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IVISÃO DE ENGENHARIA DE MINAS E PROCESSAMENTO MINERAL

Erguendo Pilares para o Desenvolvimento

CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS

2° ANO/ PÓS LABORAL ,TURMA ÚNICA

CADEIRA: SERVIÇOS I

TEMA: DIMENSIONAMENTO DE VALETAS

Docente: descente:

Momade Racia, Msc. Amandio Tony Fernando da Silva


Cleide Atanásio Napaz

Tete, Novembro de 2023


Amandio Tony Fernando da Silva
Cleide Atanásio Napaz

TEMA: DIMENSIONAMENTO DE VALETAS

Trabalho em grupo de carácter investigativo e


avaliativo a ser apresentado no Curso de Licenciatura
em Engenharia de Minas na disciplina de Serviços I
Aplicada sob observação de Momade Racia, Msc.

Tete, Novembro de 2023


RESUMO

Este trabalho de pesquisa aborda o desafio crítico do dimensionamento de valetas para


drenagem em rodovias, concentrando-se em dois cenários específicos: uma valeta trapezoidal
com 400 mm de diâmetro e outra com 200 mm de diâmetro. A pesquisa utiliza o método das
isolinhas e a fórmula de Manning para calcular a vazão dessas valetas, considerando variáveis
como área molhada, raio hidráulico, inclinação do fundo, perda de carga e velocidade da água.

Para a valeta trapezoidal de 400 mm, a largura do fundo, a inclinação da parede e a


profundidade da água são determinadas iterativamente, levando em consideração a largura da
faixa de tráfego e outros parâmetros específicos. O mesmo procedimento é aplicado à valeta
trapezoidal de 200 mm, ajustando os valores conforme necessário.

O objetivo é fornecer uma abordagem prática e eficiente para o dimensionamento de valetas,


considerando não apenas os requisitos hidráulicos, mas também as condições específicas de
cada local. A pesquisa destaca a importância da escolha apropriada dos parâmetros, como o
fator de atrito, e enfatiza a relevância do método das isolinhas na avaliação de reservas
minerais.

Ao final, espera-se contribuir para o conhecimento prático e teórico no campo do


dimensionamento de valetas para drenagem em rodovias, promovendo a eficiência na gestão
de recursos hídricos e a sustentabilidade nas infraestruturas rodoviárias.
ÍNDICE
RESUMO........................................................................................................................................ 3

I. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1

II. PROBLEMATIZAÇÃO ............................................................................................................ 2

III. JUSTIFICATIVA DO PROJETO.............................................................................................. 3

III. INTERESSE ACADEMICO E PESSOAL DO PROJETO ..................................................... 4

IV. OBJETIVOS ............................................................................................................................ 5

V. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................. 6

5.2. PROJETO FUNCIONAL ..................................................................................................... 6

5.3. MANUTENÇÃO DE ESTRADAS ..................................................................................... 7

VI. ESTUDO DE CASO .............................................................................................................. 10

VII. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 12

VIII. METODOLOGIA ................................................................................................................ 16

IX. CONCLUSÃO........................................................................................................................ 17

X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 18


I. INTRODUÇÃO

O dimensionamento de valetas desempenha um papel crucial no planejamento e execução de obras


civis, desafiando engenheiros e profissionais da construção a encontrar soluções eficientes para o
gerenciamento adequado das águas pluviais. Valetas, sendo elementos fundamentais nos sistemas
de drenagem urbana e rural, desempenham um papel vital na prevenção de inundações, na
preservação do solo e na proteção das infraestruturas contra danos causados pela água.

Este trabalho visa explorar a complexidade e a importância do dimensionamento de valetas,


abordando os desafios enfrentados no processo de concepção e implementação dessas estruturas.
Ao considerar fatores como a intensidade das chuvas, características do solo, uso do solo e
impactos ambientais, busca-se desenvolver uma compreensão aprofundada dos princípios e
métodos envolvidos no projeto de valetas eficientes.

Ao longo deste estudo, serão analisados casos práticos, normas e diretrizes que orientam o
dimensionamento adequado, destacando as melhores práticas e inovações tecnológicas que
contribuem para a otimização e sustentabilidade dessas estruturas. Ao compreendermos melhor os
desafios e oportunidades associados ao dimensionamento de valetas, estaremos mais bem
preparados para enfrentar os desafios futuros na gestão das águas pluviais, promovendo assim o
desenvolvimento de comunidades mais resilientes e sustentáveis.

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II. PROBLEMATIZAÇÃO

Diante da crescente urbanização e das mudanças climáticas, o dimensionamento de valetas


emerge como um componente crítico na gestão sustentável das águas pluviais. Nesse contexto,
surgem questões prementes que exigem análise aprofundada e respostas inovadoras. Algumas
dessas questões incluem:

De que maneira as práticas de dimensionamento de valetas podem ser alinhadas aos princípios
da sustentabilidade?

Hipóteses:

Proposição de que a implementação de estratégias de infraestrutura verde, como a criação de


áreas permeáveis e corredores verdes, pode ser uma abordagem eficaz para melhorar a
capacidade de absorção e filtragem das valetas, contribuindo para a sustentabilidade dos
sistemas de drenagem.

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III. JUSTIFICATIVA DO PROJETO

O dimensionamento de valetas representa uma área crucial de pesquisa e prática, essencial para
abordar os desafios crescentes relacionados à gestão das águas pluviais em um cenário de
mudanças climáticas e urbanização acelerada. A justificativa para a realização deste projeto pode
ser fundamentada em diversos pontos cruciais: Impacto nas Comunidades Urbanas e Rurais;
Sustentabilidade Ambiental; Custos Associados a Inundações; Atendimento a Normativas e
Diretrizes; Inovação Tecnológica.

Portanto, a realização deste projeto é motivada pela necessidade premente de desenvolver


estratégias sustentáveis e eficientes para o dimensionamento de valetas, visando mitigar os
impactos adversos das águas pluviais nas comunidades e no meio ambiente. A contribuição deste
estudo tem o potencial de melhorar a resiliência das infraestruturas urbanas e rurais, promovendo
práticas de gestão de águas pluviais mais inteligentes e adaptáveis.

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III. INTERESSE ACADEMICO E PESSOAL DO PROJETO

Assim, o interesse acadêmico e pessoal converge na busca por conhecimento avançado, na


aplicação prática desse conhecimento para resolver problemas do mundo real e no compromisso
com valores éticos e sustentáveis. Essa dualidade de interesse impulsiona a dedicação ao projeto,
garantindo uma abordagem holística e impactante para o dimensionamento de valetas.

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IV. OBJETIVOS

5.1.Objetivo Principal:

O objetivo principal deste projeto é desenvolver uma abordagem abrangente e eficaz para o
dimensionamento de valetas, integrando práticas inovadoras, sustentáveis e alinhadas às
demandas contemporâneas de gestão de águas pluviais.

5.2.Objetivos Específicos:

1. Elaborar Diretrizes de Boas Práticas

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V. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1.CONCEITUAÇÃO DE ESTRADAS

Segundo o glossário de termos técnicos rodoviários, estrada é “via de trânsito, em geral em zona
não urbana, destinada a veículos rodoviários, animais e pessoa e que não tem as características de
estrada de rodagem

(rodovia), nem de autoestrada” (DNER ,1997, p. 106). Para Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) na norma NBR 10182/98, acessos e vias em minas constituem-se como
estradas, levando-se em consideração o tráfego de cargas entre bancadas, as instalações de
beneficiamento mineral, as pilhas de estoque de produtos e as pilhas de disposição de estéril.

5.2. PROJETO FUNCIONAL

O projeto funcional compreende a parcela do projeto preocupada com definir as características de


redução de resistência ao rolamento, aderência adequada em condições com água, boas
características de selante. Busca, com isso, evitar a percolação de água na base e na sub-base,
redução da taxa de deterioração das vias e redução de emissão de particulados (THOMPSON;
VISSER, 2003).

Uma boa capacidade funcional do revestimento deve garantir que os equipamentos de transporte
sejam capazes de viajar no limite da velocidade permitida na via ou trecho. Tais velocidades
devem ser desempenhadas com garantia de que o revestimento irá conferir segurança.
(THOMPSON; VISSER, 2003).

Conforme Visser (2015), geralmente a camada de revestimento é feita com uma mistura de
materiais. O intuito de misturar os materiais é o de conferir qualidades comuns aos produtos
misturados, gerando uma sinergia das qualidades.

Cada uma das características procuradas, isto é, aderência, boa agregação de materiais, baixa
emissão de poeira, baixo efeito de derrapagem por material solto em ambiente seco, entre outras,
podem ser observadas a partir da Figura 21. Ao analisar a Figura, é possível identificar que a
qualidade do material para o revestimento deve cair dentro do quadrado cinza para ter condições

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operacionais. Porém, é preferível que a qualidade do material fique dentro do quadrado de cor
preta (THOMPSON; VISSER, 2014).

Figura 1. Relação qualitativa do revestimento.

Fonte: Retirado da Apostila do curso de Treinamento de Estradas para Mineração


(2015).

5.3. MANUTENÇÃO DE ESTRADAS

O custo elevado na aquisição e manutenção de caminhões fora de estrada torna as pistas com boas
condições um elemento muito importante para a segurança e eficiência dos equipamentos, pois as
boas condições das pistas podem diminuir os gastos com manutenção e reposição de peças e
equipamentos (FONSECA, 2009).

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Vias de acesso devem seguir boas práticas de projeto e construção, porém necessitam de
intervenções recorrentes para a manutenção das suas capacidades funcionais. A não manutenção
de vias de acesso pode incorrer em danos devido ao uso intensivo, podendo gerar um aumento nos
tempos de ciclo de transporte dos equipamentos, aumento de custo operacional, como diesel e
pneus, e aumento de custos de manutenção (THOMPSON ; VISSER, 2014).

A frequência de manutenção pode ser determinada de acordo com os custos, equipamentos


disponíveis e o tráfego ao qual a via é exposta. O uso apropriado de uma estratégia de
gerenciamento de manutenção tem o potencial de gerar economias significativas, sendo que toda
a estratégia de manutenção deve ser baseada em um custo total mínimo onde converge os gastos
de transporte com os gastos de manutenção da via, conforme a Figura 22(THOMPSON; VISSER,
2003).

Figura 2. Gráfico de custo ótimo

Fonte:Retirado de Thompson e Visser (2003).

A manutenção de estradas de mineração pode ser dividida por categorias e por atividades. A
manutenção de rotina tem como atividades principais a identificação de corrugações, a drenagem

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e manutenção de bordas de estradas, o nivelamento raso e a aspersão de água. Para a correção das
corrugações devem ser feitos os preenchimentos de buracos e pequenas depressões identificadas
na pista, sendo que tais iniciativas reduzem a erosão e melhoram a drenagem superficial. A
drenagem e manutenção de bordas de estradas ajudam a reduzir a erosão e a perda de material das
drenagens, bem como melhoram o sistema de drenagem. Já o nivelamento raso serve para
redistribuir o material da superfície e ajudara preencher pequenas depressões. Por fim, a aspersão
de água ajuda a mitigar a suspensão de poeira no ar. A atividade de aspersão de água minimiza
situações de risco e a redução de produtividade por baixa visibilidade (THOMPSON; VISSER,
2003; THOMPSON; VISSER, 2014).

A frequência de manutenção de vias pode ser classificada em reativas, programadas, segundo um


sistema de manutenção e manutenção em tempo real. A manutenção reativa geralmente é realizada
em um determinado trecho da estrada quando já é tarde demais. Este tipo de intervenção
usualmente é realizada após uma inspeção de campo e de acordo com a disponibilidade de
equipamentos.

As manutenções programadas ocorrem de acordo com programação fixa, independente da


funcionalidade da estrada. A manutenção realizada a partir de um sistema de manutenção é a
manutenção gerencial, sendo que a rede de estradas é analisada conforme a deterioração de
segmentos, volume de tráfego e demais elementos, visando à redução do custo total do uso da
estrada.

Por fim, a manutenção em tempo real consiste na análise de informações do despacho, telemetria
embarcada nos equipamentos e análise online das informações para definir quais os trechos
necessitam de intervenção e quais podem ser postergados (THOMPSON; VISSER, 2003).

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VI. ESTUDO DE CASO

Dimensionamento de duas valetas, uma de 400 mm e outra de 200 mm de diâmetro na


estrada Centro de formação de saúde a escola primária e completa Castro Teófelo que tem
as larguras das faixa das pistas de 3,5 metro na estrada e 4,0 no acesso que dá ao cruzamento
da Zâmbia, e a largura média de alagamento da via. A primeira valeta deve ser trapezoidal
com altura da parede de 0,22 metros, área molhade de 0,25 m2, coeficiente de rugosidade
de Manning de 0,015, declividade longitudinal de 10,01 m/m, inclinação da parede de 0,25
metros, perímetro molhado de 1,60 m e base de 1,60 metro. E a segunda valeta deve ser
retangular com uma base de 0,62 m, área molhade de 0,1065 m2, coeficiente de rugosidade
de Manning de 0,011, declividade longitudinal de 10,91 m/m, perímetro molhado de 0,8550
m. A estrada tem sempre 1,36 metros de largura de alagamento da faixa de tráfego rodovia
e 1,80 metros de largura de alagamento da faixa de tráfego acesso.

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7.1. Descrição da área de Estudo

Figura 9 - Elementos importantes na construção do acesso Fonte:


autor (2023)

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VII. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Para dimensionar as valetas, é necessário calcular as vazões de escoamento para cada uma e
verificar se as valetas conseguem escoar essas vazões sem transbordamento. Vamos calcular
a vazão para cada faixa de tráfego (rodovia e acesso) e, em seguida, dimensionar as valetas
com base nessas vazões.

1. Vazão para a faixa de tráfego da rodovia (largura de alagamento de 1,36 metros):

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onde:

• Q1 é a vazão (m³/s),

• C é o coeficiente de Manning,

• n é o fator de rugosidade de Manning,

• A1 é a área da seção molhada (m²),

• R é o raio hidráulico (m),

• S é a declividade longitudinal.

Substituindo os valores conhecidos:

2. Vazão para a faixa de tráfego do acesso (largura de alagamento de 1,80 metros):

onde:

• A2 é a área da seção molhada (m²).

Substituindo os valores conhecidos:

Agora, somamos as duas vazões para obter a vazão total Qt:

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Agora que temos a vazão total, podemos dimensionar as valetas. Para a valeta trapezoidal,
podemos usar a fórmula de Manning para calcular a largura do fundo (B):

Para a valeta retangular, a largura do fundo (B) é dada pela fórmula:

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VIII. METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma pesquisa mista (de métodos qual quantitativos), de caráter
exploratório-descritivo. As pesquisas exploratórias objetivam proporcionar maior proximidade
e compreensão do problema em questão, envolvendo levantamentos bibliográficos, entrevistas
e análise de exemplos, a fim de fornecer informações que permitam a construção de hipóteses
(GIL, 2002).

As pesquisas descritivas por sua vez buscam “fazer uma análise minuciosa e descritiva do
objeto de estudo. Ou seja, a finalidade dela é analisar os dados coletados sem que haja a
interferência do pesquisador” (BERSOT, 2019). A maioria das pesquisas de cunho descritivo
são de temas já conhecidos, e umas das suas principais características envolve técnicas de
coletas de dados (GIL, 2002).

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IX. CONCLUSÃO

A conclusão deste projeto reforça a ideia de que abordagens integradas, adaptativas e


sustentáveis são imperativas para enfrentar os desafios crescentes relacionados à gestão de
águas pluviais. Este trabalho não apenas expande o conhecimento científico nesse campo, mas
também oferece contribuições práticas que podem moldar futuros projetos e políticas,
promovendo resiliência e sustentabilidade em nossas comunidades. A contínua colaboração
entre a comunidade acadêmica, profissionais da indústria e decisores políticos é essencial para
transformar essas descobertas em ações tangíveis, garantindo um futuro mais seguro e
sustentável para todos.

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X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. FONSECA, A. G. Proposta de sistema de detecção de irregularidades em estradas para


caminhões fora de estrada via acelerômetro. 2009. 185f. Dissertação(Mestrado em
Engenharia Geotécnica ) – Núcleo de Geotecnia, Universidade Federal de Ouro Preto. 2009
2. THOMPSON, R.; VISSER, A. Mine Haul Road Design, Construction and
Maintenance Management, course notes given on May 2014 at Universidade
Federal do Rio Grande do Sul.

3. THOMPSON, R. J.; VISSER, A.T. The Impact of rolling resistance on fuel, speed and
costs. HME 2006: Continuous Improvement Case Studies. South Africa:
4. 2006. Disponível em: <

http://mineravia.com/yahoo_site_admin/assets/docs/The_impact_of_rolling_resistance_o

n_m i ne_road_performance_and_costs.8181741.pdf> Acesso em: 15 de novembro de

2016.

5. THOMPSON, R. J.; VISSER, A.T. Mine haul road maintenance management


systems. Journal of The South African Institute of Mining and Metallurgy,
South Africa, v. 103, n.5, p. 303-312, 2003.

6. THOMPSON, R. J.; VISSER, A.T. Towards a mechanistic structural design


method for surface mine haul roads. Journal of the South African Institution of
Civil Engineers, South Africa, v.38, n.2, p. 13-21, 1996.

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