Você está na página 1de 39

DISCIPLINA MONOGRAFIA

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO 2017.1


FORMULÁRIO 2

FACULDADE DE
ECONOMIA E
FINANÇAS IBMEC

LOGISTICA REVERSA NAVAL NACIONAL E


INTERNACIONAL

GABRIEL GOUVEIA MAGALHÃES

ADMINISTRAÇÃO

2017.1

i
DISCIPLINA MONOGRAFIA
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO 2017.1
FORMULÁRIO 2

GABRIEL GOUVEIA MAGALHÃES

LOGISTICA REVERSA NAVAL NACIONAL E


INTERNACIONAL

Projeto de Monografia apresentado ao


curso de Graduação em
ADMINISTRAÇÃO como requisito
parcial para obtenção do Grau de Bacharel.

Orientador: PAULO SERGIO GONÇALVES

Rio de Janeiro
Junho de 2017
ii
DISCIPLINA MONOGRAFIA
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO 2017.1
FORMULÁRIO 2

Resumo

A área naval e offshore, desde de que se há registros, vive momentos cíclicos em todo
o mundo, seja pela variação no preço dos commodities, investimento estatal e privado ou
situação política e econômica em ambiente micro e macroeconômico. No Brasil, a
economia como um todo está retraída e a crise política econômica atinge todos os
mercados. O Sinaval (Sindicato Nacional da Industria da Construção e Reparação Naval e
Offshore), apontam que do fim de 2014 até o presente momento, o número de empregados
no setor teve uma redução superior aos 50%. Especialistas já defendem uma possível
retomada no setor nos próximos anos e com isso, o desafio é manter a mão de obra
qualificada para quando essa demanda ocorrer. Durante esse período de avanço da área
naval, o foco principal é na produção de embarcações para atender demandas nacionais e
internacionais.

A logística reversa naval, tem como objetivo preencher um gap aberto durante esse
período, buscando oportunidade no que é considerado um problema para muitas empresas.
O projeto em si, foi idealizado buscando suprir a necessidade de destruição de um navio
recebido como dívida de uma empresa a um estaleiro, e com esse fato foi possível
identificarmos a oportunidade de elaboração de uma operação rentável em um momento
em que o setor naval como um todo está em recessão.

iii
1. Introdução
Desde a pré-história, antes da invenção da escrita e do uso dos metais, o ser humano já
buscava o domínio sobre a natureza tentando garantir sua existência em diversas condições. A
necessidade de sobrevivência em ambientes desconhecidos, climas adversos e tentativas de
dominação de outros seres vivos, o tornou o principal ser do planeta e a consequência desse
poder foi o início da degradação do meio ambiente.

A evolução do ser humano, assim como a evolução das tecnologias, trouxera diversas
melhorias para sua qualidade de vida, porém com muita deterioração do mundo onde
vivemos. Essas evoluções tornaram possíveis diversas melhorias no dia a dia e aumentaram
significativamente a expectativa de vida das pessoas.

Na medida em que a humanidade foi evoluindo, a produção de lixo foi crescendo de


maneira desgovernada, uma vez em que durante séculos, não existiu uma preocupação ou
qualquer tipo de regulação com esses resíduos e como consequência disso diversas regiões
foram destruídas por conta de contaminação de solo, agua e ar.

O consumo de matérias-primas durante os últimos anos cresceu de maneira


exorbitante, assim como a criação de bens de consumo, sem nenhum planejamento ou
estratégia para repor o que foi retirado, sobre o que fazer com os resíduos desses bens ou o
que fazer com o mesmo quando obsoleto.

A questão ambiental e a sustentabilidade são pauta de reuniões de projetos e da mídia


de maneira geral pois como a maioria da matéria prima usada como insumo ou commodity
provem de recursos finitos, é de suma importância que a preocupação com o como são
retirados do ecossistema e como são devolvidos esteja presente no dia a dia das empresas.

Hoje o governo regulamenta algumas leis e normas com um viés mais sustentável, buscando a
preservação. Economistas evidenciam a simetria entre a gestão de portfólios de investimentos
com a sustentabilidade onde o foco é na máxima rentabilidade mantendo o capital constante
(RUTHERFORD, 1997), usando como estratégia para obtenção de lucros futuros, a mudança
de proporção dos capitais investidos.
2. Problema de Pesquisa
A pesquisa teve um grau de dificuldade alto pela ausência de empresas com essa operação
no mercado nacional e internacional. A operação de logística reversa naval no Brasil ainda é
pouco comentada e como ainda não há um mercado fomentado, poucas empresas estruturam
essa pratica. A pratica da mesma se torna inviável na maioria das empresas pois é necessária
uma área litorânea com a licença operacional e disponibilidade para o funcionamento. Como
o trade off em relação a construção e destruição é favorável para a construção, o custo de
oportunidade se torna mais atrativo e com isso as empresas investirem nesse segmento.

O mercado internacional também ainda é pouco explorado, tendo em vista que os


principais formadores de mercado são países subdesenvolvidos e em desenvolvimento com
baixo custo de mão de obra e poucas regulamentações trabalhistas, tornando a produção mais
barata e com o custo baixo.

3. Objetivos
3.1. Objetivo Geral
O objetivo deste trabalho é elaborar um plano de negócios para a criação de uma empresa
de logística reversa naval viável visando fomentar o mercado, gerando empregos. Seu
objetivo primordial é a reciclagem da sucata oriunda de embarcações retiradas de
circulação, transformando-a em sucata de aço para empresas do setor siderúrgico.

O trabalho será utilizado para a estruturação de uma empresa, já operando, com objetivo
de analisar todos os processos e reconhecer possíveis lacunas passiveis de melhorias,
assim como identificar as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças.
3.2. Objetivos específicos
Os objetivos específicos estão sendo definidos com base nas pesquisas e implementações
feitas na empresa. Analisar o mercado de maneira geral visando a viabilidade das operações,
ter um estudo preliminar de demanda do mercado comprador para cada parte antes de
desmembrar a embarcação, criar um incentivo fiscal próprio para esse escopo em âmbito
nacional.

4. Delimitação
Esse projeto se limita ao custo fixo de manter a operação, assim como o custo variável, uma
vez que o investimento inicial é muito alto, por tanto a viabilidade dele é algo que tem que ser
muito bem analisado. O projeto foca dentro de seu escopo, uma empresa de pequeno porte
que se inicia no mercado de reciclagem de material ferroso e tem por finalidade examinar a
viabilidade econômica desse processo, levando-se em conta que o investimento inicial é de
alto porte (compra de embarcações fora de uso, maquinário, investimentos em obra e
materiais para corte) e a rentabilidade se torna atrativa escalonando a operação de corte, pois
as margens são muito baixas, por isso é necessário que todos os processos estejam alinhados e
sejam seguidos de maneira eficiente, buscando uma melhoria continua dos mesmos.
5. Justificativa
Anualmente milhões de toneladas de sucata são transformadas em aço pelas siderúrgicas,
diminuindo a quantidade de material despejado no mar, aterros e outros locais inadequados,
contribuindo para o meio ambiente.

As siderúrgicas reduzem a utilização de energia necessária, incluindo o CO2, no processo de


produção de aço ao utilizar a sucata ferrosa. A criação de diversos empregos nos processos de
coleta, processamento e reciclagem de sucata também são uma questão importante nesse
projeto.

O mercado de reciclagem de navios inservíveis, termo genérico atribuído aos bens ociosos,
antieconômicos ou irrecuperáveis, ainda não é explorado no Brasil, com isso existe uma
oportunidade de fomentação de mercado, criando uma empresa pioneira nessa atividade no
país.

6. Metodologia
O trabalho teve como principais metodologias a pesquisa na internet e a experiência do dia a
dia vivenciada no ambiente onde a operação está começando a ser estruturada. A convivência
com pessoas que trabalham a anos na área naval por meio do estaleiro em que começamos a
elaborar o projeto da empresa de logística reversa, trouxe diversos questionamentos e
interesse sobre como tornar viável a operação, tendo em vista que o cenário econômico para a
área naval atualmente está em recessão. A elaboração do trabalho também teve como
metodologia reuniões com diferentes agentes do mercado naval, desde sucateiros
(negociadores de sucatas) até algumas autoridades e certificadores, visando o sucesso do
projeto.
7. Mercado Internacional
A reciclagem de navios é realizada principalmente na Índia, China, Bangladesh, Turquia e
Paquistão, concluindo somente um punhado de demolições por ano. Aproximadamente 95%
da frota mundial de navios reciclados acontece nesses cinco países. Os navios brasileiros
obsoletos que precisam do desmonte estão migrando para lá por falta de opção de estaleiros
que executem essa operação aqui. É necessária a reversão dessa situação, gerando empregos e
renda aqui, fomentando o mercado e estimulando a economia nacional.

Mapa mundial de desmonte:

Figura 1

PRINCIPAIS PLAYERS DE DESMANCHE

Fonte: Gmsinc

Índia – Alang é a região com os estaleiros de reciclagem mais importantes do mundo,


cumprindo cerca de 90% da atividade de reciclagem de navios na Índia. Está localizada na
costa do distrito de Bhavnagar, no Golfo de Cambay, 56km ao sul da cidade de Bhavnagar no
estado de Gujarat. A maré gama nessa região é alta, cerca de 10 metros, tornando possível a
acomodação de navios de grande porte. O setor de reciclagem de navios no país afeta, direta e
indiretamente, mais de 300.000 pessoas, segundo a GMS Leadership.

O estaleiro em como objetivo continuar liderando a indústria de reciclagem e navios, tanto em


números quanto em capacidade ecológica, focar mais na reciclagem e navios verdes e se
manter com a maior capacidade de reciclagem de navios do mundo. Atualmente 70 (37%)
estaleiros tem a certificação ISO.

Os principais elementos chaves são: ser líder mundial em desmonte de embarcações, ter
recicladores experientes pois o mercado no pais já é fomentado e com isso existe profissionais
consolidados com expertise na operação, os melhores níveis de preços para embarcações
especializadas, prêmio para bunkers, motores, hélices, itens não ferrosos, geradores, etc.
Variedade expressiva de compradores, desde empresas e siderúrgicas, que utilizam a sucata
ferrosa como matéria prima para criação de novos insumos, a pescadores que aproveitam
peças usadas a um preço muito inferior ao comparado a um produto novo, como motores por
exemplo, que novos são vendidos ao valor de mercado do produto e no mercado de sucata é
vendido pelo peso.

O melhor mercado é para os navios especializados e alto valor como containers, cargueiros,
frigoríficos, embarcações secas e navios e passageiros (mercado líder).
Figura 2

Desmonte - India

Fonte: Clacksons Shipping

Bangladesh – No momento atual as atividades de reciclagem de navios em Bangladesh são


executadas por entorno de 45 estaleiros em uma área de aproximadamente oito quilômetros
quadrados em Chittagong, segunda maior cidade do país. Essa logística reversa é a principal
fonte de aço da nação, empregando mais de 100.000 pessoas direta e indiretamente. Existem
cerca de 350 laminadores que produzem anualmente 1,3 milhão de toneladas de varetas
acabadas para a indústria e construção e as matérias-primas vem dos estaleiros de reciclagem.

Os pontos chaves são o subsídio norueguês e da Organização Marítima Internacional para


treinamento e melhorias, créditos internacionais, barreiras de entrada para concorrentes,
número crescente de regulamentações, diversos estaleiros com certificação ISO, busca por
reciclagem de navios verdes. O melhor mercado é para navios de grande porte.
Figura 3

Desmonte - Bangladesh

Fonte Clacksons Shipping

Paquistão – A atividade de reciclagem de embarcações no Paquistão acontece em Gadani,


cerca de 200.000 pessoas ganham a vida com essa indústria direta ou indiretamente no país.

Os principais pontos sobre a atividade na região são a baixa regulamentação, onde somente é
necessário a comprovação de que a embarcação não tem gases explosivos para início do corte,
pareceria com a Turquia. Só existe um estaleiro com a certificação ISO. Os melhores
mercados são os navios petroleiros, pequenos sub-rebocadores e navios de grande porte.
Figura 4

Desmonte - Pakistan

Fonte Clacksons Shipping

China – A reciclagem de navios na China ocorre em duas regiões, no Sul (Xinhui) e no Norte
(Xangai). Este é o único país dos listados onde os navios não são encalhados para a operação
de corte e reciclagem, ela ocorre com os navios no cais. Existem cerca de 90 estaleiros que
executam essa operação, entre os rios Pearl e Yangtze.

A China tem sido uma opção para os proprietários de embarcações que buscam fazer a
reciclagem da mesma porem a concorrência está acirrando e com isso eles estão migrando
para a reciclagem na Índia pois lá tem um custo inferior.

Os valores chave para a China são o mercado avançado de reciclagem de navios, capacidade
elevada e emergente, volatilidade. Existem atualmente quinze estaleiros com certificação ISO.
As principais desvantagens são o alto custo da operação, preços inferiores aos indianos no
subcontinente e não ser um comprador apurado de navios especializados. O principal mercado
são os navios locais.

Figura 5

Desmonte - China

Fonte Clacksons Shipping

Turquia – A Turquia é o único país de reciclagem de navios que ratificou a Convenção


Internacional de Hong Kong para a Reciclagem Segura e Ambientalmente Sadia dos Navios.
Em 2010 a nação teve um aumento considerável de volume de navios. A Turquia é o principal
destino das embarcações com destino a reciclagem do próprio país e da União Europeia, pois
por lei é exigido que a reciclagem ocorra apenas na região da OCDE.

Os principais valores são, primeiramente o fato do país ser membro da OCDE, mercado chave
para reciclagem de navios verdes. Hoje são quinze estaleiros com a certificação ISO. As
principais desvantagens são os preços baixos e o principal mercado são navios pequenos e/ou
navios localizados na Europa.

Figura 6

Desmonte - Turkey

Fonte Clacksons Shipping


Figura 7

Comercio Mundial de Sucata (em milhões de toneladas) entre 2014 e 2015

Fonte: World Steel


Figura 8

Comercio Mundial de Sucata (em milhões de toneladas) em 2015 por área

Fonte: World Steel

Segundo dados da organização World Steel, o Brasil ainda tem uma participação muito
pequena em relação ao resto do mundo no mercado de sucata, ainda mais se considerarmos a
extensão, PIB e consumo de aço do país. No ano de 2015 o nível de exportação do mesmo foi
igual a 0, o que reflete poder ser uma oportunidade a ser explorada.
8. Mercado Nacional
A Baia de Guanabara se transformou nas últimas décadas em um cemitério de
embarcações. O manancial de 381 quilômetros quadrados de agua que cada dia aparenta estar
mais poluído, segundo um relatório da Secretaria de Estado do Ambiente, tem estimados pelo
menos 250 navios, carcaças e barcos de pequeno, médio e grande porte estão totais ou
parcialmente submersos, alguns há mais de 50 anos.

No momento não existe nenhuma empresa especializada na logística reversa de


embarcações no Brasil, muitos estaleiros e empreiteiras executam essa operação para dar fim
a embarcações cujo a validade já inspirou ou simplesmente para conseguir algum capital
através a venda de sucata, mas sem ter essa atividade estruturada ou como core business da
empresa.

Figura 9

Raio X da Baía de Guanabara

Fonte: Marinha do Brasil, Docas S/A, Secretaria do Estado do Ambiente


9. O Projeto
O projeto foi nomeado como Guanabara, palavra de origem tupi guarani que significa rio-
mar, nome de um navio escola que pertenceu a Marinha do Brasil e em referência
principalmente ao local onde o mesmo nasceu, na Baia de Guanabara. O logo também
evidencia o nome do projeto ao trazer uma embarcação a vela de porte médio, de regata e
recreio, com um só mastro.

Figura 10

GUANABARA

Fonte: Arquivo Pessoal

A área em que a operação começou a ser estruturada fica localizada no Gradim, zona
litorânea do municio de São Gonçalo, Rio de janeiro. Como a área em questão tem acesso
direto ao mar, um píer já construído e uma estrutura básica para o início das operações, o local
é perfeito para que o projeto realmente tenha continuidade. A área em questão pertence a um
dos idealizadores do projeto e meu sócio na futura empresa que estamos desenvolvendo.

O investimento inicial cotado hoje gira em torno de R$500.000,00, para preparação da


área e investimentos em maquinários para conseguir aumentar a produção e escalona-la e com
isso tornar a operação viável. Hoje o custo médio para o corte das embarcações gira em torno
de 51% do preço do quilograma da sucata ferrosa. Um valor muito acima do valor ótimo para
a viabilidade do projeto, tendo em vista que ainda é necessário incluir todos os custos fixos, a
geração de caixa para fins de fluxo de caixa livre para investimentos e aquisição de novas
embarcações.

O necessário para a arrecadação desse volume financeiro, no cenário atual, onde não é
possível a capitalização por capital de terceiros, é o corte de ao menos duas embarcações de
grande porte, o que hoje tem um prazo médio de 150 dias cada embarcação, tempo muito
acima do ideal.

Figura 11

PROJETO GUANABARA

Fonte: Arquivo Pessoal


Figura 12

PROJETO GUANABARA

Fonte: Arquivo Pessoal

A operação de corte foi iniciada em parceria com uma equipe especializada, que era
responsável pela contratação da mão de obra, encargos trabalhistas, metade do valor mensal
de energia elétrica e insumos necessários para o desmonte, como óleo e oxigênio para o corte
com maçarico. A remuneração era feita com base em um preço fixo pelo quilograma da
sucata, de R$0,15 e mais o percentual de 35% sobre o valor da venda, que girava a um preço
médio de R$0,42, para a equipe que administrava a operação. Na ponta do lápis, o custo para
o corte ficava em 58% do valor de venda da sucata, onde os 42% restantes era utilizado para o
pagamento dos custos fixos e investimentos.

A parceria se mostrou inviável no médio/longo prazo pois o custo era muito alto e a
necessidade de investimento também, com isso a parceria foi desfeita em dezembro e
buscamos nós mesmos administrarmos a operação e com isso aumentar a possibilidade de
investimentos na área e em equipamentos.

O novo modelo de negócio está baseado na contração de uma equipe para o corte e todos
os outros quesitos administrativos sobre a nossa responsabilidade.
10. Processos e Fluxograma
10.1. Fase 1
10.1.1. Identificação e Localização dos navios

10.1.2. Verificação da situação de baixa do navio

10.1.2.1. Consultar se o navio está em dia com a receita federal

10.1.2.2. Verificar se o navio está com alguma dívida em aberto

10.1.3. Analisar a viabilidade para aquisição da embarcação

10.1.3.1. Avaliar se o valor do navio está de acordo com a rentabilidade que


o mesmo pode proporcionar

10.1.3.2. Avaliar além da quantidade de ferro, todos os itens não ferrosos,


motores, hélices, geradores, etc.

10.1.4. Aquisição da embarcação


10.1.4.1. Avaliar a melhor maneira de adquirir o navio, seja por compra à
vista ou parcelada, troca por material ferroso ou parceria com o
proprietário.

10.1.5. Logística para a entrega do navio na área da empresa

10.1.5.1. Avaliar qual a empresa de rebocadores tem o custo mais viável para
esse processo de logística

10.2. Fase 2
10.2.1. Identificação de uma empresa certificada para a limpeza da
embarcação

10.2.2. Avaliação de custos e prazos para docagem, movimentação e


corte.

10.2.3. Contratação de uma empresa regularizada para a operação de


desmonte

10.2.4. Início da operação de corte

10.3. Fase 3
10.3.1. Separação de matérias ferrosos, não ferros, motores, geradores, hélices,
etc.

10.3.2. Descarte de partes cortadas e desmanteladas

10.3.3. Pesquisa de mercado para cotação de cada material.

10.3.4. Identificação de potenciais compradores para os materiais.

10.4. Fase 4
10.4.1. Processo de comercialização.
Figura 13

Fluxograma Fase 1

Fonte: Arquivo Pessoal


Figura 14

Fluxograma Fase 2

Fonte: Arquivo Pessoal


Figura 15

Fluxograma Fase 3 e 4

Fonte: Arquivo Pessoal

11. Cenário atual


A operação de corte de navios foi iniciada no final de agosto de 2016, de maneira
terceirizada, onde existia um acordo em que o preço do quilo cortado foi fixado em R$0,15
centavos para a mão de obra e mais 35% da rentabilidade paga a empresa terceira, que além
de ser responsável pela administração dos trabalhadores de corte, eram também responsáveis
pelos insumos utilizados no corte (oxigênio, maçaricos, CO2). A receita da empresa era
calculada pelos 65% restantes da embarcação. O custo médio da sucata, principal produto da
empresa, no mercado no período de operação (08/16 – 01/17) era em torno de R$0,42, onde
R$0,15 era destinado para o corte e os outros R$0,27 era divido entre a terceira e nós nas
proporções descritas acima. Outros itens não ferrosos e equipamentos tinham o mesmo custo
de corte e proporções, porém com valor de venda diferente de acordo com o mercado.

A tabela abaixo mostra o valor pago e recebido dos principais indicadores da operação,
onde o valor médio da sucata foi calculado pelo valor médio que nos foi pago pelo mercado
por cada quilo de sucata, o valor médio que nos foi pago pelo mercado pelo quilo da chapa de
sucata e o valor médio do quilo, onde é somado o preço x quantidade de cada dividido pelo
total. O valor médio Guanabara se refere ao valor médio recebido por nós por cada quilo de
sucata vendida e o valor médio Recyboat se refere ao valor médio recebido pelo nosso
parceiro. O valor médio de corte é o custo fixo para o corte de cada quilo de sucata ferrosa,
independente do que se trate, sucata ou chapa.

VALOR MÉDIO DOS PRINCIPAIS INDICADORES DA OPERAÇÃO


VALOR MÉDIO SUCATA/KG R$ 0,429
VALOR MÉDIO CHAPA/KG R$ 0,688
VALOR MÉDIO/KG R$ 0,456
VALOR MÉDIO GUANABARA/KG R$ 0,199
VALOR MÉDIO RECYBOAT/KG R$ 0,107
VALOR MÉDIO CORTE/KG R$ 0,150

Figura 16

VALOR MEDIO

Fonte: Arquivo Pessoal

Desempenho no ano de 2016:

O desempenho financeiro do início das operações foi regular, tendo em vista que as entradas,
que se referem ao volume financeiro recebido pela sucata vendida no período e as saídas,
onde são englobados todas os gastos e investimentos até o momento, foram equivalentes. A
produção necessária para que a operação seja de fato rentável, ficará clara assim que
conseguirmos o volume financeiro suficiente para investir e o know-how para alinharmos a
operação.

PERFORMANCE 2016
MES ENTRADA SAIDA LIQUIDO
AGO|SET R$ 93.425,41 R$ (44.447,90) R$ 48.977,51
OUTUBRO R$ 51.296,70 R$ (36.447,09) R$ 14.849,61
NOVEMBRO R$ 38.611,30 R$ (75.269,15) R$ (36.657,85)
DEZEMBRO R$ 24.578,13 R$ (49.335,88) R$ (24.757,76)

TOTAL R$ 207.911,54 R$ (205.500,02) R$ 2.411,52

R$60.000,00
PERFORMANCE 2016
R$48.977,51
R$50.000,00

R$40.000,00

R$30.000,00

R$20.000,00
R$14.849,61

R$10.000,00

R$-
AGO|SET OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
R$(10.000,00)

R$(20.000,00)

R$(24.757,76)
R$(30.000,00)

R$(40.000,00) R$(36.657,85)

R$(50.000,00)

Figura 17

PERFORMANCE 2016

Fonte: Arquivo Pessoal

Performance, se refere ao desempenho financeiro operacional no período. Fica clara a


diferença de receita liquida entre os dois primeiros meses de operação e os dois últimos pois
no primeiro momento não existiu nenhum investimento na área e nem os custos de licenças,
somente os custos fixos e alguns pequenos custos variáveis. No segundo momento todo o
valor de caixa foi investido para que a operação pudesse ser continua e como reflexo, a
geração de caixa foi negativa.
Figura18

Visão aérea do primeiro navio

Fonte: Arquivo Pessoal


Figura 19

Segundo navio comprado

Fonte: Arquivo Pessoal


Figura 20

Sucata sendo retirada do navio pelo guindaste

Fonte: Arquivo Pessoal


Figura 21

Sucata do motor do navio sendo retirada

Fonte: Arquivo Pessoal


Figura 22

Casco do navio cortado

Fonte: Arquivo Pessoal


Figura 23
Sucata sendo manuseada por guincho

Fonte: Arquivo Pessoal


12. Expectativa Futura/Conclusão

A estruturação de uma operação viável e rentável, com missão, visão e valores


sustentáveis no médio e longo prazo é o principal foco do projeto em si. O trabalho de
monografia foi essencial para a busca de conhecimento de mercado e de empresas que já
operam com um viés parecido com o objetivo alçado e com isso a formação de uma ideia
mais ampla de quais metas traçar para tornar o projeto possível. O trabalho duro é
extremamente necessário, tendo em vista que, além da proposta sustentável, o projeto tem a
geração de empregos como outro fator importante.

O cenário político econômico atualmente no Brasil é cercado de incertezas e sem um


rumo certo, porém os horizontes são muito amplos e a crise em si, é um excelente momento
para buscar novas chances. Como a área naval propriamente, tem sua performance muito
atrelada a situação da economia como um todo, seja na questão de investimentos ou na
variação do preço dos commodities, é necessário sempre se reinventar e buscar novas
maneiras de se rentabilizar, gerar fluxo de caixa e adquirir expertise quando os negócios não
estão favoráveis para o setor. A criação de uma empresa que, consegue operar em ambos os
cenários, seja no momento atual de incertezas, onde a principal matéria prima é o que muitos
consideram resíduo, a fomentação de um mercado pode se tornar um negócio com
perspectivas excelentes.

Depois da pesquisa e do estudo feito relacionado a toda a logística reversa naval nacional
e internacional, foi possível concluir que o mercado brasileiro necessita ser fomentado pois a
cada ano que passa, mais embarcações são construídas, as já operantes seguem em
depreciação continua e o que está obsoleto está contaminando o ambiente em que vivemos.
No próprio dia a dia é possível notarmos ao observarmos a baia de Guanabara, que existe
muito a ser feito e essa operação seria, sem dúvida, um elemento chave para a recuperação da
mesma.

O mercado internacional reflete que é possível criar uma empresa viável, com
rentabilidade e fluxo de caixa atrativo. Baseando se pelo o que pode ser ofertado no Brasil,
em relação a navios para desmanche, e a demanda por sucata ferrosa, o projeto tem tudo para
dar certo. Olhando para a participação de nosso pais no mercado mundial, é possível perceber
que caso a operação consiga ser viabilizada de fato, a empresa pode conquistar um espaço que
ainda não foi preenchido e com isso conseguir visibilidade e até mesmo incentivos fiscais e
financeiros para conseguir escalonar e tornar a empresa multinacional de grande porte.
Referências bibliográficas

http://cursosnocd.com.br/logistica/tipos-de-navios.htm

http://www.opetroleo.com.br/desafio-para-industria-naval-
e-offshore/

http://www.projetomemoria.org/2010/03/navios-roll-
onroll-off/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza
%C3%A7%C3%A3o_para_a_Coopera
%C3%A7%C3%A3o_e_Desenvolvimento_Econ
%C3%B3mico

http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-05-
18/baia-de-guanabara-se-transforma-em-cemiterio-de-
navios.html

https://www.economiaemdia.com.br/EconomiaEmDia/pdf/i
nfset_siderurgia.pdf
http://www.gmsinc.net

https://www.portalmaritimo.com/

https://www.worldsteel.org/

https://www.lucidchart.com/documents/edit/c1b5191d-
0852-4048-a3f4-2509e2134575#

http://www.gmsinc.net/gms_new/index.php/india

http://www.gmsinc.net/gms_new/index.php/bangladesh

http://www.rlmagazine.com/edition01p12.php

http://www.gmsinc.net/gms_new/index.php/pakistan

http://www.gmsinc.net/gms_new/index.php/china

http://www.gmsinc.net/gms_new/index.php/china
http://www.gmsinc.net/gms_new/index.php/turkey

http://greensavers.sapo.pt/2014/01/31/o-maior-cemiterio-
de-navios-do-mundo-com-fotos/

http://www.diario1001viagens.com/cemiteacuterio-de-
navios---bangladesh.html

http://portal.antaq.gov.br/

Você também pode gostar