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TAREFA 5

ALUNO: Hedney Barbosa de Oliveira.

DISCIPLINA: Sistema Gestão Integrada (QSMS) no Ambiente Portuário.


Tarefa 5

RELATÓRIO SOBRE CONFLITO DE INTERESSES AMBIENTAIS E DRAGAGEM

Resumo de um artigo sobre o tema do relatório:


A atividade de dragagem portuária que é realizada para ampliar a logística dos portos e contribuir
com o desenvolvimento econômico do país, é definida como um conjunto de obras complexo, ora
pelos procedimentos para alcançar seu licenciamento, ora pelos riscos que acarretam ao meio
ambiente. Inobstante a farta legislação que regula tais atividades, para que não ocorram riscos
ambientais, ainda se vislumbram problemas nessa seara, principalmente quanto à preponderância
dos interesses econômicos perante a proteção do ambiental.
Artigo disponível em: http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/primafacie/article/view/27448. Acesso
em: 23/6/2017.
Tarefa: Considere que seu chefe (situação hipotética) lhe solicitou assessoramento sobre o artigo
referenciado, sob a forma de um relatório, pois vislumbra a possibilidade de um conflito de
interesses, já que a empresa pretende efetuar uma dragagem na área portuária.

1
- Introdução

Os portos brasileiros hoje representam a principal forma de escoamento da produção


nacional. Por eles são movimentados os produtos que mais contribuem na formação do PIB
nacional, destacando-se assim sua importância para o desenvolvimento da economia brasileira. A
prevenção ambiental, tange que a sua importância está diretamente relacionada ao fato de que, uma
vez ocorrido qualquer dano ambiental, sua reparação efetiva é praticamente impossível. O vocábulo
prevenção liga-se à ideia de cautela, de cuidado, ou seja, de uma conduta tomada no sentido de
evitar o dano ambiental. No qual o gerenciamento sustentável representa um atrativo de incentivo a
investimentos e projetos e ações eficazes, que representa um papel extremamente importante nos
processos de qualquer organização.
Para o aproveitamento de todo o potencial nacional é fundamental a consolidação de uma
rede de transporte confiável e que assegure a frequência das linhas de navegação de forma a atender
a demanda crescente, tanto dos centros de produção quanto de consumo brasileiros, bem como a
evolução nas dimensões das embarcações dos navios nos últimos anos. Entre as limitações mais
relevantes estão o assoreamento progressivo dos canais, bacias de evolução e berços de atracação
nos portos que, se não dragados podem resultar na redução do calado; insuficiência da capacidade
operacional e logística dos portos para atender à crescente demanda de cargas e embarcações; altos
custos de demurrage (multa por atrasos); aumento dos custos de fretes e seguros; e perda de
competitividade.
As dragagens portuárias são realizadas para que sejam atendidas as crescentes demandas de
embarcações e cargas que contribuem fortemente com o crescimento econômico do país. No
entanto, o que se percebe nessas atividades é preponderância de interesses econômicos sobre a
proteção ambiental. Nesse cenário, a dragagem portuária é um procedimento bastante importante.
Por meio dela é possível desassorear, alargar, desobstruir, remover, derrocar ou escavar material
sólido, como lodo e areia, do fundo de corpos d’água (mares, baías e canais, por exemplo) que dão
acesso aos portos.

2
- Desenvolvimento

Ampliar, recuperar e modernizar os portos brasileiros já é uma preocupação há alguns anos.


Com o objetivo de reduzir custos logísticos, melhorar a eficiência operacional e aumentar a
competitividade das exportações, investimentos governamentais foram feitos na infraestrutura
portuária. Em 2015, R$ 1,5 bilhão foram destinados à dragagem dos principais portos do país: R$
395 milhões para o Porto de Santos (SP), R$ 220 milhões para o Porto do Rio de Janeiro (RJ), R$
424 milhões para o Porto de Paranaguá (PR) e R$ 394 milhões para o Porto de Rio Grande (RS).
No Brasil, investimentos recentes em projetos de dragagem têm visado à ampliação da
eficiência logística dos portos, incluindo obras de dragagem de aprofundamento, recuperação e
melhoramento de vias de acesso, sendo imprescindível considerar os impactos positivos e negativos
da atividade sobre o meio ambiente. Conflitos ambientais têm sido associados à obra de dragagem
em portos clássicos e modernos, destacando a necessidade de uma agenda ambiental portuária que
considere essas questões juntamente com grupos relevantes da sociedade no planejamento
estratégico de ações para este setor.
O estabelecimento de vantagens competitivas no mercado internacional é importante pelo
que a redução dos custos e do tempo necessário para o deslocamento, tanto de matérias primas
como de produtos acabados é a base que permite aumentar as trocas e o ganho da eficiência, em
todos os níveis da cadeia logística (VIANNA JUNIOR, 2009).
Os problemas ambientais da sociedade humana resultam da sua organização econômica e
social e, qualquer problema aparentemente extremo, se apresenta primeiro como um conflito,
demandando soluções equilibradas, ou seja, com ganho para ambas as partes. Isso, no entanto, é de
difícil alcance (FOLADORI, 2001).
A aplicação de medidas para gestão da dragagem e do material dragado se impôs pela
possibilidade de o nível de contaminação dos sedimentos pôr em risco o equilíbrio do meio
ambiente e a saúde humana. Porém Pianc, (1992) in Goes Filho, (2004), argumenta que o material
dragado pode ser um recurso valioso para ser utilizado em outros projetos, pois grande parte desse
material está livre de contaminação. Nos Estados Unidos, cerca de 1.000 projetos de
desenvolvimento de habitats produziram 2.000 mil ilhas artificiais e mais de 100 mangues foram
restaurados com a utilização do material dragado. Essas medidas beneficiaram inúmeras espécies de
aves em extinção e também a fauna aquática. (Brandon and Price, 2007). Além disso a dragagem
também gera impactos positivos, dentre eles, destaca-se a limpeza da área dragada com a remoção
de sedimento quando contaminado. Segundo Kitzmann & Asmus (2006), a dimensão ambiental não
foi devidamente incorporada no processo de reforma do setor portuário por não ser considerada
como uma esfera estratégica. Porto e Teixeira (2000), consideram que mesmo havendo avanços na
legislação, que se aplicam a aspectos ambientais na atividade portuária, ainda existem deficiências
que necessitam ser superadas.
O investimento em dragagem permite abrir novos portos e fazer a manutenção nos que já
existem — algo essencial para a logística de comércio exterior. A ideia é que os portos tenham
condições de competir com outros mais avançados em termos de tecnologia e eficiência. A falta de
dragagem pode minar rotas e sobrecarregar alguns portos, enquanto sua aplicação ajuda a otimizar
os resultados da balança comercial. Essas melhorias ajudam, ainda, a oferecer valores de frete mais
adequados: navios menores, por exemplo, não terão transbordo, tornando o preço final mais
atraente. Outro impacto importante são os investimentos atraídos para as proximidades do porto e
que, consequentemente, aumentam a oferta de empregos. Luschi citou: "a dragagem é bem vista
quando se alcança o ponto de equilíbrio entre as dimensões ambientais, econômicas e sociais"
(PORTO, 2014).

3
- Considerações Finais

O modal marítimo é muito importante e estratégico para os processos de comércio


exterior no Brasil, já que o país tem milhares de quilômetros de costa. Para que o uso dessa opção
seja bem-sucedido, porém, é preciso que os portos nacionais tenham capacidade para dar vazão às
necessidades.
Os resultados vistos na literatura, mostram que o acesso dos navios ao porto é de
fundamental para as atividades de carga e descarga, por isso a dragagem se destaca como uma das
obras de infraestrutura mais importantes para o bom funcionamento e a própria existência dos
portos.
A partir das análises dos indicadores de desempenho aqui utilizados, pode-se afirmar que a
dragagem portuária é uma necessidade que demanda uma eficiente gestão ambiental do material
dragado, em que se considere o monitoramento das condições dos elementos bióticos e abióticos, os
tratamentos e usos possíveis dos resíduos de dragagem, como também fatores socioeconômicos da
zona costeira com toda sua dinâmica de uso e ocupação. É notória a necessidade de implementação
de medidas estruturais, que possam verdadeiramente criar as condições para o efetivo
desenvolvimento do setor portuário no Brasil.
Creio que a atividade de dragagem portuária se torna palco de conflitos devido à insegurança
gerada pela escassez de normas claras que definam a fiscalização, as competências para licenciar e
punir, além da falta de um processo de avaliação ambiental que integre conjuntamente as exigências
de infraestrutura e as melhores condições para abrandar os riscos socioeconômicos e ambientais.
Nesse sentido, diretrizes e medidas tendentes a controlar e definir as atividades portuárias
que exercem um impacto direto sobre o meio ambiente devem ser implementadas, como é o caso da
dragagem e que, por meio da gestão socioambiental permite evitar ou diminuir os riscos de
acidentes ambientais e ecológicos, preservando o meio ambiente e a qualidade de vida.

4
- Referências Bibliográficas

PORTOS BRASIL – Assuntos Portuários.


Disponível em:
<www.portosdobrasil.gov.br/assuntos-1/pnd>
Acesso em: 04 set. 2018.

DPC.MAR – Gestão de Projetos: Dragagem, Ampliação e Eficiência Logística.


Disponível em:
<https://www.dpc.mar.mil.br/sites/default/files/sepm/portuarios/monografias/dragagem_amplia
cao_eficiencia_logistica.pdf>
Acesso em: 04 set. 2018.

PORTAL DA ADMINISTRAÇÃO – Gestão de Projetos.


Disponível em:
<http://www.portal-administracao.com/2015/09/gestao-de-projetos-conceito.html>
Acesso em: 05 set. 2018.

REDEBIM – A Importância da Dragagem no Cenário Econômico Nacional.


Disponível em:
<http://www.redebim.dphdm.mar.mil.br/vinculos/000002/0000029d.pdf>
Acesso em: 05 set. 2018.

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