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Faculdade UnYLeYa

Modernização, Infraestrutura e Gestão Portuária


Hedney Barbosa de Oliveira

PLANO DE GESTÃO PARA RESÍDUOS DE EMBARCAÇÕES


EM PORTOS BRASILEIROS

Belém/PA
2018
Faculdade UnYLeYa
Modernização, Infraestrutura e Gestão Portuária
Hedney Barbosa de Oliveira

PLANO DE GESTÃO PARA RESÍDUOS DE EMBARCAÇÕES


EM PORTOS BRASILEIROS

Projeto de pesquisa apresentado à


Faculdade UnYLeYa como parte integrante
do conjunto de tarefas avaliativas da disciplina
Metodologia da Pesquisa e da Produção Científica.
Tutor: Yan Blumenberg de Castro.

Belém/PA
2018
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 03
Tema ............................................................................................................ 03
Problema ...................................................................................................... 03
Objetivos ...................................................................................................... 03
Justificativa ................................................................................................... 04
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 05
3. METODOLOGIA ........................................................................................... 07
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 10
1. INTRODUÇÃO

O termo Gestão ambiental, faz referência a um conjunto de programas e práticas


administrativas e operacionais voltados à proteção do ambiente e a saúde e segurança
de trabalhadores, usuários e comunidade (MOSSINI, 2005). Quando se traz esse
conceito para a realidade portuária, é necessário compreender que as questões
ambientais nesse setor, servem como uma estratégia capaz de reduzir custos e diminuir
impactos ambientais e sociais.

Tema

Plano de Gestão para Resíduos de Embarcações em Portos Brasileiros.

Problema

Qual a verdadeira competência de cada ator envolvido na gestão de resíduos de


embarcações, no que diz respeito à poluição e contaminação de recursos hídricos?

Objetivos:

Objetivo geral:

Especificar um plano de ação sustentável, social e econômico para a adequação


das causas das deficiências no gerenciamento de resíduos sólidos e líquidos em
embarcações nos portos, com ênfase na poluição e contaminação de recursos de
Recursos Hídricos.

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Objetivos específicos:

 Realizar o inventário da situação atual em relação à movimentação e


geração de resíduos sólidos e líquidos em embarcações;
 Identificar as práticas atuais e infraestrutura existente para o gerenciamento
dos resíduos sólidos e líquidos gerados na operação cotidiana dos portos
estudados;
 Propor alternativas inovadoras, sustentáveis e ecologicamente corretas
para o despejo ou transporte, desses resíduos, em condições ambientais e
de segurança adequadas;
 Elaborar um modelo genérico de Plano de Gestão, para verificar a
possibilidade de aplicação em diferentes portos.

Justificativa

A legislação ambiental brasileira determina que os Terminais Portuários devam


possuir os meios adequados para o recebimento e tratamento dos diversos tipos de
resíduos sólidos e líquidos para o combate da poluição e contaminação. A implementação
da gestão planejada e integrada de resíduos nos portos do Pará, apesar de ser exigida
pela legislação, ainda está longe de ser uma realidade concreta num grande número de
portos. Do ponto de vista da saúde pública a adequada gestão dos resíduos sólidos e
líquidos gerados a bordo das embarcações é procedimento fundamental para o controle
e eliminação de situações de risco para a população local. São diversas normas,
legislações, acordos que estabelecem o que fazer, mas não determinam claramente a
responsabilidade de quem deve fazer. Uma correta segregação de resíduos sólidos e
líquidos descartados a bordo de navios permitiria também seu possível reaproveitamento,
além de outros benefícios diretos e indiretos proporcionados aos portos e ao meio
ambiente. Os principais resíduos de embarcações e navios são: Resíduos líquidos

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sanitários, Resíduos sólidos contaminados com óleo resultante da manutenção do navio
(embalagens, panos, estopas, trapos, papelões, papéis, serragens e EPI's impregnados),
Resíduos líquidos oleosos (mistura de água de condensação com óleo combustível) e
Resíduos sólidos de Taifa (cozinha, refeitório e varredura). A Situação-problema, que
será objeto desta pesquisa, está relacionada ao gerenciamento de resíduos sólidos e
líquidos gerados e aos temas que o envolvem, incluindo aspectos sobre auditorias, coleta
seletiva de resíduos e armazenamento a bordo, e equipamentos e arranjos adequados
aos requisitos do IBAMA.

2. REVISÃO DE LITERATURA

Com uma imensa costa de cerca 8,5 mil quilômetros navegáveis, o Brasil possui
um setor portuário marítimo constituído de portos públicos e vários terminais hidroviários
de uso privativo. Os resíduos sólidos e líquidos produzidos (provenientes das atividades
do porto, dos navios e das cargas), representam um problema de extrema relevância,
que requer um complexo e integrado conjunto de práticas decorrentes de imposições
legais claras e de gerenciamento.
No âmbito da gestão ambiental portuária, um aspecto que se destaca é a gestão
dos resíduos, sejam eles operacionais, de embarcação ou de carga. Embora
especificamente os resíduos sólidos e líquidos de embarcação sejam objeto de
regulamentações internacionais, destacando-se, nesse contexto, a Convenção
Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios – Convenção MARPOL 73/78 e
a as regulamentações da International Maritime Organization (IMO), agência
especializada das Nações Unidas responsável pela segurança da navegação e
prevenção da poluição marítima causada por navios, diferentes países desenvolvidos

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vêm implementando políticas próprias através de regulamentações e iniciativas proativas
por parte das entidades setoriais e autoridades portuárias.
Conforme Bichou e Gray (2005), portos podem ser estudados sob três aspectos:
sob uma visão macroanalítica, microanalítica e híbrida. A visão macroanalítica leva em
consideração as relações do porto com políticas públicas (relativas ao crescimento
econômico impulsionado pelo porto) ou sob a perspectiva ambiental, onde o porto deve
englobar na sua gestão os conceitos da sustentabilidade. Na linha microanalítica são
analisadas questões internas ao porto, como atividades de transferência de cargas e
passageiros, porém também procura englobar questões como coordenação e
governança da cadeia logístico-portuária. Já a visão híbrida busca combinar elementos
das duas linhas anteriores, estudando o papel do porto e suas funções.
Há diversas maneiras de classificações de resíduos. Uma delas diz respeito ao
grau de degrabilidade; a) facilmente degradáveis: matéria orgânica presente nos resíduos
sólidos de origem urbana, b) moderadamente degradáveis: papéis, papelão e material
celulósico; c) dificilmente degradáveis: são os pedaços de pano, aparas, retalhos e
serragens de couro, borracha e madeira; d) não degradáveis: vidros, metais, plásticos,
pedras, solo entre outros. (BIDONE & POVINELLI, 1999).
A gestão ambiental, porém, pode trazer mais benefícios para uma organização do
que unicamente a proteção ao meio ambiente. Sua utilização proporciona uma avaliação
crítica de processos internos (KITZMANN, ASMUS, 2006). A maior preocupação mundial
com a sustentabilidade torna a eficiência ambiental um fator crítico de decisão ao
contratar serviços de transporte. Ou seja, a questão ambiental é um fator competitivo que
deve ser explorado pelo setor portuário (KITZMANN, ASMUS, 2006).
No Brasil, a partir da reformulação do setor portuário, iniciada em 1990, criou-se
um novo modelo portuário. Este novo conceito proporcionou a diminuição de custos e
maior competitividade, no entanto, a questão ambiental não foi incluída na nova
regulamentação. Sendo assim, as práticas de gestão ambiental foram inseridas no
sistema portuário brasileiro por meio de legislações específicas. Isto demonstra que,
neste passado recente, a gestão ambiental não foi vista como sendo estratégica pelo

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governo. Porém, a difusão da gestão ambiental pode significar mais vantagens
competitivas e maior eficiência em longo prazo (KITZMANN, ASMUS, 2006; JACCOUD,
MAGRINI, 2014). Apesar das iniciativas recentes para implantar e aprimorar a gestão
ambiental nos portos brasileiros ainda existem outras questões que precisam ser
levantadas. Uma das principais é a necessidade de uma avaliação crítica sobre a
medição de desempenho ambiental e quais os seus impactos para o desempenho global
de um porto. Para tanto, faz-se necessária uma análise dos estudos, publicações
acadêmicas, relatórios, modelos de planos de gestão e organizações do complexo
portuário, para contextualizar a gestão ambiental portuária a níveis brasileiro e mundial,
e então verificar quais as principais questões que impactam na gestão portuária, assim
como criar uma ferramenta computacional (planilhas, relatórios, etc.) para facilitar a
tomada de decisão acerca do tratamento de resíduos sólidos e líquidos por parte dos
gestores e autoridades competentes.

3. METODOLOGIA

A metodologia para a elaboração e implantação do plano de gestão para resíduos


de embarcações em portos brasileiros tem como premissa, propor alternativas
inovadoras, sustentáveis e ecologicamente corretas para o despejo ou transporte, desses
resíduos, em condições ambientais e de segurança adequadas, além de elaborar um
modelo genérico de Plano de Gestão, para verificar a possibilidade de aplicação em
outros portos.
A presente pesquisa pretende demostrar as reais características das abordagens
qualitativas de estudo, criando a possibilidade de conseguir compreender o
comportamento e o cumprimento do Plano de Gerenciamento de Resíduos, analisando
o status de aprovação junto às autoridades sanitárias e ambientais, volume de resíduos

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gerados, sistema de coleta e destinação final, modalidade de contrato de operação do
sistema e procedimentos de fiscalização adotados pela vigilância sanitária.
A gestão ambiental portuária é a administração das demandas ambientais visando
o desenvolvimento sustentável da atividade produtiva e a redução de custos ambientais,
como soluções coletivas do tratamento de resíduos, tratamento de efluentes, ações de
emergência e monitoramento (CUNHA, 2004).
Chiuvite e Andrade (2001) afirmam que, podemos caracterizar resíduos como tudo
o que é rejeitado durante o processo de produção, transformação ou utilização de bens
e serviços e restos provenientes de atividade humana; sendo estes apresentados nos
estados físico sólido ou semissólido, líquido e gasoso. Também podemos observar o que
afirma Silva (2007) que caracterizam resíduos sólidos como uma resultante das
atividades humana e da natureza, sendo materiais heterogêneos e estes podem ser
reutilizados parcialmente, trazendo benefícios como economia de recursos naturais e
saúde pública.
Aceitando estas afirmações de conceitos, podemos então entender que resíduos
sólidos são o rejeito resultante de atividades humanas e naturais se apresentando no
estado sólido ou semissólido de forma heterogênea, onde estes podem ser parcialmente
reutilizados derivando em benefícios a JUNHO DE 2012- ISSN 1807-5908 SBIJ -
NÚMERO 16 – JUNHO DE 2012 Página 7 sociedade e a natureza como proteção à saúde
pública e preservação de recursos naturais respectivamente.
Segundo Mesquita (2007: 11), “(...) a situação do manejo de resíduos sólidos no
país é preocupante, principalmente no que diz respeito à questão da disposição final,
uma vez que 63,3% dos municípios brasileiros utilizam lixões como forma de disposição
dos resíduos sólidos urbanos, 18,4% utiliza aterros controlados e 13,8% dispõe os
resíduos em aterros sanitários”.
Os Municípios, últimos responsáveis pelo gerenciamento dos resíduos sólidos e
líquidos, tratam-nos simplesmente como algo indesejado, a ser recolhido, transportado e
que pode ou não receber um tratamento mecânico ou manual para finalmente ser deposto
em aterros. A gestão de resíduos sólidos e líquidos é complexa. O processo, que envolve

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descarte, coleta e processamento é desenvolvido por meio de diversos atores portuários,
de modo que o tratamento meramente técnico dessas questões tem apresentado
resultados desanimadores. Além disso, há problemas com a disponibilização de verbas,
pois o descarte de materiais é cada vez maior por causa do aumento da população
urbana, sendo necessários grandes investimentos para a aquisição de equipamentos,
treinamento, capacitação, controle e custeio de todo o sistema de manejo dos resíduos
sólidos e líquidos em zonas portuárias.
Ao decorrer da pesquisa, será realizado um levantamento bibliográfico em material
impresso e virtual sobre o tema, assim como será executado um trabalho de campo para
obter uma aproximação com o objeto de pesquisa e criar um conhecimento partindo da
realidade do porto em questão, além de fazer entrevistas semiestruturadas com agentes
do cotidiano do porto, envolvidos na questão dos resíduos sólidos e líquidos, e com os
comandantes de uma amostragem de navios ou embarcações que lá atracam,
investigando o grau de cumprimento das exigências das normas de regulamentação
administrativa.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MATTA, M. A. da S.; COSTA, F.R. da ; MORAES, M.C. da, 2000. Águas Superficiais
e Subterrâneas da Região Leste da Cidade de Belém/PA. Anais do I Cong. Mundial
Integ. de Águas Subterrâneas. Fortaleza, CD.

EXCELENCIAEMGESTAO.ORG, O Gerenciamento de Resíduos de Navios de


Apoio à Empresas Petrolíferas com Base na NT 08/08: Atendimento às Exigências
do Projeto de Controle da Poluição (PCP) / IBAMA. Disponível em:
<http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg7/anais/T11_0350_19
33.pdf>.
Acesso em 03 de fevereiro de 2018.

ANTAQ.ORG, Implantação do Programa de Conformidade do Gerenciamento de


Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos nos Portos Marítimos Brasileiros.
Disponível em:
<http://www.antaq.gov.br/portal/pdf/palestras/iseminariogap2011/marcosaureliofreitas.
pdf>.
Acesso em 04 de fevereiro de 2018.

PORTONAVE, Procedimento para Retirada de Resíduos de Embarcações.


Disponível em:
< http://www.portonave.com.br/pt/servicos/procedimentos/125.html>.
Acesso em 06 de fevereiro de 2018.

10
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, Oficina de Trabalho Gestão de
Resíduos Sólidos.
Disponível em:
< http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd48/rel_solidos2.pdf>.
Acesso em 06 de fevereiro de 2018.

UNAERP, Gestão de Resíduos Sólidos nos Portos Brasileiros.


Disponível em:
<http://www.unaerp.br/sici-unaerp/edicoes-anteriores/2012/secao-4-8/1313-
gerenciamento-de-residuos-solidos-em-portos-brasileiros/file>.
Acesso em 07 de fevereiro de 2018.

PORTO DE LISBOA, Regulamento de Gestão de Resíduos Sólidos de


Embarcações.
Disponível em:
<http://www.portodelisboa.pt/portal/page/portal/PORTAL_PORTO_LISBOA/AMBIENT
E/NAVIOS/RECOLHA_RESIDUOS/Regulamento_de_Gestao_de_Residuos_de_Emb
arcacoes.pdf>.
Acesso em 07 de fevereiro de 2018.

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