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Faculdades Integradas de Aracruz – FAACZ

MBA em Gerenciamento de Projetos


Fundamentos de Gerenciamento de Projetos

O PARQUE DA CIDADE DE DOWNMARKET


Downmarket é uma próspera cidade de um milhão de habitantes. As finanças do município estão
se recuperando dos excessos da administração anterior, quando pouco foi feito para manter ou
fortalecer a atratividade da cidade.
Grande parte do quadro municipal é constituída por funcionários antigos, promovidos das
fileiras de escriturários ou de cargos menores na administração e m função de tempo de casa e
experiência.
O engenheiro municipal, por exemplo, começou como chefe de turma de construção rodoviária
e seu cargo cresceu com a administração. Agora ele comanda um pessoal numeroso e desfruta de um
salário substancial. Seu estilo gerencial é autocrático, agressivo e arrogante e ele está em fortes
disputas com o secretário de finanças acerca de questões sobre pagamentos a empreiteiros e
fornecedores.
O tesoureiro municipal é um funcionário recém nomeado que tem provocado animosidade por
apertar os controles financeiros. Seu diretor executivo e financeiro é um jovem contador que se sente
constrangido diante dos engenheiros e membros mais antigos do executivo.
A nova ad ministração votou uma série de melhorias urbanas numa tentativa de revitalizar a
cidade e restabelecer parte da antiga beleza. Uma dessas melhorias é um projeto para converter
estabelecimentos industriais abandonados em parque de lazer, área de recreação cênica e um
playground para crianças.
Um artista ambiental e u m jardineiro paisagista apresentaram propostas detalhadas e u m
plano sedutor foi aprovado na Câmara. As propostas incluíram extensos terraços gramados, muros de
calcário, o replantio de um coqueiral já cultivado (transferido profissionalmente de outro local) e uma
vasta escultura pré-fabricada de metal e concreto, uma atração de finalidade dupla, a fim de fornecer
um ponto de atração e servir de local de aventura com equipa mento de escalada para crianças.
A área do parque seria cercada em dois lados por u m muro de calcário. Uma entrada
imponente com portões orna mentais abrir-se-ia para uma importante via pública. Sob a presidência
do engenheiro municipal foi instalada uma comissão para controlar e dirigir o projeto. Entre os
participantes estava o diretor executivo e financeiro, o diretor de parques e jardins e um
administrador.
Na primeira reunião foi anunciada a possibilidade de se designar um gerente de projetos. Essa
sugestão foi ridicularizada pelo engenheiro municipal que afirmou ser isso dispendioso e
desnecessário. Disse ainda que para conter custos, o trabalho de desenvolvimento seria feito por seu
pessoal, assistido por empreiteiros que ele já conhecia.
O artista ambiental ficou encarregado da pré-fabricação da enorme escultura e da supervisão de
sua montagem sobre uma base de concreto a ser providenciada no local.
O controle cotidiano do trabalho foi assumido pelo engenheiro municipal que rejeitou
desdenhosamente pedidos de planos e cronogramas, afirmando que isso era “uma perda de tempo
burocrática para homens que sabiam qual era o seu trabalho”.
Para maximizar a vantagem política e consolidar a imagem pública, o prefeito e a câmara
estimularam a publicidade para o projeto e foi definida uma sofisticada cerimônia de inauguração, cuja
data seria o dia seguinte à data programada para conclusão do projeto.
O acesso ao parque era feito por vias principais que conduziam ao centro da cidade e os
passantes observavam o andamento com interesse. Os muros de calcário e a gigantesca entrada
geravam comentário s favoráveis, assim como as áreas de grama planta das e regularmente regadas.
Depois, durante algumas se manas, nada parecia acontecer e logo a população ficou sabendo que o
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projeto não estava caminhando conforme pretendido.
O evento seguinte foi um tanto surpreendente: a sofisticada entrada foi parcialmente demolida
para dar acesso aos grandes veículos que transportava m os coqueiros já adultos. O terreno saturado
pela chuva estava mole e o gramado foi destruído pelo movimento de veículos e equ ipa mentos de
escavação. Os passeios de alvenaria também fora m danificados.
O vão de entrada precisou ser aumentado para que a obra de arte pré-fabricada pudesse ser
entregue. Devido ao seu peso e tamanho o posiciona mento da escultura colocava dificuldade
adicional. A base de concreto era inadequada e precisava ser refeita. Isto tomou duas semanas
enquanto a escultura es pera suspensa entre dois guindastes móveis. Aproximava-se o dia da
inauguração, mas a entrada não poderia ser reconstruída enquanto os guindastes permanecessem no
interior do parque. O paisagismo e outras obras também estavam atrasados.
Seguiu-se uma discussão acalorada e muito indiscreta entre o artista ambiental e o engenheiro
municipal. O artista alegava quebra de contrato, dizendo que suas exigências haviam sido ignoradas,
não havia sido feita uma fundação adequada para a escultura e até que isto acontecesse, ela não
poderia ser montada.
Informações “vazadas” para a imprensa provocam acusações de ad ministração inepta,
escaladas de custo, estimativas negligentes e fracasso em providenciar um local para a escultura.
O engenheiro tramou ocultar parte de excesso de custos desviando mão-de-obra de outros
serviços, mas àquela a leitura, o projeto havia se tornado uma grande fonte de embaraços e os me
membros da câmara era m pressionados a assumirem uma parcela de responsabilidade. A inauguração
aconteceu com quatro meses de atraso, sob mau tempo e poucas pessoas presentes.

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