook Fundamentos de Projetos Urbanos.

O presente estudo procura discutir a organização e a articulação de


espaços públicos em relação ao contexto imediato, bem como a
importância da abordagem da percepção ambiental, tendo como
elemento principal os equipamentos urbanos, instrumentos de integração,
de forma a intensificar ou renovar o espaço urbano e contribuir para sua
segregação.

Ao considerar que a qualidade do projeto e do desempenho dos espaços


públicos dependem do atendimento das necessidades dos usuários, torna-
se importante estudar como os usuários percebem os elementos de
configuração dos espaços, bem como os mobiliários urbanos.

No cenário urbano atual, caracterizado por adensamento, verticalização e


pela busca de soluções para as cidades contemporâneas, seja por meio da
intensificação das áreas periféricas ou revitalização das áreas urbanas,
percebe-se a necessidade do compromisso com a cidade, suficiente para
colocar muitos aspectos, tais como circulação, atividades e equipamentos,
como metas prioritárias do equilíbrio urbano.

Aproveite ao máximo este conteúdo, pois cada informação é fundamental


para um melhor aprendizado, não se esqueça: “O conhecimento nunca
ocupa espaço” você nunca perde tempo quando está estudando.

Boa leitura!

Carolina Araújo e Fabiana Fontana, 2018.

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Mobiliários Urbanos

SUMÁRIO

Introdução ............................................................................................................ 03

CAPÍTULO 1 - ELEMENTOS DE CONFORMAÇÃO URBANA................................. 07

1.1 Equipamentos Urbanos e a Comunidade................................................... 07

1.2 Elementos de Conformação Urbana – Leitura do Espaço Urbano.......... 10

1.2.1 Áreas com Poucos Equipamentos ........................................................... 11

1.2.2 Áreas com Pouca Arborização................................................................. 11

1.2.3 Áreas de Grande Concentração de Pessoas ........................................ 11

1.2.4 Áreas de Estar ao Ar Livre........................................................................... 12

1.2.5 Cheios e Vazios Urbanos ........................................................................... 13

1.2.6 Polos Geradores de Tráfego ..................................................................... 14

1.2.7 Waterfronts (margens de águas) .............................................................. 14

1.2.8 Áreas com Vistas Privilegiadas ................................................................. 15

1.3 Elementos de Conformação Urbana – Parques......................................... 16

1.4 Elementos de Conformação Urbana - Praças ........................................... 18

1.5 Elementos de Conformação Urbana – Parklets.......................................... 19

1.6 Elementos de Conformação Urbana - Pocket Park................................... 20

CAPÍTULO 2 - MOBILIÁRIOS URBANOS................................................................ 23

2.1 Conceito de Mobiliário Urbano.................................................................... 23

2.2 Classificação do Mobiliário Urbano............................................................. 26

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2.2.1 Classificação do Mobiliário Urbano - Tipos Existentes e


Funcionalidade.................................................................................................... 28

Banco Urbano........................................................................................................ 31

Floreiras.................................................................................................................. 32

Iluminação Pública............................................................................................... 33

Lixeiras Urbanas.................................................................................................... 34

Pontos de Ônibus.................................................................................................. 35

Quiosques Urbanos............................................................................................... 36

Apoio Bicicleta...................................................................................................... 37

Quiosques Urbanos............................................................................................... 38

2.3 Estudos Sobre Mobiliário Urbano ................................................................. 39

2.4 Mobiliário Urbano e sua Relação com a Qualidade da Paisagem........ 43

2.5 Mobiliário Urbano, aspectos de ordem e de Complexidade da


Paisagem............................................................................................................... 44
2.5.1 Paisagem Urbana........................................................................................ 47
2.5.2 Ambiente Urbano ....................................................................................... 48
2.5.3 Poluição Visual............................................................................................ 49
2.5.4 Proporção, Ordem, Simetria e Ritmo........................................................ 51
3 Conclusão.......................................................................................................... 54

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CAPÍTULO 1

ELEMENTOS DE
CONFORMAÇÃO URBANA

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CAPÍTULO 1- ELEMENTOS DE CONFORMAÇÃO URBANA

1.1 Equipamentos Urbanos e a Comunidade

Atualmente existe certa carência na implantação e manutenção de


equipamentos urbanos. Segundo FERRARI (1977), chama-se de
equipamentos urbanos as obras e serviços, sejam públicos ou de utilidade
pública, que permitam a plena realização da vida de uma população.

A Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) em seu


documento NBR 9284, cujo título é equipamento urbano, descreve os
equipamentos em: todos os bens públicos ou privados, de utilidade pública,
destinados à prestação de serviços necessários ao funcionamento da
cidade, implantados mediante autorização do poder público, em espaços
públicos e privados. A figura 1, demonstra a conformação de um espaço
público, a Praça Catanduva, SP.

Figura 1: Praça Catanduva, SP, Brasil


Fonte: ArchDaily Brasil.

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A conformação do espaço urbano, implica em um conjunto de


elementos, sendo eles: equipamentos urbanos, fatores físicos ambientais e a
população. Os elementos de conformação urbana devem refletir na
população, garantindo a todos o direito à cidadania.

A introdução do equipamento urbano tende a valorizar o espaço


como um todo, o planejamento deve ser vinculado e inserido em meio a
situações diversificadas, induzindo diferentes usos em horários diversificados.
ROMANINI (2012), cita a importância da qualidade espacial urbana como
um todo; as áreas comunitárias de uso comum do povo proporcionam
qualidade de vida não só à população local, mas sobretudo à comunidade
carente, que têm suas necessidades básicas supridas através dos
equipamentos comunitários localizados próximos as suas residências.

Os equipamentos urbanos, quando inseridos adequadamente,


servem como forma de valorização do usuário e do espaço urbano. A
compreensão adequada de planejamento urbano, serve como alavanca
a diferentes fatores sociais, como: maior apropriação do espaço público,
ênfase a atividades comunitárias e menor índice a vandalismo e malfeitores.
Para COUTO (1981), os equipamentos comunitários desempenham
importante função para o equilíbrio social, político, cultural e psicológico de
uma população, pois funcionam como fator de escape das tensões
geradas pela vida contemporânea em comunidade. A imagem 2,
apresenta Praça Heifei, Anhui, localizada na China, o local tronou-se um
ponto de encontro familiar, contribuindo para vivacidade do espaço.

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Figura 2: Praça Heifei, Anhui, China


Fonte: ArchDaily Brasil.

O crescimento dos espaços públicos com equipamentos comunitários


deve respeitar o crescimento populacional de cada cidade, comunidade
ou bairro; garantindo a todos a disponibilidade às práticas sociais e
comunitárias, com equipamentos urbanos adequados. Os equipamentos
urbanos e a comunidade devem estar aliados a fim de integrar e estimular
as vivências cívica, comunitária e comercial.

1.2 Elementos de Conformação Urbana – Leitura do Espaço Urbano

O primeiro passo para elaborar um projeto urbano que atenda às


necessidades locais é, diagnosticar os problemas e as carências de espaços
públicos presentes nas cidades, identificar potencialidades, escolher a
melhor localização e o programa ideal levando em conta os fatores
históricos, culturais e sociais de cada região.

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As diretrizes apresentadas a seguir pretendem orientar o olhar para o


espaço urbano, direcionando-o para o desenvolvimento de projetos de
espaços públicos que atendam às demandas funcionais, estéticas de cada
região.

Mapear os pontos de interesse é o primeiro passo para uma litura


ampla, identificando as deficiências e as potencialidades do espaço a ser
projetado. O mapeamento identifica a irrigação de áreas verdes,
equipamentos públicos, comércio e serviços, e o quanto cada porção do
território demanda ou não o investimento em novos espaços públicos ou
requalificação de espaços existentes. A imagem 3, apresenta a Rua
Gonçalo de Carvalho, Porto Alegre/ RS, considerada uma das vias mais
bonitas do mundo devido a arborização abundante.

Figura 3: Rua Gonçalo de Carvalho, Porto Alegre/ RS


Fonte: ArchDaily Brasil

Após identificar as deficiências e as potencialidades, é necessário


identificar os impactos que essas situações representam para espaço
urbano como um todo. Através dessa análise é possível compreender os

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reflexos tanto positivo quanto negativo, representado pelos espaços


urbanos, ainda será possível ter a percepção de áreas de maior incidência
de problemas gerados pela ausência de urbanização.

1.2.1 Áreas com Poucos Equipamentos

As áreas que apresentam carência de equipamentos públicos


tendem a desenvolver maiores problemas sociais. O mapeamento contribui
para identificação dessas áreas, respeitando os condicionantes legais,
culturais e sociais, e ainda priorizando os pontos a serem requalificados, e os
com melhor localização e acesso, a fim de atender o maior número de
usuários possível.

1.2.2 Áreas com Pouca Arborização

As áreas verdes e espaços públicos são fundamentais para qualidade


de vida dos habitantes de uma cidade. A implantação das áreas verdes
pode ocorrer de diferentes formas, implantação de parques e praças,
utilizando canteiros e rótulas, utilização de vazios urbanos, e o usos de
pequenos espaços como, jardins, parklets, floreiras, tendem a contribuir para
a qualidade espacial.

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1.2.3 Áreas de Grande Concentração de Pessoas

Atribuir espaços públicos e equipamentos urbanos, demanda


usuários, locais onde não existe a circulação de pessoas tendem a causar
insegurança e afastam os pedestres. As áreas centrais tendem a ser polos
geradores de trafego, tanto de pedestres, como de veículos motirzados e
não motorizados. Dentro do mapeamento essas áreas são consideradas
ideias para intalação de equipamentos urbanos e espaços públicos,
valorizando e insentivando ações comerciais locais.

1.2.4 Áreas de Estar ao Ar Livre

A grande concentração de pessoas em uma determinada área da


cidade, é um indicador de que o espaço enquanto cidade necessita de
mobiliário urbano, distribuido ao longo dos percursos de maior circulação de
pessoas, como se estes mobiliários fossem uma surpresa ao dobrar a esquina.
Projetar um espaço público qualificado em área onde já existe demanda
de estar e convívio entre cidadãos significa melhorar a qualidade de vida
para usos já consolidados.

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Figura 4: Parked Bench, Londres, EUA


Fonte: Pinterest

A imagem 4 demosntra um espaço de estar, em meio a ciculação dos


pedestres e veículos, o ambinete torna-se um atrativo entre a calçada e a
via.

1.2.5 Cheios e Vazios Urbanos

Os cheios e vazios constituem-se na disponibilidade de área livre, as


relações entre público e privado, a morfologia urbana, a tipologia do
sistema viário do espaço que constitui a cidade.

A aplicação do conceito de cheios e vazios urbanos esta ligada a


caracterização de áreas urbanas em constante formação do espaço. Essa
analise consiste em um estudo de possibilidades intervenções e utilização
desses espaços para o desenvolvimento dos centros urbanos ou melhorias
priorizando os ocupantes.

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Os espaços vazios são espaços não construídos, livres de edificações


dentro do perímetro urbano, em alguns casos os parques podem ser
considerados vazios urbanos, o afastamento das edificações, além de
construções abandonadas. Os vazios urbanos podem ser incorporados a
cidade por meio da apropriação e requalificação dessas áreas.

1.2.6 Polos Geradores de Tráfego

Os chamados polos geradores de tráfego são locais em geral


edificações, ou indústrias responsáveis por movimentar diferentes tipos de
fluxos de veículos, ou de pessoas em diferentes horas do dia. Em geral os
polos geradores de tráfego são locais onde existe carência de espaços
públicos. A inserção de espaços públicos e equipamentos urbanos em áreas
de polos geradores de tráfego requerem sinalização, garantindo a
segurança dos usuários, assim como usar elementos que reduzam os ruídos
e a poluição. Praças, parques e áreas de estar e convívio localizadas junto
de vias de alto tráfego necessitam de arborização e de elementos de
segurança para as atividades instaladas. São áreas que merecem ser
requalificadas à medida que minimizam os impactos negativo como; a
poluição sonora, atmosférica e visual, e garantam a qualidade dos espaços
envoltórios.

1.2.7 Waterfronts (margens de águas)

As área chamadas de waterfronts, áreas que margeiam rios, córregos,


oceanos e represas, apresentam altíssimo potencial para a criação de

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espaços públicos e implantação de equiapamentos urbanos. Essas áreas


são muitas vezes áreas acessiveis, identificadas como vázio urbano, ou
ainda podem ser encontradas abandonadas devido as legislações
ambientais

Figura 5: Parque às Margens do Rio Aiyi , China.


Fonte: ArchDaily Brasil

A construção do Píer Parque às Margens do Rio Aiyi, na China foi uma


saída que os projetistas encontraram, para amenizar os problemas
ambientais que a cidade enfrentava, o equipamento contribui de forma
significativa, para a consciência ambiental da população, (Figura 5)

1.2.8 Áreas com Vistas Privilegiadas

As áreas com vistas privilegiadas devem ser identificadas atravéz do


mapeamento, tirando proveito da localização e possibilitando usos

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democrático do espaço. O percurso até essa área deve ser prazeroso


equipado com mobiliário urbano, oferecendo qaulidade espacial.

Figura 6: Mirante Las Cruces, Las Cruces, Jal. México.


Fonte: ArchDaily Brasil

O Mirante Las Cruces, Las Cruces, foi construído para fazer parte de
uma rota religiosa visitada todos os anos por diferentes pessoas de diferentes
idades. O monumento contempla duas coisas: a vista panorâmica do vale,
resultante da localização no ponto mais alto da trilha, e as cruzes (Figura 6).

1.3 Elementos de Conformação Urbana – Parques

A inserção de espaços destinados as áreas verdes contribuem para a


qualidade de vida dos usuários e o equilíbrio ambiental nas cidades, tais
espaços, podemos citar como por exemplo: áreas de preservação
permanente, canteiros, jardins, parklets, pocket parks, praças, parques,
florestas, entre outros.

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Os parques são considerados um conjunto de áreas que podem


apresentar cobertura vegetal, arbórea, arbustiva ou rasteira, pisos e o uso
de mobiliário urbano. São equipamentos públicos, que correspondem a
áreas verdes, com funções ecológicas, estética e de lazer, no entanto, com
uma extensão maior que as praças e jardins públicos, (Figura 7).

Figura 7: Jardim Botânico Culiacán Rosales, México


Fonte: ArchDaily Brasil.

As áreas verdes de domínio público correspondem "o espaço de


domínio público que desempenha função ecológica, paisagística e
recreativa, propicia a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental
da cidade, sendo dotada de vegetação e espaços livres de
impermeabilização".

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1.4 Elementos de Conformação Urbana - Praças

As praças podem ser definidas como espaços livres destinados a


convivência, recreação ou lazer para os usuários. A conformação desses
espaços apresenta semelhanças aos parques urbanos, compartilhando da
mesma linguagem, podendo ter ou não cobertura vegetal e equipamentos
urbanos, sendo diferenciado a extensão territorial ocupada.

Geralmente esses equipamentos são inseridos em paralelo a vias,


onde há grande fluxo de pessoas e dispõem de diferentes áreas,
contribuindo para a permanência dos usuários, (figura 8).

Figura 8: Praça, Copenhague, Dinamarca


Fonte: ArchDaily Brasil.

As praças, assim como os parques, apresentam diversos pontos


positivos se tratando de convívio social e qualidade de vida urbana. De
acordo com SANTOS (1997), as praças apresentam relações afetivas com os
usuários, incentivando a vivacidade urbana.

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1.5 Elementos de Conformação Urbana – Parklets

Os parklets sugiram nos Estados Unidos em São Francisco, em 2005,


como parte do evento Park(ing) Day, abrigando uma vaga de
estacionamento, a ideia era trazer um miniparque temporário, possível a ser
transportado para diferentes lugares da cidade. Os idealizadores da
proposta visavam a integração dos usuários com os pequenos espaços
projetados, defendendo o tema - cidade para as pessoas.

Figura 9: Exposição de Parklets, Chicago, Nova Iorque e São Francisco


Fonte: ArchDaily Brasil.

A instalação desses equipamentos promove a valorização do espaço


público urbano, contribuindo para as relações sociais e o convívio ao ar livre,
além disso, podem ser grandes aliados ao comércio, compreendido como
uma pequena extensão comercial. Os Parklets podem ser equipados com
bancos, floreiras, mesas, cadeiras, pergolados, omblelones, aparelhos de
exercícios físicos, pontos de bike ou outros elementos de mobiliário urbano,

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com função de recreação ou de manifestações artísticas, com finalidade


ocupar uma ou duas vagas de estacionamento, (Figura 9).

De acordo com BARATTO (2016), esses equipamentos incentivam a


vida ao ar livre, os parklets promovem o uso democrático e participativo da
comunidade, contribuindo para o bem-estar social.

1.6 Elementos de Conformação Urbana - Pocket Park

Segundo PEREIRA (2017), o primeiro pocket park, surgiu em Nova


Iorque em 1967, e tinha uma área de 13 m². Onde anteriormente se
localizava uma discoteca, passou a ter lugar o Paley Park.

Figura 10: Pocket Park, Merchant Square, London


Fonte: Merchant Square

O conceito dos pocket parks, embora seja pouco difundido no Brasil,


é um conceito antigo que vem tomando espaço no contexto urbano.

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Pocket Park significa literalmente “parque de bolso”, ou seja, um parque


pequeno, considerado um refúgio a vida urbana. A conformação espacial
desses equipamentos pode ter características de pequenas praças ou
jardins, com ou sem vegetação, que permitam o descanso dos habitantes
ao longo do dia, (Figuras 10 e 11).

Figura 11: Pocket Parks, New York


Fonte: Paisagens Urbanas

Os pocket parks surgiram com a ideia de trazer uma sala de estar ao


ar livre, pública, acessível, como um oásis em meio aos ruídos gerados pala
cidade. A inserção urbana desses equipamentos geralmente ocupa
terrenos livres, nobres, valorizados do ponto de vista econômico, com
localizações privilegiadas. A ideia é o uso democrático sem distinção
econômica ou social.

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CAPÍTULO 2

MOBILIÁRIOS URBANOS

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CAPÍTULO 2 - MOBILIÁRIOS URBANOS

2.1 Conceito de Mobiliário Urbano

O mobiliário urbano assim como a arquitetura em geral surgiu para


suprir, as necessidades da humanidade, de conforto, funcionalidade e
estética. O termo mobiliário urbano pode ser compreendi por diferentes
definições, a palavra mobília, no dicionário, aparece como sendo um
“conjunto de peças com funções específicas, que ocupa um determinado
espaço, com objetivo de atender determinadas necessidades dos usuários,
podendo servir também como adorno”, e o termo urbano, se refere ao que
é” pertencente à cidade”.

A definição do termo mobiliário urbano descrita por diferentes autores


apresenta-se de forma similar ou complementar. O conceito que sintetiza
diversas ideias, dos principais autores do tema, define mobiliário urbano
como “conjunto de elementos, equipamentos instalados no espaço público
urbano, que garantem aos usuários flexibilidade, funcionalidade e estética”.
Dentro desse contexto é possível analisar a definição da legislação brasileira,
por meio da Lei 10.098/2000 e a ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas).

A legislação nacional através da Lei 10.098/2000, identifica mobiliário


urbano como “conjunto de objetos presentes nas vias e espaços públicos,
superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização ou da
edificação” (BRASIL, 2000). De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas) mobiliário urbano pode ser definido como; “todos os
objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem

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urbana, de natureza utilitária ou não, implantados mediante autorização do


poder público em espaços públicos e privados” (ABNT, 1986, p.1).

A ABNT, contextualiza de forma ampla as diferentes escalas ocupadas


pelo mobiliário urbano, identificando estes como suporte ou complemento
as edificações e espaços que formam o tecido urbano. São exemplos de
mobiliário urbano, de acordo com essa norma, abrigos de ônibus, acessos
ao metrô, esculturas, painéis, playgrounds, cabines telefônicas, postes e
fiação de luz, lixeiras, quiosques, relógios e bancos, entre outros.

Para KOHLSDORF (1996), o mobiliário urbano é considerado um dos


elementos integrantes do espaço urbano, destacando que esses elementos
possuem “características de maior mobilidade e menor escala” e muitas
vezes são “os principais responsáveis pela imagem dos lugares”
(KOHLSDORF, 1996, p.160-161).

GUEDES (2005) faz uso da expressão “equipamento urbano”, como


uma forma abrangente da linguagem, aplicando o conceito também a
objetos de porte maiores, destinado ao uso no meio urbano. Na concepção
desse autor, o mobiliário urbano está contido na categoria de
equipamentos urbanos.

CREUS (1996), trata da expressão “mobiliário urbano” como


inadequada, segundo o autor o termo mobiliário compreende a ideia de
decoração. O autor sugere o uso do termo “elemento urbano”, entendo
que as funções desses objetos estão além de decorar as cidades,
designando caráter utilitário, onde o objeto se integra a paisagem urbana.

MONTENEGRO (2005) define mobiliário urbano como objetos


destinados à comodidade e ao conforto dos usuários e, em especial, dos
pedestres. O autor afirma que o mobiliário urbano “compõe o ambiente no
qual está inserido e faz parte do desenho urbano das cidades, interagindo

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com seus usuários e com o contexto sociocultural e ambiental


(MONTENEGRO, 2005, p.29) ”. Ainda, pode-se ressaltar que o termo
mobiliário, mesmo tratando-se de elementos incluídos nos espaços internos
das edificações, não possui apenas um caráter decorativo, mas sim utilitário.

Para FREITAS (2008) os elementos urbanos, ou mobiliário urbano, são


objetos destinados a equipar a cidade e têm alusão ao mobiliário
doméstico. O autor enfatiza que “o mobiliário urbano contribui para a
estética e para a funcionalidade dos espaços, da mesma forma que
promove a segurança e o conforto dos usuários (FREITAS, 2008, p.153) ”.

O presente trabalho adota o termo “mobiliário urbano”, a fim de


compreender objetos de diferentes escalas, componentes da paisagem
urbana, implantados no espaço público com a finalidade de auxiliar na
prestação de serviços, na segurança, na orientação e no conforto dos
usuários cumprindo funções estéticas e utilitárias. Em tais objetos
enquadram-se, por exemplo, semáforos, paradas de ônibus, postes de
sinalização e de iluminação, cabines telefônicas, lixeiras e bancos.

A implantação do mobiliário urbano em um espaço público tem


como função a melhoria do conforto das pessoas, mas também marca a
identidade dos espaços. O desenho e a implantação dos diversos elementos
não devem atuar como barreira para as áreas de circulação, devem
apresentar facilidade de manutenção e execução, bem como garantir o
conforto e a adequação bioclimática, dando-se preferência para materiais
resistentes e com inércia térmica, assim como materiais locais, contribuindo
para identidade do espaço como um todo.

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2.2 Classificação do Mobiliário Urbano

Para facilitar a leitura e compreensão o mobiliário urbano é


classificado de acordo com o uso, função ou por escala. Dessa forma a
ABNT (1986), MOURTHÉ (1998) e FREITAS (2008) determinam a classificação
do mobiliário urbano de acordo com a funcionalidade de cada elemento.
Por outro lado, KOHLSDORF (1996), enquadra o mobiliário urbano como
elemento complementar, a paisagem urbana classificando de acordo com
a escala, além da função que os elementos desempenham. KOHLSDORF
(1996), divide em diferentes grupos os mobiliários urbanos: sinalização
(placas de trânsito e de logradouros) e elementos de propaganda;
pequenas construções, contendo bancas de revista, abrigos de transporte
coletivo, coretos; e mobiliário urbano, incluindo bancos, lixeiras, caixas de
correio, postes, luminárias, pequenos muros ou cercas, obstáculos de
trânsito, hidrantes, fontes e monumentos de pequeno porte.

GUEDES (2005), identifica uma classificação onde são observados


critérios formal e de escala, destacando o porte visual dos equipamentos. A
classificação de GUEDES (2005) é dividida em três partes: elementos de
pequeno porte, com dimensões inferiores a 1 m³ elementos de médio porte,
cuja dimensão é mais de 1 m de altura e com boa permeabilidade visual;
elementos de grande porte, cuja altura é maior de 2 m e cuja área é superior
a 2 m², além de possuírem baixos índices de permeabilidade visual.

A Tabela 1 apresenta um breve resumo, de acordo com os critérios de


classificação dos autores acima mencionados:

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Autores Critérios Classificações do mobiliário urbano


utilizados
ABNT (1986) Função Circulação e transporte, cultura e religião,
esporte e lazer, infraestrutura, segurança
pública e proteção, abrigo, comércio,
informação e comunicação visual,
ornamentação da paisagem e ambientação
urbana;
MOURTHÉ (1998) Função Elementos decorativos, mobiliário de serviço,
mobiliário de lazer, mobiliário de
comercialização, mobiliário de sinalização,
mobiliário de publicidade;
FREITAS (2008) Função Descanso e lazer, jogos, barreiras, abrigos,
comunicação, limpeza, infraestrutura e
paisagismo;
KOHLSDORF (1996) Função e Elementos de informação apostos, pequenas
escala construções, mobiliário urbano;
GUEDES (2005) Forma e Elementos de pequeno porte, elementos de
escala médio porte, elementos de grande porte;

Tabela 1. Autores, critérios e classificações do mobiliário urbano.

Para contribuir de forma ativa ao entendimento dos conceitos


abordados pelos autores, a classificação pode ser sintetizada em:
classificação de acordo com a funcionalidade do equipamento público
afim de facilitar o entendimento da utilização desses componentes,
classificação segundo critérios formais e de escala, importante durante a
análise do conjunto do mobiliário urbano em relação à paisagem, uma vez
que determinados objetos interferem mais do que outros pelas dimensões
que possuem, a divisão dos elementos urbanos em categorias permite

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compreender a especificidade de cada objeto de acordo com sua função


e escala.

2.2.1 Classificação do Mobiliário Urbano - Tipos Existentes e Funcionalidade

A definição de mobiliário urbano compreende a um conjunto de


elementos inseridos no meio urbano, a fim de atender diferentes
necessidades dos usuários como, funcionalidade e estética.

A ABNT classifica tanto o mobiliário urbano (NBR 9283) como os


equipamentos urbanos (NBR 9284) por categorias e subcategorias, segundo
função predominante. Este procedimento, que também foi adotado por
MOURTHÉ (1998) e por SERRA (1996), é seguido neste trabalho, permitindo a
seguinte identificação:

Tipo decorativo: são as floreiras, chafarizes e esculturas.

Tipo informativo: são os elementos de sinalização, totens, relógios públicos.

Tipo para lazer: são os bancos e brinquedos infantis localizados em parques


e praças.

Tipo comercial: são as bancas de jornal e bancas de flores.

Tipo público: são as lixeiras, telefones, postos policiais, pontos de ônibus e


pontos de táxi:

A imagem, 12, apresenta a reurbanização da orla do lago Paprocany,


localizado na Polônia, onde é possível observar a presença da categoria
lazer descrita acima.

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Figura 12: Reurbanização da orla do lago Paprocany, Tychy, Polônia.


Fonte: ArchDaily Brasil

A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, na norma NBR


92834 de março de 1986, em sua classificação, relaciona as mobílias em
categorias e subcategorias da seguinte forma:

Circulação e Transporte: Abrigo para ponto de ônibus, acesso ao metrô,


acostamento para paradas em geral, bicicletário, calçada, elemento
condicionador de tráfego (quebra mola, canteiro central, outros), espelho
parabólico, parquímetro, passagem subterrânea, passarela, pavimentação,
pequeno ancoradouro (trapiche, cais, píer), rampa, escadaria, semáforo,
sinalização horizontal.

Cultura e Religião: Arquibancada e palanque, coreto, cruzeiro, escultura,


estatuária, estação de via sacra, marco, mastro, monumento, mural,
obelisco, oratório, painel, pira, plataforma, palco, placa comemorativa.

Esporte e Lazer: Aparelho de televisão coletivo, brinquedo, churrasqueira,


mesa, assentos, parque de diversão, playground, quadras de esporte.

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Infraestrutura: Sistema de comunicações: Caixa de correio, cabine


telefônica, orelhão, entrada de galeria telefônica, tampão, posteamento,
fiação, torre, antena.

 Sistema de energia: Entrada de galeria de gás, tampão, entrada de


galeria de luz e força, tampão, posteamento, fiação, torre,
respiradouro.
 Sistema de Iluminação pública: Luminária, poste de luz, fiação.
 Sistema de saneamento: Bebedouro, bica, chafariz, fonte, tanque,
entrada de galeria de águas, tampão, grade, tampa, outras
vedações, lixeira, respiradouro, sanitário público.
 Sistema de iluminação pública; Sistema de saneamento.).

Segurança pública e Proteção: Balaustrada, cabine (policial e vigia),


defensa, frade, grade, gradil, guarita, hidrante, muro, mureta, cerca, posto
salva-vidas.

Abrigo: Abrigo, refúgio, caramanchão, pavilhão, pérgula, quiosque.

Comércio: Banca, barraca, carrocinha, trailer.

Informação e comunicação visual: Posto, cabine, anúncios (cartaz, letreiro,


painel, placa, faixa), relógio, relógio-termômetro eletrônico, sinalização
(placa de logradouro e de informação).

Ornamentação da paisagem e ambientação urbana: Arborização, bancos,


assentos, calçadão, canteiro, chafariz, fonte, escultura, estátua, espelho
d’água, jardineira, vaso, mirante, obelisco, queda d’água.

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Banco Urbano:

Figura 13: Banco Urbano


Fonte: Archiproducts

Figura 14: Banco Urbana


Fonte: Archiproducts

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Floreiras:

Figura 15: Floreiras Urbanas


Fonte: Archiproducts

Figura 16: Floreira Urbana


Fonte: Archiproducts

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Iluminação Pública:

Figura 17: Iluminação Pública


Fonte: Pinterest

Figura 18: Iluminação Pública


Fonte: Pinterest

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Lixeiras Urbanas:

Figura 19: Lixeira Urbana


Fonte: Archiproducts

Figura 20: Lixeira Urbana


Fonte: Archiproducts

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Pista de Skate:

Figura 21: Pista de Skate


Fonte: ArchDaily Brasil

Figura 22: Pista de Skate


Fonte: ArchDaily Brasil

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Pontos de Ônibus:

Figura 23: Ponto de Ônibus


Fonte: Pinterest

Figura 24: Ponto de Ônibus


Fonte: Pinterest

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Apoio Bicicleta:

Figura 25: Apoio de Bicicleta


Fonte: Archiproducts

Figura 26: Apoio de Bicicleta


Fonte: Archiproducts

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Quiosques Urbanos:

Figura 27: Quiosque Urbano


Fonte: Pinterest

Figura 28: Quiosque Urbano


Fonte: Pinterest

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2.3 Estudos Sobre Mobiliário Urbano

A escolha do mobiliário urbano reflete na percepção que o usuário


tem do espaço enquanto cidade, este podendo ser agradável ou
desagradável. A aplicação do mobiliário urbano deve seguir a linguagem
existente na conformação do espaço urbano, identificando pontos
históricos, culturais ou mesmo características regionais, tais diretrizes atuam
como conformação do tecido urbano onde os elementos urbanos e a
paisagem se misturam formando unidade.

Quando a implantação do mobiliário urbano não segue as


características do entrono, ou da cidade, o equipamento tende a
desempenhar função negativa, contribuindo para a poluição visual da
cena urbana, desta forma é fundamental o conhecimento dos fatores
relevantes aos usuários (GUEDES, 2005, apud. NASAR, 1997).

O mobiliário urbano deve se relaciona com o entorno, se entrelaçar


com as características locais e regionais, “pertencendo ao local”, desta
forma o mobiliário tende a desempenhar papel fundamental, contribuindo
para a valorização e a percepção do usuário (MONTENEGRO, 2005).

“... o espaço não é apenas descrito nos seus aspectos formais,


mas é analisado quanto ao efeito de suas características físico-
espaciais sobre os indivíduos, tentando-se entender como as
percepções desses aspectos afetam as atitudes e os
comportamentos dos usuários do espaço urbano. ” (REIS e LAY,
2006, p.27).

A implantação de mobiliário urbano vem ganhando destaque nos


últimos anos, diferentes autores estudam a aplicação desses elementos nos

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espaços públicos. Os elementos urbanos podem influenciar


significativamente a preferência dos indivíduos por determinadas ruas,
conforme demonstra KILICASLAN (2008) em estudo comparativo entre ruas
modernas, tradicionais e renovadas, em relação a aspectos físicos, visuais e
de uso. Segundo o autor, a presença do mobiliário urbano adequado
influência na “vida das ruas”.

NASAR (1997), por sua vez, conclui que o mobiliário urbano, além de
outros fatores de desenho ambiental, pode estimular o uso social dos
espaços abertos. A preferência por determinadas paradas de ônibus,
avaliada por REIS (2006), também comprova que aspectos físicos,
juntamente com outros aspectos formais do ambiente, podem influenciar
nas escolhas dos indivíduos.

O manual da cidade de Londres, STREETS FOR ALL, apresenta uma


série de recomendações sobre a implantação e o desenho do mobiliário
urbano com objetivo de tornar as ruas atrativas, seguras e agradáveis aos
usuários, uma vez que a preferência das pessoas por determinados espaços
é afetada, entre outros aspectos, pelos elementos urbanos (LONDON, 2000).

FERREIRA (2000) ressalta que a disposição do mobiliário urbano deve


seguir em conformidade com a NBR 9050, ou seja posicionar de forma
inadequada o mobiliário urbano, em nas calçadas pode ser identificado
como uma barreira dificultadora de acesso universal, o mobiliário urbano
deve também se adequar ao uso dado ao espaço aberto público.

O mobiliário urbano deve ser implantado no espaço público com


critérios que considerem a acessibilidade de pessoas portadoras de
deficiências ou necessidades especiais. Segundo FERREIRA E SANCHES (2000)
o mobiliário urbano deve ser considerado elemento influenciador da
qualidade das calçadas, garantindo que esses elementos não sejam
obstáculos ao percurso do pedestre.

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As cidades contemporâneas, apresentam um emaranhado de


atividades, funções, culturas e objetos resultando de uma mescla sem
uniformidade com características distintas. Os recortes na conformação
espacial nascem com a inserção de elementos que se sobressaem a
paisagem, sem se relacionar com o entorno, sendo assim a inserção do
mobiliário urbano precisa ser avaliado na tentativa de aprimorar a
qualidade dos objetos criados e melhorar a percepção do ambiente no
qual eles foram implantados, GUEDES (2005).

GUEDES (2005) formula uma metodologia de análise visual para


avaliar a forma desses elementos em relação ao meio em que estão
inseridos. O resultado desse método permite, ao pesquisador, “explicitar os
níveis de complexidade que envolvem a análise da forma dos
equipamentos urbanos” (GUEDES, 2005, p.7).

Alguns autores destacam o design do mobiliário urbano, como


conformador da paisagem, podendo ser considerado um vínculo ou uma
ruptura com elementos históricos ou regionais. GUEDES (2005), enfatiza a
importância do desenho dos objetos para a legibilidade dos espaços.
MONTENEGRO (2005), por sua vez, enfoca a adequação do desenho do
mobiliário urbano nos projetos de reordenamento das orlas do Rio Grande
do Norte, empregando princípios do desenho industrial. MORONI (2008) trata
da aplicação do design para o desenvolvimento de mobiliário urbano de
sinalização e de identificação de nomes de rua, o autor apresenta uma
metodologia de projeto para esses elementos.

Atualmente o assunto mobiliário urbano vem quando força, mas de


certa forma a contextualização dos elementos e sua relação com a estética
urbana, assim como o uso dos espaços sob a perspectiva dos usuários, ainda
aparecem timidamente, sendo estes pouco abordados. O enfoque atual

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está voltado para as características de conforto, sustentabilidade, design e


função social do espaço público equipado com mobiliário urbano.

Para que o mobiliário urbano exerça as funções e complexidades


necessárias para atender aos usuários de forma eficaz, é imprescindível
alinhar a inserção desses elementos aos contextos históricos, sociais e
culturais de cada região. Dessa forma evita-se lacunas onde é visível uma
ruptura entre o elemento e o espaço de inserção. Muitas vezes, o mobiliário
urbano é implantado sem considerar as características das edificações,
gerando incompatibilidades formais, e sem considerar a funcionalidade dos
espaços, prejudicando o uso (LONDON, 2000).

Algumas cidades brasileiras abordam legislações (p. ex. PORTO


ALEGRE, 1999; SÃO PAULO, 2006), para implantação do mobiliário urbano,
entretanto essas leis não entram em critérios específicos sobre quais
características formais dos objetos são mais adequadas e satisfatórias aos
usuários dos espaços urbanos.

O mobiliário urbano deve ser implantando de forma a se assentar ao


terreno como se pertence ao local naturalmente, mantendo a identidade
visual e as características locais intrínsecas, principalmente ao se tratar de
um elemento pertencente a uma calçada, exemplo um ponto de ônibus,
ou uma floreira, o ideal é manter a mesma linguagem, a nível de; bairro, rua
ou parque.

Assim, este trabalho trata da importância de se considerar o projeto e


a implantação do mobiliário urbano segundo a abordagem da percepção
ambiental. O objetivo é contribuir, com base em outros estudos já
desenvolvidos sobre o tema, para o aprofundamento do conhecimento
sobre a relação entre o projeto do mobiliário urbano, o espaço urbano e os
seus usuários.

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Para tanto, serão analisados: a relação estética entre o mobiliário


urbano e as edificações e espaços abertos, relação esta que afeta a
qualidade da paisagem urbana; a relação funcional entre o mobiliário
urbano as edificações e os espaços abertos, relação esta que afeta a
adequação de uso dos espaços abertos nas cidades.

2.4 Mobiliário Urbano e sua Relação com a Qualidade da Paisagem

A relação do espaço com o mobiliário, depende de diversos fatores,


sendo que a percepção ambiental e os atributos físicos interferem
diretamente na qualidade ambiental final. Quando o ambiente urbano
expressa qualidade em sua conformação, as reações dos usuários tendem
a serem positivas e determinantes para a vitalidade do espaço.

Segundo REIS E LAY (2006), as diretrizes projetuais devem tomar como


partido as características físico-espaciais que correspondam às
necessidades das pessoas. Essas características definem a qualidade do
projeto, refletindo no ambiente construído.

LANG (1994), descreve que o ambiente pode ser considerado como


o entorno “biológico” das pessoas. Para o autor essa percepção
corresponde tanto ao ambiente natural como artificial, “ambiente
biogênico e sociogênico”. O autor ainda cita ambiente construído, como
parte importante do mundo artificial elaborado pelas pessoas para atender
a determinados propósitos, com diferentes resultados físicos e estéticos.

Dessa forma o mobiliário urbano é considerado parte da paisagem, e


contribui para essa conformação, podendo trazer qualidade espacial,
estética e funcionalidade. Para LANG (1994), o entendimento de mobiliário

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urbano enquanto conformador da paisagem, deve atender requisitos


estéticos.

Para NASAR (1997), a estética deve ser compreendida não como uma
variável de usuário para usuário, mas entendida como padrões
determinantes a qualidade espacial. A estética urbana considera a beleza
um atributo intrínseco aos objetos, o que permite estudá-los enquanto
influenciadores da qualidade do espaço (NASAR, 1997; LANG, 1994).

A conformação da paisagem urbana, acontece por uma somatória


de atributos formais e simbólicos do ambiente, as vias, as calçadas, os
equipamentos e os espaços públicos compõem esse senário. Embora
muitos, não descartarem a importância dos aspectos simbólicos, dão ênfase
à influência das características formais na percepção e na preferência dos
indivíduos (LANG, 1994; LYNCH, 1997; EWING, 2001; KOWARICK et. al., 2008).

2.5 Mobiliário Urbano, aspectos de ordem e de Complexidade da


Paisagem

O cenário urbano é composto de diversos elementos desenvolvidos


para atender as necessidades dos habitantes como moradia, trabalho,
circulação e lazer. Neste contexto a ordem e a complexidade podem ser
atribuídas a qualidade da paisagem.

A ordem implica em unidade organização, e contribui na


conformação estética dos elementos presentes na paisagem. (NASAR,1997;
LANG, 1994; REIS, 2002). O mobiliário urbano ordenado tende a produzir
espaços visualmente mais agradáveis, se comparados a espaços onde tais
elementos encontram-se desordenados.

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LANG (1994), descreve o ambiente ordenado com critérios de


proporção, como agradáveis aos usuários. Alguns aspectos do ambiente
como baixo contraste entre elementos ou entre objetos e seu contexto estão
associados com a ordem de uma paisagem, NASAR (1997). Outros fatores,
como repetição de objetos e uniformidade de texturas, por exemplo,
contribuem para a coerência e a legibilidade da cena. No entanto, “a
ordem deveria ser acompanhada de certa diversidade, para evitar a
monotonia” (REIS, 2002, p.19).

Os elementos urbanos devem estar ordenados de forma harmônica,


que possa ser apreciada. A função estética da paisagem urbana deve ser
levada em conta em qualquer intervenção urbanística. A disposição
ordenada do mobiliário urbano, além da redução de elementos, como
postes, fios de luz e outdoors, por exemplo, produz uma melhor avaliação da
paisagem das ruas, NASAR (1997).

Para LANG (1994), a ordem está diretamente ligada a estética. Já


para IBAM (1996), existe a necessidade de analisar a inter-relação entre os
diversos elementos urbanos. Grande parte das legislações urbanas brasileiras
(p. ex. PORTO ALEGRE, 2004; SÃO PAULO, 2006), não identificam tais aspectos
como importantes no desenvolvimento do ambiente urbano. Mesmo as
determinações sobre a necessidade de o mobiliário urbano qualificar a
paisagem, estabelecidas em leis, muitas vezes, não são cumpridas.

A implantação do mobiliário urbano de forma desordenada, deve-se


ao fato de esses elementos serem implantados por diferentes responsáveis,
preocupados com o cumprimento de seu próprio serviço,
independentemente de outros aspectos, IBAM (1996). Os fatores culturais,
ecológicos, ambientais e sociais devem também ser considerados, além do
aspecto plástico, quando se pensa em paisagem.

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A qualidade estética dos elementos urbanos pode influenciar na


complexidade da cena urbana, NASAR (1997). Complexidade pode ser
entendida como a “maximização na quantidade de elementos diferentes
dentro de uma estrutura compositiva” (REIS, 2002, p.59), e uma composição
complexa possui muitos elementos diferentes e diversos princípios
ordenadores (p.ex. REIS, 2002).

A complexidade influência na preferência dos indivíduos, e está


relacionada aos estímulos do ambiente, e à atenção das pessoas, REIS
(2002). Complexidade ou riqueza visual produz aumento do interesse dos
indivíduos, no entanto, a quantidade, a forma e a coerência entre os
elementos que criam essa riqueza são de grande importância para a
preferência dos usuários, NASAR (1997).

Diferentes autores indicam que as pessoas tendem a preferir


ambientes com moderada complexidade ou riqueza visual (WOHLWILL,
1974, 1976 apud NASAR, 1997; NASAR, 1987 apud NASAR, 1997). A utilização
de diferentes padrões e desenhos de mobiliários urbanos dentro de um
mesmo contexto ou espaço, tendem a aumentarem a complexidade, e a
incidência de poluição visual.

Segundo CREUS (1996), o espaço urbano deve ser elaborado para


atender as necessidades dos usuários, sem excessos, ou seja, para que o
mobiliário cumpra sua função, o ideal é identificar e setorizar as funções de
maior necessidade urbana. Para o autor o uso excessivo de elementos
urbanos, distribuídos desordenadamente proporcionam poluição visual. A
maneira como o mobiliário urbano é disposto no espaço e a relação entre
esses elementos afetam a qualidade da paisagem urbana.

CREUS (1996), ainda complementa que os diferentes desenhos de


mobiliários urbano, dificultam a identificação das funções, e aumentam a
variedade de elementos na paisagem, proporcionando um desiquilíbrio

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visual e uma desordem. Para o autor o ideal é que cada grupo que
desempenham a mesma função, sejam possíveis de serem identificados
seja, pelo volume, materiais ou mesmo por cores. Essa setorização também
pode ocorrer por zoneamento, ou seja, um determinado bairro seguir a
mesma linguagem arquitetônica no que trata de mobiliário urbano.

2.5.1 Paisagem Urbana

A formação da paisagem urbana é demarcada principalmente pela


ação do tempo, a inserção de equipamentos urbanos, edificações, vias e
os fatores culturais e socioeconômicos. A paisagem urbana é aquilo que a
cidade apresenta aos habitantes e aos visitantes. MORANDI (2000), afirma
que a paisagem tem o poder de despertar sentimentos e emoções nos seres
humanos. Ao mesmo tempo é dinâmica e pessoal, construída a partir de
conceitos temporais somados a percepção individual e aos elementos do
espaço urbano.

A imagem de uma cidade nada mais é que a soma de imagens


individuais e conceitos de grupo, dando origem ao ambiente urbano
expressivo. Para LYNCH (1999), os objetos físicos perceptíveis possuem
efeitos, classificados por meio do conteúdo das imagens, em cinco tipos de
elementos, são eles: vias, limites, bairros, pontos nodais e marcos.

Os pontos nodais são pontos de referência da cidade, impossíveis de


serem confundidos com qualquer outro lugar. Conforme LYNCH (1999, p.53).
Podendo estes estarem incorporados ao sistema de trânsito, sendo
representados por cruzamentos, rótulas ou canteiros.

Os lugares estratégicos de uma cidade, são os pontos nodais, podem


serem entendidos como focos intensivos para os quais ou a partir dos quais

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ele se locomove. Podem ser basicamente junções, locais de interrupção do


transporte, um cruzamento ou uma convergência de vias, momentos de
passagem de uma estrutura a outra. Ou podem ser meras concentrações
que adquirem importância física, como um ponto de encontro numa
esquina ou numa praça, LYNCH (1999).

LYNCH (1999) descreve que se um limite importante for dotado de


conexões visuais e de circulação com o restante da estrutura urbana, este
se tornará uma característica alinhada facilmente com os demais. Uma
maneira de aumentar a visibilidade de um limite consiste em acrescer seu
uso ou suas condições de acesso. Por meio de um planejamento turístico
acontece também o aproveitamento racional e rentável do potêncial
natural e cultural do lugar.

2.5.2 Ambiente Urbano

A qualidade do ambiente urbano depende da quantidade de


espaços compartilhados de modo democrático, das características
projetuais adotadas. A utilização de mobiliário coletivo pode incentivar o
convívio das pessoas, favorecer a permanência em diferentes horários.

A formação do ambiente urbano se desenvolve ao longo do tempo


e através de uma somatória de ações dos habitantes, entre estas ações
podem-se destacar; as edificações, os espaços públicos e as vias. Os
espaços públicos estruturam a cidade conformando o ambiente urbano.
Quando posicionados de forma estratégica tentem a atender uma
demanda territorial maior.

A identidade visual do ambiente urbano segundo o Concelho


Nacional de Arquitetura e Urbanismo, é a “cara das cidades”. É onde

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prédios, ruas, edifícios, veículos, sinalizações de trânsito, vegetação, espaços


públicos se organizam dentro do perímetro urbano, ancorados ao
planejamento urbanístico.

2.5.3 Poluição Visual

Poluição visual é a consequência de um somatório de diferentes


padrões inseridos no meio urbano, que podem ser identificados como
agressores, ou quando o campo visual do cidadão se encontra de tal
maneira que a sua percepção dos espaços da cidade é impedida ou
dificultada.

Embora muitos equipamentos urbanos tendem a interferir na


paisagem, são necessários na confromação das cidades. É o caso dos
semáforos e das placas de sinalização de trânsito.

A Lei Federal n° 6.938/81, o Poder Público Federal, ao inserir a estética


na proteção à degradação, (GOLOBOVANTE, 2004, p.107) diz que
“indiretamente, está aludindo à poluição visual que, no entanto,
permanece com conceito abstrato, de senso comum, posto que não está
citado diretamente no texto da Lei.”

A poluição visual, pode ser compreendida como qualquer elemento


presente no meio urbano, que possa causar “agressão”, no sentido de inibir
a visualização de um artefato histórico, ou comprometer a conformação da
paisagem, ou mesmo surgir como uma mescla de diferentes elementos que
cumprem a mesma função.

O termo “poluição visual” pode se estender, à má conservação de


fachadas de imóveis, ruas e calçadas, a falta de arborização e de
ajardinamento, a pichação e vandalismo de prédios, muros, obras de arte

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e monumentos, camelôs, placa de sinalização danificadas ou bloqueadas


por anúncios atrapalhando as vias de acesso ou escoamento de tráfego,
lixo espalhado pelas ruas, anúncios no leito de rodovias ou ferrovias, antenas,
fios, postes de distribuição de energia e cabos telefônicos são alguns
exemplos. (BECHARA, 2001; WILHEIM, 2003)

BECHARA (2001) afirma que:

“...ainda que a poluição visual que maior repulsa obtém da sociedade


é, sem dúvida, a decorrente das pichações, mormente diante do
discutível “viés artístico” da conduta. Mas não passa indene, também,
a poluição decorrente da propaganda exagerada ou produzida sem
sensibilidade, aposta através de cartazes, faixas, letreiros, outdoors,
painéis e outras mídias similares. ”

O presente trabalho identifica que, a poluição visual que mais agride


o espaço urbano, é sem dúvida as pichações e as propagandas, porém esta
pesquisa se retringe a poluição visual causada pela inserção de
equipamentos urbanos desordenamente sem ritmo, simetria ou uma
liguagem arquitetônica representada pela utilização de materiais ou de um
mesmo elemento.

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Figura 29: Mobiliário Urbano do Projeto LentSpace.


Fonte: ArchDaily Brasil

Para CREUS (1996), a elaboração dos espaço urbano deve seguir uma
mesma linguagem arquitetônica, o posicionamento do mobiliário deve se
restringir a cumprir funções, sendo este sem excesso, e seguindo um mesmo
padrão, com resquícios de proporção, ordem, simetria e ritmo. Esta visão
tende a contribuir para tronar o ambiente urbano mais atrativo e agradável,
(Figura 29).

2.5.4 Proporção, Ordem, Simetria e Ritmo

Embora sejam conceitos aplicados a materialidade arquitetonica, a


proporção, ordem, simetria e ritmo, encontram-se diretamente ligadas ao
meio urbano. Quando identificamos como base projetual esses quatro
conceitos, cetamente tornam o espaço enquanto cidade muito mais
agradável e convidativo aos usuários. As imagens 30 e 31, apresentam
elementos que podem ser identificados, como ritmo, simetria, proporção e
ordem, a conformação espacial das Praças aqui apresentadas, trazem

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caracteristicas estéticas reperesentadas pelo uso de poucos elementos e


materiais, que se repetem de forma ordenada no espaço projetado.

Figura 30: Praça Heifei, Anhui, China


Fonte: ArchDaily Brasil.

 Proporção: A proporção refere-se á relação apropriada e harmonioza


de uma parte com a outra, e com o todo. Essa relação pode não ser
somente de magnetude, mas também de quantidade ou grau. O
ideal é que o mobiliário respeite a proporção e escala humana,
levando em conta a paisagem do entorno, CHING (2013).
 Ordem: A ordem deve ser considerada indispensável ao
funcionamento de um espaço. O uso de ordem pode ser atribuido a
qualquer nível de complexidade, idependente da diemensão
espacial, contribuindo para a leitura universal do espaço projetado
CHING (2013).
 Simetria:A distribuição de arranjos simétricos, de forma e espaço
equivalentes em ambos os lados ou de forma paralela, contribuem

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para a sensação de equilíbrio e clareza que o espaço pode


representar para os usuários CHING (2013).
 Ritmo: O ritmo se refere a organização caracterizada por um padrão
de elementos ou materiais CHING (2013).

Figura 31: Parque Hunter’s Point South Waterfront, NY 11109, EUA.


Fonte: ArchDaily Brasil

A qualidade estética dos elementos urbanos pode influenciar na


permanência, e nas sensações dos usuários, de certo modo é indispensável
obter um ambiente que atenda a padrões estéticos sem levar em conta os
fundamentos abordados anteriormente.

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3 Conclusão

O desenvolvimento da arquitetura acompanha as mudanças


ocorridas na sociedade através do tempo. A relação da arquitetura com o
homem vem se transformando e aderindo novos seguimentos. Não se pode
falar de arquitetura sem pensar no espaço como um todo, habitação,
urbanidade e a conformação de um espaço enquanto cidade.

O arquiteto e urbanista exerce papel fundamental na formação social


de uma cidade, utilizando-se de recursos que priorizem: acessibilidade,
estética, sustentabilidade, economia, segurança e conforto.

O cenário urbano atual, é caracterizado por adensamento e vias em


um reflexo de ações modernas. Dentro dessa perspectiva, idealizamos
espaços destinados a confraternização, atribuindo qualidade de vida aos
usuários. Desta forma é possível compreender, a necessidade de implantar
espaços públicos e equipamentos urbanos qualificados.

A conformação dos espaços público adequado, provedor de


vitalidade, deve compreender o máximo de funções sendo este
multidisciplinar, flexível, atendendo a acessibilidade, consciência ambiental
e considerando valores históricos e culturais locais. Conclui-se então que o
espaço público abrange relevância a nível de cidade. O aumento da oferta
de espaços e equipamentos públicos contribui para diversificar as
oportunidades de ocupação do tempo livre e de lazer da população, assim
como são fundamentais para a saúde e bem-estar social.

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